1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA EDUARDO AMÉLIO DE FARIAS ARRUDA / 02021001201 ESTUDO COMPARATIVO DO PROCESSO CORROSIVO DO AÇO PATINÁVEL E DO AÇO CARBONO COMUM BELÉM 2009 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA EDUARDO AMÉLIO DE FARIAS ARRUDA 02021001201 ESTUDO COMPARATIVO DO PROCESSO CORROSIVO DO AÇO PATINÁVEL E DO AÇO CARBONO COMUM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará. Para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Magalhães Braga BELÉM 2009 3 EDUARDO AMÉLIO DE FARIAS ARRUDA / 02021001201 ESTUDO COMPARATIVO DO PROCESSO CORROSIVO DO AÇO PATINÁVEL E DO AÇO CARBONO COMUM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Pará. Submetido à banca examinadora constituída por: ______________________________________ Prof. Dr. Eng. Eduardo de Magalhães Braga UFPA – Orientador, Presidente Prof. Dr. Eng. José Carlos Cardoso Filho UFPA Prof. M. Sc. Hélio Antônio Lameira de Almeida. CEFET/PA Julgado em ____ de _____________de 2009 Conceito:____________________________ BELÉM 2009 4 RESUMO O presente trabalho trata do estudo comparativo entre o aço carbono comum e o aço patinável em relação à resistência a corrosão. Foram estudados vários tipos de processos corrosivos em diferentes meios. Pelo estudo verificou-se que o aço patinável apresenta maior resistência a corrosão do que o aço carbono comum em diferentes ambientes, a formação da ferrugem nos dois materiais é algo bem distinto já que a ferrugem no aço patinável se comporta como uma barreira dificultando que o material se desgaste com o tempo, diferente do aço carbono comum que vai se desgastando lentamente ao passar do tempo. PALAVRAS-CHAVE: Aço patinável, aço carbono, corrosão, resistência. 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Mecanismo eletroquímico de corrosão .................................................... 15 Figura 2 – Comportamento corrosivo processo metalúrgico. .................................... 20 Figura 3 – Corrosão uniforme em uma chapa metálica............................................. 22 Figura 4 – Trecho de uma chapa com corrosão em placas ...................................... 22 Figura 5 – Corrosão por pite nas proximidades do cordão de solda ......................... 23 Figura 6 – Tubo de aço inoxidável AISI 304 co corrosão por pite ............................. 23 Figura 7 – Corrosão filiforme em superfície com pelicula de tinta ............................. 24 Figura 8 – Esfoliação em liga de alumínio ................................................................. 25 Figura 9 – Corrosão grafítica em tubo de ferro fundido cinzento............................... 26 Figura 10 – Parte interna da válvula de latão apresentando corrosão por dezincificação ........................................................................................................... 27 Figura 11 – Placa com empolamento por hidrogênio ................................................ 28 Figura 12 – Corrosão em tubulação em área próxima à solda .................................. 29 Figura 13 – Corrosão em componentes tubulares nas proximidades de solda ......... 29 Figura 14 – Corrosão intergranular ou intercristalina ................................................ 30 Figura 15 – Corrosão galvânica em aço inoxidável AISI 304 .................................... 31 Figura 16 – Corrosão por frestas em rosca ............................................................... 33 Figura 17 – Corrosão transcristalina ......................................................................... 33 Figura 18 – Corrosão alveolar ................................................................................... 34 Figura 19 – Produção de produtos de corrosão formados durante a exposição em atmosfera industrial ................................................................................................... 76 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Valores práticos de potenciais de vários materiais.. ................................ 16 Tabela 2 – Propriedades mecânicas, características especiais e empregos de alguns aços ASTM de alta resistência e baixo teor em liga. ................................................. 41 Tabela 3 – Teor de cobre entre aço comum e aço patinável. .................................. 47 Tabela 4 – Composição química de alguns aços patináveis comercializados no Brasil .................................................................................................................................. 50 Tabela 5 – Taxa de corrosão instantânea do aço carbono e do aço patinável em três ambientes diferentes ................................................................................................. 66 Tabela 6 – Produtos de corrosão formados durante a exposição à corrosão atmosférica ................................................................................................................ 73 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Efeitos de pequenas adições de cobre na taxa de corrosão do aço carbono, exposto durante 15,5 anos em atmosfera marinha, industrial .. ................. 52 Gráfico 2 – Efeito da adição de fósforo na taxa de corrosão de aços ligados ao cobre. ........................................................................................................................ 53 Gráfico 3 – Efeito da adição do níquel na resistência à corrosão dos aços liogados ao cobre. ................................................................................................................... 55 Gráfico 4 – Efeito da adição de 1% de níquel na resistência à corrosão dos aços ligados ao cobre sem e com adição de fósforo e cromo ........................................... 56 Gráfico 5 – Efeito da adição de cromo e/ou fósforo na taxa de corrosão de aços ligados ao cobre ........................................................................................................ 58 Gráfico 6 – Efeito da adição do manganês na taxa de corrosão de um aço co 0,3% de cobre com baixo teor de fósforo ........................................................................... 59 Gráfico 7 – Efeito da adição do silício aos aços ligados ao cobre com ou sem a adição de fósforo e cromo ......................................................................................... 61 Gráfico 8 – Média aritmética anual (2001) de [So 2 ] atmosférico na cidade de São Paulo ......................................................................................................................... 64 Gráfico 9 – Média aritmética anual (2001) de [So 2 ] atmosférico no interior do estado de São Paulo ............................................................................................................. 64 Gráfico 10 – Corrosão de um aço patinável e de um aço comum ............................. 65 Gráfico 11 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente rural .................................................................... 67 Gráfico 12 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente urbano ................................................................ 68 Gráfico 13 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente industrial ............................................................. 69 Gráfico 14 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente marinho ............................................................... 70 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 1.1 Considerações iniciais...................................................................................... 10 1.2 Objetivo do estudo ............................................................................................ 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 12 2.1 Variáveis do processo corrosivo ..................................................................... 12 2.2 Mecanismos básicos de corrosão ................................................................... 13 2.3 Meios corrosivos ............................................................................................... 17 2.4 Definições de corrosão ..................................................................................... 20 2.5 Formas de corrosão .......................................................................................... 20 2.5.1 Corrosão uniforme ............................................................................................ 22 2.5.2 Corrosão por placas ......................................................................................... 22 2.5.3 Corrosão puntiforme ......................................................................................... 23 2.5.4 Corrosão filifome .............................................................................................. 24 2.5.5 Corrosão por esfoliação ................................................................................... 25 2.5.6 Corrosão grafítica ............................................................................................. 26 2.5.7 Corrosão por dezincificação ............................................................................. 27 2.5.8 Corrosão por empolamento pelo hidrogênio .................................................... 28 2.5.9 Corrosão em torno do cordão de solda ............................................................ 29 2.5.10 Corrosão intercristalina................................................................................... 30 2.5.11 Corrosão galvânica......................................................................................... 31 2.5.12 Corrosão em frestas ....................................................................................... 32 2.5.13 Corrosão transcristalina.................................................................................. 33 2.5.14 Corrosão alveolar ........................................................................................... 34 2.6 CORROSÃO SOB TENSÃO ............................................................................... 34 2.6.1 Mecanismo de propagação da corrosão sob tensão ........................................ 35 2.6.2 Fratura intergranular ......................................................................................... 35 2.6.3 Fratura intragranular ......................................................................................... 35 2.6.4 Sistema: Material metálico – Meio corrosivo na corrosão sob tensão .............. 36 3 AÇOS ESTRUTURAIS........................................................................................... 37 3.1 Introdução .......................................................................................................... 37 3.2 Classificação ..................................................................................................... 38 3.3 Aços carbono .................................................................................................... 38 3.4 Aços de baixa liga ............................................................................................. 38 3.5 Fatores que afetam as propriedades macânicas do aço ............................... 42 9 3.5.1 Influência da composição química ................................................................... 42 3.5.2 Histórico termomecânico .................................................................................. 46 4 AÇOS PATINÁVEIS .............................................................................................. 47 4.1 Marcas comerciais e especificações ............................................................... 49 4.2 Efeito dos elementos de liga sob o ponto de vista de resistência a corrosão .................................................................................................................................. 51 5 FATORES PARA FORMAÇÃO DA PÁTINA......................................................... 61 6 MECANISMO ......................................................................................................... 71 6.1 Mecanismo macrosópico da corrosão atmosférica dos aços patináveis .... 74 7 PINTURA DOS AÇOS PATINÁVEIS ..................................................................... 75 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 78 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 79 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais Pela importância dos compostos metálicos no nosso dia-a-dia, a corrosão é um processo de degradação que deve ser analisado com todo o cuidado necessário por envolver custos diretos e indiretos, assim como por expor vidas ao perigo (GENTIL, 2007). Como custos diretos têm-se: os custos de substituição das peças ou equipamentos que sofreram corrosão, incluindo-se energia e mão-de-obra; os custos e a manutenção dos processos de proteção (proteção catódica, recobrimentos, pinturas, etc.) (GENTIL, 2007). Com o avanço tecnológico mundialmente alcançado, os custos da corrosão evidentemente se elevam, tornando-se um fator de grande importância a ser considerado já na fase de projeto de grandes instalações industriais para evitar futuros processos corrosivos. No Brasil em 2005 o estimado teria sido 22.12 bilhões de dólares o custo da corrosão (GENTIL, 2007). Já como custos indiretos têm-se: paralisações acidentais para a limpeza de (peças e/ou equipamentos com grandes prejuízos materiais, de vidas humanas e principalmente ao meio ambiente) trocadores de calor ou caldeiras assim como a parada para a substituição de um tubo corroído que faria com que toda uma produção parasse para tal serviço; perda de produtos tais como óleo, soluções, gás ou água através de tubulações corroídas e por fim o superdimensionamento de projetos devido ao medo de deixar expostos sistemas de longo comprimento aos malefícios da corrosão, como no caso de longas redes de tubulações que para não perderem a sua eficiência de distribuição de fluidos são projetadas com diâmetros superiores (GENTIL, 2007). Deve-se salientar também que além dos custos que a corrosão ocasiona, esta envolve também questões de segurança, interrupção de comunicações, preservação de monumentos históricos e poluição ambiental como sendo os fatores de maior importância para que se evite a sua ocorrência (GENTIL, 2007). 11 1.2 Objetivo do estudo Devido ao processo de degradação proveniente da corrosão a escolha do material que será aplicado na estrutura é um fator de muita importância. Os aços patináveis se apresentam como uma opção dentre os aços devido sua alta resistência principalmente no que diz respeito à corrosão em diferentes ambientes, comparado com os aços carbono comuns, devido a sua superioridade pode-se projetar estruturas com menor peso e maior durabilidade. Neste sentido o objetivo do trabalho foi o de comparar dois tipos de aço comumente utilizados na indústria (aço carbono comum e o aço patinável), em relação à corrosão em diversos meios. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Variáveis do processo corrosivo No estudo dos processos corrosivos devem ser sempre consideradas as variáveis dependentes do material metálico, do meio corrosivo e das condições operacionais, pois o estudo conjunto dessas variáveis permitirá indicar o material mais adequado para ser utilizado em determinados equipamentos ou instalações. Dentre essas variáveis devem ser consideradas: • Material Metálico – composição química, presença de impurezas, processo de obtenção, tratamentos térmicos e mecânicos, estado da superfície, forma, união de materiais (solda, rebites etc.), contato com outros materiais; • Meio Corrosivo – composição química, concentração impurezas, pH, temperatura, teor de oxigênio, pressão, sólidos suspensos; • Condições Operacionais – solicitações mecânicas, movimento relativo entre materiais metálicos e meio, condições de imersão no meio (total ou parcial), meios de proteção contra a corrosão, operação contínua ou intermitente (GENTIL,2007). É recomendável, no estudo de processos corrosivos, que sejam seguidas as etapas: • Verificar a compatibilidade entre o meio corrosivo e o material, consultando tabelas que apresentam taxas de corrosão; • Verificar condições operacionais; • Verificar relatórios de inspeção de equipamentos que são de fundamental importância, tendo em vista que, através deles, os problemas de corrosão são identificados nos equipamentos e instalações que se acham em serviço – para isto, a inspeção de equipamentos conta com uma série de ferramentas apropriadas, métodos de trabalho e técnicas específicas que constituem hoje um novo ramo da engenharia especializada; • Estabelecer o mecanismo responsável pelo processo corrosivo; • Proceder a avaliação econômica – custos diretos e indiretos; 13 • Indicar medidas de proteção – esclarecidos o mecanismo e a avaliação econômica, pode-se indicar a proteção não só eficiente, mas também de adequada relação custo benefício (GENTIL, 2007). 2.2 Mecanismos básicos de corrosão De acordo com o meio corrosivo e o material, podem ser apresentados diferentes mecanismos para os processos corrosivos: • Mecanismos Eletroquímicos: Segundo Gentil (2007), pode-se considerar que ocorrem no mecanismo eletroquímico reações químicas que envolvem transferência de carga ou elétrons através de uma interface ou eletrólito: São os casos de corrosão observados em materiais metálicos quando em presença de eletrólitos, podendo o eletrólito estar solubilizado em água ou fundido. - corrosão em água ou em soluções aquosas; - corrosão atmosférica; - corrosão no solo; - corrosão em sais fundidos • Mecanismos Químicos: Segundo Gentil (2007), no mecanismo químico, há reações químicas diretas entre o material metálico, ou não metálico, e o meio corrosivo, não havendo geração de corrente elétrica, ao contrário do mecanismo anterior. - corrosão de material metálico, em temperaturas elevadas, por gases ou vapores e em ausência de umidade, chamada de corrosão seca; - corrosão em solventes orgânicos isento de água; - corrosão de materiais não metálicos Os dois mecanismos atendem à conceituação apresentada para a corrosão no sentido de que ocorre uma ação química ou eletroquímica do meio ambiente sobre o material metálico ou não- metálico. 14 a quase totalidade das ocorrências de corrosão envolve reações eletroquímicas CBCA (2008). A seguir, será detalhado o mecanismo desse tipo particular de reação. Os fenômenos de corrosão de metais envolvem uma grande variedade de mecanismos que, no entanto, podem ser reunidos em quatro grupos, a saber: • Corrosão em meios aquosos (90%); • Oxidação e corrosão quente (8%); • Corrosão em meios orgânicos (1,8%); • Corrosão por metais líquidos (0,2%); Entre os parênteses está indicada, de forma estimada, a incidência de cada um dos tipos de corrosão. Nota-se que, de longe, a corrosão em meios aquosos é a mais comum, e isto é esperado, uma vez que, a maioria dos fenômenos de corrosão ocorre no meio ambiente, no qual a água é o principal solvente. A própria corrosão atmosférica, que é a de maior incidência, ocorre através da condensação da umidade na superfície do metal. Atualmente, aceita-se que os dois primeiros grupos são caracterizados por processos essencialmente eletroquímicos. Já a natureza dos processos que ocorrem nos dois últimos grupos não podem ser precisada, uma vez que os seus mecanismos ainda não foram devidamente estabelecidos. Para caracterização e melhor compreensão da localização das áreas anódicas e catódicas no processo de corrosão ocasionada por correntes de fuga, o fenômeno pode ser visto no modelo abaixo conforme figura 1. 15 Figura 1 – Mecanismo eletroquímico de corrosão Fonte:http://cbca-ibs.org.br dois eletrodos de materiais diferentes são imersos em um eletrólito e são eletricamente ligados entre si. Nestas condições, as reações serão: No cátodo: O 2 +4e-+2H 2 O→4OHNo ânodo: 2Fe→2Fe+++4eAssim sendo, no ânodo ocorre uma reação de oxidação (corrosão do material) e no cátodo, uma reação de redução. Para que a célula galvânica ocorra, é necessário que os materiais do anodo e catodo sejam diferentes, ou melhor, apresentem potenciais de oxidação (tensão gerada por cada em relação a um eletrodo neutro de referência) diferentes. A tabela abaixo dá os valores práticos de potenciais de vários metais, em solos e água, medidos em relação a um eletrodo de referencia. Quanto mais negativo o potencial, mais anódico será a sua condição, ou seja, mais sujeito à corrosão GENTIL (2007). 16 Material Pot (volts) Magnésio comercialmente puro - 1,75 Liga de Mg (6% Al, 3% Zn, 0,15% Mn) - 1,60 Zinco - 1,10 Liga de alumínio (5% Zn) - 1,05 Alumínio comercialmente puro - 0,80 Aço estrutural (limpo e brilhante) - 0,50 / - 0,80 Aço estrutural (enferrujado) - 0,40 / - 0,55 Ferro fundido branco, chumbo - 0,50 Aço estrutural no concreto - 0,20 Cobre, latão, bronze - 0,20 Tabela 1 - Valores Práticos de Potenciais de Vários Materiais Fonte : htp//www.biomania.com.br Segundo Gentil (2007) na prática, a corrosão acontece devido às diferenças de materiais existentes como soldas, conexões ou simplesmente diferenças superficiais no mesmo metal. O eletrólito pode ser água contida no solo ou em contato direto. Algumas construções práticas podem agravar o problema da corrosão. Exemplo: Se uma tubulação subterrânea de cobre é assentada junto a uma de aço e se houver, de alguma forma, um contato elétrico entre ambas, haverá a formação de uma extensa célula galvânica que aumentará bastante a corrosão no aço. Na região onde a corrente elétrica abandona a estrutura ou entra no eletrólito, tem-se área anódica e a reação para um metal “M” qualquer é: M Mn+ + ne 17 2.3 Meios corrosivos Atmosfera. A ação corrosiva da atmosfera depende fundamentalmente dos fatores: • Umidade relativa; • Substâncias poluentes (particulados e gases); • Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica; • Temperatura; Alem destes fatores devem ser considerados os fatores climáticos, como: intensidade e direção dos ventos, variações climáticas de temperatura e umidade, chuvas e insolação (radiação ultravioletas). Shreir, classifica a corrosão atmosférica, em função do grau de umidade na superfície metálica, em seca, úmida e molhada. A corrosão atmosférica seca ocorre em atmosfera isenta de umidade, sem qualquer presença de filme de eletrólito na superfície metálica. Tem-se uma lenta oxidação do metal com formação do produto de corrosão, podendo o mecanismo ser considerado puramente químico. A corrosão atmosférica úmida ocorre em atmosferas com umidade relativa menor que 100%. Tem-se um fino filme de eletrólito, depositado na superfície metálica, e a velocidade do processo corrosivo depende da umidade relativa, poluentes atmosféricos e higroscopicidade dos produtos de corrosão. Na corrosão atmosférica molhada, a umidade relativa está perto de 100% e ocorre condensação na superfície metálica, observando-se que a superfície fica molhada com eletrólito (GENTIL, 2007). Umidade relativa. A influência da umidade na ação corrosiva da atmosfera é acentuada, pois sabe-se que o ferro em atmosfera de baixa umidade relativa praticamente não sofre corrosão: em umidade relativa em torno de 60% o processo corrosivo é lento, mais acima de 70% ele é acelerado. A umidade relativa pode ser expressa pela relação entre o teor de vapor d’água encontrado no ar e o teor máximo que pode existir no 18 mesmo, nas condições consideradas, ou então pela relação entre pressão parcial de vapor d’água no ar e a pressão de vapor d’água saturado, na mesma temperatura; ele é expressa em porcentagem (GENTIL, 2007). Substâncias poluentes. As partículas sólidas, sob a forma de poeiras, existem na atmosfera e a tornam mais corrosiva, porque pode-se verificar: Deposição de material não-metálico como sílica, SiO 2 , que, embora não atacando diretamente o material metálico, cria condições de aeração diferencial, ocorrendo corrosão localizada embaixo do depósito (as partes sujeitas à poeira são as atacadas em peças estocadas sem nenhuma proteção); Deposição de substâncias que retêm umidade, isto é, são higroscópicas ou deliqüescentes, acelerando o processo corrosivo, pois aumentam o tempo de permanência da água na superfície metálica. Deposição de material metálico – se o material metálico depositado for de natureza química diferente daquele da superfície em que estiver depositado, poderá ocorrer formação de pilhas de eletrodos metálicos diferentes, com a conseqüente corrosão galvânica do material mais ativo; Deposição de partículas sólidas que, embora inertes para o material metálico, pode reter sobre a superfície metálica gases corrosivos existentes na atmosfera, caso de partículas de carvão que, devido ao seu grande poder de adsorção, retiram gases de atmosferas industriais, os quais, com a umidade, formam substâncias corrosivas (GENTIL 2007). Além dos gases constituintes da atmosfera, principalmente oxigênio e nitrogênio, são freqüentemente encontrados monóxidos de carbono, CO; dióxido de carbono, CO 2 ; ozônio, O 3 ; dióxido de enxofre, SO 2 ; trióxido de enxofre, SO 3 ; monóxido de nitrogênio, NO; dióxido de nitrogênio, NO 2 ; e, em áreas mais localizadas, gás sulfídrico, H 2 S; amônia, NH 3 ; cloreto de hidrogênio, H 2 F 2 ; e cloro,Cl 2 . O gás carbônico, ou dióxido de carbono, juntamente com o monóxido de carbono, são normalmente originados da queima de combustíveis, como os hidrocarbonetos (gasolina, óleo) e carvão. Em temperaturas normalmente 19 encontradas em atmosferas ambientais, eles não costumam ser corrosivos para os matérias metálicos, embora o gás carbônico forme com água o ácido carbônico, H 2 CO 3 , que é um ácido fraco. O dióxido de enxofre, SO 2 , e trioxido de enxofre, SO 3 , são os mais freqüentes contituintes corrosivos de atmosferas industriais, em razão de as industrias usarem óleos combustíveis contendo geralmente 3 a 4% de enxofre. Esses gases formam, com a umidade presente no ar, respectivamente, ácido sulfuroso e ácido sulfúrico. Esses gases podem ser originados também da queima de gasolina, de gases residuais de refinarias e de carvão contendo enxofre. Os dióxidos de nitrogênio, NO e NO 2 , cuja a principal origem é a exaustão de veículos automotivos, podem ainda resultar da combinação de nitrogênio e oxigênio atmosféricos, por meio de descargas elétricas. O gás sulfídrico, H 2 S, nas atmosferas próximas ás refinarias de petróleo, mangues e pântanos, é o gás responsável pelo escurecimento do cobre, ou de suas ligas, pois há formação de sulfeto de cobre preto, CuS; aparecimento de coloração amarela, em materiais com revestimento de cádmio, devido à formação de sulfeto de cádmio, CdS; decomposição de revestimentos com tintas à base de zarcão, oxido de chumbo, Pb 3 O 4 , que ficam pretas devido à formação de sulfetos de chumbo, PbS (GENTIL, 2007). O tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica, quanto menor o tempo, menor a ação corrosiva da atmosfera. A temperatura se for elevada, irá diminuir a possibilidade de condensação de vapor d’água na superfície metálica e a adsorção de gases, minimizando a possibilidade de corrosão; Os ventos podem arrastar, para as superfícies metálicas agentes poluentes e nevoa salina, aumentando a possibilidade de corrosão. O solo como meio corrosivo deve ser considerado de grande importância, levando-se em consideração as grandes extensões de estruturas enterradas como: gasodutos, adutoras, tanques enterrados armazenando combustíveis e etc. A velocidade de corrosão no solo não é muito influenciada por pequenas variações na composição ou estrutura do material metálico, sendo mais influente a natureza do solo. Essa natureza pode ser influenciada por diversas variáveis como: 20 Presença de água, presença de sais solúveis, presença de gases, acidez, pH, resistividade elétrica e etc (GENTIL, 2007). 2.4 Definições de corrosão A corrosão pode ser definida de diversas formas, seja como a deterioração de um material por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a tensões, ou ainda como sendo um processo natural resultante da inerente tendência dos metais se reverterem para sua forma mais estável. A corrosão é um processo espontâneo, pois está constantemente transformando os materiais metálicos, fazendo com que os mesmos voltem ao seu estado inicial decompostos, ou mais exatamente, em óxidos e sulfetos metálicos (GENTIL, 2007). Podemos chegar a ponto de considerar a corrosão como o inverso do processo metalúrgico que possibilitou a obtenção do metal da natureza, já que a extração do metal a partir de seus minérios ou de outros compostos faz o caminho inverso ao da corrosão, que tende a oxidar o metal tornando-o bem parecido ao momento de sua obtenção sem tratamento da natureza (GENTIL 2007). Figura.2 – Comportamento corrosivo processo metalúrgico. Fonte: GENTIL, 2003 2.5 Formas de corrosão A corrosão apresenta-se de diversas maneiras com características físicas e químicas diferentes. A corrosão pode ocorrer sob diferentes formas, e o conhecimento das mesmas é muito importante no estudo de um processo corrosivo. A caracterização da forma de corrosão auxilia bastante no esclarecimento do mecanismo e na aplicação das medidas adequadas de proteção, daí serem 21 apresentadas a seguir as características fundamentais das diferentes formas de corrosão: A corrosão pode ocorrer das seguintes formas: • uniforme; • por placas; • alveolar; • puntiformes ou por pites; • intergranular (ou intercristalina); • intragranular (ou transgranular ou transcristalina); • filiforme; • por esfoliação; • grafítica; • dezincificação; • empolamento pelo hidrogênio; • em torno do cordão de solda; • corrosão em frestas; • corrosão sob tensão; • corrosão galvânica; 22 2.5.1 Corrosão uniforme A corrosão se processa em toda a extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme de espessura. É chamada, por alguns, de corrosão generalizada conforme figura 3. Figura 3 - Corrosão uniforme em uma chapa metálica. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 5 CD) 2.5.2 Corrosão por placas A corrosão se localiza em regiões da superfície metálica e não em toda sua extensão, formando placas com escavações conforme figura 4. Figura 4 - Trecho de chapa com corrosão em placas. Fonte: GENTIL (2003: 43) 23 2.5.3 Corrosão puntiforme (por pite) A corrosão se processa em pontos ou em pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo pites, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente menor que o seu diâmetro conforme figuras 5 e 6. Figura.5: Corrosão por Pite nas Proximidades do Cordão de Solda. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) Figura 6: Tubo de aço inoxidável AISI 304 com corrosão por pite. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 24 2.5.4 Corrosão filiforme Ocorre em superfícies pintadas com um delgado filme de tinta orgânica de aproximadamente 0,1 mm de espessura. Constituída de finos filamentos não profundos e com direção variada. O interessante é que os filamentos não se cruzam, já que se acredita que o produto de corrosão, em estado coloidal, apresente carga positiva justificando a repulsão. Na figura 7 pode ser vista a aparência desse tipo de corrosão numa superfície com uma película de tinta orgânica. Notam-se filamentos entre os riscos que aparecem com ferrugem. Figura 7: Corrosão filiforme em superfície com película de tinta. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 25 2.5.5 Corrosão Por Esfoliação A corrosão se processa de forma paralela à superfície metálica, ocorrendo, assim, a desintegração do material em forma de placas paralelas. Na figura 8 é apresentada a corrosão por esfoliação em uma liga de alumínio. Figura 8: Esfoliação em liga de alumínio. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 26 2.5.6 Corrosão grafítica Neste tipo de corrosão o ferro oxida-se e expõe o carbono, que pode ser determinado com um papel branco que fica manchado devido à presença de grafite. Na figura 9 é apresentado um tubo de ferro fundido cinzento, que apresenta a grafite sobre a superfície no local mais escuro. Figura 9: Corrosão grafítica em tubo de ferro fundido cinzento. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 27 2.5.7 Corrosão por dezincificação Ocorre em ligas de Cu-Zn (latões). É uma espécie de corrosão seletiva, já que ocorre o ataque preferencial de zinco e ferro respectivamente, produzindo, por sua vez, o aparecimento de manchas avermelhadas devido à exposição do cobre. Na figura 10 é apresentado esse tipo de corrosão em um trecho de tubo de latão (70 % de cobre e 30 % de zinco) com dezincificação: as áreas mais escuras são as dezincificadas. Figura 10 : Parte interna da válvula de latão apresentando corrosão por dezincificação. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 28 2.5.8 Corrosão por empolamento pelo hidrogênio Ocorre a invasão de hidrogênio atômico no material metálico e como tem pequeno volume atômico difundi-se rapidamente e, em regiões com descontinuidades, como inclusões e vazios ele irá se combinar com outro átomo de hidrogênio produzindo hidrogênio molecular H 2 , que por possuir maior volume, irá causar o empolamento do material. Na figura 11 pode ser vista uma placa metálica com bolhas, provocadas pelo empolamento por hidrogênio, onde, com a utilização de uma régua tem-se a real dimensão deste tipo de corrosão. Figura 11: Placa com empolamento por hidrogênio. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 15 CD) 29 2.5.9 Corrosão em torno do cordão de solda Após a solda de algum material, tem-se a formação de corrosão em torno da solda e não propriamente sobre ela. Isto se deve ao fato do surgimento de regiões onde há elétrons que ficaram sob uma certa tensão devido à solda. Ocorre a poucos milímetros do local onde foi aplicada a solda e é mais comum em aços inox não estabilizados ou com teores de carbono inferiores a 0,03 %. O processo se dá intergranularmente. Nas figuras 12 e 13 são apresentados dois casos deste tipo de corrosão. Na primeira, a corrosão é em torno do cordão de solda em um tubo de aço. Figura 12: Corrosão em tubulação em área próxima à solda. Fonte:GENTIL (2003: Capítulo 28) Figura 13: Corrosão em componentes tubulares nas proximidades de solda. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 28) 30 2.5.10 Corrosão intercristalina A corrosão se processa entre os grãos da rede cristalina do material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando solicitado por esforços mecânicos, tendo-se então a corrosão sob tensão fraturante (CTF). Na figura 14, abaixo, uma chapa de aço inoxidável austenítico, vista ao microscópio apresenta corrosão intercristalina ou intergranular. Figura 14: Corrosão intergranular ou intercristalina. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 5 CD) 31 2.5.11 Corrosão galvânica Quando dois materiais metálicos, com diferentes potenciais, estão em contato em presença de um eletrólito, ocorre uma diferença de potencial e a conseqüente transferência de elétrons. Tem-se então o tipo de corrosão chamado corrosão galvânica. O combate dessa reação se obtém pelo uso de materiais isolantes como a borracha, pela aplicação de camadas protetoras (tintas, plásticos, etc.). No caso dos instrumentais cirúrgicos, recomenda-se o uso de papel de grau cirúrgico ou campo de tecido de algodão cru duplo. Outro sistema de medidas consiste na remoção do eletrólito, sobretudo quando de natureza incidental (água de chuva ou de condensação, acúmulos de agentes corrosivos, como por exemplo, os bactericidas e detergentes utilizados na esterilização). Na figura 15, tem-se o exemplo de corrosão galvânica resultante da fixação de partes de aço inoxidável AISI 304 com fixadores de aço-carbono, que funcionam como anodo neste sistema. Figura 15: Corrosão galvânica em aço inoxidável AISI 304. Fonte: GENTIL (2003: Capítulo 9 CD) 32 2.5.12 Corrosão em frestas A corrosão em frestas é uma forma de corrosão localizada usualmente associada às condições de estagnação de eletrólitos em micro-ambientes. Estes ambientes restritos, onde há impedimento ou dificuldade à difusão de espécies químicas, podem ocorrer em parafusos, porcas e arruelas, materiais de isolação, depósitos superficiais, películas de tinta descoladas, rebites, etc. A corrosão por frestas acontece devido às alterações da química localizada dentro da fresta exemplo figura 16. Figura 16: Corrosão por fresta em rosca Fonte: GENTIL (2003: Página 42) 33 2.5.13 Corrosão transcristalina A corrosão se processa nos grãos da rede cristalina do material metálico, o qual, perdendo suas propriedades mecânicas, podendo fraturar à menor solicitação mecânica conforme figura 17. Figura 17: Corrosão transcristalina Fonte: GENTIL (2003: Página 42) 34 2.5.14 Corrosão alveolar A corrosão se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou escavações semelhantes a alvéolos apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente menor que seu diâmetro conforme figura 18 abaixo. Figura 18: Corrosão alveolar Fonte: GENTIL (2003: Página 42) 2.6 CORROSÃO SOB TENSÃO A corrosão sob tensão é caracterizada pela a solicitação de esforços em um material na presença de um meio corrosivo, sendo que, nestas condições de trabalho, as solicitações de esforços são menores em relação aos ensaios normais, para que haja a fratura do material. Uma característica importante da corrosão sob tensão é que não se observa praticamente perda de massa do material até sua fratura e o tempo de corrosão do material depende dos seguintes fatores: • Tensão • Concentração ou natureza do meio corrosivo 35 • Temperatura • Estrutura da composição do material. 2.6.1 Mecanismos de Propagação da Corrosão Sob Tensão São criados mecanismos para se estudar e observar melhor as trincas e as fraturas decorrentes dos ensaios de tensão em meios corrosivos. GALVELE citado por GENTIL (2003) desenvolveu um mecanismo para explicar a corrosão sob tensão fraturante, onde envolve a etapa de nucleação e propagação de trinca; a nucleação da trinca caracteriza-se pela formação de pites e discordâncias na camada protetora do metal, isto é, na superfície do metal; enquanto que a propagação da trinca pode ser intergranular e intragranular. 2.6.2 Fratura intergranular A corrosão ocorre geralmente nos contornos dos grãos, devido ao acúmulo de discordâncias e átomos de impurezas. A velocidade de penetração em trincas intergranular, sob a ação de tensões, é maior em diversas áreas de grandeza do que a penetração por ação puramente química. 2.6.3 Fratura intragranular Apresenta como característica o fato de, em presença de tensões, haver uma modificação qualitativa do processo de corrosão, isto é, resulta no aparecimento de fratura que envolve um mecanismo de corrosão que não ocorre na ausência de tensões. Esta característica é observada em ligas. Metais puros são aparentemente imunes e, na grande maioria dos casos, a estrutura cristalina dos materiais suscetíveis é cúbica de face centrada (c.f.c.), como latão, aços inoxidáveis austeníticos e ligas de alumínio. As variáveis do processo de propagação das tensões dependem do agente corrosivo ou do nível de tensão aplicada no material, e de acordo com o tipo de fratura, esta poderá ser inter ou intragranular. 36 2.6.4 Sistema: Material Metálico - Meio Corrosivo na Corrosão Sob Tensão De acordo com GENTIL (2003) os sistemas mais comuns observados em processos de corrosão sob tensão são os listados a seguir: a) Aços-carbono: A fratura é, preponderantemente, intercristalina, em presença de álcalis ou nitratos, produtos de destilação do carvão e amônia anidra. O mecanismo de fratura inclui processos eletroquímicos, e a proteção catódica é muitas vezes indicada como recurso para evitar a fratura. b) Aços de alta resistência mecânica: São sujeitos a fraturas em uma variedade de ambientes, principalmente aqueles contendo cloreto. Em determinadas circunstancias, o ar úmido é suficiente para fraturar o metal. Fragilização por hidrogênio é provavelmente o mecanismo preponderante. Camadas protetoras diversas têm sido usadas com bom resultado. c) Ligas de cobre em presença de amônia: Soluções amoniacais são os agentes clássicos para a ruptura de ligas de cobre, principalmente latões. Outros agentes são conhecidos, como citratos, fosfatos, nitritos, etc. A fratura em geral é intercristalina, porém freqüentemente casos de trincas transcristalinas foram observados. d) Ligas de níquel: Soluções concentradas de hidróxido de sódio ou de potássio em temperaturas elevadas (~300°C) e essses hidróxidos, NaOH ou de KOH fundidos, atacam níquel ou suas ligas. e) Ligas de alumínio: A corrosão é formada preferencialmente nos contornos dos grãos, a fratura se dá de forma intercristalina, e é devido à forma de precipitados formados durante o processo de endurecimento. Cuidados especiais no tratamento térmico e escolha da estrutura cristalina adequada diminuiria o risco da fratura. f) Ligas de magnésio e titânio: Sofrem corrosão sob tensão numa variedade de meios corrosivos, preponderando os que contêm cloretos, mas podendo aparecer também apenas em ar úmido. A corrosão é do tipo intercristalina. g) Aços inoxidáveis: Deve-se distinguir os aços ferríticos e martensíticos dos austeníticos. Pois os austeníticos apresentam fratura transgranular em meios clorídricos, enquanto nos primeiros a fratura é intercristalina e em muitos 37 casos relacionada com os primitivos contornos de grão de austenitas, e outra causa importante é a fragilização do hidrogênio em ambos os aços. 3 AÇOS ESTRUTURAIS 3.1 Introdução Entre os materiais de construção, como é de conhecimento geral, o aço tem uma posição de relevo: combina resistência mecânica, trabalhabilidade, disponibilidade e baixo custo. Assim sendo, é fácil compreender a importância e a extensão da aplicação dos aços em todos os campos da engenharia, nas estruturas, quer as fixas, como edifícios, pontes e etc., quer as móveis, na indústria ferroviária, automobilística, naval, aeronáutica etc. Para a maioria das aplicações consideradas, a importância da resistência macânica é, de certo modo, relativamente pequena, do mesmo modo que o fator peso não é primordial. Assim sendo os aços – carbono comuns, simplesmente laminados, sem quais quer tratamentos térmicos, são plenamente satisfatório e constituem porcentagem considerável dentro do grupo de aços estruturais. Em outras aplicações, entretanto, exige-se uma relação resistência/peso mais satisfatória. É o caso da indústria de transporte onde o equipamento rodoviário utilizado - caminhões, ônibus, aviões, equipamentos ferroviário, equipamento rodoviário, navios, etc. – devido às condições próprias do serviço, deve caracterizarse por peso relativamente baixo e alta resistência, por estar sujeito a esforços severos e choques repentinos, além de resistência à corrosão adequada, visto que nas secções mais leves, aperda de resistência por ação corrosiva, poderia ser fatal. Nestas aplicações, os aços indicados são os de baixo teor em liga, conhecidos também como “de alta resistência e baixo teor de liga” (CHIAVERINI 2002). 38 3.2 Classificação O aço é um composto que consiste quase totalmente de ferro (98%), com pequenas quantidades de carbono, silício, enxofre, fósforo, manganês etc. O carbono é o material que exerce o maior efeito nas propriedades do aço. Suas propriedades são bem definidas. Entre elas, podemos citar: a alta resistência mecânica (comparada com qualquer material disponível) e a dutibilidade (capacidade que o aço tem de se deformar antes da ruptura). Os aços utilizados em estruturas são divididos em dois grupos: aços carbono e aços de baixa liga (BELLEI 2000). 3.3 Aço – carbono Os aços-carbono são os tipos mais usuais, nos quais o aumento de resistência em relação ao ferro puro é produzido pelo carbono e, em menor escala, pela adição de manganês. Em estruturas usuais de aço, utilizam-se aços com um teor de carbono equivalente máximo de 0,45%, para se permitir uma boa soldabilidade. O aumento do teor de carbono eleva a resistência e a dureza (redução da dutibilidade); porém, o aço resulta mais quebradiço e sua soldabilidade diminui consideravelmente. Entre os aços-carbono mais usados em estruturas, podemos citar: o ASTM A36 e A570, e os ABNT NBR 7007, 6648, 6649, 6650, DIN St37 (BELLEI 2000). 3.4 Aços de baixa liga Os aços de baixa liga são os aços carbono acrescido de elementos de liga em pequena quantidade, tais como: nióbio, cobre, manganês, silício, etc. Os elementos de liga provocam um aumento de resistência do aço, através da modificação da microestrutura para grãos finos. Graças a este fato, pode-se obter resistência elevada com um teor de carbono da ordem de 0,20%, permitindo, ainda assim, uma 39 boa soldabilidade. Entre estes, podemos citar como mais usuais: o ASTM A572, A441, os ABNT NBR 7007, 5000, 5004; DIN St52 etc. Segundo BELLEI (2000) Com uma pequena variação na composição química e com adição de alguns componentes, tais como vanádio, cromo, cobre, níquel, alumínio, esses aços podem ter aumentada sua resistência à corrosão atmosférica de duas a quatro vezes. São chamados aços de baixa liga e alta resistência mecânica e resistência à corrosão atmosférica, sendo conhecidos também como aços patináveis. Entre eles podemos citar: o ASTM A588, os ABNT NBR 5920, 5921, 5008. As usinas nacionais produzem estes aços com os seguintes nomes comerciais: COR 420, produzido pela CSN SAC, produzido pela Usiminas COS-AR-COR, produzido pela Cosipa Segundo CHIAVERINI (2002) a tendência moderna no sentido de utilizar estruturas cada vez maiores, tem levado os engenheiros, projetistas e construtores a considerar o emprego de aços cada vez mais resistentes, para evitar o uso de estruturas cada vez mais pesadas. Tais considerações não se aplicam somente ao caso de estruturas fixas, como edifícios ou pontes, mas igualmente e principalmente em estruturas móveis, no setor de transportes, onde o maior interesse se concentra na redução do peso-morto da estrutura. Em resumo, tais aços são de grande utilidade toda vez que se deseja: 1. Aumentar a resistência mecânica, permitindo um acréscimo da carga unitária da estrutura ou tornando possível uma diminuição proporcional da seção, ou seja, o emprego de seções mais leves; 2. Melhorar a resistência a corrosão atmosférica. Este é um fator importante a considerar, porque a utilização de seções mais finas pode significar vida mais curta da estrutura, anão ser que a redução da seção seja acompanhada por um aumento correspondente da resistência à corrosão do material; 3. Melhora a resistência ao choque e o limite de fadiga; 4. Eleva a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda apreciável da ductilidade 40 Os requisitos acima enumerados- maior resistência mecânica, melhor resistência a corrosão atmosférica, mais elevada relação de resistência à tração para limites de escoamento com adequadas trabalhabilidade e soldabilidade, são obtidos nos chamados “aços de alta resistência e baixo teor em liga”. Além do carbono, esses aços podem apresentar os seguintes elementos de liga: Si, até 0,90% Mn, até 1,60% Cu, até 1,25% Cr, até 1,80% Ni, até 5,25% Mo, até 0,65% Zr, até 0,12% Al, até 0,20% S, até 0,03% Ti, até 0,05% B, até 0,005% Nb, até 0,10% 41 Tabela 2 Propriedades mecânicas, características especiais e empregos de alguns aços ASTM de alta resistência e baixo teor em liga Especificação ASTM Classe ou Tipo A242 2 Limite de resistência à tração 2 kgf/mm 44, a 49,0 A572 45 42,0 Limite de Escoamentok 2 gf/mm Alongamento em 50mm(%) Característicos Especiais Empregos Usuais 29,4 a 35,0 21’ Resistência a corrosão atmosférica quatro vezes Superior à dos aços-C. Membros estruturais em elementos construtivos soldados, aparafusados ou rebitados. 31,5 22 - A572 A588 55 AaJ 49,0 44,1 a 49,0 38,5 29,4 a 35,0 20 21 A607 50 45,5 35,0 20 a 22 A607 A633 70 C 59,5 45,5 a 63,0 49,0 32,2 a 35,0 14 23 Fonte: Chiaverivi (1987: pag. 202) Idêntico à do A242-2 Resistênte à corrosão atmosférica duas vezes sup. à dos aços-C, mas só quando há cobre. Idem Resistênte ao choque melhorada. Estruturas soldadas,aparafusadas ou rebitadas, principalmente de pontes e edifícios. Idem Idem Fins estruturais e miscelâneos, quando redução de peso ou maior durabilidade são importantes. Idem Estruturas soldadas, aparafusadas ou rebitadas, para serviço em temperaturas baixas, até-45°C 42 3.5 Fatores que afetam as propriedades mecânicas do aço Os principais fatores que afetam os valores medidos das propriedades mecânicas são a composição química, o histórico termomecânico do material, a geometria, temperatura, estado de tensões e velocidade de deformação da estrutura. 3.5.1 Influencia da composição química nas propriedades dos aços Segundo CHIAVERINI (2002) a composição química determina muito das características dos aços, importantes para aplicações estruturais. Alguns dos elementos químicos presentes nos aços comerciais são conseqüência dos métodos de obtenção. Outros são adicionados deliberadamente, para atingir objetivos específicos. A composição química de cada tipo de aço é fornecida pelas normas correspondentes, em duas situações: composição do aço na panela e composição do produto acabado (lingotado); geralmente, a composição varia um pouco de uma situação para outra. A influência de cada de cada um dos elementos químicos, encontrados mais comumente nos aços, é descrita resumidamente a seguir. Deve-se levar em conta, entretanto, que os efeitos de dois ou mais elementos, usados simultaneamente, podem diferir dos efeitos correspondentes a cada elemento isolado. Carbono – É o principal responsável pelo aumento da resistência mecânica e pela queda da ductilidade, trabalhabilidade, resistência ao choque e soldabilidade. Pelos seus efeitos negativos, é mantido baixo. Manganês – Atua como o carbono, embora em escala menor. Elemento fortalecedor da ferrita, porque nela se dissolve e ainda contribui para aumentar a endurecibilidade, em aços endurecíveis. Geralmente, nos aços-liga de alta resistência para estruturas, o manganês aparece em teores mais elevados do que nos aços-carbono estruturais, devido justamente ao fato de ter seu efeito sobre a resistência mecânica menos acentuado do que o carbono e também porque, nos aços estruturais com baixo teor em elementos de liga, o carbono é preferivelmente mantido baixo. Quando, nesses aços, o manganês é introduzido em teores acima de 43 1%, não há necessidade de adicionar outros elementos de liga com o objetivo de melhorar a resistência mecânica. O Mn por si só possibilita essa melhora, ficando então os outros elementos de liga, quando também introduzidos, geralmente com a finalidade de controlar o tamanho de grão do aço. Fósforo – Aumenta a resistência mecânica, mas prejudica a ductibilidade do aço, produzindo a chamada “fragilidade a frio” sobre tudo quando o carbono é alto. Como nos aços estruturais o carbono é mantido preferivelmente abaixo, o perigo da fragilidade é muito acentuado e, nessas condições, o fósforo em quantidades acima do teor considerado normal, isto é, até 0,12%, beneficia o aço no que diz respeito a sua resistência mecânica, alem de contribuir para melhorar a sua resistência a corrosão atmosférica, sobre tudo quando o cobre também está presente em pequenas quantidades. Do mesmo modo que o carbono e o manganês, o fósforo também melhora o limite de fadiga dos aços, aproximadamente na mesma proporção que o aumento da resistência. Silicio – Aumenta a resistência mecânica e a resistência a oxidação a temperaturas elevadas. Nos aços em consideração, entretanto, é geralmente mantido abaixo, adicionado nas quantidades suficientes para acalmar os aços. Cobre – Seu principal efeito é melhorar a resistência a corrosão atmosférica da aço; a presença de 0,25% de cobre já é suficiente para aumentar a resistência a corrosão atmosférica duas vezes em relação ao aço-carbono sem cobre. Tal efeito é mais acentuado pelo aumento simultâneo do teor de fósforo. O cobre exerce ainda considerável influência na resistência mecânica do aço, aumentando-a apreciavelmente, com somente ligeiro decréscimo da ductilidade. Para isso é preciso, contudo, que seu teor supere 0,60%. Nesses aços com cobre relativamente alto, acima de 1,0% e mais acentuadamente na faixa entre 1,20% e 1,50%, e baixo carbono, ocorre o fenômeno de “endurecimento por precipitação”. De fato, aços ao cobre, cerca de 0,30% de cobre podem se dissolver na ferrita à temperatura ambiente, formando uma solução sólida, desde que haja ocorrido resfriamento lento; o excesso de cobre, por sua vez, pode ser precipitado da solução. Assim, se um aço com teor de cobre superior a 0,70%, depois de resfriado lentamente, é reaquecido a temperaturas variando de 510°C a 605°C durante uma a quatro horas e em seguida resfriado, precipitam-se diminutas partículas de cobre de cobre, as quais em borá moles, tendem a evitar deslisamento 44 dos cristais, dificultando a deformação plástica e, em conseqüência, elevando os limites de escoamento e resistência à tração. Um característico importante dos aços com cerca de 1,0% de cobre consiste no fato da solubilidade desse metal ser garantida com a velocidade de resfriamento tão baixa que mesmo com secções pesadas, como por exemplo com 15 cm de espessura, o centro esta tão apto quanto a superfície a adquirir resistência pelo reaquecimento. Nessas condições, pode-se aumentar a resistência de peças de consideráveis dimensões, uniformemente da superfície ao centro, de ate 15 Kgf/mm2. Convêm lembrar, entretanto, que qualquer reaquecimento posterior, como o provocado pela soldagem, anula o efeito dessa precipitação na zona de aquecimento, de modo que esse fato deve ser sempre lembrado no emprego dos aços estruturais com o cobre. Cromo – Em teores baixos aumenta a resistência, o limite elástico, a tenacidade e resistência ao choque do aço. Em teores mais elevados, aumenta a resistência ao desgaste, por formar carbetos duros. Geralmente é associado ao níquel e ao cobre, quando também melhora a resistência à corrosão atmosférica. Níquel – A introdução do níquel beneficia o aço no sentido de melhora das suas propriedades mecânicas, da resistência a corrosão, além de refinar a granulação. Sob o ponto de vista de resistência à corrosão atmosférica, o níquel é quase tão benéfico quanto o cobre, sem os inconvenientes deste que tende a concentrar-se na superfície do aço, de baixo da casca de óxido que se forma durante o seu aquecimento em atmosfera oxidante. De fato, quando o aço está sendo aquecido para a laminação, a uma temperatura que é geralmente superior à de fusão do cobre, se este metal estiver presente e concentrado na superfície do aço, pode fundir e penetrar nos seus contornos de grão, causando fissuras por ocasião do trabalho mecânico. Tal fenômeno limita as adições de cobre a 0,40% a 0,50%, a não ser que se tomem cuidados especiais no aquecimento, e que um teor de cobre mais elevado seja acompanhado pela introdução de níquel, em quantidade de pelo menos um terço da do cobre. O níquel liga-se ao cobre e a liga formada é de ponto de fusão mais alto, mantendo-se solida durante o aquecimento do aço para a laminação, evitando-se assim sua penetração por entre os contornos dos grãos. 45 Zircônio - É eventualmente adicionado para desoxidar, atuando igualmente no sentido de garantir granulação fina. Alumínio – Utilizado para desoxidar e refinar o grão. De todos os elementos de liga, é considerado o mais eficiente para controlar o crescimento de grão. Vanádio – Aumenta a resistência dos aços considerados, porque atua em dois sentidos: Fortalece a ferrita por endurecimento por precipitação e refina a sua granulação. O endurecimento mencionado deve-se à precipitação de carboneto e de nitreto de vanádio na ferrita. Nitrogênio – Até cerca de 0,2% atua, de modo econômico, para melhorar a resistência mecânica. Junto com o vanádio promove o endurecimento por precipitação, acima mencionado. Nióbio – Pequenos teores de nióbio elevam o limite de escoamento do aço e, em menor proporção, o limite de resistência à tração. Com 0,02% de nióbio, esse incremento do limite de escoamento pode ser de ordem de 7 a 10,5 kgf/mm2 Enxofre – Que entra no processo de obtenção, pode causar retração a quente, como resultado de inclusões de sulfito de ferro, as quais se enfraquecem e podem romper quando aquecidas. As inclusões podem também conduzir à ruptura frágil, pois funciona como pontos de concentração de tensões, a partir dos quais a ruptura pode começar. Teores elevados de enxofre podem causar porosidade e fissuração a quente durante a soldagem. Normalmente, é desejável manter o teor de enxofre abaixo de 0,05% Hidrogênio – Que pode ser absorvido durante as operações de refino, fragiliza o aço, devendo ser eliminado por difusão, através de resfriamento lento após a laminação, e estocado a temperaturas normais de interiores. Oxigênio – Assim como o nitrogênio, pode causar envelhecimento. Reduz a ductilidade e a tenacidade Molibidênio – Aumenta o limite de escoamento, a resistência a abrasão e a resistência à corrosão atmosférica. Melhora a soldabilidade. Tem efeito adverso na tenacidade e na temperatura de transição . Assim como o cromo, melhora o comportamento a temperaturas elevadas e aumenta a resistência à deformação lenta. Titânio – Aumenta o limite de resistência, a resistência à abrasão e a resistência à deformação lenta. É muito importante quando se deseja evitar o 46 envelhecimento. Algumas vezes é usado como desoxidante e inibidor de crescimento do grão. Tungstênio – Aumenta o limite de resistência, a resistência à abrasão e a resistência à deformação lenta. É usado em aço para trabalho a temperatura elevadas. 3.5.2 Histórico Termomecânico O histórico termomecânico do aço inclui a carga de deformação no laminador (que leva à redução da seção), velocidade de resfriamento e da temperatura de acabamento do processo de laminação a quente. Estas variáveis influenciam profundamente as propriedades mecânicas do aço. 47 4 AÇOS PATINÁVEIS Os aços patináveis foram assim denominados devido à tonalidade castanha dos seus produtos de corrosão desenvolvidos principalmente em ambientes industriais, a pátina. A origem da palavra pátina é proveniente do século XVll e em sua forma italiana primitiva “patena” aplicava-se à película de tonalidade amarelo escuro que se observa sobre quadros clássicos e também à película de coloração característica que recobre os objetos e esculturas de bronze expostas á ação ambiental (GIONGO 1993). Segundo PANNONI E WOLINEC (1989) Todos os aços contem pequenas quantidades de elementos de liga, tais como carbono, manganês, silício, fósforo e enxofre, seja porque estes integravam as matérias-primas (minérios e coque) com que foram fabricados, seja porque lhes foram deliberadamente adicionados, para lhes conferirem determinadas propriedades. De modo geral, as adições são pequenas, de no máximo 0,5 a 0,7% da massa total do metal, proporção em que tais elementos não tem qualquer efeito apreciável sobre a resistência deste à corrosão atmosférica. As pequenas variações de composição que inevitavelmente ocorrem durante o processo de fabricação do metal tampouco afetam significativamente suas características. Entretanto, existem exceções. Sabe-se há mais de 80 anos, por exemplo, que a adição de pequenas quantidades de cobre, fósforo e outros elementos tem um efeito benéfico sobre os aços, reduzindo a velocidade em que são corroídos, quando expostos ao ar. Teor de cobre No aço carbono comum No aço patinável < 0,01 % 0,2 a 0,5 % Tabela 3 Teor de cobre entre aço comum e aço patinável Fonte: O autor 48 Mas o grande estímulo ao emprego de aços enriquecidos com esses elementos – chamados aços de baixa liga- foi dada pela companhia norte – americana United States Steel Corporation que, no inicio da década de 1930, desenvolveu um aço cujo nome comercial era Cor-Ten. O aço Cor-Ten foi desenvolvido originalmente para indústria ferroviária, e sua grande virtude aparente era permitir a construção de vagões mais leves. A propriedade de resistir à corrosão foi alcançada por casualidade, embora desde o fim do século XlX já se conhecessem as influencias benéficas do cobre e do fósforo. Em 1958, o arquiteto norte americano Eero Saarinen utilizou-o na construção do edifício administrativo da Deere & Compani, em Moline, no estado de Ilinois. O aço foi deixado aparente nessa obra, tendo o arquiteto considerado que a ferrugem que sobre ele se formava constituía por si mesma um revestimento não só aceitável, como atraente. Apartir daí, os aços patináveis foram utilizados com sucesso em inúmeras obras de arquitetura. Os engenheiros seguiram os passos dos arquitetos e as aplicações dos aços de alta resistência e baixa liga resistentes à corrosão atmosférica foram se expandindo. Desde o lançamento do Cor-Ten ate os nossos dias, desenvolveram-se outros aços com comportamentos semelhantes, que constituem a família dos aços conhecidos como patináveis. Enquadrados em diversas normas, dentre as quais as norte-americanas ASTM A242, A-588, A606 e A-709, que especificam limites de composição química e propriedades mecânicas, estes aços tem sido utilizados no mundo todo na construção de edifícios de múltiplos andares, pontes, viadutos, passarelas, torres de transmissão, edifícios industriais, telhas, etc. Sua grande vantagem, além de dispensarem a pintura em certos ambientes, e possuírem uma resistência mecânica maior que a dos aços estruturais comuns. Em ambientes extremamente agressivos, como regiões que apresentam grande poluição por dióxido de enxofre ou aquelas próximas da orla marítima, a pintura lhes confere uma proteção superior aquela conferida os aços comuns. No Brasil, aços desse tipo encontram também grande aceitação entre os arquitetos. Alem de inúmeras pontes e viadutos espalhados por todo o país. 49 4.1 Marcas comerciais e especificações Marcas comerciais mais conhecidas no Brasil: COR-TEN (US Steel), COS AR COR 400 ou 500 (COSIPA), USI-SAC 41 ou 50 (USIMINAS), NIO-COR ou CSNCOR 420 (CSN). Origem da marcas: NIO-COR da CSN tem o nome devido ao teor de 0,02% a 0,03% de nióbio, além de pequenas quantidades de cromo e do cobre. {NIObio, aço resistente à CORrosão} COS AR COR da COSIPA {COSIPA, aço de Alta Resistência à CORrosão} USI-SAC da USIMINAS {USIMINAS } aço Soldável AntiCorrosivo (FONTE CBCA) 50 Designação C Máx. Br máx P máx COMPOSIÇÃO QUÍMICA S Si Cu Ni máx máx COS-AR-COR 0,16 COS-AR-COR Laminado a 0,16 quente COS-AR-COR Laminado à frio 0,14 1,20 0,030 0,015 0,50 0,20-0,50 0,40-0,70 1,20 0,030 0,015 0,50 0,20-0,50 0,40-0,70 1,20 0,030 0,015 0,20 0,20-0,50 0,40-0,70 Outros Nb, V, Ti = < 0,15 (isolado ou combinado) Nb, V, Ti = < 0,15 (isolado ou combinado) Nb, V, Ti = < 0,15 (isolado ou combinado) Cr = 0,40-0,65 USI SAC 41 Chapa grossa 0,18 1,30 0,030 0,030 0,35 0,20-0,50 ------------ USI SAC 50 Chapa grossa 0,18 1,40 0,030 0,030 0,15 0,20-0,50 ------------ USI SAC 60 Chapa grossa 0,19 1,40 0,035 0,035 0,15 0,20-0,50 ------------ 0,18 1,30 0,030 0,030 0,35 0,20-0,50 ------------ Cr = 0,40 – 0,65 0,030 0,150,030 0,50 ------------ Cr = 0,40-0,65 Ti = <0,150 USI SAC 41 Laminado a quente USI SAC 50 Laminado a quente USI SAC 60 Laminado a quente 0,18 1,40 0,20-0,50 Cr = 0,40-0,65 Ti = <0,150 Cr = 0,40-0,65 Ti = <0,150 V = <0,100 Nb = <0,060 0,19 1,40 0,035 0,150,035 0,65 0,20-0,50 ------------ USI SAC 41 Laminado a frio 0,18 1,20 0,035 0,035 0,035 0,20-0,50 ------------ Cr = 0,40-0,65 0,030 0,150,030 0,55 ------------ Cr = 0,40-0,65 Ti = <0,150 USI SAC 50 0,18 1,40 0,20-0,50 Cr = 0,40-0,65 Ti = <0,150 V = <0,010 Nb = <0,60 TABELA 4 – Composição Química de Alguns dos Aços Patináveis Comercializados no Brasil. Fonte CBCA 51 Os aços carbono e aços patináveis diferem pela morfologia dos seus produtos de corrosão. Os aços carbono em contato com o ambiente produz uma camada de ferrugem porosa, onde as partículas de oxido soltam-se facilmente do substrato, o que facilita o ingresso de oxigênio e água, perpetuando o processo corrosivo. No aço patinável a ferrugem desenvolve-se em duas camadas: uma externa semelhante à do aço carbono e uma interna que é densa e compacta, conferindo ao metal maior resistência à ação corrosiva do meio exposto. Com o decorrer do tempo de exposição, os produtos solúveis ou não aderentes da camada de oxidação do aço patinável são eliminados por precipitações atmosféricas posteriores. A velocidade de corrosão diminui a medida que a barreira se consolida até atingir um valor estacionário, caracterizado pela presença de uma camada de óxidos compacta, já que cada um dos consecutivos períodos de umidificação conduz a uma diminuição da quantidade dos produtos de corrosão pouco aderentes. A estabilização da taxa de corrosão é conseguida em aproximadamente 3 anos (GIONGO 1993). Os aços aclimáveis são aços com pequenas adições de elementos de liga, quais sejam: cobre, cromo, níquel, fósforo, silício e manganês. Alguns destes elementos podem estar presentes no aço como impurezas. Estes elementos de liga modificam as propriedades tanto mecânicas como as de resistência à corrosão atmosférica. Em condições de molhamento contínuo ou imersão total o efeito benéfico da adição dos elementos de liga não se faz sentir de modo que não se justifica a utilização de aços patináveis nestas condições, quando o único requisito para esta escolha é a resistência à corrosão. 4.2 Efeito dos elementos de liga sob o ponto de vista de resistência a corrosão A seguir é apresentado, suscintamente, o efeito de cada um dos elementos de liga sob o ponto de vista de resistência a corrosão: COBRE A adição de quantidades variando normalmente entre 0,2% e 0,5% de cobre tem como conseqüência o aumento significativo da resistência à corrosão atmosférica, especialmente quando o aço tem enxofre como impureza. 52 A adição de 0,01% a 0,04% de cobre pode determinar uma diminuição de até 70% da taxa de corrosão quando comparada ao aço carbono. O efeito de adição de quantidades maiores (entre 0,2% e 0,5%) é ainda sentida porém com menor intensidade ( veja gráfico 1). Várias teorias são apresentadas na literatura na tentativa de elucidar os mecanismos da ação do cobre. De acordo com uma das teorias os íons de cobre dissolvidos pela ação da atmosfera são capazes de reagir com íons sulfeto originados tanto pelas inclusões de sulfetos presentes no aço como daqueles provenientes de atmosferas contaminadas com gás sulfídrico, eliminando o seu efeito prejudicial. Outra teoria afirma que o efeito benéfico do cobre é devido á formação de um revestimento de cobre sobre o aço, conseqüente da redeposição dos íons de cobre dissolvidos, o que determina o aumento do potencial de corrosão do sistema aço/meio acarretando a passivação do metal. Acredita-se ainda que o cobre forma sulfatos básicos de baixa solubilidade que selam poros da camada de ferrugem formada sobre o aço tornando-a uma barreira protetora mais efetiva. Teoria apresentada por Misawa e colaboradores afirma que na presença do cobre a camada protetora formada sobre o aço é mais compacta e aderente e portanto mais protetora. Gráfico 1 – Efeito de pequenas adições de cobre na taxa de corrosão do aço carbono, exposto durante 15,5 anos em atmosfera marinha, industrial. Fonte: IPT (1991) 53 FÓSFORO A adição de fósforo aos aços ligados ao cobre tem influência sensível na resistência à corrosão destas ligas, causando uma diminuição significativa na sua taxa de corrosão. A adição de 0,01% a 0,10% resulta numa diminuição de taxa de corrosão em 20% a 30%. O gráfico 2 apresenta o efeito da adição de fósforo na taxa de corrosão de aços ligados ao cobre em duas localidades diferentes. Gráfico 2 – Efeito da adição de fósforo na taxa de corrosão de aços ligados ao cobre. Ensaios de 15,5 anos realizados em Kearney, Nova Jersey, U.S.A. Fonte: IPT (1991) 54 O efeito benéfico do fósforo também é verificado quando da adição de cromo e/ou níquel aos aços ligados ao cobre. Segundo algumas teorias, o fósforo aumenta a resistência à corrosão dos aços ao cobre devido à formação de fosfatos insolúveis capaz de selar os poros da camada de ferrugem, à semelhança do que ocorre co os sulfatos básicos de cobre. Outra teoria afirma que a presença de fósforo, em combinação com o cobre, acarreta a formação de uma camada de ferrugem com características protetoras mais efetivas do que aquela formada sobre os aços sem a adição destes elementos de liga. NÍQUEL A adição de níquel ao aço carbono tem efeito semelhante ao do cobre no que diz respeito no aumento à resistência à corrosão atmosférica. No entanto, é necessária a adição de maiores quantidades de níquel para a obtenção do mesmo efeito que o cobre. Assim, por exemplo, verifica-se que para se conseguir o mesmo efeito da adição de 0,5% de cobre deve-se adicionar 1% de níquel. Quanto maior o teor de níquel maior será o seu efeito benéfico, principalmente em condições de longa exposição conforme é ilustrado na figura 3. No entanto, a adição de altos teores aos aços aclimáveis não é desejável sob ponto de vista econômico, de modo que este elemento é utilizado concomitantemente ao cobre com adição de até 0,7%, visto que esta prática causa diminuição sensível da taxa de corrosão dos aços ligados ao cobre, conforme ilustrado na figura 4. Além disso, a adição de níquel a aços ligados ao cobre que contêm outros elementos tais como silício, fósforo e cromo também ocasiona uma diminuição sensível na resistência à corrosão atmosférica dos mesmos (gráfico 3). A ação do níquel na resistência à corrosão dos aços aclimáveis parece estar relacionada com a selagem dos poros da camada de ferrugem, pois este elemento forma sulfatos básicos insolúveis que são incorporados nesta camada tornando-o menos poroso e por tanto mais efetivo. 55 Gráfico 3 – Efeito da adição do níquel na resistência à corrosão dos aços ligados ao cobre. Ensaios realizados em Kure Beach, Norte da Califórnia, U.S.A. , à 244m do oceano. Tempo de exposição anos15 anos. Fonte: IPT (1991) 56 Gráfico 4 – Efeito da adição de 1% de níquel na resistência à corrosão dos aços ligados ao cobre sem e com adição de fósforo e cromo. Ensaio realizado em atmosfera industrial de Kearney, New Jersey, U.S.A. Fonte: IPT (1991) Quando se adiciona cromo aos aços carbono, já se verifica uma melhora sensível na resistência à corrosão deste metal. No entanto este efeito é muito mais significativo se o aço contém no mínimo 0,1% de cobre, conforme é mostrado no gráfico 5. Nos aços aclimáveis a adição de cromo em teores de até 1,25% determina uma melhora sensível na sua resistência á corrosão. Para adições de teores mais elevados este efeito é mais pronunciado, no entanto, esta prática não é adotada nos aços aclimáveis por questões econômicas. 57 Quando o aço contém teores muito baixos de cobre (< 0,06%), a presença de cromo em teores variando entre 0,6% a 1,3% é prejudicial conforme pode ser verificado no gráfico 5. A adição concomitante de fósforo e cromo aos aços ligados ao cobre apresenta efeito significativo, ou seja, a taxa de corrosão do aço na presença conjunta destes dois elementos é menor do que aquelas apresentadas quando se adiciona os mesmos teores destes elementos separadamente, conforme pode ser verificado no gráfico 5. Em atmosferas marinhas, a adição de cromo aos aços ligados ao cobre com alto teor de fósforo tem influência muito benéfica. Foi verificada que a adição de 1,2% de cromo aos aços com 0,4% de cobre com alto teor de fósforo reduziu a taxa de corrosão em 60% em exposições de 15,5 anos em Kure Beach, Norte da Califórnia, U.S.A., a 244m do oceano. O efeito do cromo na resistência a corrosão dos aços aclimáveis é devido ao seu enriquecimento na camada interna de produtos de corrosão. Juntamente com o cobre e o fósforo, este elemento promove à formação de uma camada de produtos de corrosão mais compacta e aderente e portanto mais protetora. 58 Gráfico 5 – Efeito da adição de cromo e/ou fósforo na taxa de corrosão de aços ligados ao cobre. Ensaios de 15,5 anos de duração realizados em atmosfera industrial em Kearny, Nova Jersey, U.S.A. Fonte: IPT (1991) MANGANÊS Este elemento está normalmente presente nos aços. Para algumas ligas, principalmente aquelas que contém enxofre, a presença de manganês tem efeito benéfico, sendo este efeito maior nas atmosferas marinhas do que nas industriais. O gráfico 6 mostra o efeito do manganês na taxa de corrosão dos aços ligados ao cobre expostos durante 15,5 anos em Kure Beach, Norte da Califórnia a 244m do oceano. Pode-se verificar que a adição de 0,5% de manganês causa uma redução na taxa de corrosão de um aço aclimável (0,3% de cobre e baixo fósforo) de 59 aproximadamente 25% e a adição de 1% causa uma redução de aproximadamente 35%. A quantidade de enxofre presente no aço, em relação ao manganês, afeta significativamente o efeito benéfico do manganês. Se a razão entre o teor de manganês e o de enxofre é maior que 4, os sulfetos no aço estão presentes na forma de MnS que são menos prejudiciais do que o FeS. Se o teor de manganês é insuficiente para combinar com o enxofre, forma também o FeS que sendo um bom condutor constitui um excelente catodo, promovendo a corrosão localizada do aço. Gráfico 6 – Efeito da adição do manganês na taxa de corrosão de um aço com 0,3% de cobre com baixo teor de fósforo. Ensaios realizados em Kure Beach, Norte da Califórnia, U.S.A., a 244m do oceano. Fonte: IPT (1991) 60 SILÍCIO Este elemento também normalmente está presente nos aços como impureza. A presença de silício em teores iguais ou superiores a 0,5% tem efeito benéfico na resistência à corrosão atmosférica dos aços aclimáveis, porém este efeito é pouco pronunciado. O efeito da adição do Silício está mostrado no gráfico 7. Pode-se verificar que o seu efeito em comparação com os demais elementos de liga discutido é menos significativo. Quando o silício está presente juntamente com fósforo o seu efeito benéfico torna-se mais significativo, conforme mostrado no gráfico 7. Assim quando se adiciona conjuntamente silício e fósforo aos aços aclimáveis, consegue-se uma melhora sensível na sua resistência à corrosão. Por exemplo, com a adição de 0,5% de silício e 0,10% de fósforo a um aço contendo 0,10% de cobre consegue-se uma redução da taxa de penetração de até 50% após exposições de 15,5 anos. Se comparado ao aço carbono esta redução é de 80%. Na presença de cromo (ou níquel) em aço ao cobre contendo fósforo, o efeito do silício é ainda mais significativo (veja gráficos 4, 5 e 7). 61 Gráfico 7 – Efeito da adição do silício aos aços ligados ao cobre com e sem a adição de fósforo e cromo. Ensaios de 15,5 anos realizados em atmosfera industrial em Kearney, Nova Jersey, U.S.A. Fonte: IPT (1991) 5 FATORES PARA FORMAÇÃO DA PÁTINA SegundoPannoni a formação da pátina é função de três tipos de fatores. Os primeiros a destacar estão ligados á composição química do próprio aço. Os principais elementos de liga que contribuem para aumentar-lhe a resistência frente à corrosão atmosférica, os principais elementos de liga que contribuem para aumentar-lhe a resistência frente à corrosão atmosférica, favorecendo a formação da pátina, são o cobre e o fósforo. O cromo, o níquel e o silício também exercem efeitos secundários [Pannoni e Marcondes(1991)]. Cabe observar, no entanto, que o fósforo 62 deve ser mantido em baixos teores (menores que 0,1%), sob pena de prejudicar certas propriedades macânicas do aço e sua soldabilidade. Influência das condições climáticas na corrosão atmosférica dos aços patináveis Em segundo lugar vêm os fatores ambientais, entre os quais sobresaem a presença de dióxido de enxofre e de cloreto de sódio na atmosfera, a temperatura, a força (direção, velocidade e freqüência) dos ventos, os ciclos de umedecimento e secagem, etc. Assim, enquanto a presença de dióxido de enxofre, até certos limites, favorece o desenvolvimento da patina, o cloreto de sódio em suspensão nas atmosferas marítimas prejudica suas propriedades protetoras. algumas condições climáticas especificas são necessárias para formação da camada protetora mostrada no gráfico 8 sobre a superfície dos aços patináveis. Condições de molhamento e secagem intermitente são favoráveis, se não necessárias, para o inicio da formação dessa camada. Segundo Missawa e colaboradores, nos períodos de molhamento a quantidade de oxigênio capaz de se difundir através da camada de água presente sobre o metal é insuficiente para a oxidação dos compostos intermediários de Fe++ para δ-FeOOH amorfo na interface metal/produto de corrosão. Nestas ocasiões ocorre preferencialmente a formação de outros compostos (α, β, ou γ, δ-FeOOH ou e Fe 3 O 4 ). Nos períodos de secagem, é facilitado o acesso de oxigênio, de modo que nestas ocasiões ocorre a formação de δ-FeOOH imediatamente acima da superfície metálica. Com o prosseguimento do processo corrosivo ocorre um enriquecimento de cobre e fósforo na camada interna de ferrugem. Estes elementos, juntamente com os ciclos de molhamento e secagem, promovem a formação da camada interna compacta e aderente de δ-FeOOH, responsável pela alta resistência à corrosão dos aços patináveis. Pelo exposto é possível entender a razão do aço patinável ser comparável ao aço carbono em termos de resistência à corrosão, em condições de longos períodos de molhamento ou imersão continua (imersão em água ou solo). Conforme já mencionado, nestas condições não se justifica a utilização de aços aclimáveis em substituição ao aço carbono. 63 A influência do SO 2 também é bastante significativa na formação da camada protetora. Durante o inicio de exposição dos aços patináveis, a presença de SO 2 na atmosfera promove rápido ataque ao metal com formação de grandes quantidades de Fe++. Isto é acompanhado pele dissolução rápida de cobre e do fósforo presentes nestas ligas. Como conseqüência, a ação catalítica de Cu++ e PO 4 --- para a transformação dos compostos intermediários de Fe++ para –FeOOH amorfo se faz sentir mais rapidamente quando se expõe os aços patináveis à atmosferas, como as urbanas, 3 a 4 anos já são suficientes para a formação desta camada protetora. Em atmosferas rurais tempos muito maiores são necessários para a formação desta camada devido à baixa contaminação da atmosfera com SO 2 . Não se recomenda a utilização de aços patináveis não protegidos em ambientes industriais onde a concentração de dióxido de enxofre atmosférico seja superior a 250µg/m3 [couros (2001)] a camada de ferrugem formada sobre os aços patináveis não tem características protetoras suficientes, não se recomenda a sua utilização sem proteção adicional. Deve-se lembrar, que mesmo nestas condições (alta contaminação de SO 2 ) as taxas de corrosão dos aços patináveis são consideravelmente inferiores às do aço carbono, podendo ser observado redução de até 10 vezes. Apesar disto, ainda, em termos de valores absolutos, os valores destas taxas são elevadas Os gráficos 8 e 9, retirados de CETESB (2001), mostram os valores médios anuais médios de dióxido de enxofre atmosférico na cidade de São Paulo em algumas localidades do interior do estado. Pode-se observar que os valores encontrados estão bem abaixo do limite 250µg/m3. 64 Gráfico 8 média aritmética anual (2001) de [SO 2 ] atmosférico na cidade de São Paulo Fonte: CETESB (2001) Gráfico 9 Média aritmética anual (2001) de [SO 2 ] atmosférico no interior do Estado de São Paulo. Fonte: CETESB (2001) 65 Gráfico 10 Resistência a corrosão de um aço patinável (ASTM A242) e de um aço carbono comum (ASTM A36) expostas às atmosferas indústrias (Cubatão, S.P.), marinha (Bertioga, S.P.), urbana (Santo Andre, S.P.) e rural (Itararé, S.P.) [Panonni ET al.(1991)]. A medida é feita em termos da perda de massa metálica em função do tempo de exposição em meses(CBCA, 2008).. Fonte: CETESB (2001) 66 Ambiente Aço carbono (µm/ano) Aço patinável (µm/ano) Rural 6,2 6,2 Urbana 11,4 2,2 Industrial 632,0 41,6 Tabela 5 Taxa de corrosão instantânea (t=3 anos) do aço carbono e do aço patinável em três ambientes diferentes: Rural Urbano e Industrial. Fonte:CBCA (2008) Os gráficos 11, 12 e 13 mostram a perda de espessura do aço patinável em três tipos de atmosferas: rural, urbana e industrial. A tabela 5 apresenta as taxas de corrosão instantâneas destes aços após 3 anos de exposição (tangente à curva dos gráficos 11, 12 e 13 para 3 anos de exposição). Observando os resultados apresentados nos três gráficos e na tabela 5, pode-se verificar que: I. Na atmosfera rural, durante os três anos anos de exposição, os dois aços apresentaram comportamento semelhantes. Neste caso, para se fazer sentir a superioridade do aço patinável seriam necessários maiores tempos de exposição; II. Na atmosfera urbana já é nítida a superiorioridade do aço patinável em relação ao aço carbono. A taxa de corrosão do aço patinável é bastante baixa, sendo inclusive menor do que as taxas dos dois aços no ambiente rural; III. Na atmosfera industrial, o aço patinável apresenta um desempenho muito superior ao aço carbono. A superioridade do aço patinável é muito mais significativa neste ambiente do que aquela observada no ambiente urbano. 67 Gráfico 11 – Perda de espessura dos aços carbono e do aço painável em função do tempo de exposição em ambiente rural (zona rural de Sorocaba – São Paulo). Fonte: IPT (1991) 68 Gráfico 12 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente urbano (centro da cidade de São Paulo). Fonte: IPT (1991). 69 Gráfico 13 – Perda de espessura do aço em função do tempo de exposição em ambiente industrial (Cubatão). Fonte: IPT (1991) Em atmosferas marinhas altamente contaminadas com cloreto de sódio, especialmente em regiões muito próximas ao mar e/ou cobertas (nas quais não se faz sentir o efeito de lavagem de chuva com conseqüente acumulação de cloretos), a camada de ferrugem formada sobre o aço patinável não tem características protetoras muito efetivas. Nestas condições, as taxas de corrosão do aço patinável ao mito elevadas. No entanto, experiências realizadas na Suécia mostraram que para regiões distantes do mar (acima de 1 Km) a superioridade do aço patinável já é bastante sensível. O gráfico 14 apresenta resultados de ensaios de corrosão atmosférica realizadas num local distante 1 Km do mar. Pode-se verificar uma diminuição sensível da taxa de corrosão do aço patinável em relação ao aço carbono. No entanto, a taxa de corrosão absoluta encontrada, após 3 anos de exposição. (tangente a curva para t= 3 anos) foi de 25 µm/ano, que ainda é bastante elevada. 70 Gráfico 14 – Perda de espessura do aço carbono e do aço patinável em função do tempo de exposição em ambiente marinho (Praia Grande distante 1Km do mar). Fonte: IPT (1991) Um outro poluente que influência a eficiência da camada protetora formada sobre os aços patináveis é o material particulado. A poeira impregnada na superfície do metal faz com que esta camada seja menos compacta e mais porosa e portanto menos eficiente como barreira protetora. Convém ainda considerar a influencia do gás sulfídrico. Este poluente é bastante agressivo ao aço carbono, causando aumento sensível na sua taxa de corrosão. Para o aço patinável a influência deste poluente parece ser menos significativa. Aparentemente o gás sulfídrico reage co o cobre formando CuS, menos solúvel e menos prejudicial do que o FeS formado sobre o aço. Um fator importante que podemos citar para formação da pátina está ligado a geometria da peça, que explicam porque diferentes estruturas do mesmo aço dispostas lado a lado podem ser atacadas de maneira distinta. Esse fenômeno é atribuído á influência de seções abertas/fechadas, drenagem correta das águas de chuva e outros fatores que atuam diretamente sobre os ciclos de umedecimento e secagem insatisfatória, a formação da pátina fica gravemente prejudica. Em muitas destas situações, a velocidade de corrosão do aço patinável é semelhante àquela 71 encontrada para os aços carbono comuns. Exemplos incluem aços patináveis imersos em água, enterrados no solo ou recobertos por vegetação. Regiões particulares tais como juntas de expansão, articulações superpostas tem comportamento crítico quanto á corrosão, tal como ocorre com os aços carbono tradicionais. Os elementos de ligação (chapas, parafusos, porcas, arruelas, rebites, etc.) devem apresentar não só resistência mecânica compatível com o aço patinável, mas também compatibilidade de composição química, para evita a formação de células galvânicas. Os cordões de solda produzidos na soldagem dos aços patináveis devem possuir composição química semelhante à dos aços patináveis, evitando a formação de pares galvânicos. 6 MECANISMOS A composição e a estrutura cristalográfica das camadas de produtos de corrosão formadas sobre o aço carbono e o aço aclimável expostos às mesmas condições atmosféricas são similares. Sobre ambos os metais os principais compostos presentes são: α-FeOOH (goetita), β-FeOOH (akaganeita), γ-FeOOH (lepidocroceta), δ-FeOOH (amorfo) e Fe 3 O 4 . A diferença que existe entre as duas camadas é a compactação e o nível de porosidade resultante do arranjo dos compostos ai presentes. Segundo Misawa e colaboradores, no caso do aço carbono, a ferrugem é constituída por uma camada desordenada da δ-FeOOH amorfo com ilhas espaças de α-FeOOH, β-FeOOH e/ou γ-FeOOH e Fe 3 O 4. No caso de aços aclimáveis a ferrugem formada após longos tempos de exposição tem as seguintes características: 1) Ela é constituída por duas camadas, uma interna (aderente e compacta) e uma externa (menos aderente e menos compacta). A camada interna é constituída principalmente por δ-FeOOH amorfo de granulação fina e compacta. A camada externa é constituída por de α-FeOOH, β-FeOOH e/ou γ-FeOOH com pequenas ilhas de Fe 3 O 4 . A figura 8 ilustra esquematicamente a estrutura da ferrugem formada sobre um aço aclimável e sobre um aço carbono após longos tempos de exposição; 72 2) Na camada interna há um enriquecimento de cobre, fósforo e cromo. Os mecanismos responsáveis para a formação dos compostos presentes na superfície tanto do aço carbono como do aço aclimável são similares. As reações responsáveis pela formação dos produtos de corrosão tanto do aço carbono como do aço aclimável expostos às atmosferas naturais também são similares. No entanto, segundo Misawa e colaboradores, a oxidação pelo oxigênio dissolvido dos compostos intermediários de Fe++ (Fe(OH) 2 e ferrugem verde) para δ-FeOOH amorfo é catalizada pela presença de íons Cu++ e PO 4 ---. Estes íons estão presentes na camada de ferrugem dos aços aclimáveis devido ao ataque do cobre e do fósforo presentes como elementos de liga. O δ-FeOOH formado nestas condições tem granulação mais fina é mais compacta e mais aderente. Como conseqüência tem a formação da camada interna mostrada na tabela 6, que constitui em uma efetiva barreira protetora. 73 Produto α-FeOOH Aço carbono Aço patinável Ilhas esparsas em toda a camada Camada externa porosa não protetora β-FeOOH Formada em ambiente marinho Formada presença de cloretos) γ-FeOOH δ-FeOOH em ambientes industriais (presença de SO 2 ) Distribuida ao a caso, porosa e não Camada protetora ambiente marinho (presença de cloretos) Formada em ambientes industriais Formada (presença de SO 2 ) em interna aderente, compacta, de granulação fina, protetora Fe 3 O 4 Pequenas ilhas esparsas em toda a Pequenas ilhas distribuídas ao camada acaso, na camada externa Tabela 6 Produtos de corrosão formados durante a exposição à corrosão atmosférica Fonte: ABRACO (2008) Conforme já mencionado anteriormente quando se discutiu os efeitos dos elementos de liga, além da estrutura da camada de produtos de corrosão, aparentemente outros fatores contribuem para a alta resistência à corrosão atmosférica dos aços aclimáveis. Algumas teorias afirmam que sulfatos básicos de cobre e/ou de níquel e/ou fosfatos insolúveis são formados durante a corrosão atmosférica destes aços. Tais produtos selam os poros da camada de ferrugem formada sobre os aços aclimáveis tornando-a uma barreira mais efetiva. Além disso, foi citado também o fato de que 74 em caso de atmosferas contaminadas com gás sulfídrico, forma-se sulfeto de cobre que é menos prejudicial que o sulfeto de ferro. 6.1 Mecanismo macroscópico da corrosão atmosférica dos aços patináveis A etapa seguinte à formação das películas finas, isto é, o seu crescimento e transformação em camadas macroscópicas não tem sido um campo estudado, talvez em função das inúmeras dificuldades experimentais encontradas. Alguns autores julgam que as películas formadas sejam catódicas em relação ao metal-base. Desse modo, uma trinca na película iniciaria o processo eletroquímico da corrosão. Outra possibilidade seria a existência de regiões catódicas superficiais, tais como certas inclusões ou partículas carbonáceas, que provocariam a dissolução anôdica do metal. Embora haja grande falta de informação sobre a transição microscópicomacroscópico, a formulação de mecanismos que pudessem explicar satisfatoriamente os fatos observados na corrosão atmosférica de aços não é um fato recente. Já no início do século, BUCK (1913) anunciava o efeito do cobre adicionado aos aços e, em um seu trabalho posterior, BUCK (1919) atribuiu ao cobre a função de combinar-se com o enxofre do aço, tornando-o inócuo. Basicamente a ferrugem é constituída por cinco diferentes compostos de ferro: α-FeOOH (goetita), β-FeOOH (akaganeita), γ-FeOOH (lepidocroceta), δ- FeOOH (amorfo) e Fe 3 O 4 (magnetita). Segundo vários autores, δ-FeOOH é o principal constituinte da película interna, que se forma ao longo de exposições prolongadas do material à atmosfera. O mecanismo de corrosão dos aços patináveis ainda é objeto de intensas pesquisas no mundo todo e também no Brasil. Uma teoria proposta por um pesquisador brasileiro, bem aceita sobre esse processo, que encontrou grande receptividade [Miranda (1974)] admite que, quando o aço patinável é exposto a uma atmosfera sulfurosa, a ciclos de umedecimento/secagem e temperaturas relativamente baixas (aproximadamente 20°C), a camada de ferrugem é constituída essencialmente de lepidocrocita. A exposição a temperaturas mais elevadas (35 – 75 60°C) favorece a formação, sob a camada de lepidocrocita, de uma camada interna isotrópica, constituída essenciamente de δ-FeOOH amorfo. Quando submetido a essas temperaturas, os elementos de liga (notadamente o cobre) começam a se dissolver no interior das células de corrosão. Esses elementos inibem a formação da magnetita, que não é protetora, ao mesmo tempo em que catalizam a formação do óxido amorfo, protetor, na interface metal-ferrugem. Essa camada, muito pouco porosa, isola o metal dos constituintes agressivos existentes na atmosfera, como água, o oxigênio e íons exógenos. Portanto, quando os elementos de liga não podem penetrar na ferrugem (isto é, sob temperaturas baixas), ou quando o aço não os contém – caso do aço carbono comum – ocorre a formação da magnetita, e não do δ-FeOOH protetor, e a corrosão prossegue. Outros fatores contribuem para alta resistência à corrosão atmosférica dos aços patináveis. Algumas teorias a afirmam que sulfatos básicos de cobre e/ou de níquel e/ou fosfatos insolúveis são formados durante a corrosão atmosférica destes aços. Tais produtos selam os poros da camada de ferrugem formada sobre os aços patináveis tornando-a uma barreira mais efetiva. 7 PINTURA DOS AÇOS PATINÁVEIS O desempenho de um sistema de pintura aplicado sobre o aço patinável costuma ser superior ao mesmo sistema aplicado sobre os aços carbonos estruturais tradicionais, desde que o ambiente promova a formação da pátina. A durabilidade desse sistema costuma ser superior à soma das durabilidades propiciadas isoladamente pela proteção do revestimento e pela natureza do material, isto é, há sinergia dos mecanismos. Uma eventual falha no revestimento levará á formação de produtos de corrosão bem menos volumosos do que aqueles formados sobre os aços comuns, o que diminui em muito o problema do destacamento da película de pintura, aumentando a durabilidade do revestimento. A figura abaixo mostra dois espécies de aço laminados a quente, um ASTM A36 e um ASTM A242 expostos por 48 meses em atmosfera industrial de Cubatão, S.P. Estes aços foram jateados com granalha de aço (padrão As 3) e pintados com 76 duas demãos de tinta epóximastic (300µm de espessura); após a secagem, foi feito o entalhe na tinta e subseqüente exposição atmosférica. Podemos observar que o aço carbono comum produziu um grande volume de produtos de corrosão e danificou a pintura. Já aço patinável, no mesmo período, produziu menor volume. A tinta está integra e continua a oferecer proteção contra a corrosão. O aço é protegido pela tinta e, mesmo quando alcançado pelo oxigênio e água atmosférica (por difusão), acaba por produzir um volume de óxidos consideravelmente menor do que o gerado sobre o aço carbono, e que não chega a destruir a película. Por esse motivo, mesmo formando óxidos, a durabilidade da proteção é maior do que no caso do aço carbono. A corrosão no aço patinável ficou circunscrito à região dos cortes (CBCA, 2008). Figura 19 Produção de produtos de corrosão formados durante a exposição em atmosféra industrial. Fonte: CBCA (2008) 77 A camada de óxido, compacto e aderente, do aço patinável , o protege contra a corrosão, de maneira mais eficiente que o aço carbono comum. O uso de pintura depende do local onde a estrutura vai ser posta e da estética desejada. No caso da necessidade de longa durabilidade da estrutura ou equipamento, a pintura entra como auxílio, podendo até quadruplicar a vida da estrutura ou equipamento. No caso de ambientes industrial e marítimo recomenda-se o uso de pintura. Para se pintar o aço patinável recomenda-se os mesmos cuidados que se deve ter com o aço comum. Deve-se escolher tintas de alto desempenho. 78 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS São grandes os desafios a enfrentar pelos metalurgistas e engenheiros de modo geral. A busca pelo conhecimento de forma incessante. No estudo realizado buscou-se contribuir com uma busca no campo da corrosão em um comparativo simples, porém de extrema importância para aplicações industriais entre o aço carbono comum e o aço patinável. Neste sentido de modo geral conclui-se que, o aço patinável tem maior resistência a corrosão do que o aço carbono comum, nos diversos meios aqui estudados. Esta maior resistência a corrosão do aço patinável se deve principalmente pela formação de uma camada densa e aderente formada em sua superfície, criando desta maneira, uma camada passivadora interrompendo a ação de corrosão, fato este que não ocorre no aço carbono comum. 79 REFERÊNCIAS Entendendo Corrosão. Disponível em: <http://www.engefec.com.br>. Acessado em 14 de setembro de 2008. CORROSIVENESS of various atmosferic test sites as measured by specimens of steel and zinc. In: SYMPOSIUM ON METAL CORROSION IN THE ATMOSPHERE, 1967, Boston. Philadelphia: ASTM, 1968. P. 360 – 391 (ASTM Special Technical Publication 435). Comportamento dos Aços Patináveis. Disponível em: <http://www.cbca.com.br>. Acessado em: 10 de junho de 2008. Tipos de Corrosão. Disponível em: <http://www.abraco.com.br>. Acessado em: 10 de junho de 2008. Aços e Ligas. Disponível em: <http://www.biomania.com.br> Acessado em: 2 de junho de 2008. Aços Patináveis. 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