MARLON FABIANO HOFFMANN FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Criciúma, 2004 MARLON FABIANO HOFFMANN FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Monografia apresentada à Diretoria de PósGraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, para obtenção do título de Especialista em Gerência de Produção Prof. Orientador: Valcir Mantovani Criciúma, 2004 AGRADECIMENTOS Aos meus pais Celso e Maria, ao meu irmão Marco Dhionatan e pelo ao meu apoio, sobtrinho incentivo e compreensão durante este período. Ao meu orientador, Mantovani, professor pelos Valcir ensinamentos transmitidos. E a todos que, de uma forma ou outra, me auxiliaram possibilitando deste trabalho. a conclusão RESUMO O presente estudo demonstra um modelo de formação do preço de venda baseado no custeio ABC (custo baseado em atividade) e na pesquisa de mercado. A intenção é a de que o usuário deste material faça um trabalho iterativo, isto pois o preço de venda não é algo exato, único. O preço de venda é uma variável dependente de fatores de mercado, fornecedores, capacidade produtiva, custos, ponto de equilíbrio, marketing, estratégia, dentre outros. Esta monografia procura trazer fundamentos para que o departamento de vendas ou demais departamentos interessados em formar preços, minimize os erros de alocação do produto no mercado, deixando de escolher erroneamente o nicho de mercado e equalizando o preço de venda de forma competitiva, reduzindo os possíveis prejuízos financeiros. Palavras-chave: custos – preço de venda – custeio ABC – pesquisa de mercado – competitividade. SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................07 LISTA DE GRÁFICOS...............................................................................................09 LISTA DE FIGURAS..................................................................................................10 LISTA DE TABELAS...................................................................................... ...........11 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... .......13 1.2 Objetivos......................................................... ....................................................14 1.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................... ............14 1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... ...........14 2 METODOLOGIA ....................................................................................................15 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..............................................................................16 3.1 Preço de venda .................................................................................... ..............16 3.2 Custos ..................................................................................................... ...........17 3.2.1 Custeio ABC (Activity based costing)...............................................................21 3.2.1.1 Folha de operação (roteiro de fabricação) ...................................................22 3.2.2 Rateio ..............................................................................................................24 3.2.3 Target cost (custo-alvo) .......................................................................... ........24 3.2.4 Centro de custo ...................................................................................... .........27 3.3 Despesas ................................................................................................ ...........29 3.4 Depreciação ......................................................................................... ..............29 3.5 Mark-up ................................................................................................... ...........31 3.6 Margem de contribuição .....................................................................................33 3.7 Impostos e encargos ....................................................................... ...................34 3.8 Eficiência, eficácia, produtividade e qualidade .................... ..............................35 3.9 Ponto de equilíbrio ........................................................................... ..................38 3.10 Mercado ............................................................................................... ............40 3.11 Agentes de mercado ....................................................................... .................41 3.12 Nicho de mercado ou mercado alvo .................................................................43 3.13 Pesquisa de mercado .......................................................................................44 3.14 Marketing ............................................................................................ .............47 3.15 Competitividade ................................................................................ ...............48 3.16 Formação do preço de venda ..................................................... .....................51 3.16.1 Determinação do preço pela primeira vez .....................................................54 3.16.2 Seleção do objetivo de preço ............................................ ............................57 3.16.3 Estratégia da mantenabilidade dos preços ........................................... ........59 3.16.3.1 Estratégia de preços distintos ........................................................... ........59 3.16.3.2 Estratégia de preços competitivos .................................................... ........60 3.16.2.3 Estratégia de precificação por linhas de produto ......................................61 3.17. Planilhas...........................................................................................................61 3.17.1. Planilhas de custo .........................................................................................62 4. ESTUDO DE CASO ................................................................................. ............63 4.1. Plano de contas .................................................................................................64 4.2. Cálculos .............................................................................................................70 4.2.1. Preço de venda a partir do custo ....................................................................70 4.2.2. Preço de venda a partir do mercado ...............................................................85 4.2.3. Limites do preço de venda ..............................................................................87 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................89 REFERÊNCIAS .........................................................................................................92 LISTA DE ABREVIATURAS ABC ....... Custeio Baseado em Atividade CMP ....... custo da matéria prima COFINS ... contribuição para fins sociais CPMF ...... contribuição provisória sobre movimentação financeira Cpr ....... custo de preparação do equipamento CS ....... custo do setor por unidade de tempo CT ....... custo total CTP ....... custo total do processo CTPA ....... custo total por peça acabada Cus ....... custo de execução das peças CV ...... custo variável dime ....... dias trabalhados por mês Dme ...... despesas mensais Dp ....... valor da depreciação DT ...... DV ....... despesa variável Ef ....... eficiência ht ...... despesa total horas trabalhadas por turno ICMS ....... imposto sobre circulação de mercadorias e serviços IE ....... imposto sobre exportação II ...... IOF ....... imposto sobre operações financeiras imposto sobre importação IPI ....... imposto sobre produtos industrializados IPTU ....... imposto territorial urbano IPVA ....... imposto sobre propriedades de veículos automotores IR ...... imposto de renda IRPJ ....... imposto de renda para pessoa jurídica ISS ....... imposto sobre serviços MC ...... MK ....... mark up mh ...... ms ....... máquinas por setor margem de contribuição minutos por hora NPO ....... número de peças da ordem de fabricação PCP ....... planejamento e controle da produção PIS ....... programa de integração social Prod ....... produtividade PV ....... preço de venda PVU ....... preço unitário Q ....... quantidade ou volume QI ....... quantidade inicial QR ....... quantidade de peças recebida RT ....... receita td ....... turnos por dia TP ....... tempo de preparação de máquina Top ....... tempo de operação do equipamento Tind ...... Ttd tempos indiretos ....... tempo total de depreciação (vida útil) Ttop ....... tempo total disponível do equipamento Tus ....... tempo de usinagem por peça Vb ...... valor do bem VI ...... valor das peças iniciais (no estoque antes de entrar novo lote) VNE ....... valor das peças no novo estoque VR ....... valor das peças recebidas (novo lote de peças) ...... somatória LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Representação dos custos fixos...............................................................20 Gráfico 2: Representação dos custos variaveis diretamente proporcionais .............20 Gráfico 3: Representação dos custos variáveis relativamente proporcionais...........21 Gráfico 4: Posicionamento do mark up.......................................... ...........................32 Gráfico 5: Ponto de equilíbrio ........................................................... ......................39 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Folha de operação ............................................................. ......................23 Figura 2: Os níveis da competitividade .......................................... .........................49 Figura 3: Seqüência para posicionar um produto no mercado .................................56 Figura 4: Formação dos grupos de custo ................................................................62 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Coleta de preços concorrentes............................. ....................................45 Tabela 2: Posicionamento do preço praticado em relação à concorrência ..............45 Tabela 3: Desempenho da indústria brasileira....................... ..................................50 Tabela 4: Inventário de máquinas.............................................................................70 Tabela 5: Demonstrativo do cálculo de depreciação........ ........................................71 Tabela 6: Depreciação acumulada por centro de custo............................................71 Tabela 7: Máquinas responsáveis por absorver o custo...........................................73 Tabela 8: Gastos com salários por centro de custo......... .........................................74 Tabela 9: Demonstrativo dos gastos de janeiro a julho para cálculo do custo do mês de agosto .................................. ..............................................................................75 Tabela 10: Relação das despesas diretas e indiretas divididas por centro de custo .........................................................................................................................77 Tabela 11: Total dos gastos indiretos...................................... .................................78 Tabela 12: Alocação dos custos diretos e salários por centro de custo correspondente ................................................. .......................................................79 Tabela 13: Soma por centro de custo dos custos diretos mais as despesas rateadas............................................................... .....................................................79 Tabela 14: Eficiência produtiva.................................................................................80 Tabela 15: Determinação das despesas de cada centro de custo por unidade de tempo............................................................ ............................................................81 Tabela 16: Folha de operação....................................................... ...........................82 Tabela 17: Despesas atreladas a vendas.................................................................84 Tabela 18: Coleta dos preços de mercado............................. ..................................85 Tabela 19: Posicionamento em relação aos preços concorrentes............................86 Tabela 20: Preço a partir do lucro mínimo esperado......... .......................................88 Tabela 21: Limites superior e inferior do preço de venda.........................................88 1. INTRODUÇÃO O controle do custo e do preço de venda não é uma atividade recente, este trabalho vem de longa data e tem como um dos objetivos principais o controle do lucro. Com a tendência do mercado em criar concorrências mais acirradas, força o empresário a conhecer e reduzir os custos e praticar políticas de preço de venda antes nem cogitadas. Uma administração eficaz pode melhorar os lucros através do balanceamento volume de vendas X redução de custos X diferenciação do preço de venda. Este balanceamento feito de forma competente reflete diretamente na saúde financeira da instituição e irá garantir a sobrevivência da empresa a longo prazo. Para muitos a manutenção da empresa é dada por preços de venda que cubram seus custos e ainda incorpore um índice satisfatório de retorno sobre o capital aplicado. É importante salientar que o aumento das vendas também pode ser obtido por outros fatores além de diferentes políticas de preço de venda, como, aumento das propagandas, políticas mais agressivas do departamento de venda e melhoria da qualidade aparente do produto, ou seja, praticar o marketing. Apesar de citado anteriormente que o preço de venda ideal é aquele que cobre o custo e incorpora lucro, não podemos esquecer que o mercado é responsável pelo controle de boa parte dos preços, assim sendo, a maioria dos produtos possui um preço objetivo, também conhecido por “target price”, a ser praticado sendo por isso que muitas empresas “quebram”, primeiro por não encontrarem o preço objetivo para seus produtos e segundo, quando encontram muitas vezes não possuem custo para mantê-lo. Como é visto, o preço de venda é obtido de forma interativa entre os custos internos da empresa e do mercado. Por isso, o presente trabalho pretende mostrar ferramentas e conceitos para determinação do preço de venda e no final aplicar em um estudo de caso. 1.2. Objetivos 1.2.1. Objeto Geral Formulação do preço de venda analisando fatores de mercado (preços concorrentes e nicho de mercado) e fatores internos a empresa (custos diretos e indiretos). 1.2.2. Objetivos Específicos a) Determinar o nicho de mercado; b) Definir a política de venda utilizada neste nicho de mercado; c) Determinar os impostos e encargos sobre o preço de venda; d) Levantar os custos diretos e indiretos; e) Proporcionar treinamento de pessoal; f) Fornecer maior embasamento ao departamento de vendas de para negociações; g) Padronizar as vendas entre todos os vendedores; h) Obter a lucratividade desejada. 2. METODOLOGIA A elaboração deste estudo realizou-se a partir da percepção da necessidade de parâmetros que delimitassem e orientassem o departamento de venda de uma industria metal mecânica no que se refere a formação do preço de vendas. Portanto para atingir o objetivo proposto os métodos que serão utilizados para a confecção desta monografia serão: Pesquisa Bibliográfica: segundo Servo e Bervian (1983, p. 55) “procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema”. Estudo de caso: Já no estudo de caso houve a necessidade de se basear em dados quantitativos para exemplificar e fortalecer o processo proposto neste trabalho. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Preço de Venda O preço de venda é o resultado de um conjunto de fatores associados como mercado (preços de mercado, necessidade de consumo, etc), estoque (logística), custos [custos diretos (preço da matéria, custo de mão de obra direta, etc), custos indiretos (custo administrativo, material de consumo, etc)], impostos, despesas, comissões, perdas de processo, e lucro. A partir da relação preço de venda e custo de produção num regime de concorrência perfeita obtêm-se informações importantes para traçar a política de marketing. Por meio dela, o empresário saberá qual o nível de produção ótima e o melhor preço para fixar a partir da determinação do ponto de equilíbrio. O que está ocorrendo em nível mundial e gradativamente no Brasil, é uma crescente concorrência, aumento de importações, tendência de uma liberdade de preços, oportunidade de uma menor concentração de oferta e crescente demanda por qualidade e modernidade, aliada ao fato de maior valorização e conscientização do consumidor e do mercado. Em condições de maior liberdade de mercado e aumento dos níveis de exigências, o poder de barganha do mercado cresce, de forma que o mesmo tende a sinalizar o que está disposto a pagar por um produto ou serviço. Nessas condições, o mercado e a concorrência introduzem uma mudança radical no paradigma até então aceito, ou seja, o preço é dado pelo mercado. Dessa forma, o lucro é igual ao preço aceito menos os custos e despesas [L = P – (C + D)] (BERNARDI, 1998, p. 20). Outro fato importante é o aumento da freqüência nas avaliações levando em consideração a rentabilidade das empresas. E como é sabido a rentabilidade está intimamente relacionada ao preço de venda, portanto é fundamental haver um controle estreito sobre o mesmo. Apesar da importância do preço de venda para o gerenciamento da política de vendas, há uma série de dificuldades para sua obtenção. A seguir é traçado alguns problemas comuns para determinação do preço de venda: - Dificuldade para determinar a despesa geral de fabricação para cada tipo de produto; - Dificuldade para apurar o custo real e poder compará-lo com o custo previsto; - Dificuldade para alocar as despesas comerciais e administrativas a cada tipo previsto; - Influência dos custos fixos e variáveis no preço de venda; - Determinação da taxa de lucro partindo de um preço estabelecido; - Determinação do preço de venda partindo do custo e da taxa de lucro; - Dificuldade em avaliar a estratégia de combinar redução de preços com aumento de volume; - Dificuldade em analisar a decisão de terceirizar ou não. É fundamental que a empresa conheça seus limites de preço, o preço ideal, e o forme corretamente, para entender e praticar o que é possível e saudável, de forma a manter-se notadamente num mercado competitivo ou desaquecido, em que por pequenas diferenças se perde o cliente. Nesse mercado, as margens de erro devem ser mínimas, os erros devem ser bem calculados e a eficiência da empresa é testada freqüentemente (BERNARDI, 1998, p. 26). 3.2. Custos Custo é a somatória das despesas necessárias para a instalação e funcionamento da empresa, ou também conhecido por, gastos com serviços ou mercadorias destinados a obtenção de um lucro. Na maioria das vezes as pequenas empresas tendem a generalizar custos, despesas, investimentos, prejuízos, tudo como uma coisa só, formulando os preços de venda de seus produtos de uma maneira empírica ou muitas vezes incorretamente. Segundo Sebrae (2003, p. 19), para melhorar a administração dos recursos é importante que ao menos seja feita a distinção entre custo e investimento, ou seja: Custos: - São gastos que não se revertem em aumento do patrimônio, contudo há retirada de valores, por exemplo, a compra de materiais indiretos como estopa, a reposição de ferramentas de produção, o pagamento de salários, a compra de matéria prima, dentre outros. Investimentos: - São definidos como ações envolvendo saída de recursos da empresa, contudo estes recursos são revertidos em aumento do patrimônio, também é possível definir investimento como: tudo aquilo que reduz custo ou gera receita. Assim, a compra de uma máquina, o gasto em um dispositivo que levará a redução de tempo e conseqüentemente a redução do custo do produto poderá ser considerado investimento. O custo é composto de muitos elementos que por sua vez, suportam outros custos, assim sendo integram o custo de um produto: matéria-prima, mão-deobra, despesas gerais de produção e despesas complementares. Custos diretos: - Remoções e fixação das ferramentas para o próximo lote. Custos indiretos: - Normalmente são apresentados pelas despesas administrativas, financeiras, comerciais, etc. Custos fixos: - São os que operam independente do volume de produção. Custos variáveis: - São custos dependentes do volume de produção. Segundo Tavares, se analisarmos alguns tipos de custos separadamente veremos que pode-se subdividi-los, como: Custos fixos - estruturais: identificam os custos decorrentes do processo de instalação física da empresa, destacando-se, a título de exemplo, a depreciação de bens patrimoniais. Custos fixos – operacionais: identificam os custos decorrentes das operações normais de produção ou prestação de serviços, destacando-se a título de exemplo, os salários de supervisores, aluguel, luz, telefone e outros. Custos fixos – programados: identificam os custos de programação previa pela empresa, destacando-se a título de exemplo, os gastos em pesquisa e desenvolvimento, propaganda, leasing e outros. Custos variáveis - diretamente proporcionais: identificam os custos que variam de forma diretamente proporcional ao volume de produção ou serviços prestados pela empresa, destacando-se as matérias primas, a mão de obra direta e os encargos sociais incidentes. Custos variáveis – relativamente proporcionais: identificam custos que podem variar positiva ou negativamente proporcional ao volume de vendas. Quando uma empresa aumenta de forma mais acentuada o seu volume de produção e, conseqüentemente, de compras de matérias primas, o seu custo poderá apresentar um comportamento favorável com a redução no preço de compra do material (TAVARES, 2001, p. 17). Abaixo segue a representação gráfica dos tipos de custo: Gráfico 1 - Representação dos custos fixos receita bruta custos fixos Fonte: TAVARES, 2001, p. 19. Gráfico 2 - Representação dos custos variáveis diretamente proporcionais receita bruta custos proporcionais Fonte: TAVARES, 2001, p. 19. Gráfico 3 - Representação dos custos variáveis relativamente proporcionais receita bruta receita bruta custo positivamente proporcionais custo negativamente proporcionais Fonte: TAVARES, 2001, p. 19. 3.2.1. Custeio ABC (Activity Based Costing) Para o desenvolvimento deste trabalho será usado como base para formação do preço de venda a sistemática ABC ou custo baseado em atividade. O custeio ABC difere do enfoque do custeio tradicional, pela forma como os custos são acumulados. O sistema tradicional utiliza um modelo de acumulação de dois estágios. Primeiro os custos são acumulados por função ou departamento e depois rateados pelos produtos através de um simples fator volumétrico de medição. O ABC não é um sistema de acumulação de custos para fins contábeis, ou seja, não apura o custo de produtos e serviços para elaboração de balanços e demonstração de resultados. O ABC é um método de análise de custos que busca rastrear os gastos de uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos diretamente identificáveis com suas atividades mais relevantes, e destas para os produtos. O custeio-baseado-em-atividade estará em condições de apresentar resultados mais precisos, sempre que: A organização utilizar grande quantidade de recursos indiretos em seu processo de produção. A organização tenha significativa diversificação em produtos, processos de produção e clientes. Um dos benefícios obtidos pelo ABC é o de permitir uma melhoria nas decisões gerenciais, pois deixa-se de ter produtos subcusteados ou supercusteados permitindo-se a transparência exigida na tomada da decisão empresarial, que busca em última análise, otimizar a rentabilidade do negócio. O ABC em sua forma mais detalhada pode não ser aplicável na prática, em virtude de exigir um número excessivo de informações gerenciais que podem inviabilizar sua aplicação. O custo da coleta e manipulação detalhada teria que justificar o seu benefício. Este conceito tem como objetivo facilitar a mudança de atitude dos gestores de uma empresa a fim de que estes, paralelamente a otimizem. 3.2.1.1. Folha de operação (roteiro de fabricação) Como forma de organização da produção e conseqüentemente da determinação dos custos, o presente trabalho se apóia na estruturação dos custos por meio de “Folhas de Operação” ou também conhecidos por “Roteiros de Fabricação”. Estes “Roteiro” são a formalização dos processos de fabricação, determinando por quais Máquinas e/ou Grupo de Máquina e/ou Centro de Custo as peças devem passar para sofrer transformação (de qualquer gênero: mecânica, química. etc...). Normalmente os “Roteiros” são construídos por profissionais que conheçam bem os processos de fabricação, isto traz confiabilidade para todas as funções que baseiam seus trabalhos nesta ferramenta (PCP, gerentes de produção, operadores de máquina, controladoria, dentre outros). A seguir é mostrado um exemplo de “Folha de Operação”: Figura 1 - Folha de operação logo da empresa código rev. qtde código de barra descrição do produto código da m. prima descrição da matéria prima centro de processo custo Fonte: Própria. descrição do processo tempo exec tempo prep. 3.2.2. Rateio Para grande parte das empresas que começam a estruturar as planilhas de custo, encontram dificuldades em alocar parte dos gastos para obterem o custo do produto, normalmente os gastos ligados a setores como administração, vendas, projeto, dentre outros, ou seja, principalmente aquelas despesas que não estão ligadas a produção. Para ajudar a atenuar os problemas de alocação de despesas é que utiliza-se o artifício do rateio. Uma vez identificados os gastos e diante da necessidade de classificação dos mesmos em custos e despesas, observadas as características particulares de cada item, da empresa da relevância, da relação custo/benefício, definem-se as bases de rateio que mais se aproximam ou traduzam a efetiva utilização do recurso (gasto). Cada empresa, de posse da relação total de gastos, deve examinar cada item e, assim, diante das condições próprias, organizacionais e operacionais, avaliar as condições específicas de rateios, fatores e bases, de forma a assegurar os critérios mais apropriados “à situação analisada”. A organização contábil é fundamental, bem como alguns controles paralelos, principalmente nos gastos mais relevantes, de maneira que o número de rateios seja o menor possível, aumentando conseqüentemente a precisão da apuração dos custos (BERNARDI, 1998, p. 44). Para o presente trabalho o rateio será uma ferramenta de suma importância e será utilizado para dividir todas as despesas que não estão ligados diretamente a produção. 3.2.3. Target Cost (Custo-Alvo) Enquanto muitas empresas não adotam políticas claras para determinação do preço de venda, travando entre si disputas de preços como forma de conquistar o cliente, erram por não delimitar seu limite mínimo do preço de venda. Este tipo de atitude leva a uma corrida de redução de preços entre concorrentes e trás como conseqüência à chamada “espiral da morte” onde os concorrentes reduzem seus preços a patamares menores que o próprio custo e passam a praticar esta política freqüentemente alcançando muitas vezes seu “óbito”. Contudo, como o custo é um forte delimitador do preço de venda, há a importância de se realizar um trabalho de determinação do mesmo e posiciona-lo corretamente como forma estratégica de competitividade. Uma boa parte dos sistemas de custo são inadequados para planejar melhorias. Foram desenvolvidas com o propósito primário de fornecer subsídios para relatórios financeiros, sem objetivar a melhoria contínua. Os custos-padrão formam a base dos demonstrativos operacionais e das projeções financeiras. O que as empresas estão almejando é a redução de custos operacionais no decorrer do período, a partir de metas estabelecidas, novos procedimentos precisam ser adotados. Os sistemas devem auxiliar na divulgação da meta e no acompanhamento de seu atingimento, tanto sucesso como fracasso. Uma definição do que é o target costing, Ansari (apud HANSEN, 1997, p.3) diz: O Target Costing é um sistema de planejamento de lucros e gerenciamento de custos que é guiado pelo preço, focado no cliente, centrado no projeto e que é multifuncional. O custeio-meta inicia o gerenciamento de custos no estágio inicial do desenvolvimento do produto e é aplicado durante o ciclo de vida do mesmo por um envolvimento ativo de toda a cadeia de valor (Disponível em: http://www.cpq.fearp.usp.br/pesq/contabilidade.html, 2003). Conforme Hansen e Teixeira (2003, p. 4), Após mostradas as definições, é preciso estabelecer as premissas. Premissas são fatos ou princípios que servem de base à conclusão de um raciocínio e que não estão em discussão no momento do estudo. Assim, elas são aceitas de forma a balizar e fundamentar uma teoria. As premissas em que o Target Costing opera são: 1. A sobrevivência da empresa é garantida pelo lucro – isto significa que o Target Costing será aplicado somente em empresas ou instituições que sobrevivam através do lucro obtido em suas operações. 2. A definição do custo ocorre antes do início do processo produtivo – parte-se do pressuposto de que todas as decisões são tomadas durante a fase de projeto do produto, pois quando iniciada a fase produtiva não há como alterar significativamente a composição dos custos. 3. A competição é o fator determinante na definição do custo – só se pode aplicar o Target Costing em empresas ou instituições que estejam inseridas em mercados altamente competitivos. Aos estabelecer as premissas, deve-se apontar os objetivos e princípios do Target Costing. Os objetivos do Target Costing podem se resumir em: • Mudar a visão da formação do preço de venda, onde o custo não é o fator que determina o preço e sim o preço é que determina o custo. • Promover uma completa integração entre todos os setores da empresa, visto que, para que o Target Costing funcione corretamente, todos os setores da empresa têm que estar em perfeita sintonia a fim de que os esforços para redução de custos consigam ser plenamente atingidos. • Fazer a análise do custo do produto não apenas no seu estágio de produção, mas também no seu ciclo de vida completo. • Otimizar o custo total do produto sem fazê-lo perder, contudo, seu padrão de qualidade. • Alcançar o lucro alvo esperado, tornando a obtenção do custo alvo uma atividade de administração do lucro por toda a empresa. E, alguns princípios, os quais norteiam e fundamentam o Target Costing. São eles: • Custo guiado pelo preço: Este é um princípio fundamental do Target Costing. Estabelece que não são os custos que determinarão o preço de venda, conforme a visão tradicional, mas que a partir do preço de venda é que são estabelecidos os custos a serem incorridos. • Enfoque no consumidor: Significa que a voz do consumidor move todo o processo. Os desejos dos consumidores em termos de qualidade, custos e tempo são simultaneamente incorporados nas decisões de produto e processos, guiando a análise de custos. O custo alvo deve ser atingido sem sacrificar o desejo do consumidor, sem diminuir a performance e a confiabilidade do produto e sua introdução no mercado. • Enfoque no projeto: Os custos de um produto são determinados no projeto e, depois do início do processo produtivo eles não podem mais ser evitados. O sistema de Target Costing trabalha com os custos antes que eles sejam incorridos. Os custos depois do projeto pronto e do produto já em fase de processo, na maioria das vezes, são praticamente imutáveis. • Envolvimento da empresa como um todo: Toda a empresa é responsável pelo alcance do lucro alvo, através da obtenção do custo alvo. Isto envolve a empresa de maneira global. • Orientação para o custo do ciclo de vida: Não se pode restringir a análise dos custos apenas ao seu estágio de produção. Para que seja efetivo, o Target Costing deve levar em consideração, para o consumidor, o custo de propriedade, e para o produtor, a minimização dos custos nos diversos estágios do produto. • Envolvimento da cadeia de valor: por se tratar de um processo de gerenciamento estratégico, o Target Costing, para ser eficiente e eficaz, deve se preocupar em estabelecer parcerias com os diversos membros da cadeia de valor, para alcançar a vantagem competitiva e, conseqüentemente, o lucro esperado (Disponível: http://www.cpq.fearp.usp.br/pesq/contabilidade.html, 2003). Para a operação do target costing, é preciso manter congelados os custos-padrão por um período significativo a fim de estabelecer uma base para o sistema que possibilite elaborar projeções financeiras e, posteriormente, informar os resultados reais e compara-los aos planejados. Apesar da necessidade de fixar o custo-padrão por um tempo determinado, há a dificuldade de se estabelecer o período correto. Quando os fatores do custo sofrem alterações freqüentes e acentuadas, a determinação do período do custo-padrão tem importância predominante. Nos regimes de economia estável o custo-padrão é preparado para o ano inteiro. No Brasil, onde há flutuações inflacionárias, as empresas preferem períodos menores, tanto para orçamento quanto para custo-padrão, operando geralmente na base trimestral ou semestral. Isso proporciona a empresa maior flexibilidade e maior chance de acerto. 3.2.4. Centro de custo Devido à forma de estruturação do custo ABC ou custeio baseado em atividade se faz necessário dividir o setor produtivo em áreas de alocação de recursos, ou também conhecido por centros de custo. Isto facilita a apuração dos custos e dependendo da complexidade pode subdividir os centros de custo em grupos de máquina. Os centros de custo são lugares ou seções de uma empresa que recebe as cargas dos custos com a finalidade de saber o quanto se aplicou para mantê-la. O uso dos "centros" visa facilitar o conhecimento ou a informação sobre o que se investe em cada parte do processo produtivo ou de realização de tarefas. Em geral, o critério adotado para as divisões de tais centros é o da natureza dos trabalhos ou responsabilidades administrativas. Em geral, a escolha dos centros é feita dada a maior facilidade de realizarse entre eles o rateio dos elementos indiretos do custo. Os centros de custos ajudam no momento de gerar o preço de venda de um produto ou serviço. Para criar os centros de custo primeiramente deve-se dividir os setores como: Setores auxiliares: são “áreas” ou “centro de custos” da empresa que não estão diretamente envolvidos na elaboração do produto ou serviço final, porém são necessários para sua produção. Setores de produção: são “áreas” ou “centro de custos” que estão diretamente envolvidos na elaboração do produto ou serviço final (CRUZ, 2003. Disponível em: http://www.valdircruz.hpg.ig.com.br). Para facilitar a alocação dos gastos em cada centro de custo deve-se obedecer uma regra principal; o setor que compõe um centro de custo deve envolver atividades principais afins, isso quer dizer que, o centro de custo de tornos deve ser composto principalmente por atividades de torneamento, isso não quer dizer que se execute somente estas atividades, mas que estas são as atividades principais. Em caso de necessidade é possível subdividir o centro de custo em grupo de máquina, isso se faz da seguinte forma; supomos que apesar do setor de tornos ser um centro de custo bem estruturado, há um grupo de tornos convencionais e outro grupo controlado por comando numérico computacional (CNC), sabemos que a mão de obra, os equipamentos e as atividades dos tornos convencionais são mais simples e exigem menos qualificação profissional, portanto não é correto descarregar o custo das máquinas mais caras (CNC) naquelas mais simples (convencionais), assim subdivide-se o centro de custo em grupos de máquina convencional e CNC. 3.3. Despesas De todos os gastos ocorridos numa estrutura uma parte se transforma em custo e outra em despesas sendo que as despesas são destinadas principalmente a geração de receitas, ou seja, em atividades administrativas como departamento financeiro, contabilidade, assessoria da qualidade, dentre outros e também vendas. As despesas de uma empresa podem ser classificadas segundo sua natureza e finalidade em: • Despesas de Vendas • Despesas Administrativas com pessoal uso de bens utilidade e serviço honorários • Despesas gerais • Impostos e taxas • Provisões As despesas devem ser contabilizadas conforme os departamentos e atividades que compões a Administração e Vendas, de forma que sejam avaliadas e controladas as responsabilidades (BERNARDI, 1998, p. 133). A despesa também é uma informação interessante, se não fundamental, para avaliar o retorno financeiro de lojas, centros de distribuição ou até departamentos. Para isso é necessário analisar despesas X faturamento e despesas X lucro. 3.4. Depreciação Os bens sofrem diminuição de valor pelo uso, pela ação do tempo ou também pela obsolescência tecnológica. Essa diminuição qualitativa e quantitativa do bem consiste na alteração de seu aspecto físico e/ou produtivo, conseqüentemente, de seu valor. A depreciação é uma despesa compulsória. Este é um custo que muitas vezes é esquecido de ser considerado, pois não representa gasto imediato mas sim uma provisão da necessidade futura de investimento nestes bens. Pode-se obter as informações para o cálculo do custo real da depreciação nas notas fiscais de aquisição do imobilizado, sendo que os dados de vida útil de cada bem serão definidos com base na realidade de cada empresa, ou seja, na própria expectativa de uso. O cálculo da depreciação pode ser representado por: Dp = Vb / (Ttd (em anos) x 12 meses) Dp = valor da depreciação Vb = valor do bem Ttd = tempo total de depreciação (vida útil). Com esta fórmula conseguimos obtemos um valor mensal o qual deve ser adicionado ao custo das peças. Este valor corresponde a parcela mensal da aquisição de uma máquina nova no final do período de depreciação. Esta fórmula não deve ser considerada como perfeita, pois é sabido que o valor da nova máquina (quando de sua aquisição) não será igual ao valor que está sendo depreciado. O valor pode variar para mais ou para menos, contudo, como é extremamente difícil definir o preço de uma máquina numa projeção de 5, 6 ou até mesmo 10 anos a fórmula anterior serve como referência. Pode-se sofisticar a fórmula adicionando fatores multiplicativos da inflação dentre outros. Apesar de todas as análises não se deve esquecer que no final da vida útil econômica, os bens ainda possuem um valor de mercado, o qual é denominado valor residual. Se levarmos em consideração este valor residual, o que tornará o cálculo mais preciso, contudo menos conservativo, teremos a seguinte equação: Dp = {[Vb / Ttd (em anos)] - % de valor residual} / 12 meses 3.5. Mark up Para facilitar a formação do preço de venda a partir do custo do produto, surge o conceito de um fator que multiplicado pelo custo determina o preço de venda. Segundo Bernardi (1998, p. 250) "Mark UP" vem do Inglês e significa: remarcar para cima, elevar preços e representa exatamente o valor (percentual %) que é adicionado no custo de reposição do produto para se obter o preço final de venda. Para alcançar um valor final de vendas, deve-se estar claro que é necessário cobrir todos os custos, as despesas fixas, as despesas variáveis de venda e os impostos e ainda obter a taxa e retorno esperada. O mark up pode ser usado distintamente no leque de produtos da empresa, ou seja, produtos diferentes margens variáveis. Isto porque os produtos podem estar em mercados diferentes onde as políticas mercadológicas não são as mesmas. Uma incoerência costumeira é utilizar o mark up como sendo o lucro de vendas, esta política além de perigosa não é verídica. Para comprovar o fato analisamos o seguinte caso: se uma empresa usa o mark up de 2, o que para muitos seria como lucrar 100%, isto não é correto, pois existem impostos e despesas que precisam ser pagos com o produto da venda, não restando um lucro de 100% sobre os custo. (BERNARDI, 1998, p. 250) Para o cálculo do mark up, normalmente é usado a fórmula a seguir: Mark up = ______________________1_____________________________ 1 – (%impostos + %comissão + %inadimplência + %frete + %lucro) / 100 Através de uma rápida análise da função anterior, é possível comprovar que o mark up não é igual ao lucro, mas uma composição de despesas atreladas a venda somado ao lucro desejado. Gráfico 4 - Posicionamento do mark up preço de venda mark up lucro impostos + comissões despesas soma dos custos fixos/variáveis Fonte: Própria. Deve-se estar bem claro que o preço de venda obtido através de cálculo com o índice mark up é um referencial a ser analisado, portanto não é de forma alguma uma imposição a qualquer departamento da empresa ou ao mercado. O mercado nacional está passando por momentos econômicos melhores que no início da década de 90 onde os juros eram exagerados, isto fazia com que toda tentativa de traçar táticas e estratégias baseadas no preço acabassem em erros, o que compensava as oscilações dos juros eram as indexações generalizadas. Este tipo de política não é aceito em economias estáveis onde os estudos em cima de custos são mais refinadas e perduram por mais tempo, podendo sempre otimizar os gastos. 3.6. Margem de contribuição Na teoria da margem de contribuição não deixa de haver um mark up multiplicador para formação do preço de venda. O conceito de margem de contribuição é um dos mais importantes quando se analisa tanto o preço de venda de um produto, como o resultado de um determinado mês. Segundo Bernardi (1998, p.282) margem de contribuição de um produto, mercadoria ou serviço é a diferença entre o valor de vendas, os custos variáveis e as despesas variáveis da venda. Isto significa que podemos avaliar o quanto cada venda contribui para pagar os custos fixos e despesas fixas. Esquematicamente temos que: MC = PV – (CV + DV) MC = Margem de contribuição PV = Preço de venda CV = Custo variável DV = Despesa variável No conceito da margem de contribuição os custos fixos e as despesas fixas são pertencentes a empresa, ou seja, não faz parte dos cálculos para a definição do mark up. A análise por este método concentra-se na avaliação da capacidade de cada produto ou mercadoria contribuir individualmente para a cobertura dos custos e despesas fixas, através da margem de contribuição. 3.7. Impostos e encargos Os encargos sociais são os pagamentos de outras contribuições além da remuneração percebida pelo empregado através da folha de pagamento. Para Cruz (2003, p. 2) é importante que todos os encargos façam parte do cálculo do custo e se necessário subdividi-los em encargos sociais diretos e encargos sociais indiretos, os quais incidem sobre a mão de obra direta e indireta respectivamente. Os impostos são tributos cobrados pelo governo com a finalidade de arrecadação para melhorias ou manutenção de diversas áreas como, saúde, transportes, educação dentre outras, e temos que os principais impostos cobrados atualmente no país, são: - imposto de renda (IR); - imposto sobre produtos industrializados (IPI); - imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS); - imposto sobre operações financeiras (IOF); - imposto sobre propriedade territorial urbana (IPTU); - imposto sobre importação (II); - imposto sobre exportação (IE); - imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA); - contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF); - imposto sobre serviço (ISS). Contudo, para saber quais os impostos que recaem sobre a empresa é necessário identificar se está registrada com tributação Simples, Lucro real ou Lucro presumido. Dentro de cada grupo de registro incidem impostos e alíquotas diferentes e é de suma importância que o empresário calcule muito bem os débitos e também os créditos, se houverem, antes de registrar a empresa, pois uma escolha mal feita pode trazer grande prejuízo financeiro. Isto é notado por uma grande parte dos empresários mal assessorados que normalmente se dão conta após já terem perdido reservas significativas. 3.8. Eficiência, eficácia, produtividade e qualidade Sabemos que o preço de venda está intimamente relacionado ao custo do produto, e o custo do produto está relacionado a fatores produtivos, sendo assim não podemos deixar de referenciar índices importantes de controle da produção. Segundo Silveira Neto (2004, p. 1) com o aperto da cobrança de resultados pelas organizações, com as restrições orçamentárias existentes e com a busca do aumento das vendas, torna-se fundamental o estabelecimento de critérios para a análise dos resultados obtidos pelas pessoas, equipes e empresas. Sabendo então da importância de critérios, que critérios deverão ser utilizados? Através de um artigo na National Productivity Review, propõem sete critérios para a análise dos resultados obtidos a partir de objetivos fixados. É importante que a definição do que se pretende atingir ao final é essencial para a mensuração dos critérios propostos, e essa definição deve se realizar antes do início de um trabalho. Começamos ressaltando quatro dos sete critérios básicos: Eficiência: - É a relação entre os recursos que deveriam ser consumidos e os recursos realmente consumidos. Eficácia: - É a relação entre os resultados obtidos e os resultados desejados ou previstos. Produtividade: - É a relação entre os resultados obtidos e os recursos consumidos. Qualidade: - significa conformidade com os requisitos, segundo Philip Crosby em seu livro Qualidade é Investimento (SINK apud SILVEIRA NETO, 2004, p. 1). Então, é possível alguém ser eficiente sem ser eficaz. Um lote de peças produzido utilizando os insumos necessários indica a eficiência, contudo se o lote a produzir deveria ter sido outro, isto retrata a falta de eficácia. Da mesma maneira, produtividade, isoladamente, é um critério que pode confundir e até mascarar o desempenho. Há determinadas células de trabalho que podem aumentar a produtividade após a substituição de uma máquina antiga por uma nova, com mais tecnologia, contudo se o operador não estiver apto a operar a máquina ele poderá produzir peças com defeito, aumentando as perdas por falta de qualidade. Os outros três critérios listados por Sink (apud Silveira Neto, 2004), rentabilidade, qualidade de vida no trabalho e inovação, não serão discutidos neste trabalho, o que não significa que sejam menos importantes: sem qualidade de vida no trabalho, inovação e rentabilidade as empresas certamente perderão espaço no mercado e colocarão sua existência em risco. A dúvida gira em torno de quais critérios devem ser seguidos para a obtenção de um bom resultado da empresa? É melhor ser mais eficaz, ou eficiência com qualidade é mais correto? Todos os critérios são importantes, mas o que mais importa realmente é conhecer, determinar e oferecer com seus produtos e serviços aquilo que atinja o grau de exigência e satisfação do seu consumidor, cliente ou usuário. De nada adianta oferecer o mais eficiente serviço de que se tem notícia, se para tanto os recursos despendidos foram de tal ordem que inviabilizam a rentabilidade como um todo. Também ser apenas superprodutivo não diz nada por si só, se o que é produzido não apresenta uma qualidade aceitável. As áreas de tecnologia tem sido eficazes como um todo, mas sua eficiência e produtividade podem melhorar. Mais preocupados em produzir resultados do que avaliar despesas, conflitos e problemas interpessoais criados durante a busca desses resultados, a qualificação gerencial do corpo dirigente nas áreas tecnológicas precisa melhorar, pois há outros critérios cujo peso influiu fortemente entre os profissionais, como qualidade de vida no trabalho, oportunidade e consideração pessoal. E também há critérios que as empresas e organizações estão cobrando cada vez mais, como rentabilidade e qualidade (SILVEIRA NETO, 2004, p. 2). Para determinação de um valor quantitativo que mostre a influência da eficiência sobre o custo do produto, temos a seguinte fórmula: Ef = Top / Ttop Prod = Top / Ttop – Tind Ef = eficiência; Top = tempo de operação do equipamento (produzindo peças conformes); Ttop = tempo total disponível do equipamento (número de horas que o equipamento está ou deveria estar apto a operar); Prod = produtividade; Tind = tempos indiretos (manutenção, falta de energia, limpeza do equipamento, etc.). 3.9. Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio ou também conhecido por alguns autores como ponto de nivelamento acontece quando a empresa não obtém lucro nem prejuízo simultaneamente. Normalmente para facilitar os cálculos e a interpretação, o ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto onde as receitas igualam-se as despesas totais, representa-se através do volume de peças a vender ou serviços a prestar. Assim temos que: RT = CT + DT RT = Receita Total = volume (Q) multiplicado por um preço unitário (PVU) CT = Custo Total = custos variáveis (CV) + custos fixos (CF) DT = Despesa Total = despesas variáveis (DV) + despesas fixas (DF) Se reescrevermos a fórmula acima temos: Q = (RT + DT) / PVU Analisando o texto e a fórmula anterior concluímos que para encontrarmos o ponto de equilíbrio também podemos reescrever a fórmula da seguinte maneira: Q = (CF + DF) / (MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO) Segundo Bernardi (1998, p. 161), com a aplicação do conceito, a quantidade de vendas em unidades (volume) necessária para que a empresa cubra seus custos e despesas fixas é calculada de maneira que o lucro seja zero. A partir deste ponto Q portanto é que a empresa passa a gerar lucros. Gráfico 5 - Ponto de equilíbrio Custos e despesas variáveis 20 Receita total R$ 15 Custos e despesas totais 10 5 Custos fixos e Despesas fixas Ponto de equilíbrio 0 0 1 2 Prejuízo 3 4 5 Lucro 6 7 8 volume Fonte: Própria Graficamente, verifica-se que custos fixos e despesas fixas permanecem constantes, independentemente do volume, e que ou custos totais e as despesas totais iniciam-se a partir do componente fixo a volume zero. Portanto, os custos variáveis e as despesas variáveis representam a diferença entre ambas, demonstrada no gráfico pelo ângulo formado. O ponto no qual a linha da receita total encontra-se com a linha dos custos e despesas totais é o ponto de equilíbrio ou o Q desenvolvido na fórmula, ou seja, neste ponto a receita é igual ao custo total (BERNARDI, 1998, p. 161). O ponto de equilíbrio tem larga aplicação pois permite identificar o volume de produção mínimo que se deve atender uma vez que, abaixo dele, a empresa estará acumulando prejuízo. É importante ressaltar que apesar de Bernardi (1998) ter o alegado que os custos e despesas fixas permanecem constante independente da quantidade, é possível encontrar divergências. Isto porque na prática a linearidade do custo é discutível, essa linearidade somente ocorre dentro do intervalo relevante entre valores nem pequenos nem muito grandes de quantidade. Um exemplo da variação dos custos fixos é que de acordo com o aumento do volume de vendas, em muitas instituições, ocorre a necessidade imediata de incorporação de mão de obra o que acarreta numa elevação dos custos fixos. Outro fato interessante sobre o gráfico é a de que as regiões de início e final do mesmo sofrem distorções pois, no início, os fatores de produção não podem ser utilizados com bom rendimento, não ocorre uma boa divisão de trabalho acarretando falta de ajuste no processo de produção. A medida que a produção aumenta as falhas vão reduzindo e conseqüentemente os custos variáveis. Contudo quando a produção trabalha em seu limite de fabricação os resultados começam a decair e os custos variáveis voltam a crescer. Também é importante relatar que com o aumento da produção há o incremento das compras, fazendo com que o poder de barganha do departamento de compras cresça, isso traz como benefício a redução dos custos variáveis unitários. 3.10. Mercado O poder do mercado faz com que as empresas alterem estratégias, invistam em tecnologia e em qualificação de mão de obra. Diversos prejuízos e benefícios a humanidade já presenciou devido a lutas em prol do domínio de mercado não só entre empresas como entre povos. Mas o que vem a ser mercado? Mercado é a área geo-econômica, onde as forças da oferta e da procura se defrontam para transacionar bens e serviços por um certo preço, num determinado período de tempo. Alguns mercados são dominados por algumas empresas grandes, outros contem milhares de vendedores. Um mercado onde poucos vendedores tem certo poder é denominado oligopólio, isto pode trazer prejuízos para o mercado consumidor pois o cliente está sujeito a uma escolha limitada de marcas ou serviços e conseqüentemente dos preços. Um exemplo de oligopólio no Brasil é o mercado de telefonia. Alguns mercados são ainda mais concentrados, havendo apenas uma empresa ofertante, este mercado é conhecido por monopólio, se comparado com os outros tipos de mercado, este é sem dúvida o pior em questões comerciais. Normalmente neste tipo de mercado o preço é determinado única e exclusivamente pelo ofertante. Para exemplificarmos um monopólio aproveitamos o caso da Petrobrás, onde, no Brasil, é a única empresa a refinar derivados do petróleo. As distribuidoras são obrigadas a comprar desta única empresa ficando a mercê de seus preços. E finalmente é apresentado um mercado que possui grande número de vendedores e compradores e nenhum deles tem controle sobre o preço, constituindo uma concorrência perfeita ou mercado competitivo (FACULDADE ANHEMBI MORUMBI, s/d, p. 116). Para obter o maior e melhor retorno do mercado é necessário conhecê-lo e posicionar-se corretamente dentro deste mercado, o que será visto mais adiante. A permanência das empresas no mercado está vinculada a constante parametrização dos concorrentes, dados de vendas passadas, fatores sócioeconômicos, fiscais, avanço tecnológicos e a fatores produtivos. Uma forte tendência das empresas para manterem-se no mercado é a ligação mais estreita com fornecedores, ou seja, unir o máximo de empresas envolvidas na confecção de um produto, objetivando a melhoria da eficiência do conjunto. 3.11. Agentes de mercado A procura pelo bem é o desejo do consumidor em adquirir determinado volume de produtos ou serviços por um período de tempo estimado. Um fator influente nesta decisão é o preço a ser pago. Para a Faculdade Anhembi Morumbi (s/d, p. 118), há alguns elementos que explicam a procura pelo produto: Elementos da procura: a. Objetivos - são os que determinam de um modo objetivo o comportamento do consumidor: é a quantidade de mercadoria procurada. b. Subjetivos -é a disposição de adquirir; é a percepção da utilidade segundo a qual o indivíduo faz o sacrifício para comprar esta utilidade. c. Condicionantes - o preço - condiciona o comportamento do consumidor. As opções de compra são feitas em função do preço. O tempo também influencia a procura, condicionando o comportamento do consumidor. • Limites da procura: - Máximo - é o próprio preço - Mínimo - é a sociedade. A oferta é a quantidade de bens e serviços que o ofertante leva ao mercado e está disposto a vender por certo preço em um determinado período de tempo. E para a mesma Faculdade Anhembi Morumbi (s/d, p. 118), há outros elementos que explicam a oferta do produto: Elementos da oferta: a. Objetivos - é a quantidade de mercadorias que o ofertante vai vender. b. Subjetivos - é a vontade que o ofertante tem ou não de vender seu produto. c. Condicionantes - Preço: representa compensação em dinheiro do sacrifício pela produção. - Tempo: condiciona também o comportamento do vendedor. É interessante frisar que tanto os elementos da oferta quanto os de procura podem e devem ser trabalhados exaustivamente de forma a manter, ampliar ou reverter o nível de vendas. Através de campanhas de marketing é possível divulgar o produto e inclusive incutir no cliente a pseudo necessidade de aquisição do mesmo, isto é, dentro de determinadas diretrizes. Não é difícil encontrarmos exemplos na mídia onde as empresas fazem campanhas de forma que o cliente cinta a necessidade de possuir determinado bem, ou por pensar que o produto é de extrema utilidade, ou por uma questão de oferta de preço, enfim, os elementos servem para direcionar em qual deles atacar a oferta e a procura. 3.12. Nicho de mercado ou mercado alvo Este é um assunto interessante e que muitas empresas se esquecem ou menosprezam quando partem para lançar seu produto no mercado ou quando querem definir quais são seus concorrentes diretos. Segundo Kotler (1998, p. 37), é impossível uma empresa atuar em todos os níveis de mercado e satisfazer a todas as necessidades, o mercado está se tornando cada vez mais complexo e exigente. Os clientes estão a procura de preços, prazos, acessórios, atendimento, pós-venda, confiança, referências, etc. Para qualquer empresa que conseguir unificar todos os fatores exigidos pelo mercado, tornar-se-á dominante do mesmo. A dificuldade em agregar as benfeitorias sobre o produto e o serviço, está no fato de que para cada melhoria afeta direta ou indiretamente o custo e conseqüentemente no preço de venda. Outro fator importante, é a dificuldade em obter informações sobre os anseios dos consumidores, e quando se obtém, a dificuldade está em processar estas informações e sugerir melhorias ou inovações. Portanto, se analisarmos todos os níveis de mercado, com todas as suas exigências, concluiremos que é impossível atender bem a todos. Por isso deve-se focar um público alvo e trabalhar o mesmo. O que notamos na grande maioria das empresas é que apesar de possuir ou não informações sobre o mercado, toda otimização feita funciona pelo processo de tentativa e erro, ou seja, deu certo implanta, não deu remodela. 3.12. Pesquisa de mercado Muitas vezes faz-se necessário analisar o comportamento dos concorrentes, sendo que a importância desta observação é relativo a necessidade do posicionamento da empresa em relação a outras. Na competição do mercado a sobrevivência de uma instituição depende fortemente de informações, assim, uma ferramenta importante para obtenção das mesmas é a pesquisa de mercado. Para o Sebrae (Disponível http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/conhecaomercado_843.asp. em: 2004), através da pesquisa conseguimos dados para orientar a abertura e expansão de um negócio, conhecer o perfil do cliente, perceber a estratégia da concorrência, dimensionar o mercado, identificar os nichos mais lucrativos, detectar tendências e até avaliar a performance de seu produto. Tudo isso não vem através de uma análise conclusiva, mas sim por intermédio de números, percentuais e observações. O analista deverá interpretar os dados e a partir destes chegar a uma tomada de decisão. De acordo com Tavares (2001, p. 31) para obter informações mais precisas, é necessário conhecer o mercado em que se atua e assim identificar os concorrentes diretos, para posteriormente compara-los. O segundo passo é definir o que será pesquisado, o ideal é que os itens a serem pesquisados sejam do mesmo modelo, caso não seja possível isso trará insegurança ao resultado da pesquisa, e finalmente, é preciso determinar o tamanho da amostragem. Como neste trabalho propomos um estudo para formação do preço de venda e o preço de venda está relacionado também ao mercado consumidor e assim aos concorrentes, apresentamos a seguir uma planilha simplificada para coleta de informações dos preços praticados pela concorrência. É interessante que os preços obtidos sejam para pagamentos a vista, isto irá padronizar a pesquisa, o que é importante para uma posterior análise comparativa: Tabela 1- Coleta de preços concorrentes Produto Concorrêntes (preço de venda a vista) A B C 1 2 3 4 Fonte: Sebrae-SC, 2003. Em posse dos dados coletados na planilha acima, temos que processar as informações e posicionar nosso preço em relação a concorrência. Assim apresentamos a planilha a seguir: Tabela 2 - Posicionamento do preço praticado em relação a concorrência Produto preço de venda praticado preços da concorrência A B C 1 2 3 4 soma diferênça % (concorrente) Fonte: Própria. média da concorrência diferênça % (média) menor preço da concorrência diferênça % (menor) A planilha apresentada acima é formada a partir de dados diretos e cálculos simples como detalhado a seguir: Média da concorrência = preços da concorrência / número de concorrentes; Diferença % (média) = (média da concorrência / preço praticado) - 1; Menor preço da concorrência = menor valor praticado por um concorrente; Diferença % (menor) = (menor preço da concorrência / preço praticado) - 1. Também é possível e interessante calcular a diferença percentual em relação a cada concorrente, ou seja: Soma do concorrente = preços dos produtos de um concorrente; Soma dos preços praticados = preços praticados pela empresa; Diferença %(concorrente) = (soma do concorrente/ soma dos preços praticados) – 1; Através dos dados calculados é possível posicionar o preço do produto em relação a média de mercado, o preço do produto em relação ao menor preço de mercado, e também é possível determinar a posição da empresa em relação aos concorrentes. Devido aos cálculos serem aritméticos, os resultados serão mais simples, é importante citar que há formas mais refinadas de cálculo, utilizando ferramentas estatísticas. Há que se tomar cuidado com os resultados obtidos nos estudos de pesquisa de mercado, não se deve deixar os aspectos econômicos e financeiros de lado, pois caso estes aspectos não sejam considerados na formação do preço de venda, pode ocorrer a “quebra” da empresa por não atingir o ponto de equilíbrio. 3.14. Marketing O Marketing é a ciência capaz de auxiliar a empresa a administrar e segmentar o relacionamento com os clientes, a gestão da marca, a precificação dos produtos e o lançamento dos mesmos, a distribuição e a comunicação. Sua função ainda cresce de importância quando se trata de definir o lugar que uma empresa ou produto deverá ocupar no mercado e, portanto, na mente dos consumidores. É possível selecionar um lugar no mercado e construir este espaço dando-lhe personalidade, traços distintivos, nome e estilo. Para muitos estudiosos, os gastos provenientes de marketing não devem ser computados como despesas mas sim como investimentos. Assim os gastos em feiras, material de propaganda (catálogos técnicos, prospectos, folders, etc.) ajudas a eventos, dentre outros, devem sair de um fundo de reserva destinado a atividades de propaganda. Contudo é possível se beneficiar de determinados tipos de apoio, e no balanço final perceber que o valor desembolsado pela empresa será baixo ou até mesmo nulo. Um exemplo disso são as leis de apoio ao esporte e a cultura, onde é possível se creditar de valores investidos, no momento do pagamento de impostos como imposto de renda. 3.15. Competitividade A competitividade é uma das condições necessária para que uma organização possa prosperar no mercado, no qual fornecedores de bens e serviços disputam a preferência dos consumidores. Pode-se fazer um comparativo entre a competitividade empresarial e as teorias de evolução de Darwin e Lamarck. Pela lei de Darwin o meio faz a seleção perdurando aqueles com maior resistência, e para Lamarck as espécies sofrem mutações para se adaptar ao meio, pois bem, para uma empresa continuar no mercado ela deve permanecer em constante adaptação e no final só restarão as mais resistentes. A competitividade exige que cada empresa e cada pessoa identifique suas competências específicas e faça o melhor uso delas, no sentido de aplicá-las e aprimorá-las. A competitividade, da mesma forma que a seleção natural, impõe a aprendizagem e a melhoria contínua às organizações. Para entendermos o termos competitividade é necessário secioná-lo e assim encontrar pelo menos dois sub-conteúdos: competição e produtividade. É assim que alguns especialistas encaram o termo. A Competitividade Empresarial e Estrutural dependem muito da capacidade da liderança da empresa em enxergar o mercado, os negócios, os clientes e os fornecedores sob um novo prisma. Inovar também significa a capacidade das organizações de desenvolver habilidades, de antecipar o futuro. O professor Michael Porter enuncia assim o seu conceito: “Produtividade é o valor do que é produzido por unidade de trabalho ou capital (...) depende tanto do valor dos produtos e serviços quanto da eficiência com que eles foram produzidos”. Competitividade deve ser também associada à capacidade de inovação de uma nação, seja estratégica ou tecnológica, é um elemento crítico e central para garantir o nível de competitividade. Quando isso ocorre, pode-se afirmar que é possível aumentar o nível de prosperidade, cuja essência reside no crescimento econômico. Esta questão torna-se crítica para o Brasil, por ser um país com problemas sociais expressados em seus indicadores. A questão competitividade: Competitividade tem a ver com o preço dos produtos que você compra nas lojas do seu bairro. Competitividade também está ligada à qualidade das estradas, à eficiência das comunicações, às leis editadas pelos governos, à distribuição da população e aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos conhecimentos e tecnologias. Como se vê, competitividade está presente na realidade de todos. Para entender de modo ainda mais claro como se estrutura a competitividade, é preciso compreender que ela ocorre em três níveis, que estão descritos na figura 2. A representação gráfica indica que a competitividade se estrutura em três níveis: o Sistêmico, compreendido aqui como o ambiente dos fatos oriundos de variáveis incontroláveis como as leis, a economia, a tecnologia; o Estrutural, que corresponde ao espaço onde está situada a região, setor ou cadeia produtiva; e, por fim, o Empresarial, que é responsável por expressar as questões relativas à própria empresa, como gestão, capacidade empreendedora e concepção de negócio. Como elementos estratégicos, ainda aparecem a Inovação e o Marketing, que devem, permanentemente, servir de referência para o entendimento do desafio da competitividade para empresas, governos, regiões e instituições (MATTOS, 2002, p. 17). Figura 2 - Os níveis da competitividade Fonte: MATTOS, 2002, p. 22. Portanto, pode-se afirmar que a inevitável interação entre os três níveis produz a Competitividade Global. Ou seja, ao realizar a análise do sistema, você terá um diagnóstico favorável para o negócio quando obtiver uma performance positiva em termos de mapeamento de informações para o nível Sistêmico, definição de ações no nível Empresarial e atuação coletiva no nível Estrutural. Acompanhe o significado resumido de cada um dos níveis: NÍVEL ESTRUTURAL: O nível Estrutural corresponde aos acontecimentos que ocorrem bem mais próximos de sua empresa. Refere-se aos fatos relacionados com a sua região, setor empresarial ou cadeia produtiva. Cada um destes itens será abordado mais adiante. Agora, é possível dizer que a empresa tem um espaço de atuação bastante importante no nível Estrutural, uma vez que pode enfrentar e interagir com os fatos produzidos. Para isso, é fundamental romper com a antiga visão de que a única forma de relacionamento possível com as demais empresas do seu segmento é a concorrência. A atitude cooperativa é imprescindível para se obter melhores resultados que, se somados aos esforços de outras empresas do mesmo setor ou cluster, podem influenciar a situação competitiva de todo um conjunto de empresas. De fato, a grande resposta das empresas à globalização e à concorrência externa tem sido a regionalização, ou seja, a cooperação e a integração de esforços para tornar toda a cadeia produtiva de uma região competitiva. Às vezes, é importante cooperar e competir, ao mesmo tempo, com as demais empresas da cadeia produtiva ou região. NÍVEL EMPRESARIAL: A primeira realidade de uma empresa é ela própria. E isso inclui o Sistema de Gestão (recursos humanos, logística, sistema de informação, canais de distribuição), a Teoria do Negócio (as decisões estratégicas) e o Empreendedorismo (atitude de empreender e arriscar). Afirma-se que estas variáveis estão sob controle porque dependem exclusivamente da decisão do empreendedor. NÍVEL SISTÊMICO: O conceito de Competitividade Sistêmica refere-se ao fato de que qualquer performance empresarial é dependente de fatores externos – também chamados de variáveis incontroláveis. Estão localizados fora do âmbito empresarial e do próprio setor do qual faz parte a empresa e têm vinculação com a macroeconomia, os eventos político-legislativos, a infraestrutura, a demografia, os aspectos culturais e, até mesmo, a natureza. Os três níveis da competitividade, reunidos, formatam o que se denomina Competitividade Global, cujos efeitos afetam as organizações inseridas no contexto da análise que se venha a realizar. Finalmente, como foi visto, o Marketing e a Inovação são um pano de fundo para ampliar o entendimento do fenômeno da Competitividade Global (MATTOS, 2002, p. 17). Para exemplificar com dados quantitativos a importância da incorporação e manutenção da competitividade pelas industrias nacionais, segue o quadro obtido em pesquisa pela Ernest & Young, publicada na Revista de Administração de Empresas (RAE), v 35, n 2, p. 47, mar./abr. 1995, o desempenho da industria brasileira, comparado a padrões mundiais. Tabela 3 - Desempenho da indústria brasileira Brasil Mundo Rejeição em processo (partes por milhão) 25700 200 Custo de produção relacionado ao melhor concorrente 114% 90% Tempo entre pedido e entrega (dias) 37 <2 Reclamação por 1.000 pedidos 24 < 10 Custo de garantia sobre vendas 3% < 0,1% Rotatividade de inventários por ano 10 75 Tempo de preparação de máquinas (min.) 81 5 74% 95% internacional Capacidade utilizada instalada Fonte: BERNARDI, 1998, p. 34. 3.16. Formação de preço de venda A projeção do preço de venda de um produto compreenderá a análise e o estudo de uma estrutura de informações básicas, desenvolvidas de forma organizada, destacando-se em princípio, a partir das áreas responsáveis, os seguintes aspectos: Análise de aspectos da alta administração: - análise dos aspectos de caráter global para uma perfeita definição das políticas básicas da empresa no tocante aos aspectos de produção, vendas e outros de caráter financeiro; - análise dos aspectos de caráter global para aprovação dos objetivos de vendas e produção a serem alcançados pela empresa no período orçamentário; - análise do comportamento de custos, preços e resultados para aprovação dos níveis de margem de contribuição a serem praticados como fator orientativo dos preços de venda a serem praticados pela empresa; - análise das necessidades de marketing para aprovação de verbas para desenvolvimento de campanhas especiais de caráter promocional ou institucional; - análise das necessidades da empresa em termos de investimentos técnicos para atendimento de novos produtos ou volumes adicionais de produção; - análise e aprovação de negócios de caráter especial em termos de descontos especiais ou grau de concentração de risco. Análise de aspectos de vendas e marketing: - análise dos prazos necessários a serem concedidos pela empresa por produto, mercado ou cliente específico; - análise detalhada, quando da inclusão de cláusulas especiais de reajustes, extensivos até a data do pagamento pelo cliente; - análise dos prazos necessários para aprovação e recebimento de reajustes devidos sobre vendas; - análise prévia e identificação dos prazos previstos para recebimento dos valores, quando da realização de vendas a órgão governamentais; - análise e identificação das bases contratuais de vendas em termos de comissões a serem pagas sobre vendas e respectivos encargos, bem como os prazos e datas para sua liquidação; - análise do nível de custos adicionais com a participação da empresa em campanhas ou promoções de vendas junto a clientes especiais, novos mercados e outros; - análise do grau de perdas, quebras, extravio ou outros prejuízos quando da venda, entrega ou devolução ou grau de encalhe e desconto previsto para liquidação de produtos sujeitos a sazonalidade, moda e demais condições ou fatores de transitoriedade de vendas. Análise de aspectos de compras e produção: - análise e identificação das necessidades de produção em termos de materiais, mão de obra e demais recursos de caráter operacional; - análise dos custos de matérias primas e condições de comercialização destacando-se: preço bruto, impostos incidentes (IPI) impostos inclusos (ICMS); prazos de entrega e condições de pagamentos dos valores; - análise dos custos adicionais com frete e seguro de responsabilidade da empresa, quando da aquisição de matérias e produtos adquiridos sob condição FOB (free on board) ou livre a bordo; - análise dos custos com embalagens especiais para expedição ou exportação de produtos; - análise da existência de cláusulas especiais de reajustes incidentes sobre a compra de materiais; - análise dos custos adicionais com frete e seguro, quando do despacho ou entrega de produtos a clientes sob a responsabilidade da empresa. Análise de aspectos de controladoria e finanças: - análise junto a área de produção, para identificação dos custos de grau de comportamento efetivamente variável em cada produto específico; - análise dos impostos incidentes sobre as vendas a serem pagas pelo cliente ou inclusos no preço da mercadoria, destacando-se os valores de ICMS, IPI e condições adicionais a serem pagas a título de PIS e COFINS apuradas contabilmente; - análise dos prazos para recolhimento de impostos incidentes ou identificação de eventual saldo credor e a sua provável data para liquidação ou aproveitamento do valor do crédito; - análise dos prazos concedidos, bem como o número de dias de atraso médio ponderado, tolerado nos últimos meses, para os principais clientes da empresa; - análise de custos adicionais para cobrança ou recebimento de duplicatas de responsabilidade de clientes, perdas com devedores duvidosos e outras perdas diversas com clientes. 3.16.1. Determinação do preço pela primeira vez A formação do preço de venda não é uma atividade fácil para empresas e produtos que estejam no mercado a tempo, contudo este trabalho se torna mais difícil a partir do momento que o produto vem a ser um lançamento, ou seja, não há histórico de consumo e preços de venda para se basear e formar projeções futuras. Para Kotler (1998, p. 436), uma boa opção para as empresas que querem precificar seus produtos pela primeira vez é posicionar seus produtos em termo de qualidade e preço. Pode posiciona-lo no centro do mercado, acima ou abaixo do mesmo. A seguir é demonstrado sete níveis a escolher: Segmento Exemplo Definitivo Mercedes Benz Luxo Audi Necessidades especiais Volvo Médio Buick, Renalt Facilidade/conveniência Ford Escort Convencional e mais barato GM Celta Orientado para preço Lada Seguindo a ordem de cima para baixo do quadro acima temos que o mercado procura: o “padrão ouro” ou seja, o clássico, seguido pelo luxo, posteriormente por necessidades especiais como segurança ou alto desempenho, a posição média, consecutivamente produtos que trazem benefícios funcionais, seguido por produtos que apesar de baratos possuem benefícios satisfatórios, e finalmente na última posição, produtos que apelam somente para o preço, que além de serem mais baratos também utilizam componentes baratos. Neste esquema o que se sugere é que todos os níveis podem coexistir, pois a principal concorrência se dá dentro do próprio grupo. O que conta muito para a conquista do cliente dentro do grupo muitas vezes são serviços ou acessórios agregados ao produto, como um atendimento pós-venda de qualidade passando ao cliente uma confiança sobre a marca e conseqüentemente sobre o produto, período de garantia, acessórios incorporados sem a variação do preço, pronto atendimento na venda, dentre outros. O cuidado que o fabricante deve tomar para posicionar seu produto dentro dos níveis são: quando o produto possui alta qualidade e baixo preço pode induzir os consumidores a pensar que o produto não possui a qualidade que anuncia, para aqueles que apostarem no produto ganharão dinheiro, contudo a empresa contará com a sorte. Quando o produto possui baixa qualidade e alto preço, os consumidores se sentirão “extorquidos” e, provavelmente, reclamarão ou falarão mal. Para reduzir os possíveis problemas que uma empresa possa vir a ter por uma escolha errada de nível, deve-se antes considerar muitos fatores. A sugestão é seguir o fluxograma da figura 3. Figura 3 - Seqüência para posicionar um produto no mercado 1 – Seleção do objetivo do preço 2 – Determinação da demanda 3 – Estimação dos custos 4 – Análise dos custos, preços e ofertas dos concorrentes 5 – Seleção de um método de determinação de preço 6 – Seleção do preço final Fonte: KOTLER, 1998, p. 478. 3.16.2. Seleção do objetivo de preço: Após a empresa definir qual seu desejo em relação ao produto específico, selecionar o mercado alvo e posicionamento de mercado, sua estratégia estará no caminho certo. Segundo Kotler (1998, p. 437) tão mais fácil será o estabelecimento dos preços, quanto mais claros forem os objetivos da empresa e assim ela poderá perseguir qualquer um dos seis grandes objetivos da fixação de preço. Sobrevivência: - Para este objetivo o lucro é o que menos importa, o que se busca é a sobrevivência. Enquanto os preços cobrem os custos variáveis e alguns custos fixos a empresa permanece no negócio. Contudo a sobrevivência deve ser um objetivo de curto prazo, devendo ser substituído por outro visando uma folga nos caixas. Maximização do lucro: - Busca-se estimar a demanda e os custos associados e relacionar a preços alternativos escolhendo aquele que mais produzir lucro. Contudo existem problemas associados a este objetivo, pois conta-se com valores estimados de demanda e custo, há variáveis do composto de marketing e as reações dos concorrentes. Maximização do faturamento: - Alguns administradores estabelecem um preço para maximizar o faturamento. Muitos deles acreditam que a maximização do faturamento levará a maximização do lucro e a longo prazo o aumento da participação no mercado. Maximização do crescimento de vendas: - Algumas empresas acreditam que um maior volume de vendas levará a custos unitários menores e maiores lucros a longo prazo. Algumas delas praticam o preço de penetração, estabelecendo um preço inicial mais baixo. Esta prática pode favorecer as seguintes condições: (1) o mercado é altamente sensível a preço e um preço baixo estimula maior crescimento do mercado; (2) os custos de produção e distribuição caem com a experiência acumulada de produção; e (3) ocorre um desencorajamento da concorrência real e potencial. Maximização da desnatação do mercado: - Algumas empresas introduzem um determinado produto no mercado a um preço elevado, isto pode ser para cobrir os custos de desenvolvimento, novas tecnologias, etc, a medida que o tempo passa o preço do produto cai. Esta política de preço funciona quando: (1) um número suficiente de compradores apresenta alta demanda; (2) o custo unitário de produção para pequenos volumes não é muito alto a ponto de anular a vantagem de cobrar um preço que o mercado suporte; (3) o alto preço inicial não atrai mais concorrentes; e (4) o alto preço inicial dá idéia de um produto superior. Liderança de produto-qualidade: - Uma empresa pode visar à liderança de produto-qualidade no mercado, contudo ela deve se armar de uma boa política de marketing e possuir um produto inquestionável em termos de qualidade. Assim se o mercado desejar absorver o produto à altos preços, a empresa passará a ter uma taxa de retorno acima da média de seu setor. 3.16.3. Estratégia da mantenabilidade dos preços Como já bastante comentado e do conhecimento geral, os preços historicamente foram formados adicionando-se o lucro aos custos, ou como no atual paradigma num mundo que cada vez mais caminha para uma competição perfeita, o preço é determinado pelo mercado. 3.16.3.1. Estratégias de preços distintos Desconto em um segundo mercado: - Esse desconto consiste na venda de uma marca a um preço num mercado alvo principal, e a um preço reduzido num segmento secundário de mercado. Desnatação: - A desnatação envolve a fixação de um preço relativamente alto, muitas vezes, no início da vida do produto. O preço então sistematicamente reduzido à medida que o tempo passa. Desconto periódico ou randômico: - Desconto periódico é a estratégia de preço onde os descontos são oferecidos sistematicamente e de forma previsível. - Desconto randômico é a estratégia de preços onde os descontos são oferecidos ocasionalmente e de forma não-previsível. 3.16.3.2. Estratégias de preços competitivos Igualando a estratégia da competição: - É definido como a estratégia onde uma organização estabelece preços iguais a de seus competidores. Cotar por baixo do preço da competição: - É a estratégia onde a organização estabelece preços em níveis inferiores aos dos competidores. Líderes de preços e seguidores: - É a estratégia onde organizações com grande fatias de mercado e de capacidade de produção (líderes) determinam o nível de preço. Outros, organizações mais fracas na mesma indústria (seguidores), irão seguilo. Preço de penetração: - Isso é feito adotando um baixo preço introdutório com a intenção de estabelecer rapidamente o produto no mercado. Preço predatório: - Certos preços são estabelecidos por tradição. Esses preços costumeiros tendem a permanecer imutáveis por longo período. Preço inflacionário: - Esses preços ocorrem quando as taxas de inflação são elevadas. Em essência, assim que o dinheiro passa a valer menos, a força de compra declina e a maioria dos consumidores se tornam mais conscientes do preço. 3.16.3.3. Estratégias de precificação por linhas de produto Preço cativo: - Essa é a estratégia um produto básico, tal como aparelho de barbear, é precificado por baixo, mas os lucros dos produtos associados necessários para o funcionamento do produto básico, tal como lâminas de barbear, compensa a falta de lucro no produto básico. 3.17. Planilhas As planilhas são artifícios utilizados para ajudar na organização do raciocínio e também para uniformizar a conversação entre os setores envolvidos. Facilita a obtenção e apresentação de resultados. As planilhas podem ser utilizadas para diversos fins como para efeito de organização de custo, depreciação, gerencial, dentre outros. A seguir será apresentado algumas opções. 3.17.1. Planilhas de custo Podemos utilizar as planilhas de custo com o intuito de refinarmos os custos de todos os “centros de custo”, agrupados nos departamentos, setores e diretorias. Caso estiverem corretos os lançamentos na planilha, isto tornará esta uma grande ferramenta gerencial, pois poderá haver um controle “conta a conta”, “setorial”, departamental”, etc. É importante que se divida a planilha corretamente respeitando os grupos de custos como segue a seguir. Figura 4 - Formação dos grupos de custo nível 1 – total geral dos custos nível 2 – total dos custos por departamento (centro de custo) nível 3 – total dos custos por área dos departamentos (grupo de máquinas) nível 4 – total geral dos custos por contas (máquinas) Fonte: CRUZ, 2003. Disponível em: http://www.valdircruz.hpg.ig.com.br. Esta forma de escalonamento é proposta para o desenvolvimento do estudo de caso e é de estrema importância que sua estruturação esteja correta pois todo o plano de contas estará preparado para receber e distribuir os gastos da empresa. O grupo de custo é a base para a formação do custo dos produtos e conseqüentemente para o auxílio à formação do preço de venda. 4. ESTUDO DE CASO Neste capítulo trataremos do estudo de caso de uma empresa a qual trataremos por JOBEL. O principal intuito deste estudo de caso é a aplicação direta deste material nos departamentos envolvidos com a formação do preço de venda e também dar subsídio àqueles que indiretamente trabalham com esta informação. A estrutura montada neste estudo de caso segue primeiramente definindo o plano de contas, onde serão definidos os centros de custo, departamentos e grupos de máquinas, níveis necessários para alocação dos gastos, dividindo-os corretamente em custos e despesas. A seguir vem o detalhamento de cada etapa dos cálculos, passando pela determinação da depreciação, definição dos custos por centro de custo, o rateio dos gastos indiretos, formulação do custo de uma peça hipotética, determinação do mark up e obtenção do preço de venda a partir do custo. Pelo processo inverso, ou seja, pelo mercado através da pesquisa de mercado é determinado o preço que o consumidor está pagando pelos produtos concorrentes, estes dados são processados e então chego a um preço para lançar o produto ao mercado. De posse dos preços de venda, primeiro oriundo do custo e segundo proveniente da análise do mercado é montado a faixa a qual pode-se trabalhar o preço de venda do produto. 4.1. Plano de contas setor administrativo diretoria (1000) despesas diversas - diretoria depreciação - diretoria pró-labore - diretoria administração geral (2000) despesas diversas – administração geral depreciação – administração geral mão de obra – administração geral setor contábil (2100) despesas diversas - contábil depreciação - contábil mão de obra - contábil setor financeiro (2200) despesas diversas - financeiro depreciação - financeiro mão de obra - financeiro setor de recursos humanos (2300) despesas diversas - RH depreciação - RH mão de obra - RH setor de informática (2400) despesas diversas - informática depreciação - informática mão de obra - informática setor de compras (2500) despesas diversas - compras depreciação - compras mão de obra - compras comercial (3000) comercial geral (3100) despesas diversas - comercial depreciação - comercial mão de obra - comercial departamento engenharia de aplicação (3200) despesas diversas – eng.aplic. depreciação – eng.aplic. mão de obra – eng.aplic departamento de vendas internas (3300) despesas gerais de vendas (3301) filial São Paulo (3302) despesas diversas - fsp depreciação - fsp mão de obra - fsp filial Paraná (3303) despesas diversas - fpr depreciação - fpr mão de obra - fpr filial Rio Grande do Sul (3304) despesas diversas - frs depreciação - frs mão de obra - frs filial Ribeirão Preto (3305) despesas diversas - frp depreciação - frp mão de obra - frp filial Criciúma (3306) despesas diversas - fsc depreciação - fsc mão de obra - fsc departamento de vendas exportação (3400) despesas gerais de exportação (3401) depreciação - exportação mão de obra - exportação custos do setor industrial total dos custos industriais auxiliares (4000) custo ferramentaria (4100) GM ferramentaria (500) furadeira de bancada Yadoya (01.001) furadeira de coluna Russa (01.002) torno convencional I30A (02.001) fresadora vertical MAS (03.001) despesas diversas - ferramentaria depreciação - ferramentaria mão de obra - ferramentaria custo métodos e processos (4200) despesas diversas - métodos e processos depreciação - métodos e processos mão de obra - métodos e processos custo controle de qualidade (4300) despesas diversas - controle de qualidade depreciação - controle de qualidade mão de obra - controle de qualidade custo direção industrial (4400) despesas diversas - dir. industrial depreciação - dir. industrial mão de obra - dir. industrial custo planejamento e controle da produção (4500) despesas diversas - pcp depreciação - pcp mão de obra - pcp total dos custos industrias de produção (5000) custo da produção – gastos globais (5100) despesas diversas - abrangente depreciação - abrangente mão de obra - abrangente custo da produção - setor de tornos (5200) GM tornos (100) torno CNC Cosmos (02.002) torno CNC Galaxy (02.003) GM furadeira dos tornos (401) furadeira de bancada Schulz (01.008) furadeira de coluna Russa (01.009) despesas diversas – tornos depreciação - tornos mão de obra – tornos custo da produção - setor centro de usinagem (5300) GM centro de usinagem (200) centro de usinagem Wotan (04.001) centro de usinagem Heller (04.002) GM furadeira do centro de usinagem (402) furadeira multipla Brevet (01.010) furadeira de Bancada Schulz (01.011) GM mandriladora do centro de usinagem (501) mandriladora Kone (05.001) despesas diversas - CEU depreciação - CEU mão de obra – CEU custo da produção - setor fresadoras (5400) GM fresadoras (300) fresadora convencional U30 (03.002) fresadora CNC Interact (03.003) despesas diversas - fresadoras depreciação - fresadoras mão de obra - fresadoras custo da produção - furadeiras (5500) GM furadeiras (400) furadeira multipla Brevet (01.003) furadeira revolver Varinelli (01.004) furadeira canhão Nagel (01.005) furadeira de bancada Schulz (01.006) furadeira de bancada Dauer (01.007) despesas diversas – furadeira depreciação - furadeira mão de obra – furadeira custo da produção - montagem (5600) despesas diversas – montagem depreciação - montagem mão de obra – montagem Fonte: Própria (apanhado geral). 4.2. Cálculos 4.2.1. Preço de venda a partir do custo Tabela 4 - Inventário de máquinas núm.equip. 01.001 01.002 01.003 01.004 01.005 01.006 01.007 01.008 01.009 01.010 01.011 02.001 02.002 02.003 03.001 03.002 03.003 04.001 04.002 05.001 descrição furadeira de bancada Yadoya furadeira de coluna Russa furadeira múltipla Brevet furadeira revolver Varinelli furadeira canhão Nagel furadeira de bancada Schulz furadeira de bancada Dauer furadeira de bandcada Schulz furadeira de coluna Russa furadeira múltipla Brevet furadeira de bancada Schulz torno convencional I30A torno CNC Cosmos torno CNC Galaxy fresadora vertical MAS fresadora vertical U30 fresadora CNC Interact centro de usinagem Wotan centro de uinagem Heller mandriladora Kone valor R$ 900,00 3.500,00 4.500,00 5.000,00 6.000,00 800,00 1.000,00 800,00 3.500,00 4.500,00 800,00 30.000,00 60.000,00 45.000,00 35.000,00 40.000,00 100.000,00 250.000,00 300.000,00 15.000,00 Fonte: Própria. Abaixo apresentamos a tabela de depreciação dos equipamentos, os dados apresentados são utilizados para o cálculo de custo dos produtos e posteriormente auxiliar na composição dos preços de venda. Tabela 5 - Demonstrativo do cálculo de depreciação número descrição valor R$ anos de meses depreciação depreciação depreciação por ano por mês por min. (R$) (anos) (mês/ano) (R$/mês) (R$/min) 900,00 3.500,00 4.500,00 5.000,00 6.000,00 800,00 1.000,00 800,00 3.500,00 4.500,00 800,00 30.000,00 60.000,00 45.000,00 35.000,00 40.000,00 100.000,00 250.000,00 300.000,00 15.000,00 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 7,50 29,17 37,50 41,67 50,00 6,67 8,33 6,67 29,17 37,50 6,67 250,00 500,00 375,00 291,67 333,33 833,33 2083,33 2500,00 125,00 0,0003 0,0013 0,0017 0,0019 0,0022 0,0003 0,0004 0,0003 0,0013 0,0017 0,0003 0,0111 0,0223 0,0167 0,0130 0,0149 0,0371 0,0928 0,1114 0,0056 equipam. 01.001 01.002 01.003 01.004 01.005 01.006 01.007 01.008 01.009 01.010 01.011 02.001 02.002 02.003 03.001 03.002 03.003 04.001 04.002 05.001 furadeira de bancada Yadoya furadeira de coluna Russa furadeira múltipla Brevet furadeira revolver Varinelli furadeira canhão Nagel furadeira de bancada Schulz furadeira de bancada Dauer furadeira de bandcada Schulz furadeira de coluna Russa furadeira múltipla Brevet furadeira de bancada Schulz torno convencional I30A torno CNC Cosmos torno CNC Galaxy fresadora vertical MAS fresadora vertical U30 fresadora CNC Interact centro de usinagem Wotan centro de uinagem Heller mandriladora Kone Fonte: Própria. Se dividirmos a depreciação dos equipamentos por centro de custo, temos: Tabela 6 - Depreciação acumulada por centro de custo Cetro de Custo valor da depreciação do Centro de Custo (R$/mês) (R$/min) 4100 5200 5300 5400 5500 578,3 910,8 4752,5 1166,7 144,2 0,0258 0,0406 0,2118 0,0520 0,0064 Fonte: Própria. Como citado anteriormente, a fórmula utilizada para a determinação do valor da depreciação nada mais é que o valor do equipamento dividido pela vida útil do mesmo, o cuidado principal neste momento é cuidar com a unidade de tempo. A escolha da unidade é determinada por cada departamento que utilizará o valor, normalmente o setor de contabilidade utiliza o tempo em mês, já para nosso levantamento de custo é necessário utilizarmos o tempo em minuto pois os planos de fabricação que são a base para o cálculo de custo está descritos nessa unidade. Fórmula de depreciação: Dp = Vb / (Ttd (em anos) x 12 meses) Dp = valor da depreciação por unidade de tempo Vb = valor do bem Ttd = tempo total de depreciação (vida útil). Exemplo: Depreciação do centro de usinagem Wotan (04.001) Vb = R$ 250.000,00 Ttd = 10 anos = (10x12) 120 meses = (120x22) 2.640 dias úteis = (2640x17) 44.880 horas disponíveis = (44.880x60) 2.692.800 minutos. Os valores acima foram obtidos pois a empresa trabalha num regime de 22 dias por mês e 17 horas úteis por dia, já descontados o almoço e a janta. Das máquinas listadas nos Centros de Custo, nem todas trabalham todo o tempo e quando trabalham são processos paralelos a outros, ou seja, o operador de máquina realiza duas operações simultaneamente em máquinas distintas. Para que o custo de uma peça não absorva gastos redundantes, nós indicaremos máquinas principais, ou melhor, aquelas que trabalham todo o tempo e há um operador fixo. Usaremos estas máquinas para dividirmos todas as despesas, tanto as diretas quanto os rateios dos indiretos. Em geral estas máquinas são facilmente identificadas por seu valor de mercado, pois normalmente as empresas focam seus esforços em máquinas de alto valor, mantendo-as em funcionamento o maior tempo possível. Listaremos a seguir as máquinas que serão utilizadas para absorver os custos: Tabela 7 - Máquinas responsáveis por absorver o custo Centro de código da quantidade de máquinas Custo máquina que absorverão o custo em cada Centro de Custo 5200 02.002 02.003 2 5300 04.001 04.002 05.001 3 5400 03.002 03.003 2 5500 04.003 04.004 04.005 3 5600 serviço manual 1 Fonte: Própria. Em seguida é listado a soma dos salários dos funcionários por centro de custo. O lançamento correto é de suma importância para o cálculo de custo pois a correta referência implicará no custo correto e conseqüentemente numa atuação gerencial mais precisa, identificando os pontos críticos para redução dos custos. Para efeito de cálculo informamos que os salários foram praticados pela empresa durante o período de 01 de janeiro de 2003 à 31 de dezembro de 2003. Tabela 8 - Gastos com salários por centro de custo centro de soma dos custo salários bruto com encargos (R$/mês) 1000 2000 2100 2200 2300 2400 2500 3100 3200 3300 3400 4100 4200 4300 4400 4500 5200 5300 5400 5500 10.000,00 6.410,00 2.458,00 2.650,00 2.745,00 2.560,00 4.350,00 7.650,00 6.540,00 11.450,00 3.890,00 9.190,00 1.520,00 1.660,00 5.520,00 1.230,00 3.980,00 4.240,00 1.780,00 4.120,00 Fonte: Própria. A tabela a seguir faz parte do demonstrativo dos custos e refere-se aos cálculos de custo do mês de agosto. Tabela 9 - Demonstrativo dos gastos de janeiro a julho para cálculo do custo do mês de agosto Demonstrativo de Gastos - TOTAL GERAL Jan/03 Fev/03 Mar/03 Abr/03 Mai/03 Jun/03 Jul/03 165.824,14 217.615,91 298.734,17 267.270,50 279.922,81 474.181,33 462.774,22 Centro de custo 5100 - Area Industrial 12.126,19 27.180,66 33.735,19 19.373,68 12.965,19 20.685,25 39.877,33 Centro de custo 5300 - Setor Centro de Usinagem 3.412,25 7.432,97 8.177,92 16.253,68 10.765,64 16.735,42 20.029,19 280,00 408,00 149,00 343,47 GM 402 Furadeira Centro de Usinagem GM 200 Centro de Usinagem 208,00 147,00 2.288,34 7.033,47 7.059,92 14.375,13 8.562,38 3.738,07 8.465,07 GM 501 Mandrilhadora Centro de Usinagem 120,00 245,00 245,00 846,00 427,00 1.500,00 231,00 Despesas Diversas 795,91 7,50 593,00 624,55 1.627,26 11.153,88 11.333,12 Centro de custo 5200 - Setor de Tornos 5.824,00 3.849,36 6.903,41 10.294,96 8.956,56 4.573,00 2.769,00 GM 100 Tornos 2.995,00 2.223,86 4.896,00 8.862,64 4.652,34 2.067,00 1.530,00 286,00 101,50 154,24 1.148,68 120,00 352,00 215,00 Despesas Diversas 2.543,00 1.524,00 1.853,17 283,64 4.184,22 2.154,00 1.024,00 Centro de Custo 5400 - Setor Fresadoras 1.260,40 3.289,68 3.654,30 2.514,00 5.204,65 1.511,13 1.193,08 GM 300 Fresadoras 1.192,40 2.837,68 3.559,20 4.981,05 1.476,53 757,08 Despesas Diversas 68,00 452,00 95,10 223,60 34,60 436,00 GM 401 Furadeira dos Tornos Centro de Custo 5500 - Furadeiras 125,00 4.415,88 1.576,30 1.240,06 2.816,86 4.105,56 5.846,51 1.1. Despesas Diversas 45,00 290,03 17,00 346,06 646,45 3.019,70 5.380,51 GM 400 Furadeiras 80,00 4.125,85 1.559,30 894,00 2.170,41 1.085,86 466,00 3.215,00 6.160,00 2.150,00 2.145,00 1.021,00 3.201,00 1.025,00 Centro de Custo 4400 - Direção Industrial 561,00 956,00 1.534,00 2.450,00 3.150,00 3.260,00 1.201,00 Centro de Custo 2500 - Compras 300,00 350,00 450,00 480,00 630,00 235,00 800,00 Centro de Custo 2400 - Informática 330,00 ####### 547,20 1.900,00 3.243,11 9.645,03 10.699,67 350,00 120,00 600,00 Centro de Custos 5600 - Montagem Centro de Custo 2300 - Recursos Humanos 120,00 110,00 80,00 131.181,43 ####### ####### 2.202,46 6.177,75 4.683,45 Centro de custos 2100 - Contabilidade 310,00 250,00 Centro de custos 1000 - Diretoria Geral 403,50 934,86 Centro de custos 2200 - Financeiro 260,00 150,00 350,00 Centro de custos 3100 - Comercial 1.232,01 50,09 278,50 Centro de custos 3300 - Vendas 2.567,00 3.591,00 5.146,00 Centro de custos 3400 - Depto. Exportação 120,00 301,00 425,00 427,00 Centro de custos 3200 - Engenharia de Aplicações 250,00 43,00 - - - - - 11,50 15,40 20,70 - - 12,40 35,40 Centro de Custo p/estoque - 2 Centro de Custos. 2000 - Área administrativa Centro de custos 4300 - Controle da Qualidade Centro de custos 4500 - PCP Centro de custos 4200 - Metodos e Processos Centro de custos 4100 - Ferramentaria Fonte: Própria. 196.248,11 220.064,07 372.173,79 5.021,07 4.679,95 340,00 267,00 3.370,01 2.988,90 531,00 150,00 ####### 25.910,14 31.586,34 248,00 251,00 287,00 910,58 2.274,15 20,00 150,00 120,00 215,00 653,54 93,40 1.194,00 478,58 3.958,00 4.527,00 6.512,96 4.911,83 245,00 451,00 561,00 30,50 629,00 - 50,40 21,60 61,00 31,90 24,50 60,70 31,60 29,40 10,80 48,20 20,40 48,10 23,50 24,30 Iremos a partir de agora utilizar os dados apresentados anteriormente para determinação do custo dos produtos. Despesas indiretas: São gastos não utilizados diretamente no processo de fabricação. Para nós, eles entrarão no custo depois somados e rateados proporcionalmente às despesas de cada centro de custo produtivo, ou seja, proporcionalmente as despesas diretas. Em suma as despesas indiretas são derivadas das áreas comerciais e administrativas Custos diretos: Utilizaremos como custos diretos os gastos atrelados diretamente a produção, ou seja, os gastos dos Centros de Custo 5100 ao 5600, contudo, no momento da soma de todas as despesas para posterior cálculo do rateio, também entrará nesta soma os gastos ocorridos no setor 5100 - gastos globais de produção, este Centro de Custo foi criado para alocarmos aquelas despesas de ferramental, óleos dentre outros, que serão utilizados por mais de um Centro de Custo. Esta forma de alocação de despesa não é precisa, mas supre satisfatoriamente o processo de determinação dos custos. Tabela 10 - Relação das despesas diretas e indiretas divididas por centro de custo centro de custo 1000 2000 2100 2200 2300 2400 2500 3100 3200 3300 3400 4100 4200 4300 4400 4500 5100 5200 5300 5400 5500 5600 média dos gastos até o mês vigênte * (R$/mês) despesas indiretas 1.813,67 13.009,78 284,17 276,00 241,67 8.440,44 501,67 655,01 48,83 4.774,47 401,67 33,32 26,17 109,92 2.091,83 33,50 25.636,22 custos diretos 6.733,55 13.232,47 2.905,69 3.333,53 2.982,67 Fonte: Própria. *a média das despesas é calculada somando-se os gastos mensais do ano vigente e subtraindo do cálculo a menor despesa (não importando o mês). A divisão é feita pelo número de meses somados menos um. Por exemplo, em nosso estudo estamos determinando os custos relativos ao mês de julho para aplicarmos no mês de agosto, para isso é necessário somar todas as despesas de janeiro a julho (total de sete meses) subtraímos a menor despesa e dividirmos pelo número de despesas “úteis” (total de seis despesas úteis). Para iniciarmos o cálculo do rateio somamos primeiramente todas as despesas indiretas aos salários dos Centros de Custos correspondentes, como é mostrado a seguir. Tabela 11 - Total dos gastos indiretos centro de custo (R$/mês) média dos gastos até o mês vigênte * (R$/mês) (R$/mês) 1000 2000 2100 2200 2300 2400 2500 3100 3200 3300 3400 4100 4200 4300 4400 4500 5100 despesas indiretas 1.813,67 13.009,78 284,17 276,00 241,67 8.440,44 501,67 655,01 48,83 4.774,47 401,67 33,32 26,17 109,92 2.091,83 33,50 25.636,22 salários dos CC indiretos 10.000,00 6.410,00 2.458,00 2.650,00 2.745,00 2.560,00 4.350,00 7.650,00 6.540,00 11.450,00 3.890,00 9.190,00 1.520,00 1.660,00 5.520,00 1.230,00 total 11.813,67 19.419,78 2.742,17 2.926,00 2.986,67 11.000,44 4.851,67 8.305,01 6.588,83 16.224,47 4.291,67 9.223,32 1.546,17 1.769,92 7.611,83 1.263,50 25.636,22 SOMA 58.378,34 79.823,00 138.201,34 Fonte: Própria. A seguir devemos repetir o cálculo acima utilizando como base de dados os gastos dos Centros de Custo diretos. É necessário frisar que o resultado esperado dos indiretos é um valor único e total, e nos diretos o somatório dos gastos de cada Centro de Custo. Tabela 12 - Alocação dos custos diretos e salários por centro de custo correspondente centro de custo (R$/mês) média dos gastos até o mês vigênte * (R$/mês) (R$/mês) 5200 5300 5400 5500 5600 custos diretos 6.733,55 13.232,47 2.905,69 3.333,53 2.982,67 salários dos CC diretos 3.980,00 4.240,00 1.780,00 4.120,00 2.730,00 total 10.713,55 17.472,47 4.685,69 7.453,53 5.712,67 SOMA 29.187,91 16.850,00 46.037,91 Fonte: Própria. Após obtido a soma dos gastos de cada Centro de Custo direto é necessário definir quanto cada gasto deste representa em relação ao total dos diretos. Assim que definido, rateia-se os indiretos na mesma proporção que os diretos. Finalmente cada Centro de Custo soma sua parcela de custo direto mais a parte das despesas indiretas, obtendo o resultado a seguir. Tabela 13 - Soma por centro de custo dos custos diretos mais as despesas rateadas centro de custo 5200 5300 5400 5500 5600 média dos gastos percentual até o mês vigênte representativo (R$/mês) dos CC diretos custos diretos 10.713,55 23,27% 17.472,47 37,95% 4.685,69 10,18% 7.453,53 16,19% 5.712,67 12,41% SOMA Fonte: Própria. 46.037,91 100,00% rateio dos indiretos (R$/mês) (%) despesas indiretas 32.161,04 23,27% 52.450,66 37,95% 14.065,99 10,18% 22.374,77 16,19% 17.148,88 12,41% 138.201,34 100,00% soma dos diretos e indiretos (R$/mês) 42.874,59 69.923,13 18.751,68 29.828,30 22.861,55 184.239,25 Eficiência produtiva: Como relatado anteriormente, a eficiência produtiva está intimamente relacionada ao custo do produto. A fórmula a seguir tenta corrigir quantitativamente o custo de produção em termos das perdas por refugo, máquina parada, etc. Ef = Top / Ttop Ef = eficiência produtiva Top = tempo de operação do equipamento (para produção de peças conformes) Ttop = tempo total disponível do equipamento (número de horas que o equipamento está apto a operar). O tempo total de horas disponíveis é dado por: Ttop = 22 x 8,5 = 187 h/mês, onde o regime de trabalho é 22 dias por mês e 8,5 horas trabalhadas por turno. Tabela 14 - Eficiência produtiva relação dos tempos indiretos produção de refugo manutenção falta de energia falta de operador falta de ferramental falta de projeto falta de peças outros TOTAL media mensal total de horas eficiência de horas paradisponíveis produtiva das por turno ao mês por turno média por máquina por máquina (h/mês) (h/mês/turno) (%) 20 5 1 1,5 1 0,5 1 15 45 187 75,94 Fonte: Própria. Da tabela acima concluímos que a eficiência produtiva da empresa em questão é 75,94%. Temos, portanto, os gastos mensais referentes a cada Centro de Custo e a eficiência produtiva, contudo, é necessário cuidarmos das unidades utilizadas. Como já citado anteriormente no capítulo 2.2.1.1, todo o custo está baseado no “roteiro de fabricação” e para este estudo a unidade de tempo utilizada no roteiro é minuto (minuto centesimal). Para uniformizarmos as unidades transformaremos as despesas de cada Centro de Custo de R$/mês para R$/min através da fórmula Dmi = (Dme / ( dime x ht x td x mh x ms )) / Ef, onde Dmi = despesas por minuto do setor; Dme = despesas por mês; dime = dias trabalhados por mês; ht = horas trabalhadas por turno; td = turnos por dia; ms = máquinas por setor; mh = minutos por hora, e Ef = eficiência produtiva. Assim temos: Tabela 15 - Determinação das despesas de cada centro de custo por unidade de tempo centro de dias/mês horas trab. turnos minutos despesas número de eficiêcia despesas custo por turno por dia por hora por mês máquinas do setor por minuto (dias/mês) (h/dia) (t/dia) (min/h) (R$/mês) (%) (R$/min) 5200 5300 5400 5500 5600 22,50 22,50 22,50 22,50 22,50 Fonte: Própria. 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50 2 2 2 2 2 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00 42.874,59 69.923,13 18.751,68 29.828,30 22.861,55 2 3 2 3 1 75,94% 75,94% 75,94% 75,94% 75,94% 1,230 1,337 0,538 0,570 1,312 Custo da matéria prima: O estoque de matéria-prima gira através da política do PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai) e a composição do custo é feita através de média ponderada. Exemplo: Há um estoque de 100 pçs a R$10,00/pç, chega uma nova carga de 200pçs a R$20,00/pç, assim o valor do novo estoque de 300 pçs fica: VNE = (QI x VI) + (QR x VR) = (100 x 10,00) + (200 x 20,00) = 5000 = 16,67 (R$/pç) QI + QR 100 + 200 300 VNE = valor das peças do novo estoque QI = quantidade inicial VI = valor das peças iniciais QR = quantidade recebida VR = valor das peças recebidas Abaixo segue um exemplo do cálculo de custo de uma peça utilizando o “roteiro de fabricação” como sua base. Tabela 16 - Folha de operação logo da empresa código do produto rev. Qtde 451112 1 120 Descrição do produto tampa rotativa código da m. Prima 11556 centro de processo Custo 5200 5300 5500 10 20 30 Fonte: Própria. descrição da matéria prima fundido da tampa rotativa descrição do processo tornear primeiro lado usinar rasgo de vedação furar inclinado dia. 16,0 mm código de barra tempo exec tempo prep. 10,5 min 15,0 min 5,0 min 30,0 min 1,5 min 5,0 min Custo do processo 10: No processo 10 a peça está passando por uma usinagem no Centro de Custo 5200, onde o custo do setor é R$ 1,58 / min e o tempo de usinagem é 10,5 min e o tempo de preparação é 15,0 min: CPr = (TP / NPO) x CS = (15 / 120) x 1,23 = R$ 0,16 CPr = custo de preparação do equipamento TP = tempo de preparação NPO = número de peças da ordem de fabricação CS = custo do setor por unidade de tempo Cus = Tus x CS = 10,5 x 1,23 = R$ 12,92 Cus = custo da execução das peças Tus = tempo de usinagem por peça CTP10 = CPr + Cus = 0,16 x 12,92 = R$ 12,08 / peça CTP = custo total do processo Assim como o cálculo acima determinou o custo do processo 10, a seguir faremos o mesmo para obtermos os custos dos processos 20 e 30: Custo do processo 20 CPr = (30 / 120) x 1,337 = R$ 0,34 Cus = Tus x CS = 5,0 x 1,337 = R$ 6,69 CTP20 = CPr + Cus = 0,34 x 6,69 = R$ 7,03 / peça Custo do processo 30 CPr = (5 / 120) x 0,57 = R$ 0,03 Cus = Tus x CS = 1,5 x 0,57 = R$ 0,86 CTP30 = CPr + Cus = 0,03 x 0,86 = 0,89 R$ / peça Utilizaremos o valor da peça 11556 (matéria-prima da peça do roteiro de fabricação) a R$12,00/pç. Assim, para compor o custo da peça acabada, temos: CTPA = CMP + CTP = 12,00 + ( 12,08 + 7,03 + 0,89 ) = R$ 32,00 / peça CTPA = custo total por peça acabada CMP = custo da matéria prima Cálculo do preço de venda a partir do custo: Como sugestão para facilitar o cálculo do preço de venda de um produto, apresentamos a planilha a seguir: Tabela 17 - Despesas atreladas a venda % impostos: Pis COFINS Cont. Social IRPJ ICMS CPMF % comissão % inadimplência % frete % lucro soma dos % = = = = = = = = = = 0,65% 3,00% 1,08% 1,20% 17,00% 0,38% 1,00% 2,00% 5,00% 10,00% 41,31% Fonte: Própria. Para encontrarmos o mark up multiplicador faz-se o seguinte cálculo: Mark up = ______________________1_____________________________ 1 – ((%impostos + %comissão + %inadimplência + %frete + %lucro) / 100) Para o caso acima temos: Mark up = ________1________ = 1,7039 1 – ((41,31) / 100) Preço de venda: Finalmente com o custo calculado e o mark up definido, é possível formar o preço de venda com base no custo. Se pegarmos o custo da peça 451112 ou também conhecida por tampa rotativa, a qual foi citada anteriormente, temos: PV = MK x CTPA = 1,7039 x 32,00 = R$ 54,52 PV = preço de venda; MK = mark up, e CTPA = custo total do produto acabado. 4.2.2. Preço de venda a partir do mercado Agora que já está definido o custo do produto, e conseqüentemente, o preço de venda a partir do custo e do mark up, resta conferir quanto o mercado está pagando por produtos similares. Vejamos uma pesquisa de mercado realizado para nossa fábrica. Serão selecionadas empresas com mesmo porte e volume de vendas próximos. Selecionamos para este estudo as empresas BSH, NDS e KB. Tabela 18 - Coleta dos preços de mercado Produto tampa rotativa flange pistão catraca Empresas (preço de venda a vista) NDS KB BSH 55,60 56,40 62,40 43,80 50,00 49,60 21,20 20,50 25,00 250,00 263,20 266,10 Fonte: Sebrae-SC, 2003. Após a coleta dos preços de venda, os dados são processados e assim determinado a posição de nossos preços em relação a concorrência. Tabela 19 - Posicionamento em relação aos preços concorrentes Produto preço de venda / custo tp. Rotat. flange pistão catraca soma 54,52 44,10 20,00 251,00 369,62 preços da concorrência NDS KB BSH 55,60 43,80 21,20 250,00 370,60 56,40 50,00 20,50 263,20 390,10 62,40 49,60 25,00 266,10 403,10 média da concorrência diferênça % (média) menor preço da concorrência diferênça % (menor) 58,13 47,80 22,23 259,77 6,6% 8,4% 11,2% 3,5% 7,4% 55,60 43,80 20,50 250,00 2,0% -0,7% 2,5% -0,4% diferênça % (concorrente) 0,3% 5,5% 9,1% Fonte: Própria. É necessário ressaltar que o preço de venda / custo apresentado na planilha acima é um referencial obtido do custo de cada produto multiplicado pelo mark up de 1,7 calculado anteriormente e onde o lucro esperado é de 10%. Se as fórmulas utilizadas forem iguais as do capítulo 4.13 isso levará a dizer que os dados negativos indicam que o valor obtido da concorrência está menor que o nosso preço baseado no custo no referido item. É possível notar que os preços concorrentes oscilam para mais e para menos em relação a nossos preços, contudo a média dos concorrentes está sempre para mais. Este é um dado importante, pois para aquele cliente que compra uma gama de produtos distintos e procura adquiri-los daquele que ofertar o menor preço para o lote, estaremos bem posicionado. Em contra partida para aquele cliente que busca o menor preço para cada produto, estaremos sofrendo uma perda da parcela das vendas para algum concorrente. É importante observar que o comentário anterior foi tecido para fins de exemplificar possíveis questionamentos sobre os dados da planilha 19, contudo a faixa de atuação do preço de venda de nossos produtos ainda não está definido, o que será feito a seguir. 4.2.3. Limites do preço de venda Finalmente partimos para a definição dos limites superior e inferior do preço de venda afim de darmos informações que irão servir para parametrizar negociações entre o departamento de vendas e clientes. Para efeito ilustrativo iremos analisar os seguintes produtos, tampa rotativa, flange, pistão e catraca. Para entendermos melhor a formação do preço de vendas é importante salientarmos que a empresa divide os produtos em dois grupos, os produtos especiais e os de linha. Cada grupo é dividido segundo o volume de vendas e características de fabricação. Como diretriz da empresa é sabido que o lucro mínimo esperado para os produtos de cada grupo são distintos e obedecem a seguinte regra: Produtos de linha – lucro mínimo 8% Produtos especiais – lucro mínimo 10% Tabela 20 - Preço a partir do lucro mínimo esperado produto característica tp. Rotativa flange pistão catraca linha linha especial linha custo lucro mínimo (R$) (%) 32,00 8% 25,88 8% 11,74 10% 147,67 8% mark up 1,6477 1,6477 1,7039 1,6477 preço de venda (custo) 52,73 42,64 20,00 243,32 Fonte: Própria. Outra informação importante é que o máximo preço de venda de um produto pode chegar até a média dos preços dos concorrentes. Esta é uma regra geral para formação dos preços, contudo há casos com regras próprias que não serão discutidas neste trabalho. Tabela 21 - Limites superior e inferior do preço de venda preço de venda tp.rotativa produtos flange pistão catraca limite superior (preço de mercado) 58,13 47,80 22,23 259,77 limite inferior (preço a partir do custo e mark up ) 52,73 42,64 20,00 243,32 Fonte: Própria. Em posse da planilha 21 o departamento de vendas monta sua estratégia de preço ao consumidor. Na maioria das vezes o departamento lança inicialmente o maior preço como sendo o valor de mercado e deixa toda a margem para possíveis negociações, nos casos onde há perda do volume de vendas de um determinado item causado pelo seu preço, o departamento prefere perder a margem de negociação contudo baixar o preço objetivo. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O domínio de dados e informações é tão importante quanto deter um produto de qualidade, agora se você fabrica um produto é necessário saber faze-lo isto se chama know-how, se o produto já possui sistemática de produção resta saber negocia-lo e para isto é importante saber seu custo e o mercado. Neste ponto entrou a proposta deste trabalho, levantar informações necessárias para negociar um produto e dar diretrizes ao departamento de venda. Durante muito tempo notei que a falta de informações bloqueava negociações do departamento de vendas, a partir do momento que os custos começaram a ser calculados e refinados e o mercado passou a ser conhecido, houve uma mudança do comportamento do vendedor melhorando sua confiança nas negociações e dando maior conforto a gerencia por saber quais os limites aceitáveis e que os funcionários trabalhavam sob mesmo foco. Boa parte deste trabalho já foi implantado na empresa JOBEL (nome fictício de uma empresa real) onde os resultados já são notados por todos. A produção passou a trabalhar focada no target cost e o departamento de vendas passou a conhecer o preço mínimo para negociações não sobrecarregando o gerente comercial com perguntas do tipo: posso dar mais desconto ao cliente “X”? Quanto as dificuldades de implantação, são inúmeras pois inicialmente houve um certo receio por parte da empresa em abrir informações de despesas com funcionários e produção, a confiança teve que ser conquistada e os avanços mostrados e discutidos. Para mim hoje não há dúvidas sobre a importância do assunto discutido neste trabalho. Sugestões e Recomendações Apesar de relatarmos neste trabalho diversas teorias com o intuito de embasarmos o estudo de formação do preço de venda e apresentarmos um estudo de caso, é extremamente importante que a pessoa a utilizar este material esteja ciente que alguns referenciais são importantes para a manutenção da empresa e utilização deste trabalho, e são: - A direção da empresa deve saber posicionar o produto no mercado; - A partir do posicionamento deve traçar uma estratégia com a finalidade de atacar o mercado; - Com a estratégia traçada deverá determinar parâmetros para que os departamentos possam trabalhar. É interessante traçar metas para todos os departamentos, isto facilita o trabalho de todos. As metas devem ser claras e possíveis de alcance pois caso contrário causará um desgaste desnecessário e provavelmente a frustração de alguns; - Investimento constante em efetividade operacional, ou seja, reciclagem da produção em busca de produtividade e redução de custos. Sabemos que o mercado está em busca de produtos de qualidade a um preço justo, porém atualmente isto não é garantia de vendas pois atrelado a isto o cliente quer qualidade aparente, pós-venda eficiente, presteza no atendimento e na entrega, assim como em muitos casos, personalização de seu produto. A adição de novos valores sobre o produto faz com que o custo se altere e também o seu consumidor, a empresa adapta-se a necessidade de clientes mais exigentes, contudo a alta de seu preço de venda força o distanciamento daqueles que buscam preço baixo. Há porém aquelas empresas que estão conseguindo agregar valor ao produto e assim mesmo manter o preço de venda estável isto é possível a partir do momento que simultaneamente ao acréscimo de um novo gasto há uma redução ou eliminação de outro em ponto distinto, por exemplo, a adição de um serviço pósvenda pode ser compensado com o retorno de informações do mesmo setor a outros departamentos, relatando quais são os maiores problemas encontrados pelos clientes. Se este for um trabalho bem orientado pode ocorrer inclusive redução do custo. REFERÊNCIAS ADMINISTRAÇÃO de custos e formação do preço de venda. Santa Catarina: Sebrae, 2003. ADMINISTRAÇÃO de empresas (Curso Intensivo). Faculdade Anhembi Morumbi São Paulo: NTA Internacional de Tecnologia Administrativa. BERNARDI, Luiz Antônio. Política e formação de preços: uma abordagem competitiva, sistêmica e integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. COGAN, Samuel. Custos e preços: formação e análise. 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