EXERCÍCIOS EXPANSÃO MARÍTIMA 1. (Enem 2016) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006. A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano. 2. (Uem 2015) Sobre a expansão marítima e a colonização europeias nos séculos XV e XVI e seus desdobramentos na integração das regiões geográficas e na economia mundial, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Na época das navegações, as monarquias nacionais adotavam práticas econômicas que buscavam a acumulação de metais preciosos como medida de riqueza. 02) As navegações portuguesas dos séculos XIV, XV e XVI tiveram como finalidade principal promover a emigração do excedente populacional daquele país para as colônias do além-mar. 04) Durante o período colonial, as colônias ibero-americanas deveriam realizar comércio apenas com suas metrópoles. 08) A colonização da América contribuiu para o desenvolvimento do comércio entre os continentes e para a Revolução Industrial. 16) Como resultado da colonização da América, Portugal e Espanha se transformaram em potências econômicas e importantes polos da Revolução Industrial. 3. (Fuvest 2013) Não mais, musa, não mais, que a lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida, E não do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida. O favor com que mais se acende o engenho Não no dá a pátria, não, que está metida No gosto da cobiça e na rudeza Duma austera, apagada e vil tristeza. Luis de Camões. Os Lusíadas. a) Cite uma característica típica e uma característica atípica da poesia épica, presentes na estrofe. Justifique. b) Relacione o conteúdo dessa estrofe com o momento vivido pelo Império Português por volta de 1572, ano da publicação de Os Lusíadas. 4. (Unesp 2017) Leia o trecho de A divina comédia, escrita pelo poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321), no início do século XIV. Como, em seu 1Arsenal, os venezianos fervem, no inverno, o pegajoso 2pez, pra de seus 3lenhos consertar os danos, pois, não podendo navegar, ao invés há quem renove o lenho, ou 4calafete o casco que viagem muita fez; e um na proa, na popa outro arremete, um faz o remo, outro torce o cordame, um remenda a grã vela, outro o 5traquete. Página 1 de 48 A divina comédia, 2009. 1 arsenal: lugar de conserto de navios. pez: piche. 3 lenho: barco. 4 calafetar: vedar, fechar. 5 traquete: mastro. 2 Nos versos, o poeta refere-se ao trabalho de reparação dos navios venezianos. Descreva a natureza do trabalho desenvolvido no arsenal e explique o motivo da crise econômica das cidades italianas a partir do final do século XV. 5. (Fepar 2017) A ocupação econômica das terras americanas constitui um episódio da expansão comercial da Europa. Não se trata de deslocamentos de população provocados por pressão demográfica – como fora o caso da Grécia – ou de grandes movimentos de povos determinados pela ruptura de um sistema cujo equilíbrio se mantivesse pela força – caso das migrações germânicas em direção ao ocidente e sul da Europa [...] O comércio interno europeu havia alcançado um elevado grau de desenvolvimento no século XV, quando as invasões turcas começaram a criar dificuldades crescentes às linhas orientais de abastecimento de produtos de alta qualidade, inclusive manufaturas. O restabelecimento dessas linhas, contornando o obstáculo otomano, constitui sem dúvida alguma a maior realização dos europeus na segunda metade desse século. (FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1963, p. 7) Considere o texto e conhecimentos de história para julgar as afirmativas. ( ) A segunda diáspora, ou onda colonizadora helênica, foi determinada principalmente pelo crescimento demográfico e busca de terras férteis, quando os gregos colonizaram regiões do Mar Negro, das costas asiáticas e do Mediterrâneo, onde ergueram dezenas de cidades. No sul da Itália e na Sicília fundaram a Magna Grécia. ( ) As invasões bárbaras, notadamente as germânicas, penetraram em terras do Império Romano, terminando por destruí-lo, fato que assinala o fim da Idade Antiga. Contudo, ocorrera também a fixação pacífica de tribos germânicas em solo imperial, como colonos, povos federados e até soldados nas legiões romanas. ( ) Com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, fato que marcou o fim da Idade Média, aumentaram as dificuldades no comércio de especiarias via mar Mediterrâneo. Décadas antes Portugal já fazia avanços marítimos no Ciclo Oriental de Navegações. ( ) Como tinha interesse em conquistar terras fora da Europa, destinadas a filhos não primogênitos, a nobreza europeia ocidental foi a classe que mais apoiou as grandes navegações, financiando a equipagem de navios e pesquisas na área de geografia e tecnologia naval. ( ) Em decorrência de guerras religiosas derivadas da Reforma, ocorridas em Portugal e Espanha, numerosa população ibérica, buscando terras e liberdade, fixou-se em terras americanas, tornando possível a formação dos respectivos impérios coloniais. 6. (Fgv 2017) A colonização do Novo Mundo na época moderna apresenta-se como peça de um sistema, instrumento da acumulação primitiva, da época do capitalismo mercantil. Na realidade, nem toda colonização se desenrola dentro das travas do sistema colonial, pois a colonização inglesa na América do Norte, colônias de povoamento, deu-se fora dos mecanismos definidores do sistema colonial mercantilista. Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial, 1989. Adaptado. Página 2 de 48 A partir do texto, é correto afirmar que a) coexistem, no processo de colonização na Idade Moderna, dois tipos de colônias: as de exploração e as de povoamento, sendo estas as mais encontradas, uma vez que se baseiam em pequena propriedade, trabalho livre e mercado interno; além disso, o Antigo Sistema Colonial garantia superlucros às respectivas metrópoles. b) dois tipos de colonização significam a coexistência de dois processos históricos diferentes, um ligado à Idade Média e outro ligado à Idade Moderna, com características semelhantes, como o comércio triangular, a grande e a pequena propriedades, o autogoverno e o exclusivo metropolitano. c) a colonização de povoamento, típica do Sistema Colonial Mercantilista, baseia-se em grande propriedade, trabalho escravo e produção voltada para o mercado externo, o que implica o exclusivo metropolitano como base das relações entre Metrópole e Colônia. d) os dois tipos de colonização, de exploração e de povoamento, explicam-se por processos diferentes: a de exploração está ligada à acumulação de riqueza para a Metrópole moderna, com grande propriedade e trabalho escravo, enquanto a colonização de povoamento liga-se à Metrópole industrializada. e) o sentido profundo da colonização moderna é comercial e capitalista, pois as colônias de exploração, típicas do Antigo Sistema Colonial, nasceram para as Metrópoles acumularem riqueza; e é dentro desse processo de análise de conjunto que se torna inteligível a existência do outro tipo, a colonização de povoamento. 7. (Pucrj 2017) O período que vai do século XVI a fins do XVIII, corresponde à formação e consolidação dos dois maiores impérios atlânticos da época Moderna: o império português e o império espanhol. As Coroas ibéricas – Portugal e Espanha – empreenderam uma espetacular expansão comercial e marítima e igualmente militar e religiosa. Desse modo, foram capazes de vincular ou conectar territórios e populações dos continentes Americano, Africano, Europeu e Asiático. Descreva as relações de conexão existentes entre os continentes acima citados a partir: a) da circulação e produção de mercadorias pelos portugueses e espanhóis no espaço atlântico; b) da mobilidade de populações europeias e africanas para as Américas. 8. (Ufrgs 2017) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a expansão de Portugal e a formação do império ultramarino entre os séculos XV e XVIII. ( ( ( ( ) O principal resultado da dinâmica expansionista de Portugal foi a homogeneização de todas as regiões que compunham o território imperial, tornando-as plenamente dependentes da metrópole e desprovidas de autonomia política e econômica. ) A formação do Império português, iniciada no contexto do Renascimento europeu, deu-se a partir da constituição de um ideário predominantemente clássico, que rompeu com as tradições medievais de governo. ) O reino de Portugal, do ponto de vista econômico, estava amplamente ligado ao comércio atlântico, tendo como uma das principais fontes de renda as receitas obtidas pelo tráfico ultramarino. ) A Igreja Católica, marcada pela dependência em relação à Coroa por meio do padroado régio, desempenhou um importante papel unificador do Império ao longo da expansão territorial portuguesa. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – V – F – V. b) V – F – V – F. c) F – V – F – V. d) F – V – V – F. e) F – F – V – V. 9. (Ufpr 2017) Calicute é cidade de cristãos que são homens morenos. Usam barbas grandes e cabelos compridos, alguns trazem as cabeças rapadas, outros tosquiadas. Usam topetes na moleira, para mostrar que são cristãos, e nas barbas, bigodes. Tem as orelhas furadas, e nos buracos delas trazem muito ouro. Andam nus da cinta para cima, para abaixo usam uns panos de algodão muito finos. Estes que andam vestidos assim são mais honrados; os outros vestem-se como podem. Álvaro Velho. Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama (1497-1499), editada por A. Fontoura da Costa, 3. ed., Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1969, p. 41. De acordo com o fragmento do relato de Vasco da Gama e com os conhecimentos sobre o período denominado “Grandes Descobrimentos”, discorra sobre a viagem desse navegador ao Oriente, mencionando os dois objetivos mais importantes que levaram a coroa portuguesa para essa região, delineando a rota seguida pelo navegador no Página 3 de 48 seu périplo para a Índia. Mencione quatro cidades onde os portugueses estabeleceram feitorias e identifique qual delas se tornou o Estado da Índia portuguesa. 10. (Pucrj 2017) A política expansionista empreendida pela Coroa portuguesa desde o início do século XV pelo Atlântico, em direção à África e América Portuguesa, tinha como intuito a exploração econômica, obtida por meio do comércio, sobretudo de produtos tropicais, metais preciosos e escravos; e também objetivos geopolíticos e religiosos com o estabelecimento das novas rotas atlânticas e a expansão do cristianismo. Com relação à expansão do cristianismo nos continentes americano e africano, a) indique duas ações empreendidas pela Coroa portuguesa para expandir o cristianismo na América portuguesa; b) explique a relação entre a expansão do cristianismo e os interesses comerciais portugueses em territórios africanos. 11. (Ufrgs 2017) Assinale a alternativa correta sobre a história das diferentes sociedades africanas até o século XVI. a) O império Songhai, situado às margens do rio Níger, teve em sua capital Gao um importante polo mercantil que reunia mercadores oriundos da Líbia, do Egito e do Magreb. b) As sociedades da África equatorial, em função das condições geográficas e climáticas pouco propícias, eram formadas predominantemente por pastores de animais de pequeno porte, sendo praticamente inexistente na região o cultivo de produtos agrícolas. c) As sociedades de origem Bantu, localizadas na região da África meridional entre os séculos XII e XV, eram predominantemente nômades e coletoras, não organizadas em aldeias e com escasso desenvolvimento tecnológico. d) A África, marcada pela intensa difusão do cristianismo durante as Cruzadas, contou, entre os séculos XI e XV, com reduzida presença de elementos islâmicos na definição das variadas culturas existentes no continente. e) O estabelecimento da colônia portuguesa em Moçambique, no século XVI, definiu o início das rotas comerciais ligando a região oriental do continente africano, entre Madagascar e o Chifre da África, com a Europa e a Ásia. 12. (Fuvest 2017) Encontram-se assinaladas no mapa, sobre as fronteiras dos países atuais, as rotas eurasianas de comércio a longa distância que, no início da Idade Moderna, cruzavam o Império Otomano, demarcado pelo quadro. A respeito dessas rotas, das regiões que elas atravessavam e das relações de poder que elas envolviam, é correto afirmar que a) a China, com baixo grau de desenvolvimento político e econômico, era exportadora de produtos primários para a Europa. b) a Índia era uma economia fracamente vinculada ao comércio a longa distância, em vista da pouca demanda por seus produtos. c) a Europa, a despeito do poder otomano, exercia domínio incontestável sobre o conjunto das atividades comerciais eurasianas. d) a África Ocidental se encontrava em posição subordinada ao poderio otomano, funcionando como sua principal fonte de escravos. e) o Império Otomano, ao intermediar as trocas a longa distância, forçou os europeus a buscar rotas alternativas de acesso ao Oriente. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Página 4 de 48 Cronista sem assunto Difícil é ser cronista regular de algum periódico. Uma crônica por semana, havendo ou não assunto... É buscar na cabeça uma luzinha, uma palavra que possa acender toda uma frase, um parágrafo, uma página inteira – mas qual? 1Onde o ímã que atraia uma boa limalha? 2Onde a farinha que proverá o pão substancioso? O relógio está correndo e o assunto não vem. Cronos, cronologia, crônica, tempo, tempo, tempo... Que tal falar da falta de assunto? Mas isso já aconteceu umas três vezes... Há cronista que abre a Bíblia em busca de um grande tema: os mandamentos, um faraó, o Egito antigo, as pragas, as pirâmides erguidas pelo trabalho escravo? Mas como atualizar o interesse em tudo isso? O leitor de jornal ou de revista anda com mais pressa do que nunca, 3e, aliás, está munido de um celular que lhe coloca o mundo nas mãos a qualquer momento. Sim, a internet! O Google! É a salvação. 4Lá vai o cronista caçar assunto no computador. Mas aí o problema fica sendo o excesso: ele digita, por exemplo, “Liberdade”, e 5lá vem a estátua nova-iorquina com seu facho de luz saudando os navegantes, ou o bairro do imigrante japonês em São Paulo, 6ou a letra de um hino cívico, ou um tratado filosófico, até mesmo o “Libertas quae sera tamen*” dos inconfidentes mineiros... Tenta-se outro tema geral: “Política”. Aí mesmo é que não para mais: vêm coisas desde a polis grega até um poema de Drummond, salta-se da política econômica para a financeira, chega-se à política de preservação de bens naturais, à política ecológica, à partidária, à política imperialista, à política do velho Maquiavel, ufa. Que tal então a gastronomia, mais na moda do que nunca? 7O velho bifinho da tia ou o saudoso picadinho da vovó, receitas domésticas guardadas no segredo das bocas, viraram nomes estrangeiros, sob molhos complicados, de apelido francês. Nesse ramo da alimentação há também que considerar o que sejam produtos transgênicos, orgânicos, as ameaças do glúten, do sódio, da química nociva de tantos fertilizantes. Tudo muito sofisticado e atingindo altos níveis de audiência nos programas de TV: já seremos um país povoado por cozinheiros, quer dizer, por chefs de cuisine?** Temas palpitantes, certamente de interesse público, estão no campo da educação: há, por exemplo, quem veja nos livros de História uma orientação ideológica conduzida pelos autores; 8há quem defenda uma neutralidade absoluta diante de fatos que seriam indiscutíveis. 9Que sentido mesmo tiveram a abolição da escravatura e a proclamação da República? E o suicídio de Getúlio Vargas? E os acontecimentos de 1964? Já a literatura e a redação andam questionadas como itens de vestibular: mas sob quais argumentos o desempenho linguístico e a arte literária seriam dispensáveis numa formação escolar de verdade? Enfim, 10o cronista que se dizia sem assunto de repente fica aflito por ter de escolher um no infinito cardápio digital de assuntos. Que esperará ler seu leitor? 11Amenidades? Alguma informação científica? A quadratura do círculo encontrada pelo futebol alemão? A situação do cinema e do teatro nacionais, dependentes de financiamento por incentivos fiscais? Os megatons da última banda de rock que visitou o Brasil? O ativismo político das ruas? Uma viagem fantasiosa pelo interior de um buraco negro, esse mistério maior tocado pela Física? A posição do Reino Unido diante da União Europeia? 12 Houve época em que bastava ao cronista ser poético: o reencontro com a primeira namoradinha, uma tarde chuvosa, um passeio pela infância distante, um amor machucado, 13tudo podia virar uma valsa melancólica ou um tango arrebatador. Mas hoje parece que estamos todos mais exigentes e utilitaristas, e os jovens cronistas dos jornais abordam criticamente os rumores contemporâneos, valem-se do vocabulário ligado a novos comportamentos, ou despejam um humor ácido em seus leitores, 14num tempo sem nostalgia e sem utopias. É bom lembrar que o papel em que se imprimem livros, jornais e revistas está sob ameaça como suporte de comunicação. 15O mesmo ocorre com o material das fitas, dos CDs e DVDs: o mundo digital armazena tudo e propaga tudo instantaneamente. Já surgem incontáveis blogs de cronistas, onde os autores discutem on-line com seus leitores aspectos da matéria tratada em seus textos. A interatividade tornou-se praticamente uma regra: há mesmo quem diga que a própria noção de autor, ou de autoria, já caducou, em função da multiplicidade de vozes que se podem afirmar num mesmo espaço textual. Num plano cósmico: quem é o autor do Universo? Deus? O Big Bang? A Física é que explica tudo ou deixemos tudo com o criacionismo? Enquanto não chega seu apocalipse profissional, o cronista de periódico ainda tem emprego, o que não é pouco, em tempo de crise. Pois então que arrume assunto, e um bom assunto, para não perder seus leitores. Como não dá para ser sempre um Machado de Assis, um Rubem Braga, um Luis Fernando Veríssimo, há que se contentar com um mínimo de estilo e uma boa escolha de tema. A variedade da vida há de conduzi-lo por um bom caminho; é função do cronista encontrar algum por onde possa transitar acompanhado de muitos e, de preferência, bons leitores. (Teobaldo Astúrias, inédito) * Liberdade ainda que tardia. ** chefes de cozinha. 13. (Puccamp 2017) O texto de Teobaldo Astúrias, ao se referir à estátua nova-iorquina com seu facho de luz saudando os navegantes, nos remete à Expansão Marítima Europeia. Sobre esse fenômeno é correto afirmar que a chegada de Cristovão Colombo à América faz parte Página 5 de 48 a) da unificação dos reinos ibéricos que, aliada à posição geográfica, favoreceu o pioneirismo naval. b) do processo de expansão da economia mercantil europeia e do fortalecimento da classe burguesa. c) do empreendimento planejado espanhol, destinado à exploração das riquezas comerciais do Oriente. d) do desejo do rei espanhol em realizar a primeira viagem de circum-navegação comercial ao Oriente. e) da missão de expandir o comércio de especiarias do Oriente para os povos conquistados na América. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “O Descobrimento da América, no quadro da expansão marítima europeia, deu lugar à unificação microbiana do mundo. No troca-troca de vírus, bactérias e bacilos com a Europa, África e Ásia, os nativos da América levaram a pior. Dentre as doenças que maior mortandade causaram nos ameríndios estão as 'bexigas', isto é, a varíola, a varicela e a rubéola (vindas da Europa), a febre amarela (da África) e os tipos mais letais de malária (da Europa mediterrânica e da África). Já a América estava infectada pela hepatite, certos tipos de tuberculose, encefalite e pólio. Mas o melhor 'troco' patogênico que os ameríndios deram nos europeus foi a sífilis venérea, verdadeira vingança que os vencidos da América injetaram no sangue dos conquistadores. Traços do trauma provocado por essas doenças parecem ter-se cristalizado na mitologia indígena. Quatro entidades maléficas se destacavam na religião tupi no final do Quinhentos: Taguaigba ('Fantasma ruim'), Macacheira ou Mocácher ('O que faz a gente se perder'), Anhanga ('O que encesta a gente') e Curupira ('O coberto de pústulas'). É razoável supor que o curupira tenha surgido no imaginário tupi após o choque microbiano das primeiras décadas da descoberta.” Luiz Felipe de Alencastro. “Índios perderam a guerra Bacteriológica”. Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado. 14. (Pucsp 2017) O texto expõe uma das características mais importantes da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI, a) seu esforço saneador, que garantiu o acesso das populações americana, asiática e africana aos avanços técnicos europeus. b) sua dimensão eurocêntrica, que assegurou uma dominação pacífica da América e da África pelos conquistadores europeus. c) seu caráter globalizador, que permitiu articular os continentes, estabelecendo maior circulação de pessoas e mercadorias. d) sua concepção lógica, que orientou o planejamento minucioso da conquista, evitando que os europeus enfrentassem imprevistos. 15. (Pucrs 2016) Considere as afirmações sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral, que aportou no litoral brasileiro em abril de 1500, dando origem ao “descobrimento do Brasil”. I. A expedição foi um empreendimento estatal comandado e controlado pela Coroa Portuguesa, sem que houvesse participação de investimentos privados na sua montagem e execução. II. A viagem de Cabral contou com o apoio da Igreja Católica, que desejava expandir o cristianismo para além da Europa; ademais, o reconhecimento oficial da Igreja conferia legitimidade às novas conquistas. III. A escolha do comandante da esquadra portuguesa teve como principais critérios a competência e a experiência profissional de Cabral, sinalizando o rompimento do Estado português com os privilégios aristocráticos na sua burocracia. IV. A expedição tinha como objetivo final estabelecer rotas comerciais de especiarias com o Oriente; a “descoberta do Brasil”, porém, estava entre os resultados possíveis, devido ao interesse português em controlar a navegação no Atlântico Sul. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e IV. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 16. (Unicamp 2016) Os estudos históricos por muito tempo explicaram as relações entre Portugal e Brasil por meio da noção de pacto colonial ou exclusivo comercial. Sobre esse conceito, é correto afirmar que: a) Trata-se de uma característica central do sistema colonial moderno e um elemento constitutivo das práticas mercantilistas do Antigo Regime, que considera fundamental a dinâmica interna da economia colonial. b) Definia-se por um sistema baseado em dois polos: um centro de decisão, a metrópole, e outro subordinado, a colônia. Esta submetia-se à primeira através de uma série de mecanismos político-institucionais. c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram e foram insubordinados diante do pacto colonial, ao exigirem sua presença e atuação nas Cortes dos reis ou ao pedirem a presença do Marquês de Pombal na colônia. Página 6 de 48 d) A noção de pacto colonial é um projeto embrionário de Estado que acomodava as tensões surgidas entre os interesses metropolitanos e coloniais, ao privilegiar as experiências do “viver em colônia”. 17. (Fgvrj 2016) A partir do século XV, com o périplo africano, a exploração do litoral da África permitiu que os portugueses estabelecessem feitorias e intensificassem suas atividades mercantis. A respeito das atividades comerciais que se desenvolviam no continente africano a partir do século XV, assinale a afirmação correta. a) As rotas internas da África só se articularam ao circuito mercantil do Mediterrâneo com a expansão marítima e com a transposição do Cabo das Tormentas. b) As rotas saarianas haviam sido intensificadas com a expansão islâmica e articularam-se ao processo de expansão comercial que envolveu também as rotas asiáticas de especiarias. c) As rotas africanas do Saara foram interrompidas com o périplo português, que ampliou e acelerou o escoamento dos produtos do interior do continente. d) O comércio interno do continente africano baseava-se no tráfico de escravos e no escravismo, sistema de exploração e venda de seres humanos, criado na África. e) As atividades mercantis africanas dependiam do trânsito de mercadorias de luxo vindas da Ásia, dado que o continente africano não produzia esse tipo de mercadoria. 18. (Unesp 2016) Entre os motivos do pioneirismo português nas navegações oceânicas dos séculos XV e XVI, podem-se citar a) a influência árabe na Península Ibérica e a parceria com os comerciantes genoveses e venezianos. b) a centralização monárquica e o desenvolvimento de conhecimentos cartográficos e astronômicos. c) a superação do mito do abismo do mar e o apoio financeiro e tecnológico britânico. d) o avanço das ideias iluministas e a defesa do livre-comércio entre as nações. e) o fim do interesse europeu pelas especiarias e a busca de formas de conservação dos alimentos. 19. (Pucrj 2016) Sobre a conquista espanhola da América nos séculos XV e XVI, assinale a afirmativa CORRETA. a) Da conquista participaram soldados, clérigos, cronistas, marinheiros, artesãos e aventureiros, motivados pelo desejo de encontrar riquezas como o ouro e a prata e também de expandir a fé católica expulsando os muçulmanos da América. b) O ano de 1492 foi crucial não só pela chegada de Colombo à América, como também pela conclusão da unidade da monarquia espanhola levada adiante pelos reis católicos com a conquista de Granada, último reduto muçulmano na península. c) Hernán Cortés conquistou facilmente o império Asteca, na região do alto Peru, à época governado por Montezuma, com quem se aliou para derrotar outros povos indígenas que resistiram à dominação espanhola. d) Desde o início da conquista, os indígenas contaram com a proteção da Igreja católica que os reconhecia como seres humanos que possuíam alma e, portanto, não deveriam ser subjugados. e) O Império Inca, no México, foi conquistado por Francisco Pizarro, que enfrentou uma longa resistência dos exércitos indígenas, militarmente superiores e profundos conhecedores do território em que viviam. 20. (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2016) A expansão do Império Otomano, do século XIV ao século XVII, teve grandes consequências para a organização social, política e econômica da Europa. Observe o mapa acima e assinale a alternativa CORRETA. Página 7 de 48 a) Os otomanos eram turcos muçulmanos que tomaram vários territórios cristãos, inclusive, em 1453, a capital do antigo Império Bizantino, Constantinopla. Com esse evento, as nações cristãs passaram a utilizar principalmente as rotas terrestres para terem acesso às Índias. b) Com a expansão do Império Otomano, os territórios que envolviam o Mar Mediterrâneo foram completamente dominados pelos cristãos, pois os muçulmanos foram expulsos. Apesar de serem também nações cristãs, Portugal e Espanha disputavam o comércio com os turcos otomanos e por isso tiveram que começar a navegar pelo Atlântico. c) O Império Otomano expandiu-se gradativamente por territórios da Europa e da África, do século XIV ao século XVII, sendo que a sua principal intenção era desenvolver a agricultura autossustentável. Dessa forma, sua expansão não interferiu no comércio no Mar Mediterrâneo. d) Com a expansão do Império Otomano, o Mar Mediterrâneo foi dominado pelos turcos muçulmanos, dificultando o acesso das nações cristãs às Índias para realização do comércio. Isso fez com que Portugal e Espanha investissem nas navegações pelo Atlântico, o que favoreceu a chegada dos europeus nos territórios americanos. e) O principal objetivo dos turcos otomanos era conquistar os territórios africanos. Apesar de terem chegado até Argel, não conseguiram adentrar o continente africano, pois enfrentaram alta resistência dos europeus, que já se encontravam no seu interior. 21. (Upf 2016) Luís Vaz de Camões, um dos maiores nomes do Renascimento Cultural português, imortalizou, em sua principal obra, a viagem de Vasco da Gama às Índias. “Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteo são cortadas.” (CAMÕES. Os Lusíadas. Verso 19) Assinale a alternativa que apresenta corretamente elementos relativos à participação de Portugal na expansão marítima europeia nos séculos XV e XVI. a) O total apoio da Igreja Católica, desde a aclamação do primeiro rei português, visando à expansão econômica e religiosa que a expansão marítima iria concretizar. b) Para o grupo mercantil, a expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando a crise do século XV; para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, trazia cargos e pensões; e, para a Igreja Católica, representava maior cristianização dos "povos bárbaros". c) O pioneirismo português se deveu mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas dinásticas, do que a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de Portugal. d) A expansão marítima, embora contasse com o apoio entusiasmado do grupo mercantil, recebeu o combate dos proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio eram perdulários. e) A burguesia, ao liderar a arraia-miúda na Revolução de Avis, conseguiu manter a independência de Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na expansão. 22. (Espcex (Aman) 2016) As viagens mercantis e os descobrimentos de rotas marítimas e de terras além-mar ocorridas no que conhecemos por expansão europeia, mudou o mundo conhecido até então. Foram etapas na conquista dos novos caminhos, rotas e descobrimentos os seguintes eventos: 1. Bartolomeu Dias atingiu a extremidade sul do continente africano, nomeando-a de Cabo das Tormentas. 2. Fernão de Magalhães, português, deu início à primeira viagem ao redor da Terra. 3. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. 4. Conquista de Ceuta pelos portugueses. 5. Cristóvão Colombo descobriu o que julgou ser o caminho para as Índias, mas na verdade havia aportado em terras desconhecidas. A sequência cronológica correta dos fatos listados é a) 1, 2, 3, 4 e 5. b) 3, 5, 4, 1 e 2. c) 5, 2, 1, 4 e 3. d) 2, 4, 1, 5 e 3. e) 4, 1, 5, 3 e 2. Página 8 de 48 23. (Uece 2016) Observe atentamente o seguinte enunciado: “Entre os séculos XV e XVI, Portugal procurou, no continente Africano, diferentes produtos para comercializar: inicialmente o ouro, depois o ser humano, pois entendeu o valor dos escravos como mercadoria de alto valor”. Considerando o trecho acima, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir: ( ( ( ( ) A tradição de exportar escravos para países árabes era comum em várias partes da África. ) Aprisionar pessoas para escravidão foi uma prática inexistente na África até a chegada dos europeus. ) Os portugueses acreditavam que ser escravo era uma possibilidade de salvação, porque os negros não eram cristãos. ) Para muitos europeus, os negros eram descendentes de Ham, o que os tornava amaldiçoados à escravidão eterna. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: a) V, V, F, F. b) V, F, V, V. c) F, V, V, F. d) F, F, F, V. 24. (Fuvest 2016) A exploração da mão de obra escrava, o tráfico negreiro e o imperialismo criaram conflitivas e duradouras relações de aproximação entre os continentes africano e europeu. Muitos países da África, mesmo depois de terem se tornado independentes, continuaram usando a língua dos colonizadores. O português, por exemplo, é língua oficial de a) Camarões, Angola e África do Sul. b) Serra Leoa, Nigéria e África do Sul. c) Angola, Moçambique e Cabo Verde. d) Cabo Verde, Serra Leoa e Sudão. e) Camarões, Congo e Zimbábue. 25. (Uem 2016) Sobre a ocupação e colonização dos Estados Unidos pela Inglaterra, é correto afirmar que: 01) O primeiro grande grupo de ingleses que chegou à América para iniciar a colonização tornou-se conhecido como os “pais peregrinos”. Eles eram puritanos e fugiam das perseguições religiosas que ocorriam na Inglaterra no início do século XVII. 02) Uma das mais importantes relações comerciais das colônias inglesas com o exterior era chamada de comércio triangular, assim entendido: a) os comerciantes das colônias do norte compravam açúcar, melaço e rum dos fazendeiros do Caribe; b) depois trocavam essas mercadorias por escravos, na África; c) por fim, traziam os escravos para a América, os quais, por sua vez, eram vendidos para as colônias do sul e para as colônias do Caribe. 04) A colônia de Massachusetts foi fundada pelos quakers, sob a liderança de Willian Pen. Os quakers eram pessoas extremamente violentas e defendiam o capitalismo industrial. 08) As colônias do sul utilizavam um sistema agrícola denominado plantation que tinha como base de produção a grande propriedade rural, a monocultura destinada à exportação e o uso de mão de obra escrava. 16) Em 1767 foi publicada a Lei Tomnshed, que proibia a circulação de pessoas, fossem inglesas, fossem americanas, entre as treze colônias. Essa medida gerou muitos conflitos sociais, inclusive a chamada Guerra de Secessão. 26. (Pucrj 2016) A respeito da ocupação holandesa dos territórios portugueses na América e na África, na primeira metade do século XVII, assinale a alternativa INCORRETA. a) A ocupação holandesa está relacionada à conjuntura política da união das coroas de Espanha e Portugal (União Ibérica) e ao processo de independência dos Países Baixos. b) Nesta mesma época, os holandeses também invadiram e ocuparam territórios portugueses na África (Angola), com o objetivo de controlar o fluxo de escravos negros para os engenhos de açúcar da América portuguesa. c) O período de administração de Maurício de Nassau foi marcado pela reorganização urbanística do Recife, com a pavimentação de ruas e a construção de novas pontes. d) A administração de Nassau no Nordeste da América portuguesa ficou caracterizada pela perseguição aos católicos e judeus, uma vez que os holandeses professavam a religião protestante (calvinistas). e) Até a União Ibérica, os comerciantes holandeses eram os principais distribuidores do açúcar português na Europa. 27. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) “Mas Colombo não estava tão longe de certas concepções correntes durante a Idade Média acerca da realidade física do Éden, que descresse de sua existência em algum lugar do globo. E nada o desprendia da ideia, verdadeiramente obsessiva em seus escritos, de que precisamente as novas Índias, para onde o guiara a mão da Providência, se situavam na orla do Paraíso Terreal.” Página 9 de 48 Sergio Buarque de Holanda. Visão do Paraíso. São Paulo: Editora Nacional, 1985, p. 15. A partir do texto, é possível afirmar que Colombo a) simbolizava o conquistador moderno, marcado pela valorização da razão, da aventura e do sucesso individual. b) demonstrava a persistência, durante o período da expansão marítima, de traços de uma mentalidade mística e fabulosa. c) simbolizava o conquistador moderno, movido pela ganância financeira e pela busca incessante de novos mercados. d) demonstrava a persistência, em meio à conquista europeia do Atlântico, da lógica maniqueísta do pensamento medieval. 28. (Ufrgs 2016) Em relação à história da Europa moderna, assinale a alternativa correta. a) Os humanistas eram indivíduos que, inspirados pela escolástica, propagavam um saber centrado apenas no Cristianismo. b) O contato dos europeus com os ameríndios não alterou as características do pensamento renascentista, exclusivamente voltado para a imitação dos autores gregos e romanos. c) O deslocamento das rotas comerciais europeias para os entrepostos localizados no Mar Mediterrâneo ocorreu no século XVI. d) A ascensão da burguesia, no século XIV, ocasionou a fragmentação do poder monárquico e o desenvolvimento de Estados capitalistas. e) A difusão da imprensa, a partir do século XV, foi importante para o desenvolvimento de novas práticas culturais. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo. (...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”. (VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (14981554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197) 29. (Puccamp 2016) O imaginário que povoou as crenças dos viajantes no contexto da expansão marítima europeia pressupunha a a) presença de perigos mortais advindos de forças sobrenaturais no então denominado Mar Sangrento ou Vermelho em função do número de tragédias que ocorriam durante sua travessia. b) certeza de que o chamado Mar Oceano se conectava ao Pacífico, por meio de uma passagem que posteriormente seria nomeada como Estreito de Gibraltar. c) existência de monstros marinhos, ondas gigantescas e outros tipos de ameaça no chamado Mar Tenebroso, como era conhecido o Atlântico. d) dúvida em relação à possibilidade de circunavegação da terra, pois a primeira volta completa ao mundo só ocorreu no final do século XVI, quando Colombo prosseguiu em sua busca de uma rota para as Índias. e) necessidade de que em toda expedição houvesse um padre e um grande crucifixo, artifícios que impediriam qualquer ameaça durante a travessia, inclusive epidemias como o escorbuto, causadas pela falta de higiene. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder às questões abaixo Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbárie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo em que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como justificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América. (Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado.) 30. (Unesp 2016) A partir do texto, é correto afirmar que a dominação europeia da África, entre os séculos XV e XVIII, Página 10 de 48 a) derivou prioritariamente dos valores do islamismo, aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício, salvar suas almas. b) foi um esforço humanitário, que visava libertar povos oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos e selvagens. c) baseou-se em avanços científicos e em pressupostos liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais e sociais. d) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia. e) fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes, que mostravam fascínio e respeito pelas culturas nativas africanas. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo. Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão. (Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37) 31. (Puccamp 2016) Por muito tempo vigorou, nos livros didáticos, uma simplificação dos conceitos colonização de exploração e colonização de povoamento. Tal simplificação se baseava na hipótese de que a) o primeiro conceito denunciava a exploração da mão de obra nativa e escrava em larga escala nas zonas agrícolas em todo o continente, enquanto o segundo enaltecia a fundação de núcleos urbanos, como aqueles surgidos nas zonas de mineração, considerados espaços mais democráticos e suscetíveis à mobilidade social. b) na América Portuguesa teria predominado a exploração predatória e a devastação ambiental, sem qualquer preocupação com a ocupação do território, enquanto, na América Espanhola, o povoamento planejado teria sido o foco central da empresa colonizadora. c) o modelo de exploração era atribuído à colonização ibérica, e o modelo de povoamento à colonização inglesa, buscando diagnosticar os contrastes entre atraso e desenvolvimento e minimizando alguns elementos complicadores como o fato de que nas colônias britânicas também existiu a plantation e intensa exploração. d) essa diferenciação havia sido instituída no discurso oficial das próprias metrópoles e amplamente ratificada pelos missionários religiosos que atuaram nas Américas, a fim de reforçar a ideia de que a catequização fazia parte de um processo de povoamento com resultados civilizatórios, diferente da ação dos primeiros aventureiros. e) o primeiro conceito remetia ao período compreendido entre os séculos XV e XVIII, quando teria predominado a extração de matérias primas e metais preciosos no continente, enquanto o segundo valorizava a ampla imigração europeia dos séculos XIX e XX, considerada altamente benéfica para o desenvolvimento das ex-colônias. 32. (Udesc 2015) Analise o texto abaixo: Las tres caravelas (...) Um navegante atrevido Saiu de Palos um dia Vinha com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria Em terras americanas Saltou feliz certo dia Vinha com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria Muita coisa sucedeu Daquele tempo pra cá O Brasil aconteceu É o maior, que é que há? Página 11 de 48 (...) Viva Cristóvão Colombo Que para nossa alegria Veio com três caravelas A Pinta, a Nina e a Santa Maria (Algueró Jr. Moreau. Tradução: João de Barro) Analise as proposições sobre essa canção popular, gravada por Caetano Veloso e Gilberto Gil no disco Tropicália ou Panis et Circensis (1968). I. A letra faz referência a episódios históricos conhecidos como o “descobrimento da América” pelos europeus, por meio da viagem empreendida pelo almirante Cristóvão Colombo, partindo da costa da Espanha pelo Oceano Atlântico, e atingindo as ilhas do Caribe, no dia 12 de outubro de 1492. II. Os cantores da Tropicália utilizam a canção com ironia em relação ao discurso ufanista dos militares brasileiros durante a ditadura. Para eles, o Brasil estava submisso aos interesses econômicos dos Estados Unidos, como havia sido em relação às monarquias ibéricas no período colonial. III. O autor da letra, ao afirmar que o navegador “saltou feliz certo dia” nas terras americanas, identifica-se com os nativos, que consideram esse episódio o início de uma era de paz e prosperidade, pois Colombo veio “para nossa alegria”. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Somente a afirmativa I é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 33. (Uem 2015) O Período Moderno da história do ocidente viveu um processo de intensas transformações em todos os aspectos da vida social e da vida privada. Sobre a economia do mundo ocidental na Época Moderna, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Na Inglaterra, predominou, do século XV ao XIX, a produção manufatureira. Caracterizada pela utilização de máquinas, a manufatura libertou a produção dos limites da força e da agilidade dos trabalhadores. 02) A centralização política, que resultou no surgimento das monarquias nacionais, tornou possível uma maior intervenção dos reis na vida social, com o estabelecimento de regras, práticas e ações, inclusive na economia. 04) O Mercantilismo foi um conjunto de práticas, normas e ações adotadas pelos estados nacionais modernos que visavam à obtenção e ao acúmulo de riquezas. A adoção dessas práticas e normas contribuiu para o fortalecimento do poder régio. 08) O protecionismo, uma das práticas mais disseminadas entre as monarquias modernas, tinha como objetivo claro e declarado obstaculizar o desenvolvimento do capitalismo e favorecer a nobreza feudal. 16) A Inglaterra, na Época Moderna, adotou medidas para estimular o desenvolvimento da frota naval e da marinha mercante e para incentivar a produção manufatureira. 34. (Fuvest 2015) Examine a seguinte imagem: Página 12 de 48 a) Identifique e analise dois elementos representados na imagem, relativos ao contexto sociopolítico de Portugal na segunda metade do século XVIII. b) Aponte e explique uma medida relativa ao Brasil, adotada por Portugal nessa mesma época. 35. (Unesp 2015) Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! PESSOA, Fernando. “O Infante”. Mensagem. Obra poética, 1960. Identifique quatro características que, segundo o texto, marcaram a expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI. Exemplifique com os versos do próprio poema. 36. (Ucs 2015) A expansão marítimo-comercial compreende o período das grandes viagens empreendidas pelos países europeus, nos séculos XV e XVI, em busca de riquezas além-mar. Considere as seguintes afirmativas sobre o movimento conhecido como grandes navegações. I. Inserido no contexto do desenvolvimento do mercantilismo, resultou numa importante revolução comercial e na formação de vastos impérios coloniais. II. Sofreu influência da nova mentalidade criada pelo Renascimento cultural e científico. A inquietude intelectual levou ao desbravamento geográfico, ao rompimento de fronteiras físicas e de barreiras dogmáticas. III. Entre uma de suas principais consequências está o deslocamento do eixo econômico do oceano Atlântico para o mar Mediterrâneo e o aumento das transações comerciais. Das proposições acima, a) apenas I está correta. b) apenas II está correta. c) apenas I e II estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas. 37. (Ufsm 2015) Moderna. Considere as afirmativas a seguir, observando as condições alimentares europeias na Idade Página 13 de 48 I. As especiarias eram itens culinários muito caros e utilizados, especialmente, para refinar os pratos consumidos pelos que tinham maior condição financeira. II. Na falta de outras maneiras para que os alimentos ficassem preservados por mais tempo, o mais usual era a salga, a secagem e a defumação. III. As especiarias eram produtos onerosos, porque provinham de regiões distantes, como o norte da América. IV. O contato dos europeus com os nativos da América possibilitou a inclusão de novos produtos na dieta do Velho Mundo. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas III. c) apenas II e IV. d) apenas I, II e IV. e) I, II, III e IV. 38. (Pucsp 2015) "Do século XVI ao XIX o comércio de escravos na costa atlântica da África foi negócio entre comerciantes europeus e africanos, ou representantes dos reis africanos, pois na maioria das vezes eram estes os grandes fornecedores de escravos para os navios negreiros. As trocas eram feitas em alguns pontos da costa, seguindo regras estabelecidas principalmente pelas sociedades africanas. Os comerciantes europeus agiam conforme era determinado nos locais de comércio; apesar disso, conseguiam ter alguma influência sobre os chefes locais, que passaram a depender cada vez mais das mercadorias estrangeiras." Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2007, p. 60. A partir do texto, pode-se afirmar que a ação europeia na África a) estimulou o comércio de escravos, promovendo alterações culturais e econômicas significativas em sociedades africanas. b) era limitada pelas decisões e pela vontade dos governantes locais, que não aceitavam quaisquer interferências externas. c) aproveitou-se da tradicional prática africana de vender escravos para outras regiões do mundo, o que gerava lucros bastante altos. d) resumia-se ao fornecimento de produtos industrializados, evitando estabelecer outros tipos de relação mercantil com governantes africanos. e) ocorreu dentro de um contexto de ocupação territorial e domínio político, que determinaram a hegemonia europeia no continente. 39. (Uema 2015) “Durante 60 anos, Portugal e Espanha deram novo sentido à Monarquia Católica, controlando além das possessões europeias, grandes áreas ultramarinas na América, África e Ásia. Assim, nas primeiras duas décadas do século XVII, o objetivo central da burocracia hispano-lusa era assegurar a posse das imensas regiões de ultramar nas quatro partes do mundo conhecido, constantemente ameaçadas pelos concorrentes oceânicos: França, Inglaterra, e principalmente Holanda.” Fonte: CARDOSO, Alírio. A conquista do Maranhão e as disputas atlânticas na geopolítica da União Ibérica (15961626). Revista Brasileira de História, v. 31, n.61, 2011. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pib=S010201882011000100016&script=sci_arttext>. Acesso em: 12 ago. 2014. O texto faz referência ao período conhecido como “União Ibérica”. Explique a relação existente entre a “concorrência oceânica”, observada pelo autor, e as disputas pelo território do Maranhão. 40. (Uem 2015) Sobre a integração econômica mundial e sua relação com a colonização europeia na América, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A integração econômica teve como marco inicial, no século XVI, as grandes invenções, com destaque para a pólvora e os motores movidos a vapor. Beneficiados por esses inventos, os europeus tiveram condições de cruzar os oceanos e descobrir terras distantes. 02) As grandes navegações e as conquistas do final do século XV até o início do século XIX marcam a primeira etapa da integração econômica mundial. 04) A fase inicial da integração econômica mundial caracterizou-se pelo mercantilismo. A doutrina propunha a intervenção do Estado na economia, com o objetivo de fortalecer o seu poder político e econômico. Página 14 de 48 08) As práticas mercantilistas orientaram a colonização europeia na América. Segundo as regras do pacto colonial, cada colônia só podia fazer comércio com sua metrópole, para a qual fornecia matérias-primas e da qual comprava produtos manufaturados. 16) A integração econômica mundial se inicia com os acontecimentos que se destacaram no final do século XX, caso da queda do Muro de Berlim e do final da União Soviética. Esses fatos romperam as barreiras que distanciavam países e nações. 41. (Ufu 2015) Se essa passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que surgem as primícias da globalização. E essa globalização é mais que um processo de expansão de origem ibérica. Em 1500, ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do século XVI, a globalização corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam ou não se frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros. GRUZINSKI, Serge. A passagem do século: 1480-1520 – as origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 96-98. (Adaptado). Na busca das raízes do conceito de globalização, os historiadores têm voltado suas atenções às grandes navegações, porque este momento histórico a) permitiu, com anuência da Igreja, a formação de um verdadeiro mercado global de mão de obra escrava, composta de indígenas. b) tornou a Igreja uma força política global, com hegemonia, por exemplo, sobre todo o continente americano. c) representou a unificação dos mercados coloniais principalmente a partir do fornecimento de gêneros de subsistência. d) foi decisivo na expansão da atividade comercial para além das fronteiras europeias e na ampliação dos mercados. 42. (Uece 2015) Acerca do projeto de expansão marítima dos portugueses, que resultou na chegada às terras americanas no século XVI, é INCORRETO afirmar que a) atendia aos interesses de diversos grupos sociais e instituições, visto que era oferecida uma saída para a retração econômica que Portugal vivenciava. b) recebeu o apoio financeiro da nobreza e da burguesia, interessadas na exploração de outras terras e na expansão do comércio. c) conquistou o apoio dos segmentos médios da sociedade portuguesa que, desejosos de encontrar novas fontes de renda, pretendiam mudar-se para as novas terras. d) recebeu o apoio da Igreja que sonhava em conquistar novos fiéis e empreender seu trabalho de catequese em territórios virgens. 43. (Uem 2015) Assinale o que for correto sobre a expansão marítima europeia no início da Idade Moderna. 01) A descoberta de uma natureza exuberante e de populações desconhecidas em terras americanas contribuiu para a criação do mito do “bom selvagem”. 02) A expansão marítima ampliou o intercâmbio cultural e principiou a construção de um mercado mundial que envolveu a Europa, a América, a Ásia e a África. 04) A Igreja, por meio da emissão de bulas papais, proibiu a submissão e a conversão forçada dos povos indígenas nas terras descobertas por portugueses e espanhóis. 08) O astrolábio, a bússola magnética, e o quadrante (este determinando a altura das estrelas) foram instrumentos fundamentais para o aprimoramento das viagens marítimas daquele período. 16) As grandes descobertas contribuíram para enfraquecer os Estados Nacionais europeus e elevar a nobreza como principal grupo econômico. 44. (Unicamp 2015) É na segunda metade do século XV que a África negra descobre os portugueses. Ela se compõe de um mosaico de povos, Estados e impérios (animistas ou islamizados) que nem a coroa nem os marinheiros de Lisboa jamais conseguirão dominar. O fim do século é marcado, entre outras coisas, pela expansão do Império de Gao e pela ascensão da dinastia Askia no Sudão ocidental. Mas é preciso lembrar as inúmeras redes comerciais que não haviam esperado os europeus para promover a circulação de escravos. Adaptado de Serge Gruzinski, A passagem do século 1480-1520. As origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 56-57. a) Que elementos do texto acima indicam que o continente africano tinha, naquele período, formas de organização complexas? b) Como os agentes portugueses organizaram a economia do tráfico na Era Moderna? 45. (Ifsul 2015) Gutenberg inventou a imprensa de tipos móveis em 1438. A tecnologia já era conhecida na China, mas os tipos móveis chineses não suportavam o uso por longo tempo e mal retinham a tinta de impressão. Página 15 de 48 Gutenberg aperfeiçoou os blocos de impressão e desenvolveu novos modelos feitos de metal. (Baseado em texto da revista Aventuras na História Grandes Guerras – A Era Medieval, novembro de 2005, p. 53). Ao inventar a imprensa de tipos móveis, uma revolução cultural foi possibilitada por Gutenberg. Com ela, a cultura pôde se difundir de forma inovadora numa Europa encantada com as transformações que ocorriam no campo político, econômico e cultural. Sobre essas transformações, é correto afirmar que a) a burguesia estava tomando o poder político através do ideário iluminista e de diversas revoluções, entre as quais se destaca a francesa e usando o Estado, então burguês, para apoiar o início do processo de industrialização europeia. b) o espírito contestador e individualista passou a marcar a mentalidade europeia, estimulado pela incerteza de uma sociedade que via as grandes navegações colocarem abaixo verdades construídas e, em muitos casos, impostas pela Igreja Católica. c) a imprensa de Gutenberg, ao imprimir a Bíblia de Lutero, impulsionou um processo de renovação da Igreja Católica que, no Concílio de Trento, tratou de confirmar as transformações religiosas propostas pelos protestantes e estimular a cultura laica que ganhava adeptos mesmo entre os membros do clero europeu. d) os reis absolutistas da época, preocupados com o teor crítico de pensadores como Thomas Hobbes e Maquiavel, trataram de reformular a sua forma de governo, mantendo o autoritarismo, mas disfarçando-o com medidas iluministas no que ficou conhecido como despotismo esclarecido. 46. (Ufrgs 2015) Com o processo de expansão marítima, empreendido nos séculos XV e XVI, Portugal constituiu-se como um império ultramarino, espalhado em diversas regiões do globo. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a história do Império português e da colonização no Brasil. ( ( ( ( ) A organização das instituições eclesiásticas nas colônias lusitanas foi estabelecida a partir da subordinação do Estado português à Igreja católica, prevista no chamado padroado régio. ) O Estado português valeu-se, pela primeira vez no Brasil, do trabalho escravo de africanos, posteriormente estendendo o mesmo procedimento ao conjunto das suas colônias. ) A estrutura política do Império português foi marcada por redes de poder locais que permitiam aos colonos um considerável grau de autonomia política e econômica, tornando, muitas vezes, conflitivas as relações entre metrópole e colônias. ) Os colonos e os mercadores estabelecidos no Brasil não mantinham relações comerciais com as colônias africanas, pois todo o sistema mercantil português estava centrado na metrópole, por onde necessariamente passavam os produtos comercializados. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V - V - V- F. b) V - V - F - V. c) F - F - V - F. d) F - V - V - F. e) F - F - F - V. Página 16 de 48 47. (Mackenzie 2015) Durante o século XV, a Europa experimentou o início de uma expansão marítima, que é um marco no início da europeização do mundo. Entre os motivos que levaram os portugueses a buscarem a Expansão Marítima, podemos apontar a) a queda de Constantinopla para o império turco otomano, em 1453, levando os países católicos a buscarem um novo caminho que os conduzissem à Terra Santa. b) o crescimento da circulação monetária e a consequente estabilização dos preços, na época, permitindo o acúmulo de que passou a ser investido nas empreitadas marítimas. c) o fortalecimento do poder dos monarcas europeus, que passaram a governar em caráter absolutista e centralizaram todas as decisões do Estado em suas mãos. d) a consolidação do sistema de manufaturas controladas pelas grandes corporações de ofício, que passaram a financiar a Expansão Marítima em busca de novos mercados consumidores. e) a necessidade da expansão comercial, que aumentaria os poderes do rei, manteria os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia, pois o controle comercial do Mediterrâneo pertencia aos italianos. 48. (Uem 2014) A descoberta do continente americano também despertou e atraiu para essa região, principalmente a partir do século XVII, diversos viajantes e naturalistas que contribuíram para registrar e para divulgar o “Novo Mundo” aos europeus. Sobre os papéis desempenhados por esses viajantes e naturalistas, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Por terem uma formação filosófica fundamentada no pensamento iluminista, esses europeus registraram a realidade do “Novo Mundo”, sem compará-la à realidade europeia. 02) Naquele contexto, durante o domínio dos holandeses, cientistas e artistas contribuíram para que fosse criado um Museu de História Natural no Nordeste brasileiro. 04) A natureza morta e o cotidiano indígena estavam entre os temas retratados por esses viajantes e naturalistas. 08) Diferentemente dos holandeses, os registros da fauna e da flora brasileira realizados pelos portugueses foram poucos e não tiveram divulgação internacional. 16) No século XVII, esses viajantes e naturalistas foram fundamentais para divulgar a riqueza da arte e da cultura barroca brasileira na Europa. 49. (Uece 2014) Leia o fragmento abaixo atentamente. “(...) é junto ao papado que os reinos ibéricos buscam autoridade para dirimir as disputas pela partilha dos mundos a descobrir; e, a partir daí, a legitimação da conquista pela catequese (...)” NOVAIS, Fernando A. In SOUZA, Laura de Mello. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. A partir do excerto acima, considere as seguintes afirmações: I. A cristianização interligou-se às necessidades do desenvolvimento mercantil e aos interesses políticos, assumindo uma importância decisiva no projeto português para o novo mundo. II. A religião forneceu a base ideológica da conquista e da colonização brasileira; além disso, a catequese possibilitou algumas atrocidades cometidas em nome da fé. III. A colonização foi motivada por questões materiais e políticas, e o discurso universalista da Igreja, de conversão dos povos, pouco contribuiu para o projeto da colonização. Está correto o que se afirma somente em a) I e III. b) I e II. c) II. d) III. 50. (Uem 2014) A escravidão foi uma das mais duradouras instituições humanas, pois fez parte da vida de distintas sociedades, desde a Antiguidade até o século XX. A esse respeito, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Nas primeiras décadas do século XIX, o tráfico de africanos e a escravidão foram abolidos do Império Britânico. 02) No Brasil, no início da colonização portuguesa, os primeiros trabalhadores escravizados foram os índios; posteriormente, o trabalho do escravo africano tornou-se predominante no nordeste açucareiro. 04) Nas colônias da Inglaterra, na América do Norte, desde o início da ocupação europeia, houve uma proibição legal da escravidão; em razão disso, foram utilizados os “servos sob contrato”. 08) Após a introdução de escravos africanos, a escravidão indígena foi extinta no Brasil em razão das proibições da Igreja. 16) Ao contrário do que ocorreu no Brasil, na América Espanhola não houve escravidão dos africanos, pois os espanhóis preferiram utilizar o trabalho dos índios. 51. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Página 17 de 48 Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente incorporadas à coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência. (Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: <http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir. a) Cite e explique 2 fatores que possibilitaram o pioneirismo do Estado português nas Grandes Navegações. b) Explique o que a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello e Souza, quer dizer com a seguinte passagem: “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros.”. 52. (Fgv 2014) Sobre as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar que a a) centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os muçulmanos na guerra de Reconquista, o que garantiu o estabelecimento de alianças diplomáticas com os demais reinos ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo por meio da expansão ultramarina. b) guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português, uma vez que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a centralização do poder, requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão marítima e comercial. c) canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão ultramarina, só foi possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos da península Ibérica na guerra de Reconquista, interessados em expulsar o invasor muçulmano que havia fechado o rentável comércio no Mediterrâneo. d) expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino português, ainda não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir a sua unificação política contra os demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos muçulmanos como forma de impedir o fortalecimento do futuro Estado luso. e) vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e financeira do Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a expansão marítima e comercial, condição essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa Ocidental. 53. (Uepa 2014) As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou: a) a ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento. b) a permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do Renascimento. c) a confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações. d) a correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo. e) o uso da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas Ibéricas. 54. (Uepa 2014) A assim chamada "Diáspora Africana", em direção a vários pontos do continente americano, ocorreu a partir do século XV, com o estabelecimento de entrepostos comerciais europeus, inicialmente ao longo da costa ocidental africana. As trocas comerciais ocorriam, nestes entrepostos, entre europeus, chefes tribais e representantes de reinos do interior do continente. Entre os “produtos” comercializados, como ouro, tecidos, armas de fogo, dentre outros, estavam homens e mulheres escravizados em guerras tribais ou em conquistas militares de reinos africanos. A motivação econômica europeia pelo comércio de seres humanos reduzidos à escravidão se baseava principalmente no(a): a) dinamização econômica das colônias americanas, condição básica para o desenvolvimento industrial das metrópoles. b) abastecimento de mão de obra aos proprietários de grandes propriedades rurais monocultoras nas colônias americanas. c) necessidade de produzir a acumulação primitiva de capital que alimentasse a engrenagem econômica mercantilista. Página 18 de 48 d) crença da supremacia racial europeia frente aos povos de outros continentes, que poderiam ser reduzidos à mera condição de mão de obra. e) inserção da população escravizada, trazida para o Novo Mundo, no mercado consumidor colonial, abastecido pelos manufaturados metropolitanos. 55. (Uea 2014) Tendo saído do Quito em 1541, Francisco de Orellana e seus companheiros foram avisados de que, águas abaixo, no grande rio, se achavam amazonas. Foi aparentemente depois de atravessar a foz do Madeira, que deram em cheio com a “boa terra e senhorio das amazonas”, assim chamada pelo cronista da viagem, o dominicano Frei Gaspar de Carvajal. Essa bondade da terra não impediu que uma tremenda refrega saudasse ali aos homens de Orellana. A fúria com que se viram acometidos, explica-a o frade, de algumas mulheres a pelejar diante de todos os índios, como se foram seus capitães. Ao descrever aquelas mulheres, diz o dominicano que eram membrudas, de grande estatura e brancas; andavam nuas com as vergonhas tapadas. (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso, 1977. Adaptado.) A expedição comandada por Francisco de Orellana alcançou a foz do rio Amazonas. Na descrição da viagem feita pelo frade Gaspar de Carvajal percebe-se a) uma conquista das tribos da floresta pelos guerreiros espanhóis, que evitavam, a qualquer custo, o uso de armas de fogo. b) uma rejeição dos mitos das sociedades indígenas do Novo Mundo, considerados, pelos conquistadores, meras superstições. c) uma propagação de imagens extraordinárias da floresta, fato que ampliava a expectativa europeia de encontrar riquezas fabulosas na região. d) uma visão negativa do grande rio e da floresta, considerados locais sombrios e temerários, de que os europeus deviam se afastar. e) uma aceitação, pelos sacerdotes cristãos, do paganismo que caracterizava a religiosidade nas sociedades indígenas da grande floresta. 56. (Ufrgs 2014) De acordo com Sérgio Buarque de Holanda “o gosto da maravilha e do mistério, quase inseparável da literatura de viagens na era dos grandes descobrimentos marítimos, ocupa espaço singularmente reduzido nos escritos quinhentistas dos portugueses sobre o Novo Mundo”. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 1. Qual foi a motivação para essa redução? a) A língua portuguesa não estava suficientemente desenvolvida para expressar o gosto pelo maravilhoso e pelo mistério. b) Os portugueses tinham práticas anteriores com grandes navegações e o contato mais frequente com outros povos, sobretudo do Oriente. c) Os portugueses interessavam-se mais pelo México e pela América do Norte. d) A ocupação do Novo Mundo, sobretudo do Brasil, pelos portugueses foi imediata, o que amenizou o impacto inicial do contato. e) Os portugueses consideravam os povos indígenas e a natureza do Novo Mundo semelhante àquela encontrada na Europa. 57. (Unesp 2014) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.) Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos. Página 19 de 48 b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores. c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses. d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam. e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias. 58. (Enem 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens. J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 13001800. São Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado). Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de a) gosto pela aventura. b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido. d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados. 59. (Ifsc 2014) As chamadas “Grandes Navegações”, ou expansionismo marítimo, proporcionaram uma série de mudanças à Europa. Nesse contexto, um dos países que tomaram a dianteira no processo foi Portugal. Sobre os fatores que proporcionaram o desbravamento dos oceanos pelos portugueses, assinale a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) A localização geográfica de Portugal dificultava a navegação oceânica em função da pouca disponibilidade de portos. 02) Não houve participação da monarquia portuguesa nas navegações, visto que Portugal foi a última nação europeia a se formar. 04) A falta de terras cultiváveis fez com que os portugueses buscassem alimentos, como o trigo, em terras distantes. 08) Portugal possuía disponibilidade de capitais, que no início foram reunidos com o apoio de mercadores estrangeiros. 16) Os portugueses tiveram que desenvolver as técnicas de navegação, não utilizando, assim, técnicas implementadas por estrangeiros. 60. (Uepa 2014) O teólogo humanista Tomas Morus publicou em 1516 aquele que seria um dos mais importantes livros de todos os tempos. Trata-se de uma descrição conjectural de um não lugar, numa ilha do Atlântico Sul, com uma baia esplendorosa e ao fundo uma cadeia de montanhas. Ali viveria um povo diferente: homens e mulheres solidários uns aos outros, sem diferenças sociais ou econômicas decidindo os assuntos políticos em coletivo. De onde Morus havia tirado as informações? No prólogo, ele relata que conversara com marinheiros irlandeses que haviam estado no Brasil e lhe contado detalhes sobre o povo que lá vivia: eram os tupinambás. Foi esse povo o modelo para a obra que irá influenciar todo um sonho do Ocidente. (GOMES, Mércio Pereira. “Bom selvagem, mau selvagem”. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 8/N° 91/Abril 2013. p.34). Identifique, nas alternativas abaixo, a obra e o período histórico a que o texto se refere. a) Elogio da Loucura que, junto com Ensaios, iniciava a época do Renascimento, cujas origens localizam-se na Itália, mas que ganha uma grande projeção em Portugal e Espanha, a partir do momento que esses dois países se projetam nas grandes navegações. b) Utopia, escrito no período de transição entre o chamado Medievo e os tempos Modernos, quando muitas mudanças ocorrem não só na percepção do espaço geográfico, como também por acontecimentos que apontam para mudanças culturais, pregadas inicialmente pelos humanistas. c) Gargântua e Pantagruel que, escrito inicialmente em francês, ganha notoriedade quando ocorre a Reforma e seu conteúdo passa a se constituir como modelo de sociedade a ser construída por essa nova doutrina religiosa. d) Ensaios, que ganhou projeção após seu autor ter sido condenado e morto pela Inquisição num momento em que a Igreja Católica, sentindo-se ameaçada pela Reforma, passa a combater de forma drástica ideias que apresentassem modelos que se contrapunham à teologia católica. e) Utopia, escrita em inglês inicialmente e logo publicada em diversos idiomas devido à projeção que ganham os livros em função da invenção da imprensa, o que provoca na sociedade europeia da época o desejo de se aventurar por além-mar em busca desse lugar em que o ser humano era valorizado. Página 20 de 48 61. (Uea 2014) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! (PESSOA, Fernando. “Mar português”. In: Mensagem, 1970.) Mensagem foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele pensou, a princípio, darlhe o título de Portugal, considerando que os poemas tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita exprime com lirismo e tristeza a) o orgulho do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa de ter criado o mundo moderno. b) os motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de caravelas e à perda de homens nos naufrágios. c) a resignação cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer interesse comercial ou político. d) as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa. e) a perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de habitantes do reino com as conquistas no além-mar. 62. (Ufsm 2014) Em meados do século XIX se situa o começo das maiores migrações humanas da história. [...] Por que se emigrava? Principalmente por razões econômicas [...]. Não há dúvida de que os pobres eram mais inclinados a migrar que os ricos e de que estavam mais dispostos a fazê-lo se sua vida tradicional se havia feito difícil ou impossível. HOBSBAWN apud PESAVENTO, Sandra (org). 500 anos de América. Ed. da UFRGS, 1992. p. 82. A grande emigração europeia para a América, entre os anos de 1875 e 1914, está relacionada com a) a crise demográfica produzida pelas guerras mundiais europeias, combinada com as novas possibilidades de trabalho industrial surgidas na América. b) as transformações provocadas nos campos europeus, devido à expansão capitalista e à necessidade de mão de obra branca e livre na América. c) a recessão da economia europeia provocada pela Revolução Industrial e a retração das fronteiras agrícolas e pastoris na América. d) a política de cercamento dos campos para a introdução de novas técnicas agrícolas e a possibilidade de aquisição de propriedade rural na América. e) a derrocada do capitalismo europeu, o avanço político da classe trabalhadora europeia e as novas condições de vida e trabalho na América. 63. (Unesp 2014) Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador. (Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.) Segundo o texto, o relato de Colombo a) revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da Espanha. b) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana com as expectativas europeias ante a viagem. c) confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da metrópole. d) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos nativos americanos. e) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas que justificassem a longa viagem. 64. (Ufg 2013) Leia o documento a seguir. Página 21 de 48 Agora vejo que vós outros sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos para chegar aqui. Trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados. LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Disponível em: <www.iande.art.- be/textos/velhotupinamba.htm>. Acesso em: 28 jan. 2013. (Adaptado). O contato entre os viajantes europeus e as populações indígenas foi marcado pela oposição entre modos de vida. O documento apresentado evidencia a percepção de tempo do tupinambá, quando ele critica a a) necessidade de acumulação de riqueza por parte do europeu para provimento futuro. b) concepção messiânica europeia evocada pelos sacrifícios vivenciados na travessia marítima. c) continuidade da vida após a morte em analogia aos ciclos da natureza. d) existência de gerações distintas que trabalham pelo bem comum. e) forma de exploração econômica da terra que exaure os recursos naturais. 65. (Ufrgs 2013) Leia o enunciado abaixo. A expansão portuguesa não pode nem deve ser vista como um processo acumulativo: foi marcado por continuidades e descontinuidades, e por quebras e transformações nos padrões das suas atividades, do Atlântico ao Índico, da Índia ao Atlântico Sul, do Brasil à África. BETHENCOURT, Francisco; CURTO, Diogo Ramada (dir.). A expansão marítima portuguesa,1400-1800. Lisboa: Edições 70, 2010. p. 8. A partir da leitura do enunciado, considere as seguintes afirmações. I. A reduzida capacidade demográfica da metrópole portuguesa não impediu a constante emigração com destino, principalmente, ao Brasil. II. O tráfico de escravos, iniciado pelos portugueses, não tardou a envolver, na América, os domínios coloniais de Espanha, Inglaterra, França e Holanda. III. A América Portuguesa foi um exemplo de colônia de povoamento, que serviu para o envio dos excedentes populacionais da metrópole. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas l e ll. d) Apenas l e III. e) Apenas II e III. 66. (Ufg 2013) Analise a fábula a seguir. A cigarra e a formiga Tendo a cigarra em cantigas Passado todo o verão Achou-se em penúria extrema Na tormentosa estação. Não lhe restando migalha Que trincasse, a tagarela Foi valer-se da formiga, Que morava perto dela. Rogou-lhe que lhe emprestasse, Pois tinha riqueza e brilho, Algum grão com que manter-se Até voltar o aceso estio. – "Amiga", diz a cigarra, – "Prometo, à fé d'animal, Pagar-vos antes d'agosto Os juros e o principal." A formiga nunca empresta, Página 22 de 48 Nunca dá, por isso junta. – "No verão em que lidavas?" À pedinte ela pergunta. Responde a outra: – "Eu cantava Noite e dia, a toda a hora." – "Oh! bravo!", torna a formiga. – "Cantavas? Pois dança agora!" ESOPO. A cigarra e a formiga. Disponível em: <http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/07/06/a-cigarra-e-aformiga-em-versos-por-bocage/>. Acesso em: 20 mar. 2013. A fábula apresentada é originalmente atribuída a um escritor da Grécia Antiga, tendo sido contada em diferentes versões que alcançaram o Antigo Regime, no século XVIII. Assim como os mitos, as lendas e as histórias, as fábulas são indicadores do repertório sociocultural das comunidades. Com base no exposto e considerando-se o enredo da fábula, a) identifique uma característica da organização econômica, que é comum tanto à Grécia Antiga quanto ao Antigo Regime; b) explique a função desse tipo de relato na vida cotidiana. 67. (Ufsc 2013) A África é tão pouco uniforme cultural quanto geograficamente. Os africanos não são uma raça de pretos primitivos, nem é a África um continente sem uma velha história, como ainda se pensa geralmente. [...] São marcantes suas diferenças culturais, étnicas e linguísticas. Seu passado, embora não raro obscuro, não é a crônica de um isolamento. Desde o tempo dos primeiros hominídeos que viveram há um milhão de anos no desfiladeiro de Olduvai, a Africa desempenhou importante papel na história da humanidade [...]. LOMMEL, Andreas. A arte pré-histórica e primitiva. Encyclopedia Britannica do Brasil Publicações. 7. ed. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1979. p. 140-141, 143, 162. In: FARIA, Ricardo de Moura. Estudos de História. v. 1. São Paulo: FTD, 2010. p. 37. Em relação à história da África e de seu povo, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) Além dos egípcios, vários outros povos habitavam o continente africano no período correspondente à chamada Idade Antiga. 02) A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI transformou a costa africana em espaço privilegiado para a formação de feitorias e, consequentemente, em fonte de mão de obra e matéria-prima. 04) O neocolonialismo europeu sobre o continente africano no século XIX estava relacionado à ideia de “missão civilizadora” e às ideologias de progresso e superioridade racial branca. 08) Com a expansão islâmica, todo o norte africano foi dominado pelos árabes através da fundação de diversos califados; entretanto, durante a Idade Média, o avanço das cruzadas recuperou definitivamente a região para o domínio cristão. 16) Mesmo a contragosto das principais potências europeias, as fronteiras entre os países africanos, estabelecidas pela Conferência de Berlim (1884-85), tiveram que respeitar as questões étnicas e culturais por determinação da Organização das Nações Unidas (ONU). 32) Os processos de independência na África, intensificados logo após a década de 1950, ocorreram através de acordos pacíficos que promoveram o endividamento e a dependência dos novos países, mas evitaram a deflagração de conflitos e guerras civis. 68. (Upe 2013) Segundo Alexandre de Freitas, “A globalização caracteriza-se, portanto, pela expansão dos fluxos de informações — que atingem todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais —, pela aceleração das transações econômicas — envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras que ultrapassam as fronteiras nacionais — e pela crescente difusão de valores políticos e morais em escala universal”. BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010, p. 12-13. Com base na definição acima e nos estudos sobre globalização, é CORRETO afirmar que a) o autor não leva em consideração a internet e a tecnologia para a construção de computadores no processo de globalização. b) segundo a definição de Freitas, a globalização se restringe aos eventos em escala internacional. c) a globalização, por sua natureza planetária, é um duro golpe contra a expansão religiosa. d) há autores que consideram a Expansão Marítima do século XVI como primeiro ato na história do processo de globalização. e) por suas carências políticas, sociais e financeiras, os países pobres não participam do processo de globalização. Página 23 de 48 69. (Ufrn 2013) O fragmento textual seguinte se refere a uma característica de sociedades africanas em épocas anteriores à expansão marítima e comercial europeia. A forma como uma sociedade organiza a distribuição dos bens que produz ou adquire revela muito do caráter desta sociedade, de seus valores, usos e costumes. No caso das sociedades de linhagens da África negra, todo o sistema social estava baseado nas esferas da reciprocidade e da distribuição, como forma de garantir a coesão social do grupo. Os velhos guardam a experiência e o conhecimento dos costumes. Assim, não era uma sociedade dirigida pelos mais produtivos e dinâmicos (como na lógica capitalista) e, sim, pelos que guardavam a tradição e o saber mágico. SILVA, Francisco C. T. da. Conquista e colonização da América portuguesa. In: LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990. p. 48. [Adaptado] Ao estabelecer uma comparação entre a organização social expressa no fragmento e as sociedades africanas exploradas pelos europeus à época das Grandes Navegações, é correto afirmar: a) A organização da sociedade de linhagens sofreu mudanças a partir da generalização do comércio escravista promovida por interesses mercantilistas na África. b) A existência prévia da escravidão na África possibilitou a manutenção da sociedade de linhagens, sem transformações sociais significativas. c) O papel social desempenhado pelas lideranças nativas permaneceu inalterado apesar da ampla divulgação do cristianismo entre os povos africanos. d) O conquistador europeu encarava a organização societária de linhagens como uma ameaça à sua dominação e, por isso, subjugou inicialmente os anciãos. 70. (Espcex (Aman) 2013) As Grandes Navegações iniciaram transformações significativas no cenário mundial. Leia atentamente os itens abaixo: I. O Oceano Atlântico passou a ser mais importante que o Mar Mediterrâneo; II. A peste negra, com a qual os europeus se contaminaram, era até então desconhecida na Europa; III. Houve a ascensão econômica das cidades italianas e o declínio das cidades banhadas pelo Mar do Norte; IV. Os europeus ergueram vastos impérios coloniais e se apropriaram da riqueza dos povos africanos, asiáticos e americanos; V. A propagação da fé cristã. Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas desse período. a) I, III e V b) II, III e V c) I, IV e V d) II, III e IV e) I, II e IV 71. (Uem 2013) Sobre a expansão territorial dos Estados Unidos da América ao longo do século XIX, assinale a(s) alternativa(s) corretas(s). 01) A ocupação do Texas pelos Estados Unidos decorreu do abandono da região por parte do México, que, após sua independência, não teve interesse na ocupação efetiva daquele território. 02) Um dos resultados da expansão dos Estados Unidos para o oeste foi o extermínio de populações indígenas, porque os índios eram encarados como inimigos que impediam o avanço dos colonizadores. 04) A expansão norte-americana foi resultado de uma preocupação com a preservação ambiental, pois, antes da ocupação dos territórios, foram estabelecidas reservas para onde a população nativa deveria ser deslocada. 08) Um dos impulsos para o deslocamento de milhares de pessoas para a conquista do oeste foi dado pela descoberta de ouro na Califórnia. 16) A marcha para o oeste, um dos principais episódios da expansão territorial, conduziu os Estados Unidos a uma guerra contra a Espanha pelo controle do México. 72. (Uepb 2013) O olhar que os europeus tinham sobre o mundo medieval mudou com o advento do chamado mundo moderno, devido à inserção de novos elementos, tais como: a) A presença dos cavaleiros, a economia autossuficiente, a força dos artesãos e o teocentrismo. b) A presença dos cavaleiros, o pensamento humanista; a contrarreforma católica e a descentralização do poder político. c) O teocentrismo, a presença do Estado Moderno e as reformas religiosas, e o tribunal de Inquisição. d) A imprensa como espaço de divulgação do pensamento teocêntrico, a descentralização do poder político e a Guerra dos Cem Anos. Página 24 de 48 e) A descoberta do Novo Mundo, a presença de novos atores sociais como a burguesia e a utilização da bússola, da pólvora e da imprensa. 73. (Fuvest 2013) Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”. Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado. O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber, a) a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus. b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados. c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos. d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus. e) a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola. 74. (Fatec 2013) As caravelas foram um grande avanço tecnológico no final do século XV. Graças a elas, foi possível realizar viagens de longa distância de forma eficiente. Centenas de homens embarcaram nas caravelas dos descobrimentos. Alguns buscavam enriquecimento rápido, outros, oportunidade de difundir a fé em Cristo. Estes homens eram atraídos pela aventura, porém as surpresas nem sempre eram agradáveis. Nas embarcações, proliferavam doenças e a alimentação era precária. Revista de História da Biblioteca Nacional, setembro de 2012, p.22-25. Adaptado Sobre a época descrita no texto e considerando as informações apresentadas, é correto afirmar que as viagens nas caravelas a) foram realizadas no contexto da expansão do mercantilismo europeu, visando também à ampliação do catolicismo. b) não pretendiam descobrir novos territórios, apenas estabelecer rotas para aventureiros e marginalizados da sociedade. c) tinham como principal objetivo retirar as populações muçulmanas da Península Ibérica, após as Guerras de Reconquista. d) eram feitas em condições precárias, pois eram clandestinas, ou seja, eram realizadas sem o consentimento das Coroas europeias. e) não ocorriam em condições apropriadas, embora a maior parte dos tripulantes das caravelas pertencesse à nobreza feudal. 75. (Uerj 2013) Página 25 de 48 Nos mapas, estão indicadas as principais rotas comerciais europeias, respectivamente, na Baixa Idade Média e na Idade Moderna. Comparando-os, percebem-se alterações significativas nesses caminhos a partir do século XVI, provocadas pela chamada Revolução Comercial iniciada no século XV. Indique a mudança provocada pela Revolução Comercial e duas de suas consequências econômicas, uma para a Europa e outra para os demais continentes conhecidos à época. 76. (Uern 2013) O velho do Restelo Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Gloria soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana! A que novos desastres determinas Página 26 de 48 De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias? (Luís de Camões. Os Lusíadas, Canto IV. Disponível http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/os_lusiadas_o_velho_do_restelo.) em: O contexto descrito no poema remete a Expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI. Uma das causas do pioneirismo português nas Grandes Navegações foi a) o desenvolvimento industrial, que possibilitou a utilização de tecnologias de ponta na empreitada ultramarina. b) a hegemonia comercial lusa, ou seja, Portugal, controlava o comércio mediterrâneo, principalmente na rota veneziana. c) a centralização político-administrativa, pois Portugal já era um Estado nacional, aliás, o primeiro a se formar na Europa. d) a acumulação primitiva do capital, empreendida por Portugal na Revolução de Avis, que colocou a nobreza no comando da nação. 77. (Uem 2013) Sobre a expansão marítima e a colonização realizadas por Portugal e Espanha, ao longo dos séculos XV e XVI, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) A principal motivação da expansão marítima espanhola era de natureza científica, pois os reis da Espanha pretendiam derrotar os pensadores da Igreja e provar, com a viagem de Cristóvão Colombo, que o mundo era redondo. 02) A colonização das regiões descobertas, ou conquistadas, conduziu ao estudo de novas plantas, animais até então desconhecidos e minérios ainda não explorados, e isso resultou no desenvolvimento da História Natural. 04) A consolidação da unidade do Estado Português, ocorrida com a Revolução de Avis, no final do século XIV, influenciou diretamente os rumos da expansão marítima lusitana. 08) Os estímulos religiosos também foram importantes, pois havia, em Portugal e Espanha, um sentimento generalizado de que era preciso difundir a fé católica. 16) Para a realização das navegações, foram contratados, sobretudo na Península da Itália, pilotos, geógrafos, cosmógrafos, cartógrafos e outros profissionais que contribuíram decisivamente para o aprimoramento das técnicas de navegação e para a elaboração de mapas. 78. (Ueg 2013) Leia o fragmento abaixo. E enquanto o fero ecoar na mente Da estirpe que em perigos sublimados Plantou a cruz em cada continente. BANDEIRA, Manuel. A Camões. In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. p. 44. Tem-se, no fragmento, uma referência a) à expansão do cristianismo, quando o imperador romano Constantino, vendo uma cruz no céu antes de uma batalha que venceu, converteu-se à nova fé. b) à Reforma Protestante, quando Martinho Lutero rompeu com a Igreja Católica pregando suas teses na porta da Catedral de Notre-Dame, em Paris. c) às Cruzadas, quando os cristãos invadiram e tomaram Jerusalém, empunhando cruzes e espadas para combater os muçulmanos. d) às grandes navegações, quando os portugueses marcavam a posse de novos territórios rezando uma missa e erguendo um cruzeiro. 79. (Uepb 2013) “Hoje, os aviões nos levam, por exemplo, de São Paulo ou Rio de Janeiro a Lisboa em apenas 9 horas, de maneira confortável, de modo que, ao chegarmos ao nosso destino, pouco sentimos o efeito da viagem de tantos milhares de quilômetros. Coisa bem diferente passava a tripulação das caravelas que cruzava o Atlântico, por mais de 45 dias sem ver terra” (José Alves de Freitas Neto e Célio Ricardo Tasinafo. História Geral e do Brasil. HARBRA. p. 231) Sobre as Grandes Navegações é correto afirmar: Página 27 de 48 a) A estratégia portuguesa utilizada para chegar ao Oriente foi a circum-navegação da África. Em 1415, marinheiros lusos tomaram a cidade de Ceuta, importante entreposto comercial dos árabes, localizada no norte do continente africano. b) A viagem era penosa, cheia de imprevistos devido aos poucos avanços tecnológicos do período, levando à falta de orientação, pois instrumentos como o astrolábio e a bússola só foram descobertos por ocasião da Revolução Industrial. c) Os reis Fernando e Isabel decidiram financiar o projeto de Colombo para chegar ao Oriente, que dominou a rota da circum-navegação da África até o extremo sul deste continente, fundando feitorias no litoral africano e atingindo o Cabo da Boa Esperança. d) O empreendimento desde o principio tinha por meta principal encontrar novas terras e alcançou seu objetivo com Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral ao chegarem à América e ao Brasil respectivamente. e) A descentralização política, o fortalecimento do sistema feudal, a localização geográfica e os avanços tecnológicos foram fatores determinantes para o sucesso destas expedições. 80. (Unicamp 2013) Alexandre von Humboldt (1769-1859) foi um cientista que analisou o processo das descobertas marítimas do século XVI, classificando-o como um avanço científico ímpar. A descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos realizados para conhecer sua geografia tiveram incontestável influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos astronômicos para determinar a posição dos lugares. Humboldt constatou a importância das viagens imputando-lhes valor científico e histórico. (Adaptado de H. B. Domingues, “Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX”, em Alda Heizer e Antonio A. Passos Videira, Ciência, Civilização e Império nos trópicos. Rio de Janeiro: Acess Editora, 2001, p. 59.) Assinale a alternativa correta. a) O tema dos descobrimentos relaciona-se ao estudo da inferioridade da natureza americana, que justificava a exploração colonial e o trabalho compulsório. b) Humboldt retoma o marco histórico dos descobrimentos e das viagens marítimas e reconhece suas contribuições para a expansão do conhecimento científico. c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos descobrimentos. d) Os descobrimentos tiveram grande repercussão no mundo contemporâneo por estabelecer os parâmetros religiosos e sociais com os quais se explica o processo da independência nas Américas. 81. (Mackenzie 2013) Os homens que saíram para o Atlântico em 1492 não tinham a certeza de que chegariam às Índias, apesar do incentivo de Colombo nesse sentido. Em 12 de outubro daquele ano, um Novo Mundo se descortinou àqueles homens, extasiados com as diversas possibilidades daquela “descoberta”. A partir daquele momento, civilizações diferentes – em diversos sentidos – entrariam em contato, alterando definitivamente os rumos históricos de ambas as partes (nativos e europeus). Página 28 de 48 Nesse sentido, a gravura a) contém elementos que indicam a visão, entre os séculos XVI e XVII, de uma América exótica e exuberante que ainda povoava o imaginário europeu. b) demonstra que as guerras entre os povos ameríndios era uma prática combatida pelos europeus e, por isso, extinta do continente. c) que é encomendada pelas coroas ibéricas, revela a preocupação em demonstrar uma América exótica e perigosa e, assim, evitar ataques piratas ao continente. d) enfatiza a existência de fauna e flora muito diferentes do continente europeu, representando animais efetivamente encontrados pelos colonizadores. e) procura desqualificar práticas habituais das ameríndias, como a nudez, ao representar uma mulher sentada sobre um animal exótico. 82. (Ufg 2013) Analise a imagem. Inaugurado em 1960, como parte das celebrações dos 500 anos da morte de Dom Henrique, o Monumento aos Descobrimentos evoca a expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI. Essa evocação associa-se à a) idealização do império português, identificando-o com as concepções do regime salazarista. b) opulência portuguesa na modernidade, comparando-a com a economia do país na Europa contemporânea. c) relevância do comércio atlântico, patrocinando uma reinterpretação do tráfico de escravos. d) colonização portuguesa na América, reforçando a contribuição dos colonizados para a nação ibérica. e) crença sebastianista, enfatizando a expansão territorial como expressão do imperialismo português. 83. (Mackenzie 2012) A charge refere-se Página 29 de 48 a) à organização do Governo Geral, em 1549, dividindo o território brasileiro em extensos lotes de terras, entregues, por sua vez, a nobres portugueses responsáveis pelo início efetivo da colonização do Brasil. b) às dificuldades encontradas pelo coroa portuguesa no início da colonização do Brasil, uma vez que, em virtude, dentre outros, do fracasso das Capitanias Hereditárias, a colônia sofria constantes ataques de piratas europeus. c) ao fracasso do Governo Geral, em virtude da corrupção existente na corte portuguesa, transferida para o Brasil, responsável pela concessão de privilégios aos piratas franceses no comércio do pau-brasil. d) ao Governo Geral, responsável pela efetivação da colonização brasileira, por meio de incentivos aos bandeirantes paulistas, para que ultrapassassem os limites de Tordesilhas e expulsassem os piratas franceses fixados no litoral. e) às dificuldades encontradas pela coroa portuguesa na efetiva organização da exploração da colônia, uma vez que a abundância de metais preciosos ali despertou, nos piratas europeus, o interesse pelas terras lusas na América. 84. (Espcex (Aman) 2012) As grandes navegações produziram o expansionismo do século XV e contribuíram para acelerar a transição do feudalismo/capitalismo. Provocaram mudanças no comércio europeu, tais como: a) deslocamento do eixo econômico do Atlântico para o Pacífico; ascensão econômica das repúblicas italianas paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas; acúmulo de capitais nas mãos da realeza. b) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos italianos; declínio econômico das potências mercantis atlânticas; intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa. c) empobrecimento da burguesia europeia; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas. d) intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa, o que determinou a chamada “revolução dos preços do Século XVI”; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia, em consequência da abundância de metais que afluiu para a Europa. e) ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio econômico de países como Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda; incorporação das áreas do continente americano e do litoral africano às rotas já tradicionais de comércio Europa – Ásia; acumulação de capitais nas mãos da nobreza e realeza europeias. 85. (Fuvest 2012) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas… Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado. Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana. b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa. c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis. d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional. e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã. 86. (Upe 2012) O processo da Expansão Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV-XVI. Com a descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade europeia. Sobre essa realidade, é correto afirmar que a) várias narrativas sobre as terras distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os escritos de Hans Staden. b) os espanhóis, logo de início, caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente até então desconhecido. c) os portugueses optaram por colonizar a África central, evitando fixarem-se na América. d) a França e a Inglaterra colheram os lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas ultramarinas. e) a Espanha acabou por ocupar boa parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do século XVIII. Página 30 de 48 87. (Uerj 2012) Leia. Uma questão acadêmica, mas interessante, acerca da “descoberta” do Brasil é a seguinte: ela resultou de um acidente, de um acaso da sorte? Não, ao que tudo indica. Os defensores da casualidade são hoje uma corrente minoritária. A célebre carta de Caminha não refere a ocorrência de calmarias. Além disso, é difícil aceitar que uma frota com 13 caravelas, bússola e marinheiros experimentados se perdesse em pleno oceano Atlântico e viesse bater nas costas da Bahia por acidente. Rejeitado o acaso como fonte de explicação no que tange aos objetivos da “descoberta”, fica de pé a seguinte pergunta: qual foi, portanto, a finalidade, a intenção da expedição de Cabral? Adaptado de LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983. Os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI foram processos importantes para a construção do mundo moderno. A chegada dos portugueses ao Brasil decorre dos projetos que levaram diferentes nações europeias às grandes navegações. Formule uma resposta à pergunta do autor, ao final do texto: qual foi a finalidade da expedição de Cabral? Em seguida, cite dois motivos que justificam as grandes navegações marítimas nos séculos XV e XVI. 88. (Ufsc 2012) “A expansão marítima teve ligações com os questionamentos e as inovações que acompanharam o Renascimento e, politicamente, com a formação do Estado moderno na Europa. Assim, é impossível analisá-la sem mencionar as mudanças econômicas, a intensificação das atividades comerciais, o fascínio pelas especiarias, a luta da burguesia para consolidar sua riqueza”. REZENDE, Antonio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da História: História Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2001. p. 158. Gravura do sec. XVI, de Theodore de Bry. p. 157-158. Sobre a expansão marítima e comercial europeia: a) Explique (em no máximo 4 linhas) duas razões para o pioneirismo do reino português. b) Considerando que o mercantilismo é um conjunto de práticas econômicas relacionadas ao processo de expansão marítima, explique (em no máximo 6 linhas) duas de suas características citadas abaixo: - Metalismo - Protecionismo - Balança Comercial Favorável - Colonialismo 89. (Fgv 2012) Leia o texto. Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos Página 31 de 48 da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali. Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd, era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...). Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI. No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois a) encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial. b) descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico, como o feudalismo. c) reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas. d) identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao continente. e) percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas. 90. (Uff 2012) Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha. b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais, decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha. c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa através de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição. d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico. e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre Geografia e Astronomia. 91. (Ufg 2012) A expressão “expansão marítima europeia” é utilizada pela historiografia contemporânea, ao tratar dos séculos XV e XVI, para a) identificar o processo de aquisição de territórios na Europa por meio da drenagem de regiões próximas ao mar, tal como ocorrido nos Países Baixos. b) caracterizar o domínio político sobre o Oriente, auxiliado pela invenção da pólvora, da bússola e do astrolábio nas universidades europeias. c) criticar o belicismo europeu que usou o argumento religioso de “combate ao infiel” para justificar suas conquistas territoriais na Ásia. d) definir o desenvolvimento econômico europeu bem como o contato e comércio com povos de outros continentes. e) legitimar a adoção da cultura europeia por parte de outras nações como ação integrante do projeto civilizacional iluminista. 92. (Ufsc 2012) Página 32 de 48 As grandes navegações foram responsáveis por transformações importantes, tanto na Europa como nas Américas. Sobre as grandes navegações, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01) Portugal possui um grande litoral e, consequentemente, só poderia se dedicar ao comércio marítimo: o pioneirismo português nas navegações se deu exclusivamente a uma dádiva natural. 02) Dois importantes concorrentes portugueses nas grandes navegações foram França e Inglaterra que, assim como Portugal, foram países favorecidos pela paz reinante em seus territórios durante os séculos XIV e XV. 04) São consequências importantes das grandes navegações o crescimento de operações comerciais e a diversificação de produtos provenientes das Américas, como o tabaco, o milho, a batata e o cacau. 08) A conquista espanhola nas Américas ocorreu de forma pacífica, uma vez que os incas tiveram a liberdade de exercer suas atividades culturais e econômicas de modo independente da Espanha. 16) Dentre os habitantes das Américas estavam astecas, incas e maias. Os maias desenvolveram um sistema matemático e astronômico bastante apurado. 93. (Udesc 2012) “O século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência. Os relatos de viagem que surgiram neste período, portanto, estão impregnados pela mudança na forma de ver e de descrever o mundo. [...] O imaginário europeu quinhentista caracterizava-se pelo ‘fantástico’, pelo ‘maravilhoso’, pelo ‘prodigioso’, pelo ‘monstruoso’, etc. Esse imaginário aplicava-se ao remoto, ao distante, ao longínquo... Quanto maior o afastamento da Europa civilizada, maior também o ‘maravilhoso’! [...] O imaginário europeu foi transplantado para o novo mundo. Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a existir na América”. STEIGLEDER, Carlos Geovane. Staden, Thevet e Léry. Olhares europeus sobre os índios e sua religiosidade. São Luís/MA: EDUFMA, 2010, p. 23-50. Analise as proposições considerando o contexto histórico e as questões a ele referentes, abordadas no excerto: I. Os viajantes europeus do século XVI destacavam, em seus relatos, a produção de um olhar eurocêntrico sobre os continentes africano, asiático e americano. II. O contexto abordado pelo autor refere-se à Idade Média. Os escritores medievais – em sua maioria pertencentes à Igreja Católica – escreviam histórias fantásticas sobre os lugares do mundo, para além da Europa. Esses lugares e os personagens que neles habitavam quase sempre eram caracterizados com elementos do inferno, demônios e outros monstros fantásticos. III. Ao escrever que “o século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência”, o autor do excerto refere-se ao fato de que a ideia de uma geografia fantástica marcada por mapas ilustrados de monstros marinhos e abismos que informavam o “fim do mundo” passaria, aos poucos, a ser substituída por uma geografia marcada pela observação e experiência de diferentes viajantes que se lançaram aos mares, no contexto da expansão marítima europeia. IV. Ao escrever que “Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a existir na América”, o autor do excerto refere-se ao fato de que as viagens no contexto da expansão marítima europeia Página 33 de 48 acabaram também fortalecendo as relações culturais nos diferentes continentes, haja vista que os viajantes não apenas levavam nativos americanos para a Europa, mas também traziam asiáticos e africanos para o Brasil. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 94. (Uel 2012) Oceanos abrigaram, uniram e separaram povos no decorrer do tempo. Representações artísticas, literárias, cartográficas e narrativas históricas sobre os oceanos contribuíram para ampliar a sua compreensão. Com base no enunciado e nos conhecimentos históricos, considere as afirmativas a seguir. I. Grande parte das terras banhadas pelo Mediterrâneo, denominado Mare Nostrum pelos antigos romanos, foi por eles colonizada no decorrer do seu Império. II. Os portugueses, nos séculos XV e XVI, dominaram oceanos com caravelas e conhecimentos náuticos, anotando, em suas viagens, as rotas marítimas. III. As narrativas sobre as criaturas míticas que habitavam os oceanos apavoraram o homem no período medieval, retardando as Grandes Navegações. IV. No período colonial brasileiro, os holandeses, através de seus empreendimentos de navegação, conquistaram a capitania do Rio de Janeiro, por meio século. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. Página 34 de 48 Gabarito: Resposta da questão 1: [C] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Na África Ocidental, o papel das mulheres é destacado no comércio informal de mercadorias variadas com destaque para alimentos, roupas e artesanato. Esta característica cultural e econômica foi herdada pelo Brasil em decorrência da entrada de população negra escrava no período colonial. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O texto retrata uma característica da cultura africana que foi trazida para o Brasil pela escravidão, e se tornou uma das maiores características escravistas brasileiras: o chamado escravismo de ganho (escravos que faziam serviços urbanos, como o comércio ambulante). O destaque do texto é que tanto na África quanto no Brasil esse trabalho era exercido de maneira significativa pelas mulheres. Resposta da questão 2: 01 + 04 + 08 = 13. [01] Correto. Os Estados Nacionais Modernos precisavam de muitos recursos para se manter. As Grandes Navegações objetivavam buscar metais preciosos e especiarias. [02] Incorreto. As Grandes Navegações começaram no século XV, em 1415, quando os portugueses tomaram Ceuta no norte da África. O Objetivo não era promover a emigração do excedente populacional e sim buscar metais preciosos e especiarias. [04] Correto. No contexto do Sistema Colonial vigorou o “Pacto Colonial”, ou seja, a colônia não possuía autonomia política e só poderia comercializar com sua metrópole. [08] Correto. A colonização da América intensificou o comércio entre os continentes e gerou o acúmulo de capital para a Europa, em especial a Inglaterra o que contribuiu para a Revolução Industrial. [16] Incorreto. Apesar das riquezas de suas colônias na América, os países da península Ibérica, Portugal e Espanha, não obtiveram êxito econômico, não se transformaram em potências econômicas. Resposta da questão 3: [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] b) Embora em 1572 o império português estivesse vivenciando seu auge, tornando-se verdadeiramente global, com uma rede de entrepostos que ligava Lisboa a Nagasaki, trazendo enormes riquezas para Portugal, o poeta, nesta estrofe, evidencia o paradoxo entre essa riqueza e a maneira como ela era obtida, através, especialmente, de “cobiça” e “rudeza”. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] a) Na estrofe que faz parte do epílogo da epopeia “Os Lusíadas”, o poeta dirige-se às musas, declarando-se incapaz de continuar a fazer poesia devido ao ambiente de cobiça e insensibilidade social que o rodeia. A menção a figuras da mitologia é típica da poesia épica que narra os feitos heroicos de um povo de forma grandiloquente e usa a intervenção de seres sobrenaturais para engrandecimento da ação. Também os versos decassílabos dispostos em esquema rimático ABABABABCC refletem o rigor formal característico do Classicismo. No entanto, o tom decepcionado do poeta que, nesta estrofe, tece duras críticas ao aviltamento moral em que o país tinha mergulhado não é comum nas epopeias clássicas que se restringem a enaltecer virtudes e qualidades do herói coletivo. b) No final do século XVI, Portugal atingiu o ponto mais alto da sua economia mercantilista decorrente da expansão marítima por todos os continentes. No entanto, uma crise dinástica que tem início no reinado de D. Sebastião e que se intensifica após sua morte na batalha de Alcácer-Quibir, provocará o início do declínio do Império e que se agravará com o domínio espanhol sobre Portugal até meados do século XVII. Resposta da questão 4: O texto reata o trabalho de construção e reparo dos navios em Veneza. Tal trabalho era livre, assalariado e especializado. No que diz respeito à crise do século XV nas cidades italianas, ela se deve, basicamente, a duas razões: (1) os turcos, ao tomarem Constantinopla, passaram a dificultar e encarecer a travessia do Mediterrâneo e (2) portugueses e espanhóis lançaram-se ao mar, achando caminhos alternativos para as Índias e inseriram-se no mercado das especiarias. Resposta da questão 5: Página 35 de 48 V – V – V – F – F. Correção a partir das incorretas. A questão faz referência ao deslocamento de povos desde a antiguidade até às Grandes Navegações. A penúltima assertiva está incorreta, pois a classe que mais apoiou as grandes navegações foi a burguesia que financiava estas viagens. A última assertiva também está incorreta. As guerras religiosas ocorreram com muita intensidade na Inglaterra e França e não na Península Ibérica. Resposta da questão 6: [E] Durante o processo de colonização iniciado no século XV, surgiram dois tipos de colônia: as de exploração, voltadas para o enriquecimento da Metrópole, e as de povoamento, onde existia relativo afrouxamento do Pacto Colonial. Resposta da questão 7: a) Através da aplicação do Pacto Colonial, tanto Portugal quanto Espanha empreenderam a exploração do continente americano, sendo que Portugal priorizou a agroexportação e a Espanha priorizou o metalismo. b) Podemos citar as tentativas de enriquecimento, os serviços administrativos e as ordens religiosas. Resposta da questão 8: [E] Somente a proposição [E] está correta. A questão aponta para o império Português na Idade Moderna, século XV ao XVIII. Correção a partir das incorretas: A expansão portuguesa e a posterior colonização de diversas regiões na América, África e Ásia não se deram de maneira homogênea, uma vez que as diferenças e distâncias regionais e culturais eram gritantes, por exemplo, entre Goa na Índia, Angola na África e Brasil na América. Portugal não rompeu com as formas medievais de governo, basta observar o regime do Padroado criado na Baixa Idade Média na Europa e, posteriormente, implantado no Brasil. Pelo Padroado, o Estado dominava a Igreja uma vez que na Idade Média a Igreja deu autonomia para os reis de Portugal controlar a Igreja local. Resposta da questão 9: O objetivo principal da viagem de Vasco da Gama às Índias era contornar a extremidade sul do continente Africano como forma de acesso às riquezas das Índias em especial as especiarias e artigos de luxo. Outro objetivo relevante era a pretensão de Portugal de quebrar o monopólio do comércio mediterrânico realizado pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. A rota de Vasco da Gama contemplava a mesma iniciada por Bartolomeu Dias, dobrando o Cabo das Tormentas ou da Boa Esperança. O Périplo Africano defendia a teoria de que as Índias eram acessíveis por mar a partir do Oceano Atlântico, inaugurando uma nova rota de comércio muito mais lucrativa para o Oceano índico. Acerca das cidades em que foram construídas feitorias, são elas: Cochim, Goa, Cananor e Diu. Em 1510, foi constituído o Estado Português da Índia, com capital em Goa. Esta foi a primeira conquista territorial portuguesa naquela localidade. Resposta da questão 10: a) Podemos citar a formação das Missões Jesuíticas e o apoio à catequização indígena; b) As relações comerciais e religiosas se desenvolveram de maneira conjunta entre europeus e africanos. A partir da conversão dos povos africanos ao Cristianismo os europeus ampliavam seus privilégios comerciais na África, ganhando o direito de fundar feitorias e controlar determinadas rotas comerciais. Resposta da questão 11: [A] Somente a alternativa [A] está correta. A questão exige conhecimento sobre os diversos reinos africanos até o século XVI. Songhai foi o último grande Estado mercantil do Sudão Ocidental superando qualitativamente os reinos de Gana e Mali, com Songhai foi interrompido um processo de civilizações negras naquela região. Este controlou o comércio em boa parte da África Ocidental nos séculos XV e XVI. A sede estava localizada na região central do atual Mali, Gao era a capital. Estendeu-se para a o Oeste no sentido da costa atlântica bem como para o Leste onde atualmente estão localizados Níger e a Nigéria. O Império de Songhai ganhou relevância no comércio de sal e ouro utilizando o rio Níger. Resposta da questão 12: [E] A partir do movimento das Cruzadas, rotas ligando o Ocidente e o Oriente, fechadas desde a expansão árabe durante o século VII, foram reabertas, em especial as rotas que levavam à China e à Índia. Mas a expansão do Página 36 de 48 Império Otomano, a partir da Ásia Menor, aumentou a tributação para a travessia das rotas, o que obrigou as Monarquias Europeias a buscar rotas alternativas para alcançar o Oriente. Resposta da questão 13: [B] Buscando sair da crise cíclica do período feudal, as sociedades europeias precisaram encontrar uma nova atividade econômica, alternativa à agricultura. A burguesia, aliada aos monarcas, passou a financiar a busca por novas rotas para alcançar as Índias e participar do comércio de especiarias. A viagem de Colombo faz parte desse empreendimento. Resposta da questão 14: [C] Somente a alternativa [C] está correta. O texto do historiador Luiz Felipe de Alencastro faz referência as Grandes Navegações que ocorreram nos séculos XV e XVI dando início ao processo denominado “Globalização”. Estas viagens partiram do continente Europeu em direção ao Oriente e Ocidente aproximando Europa, América, Ásia e África. Quase sempre os textos sobre esta temática mencionam o contato entre estas civilizações no âmbito da economia e da cultura. O excerto de Luiz Felipe Alencastro aponta para a guerra bacteriológica na qual os ameríndios também levaram a pior. Resposta da questão 15: [B] A afirmativa [I] está incorreta porque apesar do controle estatal sobre o empreendimento da navegação, houve investimentos privados da burguesia portuguesa, em especial nas construções das embarcações. A afirmativa [III] está incorreta porque Cabral e os demais componentes da sua esquadra não tinham grande experiência naval e foram nomeados pelo simples fato de pertencerem à nobreza. Resposta da questão 16: [B] O Pacto Colonial regia a relação entre Metrópole e Colônia, determinando que qualquer riqueza ou lucro encontrada ou existente na Colônia pertencia 100% à sua Metrópole. Resposta da questão 17: [B] Parte das rotas comerciais africanas se ampliou devido aos comerciantes muçulmanos e, assim, a África integrou-se à expansão comercial que ocorreu no mundo entre os séculos XV e XVI. Resposta da questão 18: [B] A precoce formação monárquica (século XII) e as aptidões marítimas da dinastia dos Avis (conhecimentos cartográficos e astronômicos) são algumas as explicações para o pioneirismo português nas Grandes Navegações. Resposta da questão 19: [B] A Guerra de Reconquista possibilitou a unificação da Monarquia Espanhola. Essa unificação consolidou o absolutismo espanhol e, assim, houve a aplicação dos esforços da Coroa nas Grandes Navegações, que acabou por levar os europeus à América. Resposta da questão 20: [D] A questão aponta para a expansão do Império Turco Otomano no final da Idade Média e ao longo da Idade Moderna. Este processo de expansão levou os turcos otomanos que seguiam a religião islâmica a dominar o Mar Mediterrâneo impedindo as nações cristãs de realizarem o comércio com o Oriente. Desta forma, em 1415, Portugal deu início às Grandes Navegações, com a Tomada de Ceuta, com o propósito de buscar outras rotas para chegar às Índias. Página 37 de 48 Resposta da questão 21: [B] A questão remete às Grandes Navegações que ocorreram no século XV, sendo Portugal o pioneiro neste processo histórico. Ocorreu uma aliança entre rei e burguesia em Portugal durante a dinastia de Avis. Em 1415 começaram as Grandes Navegações com a tomada de Ceuta, no norte da África. A expansão marítima comercial se deu a partir de vários interesses de distintos grupos sociais. O objetivo deste empreendimento era a busca de metais preciosos e um caminho alternativo para chegar até as Índias. Para o rei representava mais recursos para o Estado Nacional. Para a burguesia, comércio e lucro. Para a nobreza, terras, rendas e pensões. Para a Igreja, expandir a fé católica. Resposta da questão 22: [E] A questão remete às Grandes Navegações que ocorreram nos séculos XV e XVI. A sequência correta é: - Tomada de Ceuta, em 1415. - Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança em 1488. - Colombo chegou na América em 1492. - Cabral chegou ao Brasil em 1500. - Viagem de Fernão de Magalhães em 1519-1522. Resposta da questão 23: [B] A segunda afirmativa é falsa porque a escravidão já existia na África antes da chegada dos portugueses no continente. As tribos africanas praticavam a chamada escravidão de guerra. Resposta da questão 24: [C] Dentre as colônias portuguesas na África estavam Angola, Moçambique e Cabo Verde. Resposta da questão 25: 01 + 02 + 08 = 11. [04] Incorreta: por duas razões: (1) os quakers defendiam o pacifismo e, logo, não eram violentos e (2) a colônia fundada pelos quakers foi a Pensilvânia; [16] Incorreta: o conjunto de Leis Townshed levaram as Treze Colônias a iniciar o movimento de Independência, e não a Guerra de Secessão. Resposta da questão 26: [D] Uma das principais características da administração de Nassau no Nordeste brasileiro foi a concessão da liberdade religiosa entre a população. Resposta da questão 27: [B] O texto deixa claro que mentalidades da época da Idade Média, que versavam sobre tormentas, monstros e eldorados, sempre de maneira mística, ainda tinham corpo e voz na Idade Moderna, na época das Grandes Navegações, quando navegadores como Colombo temiam monstros nos oceanos e apostavam na existência de paraísos no além-mar. Resposta da questão 28: [E] A difusão da imprensa foi fundamental para a expansão dos ideais burgueses e renascentistas no início da Era Moderna. Esses ideais modificaram culturalmente a Europa e a imprensa teve papel decisivo na difusão dessa nova cultura. Resposta da questão 29: [C] Página 38 de 48 No imaginário coletivo que rodeava os navegantes durante a Expansão Marítima, o oceano Atlântico, conhecido como Mar Tenebroso, seria um lugar com ondas gigantescas que engoliam os barcos, precipícios sem fim por onde os barcos desapareciam e monstros marinhos que assombravam os navegantes. Resposta da questão 30: [D] A relação Europa-África baseava-se no fator comercial, em especial de trocas, e o europeu soube desvalorizar a cultura africana frente à cultura europeia como forma de justificar a escravização negra pelos brancos. Resposta da questão 31: [C] A simplificação presente na divisão colonização ibérica × colonização inglesa encobria o fato de que a colonização inglesa na América do Norte foi, em parte, de exploração também, nas chamadas Colônias do Sul. Resposta da questão 32: [C] A questão remete ao “Descobrimento” através da música “As três caravelas” interpretada por Gilberto Gil e Caetano Veloso no contexto do movimento estético denominado “Tropicalismo”. A música faz referência a chegada de Colombo à América em 1492 partindo de Palos na Espanha. A canção foi utilizada como crítica aos militares que possuíam um discurso ufanista. Para os tropicalistas, o Brasil era submisso aos EUA assim como foi de Portugal no contexto da colonização. Resposta da questão 33: 02 + 04 + 16 = 22. A afirmativa [01] está incorreta, porque o processo de utilização de máquinas nas fábricas é chamado de maquinofatura e não manufatura; A afirmativa [08] está incorreta, porque o protecionismo tinha o objetivo de proteger a economia nacional em detrimento das economias internacionais. Era uma prática do Mercantilismo e, logo, relacionava-se com a burguesia. Resposta da questão 34: a) Primeiro elemento: figura de Marquês de Pombal, representante do Despotismo Esclarecido em Portugal; Segundo elemento: ênfase no comércio ultramarino e na colonização além-mar, representados pelos navios. b) Medida: transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro, indicando um deslocamento socioeconômico na Colônia, do Nordeste para o Sudeste. Resposta da questão 35: Fernando Antônio Nogueira Pessoa, 1888-1935, conhecido como Fernando Pessoa, grande poeta português elaborou diversas poesias sobre a Expansão Marítima Comercial Europeia que ocorreu nos séculos XV e XVI na qual a jovem nação Portuguesa foi a pioneira. O auge da história de Portugal foi exatamente o contexto das Grandes Navegações, durante a dinastia de Avis, conforme exalta o poeta português Luís Vaz de Camões na obra “Os Lusíadas”. No entanto nos séculos XVIII e XIX, Portugal vivia uma grave crise econômica e política corroborada pela vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. Neste sentido, o poeta Fernando Pessoa vivendo em contexto de profunda crise reflete sobre as Grandes Navegações. O poeta faz referência a este contexto histórico quando escreve “Deus quis que a terra fosse toda uma, / Que o mar unisse, já não separasse”. Aponta dúvidas sobre a esfericidade do planeta terra “E viu-se a terra inteira, de repente, surgir, redonda, do azul profundo”. Faz menção ao pioneirismo português “Quem te sagrou criou-te português”. Aponta também para a crise do império lusitano no Oriente “Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez”. Ainda faz referência ao mito do Sebastianismo criado no contexto da morte do rei Sebastião em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir. O mito sugere que a nação portuguesa retomará sua importância histórica, “Senhor, falta cumprir-se Portugal!”. Resposta da questão 36: [C] A questão remete as Grandes navegações que ocorreram nos séculos XV e XVI. A assertiva [III] está incorreta. Com as grandes navegações ocorreu a transferência do eixo econômico do Mediterrâneo para o atlântico devido as novas rotas marítimas. Neste contexto histórico estava surgindo a política econômica denominado Mercantilismo que tinha como objetivo angariar recursos para os Estados Nacionais Modernos. No campo cultural, estava em curso o Página 39 de 48 Renascimento Cultural que questionava paradigmas e valorizava a descoberta de explicações ancoradas no racionalismo e no empirismo. Resposta da questão 37: [D] A afirmativa [III] é falsa porque as especiarias eram encontradas nas Índias, na Ásia, e não na América. Resposta da questão 38: [A] As relações comerciais entre europeus e africanos, iniciadas com as Grandes Navegações, proporcionaram o início do comércio negreiro, uma vez que as tribos africanas tinham o costume de promover a escravidão de guerra e passaram a trocar seus escravos por produtos trazidos pelos europeus. Resposta da questão 39: A Capitania do Maranhão foi fundada durante o período da União Ibérica, ficando, então, dividida entre as administrações espanhola e portuguesa. Com o passar do tempo, ao longo dos séculos XVI e XVII, franceses e holandeses tentaram ocupar o território, em busca de matérias-primas e indígenas. No século XVI os franceses fundaram a chamada França Equinocial. No século XVII foi a vez dos holandeses dominarem o Maranhão. Ambas as ocupações foram derrotadas por Portugal, que dominou a Capitania em definitivo em 1644. Resposta da questão 40: 02 + 04 + 08 = 14. A afirmativa [01] é incorreta, porque as Grandes Navegações ocorreram antes das invenções citadas na questão; A afirmativa [16] é incorreta, porque a globalização começa no século XV, com as Grandes Navegações. Resposta da questão 41: [D] As Grandes Navegações marcaram o encontro entre culturas (europeus, africanos e ameríndios) e estabeleceram uma conexão comercial entre Continentes, muitas vezes caracterizada pelo conceito de comércio triangular, no qual produtos eram comercializados entre os três Continentes – Europa, África e América – ao mesmo tempo. Resposta da questão 42: [C] Somente a proposição [C] está correta. A questão remete a Expansão Marítima Comercial que ocorreu nos séculos XV e XVI. Portugal foi pioneiro nas grandes navegações devido à centralização política precoce, posição geográfica favorável, a existência da Escola de Sagres, aliança entre rei e burguesia, entre outros. Este empreendimento atendia aos interesses de diversos grupos sociais como a nobreza que desejava conquistar novas terras, a burguesia que ansiava pelo comércio das especiarias e metais preciosos e a Igreja em busca de fiéis. Resposta da questão 43: 01 + 02 + 08 = 11. [01] Correto. Ao descobrir novos continentes e diferentes populações nativas, as grandes navegações contribuíram para a criação do mito do “bom selvagem” tão forte na Europa. [02] Correto. O primeiro e grande passo rumo à globalização foi dado com as Grandes navegações que ampliaram o horizonte humano sobre o mundo, gerou intercâmbio cultural e construiu um mercado mundial. [04] Incorreto. A Igreja defendia a catequese dos nativos da América, esta instituição criticava a escravidão indígena. [08] Correto. Alguns instrumentos foram vitais para a realização das grandes navegações como a bússola, astrolábio e o quadrante. [16] Incorreto. As grandes navegações visavam um caminho alternativo para chegar no Oriente e trazer as riquezas como especiarias e metais preciosos para gerar recursos para os Estados Modernos Nacionais. • Resposta da questão 44: Podemos citar a existência de “Estados e impérios” e de “redes comerciais”. • O comércio de escravos ocorria por meio do estabelecimento de feitorias no litoral africano, onde os escravos eram adquiridos através da prática do escambo com as tribos africanas. Depois, os escravos eram vendidos pelos portugueses no além-mar, em especial no Brasil. Página 40 de 48 Resposta da questão 45: [B] A questão remete a invenção da imprensa em meados do século XV por Gutenberg. No século XV, a Europa passava por uma série de transformações estruturais no campo político, econômico, cultural, religioso e social. As Grandes Navegações alargaram o horizonte humano, o geocentrismo aristotélico-ptolomaico-cristão foi criticado pelo Renascimento Científico de Copérnico, Giordano Bruno, Kepler e Galileu. É o início da Idade Moderna que foi caracterizado por um espírito contestador e individualista. Resposta da questão 46: [C] A afirmativa [I] está incorreta porque o padroado régio delegava aos monarcas ibéricos a administração da Igreja Católica nos territórios ultramarinos conquistados e por vir a conquistar; A afirmativa [II] está incorreta porque a utilização da mão de obra escrava africana já era adotada por Portugal em suas colônias na África; A afirmativa [IV] está incorreta porque existiam uma espécie de triangulação comercial envolvendo PortugalAmérica-África, em uma troca constante de mercadorias. Resposta da questão 47: [E] Somente a proposição [E] está correta. A questão remete as Grandes Navegações e ao pioneirismo português neste processo. Ao se formar os Estados Nacionais Modernos através de uma aliança entre rei e burguesia havia uma necessidade de muitos recursos para manter estes Estados Modernos. Era preciso montar e equipar exército, montar e equipar a marinha e manter o aparato burocrático estatal. Assim, investia-se na expansão marítima comercial denominada de “Grandes Navegações”. Portugal foi o primeiro Estado Moderno a surgir e foi o pioneiro nas grandes navegações. Era preciso buscar um caminho alternativo para chegar no oriente considerando que o Mar mediterrâneo era monopolizado comercialmente pelos italianos. Os objetivos das navegações foram, principalmente, a busca de metais preciosos e especiarias para gerar lucros para a burguesia e mais impostos para o rei. Resposta da questão 48: 02 + 04 + 08 = 14. A afirmativa [01] está incorreta porque: 1) nem todos os viajantes tinham formação filosófica iluminista e 2) em grande parte os registros comparavam América e Europa; A afirmativa [16] está incorreta porque a arte barroca é posterior ao século XVII no Brasil, de maneira que não houve divulgação dela por esses viajantes. Resposta da questão 49: [B] Justificativa a partir da errada: Item [III] o discurso universalista da Igreja Católica, como fica claro nos itens [I] e [II], contribuiu decisivamente para o projeto colonizador português. A expansão da fé católica foi a base ideológica do projeto colonizador, uma vez que era pregada a necessidade de civilizar os indígenas através da religião. Resposta da questão 50: 01 + 02 = 03. A alternativa [04] está incorreta porque a parte Sul das colônias inglesas na América do Norte utilizava a força de trabalho escravo; A alternativa [08] está incorreta porque, apesar da contrariedade da Igreja, não houve proibição do uso da mão de obra indígena no Brasil Colonial; A alternativa [16] está incorreta porque apesar da predominância da mão de obra indígena na América Espanhola houve uma pequena utilização da mão de obra escrava negra. Página 41 de 48 Resposta da questão 51: a) Entre os fatores que explicam o pioneirismo português nas Grandes Navegações se destacam, entre outros elementos, a centralização política precoce, que permitiu a Portugal a coordenação das ações estratégicas necessárias para realização de um empreendimento de tal envergadura; a experiência anterior no comércio de longa distância, realizado inicialmente sob a hegemonia de Gênova e Veneza, bem como o envolvimento com o mundo islâmico do mediterrâneo; o desenvolvimento da arquitetura naval, permitindo o desenvolvimento da caravela, embarcação mais leve e veloz que as existentes na época e que permitia aos portugueses se aproximarem da terra firme sem encalhar; o aprimoramento das técnicas (determinação de latitudes e longitudes) e dos instrumentos de navegação (quadrante e astrolábio); o desenvolvimento de uma nova mentalidade voltada à experimentação e à verificação e não apenas à tradição, possibilitando a realização de diversas experiências e inovações, localização geográfica privilegiada, a Escola de Sagres. b) A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral, não constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) pensar o território brasileiro atual para o século XVI; o Estado brasileiro será formado apenas no século XIX, quando conquistará a independência política da Europa, formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico da historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que fragmentárias, na crise do antigo sistema colonial no final do século XVIII. Resposta da questão 52: [B] Tanto a Guerra de Reconquista como a Revolução de Avis foram processos que consolidaram a centralização de poder em Portugal. Essa centralização foi fundamental para que o país lusitano fosse pioneiro das grandes navegações, uma vez que o papel do Rei português junto à burguesia foi determinante para o incentivo às navegações. Resposta da questão 53: [B] A busca por novas rotas de comércio e novas fontes de matéria-prima era essencialmente parte da mudança do pensamento econômico do mundo, advinda com o Renascimento. Mas a busca pelo paraíso ou pelo eldorado era, ainda, uma crença medieval, que foi seguida por quase todos os navegadores dos séculos XV e XVI. Resposta da questão 54: [B] A base da colonização de exploração na América era o chamado plantation, formado pela monocultura em grandes propriedades com utilização de mão de obra escrava. Nesse sentido, os africanos eram utilizados para abastecer as fazendas americanas. Resposta da questão 55: [C] Somente a alternativa [C] está correta. A questão faz referência à viagem de Francisco de Orellana que chegou à foz do rio Amazonas. Orellana foi o primeiro europeu a atravessar o rio Amazonas. Ele chegou à América em 1527 aos 16 anos de idade com o objetivo de encontrar o imaginário “El Dorado”. Francisco Orellana foi avisado da existência das “Amazonas”. O termo “Amazonas” faz referência à mitologia grega. As Amazonas eram mulheres fortes, membrudas, de grande estatura, brancas. Havia muita fantasia no imaginário europeu contribuindo para a busca das riquezas fáceis. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 56: [B] Somente a proposição [B] está correta. Sérgio Buarque de Holanda em suas duas obras mais importantes, “Raízes do Brasil” e “Visão do Paraíso” busca elementos que caracterizavam os ibéricos para a melhor compreensão da cultura brasileira. Desde a formação de Portugal em 1139 com a dinastia de Borgonha (vale lembrar que Portugal foi o primeiro Estado Moderno a surgir), o jovem país entrou em contato com outros povos, sobretudo na dinastia de Avis, 1385-1580. Portugal realizou contatos com povos do Oriente e do norte da África no contexto das Grandes Navegações. Tal fato explica, para Sérgio Buarque de Holanda, a redução lusitana pelo “gosto da maravilha e do mistério” sobre o “Novo Mundo”. As demais alternativas estão incorretas. Página 42 de 48 Resposta da questão 57: [D] Somente a proposição [D] está correta. Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações iniciando em 1415 com a tomada de Ceuta no norte da África. As Navegações Portuguesas foram exaltadas pela obra de Luís Vaz de Camões, “Os Lusíadas”. Apesar deste pioneirismo empreendedor de Portugal, a nação ibérica entrou em grave crise econômica nos séculos XVIII e XIX levando o grande poeta português Fernando Pessoa a refletir se valeu a pena os esforços das Grandes Navegações considerando o sofrimento e morte que ocorreram naquele cenário. O poeta conclui brilhantemente que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. As demais alternativas cometem graves equívocos históricos. Portugal não se transformou em grande potência. A crença religiosa não foi o motor que impulsionou as Grandes Navegações. Não ocorreu apoio aos familiares dos navegadores e, em muitos casos, nem aos navegadores. Resposta da questão 58: [C] As viagens ultramarinas do século XV foram rodeadas de expectativas com relação aos perigos que podiam ser encontrados no mar. Monstros marinhos, rodamoinhos gigantescos que “engoliam” embarcações, pontos de tempestades que nenhum navio atravessaria e a queda profunda ao se alcançar a linha do horizonte eram alguns dos medos dos navegantes. Resposta da questão 59: 04 + 08 = 12. A afirmativa [01] está incorreta porque a posição geográfica portuguesa facilitava a navegação oceânica, e não dificultava; A afirmativa [02] está incorreta porque a Monarquia portuguesa teve participação ativa no processo das grandes navegações; A afirmativa [16] está incorreta porque as técnicas portuguesas de navegação combinavam conhecimentos pátrios e estrangeiros. Resposta da questão 60: [B] O livro em questão, de autoria de Tomas Morus, é a Utopia, que retrata uma sociedade imaginária que vivia nos moldes daquilo que defendiam os renascentistas e os humanistas. Resposta da questão 61: [D] Somente a alternativa [D] está correta. A belíssima poesia do poeta português Fernando Pessoa faz uma reflexão interessante sobre as “Grandes Navegações” que ocorreram ao longo do século XV e que Portugal foi pioneiro. O poeta Camões no século XV enalteceu o feito dos portugueses nas Grandes Navegações. Foi o auge da história de Portugal. Porém, nos séculos XVIII e XIX, contexto histórico de Fernando Pessoa, a nação ibérica estava em profunda decadência econômica e política culminando na vinda da corte portuguesa para o Brasil. Assim, Fernando Pessoa reflete se valeu a pena todo o sofrimento ocorrido no contexto das Grandes Navegações. Ele conclui, de maneira brilhante, que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 62: [B] Entre os séculos XIX e XX, grande número de europeus deixaram o Velho Continente rumo aos continentes periféricos em busca de melhores condições de trabalho e de vida, devido ao aumento da desigualdade social gerado pelo avanço do Capitalismo na Europa e à baixa produção agrícola que afetava os campos europeus. Resposta da questão 63: [B] Somente a proposição [B] está correta. Cristóvão Colombo, um italiano que viajou representando a coroa espanhola, chegou à América em 1492. Na Europa estavam se formando os Estados Nacionais através de uma aliança entre rei e burguesia. Estes Estados necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exército, montar e equipar a marinha bem como manter a burocracia estatal. Assim, havia os interesses econômicos nas grandes navegações, ou Página 43 de 48 seja, necessidade de metais preciosos e outras riquezas fáceis. Havia no imaginário europeu a existência de um reino cristão no oriente associado à riqueza e ao paraíso. Nutrido deste imaginário, Colombo chegou à América e se deparou com outra realidade, as peculiaridades dos nativos da América Central. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 64: [A] A noção de riqueza era completamente diferente para o europeu e para o indígena. Podemos tomar o valor do ouro como exemplo: para os índios, era objeto de adorno, sem valor; para os europeus, era fonte preciosa de acumulação de capital, muito valioso. Resposta da questão 65: [C] A expansão portuguesa, e a formação do Império Marítimo, mesmo com suas limitações demográficas contou com um fluxo populacional constante do Reino para os domínios ultramarinos, com destaque para o Brasil, cuja emigração atraiu muitos povoadores no século XVIII. O sistema comercial português foi estruturado a partir de uma relação bipolar no Atlântico Sul, no qual o tráfico de escravos, alastrado para os demais domínios coloniais na América, foi uma das suas principais características, marcada pela circulação de pessoas e bens. Resposta da questão 66: a) O comércio marítimo. Na Grécia Antiga, os gregos exportavam seus produtos para toda a Península do Peloponeso. No antigo regime, o comércio marítimo, estimulado pelo mercantilismo, foi desenvolvido a partir das grandes navegações. b) As fábulas, em geral, terminam com uma “lição de moral”. Esta prática faz com que elas tenham um caráter moralizante, contribuindo para estabelecer boas regras de convivência social através do estabelecimento de regras de conduta. Resposta da questão 67: 01 + 02 + 04 = 07. Os atuais países do norte da África professam a fé em Alá, o que demonstra que o controle muçulmano sobre aquela região, já a partir do século VII, não foi superado pelas Cruzadas. Quanto à Conferência de Berlim, na década de 1880, dela resultou a partilha do continente africano segundo os interesses das principais potências europeias, desconsiderando diferenças étnicas e culturais existentes entre os povos africanos. Tal situação perdurou mesmo após a descolonização, no século XX, provocando constantes conflitos entre grupos africanos distintos que disputam o poder em várias regiões África. Por fim, a descolonização africana não se deu inteiramente por meios pacíficos, como pode ser constatado com o caso da Argélia, por exemplo. Resposta da questão 68: [D] Nesta questão, o aluno precisa levar em consideração a política de globalização ocorrida no mundo, no período de expansão comercial europeia; no processo de Eurocentrização, a evolução passou a ser a necessidade econômica. Assim, é preciso perceber que a globalização chegou à Europa no século XV, e na America somente no século XX. O texto em si não está relacionado à alternativa [D], embora seja a resposta correta por se tratar de um aspecto da globalização; somente é útil para invalidar as outras alternativas. Resposta da questão 69: [A] O texto destaca a forma de organização social de grupos africanos que antecedem a chegado do colonizador europeu e permite a comparação com a mentalidade mercantilista, fundada no lucro. Enquanto nas sociedades africanas as relações econômicas são precedidas pela estrutura social, nas sociedades mercantilistas, as relações econômicas – capitalistas – é que determinam as novas formas de relação social. Resposta da questão 70: [C] A expressão “grandes navegações” se refere ao movimento iniciado por Portugal e seguido por outros países da Europa Ocidental. Pretendia obter um novo caminho para as Índias, mas acabou por criar novas rotas de comércio e Página 44 de 48 estabelecer novas áreas de exploração na África e América. Nesse sentido, o Atlântico superou o Mediterrâneo em importância, promovendo o declínio das cidades italianas. Resposta da questão 71: 02 + 08 = 10. A afirmativa [01] está incorreta porque a anexação do Texas não ocorreu devido ao abandono por parte do México, mas foi fruto de negociações entre México e EUA; A afirmativa [04] está incorreta porque o avanço para o Oeste não respeitou nem o meio ambiente e nem as populações nativas; A afirmativa [16] está incorreta porque a marcha para o Oeste não resultou em guerra entre EUA e Espanha pelo domínio do México. Resposta da questão 72: [E] O mundo moderno (que se inicia com a tomada de Constantinopla pelos turcos) é marcado por diversos fatores, dentre os quais as Grandes Navegações, a ascensão da burguesia e avanços tecnológicos, tais quais a bússola, a pólvora e a imprensa. Resposta da questão 73: [C] A questão, que tem como referência o texto citado, ressalta elementos de análise do choque cultural entre europeus e nativos da América à época da Expansão Marítimo-Comercial europeia. Em geral, tanto os conquistadores espanhóis que dominaram o Império Asteca (no caso citado pelo texto), quanto os que dominaram o Império Inca ficaram bastante surpresos diante das manifestações culturais dessas civilizações americanas. Contudo, cabe lembrar que prevaleceu a vontade dos europeus sobre a América, o que implicou na destruição dos Impérios Asteca e Inca pelos espanhóis. Resposta da questão 74: [A] Um dos princípios básicos do Mercantilismo era a busca por novas fontes de matéria-prima e novos mercados consumidores. Nesse contexto, lançar-se ao mar foi inevitável, então, as viagens nas caravelas eram uma “perna” do Mercantilismo. O catolicismo, perdendo espaço na Europa depois da Reforma Protestante, buscava encontrar/formar novos seguidores, enxergando, nos nativos de América e África, grandes potenciais para isso. Como as duas primeiras nações a se lançarem ao mar eram fortemente católicas – Portugal e Espanha – levaram consigo grupos católicos com o exclusivo dever de catequizar os nativos dos novos continentes. Resposta da questão 75: A Revolução Comercial deslocou o eixo comercial europeu das rotas que privilegiavam o Mar Mediterrâneo para as que utilizavam a navegação do Oceano Atlântico. Uma das consequências para a economia europeia: • acumulação de capitais • crescimento do tráfico de escravos • fortalecimento econômico da burguesia • acesso a novas fontes de metais preciosos • consolidação de práticas econômicas mercantilistas • aumento do consumo de produtos extraeuropeus, como as especiarias • processo inflacionário derivado do afluxo de metais preciosos americanos Uma das consequências para a economia dos outros continentes: • submissão aos interesses mercantilistas dos Estados europeus • incorporação de práticas econômicas ditadas pelos interesses europeus • perda da posse da terra e de outros bens materiais por populações nativas • desorganização, eliminação ou retração de práticas econômicas autossuficientes • utilização do tráfico interno ou externo de trabalhadores como estratégia de ação econômica Resposta da questão 76: [C] Página 45 de 48 Somente a alternativa [C] está correta. Os Estados Nacionais surgiram na Baixa Idade Média através de uma aliança entre rei e burguesia. Portugal foi o primeiro Estado Moderno a surgir na Europa ainda no século XII com a dinastia de Borgonha. Estes Estados Nacionais necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exército, montar e equipar a marinha e manter a burocracia estatal. Neste sentido, ao se formar um Estado Nacional investia-se nas Grandes Navegações em busca de especiarias e metais preciosos objetivando recursos para os Estados Nacionais. Portugal foi o primeiro nas Grandes Navegações com a tomada de Ceuta no norte da África em 1415. As demais proposições estão equivocadas. Não havia um desenvolvimento industrial no século XV, contexto das Grandes Navegações. O comércio no Mediterrâneo na Baixa Idade Média era controlado pelas cidades do norte da Itália. A dinastia de Avis governou Portugal entre 1385 até 1580, período que pode ser considerado o auge da História de Portugal quando ocorreu uma forte aliança entre os reis e a burguesia. Neste momento a nobreza não estava no comando do país. Resposta da questão 77: 02 + 04 + 08 + 16 = 30. A proposição [01] é incorreta porque a motivação para a expansão ultramarina espanhola era a mesma que a dos outros reinos europeus: 1) chegar às Índias, 2) encontrar novas fontes de matéria-prima e 3) encontrar novas fontes de metal precioso. Resposta da questão 78: [D] Duas características do enunciado contribuem para a resolução: a ideia de expansão cristã para diversos continentes e o nome da obra “A Camões”, um dos grandes nomes da literatura portuguesa da época moderna, época das grandes navegações, tradicionalmente exaltada pelo autor lusitano. Resposta da questão 79: [A] Quando se lançaram ao mar, Portugal e Espanha tinham objetivos diferentes para chegar às Índias. Enquanto a Espanha queria alcançar o Oriente navegando em direção ao Ocidente, Portugal planejou contornar a costa africana, algo que ninguém tinha conseguido fazer ainda. A conquista de Ceuta, em 1415, foi um dos primeiros avanços portugueses no seu empreendimento. Resposta da questão 80: [B] A questão requer a leitura atenta do texto, sendo que a alternativa correta repete as mesmas ideias já expressas ali. De fato, Humbold salienta a importância das navegações e dos descobrimentos para a ampliação do conhecimento humano em vários campos, como a Geografia, a Astronomia e também as ciências naturais. Resposta da questão 81: [A] A gravura que acompanha a questão deixa bem clara a visão que os europeus tiveram dos habitantes e das terras da América no início da ocupação: a exuberância e o exótico foram os elementos mais usados pelos europeus para retratar a nova terra. Resposta da questão 82: [A] O regime salazarista corresponde ao Governo de Salazar, também chamado de Estado Novo em Portugal. Tal regime teve como marca, além do autoritarismo, o nacionalismo e o tradicionalismo. Sendo assim, a idealização do Império português demonstrado pelo monumento, encaixa-se no perfil do governo supracitado. Resposta da questão 83: [B] A charge satiriza a constante preocupação da metrópole portuguesa em promover seu projeto de integração das terras brasileiras à lógica mercantilista existente e as dificuldades em implantar esse projeto, dada a concorrência com as novas potências emergentes e os constantes ataques sofridos pela colônia brasileira. Resposta da questão 84: Página 46 de 48 [D] As demais opções, embora contenham vários aspectos verdadeiros, contêm pelo menos uma característica equivocada, exigindo a atenção na avaliação de cada uma. Resposta da questão 85: [B] Interpretação de texto associado ao conhecimento histórico. O texto deixa claro que “apesar do caráter cruzadista” – portanto religioso, de luta contra os muçulmanos – os interesses comerciais não estavam ausentes e reforça essa ideia como uma frase proferida pelo rei de Portugal. É comum os livros se referirem à expansão portuguesa como “expansão marítimo comercial” na qual se destacam diversos interesses ligados à nobreza e à Igreja, ao Estado e à burguesia mercantil. Resposta da questão 86: [A] A partir da descoberta e da exploração das terras americanas, novas narrativas foram disseminadas na Europa, destacando a fauna e flora, exóticas, no sentido de completamente diferentes daquela encontrada na Europa. Destacam-se as narrativas de Hans Staden, viajante e cronista alemão, famoso pela narrativa de suas viagens pelo Brasil na década de 1540. As conquistas foram empreendidas por portugueses (litoral africano e Brasil) e espanhóis (maior parte da América). Franceses e ingleses estavam atrasados no processo de expansão. Resposta da questão 87: A viagem de Cabral ao litoral do Brasil fez parte de um projeto para reconhecer o litoral do Brasil, que pertencia a Portugal desde 1494, quando do Tratado de Tordesilhas. A posse do litoral do Brasil, somada a posse do litoral africano, garantiria ao reino lusitano o controle sobre a rota atlântica em direção ao oriente e suas especiarias. As “grandes navegações” foram impulsionadas pela necessidade de superar a crise econômica do século XIV, determinada pela retração da produção agrícola devido às guerras e a peste negra; ao mesmo tempo contribuiu para consolidar o Estado Nacional, nova forma de organização política constituída no final do período medieval. Resposta da questão 88: a) Razões para o pioneirismo português na expansão marítima. 1. Posição geográfica favorável. 2. Paz interna, relativa estabilidade política. 3. Formação/reunião de navegadores, matemáticos, geógrafos e astrônomos. 4. Tradição marítima: experiência com atividade pesqueira. 5. Pioneirismo na formação do Estado Nacional Moderno b) Características do Mercantilismo 1) Metalismo: acumulação de metais preciosos dentro do território nacional. Identificação entre a riqueza de um país e a quantidade de moedas em circulação no seu território. 2) Protecionismo: direito exclusivo dos governos sobre a comercialização de certos produtos em todos os seus domínios, principalmente nas colônias (pacto colonial). Imposição de barreiras tarifárias aos produtos estrangeiros. 3) Balança comercial favorável: A balança comercial é favorável quando se exporta mais que importa. Estímulo à produção manufatureira e diminuição das importações. Posse de colônias de exploração como forma de garantir a balança comercial favorável. 4) Colonialismo: Conquista e domínio de territórios ultramarinos. A colônia como uma economia complementar à metrópole, com produção totalmente voltada à exportação. Resposta da questão 89: [C] “Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais”. Resposta da questão 90: [E] Página 47 de 48 A expansão marítima representa a expansão do comércio, portanto, burguês, apesar de interessante para a nobreza que controlava o Estado. Na expansão Ibérica não se encontram interesses italianos. Vale a pena lembrar que muitos historiadores consideram o Estado Moderno ainda como um “Estado Feudal”. A expansão somente foi possível devido à centralização do poder em Portugal e Espanha, caracterizados politicamente como monarquias absolutistas. Do ponto de vista religioso, as monarquias ibéricas tiveram o apoio do Papa e se utilizaram de novas tecnologias derivadas do conhecimento, oriundo do renascimento. Resposta da questão 91: [D] O processo de expansão marítima está associado a um contexto de prática do mercantilismo, sendo assim, o maior objetivo das nações era garantir a ampliação do comércio. Resposta da questão 92: 04 + 16 = 20. 01) Incorreto: O pioneirismo português durante as grandes navegações não se deu apenas por questões geográficas. Podemos destacar, também, a boa experiência portuguesa em navegação, em parte devido à pesca do bacalhau, a qualidade das caravelas, o forte investimento da burguesia e da nobreza e o fato de ter sido uma das primeiras monarquias nacionais da Europa. 02) Incorreto: Não houve paz reinante na França e na Inglaterra. No período mencionado na questão, ambos os países estiveram envolvidos na chamada Guerra dos Cem Anos que, na verdade, durou 116 anos (1337-1453). 04) Correto: No período das grandes navegações, o Oceano Atlântico adquiriu grande importância comercial e estratégica, diminuindo distâncias geográficas e permitindo o intercâmbio cultural entre os povos da América e Europa. 08) Incorreto: A conquista espanhola não ocorreu de forma pacífica. Tanto a civilização inca quanto a asteca foram destruídas, respectivamente, pelos conquistadores espanhóis Francisco Pizarro e Hernán Cortés. 16) Correto: Estes três povos americanos mencionados na questão estavam em avançado estágio tecnológico e urbano. No caso dos maias, o conhecimento astronômico deu origem ao famoso Calendário Maia. Resposta da questão 93: [C] A produção dos relatos dos navegadores sobre as demais partes do mundo que começavam a ser dominadas pelos europeus nos séculos XV e XVI eram carregados pelo olhar do conquistador. Portanto, eram marcadamente eurocêntricos. Por outro lado, à medida que estes navegadores se aproximavam e conheciam melhor estes novos territórios e o trajeto até eles, a observação e a experiência foram gradativamente agregando novas informações, dando aos mapas do período feições mais condizentes com a realidade. Resposta da questão 94: [D] Somente a proposição [D] está correta. A questão remete ao universo das Grandes Navegações. A assertiva [IV] está incorreta. Os holandeses invadiram a Bahia em 1624 sem sucesso e Pernambuco em 1630-1654 (não invadiram o Rio de Janeiro). No contexto da República Romana. 509 a.C. ocorreu a expansão deste povo conquistando e escravizando muitos povos. Portugal no século XV foi o pioneiro nas Grandes Navegações utilizando-se caravelas e outros recursos náuticos. No imaginário medieval havia inúmeras lendas sobre os oceanos (ancorados na mitologia Grega) que assustavam os europeus retardando as grandes navegações. As demais alternativas estão incorretas. Página 48 de 48