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JB NEWS
Informativo Nr. 1.615
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC) – domingo, 1º de março de 2015
Índice:
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2–Opinião: IrJoão Anatalino Rodrigues – Zorobabel, o artezata
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – (Coluna do Irmão João Gira) - Telos
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – O Sol e a Lua: Objetos de adoração nas Civilizações ............
Bloco 5-IrHercule Spoladore – A República, como foi proclamada
Bloco 6-Ir Pedro Juk – Perguntas & Respostas – do IrTeodoro Robens de Freitas Silveira
(Abertura com 7 Mestres)
Bloco 7-Destaques JB (Resenha Geral) – com versos do Ir e poeta Sinval Santos da Silveira
Anna Blarkblom
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet – Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
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1 – Almanaque
Hoje é o 60º. dia do Calendário Gregoriano – Lua Quarto Crescente
Faltam 305 para terminar 2015.
Dia da Fundação do Rio de Janeiro (1565)
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
por favor, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem
LIVROS
Autor: Hercule Spoladore
[email protected]
Eventos históricos
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Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
86 a.C. - Lúcio Cornélio Sula, no comando de um exército da República Romana, entra em Atenas e destitui o
tirano Aristion, que era apoiado por tropas de Mitrídates VI do Ponto.
286 - Imperador romano Diocleciano concede a Maximiano o título de Caesar.
293 - Diocleciano e Maximiano nomeiam Constâncio Cloro e Galério como Caesares. Considera-se esta data o
início da Tetrarquia.
317 - Crispo e Constantino II, filhos do imperador romano Constantino I e Licinius Iunior, filho do imperador
Licinius, recebem os títulos de Caesares.
705 - É eleito o Papa João VII.
710 - Rodrigo, rei visigodo, é eleito rei da Espanha após a morte de Vitiza.
1146 - Papa Eugênio III publica novamente a sua bula Quantum Praedecessores (comvocação para a Segunda
Cruzada).
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1290 - Assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento Scientiae thesaurus mirabilis, que cria a Universidade de
Coimbra.
1476 - Fernando II vence na batalha de Toro os partidários da candidatura real de Joana de Trastâmara.
1493 - A caravela La Pinta atraca no porto de Bayona, Espanha, de regresso da América. Foi o primeiro sucesso
da expedição de Cristóvão Colombo.
1498 - O navegador e explorador português Vasco da Gama chega ao atual Moçambique.
1553 - Duarte da Costa é nomeado governador-geral do Brasil em substituição a Tomé de Sousa.
1562 - Começam as Guerras religiosas na França com o massacre de cerca de mil huguenotes por católicos em
Wassy.
1565 - Estácio de Sá lança os fundamentos da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem ao rei
Sebastião I.
1580 - O filósofo francês Michel de Montaigne publica os livros I e II de seus 'Ensaios' (Essais).
1633 - Samuel de Champlain reivindica seu papel de comandante da Nova França em nome do Cardeal de
Richelieu.
1781 - O segundo Congresso Continental ratifica os Artigos da Confederação.
1792 - Início do reinado de Francisco I da Áustria.
1803 - Ohio torna-se o primeiro território do Território do Noroeste a ser elevado à categoria de estado, e o 17º a
entrar na União.
1811 - Líderes da dinastia Mameluca são mortos pelo governante egípcio Mehmet Ali.
1815 - Napoleão Bonaparte retorna à França depois do seu exílio na ilha de Elba.
1835 - Manuel Oribe assume a presidência do Uruguai.
1840 - Louis Adolphe Thiers é nomeado primeiro-ministro da França.
1845
o Término da Revolução Farroupilha (David Canabarro assina o Tratado de Poncho Verde com Duque de
Caxias).
o O presidente John Tyler assina a lei autorizando os Estados Unidos da América a anexarem a República
do Texas.
1854
o O psicólogo alemão Friedrich Eduard Beneke desaparece; dois anos mais tarde seus restos mortais são
encontrados em um canal próximo a Charlottenburg, Berlim.
o É proclamado o Plano de Ayutla com a finalidade de destituir Antonio López de Santa Anna, então
ditador do México.
1867 - Nebraska torna-se o 37º estado dos Estados Unidos da América; Lancaster passa a chamar-se Lincoln e
torna-se a capital do estado.
1870 - Fim da Guerra do Paraguai.
1872 - O Parque Nacional de Yellowstone, localizado nos estados estado-unidenses de Wyoming, Montana e
Idaho, é criado como sendo um dos primeiros parques nacionais do mundo.
1879 - Bolívia declara guerra ao Chile (Guerra do Pacífico).
1894 - Realização das primeiras eleições diretas para presidente da República do Brasil.
1896
o Antoine Henri Becquerel descobre a radioatividade.
o As tropas etíopes de Menelik II derrotam o exército colonial italiano, dando término à Primeira Guerra
Ítalo-Etíope.
1921
o A Alemanha recusa os acordos sobre reparações de guerra;
o Início da Revolta de Kronstadt.
1940 - Francisco Franco estabelece lei contra 'maçons e comunistas' (Espanha).
1941 - Segunda Guerra Mundial: a Bulgária adere ao Pacto Tripartite e se junta às forças do Eixo, pouco antes de
ser invadida pelas forças nazistas.
1942 - Guerra do Pacífico: término da Batalha do Mar de Java com a vitória das forças navais japonesas sobre os
Aliados.
1953 - Josef Stalin sofre um ataque cardíaco e morre quatro dias depois.
1966 - A sonda espacial soviética Venera 3 estatelou sobre a superfície de Vênus, convertendo-se na primeira
nave espacial a alcançar a superfície de outro planeta.
1975 - É lançado o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido como Dicionário Aurélio.
1980 - A sonda espacial Voyager 1 confirma a existência de Jano (a lua de Saturno).
1982 - A sonda espacial soviética Venera 13 envia à Terra as primeiras imagens coloridas da superfície de Vênus.
1992 - Bósnia e Herzegovina declara sua independência da Iugoslávia.
2000 - A Constituição da Finlândia é reescrita.
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2002 - O satélite para observação terrestre Envisat alcança com sucesso a órbita de 800 km acima da Terra em
seu 11º lançamento.
2005 - Síria anuncia a retirada de suas tropas do Líbano.
2006 - Papa Bento XVI renuncia ao título de Patriarca do Ocidente.
2008 - Início de uma crise diplomática entre a Colômbia, Equador e Venezuela após a morte de Raúl Reyes,
membro do secretariado da FARC na Colômbia
Históricos de Santa Catarina
1829
1833
1835
1915
1944
1966
Nasce na cidade de Desterro, Álvaro Augusto de Carvalho. Teatrólogo deixou algumas peças que foram
encenadas na capital catarinense. Ingressou na Marinha do Brasil alcançando o posto de tenente, ao tempo
da Guerra do Paraguai, quando morreu em campanha. Em sua homenagem o teatro pertencente ao Governo
do Estado de Santa Catarina, denomina-se “Álvaro de Carvalho”.
Lei provincial desta data criou os municípios de São Miguel, depois Biguaçú, e de São José, ambos
desmembrados da Capital.
Instalada, nesta data, a primeira Assembleia Provincial de Santa Catarina.
Pela primeira vez no Brasil, pretende-se aplicar o avião numa ação bélica, o que resulta em desastre. Um
aparelho “Darioli”, equipado para metralhar os “fanáticos” do Contestado, ao levantar vôo, em Porto União,
espatifou-se contra o solo, morrendo o piloto tenente Ricardo Kirk.
Instalação do município de Videira, criado pela Lei nº 941, de 31 de dezembro de 1943.
Decreto Federal, desta data, autorizou o funcionamento da Faculdade de Ciências Econômicas de Lages,
unidade de ensino superior que deu origem à criação da Fundação das Escolas Reunidas do Planalto
Catarinense – UNIPLAC.
fatos maçônicos do dia - Fonte: O Livro dos Dias 19ª edição (Ir. João Guilherme) e acervo pessoal
1821
1883
1923
1923
1939
1940
1950
1969
1972
Sai o primeiro número de “O Conciliador do Reino Unido”, o primeiro jornal de propriedade de um
brasileiro, José da Silva Lisboa, () o visconde de Cairú.
Fundado um novo Grande Oriente Brazileiro por dissidentes do Grande Oriente Unido, adormecido
logo depois.
Fundada a Grande Loja do Pacífico, Sonora, México.
Morre o Ir Rui Barbosa
Parte para o exílio a Maçonaria espanhola, fugindo das perseguições de Franco.
Fundação da Loja “Cruzeiro do Sul” nº 5 (GLSC) em Joaçaba.
Fundação da Loja Fraternidade Riobranquense, de Visconde do Rio Branco - MG
Fundada a Grande Loja do Irã, atualmente no exílio.
Criado o Yellowstone Park, o mais antigo parque nacional do mundo, por iniciativa de Cornelius Hedge,
mais tarde GM da GL de Montana.
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www.gomg.org.br
VII Chuletão Templário! na acm rodovia sc-401
Dia 29 de março (domingo)
Uma promoção filantrópica da loja templários da nova era
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2 – Opinião – Zorobabel, o artezata
João Anatalino Rodrigues
O Irmão João Anatalino Rodrigues produz a “Opinião” dominical:
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
[email protected]
ZOROBABEL, O ATERZATA
“Vinde e restauremos os muros de Jerusalém.
Não sejamos mais objeto de opróbrio para os nossos inimigos.”
Esdras, 2:18.
Reconstruir Jerusalém, essa foi a missão,
Que o Senhor deu ao rabino Zorobabel.
Pois que então um novo pacto de união,
Seria estabelecido com o povo de Israel.
E para fazer a tarefa que Deus lhe dava,
A Maçonaria israelense estava preparada.
Se em uma das mãos a trolha manejava,
Na outra tinha prontos escudo e espada.
Assim o novo e belo templo foi erguido,
No lugar do antigo que bárbaros caldeus
Com selvageria haviam um dia destruído.
Pois Deus favorece a quem sua lei acata,
E dessa nova Loja fundada pelos judeus,
Zorobabel se tornou Poderoso Aterzata.
Aterzata é um título que os Irmãos encontrarão quando galgarem graus mais altos na
maçonaria, especialmente os da chamada Loja Filosófica. Esse título vem uma bela história
contida na Bíblia. É a história da reconstrução de Jerusalém, após a volta do cativeiro da
Babilônia, tema esse muito caro a todos os maçons.
Conexão histórica
Os registros históricos dizem que os territórios governados pelo império persa foram
divididos em províncias denominadas satrápias. E que para cada uma delas o imperador
nomeou um governador (sátrapa), que respondia diretamente a ele. Na maioria dos casos o
sátrapa era oriundo dos próprios povos conquistados, o que lhes conferia um elevado grau
de autodeterminação, desconhecido em outras épocas. Esse fato foi registrado na própria
Bíblia, no episódio em que o rei Dario II, chamado Assuero pelos judeus, permitiu que estes
se armassem para se defender das tropas persas que pretendiam atacá-los, em razão das
maquinações de Aman, seu pérfido primeiro ministro. [1]
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Zorobabel
Zorobabel era um rabino judeu que gozava de certo prestígio na corte de Dario I, o rei
persa. Os persas, diferente dos demais conquistadores, não procuravam impor aos povos
conquistados a sua cultura. Desde que pagassem os tributos exigidos, cada povo podia
conservar sua língua, sua religião e seus próprios costumes. Assim, os judeus, cativos na
Babilônia conquistada pelo rei persa Ciro, o Grande, mantiveram lá a sua religião, e
segundo acreditam muitos estudiosos, a maior parte do Antigo Testamento, tal como o
conhecemos hoje, foi escrito durante esses cinquenta anos de cativeiro dos judeus na
Babilônia.
Mas um dia Zorobabel conseguiu convencer o rei Dario I(sucessor de Ciro) a deixar os
judeus voltarem para a Palestina para reconstruir Jerusalém. E principalmente o Templo de
Salomão, que havia sido destruído pelos bárbaros caldeus. Segundo as crônicas de Esdras,
o rei Dario não só permitiu como também ajudou Zorobabel nessa tarefa, fornecendo
dinheiro e materiais para essa reconstrução.
Foram muitas as dificuldades e os perigos enfrentados por Zorobabel e os Irmãos
operativos nesse trabalho de engenharia maçônica, pois os habitantes da terra (árabes,
amonitas, samaritanos e outros povos), que durante o cativeiro dos filhos de Israel haviam
ocupado a região, atacavam constantemente os judeus repatriados. Por isso se diz que
enquanto eles manejavam a trolha com a mão direita, na esquerda mantinham em guarda o
escudo e a espada. [2]
As crônicas de Esdras dizem que naturais da terra tentaram provocar conflitos entre o
povo de Israel e o rei da Pérsia levantando falsas acusações sobre os israelitas, dizendo que
estes pretendiam libertar-se do império persa, não pagar os tributos devidos nem
reconhecer a autoridade do rei. E depois, quando subiu ao trono o monarca conhecido
como Xerxes I (Dario II), até uma acusação por escrito foi feita pelos samaritanos, de que
uma rebelião se tramava em Jerusalém. [3]
Isso porque, a par dos trabalhos de reconstrução do Templo, os israelitas começaram a
reedificar as muralhas da cidade (Arte Real operativa) e a reorganizar o povo de Israel como
antigamente este vivia, numa grande Fraternidade, guiada pelos princípios e pela doutrina
legada por Moisés (Arte Real especulativa).
O rei da Pérsia mandou então que se parassem as obras de reedificação da cidade e das
muralhas, até que ele tivesse a certeza se os judeus queriam mesmo revoltar-se contra o
império ou se tudo eram apenas maquinações perpetradas contra eles por vizinhos
invejosos.
Coube a Zorobabel, com muita coragem, determinação e sabedoria, convencer o rei
persa sobre as intenções pacíficas dos judeus, que só queriam praticar a Arte Real com
liberdade, justiça e obediência estrita aos ditames do Grande Arquiteto do Universo. Por
isso ele foi ao rei e demonstrou-lhe a verdade dos fatos.[4]
Foi também nesses dias que nasceu, entre aqueles antigos Irmãos, um anelo muito
grande pela liberdade e pela moralidade nas relações sociais e políticas, pois os judeus,
empobrecidos e aviltados pelo longo período no cativeiro, estavam vendendo os próprios
filhos a quem pudesse pagar por eles, e aqueles que detinham governo e poder sobres
outras pessoas começaram a cobrar delas pesados tributos, ameaçando-lhes a própria
liberdade.[5]
O Aterzata
De maneira que Zorobabel, feito líder e Venerável Grão – Mestre da nova Loja dos judeus,
conduzindo a Obra de restauração da cidade de Jerusalém, impôs regras rígidas de
convivência entre os Irmãos. Nesse sentido, aboliu o instituto da servidão e a prática da
usura; e conclamando a todos aqueles que tivessem dívidas com outros, que as pagassem
segundo as suas condições de pagamento; e aqueles que não pudessem pagar em dinheiro
ou bens, que o fizessem com trabalho, mas por um período certo de tempo para que não
ficasse caracterizada a escravidão.
Esdras, em sua crônica da reconstrução de Jerusalém fala também das dificuldades
enfrentadas por Zorobabel e por ele mesmo em relação à pobreza dos judeus, que queriam
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empenhar seus bens e até os próprios filhos para saldar as dívidas com a reconstrução da
cidade e pagar os tributos que lhes eram cobrados pelas autoridades. Seu discurso contra
essas práticas é um grande libelo contra a escravidão, a usura, o desinteresse pela causa
comunitária, a opressão e a tirania.
Depois disso veio outra grande leva de judeus repatriados. Isso aconteceu nos dias do
rei Artaxerxes e os inimigos da Irmandade de Israel, temendo que eles se tornassem ainda
mais fortes, armaram muitas ciladas pelo caminho, obrigando aqueles Irmãos a travar
muitas batalhas.[6]
Nesses dias foram estabelecidas as regras éticas e morais que um bom governador deve
seguir para realizar um governo justo e progressista, que sirva antes ao povo do que a ele
próprio e aos seus familiares.[7]
Depois que os judeus acabaram os trabalhos de reconstrução da cidade, Zorobabel
nomeou Hanani e Hananias, Vigilantes sobre a cidade, ordenando-lhes que as portas da
cidade não se abrissem até que sol estivesse alto e que Irmãos Cobridores as vigiassem.[8]
E todo o povo que veio de Babilônia contava quarenta e duas mil, trezentas e sessenta
pessoas. Essa foi a nova composição do Oriente de Judá, a qual elegeu como Grão-Mestre a
Neemias. Nesse dia recebeu ele o nome de Aterzata, ainda hoje usado em reuniões das
Lojas filosóficas dos maçons modernos.[9]
Assim, os Irmãos de Judá continuaram a praticar a Arte Real, de forma operativa e
especulativa durante todo o tempo em que durou o império persa, porque os reis que
governaram aquele império concediam liberdade política e de culto às suas províncias
desde que elas pagassem em dia seus tributos e não houvesse rebeliões. [10]
[1]
Veja-se o Livro de Ester.
[2]
Conforme descreve Neemias (4:17): “os que edificavam os muros, e os que acarretavam, e os que carregavam; com uma mão
faziam a obra, e com a outra pegavam a espada.” Essa expressão foi utilizada pelo Cavaleiro De Ramsay, em seu famoso discurso
de 1736, significando que o maçom deve ser, ao mesmo tempo, um operário construtor e um guerreiro.
[3]
Xerxes I, ou Dario II, é citado na Bíblia pelo nome de Assuero. Foi em seu reinado que aconteceram os eventos descritos no
Livro de Ester.
[4]
Por isso é que a reconstrução de Jerusalém é utilizada nos ensinamentos maçônicos como uma alegoria da própria
(re)construção da humanidade, destruída pelos vícios e pelo mau uso da sabedoria que o Grande Arquiteto do Universo nos deu.
[5]
Todas essas referências são feitas nos rituais maçônicos, mas constam também das crônicas bíblicas. Vejam-se principalmente
Esdras e Neemias, que falam sobre o estado caótico em que os judeus repatriados estavam vivendo na época.
[6]
Os ensinamentos maçônicos se referem, especificamente, à famosa “Passagem da Ponte”, onde os judeus tiveram que
combater os inimigos que bloqueavam sua passagem. A Bíblia diz que essa batalha se deu na passagem do Rio Aaava.
[7]
Essas são as razões pelas quais a maçonaria faz tantas referências ao tema de reconstrução do Templo de Salomão.
[8]
Neemias, 1;3. As correspondências aqui apontadas entre os judeus que reconstruíram Jerusalém e as tradições maçônicas são
inspiradas nos rituais maçônicos. Evidentemente são meras analogias, uma vez que na estrutura montada por Zorobabel para o
governo do povo judeu repatriado não existiam esses títulos.
[9]
Idem, 7; 65;66. Aterzata é uma palavra persa que significa “ o mais sábio”. Historicamente, era o título aplicado ao
governador persa de Jerusalém, que acompanhou e ajudou Neemias e Zorobabel na reconstrução da cidade, quando os judeus
voltaram do cativeiro da Babilônia. Na Maçonaria esse título é aplicado aos presidentes das Lojas capitulares, significando
“aquele que reconstrói Jerusalém.”
[10]
Aqui temos uma evocação á tolerância religiosa e cultural, que é uma dos pilares da tradição maçônica. Nesse período, que
durou cerca de duzentos anos, desde a conquista persa em 525 a C até 334. a C., data da conquista do império persa pelos
gregos e macedônios de Alexandre, os judeus viveram em relativa paz. Suas maiores dificuldades foram provocadas por suas
próprias dissensões internas, como se pode inferir pelos escritos dos seus profetas. Nada diferente do que temos hoje em nossa
própria Irmandade.
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3– Coluna do Irmão João Gira – Telos
João Ivo Girardi
O Ir. João Ivo Girardi [email protected] da Loja “Obreiros de Salomão” nr.
39 de Blumenau, é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” cujos
assuntos deste Bloco são por ele selecionados.
TELOS
Quanto à virtude, não basta conhecê-la, devemos tentar também
possuí-la e colocá-la em prática. (Aristóteles).
1. Dicionário: Telos é uma palavra grega que significa: objetivo, meta, finalidade, fim. Causa final.
2. Bíblia: Telos aparece citada 42 vezes na Bíblia, e é traduzida como: fim, terminação, consumação,
conclusão. Meta, alvo, finalidade, propósito, objetivo. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o
Ultimo, o Princípio e o Fim. (Apc 22,13).
3. Aristóteles: Aristóteles desenvolveu a ideia de telos (causa final) que ele acreditava que era
explicação determinante de todos os fenômenos. Sua ética afirmava que o Bem em si mesmo é o fim a
que todo ser aspira, resultando na perfeição, na excelência, na arte ou na virtude. Todo ser dotado de
razão aspira ao Bem como fim que possa ser justificado pela razão. Essa mesma concepção será
aplicada na sua obra Ética a Nicômaco, na proposição de que o ser humano tem como finalidade
intrínseca buscar a sua própria felicidade.
4. Ética e política No campo da ética, segundo Aristóteles, todos nós queremos ser felizes no sentido
mais pleno dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos desenvolver e exercer nossas capacidades
no interior do convívio social.
Aristóteles acredita que a auto-indulgência e a autoconfiança exageradas criam conflitos com os
outros e prejudicam nosso caráter. Contudo, inibir esses sentimentos também seria prejudicial. Vem
daí sua célebre doutrina do justo meio, pela qual a virtude é um ponto intermediário entre dois
extremos, os quais, por sua vez, constituem vícios ou defeitos de caráter.
Por exemplo, a generosidade é uma virtude que se situa entre o esbanjamento e a mesquinharia. A
coragem fica entre a imprudência e a covardia; o amor-próprio, entre a vaidade e a falta de auto-estima,
o desprezo por si mesmo. Nesse sentido, a ética aristotélica é uma ética do comedimento, da
moderação, do afastamento de todo e qualquer excesso.
Para Aristóteles, é a ética que conduz à política. Segundo o filósofo, governar é permitir aos
cidadãos viver a vida plena e feliz eticamente alcançada. O Estado, portanto, deve tornar possível o
desenvolvimento e a felicidade do indivíduo. Por fim, o indivíduo só pode ser feliz em sociedade, pois
o homem é, mais do que um ser social, um animal político - ou seja, que precisa estabelecer relações
com outros homens.
4. Justiça: Como fazer a coisa certa? Cidadania e uma sociedade mais justa: Trecho da entrevista
concedida pelo filósofo Michael Sandel ao jornalista Jorge Pontual, no progama Millenium da Globo
News, 2012.
JP: Outro grande problema do Brasil é a corrupção. Os brasileiros são céticos com relação à
política. Todos pensam que todos os políticos fazem isso. O que você diz sobre isso?
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MS: Isso remete à questão do que é a política como vocação, ou chamado? Qual é o propósito da
política? Muitas vezes, quando a corrupção está espalhada e o ceticismo é alto, há um sentimento
generalizado de que a política resume-se a interesses próprios. Por isso, podemos não gostar, mas
somos capazes de entender quando agentes públicos tratam suas funções como se servissem a deixá-los
ricos. Na verdade, o que isso reflete é perda de um sentimento de virtude cívica, de responsabilidade
pública. E acho que um dos maiores desafios para o Brasil, os EUA, ou qualquer sociedade
democrática, é cultivar e desenvolver entre os cidadãos em geral, a noção de que a vida pública tem
sua dignidade e sua importância, porque é a expressão do que é ser cidadão: ser capaz de ter um
sistema de governo que pertence a todos nós, que não pode ser comprado por interesses específicos.
JP: É muito interessante assistir às suas palestras e ver aqueles jovens se levantando e falando de
coisas das quais as pessoas normalmente não falam. O que é um bem maior? O que é a liberdade? E
o fato de você levar a eles Aristóteles, essa ideia do propósito maior. Há uma palavra que em
português, chamamos de telos. Nos fale sobre isso. Como os jovens se relacionam com isso?
MS: Antes de mais nada, quero apresentar aos estudantes e aos leitores do livro, as principais ideias
filosóficas que informam aos políticos contemporâneos. Na maior parte das vezes, há um choque, entre
aqueles que acreditam em livre mercado, direito de propriedade, ideias libertárias e ideias utilitárias,
como o aumentar o PIB, e aqueles que dizem que também precisamos ter um estado do bem-estar
social decente, que respeite o direito dos pobres e garanta que eles tenham uma rede de proteção.
São debates que todos já conhecem: mais impostos, menos impostos, mais regulação pelo governo,
menos regualação pelo governo. A luta contra a corrupção. Esses debates todos conhecem.
Mas eu quero ir além desses debates, para lembrar aos estudantes que há outra maneira de enxergar
a vida pública. Aristóteles com sua ideia de telos, ou propósito dizia que os telos da comunidade
política não é primordialmente econômico, não é apena outra maneira de conseguirmos o que
queremos enquanto consumidores individuais. Isso é um mercado. Pode ser um mercado grande,
pode ser um mercado global, mas não é uma comunidade política.
E a razão de não ser, nas palavras dele, é porque a comunidade política deve servir a algo maior,
deve servir a uma vida boa.
A razão pela qual nos reunimos em comunidades políticas é para nos melhorar, para elevar nosso
caráter, para aprender a debater uns com os outros, para exercitar nossa capacidade de julgamento.
Esse é o telos para Aristóteles.
O telos de uma comunidade política está ligado à nossa natureza humana, ao que é ser um ser
humano. Suas ideias. ... e acho que essa ideia é verdade.
Não poderíamos nos realiazar completamente como seres humanos vivendo uma vida puramente
privada, como consumidores, pois a vida é muito mais que isso.
Os seres humanos se moldam ao se comprometerem uns com os outros, em uma vida em comum,
deliberando, compartilhando regras.
Isso afeta nosso caráter, nossa capacidade de desenvolver um juízo de valor, preocupações e um
sentimento de responsabilidade mútua para com os outros.
Com isso, voltamos ao que eu sugeria antes. Eu acho que podemos ou devemos separar questões
relativas à vida com conforto de questões políticas e de como devemos governar a sociedade;
JP: Isso me lembra a ideia do conceito narrativo do ser, de que somos parte de uma narrativa
maior. Minha narrativa pessoal é parte de uma narrativa maior. Explique isso.
MS: Isso é abordado no final do livro, ao final das palestras. Há uma tendência a achar que a
liberdade maior, que ser um ser humano livre é eu ser capaz de me definir sozinho, sem referência ao
meu passado, às minhas tradições, à minha criação, à minha cultura. Um ser abstrato. O indivíduo
puramente autocriado. Essa ideia tem um lado que nos confere muito poder, mas acho que é
equivocada. Eu acho que é uma ilusão. O que ela não tem, como você disse, é o aspecto narrativo da
identidade. Quem eu sou é algo inseparável da minha história, da narrativa da minha vida, que me
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posiciona no mundo relativamente a um passado, a uma tradição, a uma família, um bairro, uma
comunidade, um país, em suma a uma sociedade global.
Mas as narrativas, as histórias dessas características, dessas identidades, são parte do que me torna
quem eu sou. Esse é o conceito narrativo do ser que eu privilegiei como uma espécie de contrapeso ao
individualismo radical para o qual estamos caminhando nesta sociedade voltada para o consumo e o
mercado.
JP: Você alerta seus alunos de que a filosofia moral, toda essa discussão é perigosa, pois, após
questionar o que é familiar você nunca mais será o mesmo.
MS: Exato
JP: Depois, você começa a se perguntar o que o motiva.
MS: Certo. É verdade. E os alunos me procuram após a aula ou até anos depois e dizem Isso foi
exatamente o que aconteceu comigo.
Quando você começa a questionar certezas estabelecidas e convenções, a vida nunca mais será a
mesma. Esse é o perigo de estudar filosofia política assim, mas é também a beleza e a felicidade disso.
Porque o que significa, no final das contas, a meu ver, ser um ser humano é questionar, é não se
acomodar com relação às nossas certezas. Filosofia é isso.
Então, esse desassossego e esse desconforto são o primeiro passo da educação, são o primeiro
passo a ser dado na educação cívica e, nesse sentido, é o primeiro passo para quem aspira a uma
vida boa.
Michael Sandel: Considerado um dos professores mais populares do mundo, o filósofo político
norteamericano Michael Sandel propõe discussões sobre dilemas morais e éticos. Seu curso Justiça,
ministrado na Universidade de Harvard, já teve milhares de inscritos, e a versão on-line atingiu
milhões de pessoas no mundo todo. Defensor da ideia de que a filosofia deve ser algo próximo das
pessoas, ele cria, a partir do método socrático, debates descontraídos e com a participação dos
estudantes. Sem chegar a respostas definitivas ou estabelecer o que é certo ou errado, o método é
elogiado porque permite a reflexão sobre temas profundos de forma acessível. É autor dos livros:
Justiça - O que é fazer a coisa certa e do livro O Que o Dinheiro Não Compra - Os limites morais do
mercado.
5. A Matemática da Confiança: Foi lendo no JB News Nº 1613 de 27/02/ de 2015 o texto do nosso
irmão Ricardo Caselli Moni, funcionário da Petrobrás, que decide escrever sobre Filosofia Política, no
texto acima que chamei de Telos. Recomendo, aos irmãos que não leram. Eis o trecho final: Somente
com a Ética, com pessoas ilibadas, que andam no esquadro, e constroem seu templo com nossas
ferramentas, de seu compromisso para com os seus irmãos brasileiros conseguiremos construir um
Brasil melhor, para nossos filhos e netos. Senão ficaremos sempre com a imagem do gigante
adormecido em nosso inconsciente e de uma baixa autoestima, de subserviência, a do cachorro que
sempre abana o rabo às nações do primeiro mundo. Por isso somos tão acolhedores, pois não damos
valor ao que é nosso. Não existe aquele orgulho como vemos nas nações do primeiro mundo, mas sim
desculpas e vergonha. Parabéns, Mano.
MAÇONARIA
Complemento II à 1º Instrução MM: Ética, Moral e Justiça como Valores Filosóficos, GLSC,
2001.
Introdução: Em trecho da 1ª Instrução, o Irmão Orador, ao explicar o Painel da Loja de Mestre,
refere que o Pórtico também faz recordar os nossos deveres morais, e que, quanto aos utensílios o
Cordel evoca as ideias de igualdade e retidão, a linha de conduta, enquanto o Compasso e os outros
instrumentos se coligam a ideia da nossa Moral e à necessidade de distinção entre o Bem e o Mal, entre
a Justiça e a iniquidade, para que se possam apreciar e medir o justo valor, os atos humanos,
terminando por referir-se à Justiça imparcial e infalível, que é atribuída ao Grande Arquiteto do
Universo.
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Quando dos Complementos I e II à Instrução Preliminar de Aprendiz, abordou-se - até com certo
avantajamento filosófico, se considerando o nível daquele Grau - o problema do ser moral
(Complemento I, pág, 27; Complemento II, pág. 33), conquanto o tratamento dele tivesse muito mais a
tônica da generalidade do que o da sistematização conveniente. Mesmo porque a preocupação maior
esteve voltada para a transmissão de algumas ideias a respeito da Moral e um pouco sobre Ética, como
sua Ciência. Por outro lado e ao mesmo tempo, quanto à Justiça, foi ela também abordada nos dois
Complemento à 1ª Instrução de Aprendiz (Complemento I, pág. 30; todo Complemento II), abordandose mais sobre sua estrutura, classificação, matizes sentimentais e sua visão maçônica.
Uma revisão do que lá foi escrito nos Complementos antes indicados será útil ao Irmão Mestre,
antes de mergulhar nesse mesmo temário que este Complemento II irá novamente repisar (embora mais
filosoficamente tratado), ou seja, a Ética, a Moral e a Justiça, como tais encaradas na recuada
Antiguidade, isto é, nos anos 300 a.C., e nos quatro últimos séculos do 2º milênio. É óbvio que
guardados os apertados limite dos Complementos Instrucionais em geral e as finalidades modestas a
que eles estão destinados a atingir, não foi, não é e não será possível arregimentar uma plêiade de
Filósofos da Ètica para fazer desfilar seus pensamentos e conclusões, pois para isso seria necessário
uma obra de vários volumes. Selecionou-se arbitrariamente apenas um ou dois Filósofos para
representar cada século, expondo-se, sem discutir, em lineamento extremamente reduzidos, o que de
mais importante e significativo foi pensado e dabatido sobre a Ética, a Moral e a Justiça.
Dentro desse propósito, foi escolhido Aristóteles para começar pela distante Antiguidade e pela
mais clássica de suas obras - A Ética a Nicômaco, ou Nicomaquéia, como também é conhecida;
porém, somente na parte que toca à Justiça, tal como está discutida no Livro V, eis que, pela larga
dimensão dos outros temas abordados nos demais Livros, não como resumi-los para que se encaixem
nos apertados limites deste Complemento II.
Na sequência, selecionou-se Jeremy Bentham, filósofo relacionado ao já avançado século XVIII.
Na sequência John Dewey e George Edward Moore, filósofos do século XIX. Estes, os assentamentos
introdutórios que mereciam ser destacados com vistas que o Irmão, agora no Mestrado, possuidor de
conhecimentos anteriores hauridos nos Complementos aqui citados e relativos ao Grau de Aprendiz,
possa assimilar com mais facilidade e profundidade os que a seguir vão expostos, e assim, com base
mais sólida e mais ampla, formar suas próprias ideias, juízos e raciocínios - agora mais apurados e
depurados - sobre a Ética, a Moral e a Justiça, tais como esses Valores Filosóficos convêm ao
doutrinal e filosófico-iniciático da Maçonaria, permanentemente expostos aos seus adeptos por meio de
constantes e inúmeras mensagens veladas em seu extenso Simbolismo.
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4 – O Sol e a Lua: Objetos de adoração de civilizações antigas ......
Ronaldo Viega Alves
O Irm.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos neste espaço.
O SOL E A LUA: OBJETOS DE ADORAÇÃO NAS CIVILIZAÇÕES
ANTIGAS. O SOL DE AKHENATON. A LENDA DE OSÍRIS. O SOL DOS
HEBREUS. O SIMBOLISMO DO SOL E DA LUA NA MAÇONARIA. OS
SOLSTÍCIOS.
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
[email protected]
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“La Tierra no solo obtiene del Sol luz y calor, sino que, mediante la
transformación de esa luz y ese calor, genera la casi totalidad de formas de
energia que se manifiestan sobre ella; la energía del crescimiento de las
plantas o la energia vital de los animales no son más que la energía recibida
del Sol, pero transformada en esas expresiones. Una manifestación suprema
de esta energia vital o solar en el plano físico se encuentra en el sistema
simpático y en el sistema nervioso cerebroespinal del ser humano, y su voltaje
se puede elevar hasta la Energía Suprasensible, el instrumento que el alma del
hombre utiliza para construir su imortal Cuerpo Solar o Espiritual. El despliegue
de la naturaleza suprasensible o espiritual del hombre no es sino la progresiva
manifestación en él de esa energía vital que se deriva del Sol y de su Fuente
Divina, conocida a lo largo de las eras como Fuerza Solar o Serpiente,
procedente del Creador del Sol y de los Mundos, el Gran Arquitecto Del
Universo.” (Trecho do livro “Conde de Gabalis: Discurso sobre las ciencias
secretas y los misterios, de acuerdo con los princípios de los antiguos magos y
la sabiduría de los filósofos cabalistas” de autoria do abade N. de Montfaucon
de Villars, e citado por Philip Gardiner, em “Gnosis”)
INTRODUÇÃO
Há muita coisa para ser dita sobre o Sol e a Lua, afinal, desde as mais antigas
civilizações eles são reverenciados, tendo adquirido a posição de astros sagrados para muitos
desses povos. Nas primeiras religiões, nos primeiros estudos astronômicos, na mitologia e no
simbolismo, em tudo isso é possível encontrar uma ligação com esses astros e, sobretudo, o Sol,
que está relacionado à existência de vida em nosso planeta.
Da citação que consta logo acima, após o título, proveniente de um livro sobre Gnose,
às referências nos tratados alquímicos, essa influência é por demais notória e tem sido conservada
até hoje.
Mas, há nuances, ângulos diferentes também: o povo judeu da antiguidade dava uma
importância fabulosa à lua, enquanto o sol estava reservado à representação das nações gentias, ou
seja, daquelas que eram compostas de não-judeus. Aliás, na simbologia do povo judeu em relação
ao sol, o que veremos logo, dentre tantas outras coisas, há sem dúvida, no Talmude, o que pode ser
classificado de pura poesia.
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Civilizações tão importantes como a dos sumérios, a dos egípcios, ameríndias, e
outras, atribuíram a importância devida ao Sol.
Com relação à Maçonaria, sabemos da influência herdada seja do culto mitraico, dos
templos solares, narrativas alegóricas referentes aos astros, calendários, enfim, toda uma gama
delas que se espalham em nossos rituais do REAA e outros. O simbolismo se faz presente, na
abertura de uma sessão, em seu fechamento, nas festas dos solstícios, na abóbada estrelada, na
luz que vem do Oriente, na jóia do Irmão Orador, e até mais do que foi elencado.
Com certeza, há muito para ser dito com assunto tão rico.
A ADORAÇÃO AO SOL
Desde as culturas neolíticas, e depois passando pelas mitologias de todas as raças e
povos, estão presentes os símbolos solares. Para muitos, é ponto pacífico que na história da
humanidade, a adoração ao Astro-rei constitui-se na mais antiga das religiões.
Nessa trajetória misturam-se mitologia, religião e ciência. Nas culturas consideradas
mais avançadas, onde havia uma astronomia mais desenvolvida, eram feitas observações sobre os
movimentos não somente do sol, mas da lua e das estrelas, em relação à Terra.
O resultado disso foram calendários cada vez melhor elaborados, e uma cooperação
indiscutível no campo das informações para o desenvolvimento da astronomia e da matemática.
Egito, México e Japão são as culturas onde o Sol adquiriu mais importância. Com
relação ao Egito, certamente as pirâmides estiveram ligadas aos cultos de adoração ao Sol,
facilmente verificável devido às orientações das mesmas. Durante muitas das dinastias egípcias o
deus-sol Ra teve uma longa história de adoração. Foi durante o século XIII a.C. que Akhenaton
estabeleceu o seu monoteísmo que girou em torno de Aton, que era representado por um disco com
raios, quem alguém segurava em sua mão.
AKHENATON
Faraó egípcio que reinou no período de 1370 a 1353 A.E.C. No século XX, alguns
membros do rosacrucianismo moderno, assim como, de outras correntes filosóficas cooptaram
Akhenaton para desenvolverem seus próprios pontos de vista, o que acabou gerando alguma
confusão e também algumas interpretações tendenciosas.
Akhenaton era o segundo filho de Amenhotep III, e levava em princípio o mesmo nome
de seu pai. Após a morte de seu irmão mais velho, Tuthmoses, foi coroado príncipe, e alguns anos
depois subiu ao trono com o nome de Amenhotep IV. Passados os momentos iniciais da sua
coroação, segundo inscrições em fragmentos encontrados pelos arqueólogos, ele fez uma
proclamação onde disse aos quatro ventos que o único deus de verdade era Aton, o disco solar, e
referindo-se aos deuses tradicionais do panteão egípcio taxou os mesmos de sem vida e sem
forças. Nos anos que se sucederam promoveu uma verdadeira revolução de cunho religioso,
substituindo e apagando o nome dos antigos deuses. Mudou, inclusive, o seu nome, para
Akhenaton, o que significava “Espírito de Aton”.
Construiu imensos templos, e ergueu uma nova cidade no platô de Amarna, onde
supervisionou diretamente a construção de um palácio luxuoso, além de outro templo. Vejamos em
síntese o que foi a sua revolução religiosa, e onde o Sol ocupava posição de destaque:
Aparentemente, Akhenaton foi a coisa mais próxima de um materialista consumado que o Egito
Antigo chegou a produzir. Modos míticos e simbólicos da experiência humana foram completamente
ignorados por ele. Para outros egípcios antigos, o Sol poderia ser visto como uma águia flutuando no
ar, um barco celeste, uma deusa com cabeça de leão ou de gato, ou o olho direito de um deus; em
sua trajetória pelo céu, ele combatia uma serpente celeste, corria o risco de ser lançado ao chão e
levava os espíritos dos mortos para o paraíso. Para Akhenaton, nada disso era verdade. O Sol era
um disco brilhante no céu e nada mais, e suas ações se limitavam a coisas que podiam ser vistas e
medidas com a visão normal: erguer-se pela manhã, brilhar, nutrir as plantas e assim por diante. Os
deuses dos templos, por sua vez, nada eram senão estátuas sem vida. No lugar da rica textura
mística da religião egípcia, Akhenaton proclamou seus próprios ensinamentos sobre a supremacia
de Aton, o disco solar, como o único deus vivo e fonte de toda vida. Aparentemente, ele tinha algum
talento poético - um impressionante hino a Aton encontrado em tumbas do período de Amarna foi
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escrito, segundo se acredita, pelo próprio faraó - mas sua visão de mundo se detinha no limiar do
que era visível.”
Nos anos que precederam o final do seu reinado, houve uma grande crise econômica,
o que favoreceu ao reino hitita que acabou tomando posse de grandes áreas do Império Egípcio.
Ainda, para completar, uma epidemia assolou o país, e com isso, logo não faltaram aqueles que
ligaram o fato do Egito ter abandonado os seus deuses e agora estar sofrendo as conseqüências.
Faleceu no décimo sétimo ano do seu reinado, o que interrompeu a sua revolução
religiosa, sendo que os seus três sucessores imediatos tiveram vida curta, entre eles Tutankhamon,
e até tentaram manter o culto de Aton, mas, quando a coroa do Egito passou para Horemheb, que
era comandante do exército, tudo mudou. Ele reinou por 25 anos, sendo que neste período
conseguiu devolver a paz e a prosperidade ao país. Cortou impostos, fez reformas no sistema
judiciário, conseguiu o apoio dos sacerdotes devolvendo aos antigos templos seu esplendor e
acabou de vez com a revolução de Akhenaton. Todo e qualquer sinal do deus de Akhenaton , tudo o
que envolvesse o seu nome deveriam ser apagados dos registros e dos monumentos do Egito, e
nisso ele foi praticamente bem sucedido, pois, somente restaram menções ao Faraó Akhenaton, por
sorte, encontradas nas ruínas de Amarna que também havia sido praticamente varrida do mapa.
Foram através dessas menções que foram surgindo revelações sobre Akhenaton e seu disco solar.
INFLUÊNCIAS EGÍPCIAS E ALEGORIAS MAÇÔNICAS
Do “Vade Mécum Maçônico” do Irmão Girardi, vejamos um pouco mais sobre os
deuses egípcios, o Sol, e as influências sobre a lenda principal dos Maçons:
‘OSÍRIS: 1. Na teologia oficial egípcia o mais importante deus adorado era o sol. Adoravam-no como
suprema deidade – Rá, o ardente pai que fecundava a Mãe Terra com seus raios de luz. Todas as
divindades protetoras foram consubstanciadas neste deus solar. Os deuses que personificavam as
forças produtivas da natureza se fundiram numa divindade chama da Osíris, que era também o deus
do Nilo. Através de toda a história do Egito essas duas grandes forças que disciplinavam o universo,
Rá e Osíris, rivalizavam entre si pela conquista da supremacia. Outras divindades eram também
reconhecidas, mas ocupavam um posto de visível subordinação àquelas. O culto a Osíris estava
envolto a uma complicada lenda, de morte e ressurreição, que era entendida somente pelos
iniciados. A história conta como Set, o perverso deus da seca, traiçoeiramente matou o seu irmão
Osíris, esquartejando seu corpo, por ter este derramado com a enchente a fertilidade sobre a terra.
Sua esposa Ísis, que também era sua irmã, saiu à procura dos pedaços, reuniu-os milagrosamente e
então Osíris ressuscitou ao calor do amor de Ísis e governou benevolente o Egito, estabeleceu a
civilização e subiu ao céu para reinar eternamente como deus. Hórus, seu filho póstumo, ao atingir a
maturidade vingou seu pai, matando Set. Esta lenda parece ter sido, a princípio, apenas um mito da
natureza. A morte e a ressurreição de Osíris simbolizavam a retirada das águas do Nilo, no outono e
a volta da inundação na primavera. Mas, depois de algum tempo, a lenda de Osíris assumiu uma
significação mais profunda. As qualidades humanas das divindades nela contidas – a solicitude
paternal pelos súditos, a fiel devoção da esposa e do filho - tocaram a sensibilidade do egípcio, que
assim se tornava capaz de ver suas próprias atribulações e triunfos refletidos na vida dos deuses. E,
o que era mais importante ainda, a morte e a ressurreição de Osíris passaram a ser encaradas como
o penhor de uma promessa de imortalidade pessoal para o homem. Assim como o deus triunfara da
morte e da sepultura, assim também podia o indivíduo que o seguisse fielmente adquirir vida imortal.
Finalmente, a vitória de Hórus sobre Set parecia uma prefiguração da vitória final do bem sobre o
mal. Isto tudo equivale a mito profundo; porque a História, assim como a religião oriental, é dualística
– um relato de lutas entre a criação e a destruição, entre a fertilidade e a seca, entre a mocidade e a
velhice, entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. Com a percepção crescente dessas
consequências implícitas o culto de Osíris tornou-se gradativamente o ramo mais popular da religião
egípcia. A adoração do grande deus-sol exigia tão altos poderes de abstração, que somente os
iniciados entendiam todos os seus significados.”
COMENTÁRIOS:
Inegavelmente a lenda de Osíris serviu como um arquétipo para a Lenda de Hiram na
Maçonaria, já que existem, como pudemos acompanhar através do texto acima a existência de
muitos pontos em comum com ela.
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Claro que, o objetivo maior aqui de tê-lo citado se refere ao fato de que dentro da
mitologia egípcia tem seu papel de destaque e representa o Sol.
E além do mais, como disse o Irmão Theobaldo Varoli Filho: “A Iniciação maçônica não
é derivada dos antigos egípcios, mas é inspirada em vários motivos das velhas crenças. Cumpre
lembrar aqui que o ‘iniciado morre para o mundo profano para entrar no reino do transcendental
(apenas simbolicamente). Porém para tanto é necessário que demonstre suas boas qualidades.”
SOBRE AS ORIGENS DA LENDA DO TERCEIRO GRAU
Já lemos um dia que lenda não tem compromisso com a realidade, e que tudo o que
nós fazemos como Maçons é interpretá-las, para descobrir, à medida em que mergulhemos em seus
significados e ensinamentos motivos para o nosso aperfeiçoamento e evolução como construtores
sociais.
Não iremos fazer o relato aqui da Lenda do terceiro Grau, mas, deixar implícito o
entendimento de que o simbolismo dessa lenda consegue remeter-nos à origem mais remota da
Maçonaria, já que, deixa evidente a ligação da mesma com as antigas escolas iniciáticas.
Ao observar o ciclo do sol, os antigos povos viram aí uma semelhança com o ciclo
humano, além de que, na natureza, outros ciclos envolvendo as plantas e os animais aconteciam.
Com essas observações chegaram à conclusão de que se o sol, ainda que “morresse” no poente,
para depois atravessar a noite misteriosa, no dia seguinte, acabava renascendo, a alma humana
também deveria renascer depois da morte. (Claudio Blanc, A Lenda do Terceiro Grau)
O SOL DOS HEBREUS
Alan Unterman em seu “Dicionário Judaico”, fornece informações sobre como os
hebreus, esse outro povo importante da antiguidade, viam e se comportavam em relação ao Sol, já
que a lua adquiria extrema a importância para eles em função do seu calendário lunar: (a visão
talmúdica é a que eu chamo de poesia)
“sol (em hebraico ‘chamá’, ‘shemesh’) A Lua é tida como símbolo do povo judeu, com seu
CALENDÁRIO lunar e seus períodos minguante e crescente, enquanto o sol simboliza as nações
gentias.Assim um eclipse do sol é um indício de má sorte para os gentios. Não obstante, há uma
cerimônia de benção do sol – birkat há-chamá – a cada 28 anos, no início do mês de Nissan,
quando o sol volta à posição que ocupava no céu quando foi criado inicialmente. Na Era do Messias,
Deus removerá do sol a cobertura que o encobre, e seu calor queimará os iníquos, mas curará os
doentes entre os justos. Isso se baseia nas palavras do profeta Malaquias, de que haverá cura nas
asas do sol da justiça, quando este nascer (3:20). De acordo com uma visão talmúdica, o sol é
essencialmente branco, mas parece vermelho porque de manhã, quando se levanta, seus raios se
refletem nas pétalas de rosas do jardim do Éden, e à tarde, quando se põe, eles se refletem no fogo
do inferno. O sol simboliza o aspecto essencialmente masculino da Criação, pois ele dá calor e luz,
enquanto a luz simboliza o aspecto receptor, feminino. Assim , os que nascem quando brilha o sol
serão capazes de se manterem por si mesmos e não terão de ser sustentados por outros.”
De um trabalho publicado há vários anos atrás, cuja autoria é do nosso incansável
pesquisador, Irmão Hercule Spoladore, colho algumas informações que vão se somar à referência
feita ao povo judeu acima:
“Como corpo natural o Sol era criatura de Iahweh, foi criado depois da luz. Os hebreus evoluíram
para um Deus não transcendental, cujas concepções atuais, com o cristianismo, são as que mais se
aproximam da concepção do GADU, segundo a Doutrina Maçônica.”
PARA ALÉM DO EGITO
O culto ao Sol ou a sua adoração saiu da esfera do Oriente vindo para o Ocidente,
encontrando lugar também na Grécia e em Roma. Na América Central, os maias tinham na figura do
jaguar uma representação do deus-sol e faziam sacrifícios humanos em sua honra. Já os ameríndios
desenvolveram suas próprias formas de prestar seu culto ao Sol, que eram distintas das que se
realizavam no México.
No Japão, havia toda uma mitologia religiosa que atribuía à família real a descendência
da deusa-sol, cujo nome era Amaterasu. Tradição essa que durou aproximadamente por vinte e seis
séculos.
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Há mais cultos solares registrados, cada um com suas nuances próprias, no entanto,
os principais já foram abordados logo acima.
O SOL: SIMBOLISMOS
Constam sobre a simbologia a respeito do Sol, na Enciclopédia de R.N.Champlin, os
seguintes trechos que merecem destaque:
“O sol pode simbolizar a vida e a fonte da vida, a luz da consciência, o intelecto; o sol escaldante
pode simbolizar o excesso de intelectualismo, que tende por tornar as coisas calculadas, secas e
áridas. (...)
O Nascer do Sol. Representa o começo da vida, o despertar da consciência, novas realizações,
juventude, esperança, progresso, crescimento. (...)
O Pôr do Sol. O declínio de qualquer coisa, o processo da aproximação da morte, a própria morte, a
idade avançada. (...)
O Nascer do Sol e o Pôr do Sol. Os ciclos da vida, a reencarnação, estágios de desenvolvimento, a
evolução de qualquer coisa, períodos adversos na vida, de mistura com períodos luminosos de
sucesso. (...)
Pai e Pai Divino. O Sol fala do princípio masculino, humano ou divino, tal como a lua simboliza o
princípio feminino, humano ou divino. O Sol pode simbolizar o Sábio ou o Profeta, dentro dos
arquétipos de Jung. (...)
O Sol parece mergulhar no mar, no ocaso, e então, horas depois, surgir. Isso simboliza o
renascimento espiritual, que ocorre em ciclos.
O princípio de iluminação é simbolizado pelo sol, incluindo a idéia de esclarecimento de mistérios e a
revelação de segredos; a revelação da verdade, sem importar se essa verdade é desejada,
buscada, ou não.”
COMENTÁRIOS:
Fazendo a leitura cuidada da simbologia referente ao sol, e que foi exposta acima,
quantas são aquelas situações que guardam semelhança com momentos que vivenciamos, com
passagens dos nossos rituais, ou simples analogias com o teor do nosso aprendizado na
Maçonaria? Certamente, mais adiante, quando tenhamos inserido aqui conteúdo referente ao Sol no
contexto da maçonaria especificamente, poderemos fazer os comparativos que cabem de uma
maneira mais condizente.
A LUA COMO OBJETO DE ADORAÇÃO
Na Grécia Antiga, a lua e outros corpos celestes eram considerados corpos de
divindades, ou no mínimo, coisas controladas por elas.
A lua era adorada no Oriente Próximo e Médio por muitos dos povos habitantes da
região. Há comprovações arqueológicas, pelo menos na Palestina e na Síria. Foi encontrada uma
estela (coluna ou placa de pedra) Cananéia, em Hazor, localidade situada na Palestina, onde
constam as inscrições de duas mãos erguidas em oração à lua, que por sua vez é representada na
sua fase quarto crescente. A arqueologia tem também provado que a lua era deificada na antiga
Ásia ocidental, tendo começado nos tempos dos sumérios e indo até os dias dos islamitas. Em Ur,
na Mesopotâmia, adorava-se o deus-lua. Além do mais, textos ugaríticos que foram achados,
atribuem à mesma o nome de Yrh.
Na Bíblia, há trechos de Jó, mostrando o quanto o culto à lua era antiqüíssimo, assim
como, também são feitas algumas advertências. Ainda em Jó e no Deuteronômio, em meio a essas
advertências para os homens não adorarem a lua e outro corpos celestes, há indicações sobre o ato
dos israelitas terem sucumbido diante desse culto, já que, conforme está dito ali, sempre se viam
ansiosos por imitar os pagãos.
O fato de que a lua aparecia no firmamento obedecendo às fases regulares, acabou
por propiciar a base para a construção dos primeiros calendários lunares.
Era costume dos israelitas que o primeiro dia de lua nova, era considerado sagrado.
Era como se fosse o shabat, o sábado santo, e ninguém poderia trabalhar nesses dias.
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A LUA: SIMBOLISMOS
Na Enciclopédia de Champlin temos o seguinte sobre a simbologia ligada à lua:
“Lua=deusa é o princípio feminino, enquanto o sol=deus, o princípio masculino. A lua simboliza o
espelho da alma, a intuição, a sabedoria interior; fala de atitudes lunáticas (portanto, da loucura); a
lua cheia é associada com esta tendência; a lua nova e cheia= a mágica e a loucura; fases da
lua=ciclos da vida (fluxo dos mares da vida; a Ânima (princípio feminino de Jung); ciclos renovados
da lua+ a morte e a ressurreição; a tentativa de tocar a lua= ambições inatingíveis; saltar por cima da
lua= uma grande alegria numa realização significante. (...)”
Já do “Vade-Mécum Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi, retiro o seguinte trecho:
“LUA: 1. Um símbolo adotado nas antigas religiões como o oposto do Sol (a chama, a luz e o fogo
másculo que ilumina o dia; o Osíris dos Egípcios o Adônis dos gregos); era a Lua a luz tranquila da
noite, a Ísis feminina do povo egípcio, a Ártemis dos gregos.”
A LUA DOS HEBREUS
Em hebraico a lua é “levaná”. O calendário hebraico, como já foi dito é lunar, sempre
começando os meses pela lua nova. Para os hebreus, quando o mundo foi criado, a lua brilhava
tanto quanto o Sol, mas, não podendo haver duas luzes dessa magnitude no céu, ela foi diminuída.
O povo de Israel é simbolizado pela lua, cuja sorte sofre um processo semelhante ao dela, cresce ou
declina. Tanto que, um eclipse da lua é considerado aziago para os judeus, e quando a lua fica
minguante há mais espaço para as forças do mal. Para o misticismo judaico, é proibido olhar para a
lua, embora tenha aquela vislumbrada casual que acontece quando é recitada a benção de “kidush
levaná”, ou a santificação da lua nova.
O SOL E A LUA NA MAÇONARIA
Gosto particularmente da linguagem metafórica que o Irmão Rizzardo Da
Camino se serviu em seu “Dicionário Maçônico” quando diz:
“Dentro dos Templos, no Oriente, o Sol é um dos símbolos colocados para advertir que os maçons
estão sob os seus raios luminosos. Nas Sagradas Escrituras é descrito que o Criador fez os dois
luminares: o Sol, para iluminar a Terra durante a metade do tempo, o que denominou dia; e a Lua
para iluminar a outra metade, denominada noite. Sabemos que a Lua é um satélite da Terra, e
reflete a luz do Sol. O maçom é também, um ‘satélite’ que recebendo a Luz vinda do Sol, adquire
luminosidade suficiente para iluminar aqueles seus circunstantes.”
O QUE SÃO OS SOLSTÍCIOS?
De acordo com o Irmão Nicola Aslan em sua Enciclopédia, coube a seguinte definição
para os solstícios:
“SOLSTÍCIO – Do latim ‘solstitium’, de ‘sol’ e ’stare’, parar. Tempo e m que o Sol entra nos
pontos solsticiais do Câncer e do Capricórnio e chega aos dois pontos da eclíptica mais distante do
equador, quer no hemisfério do Sul ou austral (solstício de verão), quer no hemisfério do Norte ou
boreal (solstício do inverno), parecendo estacionar por algum tempo, antes de se aproximar
novamente do equador. Para os habitantes do hemisfério boreal, o solstício de verão ocorre nas
proximidades do dia 21 de junho e o de inverno nas de 21 de dezembro. Para os do hemisfério
austral, é o inverso. Os meridianos que passam pelos pontos solsticiais chamam-se ‘coluros
solsticiais’.”
A Maçonaria comemora solenemente as festas solsticiais, onde se inserem o de verão
e o de inverno. Tais festas são conhecidas como festas de S. João Batista e de S. João Evangelista,
inclusive, sendo o solstício de verão utilizado costumeiramente para dar posse aos novos cargos
referentes às administrações de Lojas e Potências.
O item 1 referente ás “Festas Solsticiais’ que pode ser encontrado no “Vade-Mécum
Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi, é o tipo de leitura fundamental. Vejamos:
FESTAS SOLSTICIAIS: 1. O Solstício, hipuj, em hebraico, marca a presença do renascimento do
Sol que parecia destinado a morrer sob o Horizonte. É um tempo de renascimento, de renovação da
Luz, e sendo nós, os Filhos da Luz, é muito natural e necessário que lhes dediquemos nossa
atenção como maçons que somos. Não é, por casualidade, que em todas as religiões, em todas as
épocas – nesta parte do ano, estão relacionadas com a Luz, o Nascimento de Jesus, com a Estrela
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de Belém. As festividades do Deus Mitra, deus solar, para dar alguns exemplos. Como maçons, sem
dúvida, nós vamos mais longe. Não adoramos o Sol como força natural, nem como Deus. Nosso
interesse pela Astronomia é muito mais refinado. O que celebramos quando nos reunimos nas
Festas Solsticiais, não é o renascimento do Astro-Rei, nem a reintegração de Osíris, nem o Triunfo
da Luz sobre as Trevas. Sendo os maçons construtores, nos interessa outro aspecto do Solstício – a
ordem e a periodicidade dos movimentos estelares. A cada dia o Sol nasce no Oriente e se põe no
Ocidente. Cada ano o Sol sobe até o ponto mais elevado da Elíptica, o Solstício de Verão, e desce
até o Solstício Invernal. Esses movimentos, sem dúvida, estão relacionados com muitos efeitos
sobre a vida no Planeta; o ritmo do dia e da noite e o curso das Estações, para assinalar só os mais
evidentes. Todavia, não sendo construtores Operativos, sendo somente Especulativos, que
trabalham sobre o Espírito do Homem – nosso interesse vai mais além. Esta regularidade, este
ritmo, esta dança sagrada do Cosmos, como a chamam certas teologias, nos ensina que o Universo
prossegue seguindo Leis Imutáveis, ritmos inesquecíveis, tempos e prazos fixos para toda a
Eternidade. A tarefa do homem esclarecido está em descobrir esses ritmos e ajustar seus atos
àquele, adquirindo assim, esta identificação com a natureza, que é a única fonte da verdadeira
felicidade. Em nosso Rituais e Costumes, como maçons aprendemos a falar de certa forma,
seguindo uma certa Ordem, um movimento, primeiro dentro do Templo e logo fora dele, seguindo
formas rígidas e estabelecidas. Aprendemos a atuar de forma reta, a falar de forma reta, e
finalmente a pensar de forma reta. Esta regularidade, esta retidão, é a que nos lembra a marcha
inelutável do Sol, e por isso celebramos o Solstício, para recordarmos esta regularidade.”
A ABÓBADA CELESTE NO TEMPLO MAÇÔNICO
O Irmão Theobaldo Varoli Filho em sua obra clássica “Curso de Maçonaria Simbólica”,
propicia-nos a introdução perfeita em relação ao céu da Loja:
“O CÉU E AS PAREDES DA LOJA- É costume dos maçons decorarem o teto da loja com a pintura
ou representação do céu. O antigo Templo de Luxor, no Egito, era decorado com um teto celestial
cravejado de estrelas, de modo a infundir no visitante uma sensação de êxtase. Porém, não é de
obrigação pintar o céu no forro ou abóbada do recinto em que funcione uma loja. Basta que nos
lugares adequados apareçam o Sol (no Oriente) e a Lua (no Ocidente), mais a Estrela Brilhante ou
Flamígera (no meio, formando um triângulo com o Sol e a Lua). No mais, o teto e as paredes da loja
podem ser lisos e de cor azul-celeste. Tal simplicidade se impôs, quer pelo fato de a decoração
celestial ser difícil e dispendiosa, quer porque o modelo tradicional, oriundo da maçonaria européia,
não correspondia ao princípio de universalidade da loja maçônica, eis que representava somente
constelações e estrelas mais conhecidas no hemisfério norte, onde nasceu a Sublime Instituição (...).
Para os que preferirem cumprir a velha tradição, eis o que deve conter o céu da loja: no centro da
abóbada, três estrelas da constelação de Órion; destas ao nordeste ficam as Plêiades, as Híadas
e Aldebaran; entre Órion e o nordeste fica Régulo, da constelação de Leão; ao norte, a
constelação da Ursa Maior; a nordeste, bem do lado do norte, fica Arcturus, com a sua cor
avermelhada; a leste e à frente do Sol do Oriente, fica a Espiga, principal estrela da constelação da
Virgem; a oeste, Antares; ao sul, Fomal-haut ou Fomalhaut. Tradicionalmente, as cinco estrelas
maçônicas principais são: Aldebaran, Regulus, Arcturus, Antares e Fomalhaut. Quanto aos
planetas, são colocados assim: Júpiter, no Oriente, Vênus, no Ocidente, Mercúrio perto do Sol e
Saturno, com seus anéis e satélite, perto de Órion.
O satélite Lua deve ficar no Ocidente, sempre oposto ao Sol do Oriente. Quando se
quiser representar o dia e a noite no teto da loja, a parte do Sol Levante é clara e a parte noturna
deve ficar no Ocidente, com a lua e as estrelas caprichosamente pintadas.(...)”
OUTROS SÍMBOLOS MAÇÔNICOS QUE GUARDAM RELAÇÃO COM O SOL E A LUA
O Sol aparece com relevância na abertura e no fechamento da Loja, em praticamente
todos os Ritos praticados no Brasil, menos no Rito Moderno. Simbolicamente os nossos trabalhos
são abertos ao meio-dia e fechados à meia-noite, o que faz menção ao percurso que ele cumpre no
céu.
Aqui cumpre dizer ainda que “as horas alegóricas na Maçonaria transportam seus
iniciados para a tradição, segundo o qual ZOROASTRO (Sábio que viveu no século IV a. C.), um
dos principais fundadores dos mistérios da Antiguidade, recebia seus discípulos nos dias de reunião
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ao MEIO-DIA e os despedia à MEIA-NOITE depois de uma ceia fraternal com o que tradicionalmente
encerrava os trabalhos.” (Milton R. Natalino, em “Peças de Arquitetura”, 2008)
Conforme o Irmão Hercule Spoladore : “no Retábulo ou Painel do Oriente devem
coincidir as posições do Sol e da Lua com as figuras representativas destes astros inseridas no
Painel Simbólico do Grau.”
A importância, mais uma vez, sobre o símbolo Sol, fica bem nítida neste trecho do livro
do Irmão Denizart Silveira de Oliveira Filho:
“Na Maçonaria o Sol aparece no Painel de Aprendiz; no Avental do Mestre Instalado; na Jóia do
Orador; no Oriente da Loja à frente do Trono. Porém, o mais importante é o que está escrito no
Ritual do Aprendiz: ‘Assim como o Sol nasce no Oriente parar principiar sua carreira e iniciar o
dia, assim o Venerável ali tem assento para abrir a Loja, ajudar os Obreiros com seus
conselhos e iluminá-los com suas Luzes.
Assim, no Oriente do Templo, o Sol é um dos Símbolos ali colocados para advertir que
os maçons estão sob os seus raios luminosos. A Lua é um satélite do Sol, pois reflete a sua Luz; o
Maçom é, também, um ‘satélite’, porque recebendo a Luz vinda do Sol, adquire luminosidade
suficiente para iluminar aqueles que o cercam.”
O SOL E A LUA: UMA EXPLICAÇÃO ESCLARECEDORA DO IRMÃO KENNYO ISMAIL:
No seu propósito claro de desmistificar e desmitificar o Irmão Kennyo Ismail vem dando
importantes contribuições aos Maçons brasileiros através dos seus livros e do seu site. Com relação
ao assunto deste trabalho, leiamos alguns trechos dos seus importantes esclarecimentos sobre o
Sol e a Lua que estão presentes em cada lado da parede do Oriente e tendo entre eles o trono do
Venerável Mestre:
“O fato que parece passar despercebido para muitos é que esse Sol e Lua são, na verdade, um
único símbolo. A mais clara evidência disso é que, seja na parede do Oriente, seja num Painel de
Aprendiz, eles aparecem sempre juntos, em tamanhos iguais, na mesma altura e lados opostos.
Nunca se vê apenas um ou o outro, porque se trata de um símbolo só. Dessa forma, qualquer
interpretação desses elementos realizada de forma separada já é um grande erro.
Temos no Sol e na Lua um dos símbolos mais antigos da Maçonaria. Quando
relacionados, o Sol é o emblema do meio-dia enquanto a Lua é o emblema da meia-noite, ou seja, o
início e o término dos trabalhos do maçom em muitos ritos. O Venerável Mestre, estando entre o Sol
e a Lua, demonstra que comanda os trabalhos daquele período.”
AS PESQUISAS DE KEVIN L. GUEST
Não poderia deixar de mencionar aqui, o livro de Kevin L. Guest intitulado “Os
Segredos do Templo de Salomão” que possui inúmeras informações sobre os assuntos em pauta, e
que são frutos de mais de dez anos de estudos.
Consta como uma das suas descobertas, a existência de uma tradição de onde a
tradução do nome Salomão teria origem alquímica, ou seja, Sol Amon (Omon). Ele explica no
decorrer do livro que a palavra “Amon” tem várias interpretações e uma delas é “Sol Oculto”,
exatamente o Sol que não poderia mais ser visto a partir do momento em que a pessoa está
posicionada embaixo do horizonte ocidental. O autor conclui que seria a Lua, a luz que predomina
no céu após o pôr-do-sol, e que por isso o templo de Sol-Amon seria então o templo do Sol e da
Lua.
Também faz que atentemos para o fato de que o Sol e a Lua eram componenteschaves de todas as religiões primitivas, sendo que depois passaram para o simbolismo do
Cristianismo. Mas, o autor não fica por aí, pois, diz que na medida em que o Cristianismo se
espalhava pela Europa, muitas das crenças religiosas de então, eram simplesmente removidas do
seu caminho, já que eram consideradas pagãs. Muitos dos lugares sagrados dos pagãos foram
destruídos, em alguns casos absorvidos, e alguns festivais pagãos foram rebatizados depois de
absorvidos também, onde, o 25 de dezembro, data associada ao solstício de inverno e celebrada
como renascimento do Sol. Também, a véspera do dia de Reis, que era um festival druídico e que
era um ponto em que o Sol podia ser positivamente medido quando do seu movimento para o norte,
isso após ter atingido o ponto mais ao sul, ou solstício de inverno.
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Ainda, o autor comenta que através dos séculos existiram vários dias de festa
maçônica que eram comemorados exatamente no dia 6 de janeiro, o que faz estabelecer uma
conexão direta entre essas cerimônias e o Sol.
Enfim, há muito para ser visto sobre as heranças do Sol e da Lua, no livro esse que
recomendo a título de informações complementares, e em especial no seu capítulo 3 intitulado
“Conhecimento Secreto – Sabedoria Sagrada”, onde há também toda uma referência às memórias
disso tudo que permanecem em nosso calendário, em específico aos dias da semana.
CONCLUSÃO
O dia, a luz, o calor e a vida, isso resume a importância do Sol, o que é bem perto de
tudo o que soa como fundamental para a nossa sobrevivência como seres humanos. Símbolo visível
da Divindade, da espiritualidade, do conhecimento e da verdade, tudo isso foi mencionado durante o
desenvolvimento deste trabalho. Já a Lua, é certo que possui seus mistérios ainda, com seu campo
de força atuando diretamente sobre a Terra, com suas fases, como luminária refletindo o Sol, e
marcante a exemplo do Sol pelos seus simbolismos todos também.
E para a Maçonaria? Outras tantas são as simbologias e as influências desses astros,
heranças das antigas escolas iniciáticas, das antigas religiões, das Sagradas Escrituras, tudo o que
foi recebido ao longo da sua história, e que pudemos acompanhar em pormenores durante o
desenvolvimento do presente trabalho.
Nunca se consegue contemplar todos os ângulos, mas, o objetivo foi buscado aqui, já
que um panorama geral foi apresentado expondo a simbologia que envolve o Sol e a Lua, adquirida
no seio das civilizações do passado, e as influências todas que permeiam a Maçonaria como um
todo.
Consultas Bibliográficas:
Revistas:
ALMANAQUE DA MAÇONARIA, Ano 3, nº 3. “A Lenda do Terceiro Grau” - Artigo de Claudio Blanc
A TROLHA, nº 25, set./out. 1986. “O Sol como Símbolo na Maçonaria no Grau de Aprendiz” - artigo
do Irmão Hercule Spoladore
Livros:
ALVES, Derly Halfeld. “Peças de Arquitetura” - ”Por que Meio-Dia?” - Trabalho de autoria do Irmão
Milton R. Natalino – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2008
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. 3ª Edição - 2012
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” Volumes 3 e 6 – Editora Hagnos – 9ª
Edição – 2008
DA CAMINO, Rizzardo. “Dicionário Maçônico” – Madras Editora Ltda. 2006
GARDINER, Philip. “Gnosis” – Ediciones Obelisco – 1ª Edición – 2008 – Barcelona – España.
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição – 2008
GREER, John Michel. “Dicionário Enciclopédico do Pensamento Esotérico Ocidental” – Editora
Pensamento – 1ª Edição – 2012.
GUEST, Kevin L. “Os Segredos do Templo de Salomão” – Madras Editora Ltda. 2009
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria”- Editora Universo dos Livros 2012
OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de. ”Palestras Maçônicas Para Loja de Estudos” – Editora
Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2010
UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” – Jorge Zahar Editor – 1992
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1º Tomo (Aprendiz) – 2ª Edição –
Editora A Gazeta Maçônica S.A.
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5 – A República, como foi proclamada
Hercule Spoladore
Bloco produzido aos domingos
pelo Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR
[email protected]
A REPÚBLICA,
COMO FOI PROCLAMADA
As causas principais que levaram o Império a cair foram:
Abolição dos Escravos com a expropriação dos donos de escravos que não receberam a
indenização do investimento financeiro que haviam feito.
Centralismo econômico-financeiro, o qual era normal enquanto a Província do Rio de Janeiro
era o guindaste da economia nacional, tendo como base a plantação de café. Porem, com o
enfraquecimento dos seus solos, e quando as outras Províncias começaram a produzir,
principalmente São Paulo passaram a exigir outro tratamento por parte Imperador o qual sempre se
negou a atender os seus interesses, centralizando tudo no Rio de Janeiro, quando a realidade
nacional já era bem outra.
Militares. Emergentes da Guerra do Paraguai tornaram-se indisciplinados e poderosos.
Apareceu uma geração de altos oficiais que foram promovidos de forma rápida e que começaram a
ocupar os espaços dos velhos marechais e outras oficialidades e entre eles os de Caxias e Osório
já falecidos.
Esta nova geração, esquecendo seus postos de soldados, começou a protestar e criticar tudo e ainda se
imiscuir em problemas da nação que não lhes dizia respeito. Começaram os jovens oficiais a se pronunciar
contra o poder civil abertamente. As escolas militares passaram a politizar demais seus alunos constando em
seus currículos alem das teorias de guerra, que eram absolutamente necessárias na formação dos soldados,
ensinavam positivismo, neo-sociologismo e outras idéias avançadas. Não resta dúvidas, que a constante
escaramuça entre o poder militar e o poder civil, especialmente contra o Ministério da Guerra sempre sob o
comando de um civil, e em permanente regime de confronto, não havendo habilidade para tratar os militares,
punindo-os, quando em certas situações as soluções poderiam ser mais políticas.
Alem destes fatores haviam outros de menor importância, como a Questão Religiosa , a
possível ascensão ao poder do Conde D’Eu( maçom), esposo da beata Princesa Isabel, não muito
apreciado pelos brasileiros, além da economia obsoleta e estagnada do Império quando a situação
internacional exigia novos modelos econômicos. Já estávamos em plena era industrial
E não podemos deixar de mencionar a participação e luta dos republicanos, que desde o
Manifesto de 1870 estavam difundindo a nova doutrina. A quase totalidade dos republicanos eram
maçons e estes se não foram os responsáveis diretos, pelos menos fizeram a diferença nos últimos
estertores da monarquia decadente. Houve a participação de maçons e não da Maçonaria.
Estava preparado o palco dos acontecimentos.
No dia 07/06/1889 tornou-se chefe do 36º Gabinete do 2° Império, o monarquista convicto,
Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto (iniciado na “Loja Amizade” – São Paulo)
que trazia um programa mais liberal de governo tais como extensão do direito de voto, maior
autonomia municipal, casamento civil e liberdade de cultos.
Ouro Preto estava firme na proposição de impedir o movimento dos republicanos através de
algumas reformas e também combater a indisciplina militar.
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Como a Câmara dos Deputados não aceitou o plano de reformas imposto pelo Gabinete
Liberal, esta foi dissolvida no dia 17/06, sendo convocada novamente somente em 20/11.
Entre as várias causas que estavam alimentando uma provável conspiração, esta veio
agravar ainda mais.
Os conspiradores militares desde o final de Outubro de 1889, estavam se articulando e ao
mesmo tempo entrando em confronto com o Gabinete Ministerial, sempre em função das suas
rusgas com o dito Ministério, cujo titular era o visconde de Ouro Preto.
Não esqueçamos que apesar do grande poder do Imperador, o Brasil era governado por uma
monarquia constitucional.
O maçom e positivista Benjamin Constant era para ser o líder do levante.
Mas ele próprio admitia que era necessário para ocupar este cargo um militar de carreira e
que Deodoro reunia todas qualidades que resumiam a angustia, o protesto dos militares.
No dia 04/11, o maçom Deodoro da Fonseca( iniciado na Loja “Rocha Negra“ São Gabriel RS
e pertenceu posteriormente à Loja “02 de Dezembro” – Rio de Janeiro), apesar de doente, pois tinha
uma dispnéia que o perseguia há tempos de origem cardíaca, inclusive com edema das
extremidades, tendo que se acamar com freqüência, recebeu em sua residência, um grupo de
oficiais e estes disseram a Deodoro que Ouro Preto pretendia reorganizar a extinta Guarda Nacional
e fortalecer a Polícia no Rio para fazer frente ao Exército.
Deodoro teria comentado que só mudando a forma de governo e ao mesmo tempo deu o seu
aval o grupo para conseguir mais adeptos.
Estes procuraram entre os civis da causa republicana os maçons Quintino Bocaiuva, Aristides
Lobo e em São Paulo, Manoel Ferraz de Campos Sales, também maçom e que pôs ao par da
provável sedição, todos os republicanos paulistas.
Só que os civis falavam de República e os militares ainda falavam na queda do Gabinete de
Ouro Preto, que os perseguia.
Tanto é verdade que no dia 09/11, enquanto a Monarquia se deliciava em seu famoso e
último baile na Ilha Fiscal, com convite para 4.500 pessoas, o Clube Militar se reunia e ninguém
pronunciou o termo república. O próprio Benjamin Constant não disse o “nome”. Em seu discurso
para mais de cem militares, foi enfático, afirmando solenemente que se dentro de um prazo de oito
dias não fosse resgatada a honra castrense, ou seja, a honra militar, iria para a as ruas quebrar a
espada e derramar sangue.
No dia 10/11 já havia sido decidido na residência de Benjamin Constant, que o Império seria
derrubado, numa reunião na qual participaram Quintino Bocaiúva, Campos Salles, Francisco
Glicéreo e Aristides Lobo que no dia seguinte estariam presentes em outra reunião na casa de
Deodoro.
Somente no dia 11/11 foi falado abertamente com Deodoro sobre a República. Deodoro
relutou muito, pois respeitava muito D.Pedro II. Tiveram que usar de toda a persuasão possível para
convence-lo. Mas mesmo assim ele talvez pensasse apenas em derrubar o Gabinete Ouro Preto.
Quando Bocaiúva, Rui Barbosa, Aristides Lobo Campos Sales, Frederico Solon Sampaio Ribeiro
Francisco Glicério chegaram a residência de Deodoro, encontraram lá o almirante Eduardo
Wandenkolk (maçom) que foi o primeiro oficial da Marinha a aderir à conspiração.
Benjamin Constant também presente foi muito transparente quando afirmou que seria
necessário proclamar a República. Deodoro ouviu a todos e referiu ser muito amigo do Imperador.
Ainda Benjamin disse do seu receio à respeito de Floriano Peixoto(maçom), que era então ajudantegeneral do gabinete ministerial. Deodoro acalmou os presentes afirmando que na hora exata,
Floriano estaria do lado dos militares.
Entretanto de qualquer forma Floriano era uma figura enigmática e seu comportamento até a
deposição do Gabinete foi um tanto ambíguo, pelo menos aparentemente.
No dia 14/11 o major Frederico Solon Sampaio Ribeiro, maçom, saiu do Campo da
Aclimação, deslocando o 9º Batalhão de Cavalaria e 2º Regimento de Artilharia para o da Praia
Vermelha.
Ele era de opinião que o levante deveria ocorrer imediatamente, porem o tenente coronel
Benjamin Constant, líder dos cadetes da Escola Militar, não achava prudente, porque haviam muitos
oficiais que ainda não estavam convencidos.
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Solon estava desesperado porque tinha em mãos, os dois melhores regimentos, os mais
preparados e engajados contra o Governo de Ouro Preto e estes estavam sendo transferidos para
um local mais distante.
Solon achava que a revolução se diluiria se os regimentos fossem transferidos para a Praia
Vermelha. Foi aí que teve uma idéia bastante original.
Espalhou o boato por todo o Rio de Janeiro que o Governo ordenara a prisão de Deodoro e
Benjamin Constant e que vários regimentos estavam sendo deslocados para o interior do país e
quem manteria a ordem seria a Guarda Negra, fundada pelo vereador, maçom José do Patrocínio,
grande abolicionista, porem fiel à Princesa Isabel. Esta guarda era composta de capoeiristas,
considerados na época maus elementos e até de alguns bandidos e como tal não se dava bem com
os republicanos. Interessantes são os caminhos da História , eis que no dia da Proclamação da
República, Patrocínio aderiu à mesma.
No dia 14/11 chegou às mãos do Ministro da Guerra, uma carta de Floriano onde ele referia
que “que tramam algo”, mas que isso não tinha importância porque conhecia a fidelidade dos
chefes.
Ouro Preto que já tinha percebido há muito tempo que alguma coisa estava prestes a
acontecer, reuniu o seu Gabinete neste mesmo dia. Seu Ministro da Guerra, o visconde de Maracajú
( Rufino Enéias Gustavo Galvão), afirmou que a ordem pública seria mantida que qualquer forma.
Ouro Preto quis saber do envolvimento de Deodoro e lhe foi respondido que nada constava contra
Deodoro, o qual inclusive achava-se enfermo.
Nestas alturas o boato espalhado por Solon já estava surtindo os seus efeitos.
Neste dia Benjamin Constant, vindo da casa de Deodoro, encontrou-se com Aristides Lobo e
Francisco Glicério. Ele estava desanimado com o estado de saúde de Deodoro, inclusive achando
até que este viesse a falecer. Eles não sabiam que o boato estava tomando corpo.
A notícia da prisão eminente dos correligionários chegou aos ouvidos de Quintino Bocaiúva e este
mandou saber no Clube Naval, onde se achava Benjamin Constant se tudo estava bem com ele. O mensageiro
voltou dizendo que sim, e que o levante havia sido adiado para o dia l7/11. Quintino Bocaiúva assustou-se com
a perspectiva de adiamento, procurou o major Solon e os dois deliberaram que apesar da doença de Deodoro, a
sorte da sedição estava em jogo e marcaram para o dia 15 onde jogariam tudo ou nada. Sim, no dia 15 de
Novembro, sexta-feira.
Uma vez estando tudo definido, necessário se torna , analisar alguns pontos.
A Proclamação da República acabou acontecendo em meio a uma série de trapalhadas, desencontros
entre os lideres, confusões, boatos e com Deodoro relutante até o fim quanto à proclamação de um novo
regime ou não, já que ele era monarquista e estava indeciso, e ainda a República aconteceu praticamente sem
derramamento de sangue.
As tropas rebeladas estavam em São Cristóvão, nos quartéis e na Escola Militar. O marechal Deodoro
que havia passado o dia na casa de seu irmão recuperando-se, voltou à sua residência, um sobrado no Campo de
Santana.
Ouro Preto, estava em sua residência próxima a Estação São Francisco quando foi avisado da revolta,
mais ou menos um pouco antes da meia-noite do dia 14. Em seguida dirige-se a Secretaria de Polícia. Ouro
Preto teve a desdita de perceber que a resistência aos sediciosos não havia começado ainda. O AjudanteGeneral Floriano Peixoto apresentou novamente um comportamento um tanto estranho e incoerente.
Floriano soubera da sublevação da 1ª Brigada através do capitão Godolfin, que viera lhe falar em nome
do tenente coronel João Batista da Silva Telles e não o pendera. Alegou para Ouro Preto que se o prendesse,
logo o saberiam, e poderiam ataca-los militarmente.
Ouro Preto convoca imediatamente uma reunião ministerial e manda um telegrama à D.Pedro II
relatando o ocorrido, o qual só é recebido pela manhã do dia 15. Este, continua a sua rotina normal, escreveu
seus dois sonetos diários, praticamente não tomando conhecimento.
Floriano vai para Quartel General no Campo de Santana. Lá recebe o tenente coronel Silva Teles,
comandante da 2ª Brigada, limitando-se a aconselha-lo a ter cuidado a não se precipitar e referiu ao mesmo que
gostaria de falar com Deodoro e Benjamin Constant.
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Ouro Preto por sugestão de seu Ministro da Guerra, visconde de Maracajú se transfere com todo o
Ministério para o Quartel General, chegando lá mais ou menos às 7 horas.
Seguindo os acontecimentos, os Oficiais da 2ª Brigada, acharam por bem avisar a Benjamin Constant
que a revolução estava em andamento, uma vez que ele, pensava que ela seria deflagrada somente no domingo,
dia 17. Ele foi acordado de madrugada.
Benjamin Constant, enviou seu cunhado, o capitão Bittencourt Costa a casa de Deodoro, avisa-lo, e
juntamente com seu irmão carnal major Botelho de Magalhães, foram sublevar os cadetes da Escola Militar na
Praia Vermelha.
Deodoro, estava dormindo, pensou ser uma cilada do Governo levantou-se com extrema dificuldade, sob
os protestos de sua esposa, e só depois de saber pelo mensageiro que fora Benjamin Constant que o estava
informando, fardou-se, colocou um revolver no bolso, colocou os arreios de sua montaria em um saco de lona,
não levou a espada por não poder suportar o seu peso, tomou um tilburi e seguiu para São Cristóvão.
Constant chegou antes de Deodoro e dirigiu-se à Escola Superior de Guerra onde foi verificar se tudo
estava pronto. Todos os cadetes já estavam em armas. Os três Regimentos da 2ª Brigada, também.
Então iniciou-se a famosa marcha que derrubaria o 2º Império.
O únicos civis a seguirem com os sediciosos, que se tem notícia, foram o maçom Quintino Bocaiúva e o
cidadão Antônio Rodrigues Campos Sobrinho, funcionário público que “engajou” no 2° Regimento de
Artilharia.
Na frente das tropas, marchou o 1º Regimento de Cavalaria, comandado pelo tenente-coronel João
Batista da Silva Telles. Logo atrás, dois pelotões da Escola Superior de Guerra, liderados pelo tenente Pedro
Paulino da Fonseca. A seguir o 2º Regimento com 16 canhões comandados pelo major João Carlos Lobo
Botelho.
Fechando este contingente, vinha o 9º Regimento de Cavalaria, comandado pelo major Solon Sampaio
Ribeiro. O regimento marchou a pé, por falta de eqüinos, porem trazia munições em carroças atrás da tropa.
Estavam trazendo carabinas Winchester, as quais eram munições novas no Exército e os soldados ainda não
estavam treinados suficientemente para usa-las.
As forças reuniam em torno de 450 praças e 50 Oficiais, mais os cadetes, perfazendo mais ou menos um
total de 600 homens. A maioria dos soldados, mal armados, não sabia que estavam marchando para derrubar a
monarquia. Ainda para piorar, a oficialidade que estava junto com as tropas, era de média patente. Os
comandantes na sua maioria eram monarquistas e não estavam presentes.
Vendo que com aquele contingente, os revoltosos não iriam muito longe, Benjamin Constant, o cérebro
da revolução, mandou o tenente Lauro Müller(Loja “Dois de Dezembro” Rio de Janeiro e “Acácia Itajaiense”
SC) ir a casa de Deodoro para saber onde ele estava. Deodoro já estava a caminho, e encontrando os revoltosos
mais a frente, a altura do Gasômetro do Mangue ainda dentro do tílburi, foi aplaudido freneticamente por toda
a tropa.
O velho marechal ordenou que a tropa continuasse avançando e com muita dificuldade saiu da condução
em que estava e montou num cavalo.
Quando chegou à saida da Rua Visconde de Itauna que vai dar no Campo de Santana, encontrou as
forças da Marinha e da Polícia, prontas para dar combate aos sublevados.
Quando as duas frentes se encontraram, houve hesitação por parte das forças fiéis ao Império, disso se
aproveitando Deodoro com muita autoridade e habilidade. “Então não me prestam continência?” Marinheiros e
policiais em resposta apresentaram as armas. Graças a astúcia, liderança e respeito que tinham por Deodoro, a
revolta ganhava aí a primeira parte da luta, sem disparar um tiro sequer.
Entretanto, dentro do Quartel General estavam 2000 soldados, bem armados.
Apesar de ter um contingente de soldados bem maior e bem mais equipado que os revoltosos, segundo o
Barão de Ladário ( José da Costa Azevedo), estas tropas não eram confiáveis.
Ouro Preto, vendo um destacamento avançado e fazendo reconhecimentos, comandados pelo capitão
Godolfin e mais oito soldados e que ninguém foi prende-los, achou muito estranho, e fala com Floriano, o 2º
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em comando no Ministério e este não tomou qualquer providência. Acabou ordenando ao general José de
Almeida Barreto ( maçom), que fosse capturar o referido destacamento. Este se havia comprometido dias
antes com os sediciosos, porem na última hora ficou do lado de Ouro Preto. Interessante que o general simulou
que prenderia os soldados mas não o fez, e ainda ficou hesitante relutando em colocar suas tropas sob o
comando de Deodoro. Refere a História que Deodoro usou um xingamento de baixo calão contra Almeida
Barreto naquele momento.
Dentro do Quartel General todos estavam nervosos, porem Floriano permanecia impassível, aparentando
calma.
A situação continuou sem definição até as oito horas da manhã do dia 15, quando então Deodoro coloca
suas tropas em frente aos portões do quartel, e enviou o tenente-coronel João Batista da Silva Teles para levar
um recado à Floriano, dizendo que queria conferenciar. Floriano com seu estado maior montados em cavalos
sai para palestrar com Deodoro.
Neste momento o barão de Ladário vindo em direção à Deodoro, salta de um cupê ministerial da
Marinha, de revolver em punho atira em direção de Deodoro, errando o alvo. Atira de novo, e também não
acerta. Neste momento os tenentes Müller e Adolfo Pena atiraram em Ladário, ferindo-o e acertando um dos
tiros na região glútea. A pedido de Deodoro, não mataram o barão. Este foi o único sangue derramado na
Proclamação de nossa República. Por sinal o barão de Ladario foi o único membro do governo que enfrentou as
tropas rebeldes. Se o barão de Ladário tivesse matado Deodoro, não se pode prever quais seriam as
conseqüências.
No interior do Quartel General, Ouro Preto, quis fazer valer sua última chance, ordenando a Floriano
que enviasse um destacamento e tomasse à baioneta os canhões( “bocas de fogo”) de Deodoro, dizendo que no
Paraguai os soldados brasileiros haviam se apoderado da artilharia paraguaia em piores condições. Floriano
respondeu: “Sim, mas as bocas do Paraguai eram inimigas e que aquelas que V. Excia está vendo, são
brasileiras e eu sou antes de tudo um soldado da nação”.
Neste momento, Ouro Preto viu que estava tudo perdido.
Restava aos sediciosos entrarem no Quartel General e isso foi facilitado por um mais um sobrinho
militar de Deodoro, o capitão Pedro Paulo da Fonseca Galvão que estava lá dentro. Referem que Deodoro ao
entrar naquele reduto, teria dito “Viva Sua Majestade, o Imperador”.
Apesar de muitos republicanos desmentirem, o alferes Cândido Rondon presente ao ato, que o Brasil
haveria de conhecer seus feitos indianistas futuros, afirmou que ele realmente pronunciou tal frase.
Deodoro logo após entrar conversou de forma íntima com Floriano e foi convidado a subir até o 1º
andar, onde estava o Chefe de Gabinete a ser deposto.
Deodoro, ao chegar lá, cumprimentou seu primo, o visconde de Maracajú, Ministro da Guerra e após
um silêncio natural que acontece nestes momentos, disse a Ouro Preto: “Vossa Excelência e seus colegas estão
demitidos por haver perseguido o Exército”
Estando assim demitido todo o ministério, com Ouro Preto e Cândido de Oliveira, Ministro da Justiça,
considerados presos e seriam deportados. Entretanto, Deodoro se referiu a D.Pedro II da seguinte maneira:
“quanto ao Imperador tem a minha dedicação, sou seu amigo, devo-lhe favores, seus direitos serão respeitados
e garantidos”. Referiu também que enviaria uma lista com nomes do novo ministério.
Concluído o fato, Deodoro, desceu para se regozijar e confraternizar junto às tropas e os civis
republicanos que se aglomeravam no Campo de Santana.
O capitão Antonio Adolfo Menna Barreto deu tantos “vivas” à República que até teve um mal súbito,
perdendo os sentidos. Entretanto em nenhum momento, Deodoro proclamou de peito aberto, a República. Após
um tenente ter notado este fato e dito à Benjamin Constant, este disse em voz baixa a Deodoro que aquele
momento, era a hora certa de dize-lo. Deodoro mandou tranqüilizar o tenente, alegando que a “nossa causa
triunfou” e que se deixasse para o povo esta manifestação.
O major Solon notou que a derribada da monarquia não estava a contento, teria dito a Deodoro que só
embainharia a espada se ele proclamasse a república
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Os amigos de Deodoro afirmam que nesta hora ele teria dado “vivas” ao novo regime, mas não se
comprovou.
A seguir, Deodoro diante de suas tropas com Quintino Bocaiúva, cavalgando ao seu lado, tomaram o
rumo do centro da cidade; Benjamin Constant e Aristides Lobo, foram à pé.
O povo, atônito, e até assustado não sabia o que estava se passando.
Nestas alturas, os sintomas do seu problema cardíaco estavam se agravando, uma provável insuficiência
cardíaca congestiva, ele mal podia manter-se ereto na montaria, ainda assim quis ir até o Arsenal da Marinha
para conferir “in loco” se tudo estava em ordem. Uma vez constatando que tudo estava bem, dirigiu-se até sua
casa e acamou-se imediatamente.
Mais ou menos às treze horas, isto é no inicio da tarde, se para os militares tudo estava resolvido e a
honra militar havia sido resgatada, para os republicanos, a situação não estava muito transparente, pois até
parecia que o movimento estava derrotado.
D.Pedro retornou ao Rio de Janeiro, vindo de Petrópolis, por cerca das quinze horas, dirigindo-se ao seu
palácio.
Nesta mesma hora, percorrendo as ruas da cidade, Benjamin Constant, futuramente considerado o Pai
da República, o articulador, o republicano por excelência achava muito estranho tudo o que estava acontecendo.
Encontrando com o jornalista republicano Anibal Falcão, incitou que ele imediatamente agitasse o povo,
alegando que a República ainda não estava proclamada.
Falcão juntou-se aos republicanos Pardal Mallet e Silva Jardim e se dirigiram a Câmara Municipal.
Procuraram o vereador monarquista José do Patrocínio, até então detestado pelos republicanos, mas que neste
dia ele fez a sua profissão de fé republicana, e na condição de vereador mais jovem convocou uma sessão da
Câmara imediatamente.
Os republicanos arregimentaram as pessoas que puderam e na Câmara foi referendada uma moção que
Aníbal Falcão havia escrito.
O povo reunido isto é, mais ou menos cerca de 100 pessoas ouviu a aprovação da Câmara a moção “ O
povo reunido em massa na Câmara Municipal, fez a proclamação da República na forma lei ainda vigente, pelo
vereador mais moço, após a revolução que aboliu a monarquia do Brasil, o governo republicano”.
A moção ainda referia para quem de direito proclamasse a República de fato.
Foi feito um abaixo assinado representando o povo do Rio de Janeiro. De posse deste documento, os
manifestantes foram se postar em frente à casa de Deodoro.
Deodoro, por estar se sentindo mal, foi representado por Benjamin Constant (sempre ele), que da sacada
do sobrado onde Deodoro morava afirmou ao grupo que um Governo Provisório convocaria uma Assembléia
Constituinte para que a nação pudesse deliberar definitivamente a respeito de uma nova forma de governo.
Esta vacilação de Constant talvez se devesse ao fato dele ser um homem pacifista, positivista de longa
data e possivelmente não quisesse que o Exército tivesse um papel tão importante na administração de um novo
regime, preferindo que uma Constituinte decidisse sobre como seria um novo regime.
Entretanto, graças às atitudes de tomadas a seguir por D.Pedro II e pelo visconde Ouro Preto, o regime
escolhido acabou mesmo sendo a República.
D.Pedro chegando ao Rio logo que se instalou no seu palácio aceitou com relutância a demissão de
Ouro Preto e concordou com nome indicado para substitui-lo, o senador Gaspar Silveira Martins( maçom, grau
33 Ex-Grão-Mestre do Grande Oriente do Passeio). O senador gaúcho estava fora do Rio, só chegaria no dia 17.
Isto tornaria mais caótica ainda a situação, pois o país estava em plena vigência uma revolução, e alem do mais,
o senador Gaspar era inimigo antigo e declarado de Deodoro. Detestavam-se, simplesmente.
Já era quase noite, quando Deodoro ficou sabendo que o senador Gaspar tinha sido indicado para a vaga
de Ouro Preto. Esta foi a gota d’água para a decisão final de Deodoro.
Não se tem provas cabais que o senador tenha sido realmente indicado para chefiar o Gabinete por
indicação do Imperador. Há uma outra versão, a qual talvez seja a mais provável que tenha acontecido, como
sendo uma estratégia de Benjamin Constant, que quando percebeu a hesitação de Deodoro, inclusive podendo
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pôr tudo a perder, teria usado o nome do senador Gaspar Martins como provável futuro chefe de Gabinete, fato
este que Deodoro jamais toleraria. Eram inimigos há muito tempo.
D.Pedro II foi persuadido a nomear outro político, o maçom e Conselheiro José Antônio Saraiva.
Saraiva enviou através do capitão Roberto Trompowisky uma carta à Deodoro, porem este disse ao
capitão: “Já é tarde, a República está feita e os principais culpados são o conde D’Eu visconde de Ouro Preto. O
último por perseguir os militares e o primeiro por consentir nesta perseguição”.
Como vimos o prestígio, a liderança a confiabilidade num líder como todo o Exército teve em Deodoro,
naquele dado momento de nossa História, foi o maior em todos os tempos que um líder já teve neste país.
Ele proclamou a República na hora que achou melhor, porem poderia permitir a constituição de um
novo Gabinete com continuidade da monarquia se assim ele o quisesse. Isto significa que naquele dia, naquela
hora, ele tinha a liderança total de um povo nas suas mãos, fato este que desde então jamais foi registrado no
Brasil. Liderança total.
Mas não esqueçamos que Benjamin Constant, foi o maestro, foi o articulador o homem que cuidou de
todos os detalhes, por menores que fossem, que ele cuidou de improviso de acertar todos os erros que seus
companheiros cometeram de última hora, que ainda teve o vislumbre de achar que o Exército, deveria passar a
parte política administrativa à civis, enfim foi o homem certo na hora certa, podendo os brasileiros com toda
razão, chama-lo de o Pai da República.
Sabendo que o soldado puro Deodoro era uma Pedra Bruta em matéria de política, sempre esteve ao seu
lado para lapida-lo com conselhos e orientações e também para protege-lo.
Agora com a anuência total de Deodoro em se instituir a República, Aristides Lobo, Francisco Glicério e
Benjamin Constant se reuniram para instituir o governo republicano e preparar os primeiros decretos. O
primeiro Gabinete do Governo Provisório foi constituído somente por republicanos maçons.
No dia seguinte, ou seja dia 16, num sábado Deodoro ordenou que a Família Real fosse deportada e
enviou o major Solon para comunica-los. O major Solon, ficou todo embaraçado com o peso da decisão dos
revoltosos que levava ao ex-monarca, tratando-o de Vossa Excelência, Alteza, Majestade e ainda após dar-lhe a
notícia, solicitou licença para se retirar.
O maçom, grau 33, e coronel João Francisco da Costa, foi encarregado de vigiar e proteger a Família
Real até que esta partisse para o exílio.
E assim terminou o longo reinado de D.Pedro II, sem que seus barões, condes e viscondes, protegidos e
toda aristocracia o preservassem ou defendessem. Ressalte-se que dentro desta aristocracia existiam muitos
maçons sérios, que eram opositores aos maçons republicanos.
O número dois está em realce, o famoso número dos contrários. Haviam pois, maçons republicanos e
monarquistas.
Está certo que foi um golpe militar, mas talvez o próprio povo foi conivente, pois não admitia que o
maçom Conde D'Eu, apesar de príncipe consorte, seria o governante de fato, já que o Imperador velho e doente,
com uma diabetes progressiva, não teria muito tempo de vida.
Mas o Império caiu porque, em realidade, o país estava antiquado e exaurido economicamente e já não
tinha condições de oferecer uma perspectiva melhor, especialmente no sentido de aumentar a liberdade e o
direito dos cidadãos. Foi a última monarquia da América do Sul a ruir.
Entretanto, ressalte-se que alguns bons amigos da Família Real, como o Barão e a Baronesa de Loreto,
seu médico particular, o Conde Mota Maia, o Barão e a Baronesa de Muritiba alem do engenheiro abolicionista
André Rebouças o acompanharam espontaneamente na viagem pelo vapor “Alagoas” para a Europa sem que
tivessem sido presos ou deportados.
Foi triste o acaso do monarca. Talvez, D.Pedro II merecesse melhor sorte. E o povo que tanto o amava,
facilmente o esqueceu.
Tivemos um paranaense participando ativamente dos eventos da Proclamação da República.
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Ele talvez foi o maior militar por seus feitos, que o Paraná já teve na sua História. Não só pela
participação na Proclamação da República em si, mas sim pela sua conduta como soldado e artilheiro na
Revolução Federalista que ocorreria daí há 4 anos.
Trata-se do então jovem José Cândido da Silva Muricy que um dia seria general e que estava cursando
a Escola Superior de Guerra na Praia Vermelha no Rio de Janeiro como cadete por ocasião dos eventos da
Proclamação da República.
Republicano e de total confiança de seus superiores tomou parte em algumas reuniões onde foram
detalhados os planos da derrubada da Monarquia e foi um dos elementos de ligação, que transmitia as ordens
aos diversos corpos da guarnição e na Escola Militar.
Ele foi um dos soldados que marcharam junto com a tropa para o Campo de Santana no dia 15/11.
Incorporou-se à coluna do capitão Hermes da Fonseca (maçom), sobrinho de Deodoro, que lhe emprestou a
espada e estava portando naquele momento uma clavina Comblain . Estas duas armas o acompanhariam por
toda a sua vida, como recordação.
Ele foi iniciado na Loja “Ganganelli” – Rio de Janeiro e teve posteriormente destacada atuação na
maçonaria paranaense.
BIBLIOGRAFIA
Castellani, José
“A Maçonaria e o Movimento Republicano Brasileiro”
Traço Editora – São Paulo – 1989
Castellani, José
“Os Maçons que fizeram a História do Brasil”
Editora A Gazeta Maçônica – São Paulo- sem data
Prober, Kurt
“Achegas para a História da Maçonaria no Brasil”
São Paulo, 1968
Kurt, Prober
“Catálogos dos Selos Maçônicos Brasileiros”
Paquetá –Rio de Janeiro, 1984
Machado,Manoel L.
“Sangue e Bravura” (romance histórico)
. Oficinas Gráficas da Penitenciária do Paraná –
Curitiba, 1944
Martins, Romário
“História do Paraná”
Editora Rumo Limitada – Curitiba - 1939
Vernalha Milton Miró “Do Império à República”
Editora Litero Técnica – Curitiba – 1989
Grande Enciclopédia Delta Larousse
Dicionário-Histórico-Biográfico do Estado do Paraná
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Editora “Livraria do Chain” Banestado– Curitiba – 1991
Revista “A Trolha” nº 228 – Outubro 2005 – Artigo “Campos Salles, Um
Maçom Ilustre” – Autor:Mario Name
PRINCIPAIS MAÇONS REPUBLICANOS HISTÓRICOS QUE TIVERAM PARTICIPAÇÃO DIRETA
NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Américo Brasiliensi de Almeida Melo ( Lojas “Amizade” e “América” - São .
Paulo)
Américo Brasilio de Campos ( Lojas “Amizade” e ”América” - São Paulo)
Antonio da Silva Jardim ( Loja “América” - São Paulo)
Aristides da Silva Lobo (não se sabe onde foi iniciado)
Benjamin Constant de Marques Botelho( não se sabe onde foi iniciado)
Bernardino José de Campos ( Lojas “Amizade” - São Paulo – “Trabalho” .
de Amparo e“ Independência ” – Campinas -SP
Carlos de Campos(Loja “Trabalho” de Amparo – SP)
Demétrio Ribeiro( não se sabe onde foi iniciado)
Eduardo Wandelkolk ( Loja “Esperança” Rio de Janeiro -RJ)
Fernando Prestes de Albuquerque ( Loja “Firmeza” - “Itapetininga” SP)
.
Francisco Glicério de Cerqueira Leite( Lojas “Independência” - . .
Campinas SP e “Piratininga” São Paulo
.
.
Francisco Quirino dos Santos ( não se sabe onde foi iniciado)
Francisco Rangel Pestana ( Lojas “Amizade” e “América” - São Paulo)
Hermes Rodrigues da Fonseca (Loja “Ganganelli” - Rio de Janeiro)
João Tibiriçá Piratininga ( Loja “Beneficência Ituana” - Itú- SP)
Joaquim Saldanha Marinho ( Grão-Mestre do Grande Oriente dos
Beneditinos)
Jorge Tibiriçá ( Loja “Amizade” - São Paulo)
José Luiz Flaquer( Loja “América”- São Paulo)
José Gomes Pinheiro Machado (Lojas “América”-São Paulo, “Harmonia .
Cruzaltense” Cruz Alta – RS, “Luz e Fraternidade” – .
Santa Maria –RS e “Luz da Serra” – Santo
Ângelo -RS
José Maria Lisboa ( Loja “Amizade” - São Paulo)
Julio Cesar Ferreira Mesquita ( Loja “Amizade” - São Paulo)
Lauro Nina Sodré e Silva ( Loja “Harmonia” - Belem – PA.)
Luiz Gama (Loja “América” - São Paulo)
Manoel Ferraz de Campos Salles (Loja “Fraternidade Campineira” .
.
Campinas SP. filiado à Loja .
.
.
“Independência” – Campinas - SP . .fundador da Loja “Sete de Setembro” – São Paulo
Manoel de Moraes Barros ( Loja “Beneficência Ituana”- Itú, SP e
.
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fundador da Loja “Piracicaba” – Piracicaba SP
.
Martinico do Prado (Martinho Prado Jr.) ( Lojas “Amizade” e “América” -.
São Paulo)
Nilo Procopio Peçanha ( Loja “Ganganelli”- Rio de Janeiro)
Pedro de Toledo (Lojas “Piratininga” e “Amizade” - São Paulo)
Prudente José de Moraes Barros ( possivelmente iniciado na Loja “7 de
.
“Setembro pertenceu a Loja “Beneficência
Ituana” - Itú e fundador da Loja “Piracicaba”-SP)
.
Quintino de Souza Ferreira Bocaiúva ( Loja “Amizade” - São Paulo Lojas . .
“Segredo” e “Comércio” GOU Rio de Janeiro)
Solon Sampaio Ribeiro, major( Loja “Amparo à Virtude”- Rio de Janeiro)
Venâncio Aires ( Lojas “Firmeza” – Itapetininga –SP e “Luz da Serra”- .
Angelo RS.)
Santo
Ubaldino do Amaral Fontoura- paranaense- ( Lojas “Perseverança III”
e “Constância” – Sorocaba SP e “América” - São Paulo)
Tivemos republicanos de última hora, ou últimos dias, como José Carlos do Patrocínio (Loja “União” e
Tranqüilidade nº02 – Rio de Janeiro), Rui Barbosa( Loja “América” – São Paulo) Floriano Peixoto ( Loja
“Perfeita Amizade”- Maceió- AL ) o próprio Marechal Deodoro da Fonseca (Loja “Rocha Negra” São Gabriel –
RS e posteriormente Grão-Mestre do GOB).
Estes foram envolvidos pelas contingências e o fizeram por livre e espontânea vontade e não como a
maioria quase que absoluta dos monarquistas, inclusive maçons, que se tornaram republicanos por conveniência,
de uma hora para outra engajando-se como puderam no novo regime, sempre tentando tirar proveito próprio.
6 – Perguntas & Respostas
Pedro Juk
Este Bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk,
às terças, quintas, sábados e domingos
Loja Estrela de Morretes, 3159 - Morretes – PR
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
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Abertura com 7 mestres
Em 17/10/2014 o Respeitável Irmão Teodoro Robens de Freitas Silveira, 1º Vigilante da Loja
Apóstolos da Galiléia, 2.412, REAA, GOB-MG, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais,
solicita o seguinte esclarecimento:
[email protected]
Abertura dos Trabalhos:
O que é preciso para a abertura dos Trabalhos. Sabemos que são necessários a presença de
sete Mestres Maçons e abrir o Livro da Lei, porém estou com dificuldade para localizar a
função de cada Irmão em uma Sessão Ritualística com apenas sete Mestres Maçons. Não
consegui localizar nenhuma Obra Maçônica com esclarecimentos sobre o assunto.
Pela lógica o 1º triangulo seria: Venerável, 1º e 2º Vigilantes; o 2º Triângulo seria Orador,
Secretário, Guarda do Templo. O sétimo Mestre Maçom seria o Mestre de Cerimônias.
Quem faria os trabalhos dos Diáconos, Tesoureiro, Hospitaleiro, Chanceler? As falas serão
suprimidas do Ritual?
Gentileza esclarecer ou indicar uma Obra contendo esclarecimentos sobre o assunto .
Considerações:
Obviamente que estas são situações precárias e não uma constante no cotidiano das
Lojas.
Os cargos de no mínimo sete Mestres são ocupados de acordo com os ritos ou
trabalhos maçônicos e nesse caso não precisam estar escritos, já que a questão é de
coerência.
Em qualquer situação obedecendo a um Landmark da Ordem uma Loja será sempre
dirigida por três Luzes.
No Rito Escocês Antigo e Aceito somam-se às três Luzes da Loja as Dignidades do
Orador e do Secretário – Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes obrigatórios para dirigir a
Loja mais um representante da Lei e um escriturário (Orador e Secretário respectivamente).
Para o mínimo de desenvolvimento da liturgia e ritualística do rito em questão acresce-se o
Mestre de Cerimônias. Por fim um cargo também obrigatório em qualquer situação, pois
obedece ao Landmark do “sigilo” – o que cobre os Trabalhos – é o Cobridor, inclusive ele não
se ausenta nunca do seu posto em Loja aberta.
Esses no caso seriam os sete Mestres obrigatórios para a abertura precária de uma Loja
em trabalhos ordinários, ou econômicos.
Como o Rito Escocês possui a transmissão da Palavra que é ofício dos Diáconos, na
situação precária, o Mestre de Cerimônias exerce a função do Segundo Diácono e o
Secretário a do Primeiro, todavia apenas no momento da transmissão para o cumprimento da
ritualística prevista. A função do Hospitaleiro na coleta do óbolo será suprida pelo Mestre de
Cerimônias que também preenche a fala do Chanceler no diálogo de abertura, enquanto que
anotações e avisos da chancelaria ficam por conta do Secretário. A conferência do Tronco e o
seu anúncio fica por conta do Orador. Desse modo nada será suprimido do Ritual.
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Escritos que porventura exista nesse particular eu não os conheço, já que essa é apenas
uma questão emergencial e não deve fazer parte do cotidiano da Oficina, até porque
geralmente os cargos de Tesoureiro e Chanceler são também cargos eletivos.
Assim a eventual precariedade dos trabalhos da Loja no rito em questão, pela lógica e
pela razão somente pode ser suprida conforme o aqui mencionado.
Ratifico que essas situações emergenciais não estão previstas nas Sessões Magnas de
Iniciação, Elevação e Exaltação, já que a liturgia e a ritualística pertinente a esses trabalhos
exige o preenchimento de outros demais cargos.
T.F.A.
PEDRO JUK –
[email protected] Nov/2014
Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom
I Tomo
Rito Escocês Antigo e Aceito e Trabalhos de Emulação
Autor – Pedro Juk
Editora – A trolha, Londrina 2.012 – Segunda Edição.
WWW.ATROLHA.COM.BR
Objetivo – Introdução a interpretação simbólica maçônica.
Conteúdo – Resumo histórico das origens da Maçonaria – Operativa, Especulativa e Moderna.
Apreciação – Sistema Latino e Inglês – Rito Escocês Antigo e Aceito e Trabalho de Emulação.
Tema Central – Origens históricas do Painel da Loja de Aprendiz e da Tábua de Delinear.
Enfoque – Exegese do conteúdo dos Painéis (Ritualística e Liturgia, História, Ética e Filosofia).
Extenso roteiro bibliográfico.
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7 – Destaques JB
Resenha Final
ro ( UO-RIO /SMS ) que incluía a Plataforma P-36 .
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Meses de janeiro e Fevereiro
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC -
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data
06.02.06
11.02.98
29.02.04
Nome
Ordem e Progresso - 3797
Energia e Luz -3130
Luz das Águas – 3563
Oriente
Navegantes
Tubarão
Corupá
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data
11/02/1980
13/02/2011
17/02/2000
21/02/1983
21/02/2006
22/02/1953
Nome
Toneza Cascaes
Entalhadores de Maçaranduba
Samuel Fonseca
Lédio Martins
Pedra Áurea do Vale
Justiça e Trabalho
Oriente
Orleans
Massaranduba
Florianópolis
São José
Taió
Blumenau
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data
15.02.2001
21.02.1903
25.02.1997
25.02.2009
Nome da Loja
Pedreiros da Liberdade nr. 79
Fraternidade Lagunense nr. 10
Acácia Blumenauense nr. 67
Caminho da Luz nr. 99
Oriente
Florianópolis
Laguna
Blumenau
Brusque
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CONVITE
Abertura do Ano Maçônico de 2015
As Potências Maçônicas de Santa Catarina convidam para a
Cerimônia Pública de Abertura do Ano Maçônico de 2015 no
próximo dia 6 de março (sexta-feira) às 20h00, no Templo da
Grande Loja de Santa Catarina situado no Campeche, em
Florianópolis, com a palestra do Irmão Marcos Coimbra
(GOB/RJ) que falará sobre “Conjuntura Brasileira e Ação
Maçônica”. O traje será passeio completo (sem paramentos) e a
entrada será de doação voluntária de alimentos não perecíveis
que serão distribuídos para entidades carentes.
JB News – Informativo nr. 1.615 - Florianópolis (SC) – domingo, 1º de março de 2015
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À GDSADU
A e RLS “LUZ E HARMONIA Nº 3.347”
GOB - GOB/SC - Or de Brusque - RITO BRASILEIRO
A A e R L S LUZ E HARMONIA Nº 3.347, tem a honra de convidar os
Irmãos para participarem e prestigiarem a PALESTRA com o tema:
"Liberdade, Igualdade, Fraternidade: origens, implicações
políticas de Liberdade, de Igualdade de Fraternidade e o mote LIF na
Maçonaria” - Palestrante: Ir.’. Walter Celso de Lima
Data: 02 de março de 2015 - Horário: 20 horas
Local: Templo da A.’.R.’.L.’.S.’. Orvalho do Hermon
Estrada Geral da Varginha, s/n, – Bairro Rio Branco – Brusque/SC.
Moassir Bussolo – VenM
____________________________________________________________________
Templo: Estrada Geral da Varginha, s/n End p/ correspondência:
Bairro Rio Branco – Brusque – SC Rua Pomerode, 27, CP - 1529
Sessões : Segundas feiras às 20:00hs Bairro Santa Rita, Brusque-SC
JB News – Informativo nr. 1.615 - Florianópolis (SC) – domingo, 1º de março de 2015
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Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. (Entretanto, as fontes
encontram-se na internet)
1 – Interessante aula sobre o Terreiro do Paço antigo (Lisboa:
https://www.youtube.com/watch?v=AqNcHsCMskU#t=10
2 – segredos invisíveis da natureza em todo o seu esplendor.
www.youtube.com/watch?v=o2oLXU2bWQU
3 – Topografia e Simbolismo do Templo:
04.2014 - TOPOGRAFIA E SIMBOLISMO DO TEMPLO - REAA.pdf
4 – A Vida no Mar:
A VIDA NO MAR-Fascinante.pps
5 – Livros virtuais:
virtualbooks.com.br
6 – Volta aérea por Portugal:
http://youtu.be/jUd-_WkFd7I
7 – Filme do dia: (O Vale da Vingança) – Faroeste dublado/legendado c/Burt Luncaster.
https://www.youtube.com/watch?v=teguSpRuU7c
JB News – Informativo nr. 1.615 - Florianópolis (SC) – domingo, 1º de março de 2015
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O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira *
escreve aos domingos neste espaço
JB News – Informativo nr. 1.615 - Florianópolis (SC) – domingo, 1º de março de 2015
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Virou moda, sei disto, a faixa de pedestre.
Transformou-se em passarela !
Desfilando devagar, e jogando seu charme,
lá vai ela, paralisando o transito.
As buzinas tocam, sem cessar, e ela sorri !
No interior dos automóveis, as brigas dos casais
parecem não ter fim. Ciúme agudo ...
A moça é bonita. Muito bonita !
Repete a façanha várias vezes, num vai e vem,
e se delicia com as provocações.
Assobios, piadas, risadas, olhares maldosos e
plateia sempre renovada.
Pura sedução !
Ah, esta faixa de pedestre, tem trazido novidades !
Quem ensinou os cães de rua atravessa-la ?
Pois testemunhei os vira-latas caminhando longos
trechos, à procura de uma faixa de pedestre.
Olham para um lado, para o outro, e somente
se arriscam quando os automóveis param.
Um verdadeiro espetáculo de inteiração, entre
o homem e o cão.
Todos se admiram, e lá vai o bichinho, claro,
sem provocação mas feliz, pela consideração.
Observo, também, pessoas simples,
agradecendo ao motorista, como se fosse um
favor, a preferência ao pedestre.
Há os arrogantes que, de " nariz em pé", por
vezes, fazem com que o motorista dê marcha
ré, mostrando a " força do seu direito ".
Virou passarela, palco e balcão de negócios, onde
mulher bonita se destaca na multidão, e cachorro
de rua, ganha atenção.
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com/
* Sinval Santos da Silveira Mi da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis
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