EMBRIOGÊNESE DO APARELHO OCULAR: FORMAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DA VESÍCULA ÓPTICA Profa. Dra. MARIA ANGÉLICA SPADELLA Disciplina Embriologia Humana FAMEMA Cronologia do Desenvolvimento: • Início do desenvolvimento: ~22º dia • Ao redor do 5º mês: quase formado Desenvolvimento Inicial do Olho • Série de sinais indutores • Diferenciação dos componentes São interações entre os tecidos, levando a uma mudança no desenvolvimento de pelo menos um deles. Sinalização Celular Existem três maneiras principais pelas quais os sinais indutores são transmitidos entre as células. A = Moléculas Difusíveis B = Matriz Extracelular C = Contato Físico 3 1 2 Sinais: Qualquer que seja o mecanismo de transferência intercelular envolvido, o sinal é traduzido em uma mensagem intracelular que influencia a atividade genética das células que respondem. Deriva de 4 fontes embrionárias: Neuroectoderma do Prosencéfalo: retina, íris e nervo óptico. Ectoderma Epidermal (superfície da Cabeça): cristalino e epitélio da córnea. Mesênquima entre essas fibrosas e vasculares do olho. camadas: túnicas Células da Crista Neural: coróide, esclera e endotélio da córnea. Secção da cabeça de um embrião (4.ª semana) Mesênquima entre essas camadas + Células da Crista Neural Prosencéfalo Neuroectoderma do Prosencéfalo Ectoderma Epidermal Associado ao Desenvolvimento do SN Vesícula Óptica NEURULAÇÃO (Final 3.ª semana) Placa Neural Sulco Neural + Crista Neural NEURULAÇÃO A B • Ectoderme Neural • Ectoderme Epidermal C DESENVOLVIMENTO DO ENCÉFALO Porção do Tubo Neural cefálica ao 4.º par de somitos - Diferenciação do tubo neural: Vesículas encefálicas Primárias Secundárias Aparelho Ocular PRIMEIRA INDICAÇÃO DO OLHO: INÍCIO DA 4.ª SEMANA FORMAÇÃO DOS SULCOS ÓPTICOS NO PROSENCÉFALO SULCOS ÓPTICOS Prosencéfalo Sulcos Ópticos se evaginam FORMAÇÃO DAS VESÍCULAS ÓPTICAS Indução pelo mesênquima adjacente (mediador químico) Vesículas Ópticas PLACA DO CRISTALINO OU DA LENTE Ectoderme de superfície Placa da Lente MENSAGEM INDUTORA Vesícula Óptica Espessamento Células Ectodérmicas Placa do Cristalino INDUÇÃO RECÍPROCA Vesícula Óptica Espessamento Células Ectodérmicas Placa do Cristalino se invagina Placa do Cristalino Vesícula do Cristalino VESÍCULAS ÓPTICAS PLACA DO CRISTALINO VESÍCULA DO CRISTALINO VESÍCULA ÓPTICA CÁLICE ÓPTICO PLACA DA LENTE VESÍCULA DA LENTE Cálice Óptico Retina Neural Pigmentar Vesícula da Lente Lente ou Cristalino Epitélio Corpo DESENVOLVIMENTO DA RETINA Camada Neural Camada Pigmentar Espaço Intra-retiniano (Desaparece gradativamente) RETINA NEURAL Múltiplas Camadas: neuroepitélio espesso FISSURAS ÓPTICAS OU RETINIANAS • Formam-se na superfície ventral do Cálice Óptico e na Haste Óptica • Contém mesênquima vascular: desenvolvem Vasos Hialóides Fundem-se (6 semanas): englobamento dos vasos dentro do nervo óptico primitivo Mielinização das fibras do nervo óptico: incompleta ao nascimento. Somente após exposição do olhos à luz por cerca de 10 semanas. DESENVOLVIMENTO DA LENTE Alongamento Celular Derivado do Ectoderma de Superfície Formação Fibras do Cristalino (altamente transparentes) Obliteração da cavidade da vesícula do cristalino FIBRAS DA LENTE (do córtex e do núcleo) FIBRAS DA LENTE Cápsula da Lente Mesênquima, Crista Neural Membrana Pupilar • Parte anterior da cápsula • Degenera no final do período embrionário com a involução de parte da artéria hialóide DESENVOLVIMENTO DA CORÓIDE E ESCLERA Ação Indutora da Camada Pigmentar da Retina Mesênquima circundante do cálice óptico Mesênquima Olho (secção sagital) ~6 semanas Duas Camadas: - Interna Vascular: Coróide - Externa Fibrosa: Esclera DESENVOLVIMENTO DO CORPO CILIAR E DA ÍRIS Corpo Ciliar: Ciliar Extensão cuneiforme da Coróide Íris: ris deriva da borda do cálice óptico e recobre parcialmente o cristalino PROCESSOS CILIARES • Projeções Digitiformes em direção ao Cristalino COR DOS OLHOS •Maioria dos RN: RN Íris é azul-clara ou cinzenta •Cor definitiva: definitiva Pigmentação durante 6 a 10 meses •Determinação da cor dos olhos: olhos Concentração X Distribuição dos Cromatóforos (células com pigmento) Desenvolvimento da Córnea Indução do Desenvolvimento: Vesícula do Cristalino Três Fontes: Fontes •Ectoderme da Superfície •Mesênquima contínuo com a esclera •Células Crista Neural CÓRNEA Córnea Epitélio Estroma Endotélio Porção do Olho (secção sagital) ~7 semanas Câmaras Aquosas: Anterior e Posterior Humor Vítreo e o Sistema de Vasos Hialóides • Final do Período Embrionário - Formação Pálpebras: mesênquima e de duas pregas da pele que crescem sobre a córnea; -Fusão: com 10 semanas 7º mês de gestação: ão Reabertura das Pálpebras PÁLPEBRAS FECHADAS O espaço entre a pálpebra fechada e a região anterior do Globo Ocular forma o Saco Conjuntival ABERTURA DAS PÁLPEBRAS Conjuntiva bulbar Conjuntiva palpebral GLÂNDULAS LACRIMAIS * Desenvolvem-se de brotos do ectoderme de superfície; * Brotos se ramificam e se canalizam = ductos nasolacrimais; * São pequenas ao nascimento; * Não funcionam plenamente até 6 meses de vida; * Lágrimas frequentemente não estão presentes no choro de RN. Como a indução tecidual desempenha um papel fundamental em garantir a formação ordenada de uma estrutura precisa, pode-se esperar que falhas na interação tenham conseqüências drásticas para o desenvolvimento. As anomalias do olho, na maioria são decorrentes da complexidade do seu desenvolvimento. Mesmo assim elas ocorrem com uma freqüência pequena nas populações. PERÍODOS CRÍTICOS DO DESENVOLVIMENTO DO OLHO Alguns Exemplos 1- Anoftalmia – ausência congênita de um ou dois olhos 2- Microftalmia – olho miniaturizado (subdesenvolvido e o cristalino não se forma) Freqüentemente resulta de infecção intrauterina por toxoplasmose 3- Ciclopia – herança recessiva – mutação ou inibição gene Sonic hedgehog proteína Fusão dos olhos 4- Descolamento Congênito da Retina (decorrente de sua gênese) 5- Coloboma da Retina: resulta do fechamento defeituoso da Fissura Retiniana na porção do cálice óptico 6- Coloboma da Íris: resulta do não fechamento da Fissura Retiniana na borda do cálice óptico 7- Membrana Pupilar Persistente Persistência da membrana pupilar cobrindo a superfície anterior do cristalino 8- Afaquia Congênita – Ausência do Cristalino – extremamente rara. 9- Glaucoma Congênito – desenvolvimento anormal do mecanismo de drenagem do Humor Aquoso = elevação pressão intra-ocular Em alguns casos, essa anomalia é adquirida devido a infecção pelo vírus da Rubéola 10 - Catarata Congênita – cristalino opaco, branco-acinzentado, causando cegueira (genético: transmissão dominante mais comum) Alguns casos essa anomalia é adquirida devido a infecção pelo vírus da Rubéola 11- Coloboma Palpebral – Porção da pálpebra ausente 12- Ptose Palpebral Congênita – ms. elevador da pálpebra superior OBRIGADA