Resumos - trabalhos aprovados

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INTERFACE ENTRE O ASCETISMO EPICURISTA E O ASCETISMO
MONÁSTICO DO CRISTIANISMO MEDIEVAL
Alexandre dos Santos Ferreira
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: O período medieval foi sem dúvidas um marco na história do cristianismo, que, por
sua vez, legou a essa época história e à posteridade muitas influências, como, por exemplo, as
regras de vida monástica. Contudo, sabemos que apesar da organização doutrinal do
monasticismo, a ideia desse modus vivendi religioso antecede em muito a Idade Média. Nosso
estudo intenta, pois, discutir as possíveis repercussões da filosofia epicurista – em especial, do
ascetismo proposto em seu ideário – ao ascetismo monástico cristão, considerando a
indiscutível influência da filosofia helenista ao pensamento da Igreja cristã em seus primeiros
séculos. Queremos analisar as (in)congruências entre certos prismas de comportamento
propostos por ambos, como em seus preceitos de austeridade, de modo que poderemos
entender como o epicurismo e o cristianismo monástico concebiam temas como prazer,
renúncia, vida reclusa, felicidade, purificação do espírito, dentre outros.
Palavras-chave: Ascetismo. Cristianismo. Epicurismo. Monastérios medievais.
JUSTIÇA E PENA DE MORTE ENTRE HAMURABI, PLATÃO E JESUS
Aline Silveira dos Santos Silvestre
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Qualquer sociedade necessita de um sistema ou código de leis (escritas ou não) que
unifiquem o sentido de justiça para os que nela convivem, caso pretendam manter certa
ordem. Com esse objetivo, em meados do século XVIII a. C. nascia o Código de Hamurábi,
cujos princípios baseados na Lei de Talião lembram o símbolo da balança, por conceber uma
justiça que advoga que se deve devolver o que se recebe na mesma medida em que se recebe.
Assim, crendo na punição do mal com o mal, sustenta a pena de morte como um instrumento
eficaz de resolução da violência. Partindo dessas concepções de justiça e pena de morte, nosso
trabalho visa analisar e interseccionar as perspectivas de Platão e Jesus sobre tais temas,
suscitando uma reflexão cara à contemporaneidade, berço de muitas polêmicas a esse
respeito. Destaque-se em Platão a crítica tecida no Livro I da “República”, obra em que
afirmava ser a justiça uma virtude humana, sendo – por essência – geradora de coisas boas, de
modo que não pode ser usada para legitimar a violência, pois isso propaga o mal criando um
círculo vicioso (do mal gerando o mal), como também revelará Jesus em seu evangelho, onde
nos suscita o dever de responder a ações ruins de formas boas, devolvendo para um mal, um
bem.
Palavras-chave: Hamurabi. Jesus. Justiça. Platão.
IMPACTOS DA POLÍTICA IMPERIALISTA DE ALEXANDRE, O GRANDE, NA
CONFIGURAÇÃO DA FILOSOFIA EPICURISTA
Alysson Teófilo do Nascimento Nunes
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Este trabalho tem como intento ilustrar a influência da vida e governo de Alexandre
Magno (356-323 a. C.) sobre a composição da filosofia de Epicuro. Durante seu império,
Alexandre aplicou em seu governo uma política cosmopolita, conquistando a Ásia Menor, a
Pérsia, o Império Aquemênida e a Índia, o que permitiu a fusão de diversas culturas no que
ficou conhecido como período helenístico. É nesse período que surge o epicurismo, corrente
filosófica baseada nos ensinos de Epicuro (341-271 a. C.), que se destacou por sua reflexão
sobre temas como felicidade e morte. É exatamente sobre esse aspecto temático que vertemos
nosso estudo: quais os impactos do contexto imperialista alexandrino à configuração da
filosofia epicurista, voltada à vida simples e refletida? Ora, partimos do pressuposto que,
sendo contemporâneos, Epicuro viveu as tensões sócio-políticas do império macedônico,
principalmente após a morte de Alexandre, que não deixando sucessor ao trono, legou ao
Ocidente um contexto de forte instabilidade. Para realizarmos, pois, os fins aqui anunciados,
adentraremos na filosofia de Epicuro a partir da obra “Carta sobre a felicidade”.
Palavra-chave: Alexandre. Epicurismo. Helenismo.
A IMAGEM DO HEROÍSMO GUERREIRO NA GRÉCIA ANTIGA ENTRE
AQUILES, DA FTIA, E LEÔNIDAS, DE ESPARTA
Andréa Silva de Lima Alves
(IFPB; Discente no Curso Técnico de Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio; e-mail:
[email protected]).
Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected])
Resumo: Neste trabalho apresentamos as equivalências e disparidades entre a postura
guerreira de Aquiles, mítico rei da Ftia, e Leônidas (540-480 a. C.), rei e general de Esparta,
tomando como referência o ideal de herói. Para a análise do heroísmo guerreiro de Aquiles,
assumiremos as narrativas homéricas expressas na “Ilíada”, que narra os fatos épicos em torno
do desfecho da Guerra de Tróia. Para a reflexão sobre a tipologia heróica de Leônidas,
faremos uso do Livro VII da obra “História” de Heródoto, em que narra a invasão da Grécia
feita pelos persas e o famoso episódio das Termópilas. Entre esses dois grandes personagens
há um conceito de heroísmo coerentemente alinhado ao espírito sócio-político de suas épocas:
no caso de Aquiles, o da arcaica sociedade aristocrática dos basileus; no de Leônidas, ao da
pólis clássica. Há, pois, dois sentidos de guerra e, portanto, de glória (kléos) entre eles. Na
sociedade descrita por Homero, a glória guerreira é individual, legitimando a honra (timé)
inerente ao herói. Já no contexto da pólis, não se admitia a preeminência do indivíduo sobre
os interesses coletivos. Assim, se Aquiles se destaca em sua areté (excelência) guerreira,
Leônidas luta pelos seus iguais (hómoioi), defendendo sua honra pela glória da cidade.
Palavras chaves: Aquiles. Grécia Antiga. Heroísmo guerreiro. Leônidas.
O MITO COMO ESPELHO DA HISTÓRIA: AS PERIPÉCIAS DE PROMETEU E
SEUS REFLEXOS NO DESTINO DA RAÇA HUMANA
Ana Karoliny de Souza Gomes
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental,
[email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: O mito esteve presente desde os primórdios da raça humana, tendo como objetivo
central representar as verdades profundas da existência huamana, delimitando o seu lugar no
cosmos. Diante disso, nosso trabalho se lança, pois, ao escopo de mostrar possíveis
aproximações entre os acontecimentos míticos que envolvem a figura do titã Prometeu e fatos
documentados pela História, mostrando o papel do mito na descrição da realidade histórica, só
que a partir de uma construção discursiva diversa da que constitui os registros históricos. Para
esse intento, faremos uso das narrativas hesiódicas presentes nas obras “Teogonia” e “Os
trabalhos e os dias” em que Prometeu aparece, especialmente em dois episódios: o do
banquete em que ele tenta enganar a Zeus (episódio que tematiza a separação da condição
humana em relação aos deuses); o do roubo do fogo de Zeus e sua cessão aos homens, a fim
de conferir-lhes a liberdade – em relação à tutela divina – por meio da fabricação de objetos e
preparo de alimentos.
Palavras-chave: Mito. Prometeu. Raça Humana.
O DILEMA DA LIBERDADE ENTRE O ANTIGO MITO GREGO DE SÍSIFO E A
OBRA “O MITO DE SISIFO”, DE ALBERT CAMUS
Anna Leticia de Lima Silva
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso estudo almeja discutir o conceito de liberdade presente no interior do antigo
mito grego de Sísifo e no âmago do ensaio filosófico “O mito de Sísifo”, escrito em 1941,
pelo francês Albert Camus. Partindo do título da obra de Camus, vertemos nosso olhar para
aquele mito grego pressupondo ser a liberdade um dos temas fundamentais da obra, tendo em
vista que é dela que Sísifo é afastado enquanto labuta eternamente no submundo, condenado
ao absurdo de sempre ter que rolar uma pedra para o alto de um monte que nunca a sustentará.
A propósito, o título original de Camus, a saber, Le mit décisif, permite um trocadilho
interessante: esse é um mito decisivo, porque urge pensarmos a existência e os imperativos
das nossas escolhas. Se absurda – como propõe Camus –, ou plena de sentido – como propõe
a metáfora sob a ótica mítico-religiosa –, certo é que a liberdade se mantém preeminente na
reflexão sobre a condição humana frente ao desconhecido que é a existência. É, pois, na
interpretação da liberdade à luz desse mito e do ensaio filosófico que projetamos nosso
objetivo, cônscios de que o paralelo entre essas obras nos abriram a outros temas como morte,
felicidade, suicídio, trabalho, ética.
Palavras-chave: Albert Camus. Liberdade. Mitologia grega. Sísifo.
INTERSECÇÕES ENTRE AS NARRATIVAS FUNDACIONAIS DAS CULTURAS
GREGA E JUDAICA
Brian Ferreira Marinho
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Muito além da história milenar que partilham, as culturas grega e judaica possuem
muitas características comuns em suas narrativas cosmogônicas, como também distinções
decisivas que demarcam suas especificidades culturais. É no âmago dessa intersecção que
lançamos nosso estudo. Assumindo a perspectiva do mito, concentramos nossas reflexões em
torno do aspecto religioso dessas tradições, dedicando-nos às possíveis
aproximações/distanciamentos entre as narrativas de fundação do cosmos e da história
humana a partir da ótica grega e judaica. Para isso, adotaremos como leituras basilares as
seguintes obras: para a tradição judaica, a “Torá” (composta pelos livros Gênesis, Êxodo,
Número, Levítico e Deuteronômio); e para a tradição grega, “Teogonia” e “Os trabalhos e os
dias”, de Hesíodo. Com o objetivo de apresentarmos semelhanças e diferenças entre essas
culturas do ponto de vista de suas narrativas fundacionais, sublinharemos mitos como o da
criação do universo e do homem, o do paraíso perdido (e, junto a este, o do retorno ao divino
pelo resgate imortalidade), o do Dilúvio, dentre outros.
Palavras-chave: Cultura grega. Cultura judaica. Mitos fundacionais.
INTERFACES ENTRE O “EROS” GREGO E O “ÁGAPE” CRISTÃO
Bruno Lira Silva
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso trabalho pretende apresentar – primeiramente – uma intersecção entre as
perspectivas grega e cristã do amor, assumindo as devidas nuances de sentido que cada uma
dessas culturas confere a esse tema. Diante disso, nos dedicaremos à explanação dos
significados que distinguem a concepção grega de Eros em relação à visão cristã, partindo do
referencial mítico-religioso e filosófico da Hélade, especialmente discutida na mitologia a
partir da “Teogonia”, de Hesíodo, das “Metamorfoses”, de Ovídio, e na filosofia a partir da
obra “Banquete”, de Platão. Para assim articularmos o paralelo entre a concepção de Eros e de
Ágape, faremos uso dos evangelhos canônicos e da primeira carta de São Paulo aos Coríntios.
Deste modo poderemos pensar como se associam esses conceitos tão importantes nessas
culturas, considerando a grande influência da tradição helênica à teologia cristã.
Palavras-chave: Ágape. Cristianismo. Eros. Grécia Antiga.
O CULTO DOS MORTOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA E NO
CRISTIANISMO PRIMITIVO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS
Emmanoel de Almeida Rufino
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Bem mais antiga do que a religião fundada sob a égide de Zeus, a religião dos
mortos encontrou grande preeminência na tradição greco-romana. Segundo antigas crenças
greco-itálicas, o habitat da alma não estava em outro mundo, porque se cria possível que se
continuasse vivendo sob a terra, junto aos homens. Tal crença é incisiva no imaginário grecoromano, talvez por herança da cultura egípcia, para quem não se podia sepultar um morto sem
os seus pertences, já que no futuro eles lhe poderiam ser úteis. De fato, quando se encerrava
um corpo num túmulo, acreditava-se estar jazendo nele algo vivo, o que justifica ritos como o
derramamento de vinho no túmulo para saciar a sede do defunto, como atesta Eurípides, na
peça Ifigênia em Táuris, ou ritos similares descritos por Homero (na Odisseia) e por Virgílio
(na Eneida). A propósito, não era pela ostentação do sofrimento referente à perda do ente
querido, mas para o repouso do morto que se realizam os ritos funéreos. São esses elementos
da cultura greco-romana que propulsionam o segundo e crucial momento de nossa
investigação, quando pensaremos o culto dos mortos no Cristianismo primitivo, atentos às
semelhanças e diferenças com a cultura greco-romana de que herda tantas influências.
Palavras-chave: Cristianismo primitivo. Culto dos mortos. Cultura greco-romana.
A PAIDÉIA GREGA NA ORIGEM DOS JOGOS OLIMPICOS DA ANTIGUIDADE
Gabriel Andy Lucena
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: A paidéia greco-antiga era um modelo de formação que visava desenvolver todas as
potencialidades humanas, cultivando ideais de civilidade típicos da tradição cultural da
Antiguidade, seja a partir da mitologia, das artes, da filosofia, etc. Pela paidéia, os gregos
cultivavam um ideal de excelência (areté), baseado principalmente nos prismas do Belo, do
Nobre e do Justo. Tendo em vista a complexidade desse intento formativo, o homem grego
era formado em sua integralidade psicossomática, alinhado à necessária harmonia cósmica;
para tanto, ele era submetido a diversas competências – ginástica, gramática, retórica, música,
matemática, geografia, história natural e filosofia – a fim de alcançar o objetivo de se tornar
primoroso e completo. É no rol dessas preocupações que nasceram os Jogos Olímpicos da
Antiguidade (por volta de 776 a. C.), que muito mais do que competições eram momentos
religiosos de celebração da paidéia. Nosso estudo tem por objetivo, portanto, mostrar como a
paidéia se revela nesses Jogos pan-helênicos. Para compreendê-los nesse prisma formativo,
mostraremos, dentre outras coisas, os motivos pelos quais o ginásio (conforme atesta a
etimologia de gymnasium) era local para exercitar-se sem roupas, cenário típico dos jogos.
Palavras-chave: Grécia Antiga. Jogos Olímpicos. Paidéia.
“HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA”: “HAMLET” E A CRÍTICA
SHAKESPEARIANA AO ETHOS CIVILIZATÓRIO DA NOBREZA FEUDAL COMO
PROJEÇÃO DA NOÇÃO SOCRÁTICO-PLATÔNICA DE VERDADE
Gabriela Lima Araújo
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: O presente trabalho visa aproximar a crítica socrático-platônica à retórica da escola
sofística com a contrária opinião do personagem Hamlet (da obra homônima de William
Shakespeare) ao modo agir típico da nobreza feudal, baseado nos formalismo da etiqueta.
Veremos que, para Hamlet, as regulamentações comportamentais trazem consigo a
dissimulação, que impede o transparecer da autenticidade do indivíduo. O tópico da crítica
desse personagem shakespeariano tranquilamente é comparável àquilo que combateram
Sócrates e Platão, na Atenas clássica: a preocupação em lapidar o espírito e as relações
humanas a partir de subterfúgios linguísticos, a partir de argumentações abundantes em jogos
de palavras, mas vazias de conteúdo. É, pois, nesse âmago que lançamos nosso estudo,
cônscios de que, apesar das peculiaridades históricas de Shakespeare, Sócrates e Platão, o
tema da verdade transpassa suas obras com similar importância, seja na forma de abordagem,
seja na perspectiva ideológica.
Palavras-chave: Nobreza feudal. Filosofia socrático-platônica. Hamlet. Verdade.
IMAGENS DO FEMININO NA COSMOGONIA HESIÓDICA
Giully Ilanna da Silva Lucena
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso estudo se concentra na interpretação das imagens do feminino no arcabouço
narrativo da cosmogonia de Hesiodo, particularmente em suas obras “Teogonia” e “Os
trabalhos e os dias”. Na “Teogonia”, analisaremos a representação de todas as figuras míticas
femininas apresentadas por Hesíodo, desde as descendentes de Gaia (Terra) aos arquétipos
femininos associados à natureza, que possuem, por sua vez, o seu contraponto masculino,
harmonizando-se com ele, como é o caso, por exemplo, da Noite negra (cujo par é Érebos).
Na obra “Os trabalhos e os dias” nos dedicaremos principalmente à figuração da face
feminina dos primeiros seres humanos (os hermafroditas) e a representação de Pandora. Com
isso queremos pensar se no discurso hesiódico há ou não marcas evidentes do patriarcalismo
da sociedade aristocrática de sua época (século VIII a. C.), a fim de refletirmos o lugar da
mulher entre a realidade mítica e as estruturas sócio-históricas da Grécia arcaica.
Palavras-chave: Cosmogonia. Feminino. Hesíodo. Mitologia grega.
A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA HIEROGLÍFICA NO ANTIGO EGITO E SEU
DECLÍNIO ATRAVÉS DOS TEMPOS
Ihellogim Isis da Costa Ferreira
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental,[email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: O presente trabalho visa entender o papel desempenhado por um dos mais antigos
sistemas de escrita do mundo: os hieróglifos. Criados há séculos atrás por uma das maiores
civilizações antigas, o Egito, os hieróglifos eram vistos como escrita sagrada, o que justifica
somente uma pequena parcela da população ter a possibilidade de aprender as utilidades e
significados do seu uso. Durante muito tempo, a escrita hieroglífica perdurou no Antigo
Egito, usada no séquito da alta sociedade. Contudo, diante das invasões de povos estrangeiros
que foram se sucedendo na história, os hieróglifos foram dando lugar a outros sistemas de
escrita, mesmo que sob sua influência. Imbuídos, portanto, do intuito de explorarmos mais a
fundo a importância dos hieróglifos à cultura egípcia e seu legado à civilização ocidental,
buscaremos desvendar vários aspectos de seu uso e significado mítico para os antigos,
investigando também como esse sistema de escrita chegou ao “fim”. Se devemos, pois,
sempre renovar destaques ao impressionante legado egípcio à posteridade, os hieróglifos
merecem atenção especial.
Palaras-chave: Antigo Egito. Escrita. Hieróglifos.
O TRABALHO COMO VIRTUDE PARA UMA VIDA COM “PATHOS”:
MITOLOGIA E HISTÓRIA ENTRE A ANTIGUIDADE GREGA E OS DIAS ATUAIS
Isaque da Silva Brandão
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Os desdobramentos econômicos-culturais da Revolução Industrial afetaram
fortemente as relações de trabalho da Modernidade ocidental, criando uma forma de produção
em massa que permitiu às sociedades a multiplicação de serviços, mercadorias e mão-de-obra,
inaugurando vários fenômenos na história. Herdeiras dessa racionalidade, as instituições de
ensino passaram a assumir em seus processos educativos a lógica da indústria e do mercado
de trabalho. Esse processo fomenta uma perigosa forma de alienação, a intelectual, já que é
cada vez mais frequente se associar o sentido da formação escolar à preparação meramente
tecnicista, voltada principalmente a profissionalização. Nosso estudo busca, portanto, fazer
uma reflexão sobre essa cultura tecnicista que paira na educação, mostrando seus retrocessos
diante do que foi pensado enquanto formação humana no berço da cultura ocidental: a Grécia
Antiga. A partir disso discutiremos a paideia grega mostrando como – apesar de incentivado
com vigor – o trabalho era compreendido como uma arte (tékhne) que devia ser cultivada em
cada indivíduo a partir de sua disposição interior, para que desenvolvendo sua areté
(excelência), pudesse assumir seu papel no mundo com pathos (paixão).
Palavras-chave: Modernidade. Paideia grega. Trabalho.
O SENTIDO GRECO-EGÍPCIO DA ALQUIMIA E SUAS REPERCUSSÕES
MEDIEVAIS
Jaqueliny Brenda de Medeiros
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Arte multimilenar, no Ocidente a prática da alquimia partiu do Antigo Egito
transpassando a cultura grega, cruzando o medievo de modo a exercer bastante influência à
civilização europeia, tanto que foi matéria de intensos debates teológicos na Igreja cristã,
habitando o senso comum com ares de mistério, muitas vezes associado à bruxaria. Contudo,
derivada das antigas “Escolas dos mistérios”, a alquimia – quase sempre associada
unicamente à arte de metamorfosear materiais, tendo em vista o sentido de khemía, a arte
egípcia de fabricação de ouro e prata – era símbolo do exercício espiritual associado à
dinâmica de transmutar a imanência em transcendência. Esse exercício se associa aos mitos
fundacionais de imortalidade perdida, que desafiam o homem a retornarem ao divino, como
nos lembra o mito hesiódico das cinco raças: o destino dos seres valorosos é a reconquista do
eterno pela vida virtuosa, que transmuta uma condição humana férrea numa áurea. É nesse
âmbito que se revela a alquimia antiga. A busca da virtude justifica uma prática corrente entre
os egípcios: destilar água milhares de vezes, até conseguir “água pesada”. Essa metamorfose,
na verdade, apenas esconde o real sentido do ato: desafiar os imperativos do corpo diante da
psyché.
Palavras-chave: Alquimia. Cultura greco-egípcia. Idade Média.
MEDICINA E SACRALIDADE NA GRÉCIA ANTIGA
Manuela Yngrid Pinheiro Costa
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Este presente estudo tem como objetivo revisitar as bases mítico-filosóficas da
medicina da Grécia Antiga, investigando a relação entre o saber médico e a religião arcaica,
principalmente a partir do referencial teórico hipocrático. Herdeiros da Modernidade, somos
acostumados a uma medicina que assume um forte caráter técnico-científico e é caracterizada
pelo apelo objetivista quanto às formas de gerir a relação saúde-doença. Por isso, estranha-nos
associar a medicina a reflexões éticas sobre a existência humana, tópico fundamental ao
conceito greco-antigo de saúde ética (que pressupõe o alcance da saúde à harmonia entre a
psyché individual e a psyché cósmica, considerando o divino como referencial para esse bemestar). Muitas são as vinculações religiosas da medicina antiga: investigaremos, por exemplo,
a importância dos templos dedicados a figuras míticas como Asclépio e Higéia, que, aliás,
constam no início do famoso juramento hipocrático. Nessa esteira investigativa, para
alcançarmos o objetivo proposto, desvelaremos o sentido da saúde ética, a importância dos
antigos centros de cura (como Epidauro) e a vinculação da medicina antiga com a filosofia
(principalmente a socrático-platônica, por sua influência das antigas “Escolas dos mistérios”).
Palavras-chave: Grécia antiga. Medicina sagrada. Mitologia.
A ARQUITETURA SAGRADA GRECO-ROMANA E SUA RECEPÇÃO PELA
ARQUITETURA SACRA DO CRISTIANISMO MEDIEVAL
Márcio da Silva Santos
(IFPB, Discente no Curso Técnico de Edificações Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected])
Resumo: Nosso estudo objetiva apresentar quais os elementos estéticos da arquitetura grecoromana foram ou não incorporados pela arquitetura sacra do cristianismo medieval e as razões
que justificam esse processo. Na construção dessa análise, sublinhamos a herança estéticoreligiosa da arquitetura grega que, legada ao império Romano, alcança, por sua vez, o
cristianismo. Falamos de “herança estético-religiosa” porque os traços arquitetônicos dessas
civilizações são marcados fortemente pelo aspecto da sacralidade. Considerando que a
arquitetura cristã começa a debutar em meados do século II d. C., tomando impulso posterior
com Constantino, que fomentou a demolição ou transformação de algumas igrejas “pagãs” em
cristãs, podemos encontrar muitos elementos greco-romanos nas igrejas da era medieval,
como os pórticos (típicos dos templos gregos e implantados nas primeiras basílicas) com suas
magníficas colunas, as imponentes abóbadas (que marcam a grandeza do divino e a distância
do ser humano para ele) e os enormes átrios. Deste modo, mostraremos ainda como na
arquitetura medieval vão se definindo esteticamente as fases paleo-cristã, românica e gótica.
Palavras-chave: Arquitetura greco-romana. Arquitetura sagrada. Cristianismo medieval.
A síntese ptolomaica da astronomia e seu legado à idade média.
Maria Eduarda Costa Lima
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: O cientista grego Cláudio Ptolomeu viveu no Egito no século II d. C. e foi um dos
responsáveis pela formação do pensamento astronômico do mundo antigo, destacando-se por
uma numerosa produção de escritos, na qual se destaca o Almagesto, obra fundamental para o
desenvolvimento da ciência astronômica em que apresenta o sistema geocêntrico, marcante
para o imaginário cosmológico medieval que adviria associado ao crivo científico da Igreja.
Servindo de base inclusive para justificações teológicas da ordem do universo, o geocentrismo
ptolomaico transpassou quase incólume toda a Idade Média, até a proposição copernicana da
teoria heliocêntrica, basilar à emergência do Renascimento. Ptolomeu também legou à história
um tratado sobre astrologia, intitulado Tetrabilos. Partindo, pois, dessas informações, neste
estudo pretendemos apresentar os conceitos e argumentações propostas pela astronomia de
Ptolomeu apontando os âmbitos de sua influência e suas repercussões na cosmologia
medieval.
Palavras-chave: Astronomia. Cosmologia. Idade Média. Ptolomeu.
PITÁGORAS: CIÊNCIA E MAGIA NA GRÉCIA ANTIGA
Marianne Vieira Aragão Barbosa
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso estudo visa discutir o caráter mágico e científico dos ensinamentos
pitagóricos enquanto promotores dos mistérios iniciáticos herdados da tradição egípcia.
Pitágoras era um iniciado nas “Escolas dos Mistérios”, que cultivavam a psyché humana em
vista da reconquista da imortalidade perdida (condição áurea primordial) e das verdades
eternas. Um iniciado era instigado ao autoconhecimento voltado à descoberta do sentido
cósmico de sua existência; deveria aprender o caminho da transcendência de sua
materialidade em direção à espiritualidade, religando sua natureza humana à divina (daí o
sentido de “religião”: religar), como podemos ver na geometria sagrada das pirâmides (cuja
base quadrada – representando à materialidade da condição humana – se eleva ao divino,
representado pelo triângulo) e na representação da tétraktys pitagórica. Na esteira de campo
de sentido, compreenderemos o sentido mítico-filosófico-científico da matemática de
Pitágoras. Nela, veremos as claras influências órfico-dionisíacas das “Escolas dos Mistérios”,
que incitam o homem a uma vida ascética de busca pela purificação interior e pela harmonia
de si com as “formas” perfeitas do cosmos, para que no ciclo de reencarnações
(metempsicose), sua busca culmine na libertação da alma para o eterno, pelo alcance da pura
espiritualidade.
Palavras–chave: Ciência. Grécia Antiga. Magia. Pitágoras.
DOS “PLÁTANOS” ÀS PLATEIAS: NUANCES DO ESPÍRITO EDUCATIVO
GREGO ENTRE AS EPOPEIAS ARCAICAS E AS TRAGÉDIAS CLÁSSICAS
Matheus de Mélo Silva
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso trabalho almeja apresentar elementos representativos do espírito formativo
da paidéia grega a partir da tradição das epopeias homérico-hesiódicas, na Grécia arcaica, e
da tradição de tragédias emergentes no teatro greco-clássico. Nesse âmbito, mostraremos que
mesmo antes da consolidação do teatro clássico, a educação da criança (paidós) na era arcaica
já cultivava elementos marcantes do teatro, como o canto, a dança e os mitos. Ora, sendo
cantadas, as epopeias inspiravam não só memória dos mitos, mas fomentavam o ritmo e a
harmonia de si com as vibrações do corpo e da alma. À sombra dos plátanos (árvores típicas
ao território grego, dotada de copas em forma de chapéu-de-sol), era comum ver crianças
reunidas pelos mestres que, por sua vez, lhes ensinavam o canto, a dança e os mitos. Nesse
local, as crianças aprendiam os tópicos da civilidade, pelo exemplo épico dos deuses e dos
heróis, fato que se repetirá na pólis, então sob a roupagem do teatro, que segundo cremos,
transporta o espírito educativo fomentado embaixo dos plátanos, com o mesmo interesse em
suscitar a catarse dos sentimentos e, portanto, o sentimento de respeito e reflexão sobre a
existência e a relação com os mistérios cósmicos.
Palavras-chave: Epopeias. Grécia antiga. Paidéia grega. Tragédias.
A LENDA DE BEOWULF E O PADRÃO DE HEROÍSMO MEDIEVAL
Nathan D’Almeida Alves de Oliveira
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade encontrar os principais elementos que constituem o
estereótipo do clássico herói medieval, através da análise da lenda de Beowulf. Para
alcançarmos tal objetivo analisamos o conto anglo-saxão Beowulf, atentando para os fatos
que levam o protagonista da obra (outrora um guerreiro da tribo dos gautas) a ser considerado
um dos maiores heróis da literatura medieval. Em Beowulf, podemos perceber a presença de
certos elementos que constituem uma “jornada” para o posterior título de herói. Essa jornada é
marcada por diversos pontos que precisam ser preenchidos no decorrer do caminho que leva,
por sua vez, a recompensas como a glória, à fama e o poder, recompensas essas que podemos
encontrar em todos os heróis medievais. Diante disso, esta pesquisa busca analisar esses
“requisitos” necessários para se continuar no “caminho do herói medieval” e, com isso,
entender como indivíduos aparentemente comuns conseguiram ascender a um posto quase
sobre-humano, sendo titulados por todos como heróis.
Palavras-chave: Beowulf. Heroísmo. Idade Média.
OS QUATROS “REMÉDIOS” DE EPICURO PARA A SAÚDE DA ALMA
Raquel Alves Santos
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: A ética do filósofo grego Epicuro (341-271 a. C.) desponta no rol do pensamento
helenista como um farol de preceitos éticos para iluminar um contexto sócio-político de muita
tensão e instabilidade, diante das consequências do imperialismo de Alexandre Magno. Em
meio a isso e herdeiro de uma tradição filosófica que somente há pouco havia despertado para
temas como morte e felicidade, Epicuro apresenta em suas obras uma profunda reflexão sobre
o sentido ético da existência, tangendo esses temas a ponto de nos suscitar a memória dos
escritos hipocráticos sobre a saúde. Epicuro mostrou que o verdadeiro caminho para a
felicidade estava na prática da ataraxia e da aponia, que ele sintetiza na proposição de
preceitos filosóficos, conhecidos como “quatro remédios”: primeiro, que são vãos os temores
aos deuses; segundo, que é tolice ter medo da morte, pois ela nada significa, já que quando
estiver presente, não poderemos vivenciá-la; terceiro, que o prazer usado da forma correta é
saudável a todos; e quarto, que o mal dura pouco e é suportável. Caminho para uma vida feliz
e plena, esses “remédios” indicam o caminho da sabedoria, que desde a tradição míticofilosófica era tomada como prisma da saúde.
Palavras-chave: Epicuro. Felicidade. Saúde da alma.
AS BASES HISTÓRICO-MITÓLOGICAS DO DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA
Rodolfo Mariano Figueirêdo de Lima
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Partindo da premissa de que os primeiros indícios do surgimento do Direito
ocidental despontam com a mitologia grega, nosso estudo buscará investigar como a Grécia
foi gestando um conceito de justiça durante o trânsito dos séculos, da era arcaica à era
clássica, legando ao século V. a. C. as bases para a objetivação de um Direito na pólis. Para a
realização desses intentos, tomaremos como referência hermenêutica a análise da literatura
gestada nesse período, associando sua interpretação aos elementos sócio-político-culturais
marcantes nesse processo histórico. Sobre essa literatura, assumiremos a leitura das obras
“Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo, e a “Ilíada”, de Homero, de onde
emergem reflexões fundacionais sobre a relação entre leis e costumes, justiça humana e
justiça divina. Com essa análise será possível entender o imaginário jurídico da aristocrática
sociedade guerreira dos basileus, marcante entre os séculos VIII e V a. C. A partir disso,
assumimos a leitura da trilogia trágica “Oresteia”, de Ésquilo, que, encenada na clássica pólis
ateniense, provoca a reflexão acerca dos limites da justiça mítico-religiosa da era arcaica
diante das demandas objetivas da cidade, pressupondo a necessidade de sistematização de um
Direito.
Palavras-chaves: Direito. Grécia Antiga. Justiça. Mitologia.
AS MUSAS DA MITOLOGIA GREGA E A INVENÇÃO DA MEMÓRIA
NARRATIVA
Tayane Cristina de Souza Hipólito
(IFPB, Estudante de Ensino Médio, [email protected]).
Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected])
Resumo: Nosso trabalho objetiva analisar como as Musas figuram na mitologia grega,
especialmente como personagens que inspiram a poesia greco-arcaica, tal como vemos, por
exemplo, no início das epopeias “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, e “Teogonia”, de Hesíodo,
demarcando uma peculiaridade narrativa que transporá a Grécia, influenciando desde a
literatura romana de um Virgílio (com sua épica “Eneida”) aos escritos camonianos da obra
“Lusíadas”. Para nossa análise, assumimos a “Teogonia” como referencial para
compreendermos quem são as nove musas descritas por Hesíodo e as suas funções dentro do
imaginário cosmogônico descrito pelo poeta. Tendo em vista que as Musas são filhas de Zeus
com Memória (Mnemosine), buscaremos entender a função delas como guardiãs da memória
narrativa, tendo em vista que são inspiradoras da sapiência cósmica e das artes, como, por
exemplo, o canto poético (Teogonia, vv. 22-32), canal ordinário de transmissão das
mensagens míticas, que, por sua vez, conferiam legitimidade ao ethos civilizatório da
sociedade greco-arcaica. Não por acaso o nome dos templos a elas dedicados é Museion (ou
Museu), a saber, local onde se preserva o saber das Musas.
Palavras-chave: Memória narrativa. Mitologia grega. Musas.
A PAIDEIA GREGA NA CONFIGURAÇÃO DO ETHOS CRISTÃO DAS PRIMEIRAS
COMUNIDADES À PATRÍSTICA
Wéverton Galdino Correia
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Uma forte influência foi exercida pela cultura e educação greco-antiga à religião
cristã, marcando fortemente o que a Igreja veio a ser a partir de então. Para entendermos o
ethos do cristianismo é de crucial compreendermos o contexto em que os cristãos primitivos
estavam inseridos e como a cultura da época influenciou diretamente a tradição e o modus
vivendi da Igreja, o que se nota ainda hoje. Desde o início do cristianismo, podemos notar as
marcas da paideia grega em figuras importantes da Igreja primitiva, como Paulo de Tarso e
Lucas, o evangelista. Esses apóstolos eram provavelmente judeus helenistas, convertidos à
"seita" dos Nazarenos, o que justifica a famosa diatribe de Paulo no Areópago, como também
o estilo helenista da escrita de Lucas, marcante em seu Evangelho e no livro “Atos dos
apóstolos”. Depois da tradição primitivas da Igreja, advém os "Padres da Igreja", que se
utilizaram da paidéia grega para instruir os cristãos. Dentre eles se destacam: Clemente
Romano, Orígenes de Alexandria e Gregório de Nissa, fundamentais na propagação do
kérygma cristão através de recursos do mundo clássico de suas épocas. Para tal estudo,
investigamos trabalhos de Werner Jaeger, John Foxe, Michael Haykin e Frankilin Ferreira.
Palavras-chave: Cristãos. Ethos. Paideia grega. Patrística.
O CONCEITO DA IMORTALIDADE DA ALMA ENTRE A GRÉCIA ANTIGA E O
CRISTIANISMO PRIMITIVO
Bianca Gomes de Lucena
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nos tempos antigos, o tema da imortalidade foi recorrentemente interpretado de
diversas formas no imaginário religioso das civilizações. Nessa esteira, a Grécia ganha
destaque, principalmente se queremos entender como esse tema repercutiu para a cultura
ocidental, principalmente via cristianismo. Da mitologia arcaica à filosofia, o tema da alma
assume algumas nuances interpretativas, o que também tange a questão da imortalidade.
Diante disso, nosso trabalho objetiva destacar as perspectivas mais influentes sobre a
imortalidade da alma na cultura greco-antiga para, num segundo momento, entender com elas
dialogam com o cristianismo primitivo, marcando – nessas tradições – aproximações e
distanciamentos nas crenças a esse respeito. Nesse processo, acreditamos poder expor quais
os tópicos de influência transpostos da cultura grega para o cristianismo em seus primeiros
momentos históricos em que configurava sua identidade teológica. Nessa esteira
metodológica, pensaremos questões como: qual o destino da alma depois da morte e quais os
impactos da vida experienciada pelo defunto na configuração desse destino? Seria a alma
liberta para viver em outro corpo? Habitaria ela no tempo ou fora dele?
Palavras-chave: Alma. Cristianismo. Grécia antiga. Imortalidade.
A HISTÓRIA DA FILOSOFIA NATURALISTA GRECO-ANTIGA DE TALES A
ARISTÓTELES
Pedro Emmílio de Lima Marinho
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: A partir do século VI a. C os gregos começaram a investigar criteriosamente temas
como o cosmos e sua natureza, movimento racional que está na base do saber científico
ocidental. A respeito da natureza (phýsis), a filosofia naturalista obteve grandes avanços dos
pré-socráticos a Aristóteles. Buscando fundamentar o problema da natureza em bases
objetivas, através de suas observações da dinâmica espaço-temporal do universo, essa tradição
propôs teses sobre o princípio (arché) e as formas de ordenamento e subsistência de tudo o
que existe no mundo natural, das coisas animadas e inanimadas. Diante disso, nosso estudo se
propõe a apresentar a história desse processo teórico, partindo daquele que foi considerado o
primeiro pré-socrático (Tales de Mileto) a Aristóteles, grande sistematizador da filosofia
naturalista. A partir desse procedimento, queremos pensar como esse processo filosófico
dialoga com a realidade sócio-cultural grega e, por sua vez, como influencia a configuração
do ideário ocidental de natureza e de ciência natural.
Palavras-chave: Aristóteles. Filosofia naturalista. Grécia Antiga. Pré-socráticos.
ARQUITETURA E RELIGIOSIDADE NO ANTIGO EGITO
Marina Reis de Moraes
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: É de conhecimento comum o quanto a arquitetura egípcia atiça a imaginação
humana, principalmente quando em jogo está a compreensão do significado de monumentos
como as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos e da engenharia que as tornou possíveis.
Diante disso, nosso estudo se dedica à investigação da sacralidade inerente ao ideário
arquitetônico disposto por todo o Egito, evidenciando, portanto, como as construções dessa
civilização revelam a religiosidade mítica dessa civilização. Para tal objetivo assumiremos
principalmente a análise das pirâmides, que para além de sua grandeza estrutural possuem um
importante significado místico, dentro da tradição das antigas “Escolas dos mistérios”, que
procuravam respostas para o enigma da existência humana, incitando os homens ao resgate da
espiritualidade e da imortalidade perdida, por meio do encontro com seu destino cósmico, tal
como aponta a disposição estrutural das pirâmides, com sua base quadrangular (símbolo da
imanência a que está ligada a condição humana) e seus lados triangulares (símbolos da
transcendência, do caminho para o divino).
Palavras-chave: Arquitetura. Religiosidade. Egito Antigo.
O QUE A MITOLOGIA GREGA TEM A NOS DIZER?
Larissa Silva de Araújo
(IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio,
[email protected]).
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Nosso estudo parte de uma provocação: herdeiros que somos da paidéia grega e de
todo o arcabouço sapiencial de sua mitologia, ainda há algo de útil a se resgatar nesse berço
cultural em que o Ocidente foi gestado, tendo em vista o discurso cada vez mais frequente que
associa coisas antigas à inutilidade? Ora, o século XXI nos revela uma grande lista de avanços
tecnológicos e científicos que põem a vida humana em relevo, sinalizando para o seu
progresso; contudo, apesar desses “ganhos” tecnocientíficos, ainda parecemos longe de
alcançar o ápice civilizatório almejado pelo projeto iluminista e seus sucedâneos. Nunca foi
tão fácil e rápido acessar informações e se comunicar com pessoas, mas ainda cultivamos
relações com pouco conteúdo e intelectuais com pouca sabedoria para cultivar os
conhecimentos que possuem. Ao que nos parece, a ciência e tecnologia de que dispomos não
tocam a reflexão ética sobre importante arte de viver bem consigo mesmo e com o universo,
temas caros à mitologia grega, de quem somos herdeiros. É, pois, esse cenário que nos
inquieta e é revisitando os mitos que buscaremos respostas, pensando sua relevância para a
atualidade, cônscios de que seus contributos não devem ser deixados no passado.
Palavras-chave: Contemporaneidade. Mitologia grega. Ocidente.
O TEATRO GREGO COMO CENTRO DE CURA
Jéssica Mendes de Lima (IFPB, Estudante de Ensino Médio,
[email protected]). Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino
(IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected])
Resumo: Neste trabalho será apresentada uma reflexão sobre o papel do teatro na formação
espiritual dos gregos antigos, assumindo como premissa o fato de que, seguindo o próprio
sentido etimológico do termo grego theatrós (theós: deus/divino + trós, que pode ser
traduzido como dentro, por sugerir a ideia de interioridade), o teatro era lugar de cura e,
portanto, espaço de promoção de saúde, entendendo saúde numa dimensão psicossomática,
aos moldes da medicina hipocrática. Por ser, portanto, um local onde se adentra o divino, o
teatro recebia destaque não só no interior das pólis, como em Atenas, conhecida por seus
campeonatos de peças teatrais, por ocasião das festividades anuais dedicadas a Dioniso: o
teatro estava presente nos centros de cura, como em Epidauro. O teatro era terapêutico porque
– através da catarse que suscita nos espectadores, como diz Aristóteles na Poética – abria as
portas da psyché para a saúde ética do indivíduo, ou seja, a harmonia entre o estado de sua
alma e o seu destino cósmico (o divino), justificando a preeminência do oráculo délfico,
famoso na filosofia de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo, depois aos outros e depois ao
mundo, e quem sabe um dia te tornarás um ánthropos”.
Palavras-chave: Centro de cura. Saúde ética. Teatro grego.
GALENO E A SÍNTESE DA MEDICINA ANTIGA
Graziela Soares Freire da Silva
(IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected])
Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador)
(IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]).
Resumo: Não é incomum acharmos hoje pessoas que pensem na medicina científica como
invenção da modernidade, envoltas que estão na esteira do desenvolvimento tecnocientífico.
Muito ainda creem que, no passado, a busca da cura estava atrelada meramente a porções,
amuletos e rituais diversos. O que poucos sabem é a dimensão do conhecimento que os povos
antigos possuíam em relação a tékhne médica, fortermente cultivada no berço cultural grecoromano. É nesse âmbito que se insere nosso estudo. Propomo-nos mostrar o florescimento da
medicina ocidental, desde as bases míticas dos círculos religiosos greco-arcaicos ao
pensamento hipocrático, chegando a Cláudio Galeno (129-201 d. C.), figura central à nossa
pesquisa. Nesse que foi considerado o maior médico do império romano se encerra uma
importante síntese do pensamento médico antigo de herança hipocrática. É, portanto, a essa
síntese que dedicamos o presente trabalho, atentos às inovações técnicas por ele trazidas (com
seus tratamentos cirúrgicos, pesquisas sobre anatomia a partir de dissecação de cadáveres,
criação de remédios e de programas de recuperação), o que nos leva a pensar os reais avanços
de sua medicina em relação àquela proposta por Hipócrates.
Palavras-chave: Cultura greco-romana. Galeno. Medicina.
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