ODONTOCLÍNICA CENTRAL DA MARINHA CLÍNICA DE CIRURGIA “EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM ODONTOLOGIA” CC(CD) NEVES CC(CD) BOTELHO CC(S) KATIA CC(CD) LENIR CT(CD)ABDALA CT(CD) PATRÍCIA MANUAL DE CONDUTA PARA ACIDENTES E INTERCORRÊNCIAS MÉDICAS DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO O PRESENTE MANUAL VISA A ORIENTAR OS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO QUANTO AOS 2 PROCEDIMENTOS EM CASO EMERGÊNCIAS MÉDICAS. DE PROCEDIMENTOS GERAIS 1o) Como rotina diária, os profissionais envolvidos no atendimento odontológico deverão verificar e, se necessário, atualizar a anamnese existente no Prontuário Eletrônico. 2o) No caso de intercorrência durante o atendimento, o Cirurgião-dentista deverá acionar o Enfermeiro mais próximo de sua clínica para juntos controlarem os sinais vitais e tomarem as atitudes necessárias para manutenção da vida. 3o) Compete a cada clínica manter um estoque mínimo de medicamentos de emergência, assim como as condições de uso das ampolas de oxigênio e dos aparelhos de verificação de PA, além do adestramento de sua equipe clínica. 4o) Em caso de necessidade, o CD poderá solicitar auxílio de outros colegas. 3 5o) O contato para solicitar a remoção do usuário será determinado pelo profissional que, no momento, estiver prestando o atendimento de emergência, da seguinte maneira: 1- durante o expediente - H.C.M. 2- após o expediente - Hosp. do Arsenal 3- em casos mais simples, poderá ser utilizada a viatura de bordo. 6o) Caso haja urgência no atendimento médico, os profissionais lotados na DSM poderão ser acionados, pelo oficial de serviço da OCM, que fará o contato através do telefone celular. 7o) Ao iniciar qualquer atendimento de emergência, não retirar o usuário da cadeira. A cadeira oferece condições de atendimento até que o usuário possa ser removido com mais segurança, exceto se houver necessidade de reanimação cardiopulmonar. 4 8o) Caso haja queda da própria altura, em um primeiro momento, o usuário deverá ser atendido no chão (trauma cervical). Não tentar levantar o paciente, principalmente sem ajuda ou utilização dos aparatos de segurança. 9o) O material constante da lista de emergência, que ficará na sala de atendimento de emergência, não deverá ser retirado, salvo nos casos de extrema necessidade, devendo ser reposto a cada uso. O EF que utilizar a sala deverá mantê-la arrumada e notificar ao encarregado o material utilizado. 10o) Os atendimentos de emergência deverão ser anotados em livro próprio, onde constarão o nome, o NIP, a ocorrência, o procedimento realizado e o destino do usuário, se possível, com o desfecho do caso. 5 TELEFONES ÚTEIS: 1. HOSPITAL CENTRAL DA MARINHA – SALA DE ESTADO – 2223-1244 / 22535483 OU 8126- 4481 (SERVIÇO DE PRONTO ATENDIMENTO – AMBULÂNCIA) 2.HOSPITAL DO ARSENAL DA MARINHA – 2211-3635 OU 2253-2835 3. HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS – 2599-5599 OU 2269-2296 (EMERGÊNCIA – SALA DOS MÉDICOS) 4.SALA DE ESTADO DO 1º DN – 3870-6106 5. 6. 7. CORPO DE BOMBEIROS – 193 OU 33991234 AMBULATÓRIO DA PENHA – 2290-3712 OU 8110-3937 AMBULATÓRIO DE CAMPO GRANDE – 3394-1071 OU 8110-3935 8.AMBULATÓRIO DE NOVA IGUAÇU – 26821969 9. AMBULATÓRIO DE NITERÓI – 2622-5577 OU 8110- 3936 6 10. POLICLÍNICA NAVAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA – 2566-1200 / 25692018 / 8110-8131 EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM ODONTOLOGIA LIPOTÍMIA ___________________________________________ pg 07 DESMAIO (SÍNCOPE)__________________________________ pg 07 HIPOTENSÃO POSTURAL (HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA)___ pg 08 HIPERVENTILAÇÃO___________________________________ pg 09 CRISE ASMÁTICA_____________________________________ pg 09 SUPERDOSAGEM ANESTÉSICA_________________________ pg 10 ALERGIA AO MEDICAMENTO___________________________ pg 11 EDEMA ANGIONEURÓTICO (ANGIOEDEMA)______________ pg 12 CHOQUE ANAFILÁTICO________________________________ pg 13 CRISE CONVULSIVA___________________________________ pg 14 PARADA RESPIRATÓRIA_______________________________ pg 15 PARADA CARDÍACA___________________________________ pg 15 MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR________ pg 16 HIPOGLICEMIA AGUDA (CHOQUE INSULÍNICO)____________ pg 17 INFARTO DO MIOCÁRDIO/ANGINA PECTORIS______________ pg 18 CRISE HIPERTENSIVA _________________________________ pg 19 BIBLIOGRAFIA________________________________________ pg 20 7 LIPOTÍMIA Porque ocorre: Por hipoperfusão sanguínea ou de O2 do cérebro. Em Odontologia, pode ser originária do estado de estresse emocional que o paciente vivencia; uma reação neurogênica. Reação vasovagal, sem perda da consciência. Como se manifesta: Dilatação das pupilas; náusea; palidez; pés e mãos frios; pulso fraco e fino; queda da pressão arterial; sudorese fria. Como proceder: • colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg; se a paciente estiver grávida, colocá-la em decúbito lateral, sobre o lado D, fazendo um apoio no lado E com um cobertor ou travesseiro; • afrouxar as vestes; • manter livres as vias aéreas (proporcionar a passagem de ar, elevando a cabeça para trás e o mento para cima – hiperextensão cervical); • verificar a respiração, pulso e pressão arterial (sinais vitais); • administrar oxigênio (3 a 4 l/min), e • tranqüilizar o paciente. DESMAIO (SÍNCOPE) Porque ocorre: 8 Por hipoperfusão sanguínea ou de O2 do cérebro. Em Odontologia, pode ser originária do estado de estresse emocional que o paciente vivencia; uma reação neurogênica. Reação vasovagal, sem perda da consciência. Como se manifesta: Sintomas semelhantes aos da lipotímia, agravados pela perda da consciência. Como proceder: • colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg; • afrouxar as vestes; • manter livres as vias aéreas (proporcionar a passagem de ar, elevando a cabeça para trás e o mento para cima – hiperextensão cervical); • verificar a respiração, pulso e pressão arterial; • administrar oxigênio (3 a 4 l/min), e • tranqüilizar o paciente. Obs.: caso a recuperação não seja imediata, solicitar socorro médico, monitorando os sinais vitais e administrando oxigênio (3 a 4 l/min). HIPOTENSÃO POSTURAL (HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA) Porque ocorre: Queda da pressão arterial sistólica de 20mmHg ou mais, quando o paciente passa da posição supina para a posição em pé. Geralmente, trata-se de uma reação neurogênica do paciente, podendo ser também uma reação adversa a alguns medicamentos de que o paciente faça uso (como, p. ex., anti-hipertensivos, especialmente, os diuréticos e bloqueadores dos canais de cálcio; psicoterápicos; opióides; anti-histamínicos e L-dopa, usado no tratamento de mal de Parkinson); raramente, associada à ansiedade ou ao medo. Como se manifesta: Sintomas semelhantes aos da lipotímia, podendo evoluir com perda da consciência. 9 Como proceder: • colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg; • manter livres as vias aéreas; • administrar oxigênio, se necessário; • monitorar os sinais vitais; • acalmar o paciente (falando: “ Tenha calma! Eu vou ajudá-lo.”); • o paciente melhorando, levantar lentamente a cadeira, em etapas, e fazer com que permaneça sentado por alguns minutos antes de sair da cadeira. HIPERVENTILAÇÃO Porque ocorre: Quase sempre, por ansiedade do paciente, mas pode haver causas orgânicas, como dor, acidose metabólica, intoxicação medicamentosa, hipercapnia, cirrose e desordens do SNC. O paciente respirando mais profundamente e/ou com maior freqüência faz uma alcalose respiratória por aumento da troca gasosa nos pulmões, resultando no aumento da expiração de CO2 e, conseqüentemente, hipocapnia. Como se manifesta: Confusão mental; conversa desconexa; mal-estar; respiração ofegante (rápida e profunda); tontura; vista escura. Pode haver dor no peito, formigamento ou agulhadas nos membros e espasmos e rigidez das mãos. Como proceder: • colocar o paciente sentado, ligeiramente reclinado; • acalmar o paciente; • fazer o paciente respirar o seu próprio ar expirado, colocando um saco de papel no rosto, ou com as mãos em forma de concha, cobrindo a boca e o nariz do paciente; • não administrar oxigênio; • caso persistam os sintomas, um sedativo deve ser administrado (p. ex., Diazepam 10 mg IM ). 10 CRISE ASMÁTICA Porque ocorre: Por constrição dos brônquios, devido à contração da desencadeada freqüentemente por uma irritação dos pulmões. musculatura Como se manifesta: Ansiedade; cianose; falta de ar (o paciente tem dificuldade para expirar); respiração com sibilos. Como proceder: • colocar o paciente sentado confortavelmente, podendo incluir apoio dos braços para frente; • acalmar o paciente; • administrar oxigênio (5 a 7 l/min); • pedir ao paciente que auto-administre o broncodilatador em aerossol de seu próprio uso. Caso, por algum motivo, isto não seja possível, insufle 5 aplicações de Aerolin (Salbutamol apresentação em “spray” de 100 mcg/dose) num saco de papel, adapte-o na boca/nariz e peça para que o paciente inspire; • em casos mais graves, onde não houver regressão do episódio, administrar adrenalina 0,3 ml de uma diluição de 1:1.000 por via SC), e providenciar auxílio médico. SUPERDOSAGEM ANESTÉSICA (REAÇÃO TÓXICA) Porque ocorre: Por excesso de dosagem ou, mais freqüentemente, por injeção intravascular acidental. Como se manifesta: Através de excitação inicial, seguida por depressão do sistema nervoso central. 1. sinais de estimulação: 11 Ansiedade; apreensão; convulsões; hipertensão; inquietação; pulso rápido; respiração rápida; tremores. 2. sinais de depressão: Confusão mental; pulso fraco; queda de pressão; respiração lenta (queda da FR); sonolência; tonteira; visão turva; dormência da língua e tecidos periorais. Pode haver perda de consciência. Como proceder: • suspender a anestesia; • colocar o paciente em posição confortável (semi-reclinada), se consciente; ou deitado de costas (posição supina) com os pés um pouco mais altos que a cabeça, que deve ficar na mesma altura do tórax, em caso de convulsões ou perda de consciência; • manter livres as vias aéreas; • administrar oxigênio; • monitorar os sinais vitais; • administrar anticonvulsivante, se necessário (preferencialmente, um sedativo do tipo benzodiazepínico, como Diazepam 10mg IM ou Midazolan, ou um anticonvulsivante tipo Depakene), e providenciar auxílio médico; • em caso de perda de consciência, considerar possibilidade de intubação orotraqueal. ALERGIA AO MEDICAMENTO (REAÇÕES CUTÂNEAS IMEDIATAS) Porque ocorre: Por sensibilidade individual ao medicamento utilizado. Como se manifesta: Prurido (coceira); urticária (erupção avermelhada na face, pescoço, braços e mãos). Como proceder: • suspender a medicação e encerrar o procedimento odontológico; 12 • posicionar o paciente confortavelmente; • avaliar a respiração e as freqüências cardíaca e respiratória; • administrar anti-histamínico – Prometazina (Fenergan) IM 01 ampola 2 ml com 50 mg; • manter o paciente sob observação constante, durante 20 a 30 minutos, monitorando os sinais vitais (freqüências cardíaca, respiratória e pressão arterial); • caso o quadro estabilize, sem sinais de envolvimento respiratório e cardiovascular, prescrever um anti-histamínico oral – Prometazina (Fenergan 25 mg) ou Loratadina (Claritin 10 mg), sendo 1 comprimido ao dia, até a remissão do quadro (geralmente, 2 a 3 dias); • não liberar o paciente sem acompanhante; • havendo sinais de dificuldade respiratória, além dos 3 primeiros passos: • providenciar auxílio médico; • administrar oxigênio; • não havendo melhora do quadro, administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml via SC; • monitorar as respostas cardiovasculares (freqüência cardíaca e pressão arterial), pois de acordo com a evolução do quadro, o mesmo volume da solução de adrenalina pode ser repetido a cada 15 a 30 minutos, quando já deve ter chegado o socorro médico; • cessados os sintomas respiratórios e/ou cardiovasculares da reação alérgica, administrar 1 ampola de Prometazina (Fenergan 50 mg), por via IM; • na maioria desses casos, o paciente deve necessitar de hospitalização. EDEMA ANGIONEURÓTICO (ANGIOEDEMA) Porque ocorre: Por sensibilidade individual ao medicamento utilizado. Como se manifesta: 13 Cianose; prurido (coceira); inchaço nos lábios, pálpebras, bochechas, faringe e laringe; respiração barulhenta; urticária. Como proceder: • suspender a medicação; • administrar anti-histamínico – Prometazina (Fenergan) SC, IM ou EV – 01ampola 2ml com 50mg, nos casos em que não há sinais de dificuldade respiratória; • nos casos em que há dificuldade respiratória, providenciar auxílio médico; • instituir as medidas de suporte básico de vida; • administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml via SC, repetindo a dose a cada 15 a 30 minutos, se necessário; • oxigenar o paciente – 5 a 6 l/min; • quando o paciente voltar a respirar de forma adequada, administrar corticosteróide injetável (01 ampola de dexametasona 2,5ml com 2 mg/ml ou hidrocortisona 1 frasco ampola com 100 mg) e Prometazina (Fenergan) 01 ampola 2ml com 50 mg, por via IM ou IV. CHOQUE ANAFILÁTICO Porque ocorre: Por reação de hipersensibilidade do paciente ao medicamento. Como se manifesta: Sinais de alergia, como urticária, eritema (vermelhidão na face), prurido; cianose; perda da consciência; parada progressiva respiratória e cardíaca; queda repentina da pressão sanguínea; respiração difícil e barulhenta; tosse. Como proceder: • colocar o paciente deitado de costas (posição supina) em superfície dura; • manter livres as vias aéreas e instituir as medidas de suporte básico de vida; • providenciar auxílio médico; 14 • administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml via IM, repetindo a dose a cada 5 a 10 minutos, se necessário; • administrar oxigênio (5 a 6 l/min); • monitorar os sinais vitais; • com o paciente estável, administrar corticosteróide injetável (dexametasona 01 ampola 2,5ml com 2 mg/ml ou hidrocortisona 1 frasco ampola com 100 mg) e Prometazina (Fenergan) 01 ampola 2ml com 50 mg, por via IM ou IV; • o paciente deve ser removido para uma emergência hospitalar para tratamento definitivo. CRISE CONVULSIVA Porque ocorre: Por estímulos desordenados dos neurônios cerebrais. Em Odontologia, pode ocorrer por estímulo do anestésico local (vasoconstrictor). Como se manifesta: Confusão mental; convulsões tônico-clônicas; excitação; mordedura da língua; relaxamento dos esfíncteres; tremores. Como proceder: • colocar o paciente em decúbito lateral, para evitar que o mesmo aspire a secreção gástrica ou saliva; • manter livres as vias aéreas; aspirar as secreções; • prevenir injúrias ao paciente, removendo os objetos cortantes que estejam ao redor, bem como colares, brincos etc.; afrouxar a gravata para facilitar a respiração (aliviar as roupas); • não tentar colocar qualquer instrumento ou mordedor de borracha entre as arcadas; • durante o episódio convulsivo, procure apenas conter delicadamente seus movimentos (principalmente os da cabeça), para evitar lesões físicas; • cessada a convulsão, manter o paciente em repouso por 5 a 10 minutos, sob observação. Administrar oxigênio (3 l/min) e monitorizar os sinais vitais; • caso seja um estado epilético, está indicada a injeção IV lenta de Diazepam (5 mg por minuto), até o máximo de 10 mg. A via IM também pode ser empregada, administrando-se 10 mg IM; 15 • providenciar a remoção hospitalar. PARADA RESPIRATÓRIA Porque ocorre: Por reação ao medicamento, reação alérgica ou por obstrução respiratória. Como se manifesta: Ausência de respiração; cianose; perda da consciência. Como proceder: • manter livres as vias aéreas; • administrar oxigênio; • em caso de perda de consciência, considerar possibilidade de intubação orotraqueal; • fazer ventilação artificial; • transferir imediatamente o paciente para o hospital. PARADA CARDÍACA Porque ocorre: Por reação ao medicamento, por uso de vasoconstritor em cardiopatas e por estresse acentuado. Como se manifesta: 16 Ausência de batimentos cardíacos; ausência de pulso; possível perda da respiração; pupilas dilatadas; queda da pressão sangüínea. Como proceder: • iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar; • considerar possibilidade de intubação orotraqueal; • transferir imediatamente o paciente para o hospital. MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR 1. Liberar as vias aéreas, desobstruindo-as de qualquer corpo estranho; 2. Colocar o paciente em superfície dura (chão); 3. Promover a hiperextensão cervical, formando um ângulo reto entre o plano mento-occipital e o plano horizontal (chão); 4. Com a mão direita, apoiar a região cervical, levantando-a ligeiramente e, com a mão esquerda, tracionar a região frontal; 5. Promover a ventilação com AMBU ou AMBU + oxigênio (ou boca-aboca). Caso opte por boca-a-boca, tomar o cuidado de tamponar o nariz para que não haja fuga do ar insuflado pelas narinas; 6. Promover a massagem cardíaca externa comprimindo o tórax de encontro à superfície horizontal na altura do 2o ao 4o espaço intercostal, na região aproximada onde se encontra o coração, ligeiramente à esquerda do osso esterno, a um palmo do mento, em direção ao osso xifóide, na região do osso esterno. Regra para um socorrista (cirurgião-dentista) 02 (duas) ventilações para 15 (quinze) massagens cardíacas externas – uma massagem por segundo – mentalizar a contagem (1001, 1002, 1003,... – equivalente a cada segundo) 17 Regra para dois socorristas (cirurgião-dentista + auxiliar de consultório) 01 (uma) ventilação para 05 (cinco) massagens cardíacas externas – uma massagem por segundo – contar em voz alta (1001, 1002, 1003,... – equivalente a cada segundo) HIPOGLICEMIA AGUDA (CHOQUE INSULÍNICO) Porque ocorre: Por aumento da concentração de insulina ou por hipoglicemia, em pacientes diabéticos. Como se manifesta: Dilatação das pupilas; irritabilidade; náuseas; nervosismo; queda da pressão sangüínea; sudorese abundante; taquicardia confusão mental; convulsões; descontrole dos esfíncteres, e coma (choque propriamente dito). Como proceder: • se o paciente estiver consciente (com comportamento anormal, como estivesse embriagado), administrar carboidratos por via oral (água com açúcar, suco de laranja, refrigerantes, balas), a cada 5 a 10 minutos, até os sintomas desaparecerem; 1- caso responda à administração de carboidratos, por via oral, manter sob observação por pelo menos 1 hora, antes de dispensá-lo com um acompanhante adulto. Encaminhar o paciente para uma consulta médica; 2- caso não responda à administração de carboidratos, por via oral, solicitar socorro médico, e • administrar uma solução de glicose 25% (ampola 10 ml), via intravenosa, em injeção lenta; • se o paciente estiver inconsciente, colocá-lo em posição supina, com os pés ligeiramente elevados em relação à cabeça (10 a 15 graus); 18 • providenciar socorro médico; • administrar uma ampola (10 ml) de solução de glicose a 25%, pela via intravenosa, em injeção lenta; • enquanto aguarda o socorro médico, instituir as medidas de suporte básico de vida e monitorizar os sinais vitais a cada 5 minutos. INFARTO DO MIOCÁRDIO OU ANGINA PECTORIS Porque ocorre: Angina – falta alta de sangue oxigenado para o suprimento cardíaco, geralmente, por obstrução aterosclerótica das artérias coronarianas. Infarto – necrose tecidual no miocárdio por isquemia prolongada. Como se manifestam: Compressão, estouro, prensagem, queimação, sufocamento e/ou choque propriamente, em localização subesternal, com irradiação variável para o ombro esquerdo, braço esquerdo e/ou lado esquerdo do pescoço e mandíbula. Como proceder: • posicionar o paciente confortavelmente, geralmente, em uma posição semireclinada; • pedir auxílio médico; • procurar acalmá-lo, dizendo: “Tenha calma! Eu vou ajudá-lo!”; • administrar Isordil sublingual 1 comprimido de 5 mg; • administrar oxigênio (3 a 5 l/ min); • monitorar os sinais vitais; • caso após 10 a 15 minutos ainda persista a dor, repetir Isordil 5 mg 1 comprimido sublingual; 19 • aliviando o desconforto, supor a ocorrência de angina pectoris. Diminuir lentamente o oxigênio durante 5 minutos; • caso suspeite de infarto do miocárdio (dor mais severa e prolongada), administrar 3 comprimidos de aspirina 100 mg; • providenciar auxílio médico; • administrar Dormonid 5 mg IM, para sedar o paciente; • administrar oxigênio ou mistura de N2O e O2 (analgesia inalatória); • monitorizar os sinais vitais, enquanto aguarda o auxílio médico; • em caso de parada cardiorrespiratória, instituir as manobras de RCP. CRISE HIPERTENSIVA Porque ocorre: Aumento súbito da pressão arterial, com a pressão diastólica atingindo 130 mmHg ou mais, com um aumento correspondente na pressão sistólica, que poderá atingir 250 mmHg ou mais. Como se manifesta: Sangramento gengival excessivo pós-manipulação pelo dentista, hemorragia nasal espontânea (epistaxe). Sintomas iniciais de dor de cabeça, tontura e mal-estar, confusão mental, agitação ou estado de coma superficial, AVC e convulsões. Como proceder: • colocar o paciente em uma posição confortável, evitando deitá-lo de costas, o que pode agravar os sintomas e o próprio quadro; • avaliar a pressão arterial e a freqüência cardíaca; • caso a crise seja leve a moderada (sistólica < 220, diastólica < 110; paciente assintomático), tranqüilizar o paciente, encaminhando-o para avaliação médica imediata, com um acompanhante; • caso a pressão arterial atinja níveis extremamente altos (sistólica ≥ 220, diastólica, ≥ 130), caracterizando uma emergência hipertensiva, providenciar socorro médico. 20 Obs1: pode ser administrado Capoten (captopril) 25 mg sublingual, em caso de crise hipertensiva. Importante realizar anamnese, perguntando sobre efeitos indesejados já provocados por este medicamento. Obs2: segundo ANDRADE, E. D. & RANALI, J., a administração de antihipertensivos, via oral ou parenteral, para controle de uma crise hipertensiva arterial é de competência do médico. Portanto, o cirurgião-dentista não deve empregar tais medicamentos em ambiente ambulatorial, na tentativa de baixar a pressão arterial do paciente e prosseguir o tratamento. OBSERVAÇÃO: Todas as dosagens fornecidas são recomendadas para um adulto comum. As dosagens variam para crianças, idosos e para aqueles com doenças debilitantes. Recorrer a um livro de Referências Farmacológicas para informações adicionais sobre medicações. BIBLIOGRAFIA: ANDRADE, E. D. & RANALI, J. Emergências Médicas em Odontologia. São Paulo, Artes Médicas, 2002. JORGE, A. Urgências Sistêmicas em Consultório Odontológico. In: Feller, C & Gorab, R. Atualização na Clínica Odontológica. São Paulo, Artes Médicas, p. 535 – 573, 2000. MALAMED, S. F. Medical Emergencies in the Dental Office. St. Louis, Missouri, Mosby, Inc. 5a Ed, 2000. PETERSON, L.; ELLIS, E.; JAMES, R.; TUCKER, M. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2ª Ed, p. 3 – 20, 1996. 21 22