Apresentação 2

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FIBROMIALGIA
Dr Roberto E. Heymann
UNIFESP- EPM
O que é Fibromialgia ?
Quadro de dor crônica no corpo
todo associado a uma grande
variedade de outros sintomas
Qual a população mais sujeita a
Fibromialgia ?
2♂
10 ♀
30 a 50 anos
2,5 % população
FM e Comorbidades
Enxaqueca
Cefaleia Tensional
Síndrome Reynaud “like”
Síndrome Sjögren “like”
Transtornos de Memória
e cognitivos
Disfunção da ATM
Transtornos Afetivos
Depressão, ansiedade,
síndrome do pânico
Lombalgia Crônica
Refluxo gastro- esofágico
Síndrome Intestino Irritável
Parestesias
Sensação de edema
Tontura e Zumbido
Quadros miofasciais
Síncopes Neurocardiogênicas
Síndrome uretral
Vulvodínia
Apneia do sono
Síndrome das pernas inquietas
Síndrome dos movimentos involuntários
dos MMII
COMO É FEITO O DIAGNOSTICO?
Critérios do American College of Rheumatology
(ACR - 1990)
Dor difusa crônica por
mais de 3 meses
Critérios do American College of
Rheumatology (ACR - 2010)
Critérios do American College of
Rheumatology (ACR - 2010)
Como é feito o diagnostico?
Todos exames são
normais
Diagnóstico é um Componente Essencial para
o Sucesso do Tratamento da Fibromialgia
Encaminhamentos
Recurso
Utilizado
Testes Laboratoriais e Imagem
Custos
Recurso
Utilizado
Observado
Observado
Premeditado
Premeditado
Observado
Observado
Premeditado
Premed
L. Annemans et al. Health Economic Consequences Related to the Diagnosis of Fibromyalgia SyndromeARTHRITIS & RHEUMATISM Vol. 58,
No. 3, March 2008, pp 895–902
Custos
Diagnóstico é um Componente Essencial para
o Sucesso do Tratamento da Fibromialgia
L. Annemans et al. Health Economic Consequences Related to the Diagnosis of Fibromyalgia SyndromeARTHRITIS & RHEUMATISM Vol. 58, No. 3, March 2008, pp
895–902
Quais suas causas?
Neuro-hormonios
Inibitórios
Neuro-hormonios
excitatorios
Tratamento?
• Atitude do paciente
TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA
Não-farmacológico
•Educação
•Exercício
•Terapia cognitiva
•Acupuntura
•Hipnoterapia
+
Farmacológico
•Neuromoduladores
•Antidepressivos
•Analgésicos
•Opióides fracos
•Outros
•
Goldenberg et al. JAMA. 2004;292:2388-2395 Clauw et al. Best Prac Res Clin Rheumatol. 2003;17:685-701; Arnold et al. Arthritis Rheum. 2007;56:13361344. Consenso brasileiro para o tratamento da Fibromialgia.
CONSENSO BRASILEIRO PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Tratamento
Grau de recomendação
Nível de evidência
Amitriptilina ou Ciclobenzaprina
A
Ib
Milnaciprano ou Duloxetina
A
Ib
Fluoxetina associada ou não
A
Ib
Outros inibidores de recaptação de serotonina
Não
recomendados
Venlafaxina
Sem
consenso
Tramadol
A
Ib
Pramiprexol
A
Ib
Gabapentina
A
Pregabalina
A
Ib
Tropisetrona
A
Ib
Analgésicos ou analgésicos opiáceos fracos
D
IV
Zolpidem e Zoplicona
D
IV
Corticóides
Não
recomendado
Opióides potentes
Não
recomendado
Consenso Brasileiro para o Tratamento da Fibromialgia
O paciente com síndrome da
fibromialgia deve ser afastado
de suas atividades laborais ?
Dilemas
Em quais situações?
Por quanto tempo?
Existe a possibilidade de simulação?
Existe a possibilidade de ganho secundário?
Como avaliar a necessidade de afastamento do trabalho?
O afastamento oferece benefício orgânico?
O afastamento pode reforçar certos vícios e comportamentos?
Pode haver envolvimento em litígio?
Tal envolvimento aumenta o estresse ou pode ser benéfico?
LIMITAÇÃO FUNCIONAL DECORRENTE DE:
•
•
•
•
•
•
•
DEFORMIDADE
ATROFIA
INSTABILIDADE
FORÇA
DISTÚRBIO NEUROLÓGICO
DOR
FADIGA
INCAPACIDADE - INTERAÇÃO COMPLEXA
(impacto social da limitação funcional)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
EXPERIÊNCIAS PASSADAS
EDUCAÇÃO
STATUS SOCIAL
SISTEMA DE VALORES PESSOAIS
BASE ÉTNICO-CULTURAL
AUTOESTIMA
ÉTICA
MOTIVAÇÃO
ESTRESSE PSICOLÓGICO
DISPONIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
COMO MEDIR INCAPACIDADE?
Impacto social da limitação funcional
• Procedimento padrão: questionário
• Alternativa: OBSERVAR DESEMPENHO
• Contagem de restrições (problemático)
• Conhecer graus de dificuldade de acordo com
padrões conhecidos e regras operacionais
• Precisão: escores ordinais com poucas categorias
A maioria dos pacientes FM responsabiliza a dor como uma das
principais causas de incapacidade
Os problemas encontrados na avaliação do paciente com dor crônica são em grande
parte relacionados a quatro questões:
1) dor é uma sensação puramente subjetiva, que é geralmente interpretada num
contexto emocional
2) dor crônica não pode ser completamente entendida em termos de um modelo
clássico da doença que equipara a patogênese com lesões nos tecidos ou
disfunção
3) muitas pessoas têm dor persistente, mas não estão incapacitadas
4) incapacidade devido à dor resulta de uma complexa interação
É cada vez mais evidente que a incapacidade
em estados de dor crônica é pouco
correlacionada com a intensidade da dor
Tait RC, Margolis RB, Krause SJ, Liebowitz E: Compensation status and symptoms
reported by patients with chronic pain. Arch Phys Med Rehabil 69:1027-1029, 1988
Report of the Commission on the Evaluation of Pain. Soc Secur Bull 50:13-44, 1987
Loeser JD: What is chronic pain? Theor Med 12:213-225, 1991
Pacientes incapacitados por dor geralmente
vinculam a limitação funcional à dor persistente
e não podem conceber uma vida normal,
enquanto estiverem com dor
Reesor KA, Craig KD: Medically incongruent chronic back pain: physical limitations,
suffering, and ineffective coping. Pain 32:35-45, 1988
Talo S, Hendler N, Brodie J: Effects of active and completed litigation on treatment
results: workers' compensation patients compared with other litigation patients. J
Occup Med 31:265-269, 1989
Não existem instrumentos validados para avaliação da incapacidade em
pacientes com FM (Bennett, 1996).
O recurso mais útil e prático é o “American Medical Association Guides to the
Evaluation of Permanent Impairment”.
Como uma visão geral do problema indicam:
(1) a avaliação da dor não se presta às normas estritas de laboratório de
precisão
(2) a avaliação da dor crônica não pode ser feita com base no grau de lesão de
tecido - o modelo médico clássico
(3) avaliação da dor requer uma compreensão completa de um modelo multifacetado biopsicossocial de doença
(4) o julgamento médico sobre a deficiência deve envolver uma mistura de arte
e ciência da medicina, e o julgamento deve ser caracterizado não tanto pela
precisão científica, como também pela regularidade processual.
Guides to the Evaluation of Permanent Impairment. 4th edition. American Medical
Association, 1993
MODELO BIOPSICOSSOCIAL
Os médicos muitas vezes se sentem
desconfortáveis em avaliar os estados de
dor crônica, e regularmente tomam decisões
apoiados na experiência e em termos de
probabilidade médica razoável.
Engel GL: A clinical application of the Biophysical Model.
Am J Psychiatry 137:535-544, 1980
Há evidências negativas para o paciente com FM
quanto à litigância e aos afastamentos prolongados.
Estes se justificam em casos de quadros depressivos
graves associados.
Decisões sobre afastamento do trabalho não são
recomendadas sem conhecer bem o paciente.
Helfenstein M, Goldenfum MA, Siena CAF. Fibromialgia: aspectos clínicos e
ocupacionais. Rev Assoc Med Bras 2012; 58(3):358-365
Não há evidência científica determinando que a FM seja causada
pelo trabalho
Isso não impede que se busquem adaptações laborais razoáveis,
tais como a redução do tempo de execução das tarefas, entre
outras, apesar de as modificações laborais para esta doença ainda
não estarem definidas
Dor ou fadiga em níveis significativos e que não respondem ao
tratamento adequado, o afastamento do trabalho por curto período
pode ser considerado, apesar de terem sido empiricamente
observados afastamentos temporários repetidos, obtidos por meios
litigiosos, ainda sem claro suporte científico quanto à sua
necessidade e consequente repercussão econômica.
Helfenstein M, Goldenfum MA, Siena CAF. Fibromialgia: aspectos clínicos e
ocupacionais. Rev Assoc Med Bras 2012; 58(3):358-365
• Mulheres que trabalham com FM relataram melhor saúde do
que as mulheres com FM afastadas do trabalho, em termos de
dor, rigidez, depressão, status de saúde, e aspectos físicos da
qualidade de vida, que representam as funções do corpo e o
estado geral de saúde.
• No entanto, elas foram igualmente prejudicadas nos testes de
capacidade física.
• Níveis de dor moderada foram compatíveis com o trabalho,
enquanto a dor grave pareceu comprometer o trabalho.
• A fadiga foi melhor tolerada, pois as mulheres com maiores
pontuações de fadiga estavam trabalhando. A fadiga não
parecer ser um fator determinante para o trabalho neste
estudo.
A dor avaliada pelo FIQ foi o único fator independente
explicativo para o trabalho neste estudo.
Os resultados indicam que as mulheres com FM com dor
moderada podem se manter no trabalho. Algumas
mulheres são capazes de trabalhar, apesar da dor grave, o
que levanta a questão sobre fatores relacionados no local
de trabalho que contribuem para a capacidade de
trabalhar.
A influência de fatores relacionados ao trabalho sobre a
capacidade laboral em FM precisa ser melhor estudada.
Dilemas
Em quais situações?
Por quanto tempo?
Existe a possibilidade de simulação?
Existe a possibilidade de ganho secundário?
Como avaliar a necessidade de afastamento do trabalho?
O afastamento oferece benefício orgânico?
O afastamento pode reforçar certos vícios e comportamentos?
Pode haver envolvimento em litígio?
Tal envolvimento aumenta o estresse ou pode ser benéfico?
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