INTERFACE ENTRE O ASCETISMO EPICURISTA E O ASCETISMO MONÁSTICO DO CRISTIANISMO MEDIEVAL Alexandre dos Santos Ferreira (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: O período medieval foi sem dúvidas um marco na história do cristianismo, que, por sua vez, legou a essa época história e à posteridade muitas influências, como, por exemplo, as regras de vida monástica. Contudo, sabemos que apesar da organização doutrinal do monasticismo, a ideia desse modus vivendi religioso antecede em muito a Idade Média. Nosso estudo intenta, pois, discutir as possíveis repercussões da filosofia epicurista – em especial, do ascetismo proposto em seu ideário – ao ascetismo monástico cristão, considerando a indiscutível influência da filosofia helenista ao pensamento da Igreja cristã em seus primeiros séculos. Queremos analisar as (in)congruências entre certos prismas de comportamento propostos por ambos, como em seus preceitos de austeridade, de modo que poderemos entender como o epicurismo e o cristianismo monástico concebiam temas como prazer, renúncia, vida reclusa, felicidade, purificação do espírito, dentre outros. Palavras-chave: Ascetismo. Cristianismo. Epicurismo. Monastérios medievais. JUSTIÇA E PENA DE MORTE ENTRE HAMURABI, PLATÃO E JESUS Aline Silveira dos Santos Silvestre (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Qualquer sociedade necessita de um sistema ou código de leis (escritas ou não) que unifiquem o sentido de justiça para os que nela convivem, caso pretendam manter certa ordem. Com esse objetivo, em meados do século XVIII a. C. nascia o Código de Hamurábi, cujos princípios baseados na Lei de Talião lembram o símbolo da balança, por conceber uma justiça que advoga que se deve devolver o que se recebe na mesma medida em que se recebe. Assim, crendo na punição do mal com o mal, sustenta a pena de morte como um instrumento eficaz de resolução da violência. Partindo dessas concepções de justiça e pena de morte, nosso trabalho visa analisar e interseccionar as perspectivas de Platão e Jesus sobre tais temas, suscitando uma reflexão cara à contemporaneidade, berço de muitas polêmicas a esse respeito. Destaque-se em Platão a crítica tecida no Livro I da “República”, obra em que afirmava ser a justiça uma virtude humana, sendo – por essência – geradora de coisas boas, de modo que não pode ser usada para legitimar a violência, pois isso propaga o mal criando um círculo vicioso (do mal gerando o mal), como também revelará Jesus em seu evangelho, onde nos suscita o dever de responder a ações ruins de formas boas, devolvendo para um mal, um bem. Palavras-chave: Hamurabi. Jesus. Justiça. Platão. IMPACTOS DA POLÍTICA IMPERIALISTA DE ALEXANDRE, O GRANDE, NA CONFIGURAÇÃO DA FILOSOFIA EPICURISTA Alysson Teófilo do Nascimento Nunes (IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Este trabalho tem como intento ilustrar a influência da vida e governo de Alexandre Magno (356-323 a. C.) sobre a composição da filosofia de Epicuro. Durante seu império, Alexandre aplicou em seu governo uma política cosmopolita, conquistando a Ásia Menor, a Pérsia, o Império Aquemênida e a Índia, o que permitiu a fusão de diversas culturas no que ficou conhecido como período helenístico. É nesse período que surge o epicurismo, corrente filosófica baseada nos ensinos de Epicuro (341-271 a. C.), que se destacou por sua reflexão sobre temas como felicidade e morte. É exatamente sobre esse aspecto temático que vertemos nosso estudo: quais os impactos do contexto imperialista alexandrino à configuração da filosofia epicurista, voltada à vida simples e refletida? Ora, partimos do pressuposto que, sendo contemporâneos, Epicuro viveu as tensões sócio-políticas do império macedônico, principalmente após a morte de Alexandre, que não deixando sucessor ao trono, legou ao Ocidente um contexto de forte instabilidade. Para realizarmos, pois, os fins aqui anunciados, adentraremos na filosofia de Epicuro a partir da obra “Carta sobre a felicidade”. Palavra-chave: Alexandre. Epicurismo. Helenismo. A IMAGEM DO HEROÍSMO GUERREIRO NA GRÉCIA ANTIGA ENTRE AQUILES, DA FTIA, E LEÔNIDAS, DE ESPARTA Andréa Silva de Lima Alves (IFPB; Discente no Curso Técnico de Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio; e-mail: [email protected]). Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected]) Resumo: Neste trabalho apresentamos as equivalências e disparidades entre a postura guerreira de Aquiles, mítico rei da Ftia, e Leônidas (540-480 a. C.), rei e general de Esparta, tomando como referência o ideal de herói. Para a análise do heroísmo guerreiro de Aquiles, assumiremos as narrativas homéricas expressas na “Ilíada”, que narra os fatos épicos em torno do desfecho da Guerra de Tróia. Para a reflexão sobre a tipologia heróica de Leônidas, faremos uso do Livro VII da obra “História” de Heródoto, em que narra a invasão da Grécia feita pelos persas e o famoso episódio das Termópilas. Entre esses dois grandes personagens há um conceito de heroísmo coerentemente alinhado ao espírito sócio-político de suas épocas: no caso de Aquiles, o da arcaica sociedade aristocrática dos basileus; no de Leônidas, ao da pólis clássica. Há, pois, dois sentidos de guerra e, portanto, de glória (kléos) entre eles. Na sociedade descrita por Homero, a glória guerreira é individual, legitimando a honra (timé) inerente ao herói. Já no contexto da pólis, não se admitia a preeminência do indivíduo sobre os interesses coletivos. Assim, se Aquiles se destaca em sua areté (excelência) guerreira, Leônidas luta pelos seus iguais (hómoioi), defendendo sua honra pela glória da cidade. Palavras chaves: Aquiles. Grécia Antiga. Heroísmo guerreiro. Leônidas. O MITO COMO ESPELHO DA HISTÓRIA: AS PERIPÉCIAS DE PROMETEU E SEUS REFLEXOS NO DESTINO DA RAÇA HUMANA Ana Karoliny de Souza Gomes (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: O mito esteve presente desde os primórdios da raça humana, tendo como objetivo central representar as verdades profundas da existência huamana, delimitando o seu lugar no cosmos. Diante disso, nosso trabalho se lança, pois, ao escopo de mostrar possíveis aproximações entre os acontecimentos míticos que envolvem a figura do titã Prometeu e fatos documentados pela História, mostrando o papel do mito na descrição da realidade histórica, só que a partir de uma construção discursiva diversa da que constitui os registros históricos. Para esse intento, faremos uso das narrativas hesiódicas presentes nas obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias” em que Prometeu aparece, especialmente em dois episódios: o do banquete em que ele tenta enganar a Zeus (episódio que tematiza a separação da condição humana em relação aos deuses); o do roubo do fogo de Zeus e sua cessão aos homens, a fim de conferir-lhes a liberdade – em relação à tutela divina – por meio da fabricação de objetos e preparo de alimentos. Palavras-chave: Mito. Prometeu. Raça Humana. O DILEMA DA LIBERDADE ENTRE O ANTIGO MITO GREGO DE SÍSIFO E A OBRA “O MITO DE SISIFO”, DE ALBERT CAMUS Anna Leticia de Lima Silva (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso estudo almeja discutir o conceito de liberdade presente no interior do antigo mito grego de Sísifo e no âmago do ensaio filosófico “O mito de Sísifo”, escrito em 1941, pelo francês Albert Camus. Partindo do título da obra de Camus, vertemos nosso olhar para aquele mito grego pressupondo ser a liberdade um dos temas fundamentais da obra, tendo em vista que é dela que Sísifo é afastado enquanto labuta eternamente no submundo, condenado ao absurdo de sempre ter que rolar uma pedra para o alto de um monte que nunca a sustentará. A propósito, o título original de Camus, a saber, Le mit décisif, permite um trocadilho interessante: esse é um mito decisivo, porque urge pensarmos a existência e os imperativos das nossas escolhas. Se absurda – como propõe Camus –, ou plena de sentido – como propõe a metáfora sob a ótica mítico-religiosa –, certo é que a liberdade se mantém preeminente na reflexão sobre a condição humana frente ao desconhecido que é a existência. É, pois, na interpretação da liberdade à luz desse mito e do ensaio filosófico que projetamos nosso objetivo, cônscios de que o paralelo entre essas obras nos abriram a outros temas como morte, felicidade, suicídio, trabalho, ética. Palavras-chave: Albert Camus. Liberdade. Mitologia grega. Sísifo. INTERSECÇÕES ENTRE AS NARRATIVAS FUNDACIONAIS DAS CULTURAS GREGA E JUDAICA Brian Ferreira Marinho (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Muito além da história milenar que partilham, as culturas grega e judaica possuem muitas características comuns em suas narrativas cosmogônicas, como também distinções decisivas que demarcam suas especificidades culturais. É no âmago dessa intersecção que lançamos nosso estudo. Assumindo a perspectiva do mito, concentramos nossas reflexões em torno do aspecto religioso dessas tradições, dedicando-nos às possíveis aproximações/distanciamentos entre as narrativas de fundação do cosmos e da história humana a partir da ótica grega e judaica. Para isso, adotaremos como leituras basilares as seguintes obras: para a tradição judaica, a “Torá” (composta pelos livros Gênesis, Êxodo, Número, Levítico e Deuteronômio); e para a tradição grega, “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo. Com o objetivo de apresentarmos semelhanças e diferenças entre essas culturas do ponto de vista de suas narrativas fundacionais, sublinharemos mitos como o da criação do universo e do homem, o do paraíso perdido (e, junto a este, o do retorno ao divino pelo resgate imortalidade), o do Dilúvio, dentre outros. Palavras-chave: Cultura grega. Cultura judaica. Mitos fundacionais. INTERFACES ENTRE O “EROS” GREGO E O “ÁGAPE” CRISTÃO Bruno Lira Silva (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso trabalho pretende apresentar – primeiramente – uma intersecção entre as perspectivas grega e cristã do amor, assumindo as devidas nuances de sentido que cada uma dessas culturas confere a esse tema. Diante disso, nos dedicaremos à explanação dos significados que distinguem a concepção grega de Eros em relação à visão cristã, partindo do referencial mítico-religioso e filosófico da Hélade, especialmente discutida na mitologia a partir da “Teogonia”, de Hesíodo, das “Metamorfoses”, de Ovídio, e na filosofia a partir da obra “Banquete”, de Platão. Para assim articularmos o paralelo entre a concepção de Eros e de Ágape, faremos uso dos evangelhos canônicos e da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. Deste modo poderemos pensar como se associam esses conceitos tão importantes nessas culturas, considerando a grande influência da tradição helênica à teologia cristã. Palavras-chave: Ágape. Cristianismo. Eros. Grécia Antiga. O CULTO DOS MORTOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA E NO CRISTIANISMO PRIMITIVO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Bem mais antiga do que a religião fundada sob a égide de Zeus, a religião dos mortos encontrou grande preeminência na tradição greco-romana. Segundo antigas crenças greco-itálicas, o habitat da alma não estava em outro mundo, porque se cria possível que se continuasse vivendo sob a terra, junto aos homens. Tal crença é incisiva no imaginário grecoromano, talvez por herança da cultura egípcia, para quem não se podia sepultar um morto sem os seus pertences, já que no futuro eles lhe poderiam ser úteis. De fato, quando se encerrava um corpo num túmulo, acreditava-se estar jazendo nele algo vivo, o que justifica ritos como o derramamento de vinho no túmulo para saciar a sede do defunto, como atesta Eurípides, na peça Ifigênia em Táuris, ou ritos similares descritos por Homero (na Odisseia) e por Virgílio (na Eneida). A propósito, não era pela ostentação do sofrimento referente à perda do ente querido, mas para o repouso do morto que se realizam os ritos funéreos. São esses elementos da cultura greco-romana que propulsionam o segundo e crucial momento de nossa investigação, quando pensaremos o culto dos mortos no Cristianismo primitivo, atentos às semelhanças e diferenças com a cultura greco-romana de que herda tantas influências. Palavras-chave: Cristianismo primitivo. Culto dos mortos. Cultura greco-romana. A PAIDÉIA GREGA NA ORIGEM DOS JOGOS OLIMPICOS DA ANTIGUIDADE Gabriel Andy Lucena (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: A paidéia greco-antiga era um modelo de formação que visava desenvolver todas as potencialidades humanas, cultivando ideais de civilidade típicos da tradição cultural da Antiguidade, seja a partir da mitologia, das artes, da filosofia, etc. Pela paidéia, os gregos cultivavam um ideal de excelência (areté), baseado principalmente nos prismas do Belo, do Nobre e do Justo. Tendo em vista a complexidade desse intento formativo, o homem grego era formado em sua integralidade psicossomática, alinhado à necessária harmonia cósmica; para tanto, ele era submetido a diversas competências – ginástica, gramática, retórica, música, matemática, geografia, história natural e filosofia – a fim de alcançar o objetivo de se tornar primoroso e completo. É no rol dessas preocupações que nasceram os Jogos Olímpicos da Antiguidade (por volta de 776 a. C.), que muito mais do que competições eram momentos religiosos de celebração da paidéia. Nosso estudo tem por objetivo, portanto, mostrar como a paidéia se revela nesses Jogos pan-helênicos. Para compreendê-los nesse prisma formativo, mostraremos, dentre outras coisas, os motivos pelos quais o ginásio (conforme atesta a etimologia de gymnasium) era local para exercitar-se sem roupas, cenário típico dos jogos. Palavras-chave: Grécia Antiga. Jogos Olímpicos. Paidéia. “HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA”: “HAMLET” E A CRÍTICA SHAKESPEARIANA AO ETHOS CIVILIZATÓRIO DA NOBREZA FEUDAL COMO PROJEÇÃO DA NOÇÃO SOCRÁTICO-PLATÔNICA DE VERDADE Gabriela Lima Araújo (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: O presente trabalho visa aproximar a crítica socrático-platônica à retórica da escola sofística com a contrária opinião do personagem Hamlet (da obra homônima de William Shakespeare) ao modo agir típico da nobreza feudal, baseado nos formalismo da etiqueta. Veremos que, para Hamlet, as regulamentações comportamentais trazem consigo a dissimulação, que impede o transparecer da autenticidade do indivíduo. O tópico da crítica desse personagem shakespeariano tranquilamente é comparável àquilo que combateram Sócrates e Platão, na Atenas clássica: a preocupação em lapidar o espírito e as relações humanas a partir de subterfúgios linguísticos, a partir de argumentações abundantes em jogos de palavras, mas vazias de conteúdo. É, pois, nesse âmago que lançamos nosso estudo, cônscios de que, apesar das peculiaridades históricas de Shakespeare, Sócrates e Platão, o tema da verdade transpassa suas obras com similar importância, seja na forma de abordagem, seja na perspectiva ideológica. Palavras-chave: Nobreza feudal. Filosofia socrático-platônica. Hamlet. Verdade. IMAGENS DO FEMININO NA COSMOGONIA HESIÓDICA Giully Ilanna da Silva Lucena (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso estudo se concentra na interpretação das imagens do feminino no arcabouço narrativo da cosmogonia de Hesiodo, particularmente em suas obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”. Na “Teogonia”, analisaremos a representação de todas as figuras míticas femininas apresentadas por Hesíodo, desde as descendentes de Gaia (Terra) aos arquétipos femininos associados à natureza, que possuem, por sua vez, o seu contraponto masculino, harmonizando-se com ele, como é o caso, por exemplo, da Noite negra (cujo par é Érebos). Na obra “Os trabalhos e os dias” nos dedicaremos principalmente à figuração da face feminina dos primeiros seres humanos (os hermafroditas) e a representação de Pandora. Com isso queremos pensar se no discurso hesiódico há ou não marcas evidentes do patriarcalismo da sociedade aristocrática de sua época (século VIII a. C.), a fim de refletirmos o lugar da mulher entre a realidade mítica e as estruturas sócio-históricas da Grécia arcaica. Palavras-chave: Cosmogonia. Feminino. Hesíodo. Mitologia grega. A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA HIEROGLÍFICA NO ANTIGO EGITO E SEU DECLÍNIO ATRAVÉS DOS TEMPOS Ihellogim Isis da Costa Ferreira (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental,[email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: O presente trabalho visa entender o papel desempenhado por um dos mais antigos sistemas de escrita do mundo: os hieróglifos. Criados há séculos atrás por uma das maiores civilizações antigas, o Egito, os hieróglifos eram vistos como escrita sagrada, o que justifica somente uma pequena parcela da população ter a possibilidade de aprender as utilidades e significados do seu uso. Durante muito tempo, a escrita hieroglífica perdurou no Antigo Egito, usada no séquito da alta sociedade. Contudo, diante das invasões de povos estrangeiros que foram se sucedendo na história, os hieróglifos foram dando lugar a outros sistemas de escrita, mesmo que sob sua influência. Imbuídos, portanto, do intuito de explorarmos mais a fundo a importância dos hieróglifos à cultura egípcia e seu legado à civilização ocidental, buscaremos desvendar vários aspectos de seu uso e significado mítico para os antigos, investigando também como esse sistema de escrita chegou ao “fim”. Se devemos, pois, sempre renovar destaques ao impressionante legado egípcio à posteridade, os hieróglifos merecem atenção especial. Palaras-chave: Antigo Egito. Escrita. Hieróglifos. O TRABALHO COMO VIRTUDE PARA UMA VIDA COM “PATHOS”: MITOLOGIA E HISTÓRIA ENTRE A ANTIGUIDADE GREGA E OS DIAS ATUAIS Isaque da Silva Brandão (IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Os desdobramentos econômicos-culturais da Revolução Industrial afetaram fortemente as relações de trabalho da Modernidade ocidental, criando uma forma de produção em massa que permitiu às sociedades a multiplicação de serviços, mercadorias e mão-de-obra, inaugurando vários fenômenos na história. Herdeiras dessa racionalidade, as instituições de ensino passaram a assumir em seus processos educativos a lógica da indústria e do mercado de trabalho. Esse processo fomenta uma perigosa forma de alienação, a intelectual, já que é cada vez mais frequente se associar o sentido da formação escolar à preparação meramente tecnicista, voltada principalmente a profissionalização. Nosso estudo busca, portanto, fazer uma reflexão sobre essa cultura tecnicista que paira na educação, mostrando seus retrocessos diante do que foi pensado enquanto formação humana no berço da cultura ocidental: a Grécia Antiga. A partir disso discutiremos a paideia grega mostrando como – apesar de incentivado com vigor – o trabalho era compreendido como uma arte (tékhne) que devia ser cultivada em cada indivíduo a partir de sua disposição interior, para que desenvolvendo sua areté (excelência), pudesse assumir seu papel no mundo com pathos (paixão). Palavras-chave: Modernidade. Paideia grega. Trabalho. O SENTIDO GRECO-EGÍPCIO DA ALQUIMIA E SUAS REPERCUSSÕES MEDIEVAIS Jaqueliny Brenda de Medeiros (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Arte multimilenar, no Ocidente a prática da alquimia partiu do Antigo Egito transpassando a cultura grega, cruzando o medievo de modo a exercer bastante influência à civilização europeia, tanto que foi matéria de intensos debates teológicos na Igreja cristã, habitando o senso comum com ares de mistério, muitas vezes associado à bruxaria. Contudo, derivada das antigas “Escolas dos mistérios”, a alquimia – quase sempre associada unicamente à arte de metamorfosear materiais, tendo em vista o sentido de khemía, a arte egípcia de fabricação de ouro e prata – era símbolo do exercício espiritual associado à dinâmica de transmutar a imanência em transcendência. Esse exercício se associa aos mitos fundacionais de imortalidade perdida, que desafiam o homem a retornarem ao divino, como nos lembra o mito hesiódico das cinco raças: o destino dos seres valorosos é a reconquista do eterno pela vida virtuosa, que transmuta uma condição humana férrea numa áurea. É nesse âmbito que se revela a alquimia antiga. A busca da virtude justifica uma prática corrente entre os egípcios: destilar água milhares de vezes, até conseguir “água pesada”. Essa metamorfose, na verdade, apenas esconde o real sentido do ato: desafiar os imperativos do corpo diante da psyché. Palavras-chave: Alquimia. Cultura greco-egípcia. Idade Média. MEDICINA E SACRALIDADE NA GRÉCIA ANTIGA Manuela Yngrid Pinheiro Costa (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Este presente estudo tem como objetivo revisitar as bases mítico-filosóficas da medicina da Grécia Antiga, investigando a relação entre o saber médico e a religião arcaica, principalmente a partir do referencial teórico hipocrático. Herdeiros da Modernidade, somos acostumados a uma medicina que assume um forte caráter técnico-científico e é caracterizada pelo apelo objetivista quanto às formas de gerir a relação saúde-doença. Por isso, estranha-nos associar a medicina a reflexões éticas sobre a existência humana, tópico fundamental ao conceito greco-antigo de saúde ética (que pressupõe o alcance da saúde à harmonia entre a psyché individual e a psyché cósmica, considerando o divino como referencial para esse bemestar). Muitas são as vinculações religiosas da medicina antiga: investigaremos, por exemplo, a importância dos templos dedicados a figuras míticas como Asclépio e Higéia, que, aliás, constam no início do famoso juramento hipocrático. Nessa esteira investigativa, para alcançarmos o objetivo proposto, desvelaremos o sentido da saúde ética, a importância dos antigos centros de cura (como Epidauro) e a vinculação da medicina antiga com a filosofia (principalmente a socrático-platônica, por sua influência das antigas “Escolas dos mistérios”). Palavras-chave: Grécia antiga. Medicina sagrada. Mitologia. A ARQUITETURA SAGRADA GRECO-ROMANA E SUA RECEPÇÃO PELA ARQUITETURA SACRA DO CRISTIANISMO MEDIEVAL Márcio da Silva Santos (IFPB, Discente no Curso Técnico de Edificações Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected]) Resumo: Nosso estudo objetiva apresentar quais os elementos estéticos da arquitetura grecoromana foram ou não incorporados pela arquitetura sacra do cristianismo medieval e as razões que justificam esse processo. Na construção dessa análise, sublinhamos a herança estéticoreligiosa da arquitetura grega que, legada ao império Romano, alcança, por sua vez, o cristianismo. Falamos de “herança estético-religiosa” porque os traços arquitetônicos dessas civilizações são marcados fortemente pelo aspecto da sacralidade. Considerando que a arquitetura cristã começa a debutar em meados do século II d. C., tomando impulso posterior com Constantino, que fomentou a demolição ou transformação de algumas igrejas “pagãs” em cristãs, podemos encontrar muitos elementos greco-romanos nas igrejas da era medieval, como os pórticos (típicos dos templos gregos e implantados nas primeiras basílicas) com suas magníficas colunas, as imponentes abóbadas (que marcam a grandeza do divino e a distância do ser humano para ele) e os enormes átrios. Deste modo, mostraremos ainda como na arquitetura medieval vão se definindo esteticamente as fases paleo-cristã, românica e gótica. Palavras-chave: Arquitetura greco-romana. Arquitetura sagrada. Cristianismo medieval. A síntese ptolomaica da astronomia e seu legado à idade média. Maria Eduarda Costa Lima (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: O cientista grego Cláudio Ptolomeu viveu no Egito no século II d. C. e foi um dos responsáveis pela formação do pensamento astronômico do mundo antigo, destacando-se por uma numerosa produção de escritos, na qual se destaca o Almagesto, obra fundamental para o desenvolvimento da ciência astronômica em que apresenta o sistema geocêntrico, marcante para o imaginário cosmológico medieval que adviria associado ao crivo científico da Igreja. Servindo de base inclusive para justificações teológicas da ordem do universo, o geocentrismo ptolomaico transpassou quase incólume toda a Idade Média, até a proposição copernicana da teoria heliocêntrica, basilar à emergência do Renascimento. Ptolomeu também legou à história um tratado sobre astrologia, intitulado Tetrabilos. Partindo, pois, dessas informações, neste estudo pretendemos apresentar os conceitos e argumentações propostas pela astronomia de Ptolomeu apontando os âmbitos de sua influência e suas repercussões na cosmologia medieval. Palavras-chave: Astronomia. Cosmologia. Idade Média. Ptolomeu. PITÁGORAS: CIÊNCIA E MAGIA NA GRÉCIA ANTIGA Marianne Vieira Aragão Barbosa (IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso estudo visa discutir o caráter mágico e científico dos ensinamentos pitagóricos enquanto promotores dos mistérios iniciáticos herdados da tradição egípcia. Pitágoras era um iniciado nas “Escolas dos Mistérios”, que cultivavam a psyché humana em vista da reconquista da imortalidade perdida (condição áurea primordial) e das verdades eternas. Um iniciado era instigado ao autoconhecimento voltado à descoberta do sentido cósmico de sua existência; deveria aprender o caminho da transcendência de sua materialidade em direção à espiritualidade, religando sua natureza humana à divina (daí o sentido de “religião”: religar), como podemos ver na geometria sagrada das pirâmides (cuja base quadrada – representando à materialidade da condição humana – se eleva ao divino, representado pelo triângulo) e na representação da tétraktys pitagórica. Na esteira de campo de sentido, compreenderemos o sentido mítico-filosófico-científico da matemática de Pitágoras. Nela, veremos as claras influências órfico-dionisíacas das “Escolas dos Mistérios”, que incitam o homem a uma vida ascética de busca pela purificação interior e pela harmonia de si com as “formas” perfeitas do cosmos, para que no ciclo de reencarnações (metempsicose), sua busca culmine na libertação da alma para o eterno, pelo alcance da pura espiritualidade. Palavras–chave: Ciência. Grécia Antiga. Magia. Pitágoras. DOS “PLÁTANOS” ÀS PLATEIAS: NUANCES DO ESPÍRITO EDUCATIVO GREGO ENTRE AS EPOPEIAS ARCAICAS E AS TRAGÉDIAS CLÁSSICAS Matheus de Mélo Silva (IFPB, Discente do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso trabalho almeja apresentar elementos representativos do espírito formativo da paidéia grega a partir da tradição das epopeias homérico-hesiódicas, na Grécia arcaica, e da tradição de tragédias emergentes no teatro greco-clássico. Nesse âmbito, mostraremos que mesmo antes da consolidação do teatro clássico, a educação da criança (paidós) na era arcaica já cultivava elementos marcantes do teatro, como o canto, a dança e os mitos. Ora, sendo cantadas, as epopeias inspiravam não só memória dos mitos, mas fomentavam o ritmo e a harmonia de si com as vibrações do corpo e da alma. À sombra dos plátanos (árvores típicas ao território grego, dotada de copas em forma de chapéu-de-sol), era comum ver crianças reunidas pelos mestres que, por sua vez, lhes ensinavam o canto, a dança e os mitos. Nesse local, as crianças aprendiam os tópicos da civilidade, pelo exemplo épico dos deuses e dos heróis, fato que se repetirá na pólis, então sob a roupagem do teatro, que segundo cremos, transporta o espírito educativo fomentado embaixo dos plátanos, com o mesmo interesse em suscitar a catarse dos sentimentos e, portanto, o sentimento de respeito e reflexão sobre a existência e a relação com os mistérios cósmicos. Palavras-chave: Epopeias. Grécia antiga. Paidéia grega. Tragédias. A LENDA DE BEOWULF E O PADRÃO DE HEROÍSMO MEDIEVAL Nathan D’Almeida Alves de Oliveira (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade encontrar os principais elementos que constituem o estereótipo do clássico herói medieval, através da análise da lenda de Beowulf. Para alcançarmos tal objetivo analisamos o conto anglo-saxão Beowulf, atentando para os fatos que levam o protagonista da obra (outrora um guerreiro da tribo dos gautas) a ser considerado um dos maiores heróis da literatura medieval. Em Beowulf, podemos perceber a presença de certos elementos que constituem uma “jornada” para o posterior título de herói. Essa jornada é marcada por diversos pontos que precisam ser preenchidos no decorrer do caminho que leva, por sua vez, a recompensas como a glória, à fama e o poder, recompensas essas que podemos encontrar em todos os heróis medievais. Diante disso, esta pesquisa busca analisar esses “requisitos” necessários para se continuar no “caminho do herói medieval” e, com isso, entender como indivíduos aparentemente comuns conseguiram ascender a um posto quase sobre-humano, sendo titulados por todos como heróis. Palavras-chave: Beowulf. Heroísmo. Idade Média. OS QUATROS “REMÉDIOS” DE EPICURO PARA A SAÚDE DA ALMA Raquel Alves Santos (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: A ética do filósofo grego Epicuro (341-271 a. C.) desponta no rol do pensamento helenista como um farol de preceitos éticos para iluminar um contexto sócio-político de muita tensão e instabilidade, diante das consequências do imperialismo de Alexandre Magno. Em meio a isso e herdeiro de uma tradição filosófica que somente há pouco havia despertado para temas como morte e felicidade, Epicuro apresenta em suas obras uma profunda reflexão sobre o sentido ético da existência, tangendo esses temas a ponto de nos suscitar a memória dos escritos hipocráticos sobre a saúde. Epicuro mostrou que o verdadeiro caminho para a felicidade estava na prática da ataraxia e da aponia, que ele sintetiza na proposição de preceitos filosóficos, conhecidos como “quatro remédios”: primeiro, que são vãos os temores aos deuses; segundo, que é tolice ter medo da morte, pois ela nada significa, já que quando estiver presente, não poderemos vivenciá-la; terceiro, que o prazer usado da forma correta é saudável a todos; e quarto, que o mal dura pouco e é suportável. Caminho para uma vida feliz e plena, esses “remédios” indicam o caminho da sabedoria, que desde a tradição míticofilosófica era tomada como prisma da saúde. Palavras-chave: Epicuro. Felicidade. Saúde da alma. AS BASES HISTÓRICO-MITÓLOGICAS DO DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA Rodolfo Mariano Figueirêdo de Lima (IFPB, Discente do Curso Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Partindo da premissa de que os primeiros indícios do surgimento do Direito ocidental despontam com a mitologia grega, nosso estudo buscará investigar como a Grécia foi gestando um conceito de justiça durante o trânsito dos séculos, da era arcaica à era clássica, legando ao século V. a. C. as bases para a objetivação de um Direito na pólis. Para a realização desses intentos, tomaremos como referência hermenêutica a análise da literatura gestada nesse período, associando sua interpretação aos elementos sócio-político-culturais marcantes nesse processo histórico. Sobre essa literatura, assumiremos a leitura das obras “Teogonia” e “Os trabalhos e os dias”, de Hesíodo, e a “Ilíada”, de Homero, de onde emergem reflexões fundacionais sobre a relação entre leis e costumes, justiça humana e justiça divina. Com essa análise será possível entender o imaginário jurídico da aristocrática sociedade guerreira dos basileus, marcante entre os séculos VIII e V a. C. A partir disso, assumimos a leitura da trilogia trágica “Oresteia”, de Ésquilo, que, encenada na clássica pólis ateniense, provoca a reflexão acerca dos limites da justiça mítico-religiosa da era arcaica diante das demandas objetivas da cidade, pressupondo a necessidade de sistematização de um Direito. Palavras-chaves: Direito. Grécia Antiga. Justiça. Mitologia. AS MUSAS DA MITOLOGIA GREGA E A INVENÇÃO DA MEMÓRIA NARRATIVA Tayane Cristina de Souza Hipólito (IFPB, Estudante de Ensino Médio, [email protected]). Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected]) Resumo: Nosso trabalho objetiva analisar como as Musas figuram na mitologia grega, especialmente como personagens que inspiram a poesia greco-arcaica, tal como vemos, por exemplo, no início das epopeias “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero, e “Teogonia”, de Hesíodo, demarcando uma peculiaridade narrativa que transporá a Grécia, influenciando desde a literatura romana de um Virgílio (com sua épica “Eneida”) aos escritos camonianos da obra “Lusíadas”. Para nossa análise, assumimos a “Teogonia” como referencial para compreendermos quem são as nove musas descritas por Hesíodo e as suas funções dentro do imaginário cosmogônico descrito pelo poeta. Tendo em vista que as Musas são filhas de Zeus com Memória (Mnemosine), buscaremos entender a função delas como guardiãs da memória narrativa, tendo em vista que são inspiradoras da sapiência cósmica e das artes, como, por exemplo, o canto poético (Teogonia, vv. 22-32), canal ordinário de transmissão das mensagens míticas, que, por sua vez, conferiam legitimidade ao ethos civilizatório da sociedade greco-arcaica. Não por acaso o nome dos templos a elas dedicados é Museion (ou Museu), a saber, local onde se preserva o saber das Musas. Palavras-chave: Memória narrativa. Mitologia grega. Musas. A PAIDEIA GREGA NA CONFIGURAÇÃO DO ETHOS CRISTÃO DAS PRIMEIRAS COMUNIDADES À PATRÍSTICA Wéverton Galdino Correia (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Uma forte influência foi exercida pela cultura e educação greco-antiga à religião cristã, marcando fortemente o que a Igreja veio a ser a partir de então. Para entendermos o ethos do cristianismo é de crucial compreendermos o contexto em que os cristãos primitivos estavam inseridos e como a cultura da época influenciou diretamente a tradição e o modus vivendi da Igreja, o que se nota ainda hoje. Desde o início do cristianismo, podemos notar as marcas da paideia grega em figuras importantes da Igreja primitiva, como Paulo de Tarso e Lucas, o evangelista. Esses apóstolos eram provavelmente judeus helenistas, convertidos à "seita" dos Nazarenos, o que justifica a famosa diatribe de Paulo no Areópago, como também o estilo helenista da escrita de Lucas, marcante em seu Evangelho e no livro “Atos dos apóstolos”. Depois da tradição primitivas da Igreja, advém os "Padres da Igreja", que se utilizaram da paidéia grega para instruir os cristãos. Dentre eles se destacam: Clemente Romano, Orígenes de Alexandria e Gregório de Nissa, fundamentais na propagação do kérygma cristão através de recursos do mundo clássico de suas épocas. Para tal estudo, investigamos trabalhos de Werner Jaeger, John Foxe, Michael Haykin e Frankilin Ferreira. Palavras-chave: Cristãos. Ethos. Paideia grega. Patrística. O CONCEITO DA IMORTALIDADE DA ALMA ENTRE A GRÉCIA ANTIGA E O CRISTIANISMO PRIMITIVO Bianca Gomes de Lucena (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nos tempos antigos, o tema da imortalidade foi recorrentemente interpretado de diversas formas no imaginário religioso das civilizações. Nessa esteira, a Grécia ganha destaque, principalmente se queremos entender como esse tema repercutiu para a cultura ocidental, principalmente via cristianismo. Da mitologia arcaica à filosofia, o tema da alma assume algumas nuances interpretativas, o que também tange a questão da imortalidade. Diante disso, nosso trabalho objetiva destacar as perspectivas mais influentes sobre a imortalidade da alma na cultura greco-antiga para, num segundo momento, entender com elas dialogam com o cristianismo primitivo, marcando – nessas tradições – aproximações e distanciamentos nas crenças a esse respeito. Nesse processo, acreditamos poder expor quais os tópicos de influência transpostos da cultura grega para o cristianismo em seus primeiros momentos históricos em que configurava sua identidade teológica. Nessa esteira metodológica, pensaremos questões como: qual o destino da alma depois da morte e quais os impactos da vida experienciada pelo defunto na configuração desse destino? Seria a alma liberta para viver em outro corpo? Habitaria ela no tempo ou fora dele? Palavras-chave: Alma. Cristianismo. Grécia antiga. Imortalidade. A HISTÓRIA DA FILOSOFIA NATURALISTA GRECO-ANTIGA DE TALES A ARISTÓTELES Pedro Emmílio de Lima Marinho (IFPB, Discente do Curso Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: A partir do século VI a. C os gregos começaram a investigar criteriosamente temas como o cosmos e sua natureza, movimento racional que está na base do saber científico ocidental. A respeito da natureza (phýsis), a filosofia naturalista obteve grandes avanços dos pré-socráticos a Aristóteles. Buscando fundamentar o problema da natureza em bases objetivas, através de suas observações da dinâmica espaço-temporal do universo, essa tradição propôs teses sobre o princípio (arché) e as formas de ordenamento e subsistência de tudo o que existe no mundo natural, das coisas animadas e inanimadas. Diante disso, nosso estudo se propõe a apresentar a história desse processo teórico, partindo daquele que foi considerado o primeiro pré-socrático (Tales de Mileto) a Aristóteles, grande sistematizador da filosofia naturalista. A partir desse procedimento, queremos pensar como esse processo filosófico dialoga com a realidade sócio-cultural grega e, por sua vez, como influencia a configuração do ideário ocidental de natureza e de ciência natural. Palavras-chave: Aristóteles. Filosofia naturalista. Grécia Antiga. Pré-socráticos. ARQUITETURA E RELIGIOSIDADE NO ANTIGO EGITO Marina Reis de Moraes (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: É de conhecimento comum o quanto a arquitetura egípcia atiça a imaginação humana, principalmente quando em jogo está a compreensão do significado de monumentos como as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos e da engenharia que as tornou possíveis. Diante disso, nosso estudo se dedica à investigação da sacralidade inerente ao ideário arquitetônico disposto por todo o Egito, evidenciando, portanto, como as construções dessa civilização revelam a religiosidade mítica dessa civilização. Para tal objetivo assumiremos principalmente a análise das pirâmides, que para além de sua grandeza estrutural possuem um importante significado místico, dentro da tradição das antigas “Escolas dos mistérios”, que procuravam respostas para o enigma da existência humana, incitando os homens ao resgate da espiritualidade e da imortalidade perdida, por meio do encontro com seu destino cósmico, tal como aponta a disposição estrutural das pirâmides, com sua base quadrangular (símbolo da imanência a que está ligada a condição humana) e seus lados triangulares (símbolos da transcendência, do caminho para o divino). Palavras-chave: Arquitetura. Religiosidade. Egito Antigo. O QUE A MITOLOGIA GREGA TEM A NOS DIZER? Larissa Silva de Araújo (IFPB, Discente do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, [email protected]). Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Nosso estudo parte de uma provocação: herdeiros que somos da paidéia grega e de todo o arcabouço sapiencial de sua mitologia, ainda há algo de útil a se resgatar nesse berço cultural em que o Ocidente foi gestado, tendo em vista o discurso cada vez mais frequente que associa coisas antigas à inutilidade? Ora, o século XXI nos revela uma grande lista de avanços tecnológicos e científicos que põem a vida humana em relevo, sinalizando para o seu progresso; contudo, apesar desses “ganhos” tecnocientíficos, ainda parecemos longe de alcançar o ápice civilizatório almejado pelo projeto iluminista e seus sucedâneos. Nunca foi tão fácil e rápido acessar informações e se comunicar com pessoas, mas ainda cultivamos relações com pouco conteúdo e intelectuais com pouca sabedoria para cultivar os conhecimentos que possuem. Ao que nos parece, a ciência e tecnologia de que dispomos não tocam a reflexão ética sobre importante arte de viver bem consigo mesmo e com o universo, temas caros à mitologia grega, de quem somos herdeiros. É, pois, esse cenário que nos inquieta e é revisitando os mitos que buscaremos respostas, pensando sua relevância para a atualidade, cônscios de que seus contributos não devem ser deixados no passado. Palavras-chave: Contemporaneidade. Mitologia grega. Ocidente. O TEATRO GREGO COMO CENTRO DE CURA Jéssica Mendes de Lima (IFPB, Estudante de Ensino Médio, [email protected]). Orientador: Prof. Ms. Emmanoel de Almeida Rufino (IFPB, Mestre em Filosofia Antiga, [email protected]) Resumo: Neste trabalho será apresentada uma reflexão sobre o papel do teatro na formação espiritual dos gregos antigos, assumindo como premissa o fato de que, seguindo o próprio sentido etimológico do termo grego theatrós (theós: deus/divino + trós, que pode ser traduzido como dentro, por sugerir a ideia de interioridade), o teatro era lugar de cura e, portanto, espaço de promoção de saúde, entendendo saúde numa dimensão psicossomática, aos moldes da medicina hipocrática. Por ser, portanto, um local onde se adentra o divino, o teatro recebia destaque não só no interior das pólis, como em Atenas, conhecida por seus campeonatos de peças teatrais, por ocasião das festividades anuais dedicadas a Dioniso: o teatro estava presente nos centros de cura, como em Epidauro. O teatro era terapêutico porque – através da catarse que suscita nos espectadores, como diz Aristóteles na Poética – abria as portas da psyché para a saúde ética do indivíduo, ou seja, a harmonia entre o estado de sua alma e o seu destino cósmico (o divino), justificando a preeminência do oráculo délfico, famoso na filosofia de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo, depois aos outros e depois ao mundo, e quem sabe um dia te tornarás um ánthropos”. Palavras-chave: Centro de cura. Saúde ética. Teatro grego. GALENO E A SÍNTESE DA MEDICINA ANTIGA Graziela Soares Freire da Silva (IFPB, Estudante do Curso Técnico em Controle Ambiental, [email protected]) Emmanoel de Almeida Rufino (Orientador) (IFPB, Mestre em Filosofia pela UFPB, [email protected]). Resumo: Não é incomum acharmos hoje pessoas que pensem na medicina científica como invenção da modernidade, envoltas que estão na esteira do desenvolvimento tecnocientífico. Muito ainda creem que, no passado, a busca da cura estava atrelada meramente a porções, amuletos e rituais diversos. O que poucos sabem é a dimensão do conhecimento que os povos antigos possuíam em relação a tékhne médica, fortermente cultivada no berço cultural grecoromano. É nesse âmbito que se insere nosso estudo. Propomo-nos mostrar o florescimento da medicina ocidental, desde as bases míticas dos círculos religiosos greco-arcaicos ao pensamento hipocrático, chegando a Cláudio Galeno (129-201 d. C.), figura central à nossa pesquisa. Nesse que foi considerado o maior médico do império romano se encerra uma importante síntese do pensamento médico antigo de herança hipocrática. É, portanto, a essa síntese que dedicamos o presente trabalho, atentos às inovações técnicas por ele trazidas (com seus tratamentos cirúrgicos, pesquisas sobre anatomia a partir de dissecação de cadáveres, criação de remédios e de programas de recuperação), o que nos leva a pensar os reais avanços de sua medicina em relação àquela proposta por Hipócrates. Palavras-chave: Cultura greco-romana. Galeno. Medicina.