A importância da vacinação em adultos

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Saúde
• Março/2008
A importância da vacinação em adultos
A
s práticas de vacinação de pacientes
adultos e idosos, embora impactantes
na redução de complicações
infecciosas, são ainda pouco
difundidas nesta população. A seguir,
o Dr. Estevão Urbano, infectologista
que atua no Biocor Instituto, abordará
algumas questões relativas a este
importante tema.
Qual é o mecanismo de
ação das vacinas?
As vacinas agem estimulando as defesas orgânicas a
produzirem mecanismos antiinfecciosos altamente eficientes
no combate a desafios antigênicos específicos, como por
exemplo, os vírus e as bactérias,
impedindo ou amenizando o
aparecimento de sintomas e
sinais clínicos de várias doenças
infecciosas. A efetividade das
vacinas varia conforme diversos
fatores, entre eles, a capacidade do estímulo antigênico de
ativar o sistema imunológico e
o estado de saúde do indivíduo
vacinado. De forma geral, as
vacinas atualmente disponíveis
alcançam excelentes resultados,
c o n fo rm e c o mp rova d o p o r
diversos estudos de vigilância
epidemiológica.
Quais são os indivíduos
nesta faixa etária que mais
se beneficiam da vacinação?
Embora grande parte dos
indivíduos adultos e idosos
beneficiem-se dos diversos
esquemas vacinais atualmente
disponíveis, aqueles com idade
superior a 65 anos ou os portadores de co-morbidades, como
os diabéticos, os cardiopatas e
os usuários de drogas imunossupressoras, por serem mais
predispostos a infecções graves,
são o alvo preferencial para a
vacinação. Não obstante, outras
populações são igualmente importantes, como os indivíduos
que viajam para determinadas
regiões de risco ou aqueles que
trabalham em locais de maior
dispersão de microorganismos,
como creches, asilos e enfermarias pediátricas.
Existem contra indicações
para a vacinação destes indivíduos?
Qualquer condição referente ao paciente que aumente o
risco de uma reação adversa
grave a determinada vacina é
considerada contra-indicação
para a administração da mesma.
Estas contra-indicações poderão
ser permanentes, como reações anafiláticas a algum dos
componentes das vacinas, ou
transitórias, como a gravidez e
estados de imunodeficiências,
em especial, quando se utilizam
preparações contendo vírus
enfraquecidos. Entre os quadros
de deficiência imunológica,
destacam-se alguns tumores,
como a leucemia e o linfoma, a
quimioterapia anti- neoplásica,
o uso crônico de corticóides,
a AIDS e imunodeficiências
congênitas.
Quais são as principais
vacinas indicadas para os
adultos e idosos?
Além do esquema básico
de vacinação proposto para as
crianças, os adultos e idosos
beneficiam-se especialmente das vacinas contra a gripe
(anual) e a pneumonia (a cada
cinco anos), pois estas, além
de reduzirem a freqüência das
infecções, poderão minimizar
os sintomas clínicos naqueles
que por ventura desenvolverem
a doença. Conforme já mencionado, os indivíduos idosos e os
portadores de co-morbidades
são os que mais beneficiamse da vacinação. Enfatiza-se
a importância da imunização
contra a rubéola para mulheres em fase de procriação que
não tiveram previamente esta
infecção, contra as hepatites
A e B, e contra a febre amarela
para aqueles que viajarão para
regiões endêmicas. Recentemente foram disponibilizadas as
vacinas contra o herpes zoster,
recomendada para idosos, e
contra o HPV, recomendada
para jovens com até 26 anos
de idade.
A vacinação contra a gripe e a pneumonia poderão
provocar doença?
Não, visto que os componentes destas vacinas são apenas fragmentos dos agentes
infecciosos, portanto, sem condições biológicas de provocarem replicação, invasão tecidual
e doença clínica. Não obstante,
essas vacinas poderão provocar
leves efeitos colaterais, como
febre baixa e dores no corpo,
os quais cedem rapidamente
e não devem ser confundidos
com infecção.
Existe vacina contra o
vírus da dengue?
Não, pois a grande variabilidade genética deste vírus tem
dificultado o desenvolvimento
de vacinas efetivas. Portanto, a
melhor maneira de se prevenir
esta infecção é o controle do
mosquito transmissor, em especial, evitando-se o acúmulo
peri-domiciliar de reservatórios
de água.
Quem deveria se vacinar
contra a febre amarela?
De forma geral, a vacinação
contra a febre amarela estará
indicada para os indivíduos
que viajam para zonas de
risco, como as regiões centrooeste e norte, especialmente
áreas rurais. Entretanto, pelo
dinamismo epidemiológico
desta arbovirose, recomenda-se
atualizações referentes às áreas
de risco no site do ministério
da saúde (www.saúde.gov.br).
Ressalta-se, que por se tratar de
vacina de vírus vivo atenuado, a
mesma não está indicada para
ges tantes e imunocompro metidos. Quando indicada, a
revacinação deverá ser realizada
a intervalos de 10 anos.
Quais são os efeitos colaterais mais comuns das
vacinas?
As vacinas atualmente disponíveis são bastantes seguras,
raramente provocando manifestações clínicas severas. Não
obstante, febre baixa, mialgia e
indisposição poderão ocorrer,
sugerindo-se, nestes casos, evitar atividades físicas extenuantes, hidratação adequada, além
de analgésicos e anti-térmicos.
Obviamente, caso tais medidas
não sejam suficientes, o paciente deverá procurar orientação
médica especializada.
Alameda da Serra, nº. 217
Nova Lima – MG.
www.biocor.com.br
Tel. (31) 3289-5000.
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