Emergências Médicas em Odontologia

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ODONTOCLÍNICA CENTRAL DA MARINHA
CLÍNICA DE CIRURGIA
“EMERGÊNCIAS
MÉDICAS
EM ODONTOLOGIA”
CC(CD) NEVES
CC(CD) BOTELHO
CC(S) KATIA
CC(CD) LENIR
CT(CD)ABDALA
CT(CD) PATRÍCIA
MANUAL DE CONDUTA PARA
ACIDENTES E INTERCORRÊNCIAS
MÉDICAS DURANTE O ATENDIMENTO
ODONTOLÓGICO
O PRESENTE MANUAL VISA A
ORIENTAR
OS
PROFISSIONAIS
ENVOLVIDOS
NO
ATENDIMENTO
ODONTOLÓGICO
QUANTO
AOS
2
PROCEDIMENTOS EM CASO
EMERGÊNCIAS MÉDICAS.
DE
PROCEDIMENTOS GERAIS
1o) Como rotina diária, os profissionais
envolvidos
no
atendimento
odontológico
deverão verificar e, se necessário, atualizar a
anamnese existente no Prontuário Eletrônico.
2o) No caso de intercorrência durante o
atendimento, o Cirurgião-dentista deverá acionar
o Enfermeiro mais próximo de sua clínica para
juntos controlarem os sinais vitais e tomarem as
atitudes necessárias para manutenção da vida.
3o) Compete a cada clínica manter um estoque
mínimo de medicamentos de emergência, assim
como as condições de uso das ampolas de
oxigênio e dos aparelhos de verificação de PA,
além do adestramento de sua equipe clínica.
4o) Em caso de necessidade, o CD poderá
solicitar auxílio de outros colegas.
3
5o) O contato para solicitar a remoção do usuário
será determinado pelo profissional que, no
momento, estiver prestando o atendimento de
emergência, da seguinte maneira:
1-
durante o expediente - H.C.M.
2-
após o expediente - Hosp. do Arsenal
3-
em casos mais simples, poderá ser utilizada
a viatura de bordo.
6o) Caso haja urgência no atendimento médico,
os profissionais lotados na DSM poderão ser
acionados, pelo oficial de serviço da OCM, que
fará o contato através do telefone celular.
7o) Ao iniciar qualquer atendimento de
emergência, não retirar o usuário da cadeira. A
cadeira oferece condições de atendimento até
que o usuário possa ser removido com mais
segurança, exceto se houver necessidade de
reanimação cardiopulmonar.
4
8o) Caso haja queda da própria altura, em um
primeiro momento, o usuário deverá ser
atendido no chão (trauma cervical). Não tentar
levantar o paciente, principalmente sem ajuda ou
utilização dos aparatos de segurança.
9o) O material constante da lista de emergência,
que ficará na sala de atendimento de
emergência, não deverá ser retirado, salvo nos
casos de extrema necessidade, devendo ser
reposto a cada uso. O EF que utilizar a sala
deverá mantê-la arrumada e notificar ao
encarregado o material utilizado.
10o) Os atendimentos de emergência deverão ser
anotados em livro próprio, onde constarão o
nome, o NIP, a ocorrência, o procedimento
realizado e o destino do usuário, se possível,
com o desfecho do caso.
5
TELEFONES ÚTEIS:
1.
HOSPITAL CENTRAL DA MARINHA –
SALA DE ESTADO – 2223-1244 / 22535483 OU 8126- 4481 (SERVIÇO DE
PRONTO ATENDIMENTO – AMBULÂNCIA)
2.HOSPITAL DO ARSENAL DA MARINHA –
2211-3635 OU 2253-2835
3.
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS –
2599-5599 OU 2269-2296 (EMERGÊNCIA –
SALA DOS MÉDICOS)
4.SALA DE ESTADO DO 1º DN – 3870-6106
5.
6.
7.
CORPO DE BOMBEIROS – 193 OU 33991234
AMBULATÓRIO DA PENHA – 2290-3712
OU 8110-3937
AMBULATÓRIO DE CAMPO GRANDE –
3394-1071 OU 8110-3935
8.AMBULATÓRIO DE NOVA IGUAÇU – 26821969
9.
AMBULATÓRIO DE NITERÓI – 2622-5577
OU 8110- 3936
6
10. POLICLÍNICA
NAVAL
NOSSA
SENHORA DA GLÓRIA – 2566-1200 / 25692018 / 8110-8131
EMERGÊNCIAS MÉDICAS EM ODONTOLOGIA
LIPOTÍMIA ___________________________________________ pg 07
DESMAIO (SÍNCOPE)__________________________________ pg 07
HIPOTENSÃO POSTURAL (HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA)___ pg 08
HIPERVENTILAÇÃO___________________________________ pg 09
CRISE ASMÁTICA_____________________________________ pg 09
SUPERDOSAGEM ANESTÉSICA_________________________ pg 10
ALERGIA AO MEDICAMENTO___________________________ pg 11
EDEMA ANGIONEURÓTICO (ANGIOEDEMA)______________
pg 12
CHOQUE ANAFILÁTICO________________________________ pg 13
CRISE CONVULSIVA___________________________________ pg 14
PARADA RESPIRATÓRIA_______________________________ pg 15
PARADA CARDÍACA___________________________________ pg 15
MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR________ pg 16
HIPOGLICEMIA AGUDA (CHOQUE INSULÍNICO)____________ pg 17
INFARTO DO MIOCÁRDIO/ANGINA PECTORIS______________ pg 18
CRISE HIPERTENSIVA _________________________________ pg 19
BIBLIOGRAFIA________________________________________ pg 20
7
LIPOTÍMIA
Porque ocorre:
Por hipoperfusão sanguínea ou de O2 do cérebro. Em Odontologia, pode ser
originária do estado de estresse emocional que o paciente vivencia; uma reação
neurogênica. Reação vasovagal, sem perda da consciência.
Como se manifesta:
Dilatação das pupilas; náusea; palidez; pés e mãos frios; pulso fraco e fino; queda
da pressão arterial; sudorese fria.
Como proceder:
•
colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e
com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que
deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg; se a paciente
estiver grávida, colocá-la em decúbito lateral, sobre o lado D, fazendo um
apoio no lado E com um cobertor ou travesseiro;
•
afrouxar as vestes;
•
manter livres as vias aéreas (proporcionar a passagem de ar, elevando a
cabeça para trás e o mento para cima – hiperextensão cervical);
•
verificar a respiração, pulso e pressão arterial (sinais vitais);
•
administrar oxigênio (3 a 4 l/min), e
•
tranqüilizar o paciente.
DESMAIO (SÍNCOPE)
Porque ocorre:
8
Por hipoperfusão sanguínea ou de O2 do cérebro. Em Odontologia, pode ser
originária do estado de estresse emocional que o paciente vivencia; uma reação
neurogênica. Reação vasovagal, sem perda da consciência.
Como se manifesta:
Sintomas semelhantes aos da lipotímia, agravados pela perda da consciência.
Como proceder:
•
colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e
com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que
deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg;
•
afrouxar as vestes;
•
manter livres as vias aéreas (proporcionar a passagem de ar, elevando a
cabeça para trás e o mento para cima – hiperextensão cervical);
•
verificar a respiração, pulso e pressão arterial;
•
administrar oxigênio (3 a 4 l/min), e
•
tranqüilizar o paciente.
Obs.: caso a recuperação não seja imediata, solicitar socorro médico, monitorando
os sinais vitais e administrando oxigênio (3 a 4 l/min).
HIPOTENSÃO POSTURAL (HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA)
Porque ocorre:
Queda da pressão arterial sistólica de 20mmHg ou mais, quando o paciente passa
da posição supina para a posição em pé. Geralmente, trata-se de uma reação
neurogênica do paciente, podendo ser também uma reação adversa a alguns
medicamentos de que o paciente faça uso (como, p. ex., anti-hipertensivos,
especialmente, os diuréticos e bloqueadores dos canais de cálcio; psicoterápicos;
opióides; anti-histamínicos e L-dopa, usado no tratamento de mal de Parkinson);
raramente, associada à ansiedade ou ao medo.
Como se manifesta:
Sintomas semelhantes aos da lipotímia, podendo evoluir com perda da
consciência.
9
Como proceder:
•
colocar o paciente deitado de costas (posição supina) e
com os pés um pouco mais altos do que a cabeça (10 a 15 graus), que
deve ficar na mesma altura do tórax – evitar Trendelenburg;
•
manter livres as vias aéreas;
•
administrar oxigênio, se necessário;
•
monitorar os sinais vitais;
•
acalmar o paciente (falando: “ Tenha calma! Eu vou ajudá-lo.”);
•
o paciente melhorando, levantar lentamente a cadeira, em etapas, e fazer
com que permaneça sentado por alguns minutos antes de sair da cadeira.
HIPERVENTILAÇÃO
Porque ocorre:
Quase sempre, por ansiedade do paciente, mas pode haver causas orgânicas,
como dor, acidose metabólica, intoxicação medicamentosa, hipercapnia, cirrose e
desordens do SNC. O paciente respirando mais profundamente e/ou com
maior freqüência faz uma alcalose respiratória por aumento da troca gasosa nos
pulmões, resultando no aumento da expiração de CO2 e, conseqüentemente,
hipocapnia.
Como se manifesta:
Confusão mental; conversa desconexa; mal-estar; respiração ofegante (rápida e
profunda);
tontura;
vista
escura.
Pode
haver
dor
no
peito,
formigamento ou agulhadas nos membros e espasmos e rigidez
das mãos.
Como proceder:
•
colocar o paciente sentado, ligeiramente reclinado;
•
acalmar o paciente;
•
fazer o paciente respirar o seu próprio ar expirado, colocando um saco de
papel no rosto, ou com as mãos em forma de concha, cobrindo a boca e o
nariz do paciente;
•
não administrar oxigênio;
•
caso persistam os sintomas, um sedativo deve ser administrado (p. ex.,
Diazepam 10 mg IM ).
10
CRISE ASMÁTICA
Porque ocorre:
Por constrição dos brônquios, devido à contração da
desencadeada freqüentemente por uma irritação dos pulmões.
musculatura
Como se manifesta:
Ansiedade; cianose; falta de ar (o paciente tem dificuldade para expirar);
respiração com sibilos.
Como proceder:
•
colocar o paciente sentado confortavelmente, podendo incluir apoio dos
braços para frente;
•
acalmar o paciente;
•
administrar oxigênio (5 a 7 l/min);
•
pedir ao paciente que auto-administre o broncodilatador em aerossol de seu
próprio uso. Caso, por algum motivo, isto não seja possível, insufle 5
aplicações de Aerolin (Salbutamol apresentação em “spray” de 100
mcg/dose) num saco de papel, adapte-o na boca/nariz e peça para que o
paciente inspire;
•
em casos mais graves, onde não houver regressão do episódio, administrar
adrenalina 0,3 ml de uma diluição de 1:1.000 por via SC), e providenciar
auxílio médico.
SUPERDOSAGEM ANESTÉSICA (REAÇÃO TÓXICA)
Porque ocorre:
Por excesso de dosagem ou, mais freqüentemente, por injeção intravascular
acidental.
Como se manifesta:
Através de excitação inicial, seguida por depressão do sistema nervoso central.
1. sinais de estimulação:
11
Ansiedade; apreensão; convulsões; hipertensão; inquietação; pulso rápido;
respiração rápida; tremores.
2. sinais de depressão:
Confusão mental; pulso fraco; queda de pressão; respiração lenta (queda da FR);
sonolência; tonteira; visão turva; dormência da língua e tecidos periorais. Pode
haver perda de consciência.
Como proceder:
•
suspender a anestesia;
•
colocar o paciente em posição confortável (semi-reclinada), se consciente;
ou deitado de costas (posição supina) com os pés um pouco mais altos que
a cabeça, que deve ficar na mesma altura do tórax, em caso de convulsões
ou perda de consciência;
•
manter livres as vias aéreas;
•
administrar oxigênio;
•
monitorar os sinais vitais;
•
administrar anticonvulsivante, se necessário (preferencialmente, um
sedativo do tipo benzodiazepínico, como Diazepam 10mg IM ou Midazolan,
ou um anticonvulsivante tipo Depakene), e providenciar auxílio médico;
•
em caso de perda de consciência, considerar possibilidade de intubação
orotraqueal.
ALERGIA AO MEDICAMENTO (REAÇÕES CUTÂNEAS IMEDIATAS)
Porque ocorre:
Por sensibilidade individual ao medicamento utilizado.
Como se manifesta:
Prurido (coceira); urticária (erupção avermelhada na face, pescoço, braços e
mãos).
Como proceder:
•
suspender a medicação e encerrar o procedimento odontológico;
12
•
posicionar o paciente confortavelmente;
•
avaliar a respiração e as freqüências cardíaca e respiratória;
•
administrar anti-histamínico – Prometazina (Fenergan) IM 01 ampola 2 ml
com 50 mg;
•
manter o paciente sob observação constante, durante 20 a 30 minutos,
monitorando os sinais vitais (freqüências cardíaca, respiratória e pressão
arterial);
•
caso o quadro estabilize, sem sinais de envolvimento respiratório e
cardiovascular, prescrever um anti-histamínico oral – Prometazina
(Fenergan 25 mg) ou Loratadina (Claritin 10 mg), sendo 1 comprimido ao
dia, até a remissão do quadro (geralmente, 2 a 3 dias);
•
não liberar o paciente sem acompanhante;
•
havendo sinais de dificuldade respiratória, além dos 3 primeiros passos:
•
providenciar auxílio médico;
•
administrar oxigênio;
•
não havendo melhora do quadro, administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml
via SC;
•
monitorar as respostas cardiovasculares (freqüência cardíaca e pressão
arterial), pois de acordo com a evolução do quadro, o mesmo volume da
solução de adrenalina pode ser repetido a cada 15 a 30 minutos, quando já
deve ter chegado o socorro médico;
•
cessados os sintomas respiratórios e/ou cardiovasculares da reação
alérgica, administrar 1 ampola de Prometazina (Fenergan 50 mg), por via
IM;
•
na maioria desses casos, o paciente deve necessitar de hospitalização.
EDEMA ANGIONEURÓTICO (ANGIOEDEMA)
Porque ocorre:
Por sensibilidade individual ao medicamento utilizado.
Como se manifesta:
13
Cianose; prurido (coceira); inchaço nos lábios, pálpebras, bochechas, faringe e
laringe; respiração barulhenta; urticária.
Como proceder:
•
suspender a medicação;
•
administrar anti-histamínico – Prometazina (Fenergan) SC, IM ou EV –
01ampola 2ml com 50mg, nos casos em que não há sinais de dificuldade
respiratória;
•
nos casos em que há dificuldade respiratória, providenciar auxílio médico;
•
instituir as medidas de suporte básico de vida;
•
administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml via SC, repetindo a dose a cada 15
a 30 minutos, se necessário;
•
oxigenar o paciente – 5 a 6 l/min;
•
quando o paciente voltar a respirar de forma adequada, administrar
corticosteróide injetável (01 ampola de dexametasona 2,5ml com 2 mg/ml
ou hidrocortisona 1 frasco ampola com 100 mg) e Prometazina (Fenergan)
01 ampola 2ml com 50 mg, por via IM ou IV.
CHOQUE ANAFILÁTICO
Porque ocorre:
Por reação de hipersensibilidade do paciente ao medicamento.
Como se manifesta:
Sinais de alergia, como urticária, eritema (vermelhidão na face), prurido; cianose;
perda da consciência; parada progressiva respiratória e cardíaca; queda repentina
da pressão sanguínea; respiração difícil e barulhenta; tosse.
Como proceder:
•
colocar o paciente deitado de costas (posição supina) em superfície dura;
•
manter livres as vias aéreas e instituir as medidas de suporte básico de
vida;
•
providenciar auxílio médico;
14
•
administrar adrenalina 1:1.000 – 0,3 ml via IM, repetindo a dose a cada 5 a
10 minutos, se necessário;
•
administrar oxigênio (5 a 6 l/min);
•
monitorar os sinais vitais;
•
com o paciente estável, administrar corticosteróide injetável (dexametasona
01 ampola 2,5ml com 2 mg/ml ou hidrocortisona 1 frasco ampola com 100
mg) e Prometazina (Fenergan) 01 ampola 2ml com 50 mg, por via IM ou IV;
•
o paciente deve ser removido para uma emergência hospitalar para
tratamento definitivo.
CRISE CONVULSIVA
Porque ocorre:
Por estímulos desordenados dos neurônios cerebrais. Em Odontologia,
pode ocorrer por estímulo do anestésico local (vasoconstrictor).
Como se manifesta:
Confusão mental; convulsões tônico-clônicas; excitação; mordedura da
língua; relaxamento dos esfíncteres; tremores.
Como proceder:
•
colocar o paciente em decúbito lateral, para evitar que o mesmo aspire a
secreção gástrica ou saliva;
•
manter livres as vias aéreas; aspirar as secreções;
•
prevenir injúrias ao paciente, removendo os objetos cortantes que estejam
ao redor, bem como colares, brincos etc.; afrouxar a gravata para facilitar a
respiração (aliviar as roupas);
•
não tentar colocar qualquer instrumento ou mordedor de borracha entre as
arcadas;
•
durante o episódio convulsivo, procure apenas conter delicadamente seus
movimentos (principalmente os da cabeça), para evitar lesões físicas;
•
cessada a convulsão, manter o paciente em repouso por 5 a 10 minutos,
sob observação. Administrar oxigênio (3 l/min) e monitorizar os sinais vitais;
•
caso seja um estado epilético, está indicada a injeção IV lenta de
Diazepam (5 mg por minuto), até o máximo de 10 mg. A via IM também
pode ser empregada, administrando-se 10 mg IM;
15
•
providenciar a remoção hospitalar.
PARADA RESPIRATÓRIA
Porque ocorre:
Por reação ao medicamento, reação alérgica ou por obstrução respiratória.
Como se manifesta:
Ausência de respiração; cianose; perda da consciência.
Como proceder:
•
manter livres as vias aéreas;
•
administrar oxigênio;
•
em caso de perda de consciência, considerar possibilidade de intubação
orotraqueal;
•
fazer ventilação artificial;
•
transferir imediatamente o paciente para o hospital.
PARADA CARDÍACA
Porque ocorre:
Por reação ao medicamento, por uso de vasoconstritor em cardiopatas e por
estresse acentuado.
Como se manifesta:
16
Ausência de batimentos cardíacos; ausência de pulso; possível perda da
respiração; pupilas dilatadas; queda da pressão sangüínea.
Como proceder:
•
iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar;
•
considerar possibilidade de intubação orotraqueal;
•
transferir imediatamente o paciente para o hospital.
MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
1. Liberar as vias aéreas, desobstruindo-as de qualquer corpo estranho;
2. Colocar o paciente em superfície dura (chão);
3. Promover a hiperextensão cervical, formando um ângulo reto entre o
plano mento-occipital e o plano horizontal (chão);
4. Com a mão direita, apoiar a região cervical, levantando-a ligeiramente e,
com a mão esquerda, tracionar a região frontal;
5. Promover a ventilação com AMBU ou AMBU + oxigênio (ou boca-aboca). Caso opte por boca-a-boca, tomar o cuidado de tamponar o nariz
para que não haja fuga do ar insuflado pelas narinas;
6. Promover a massagem cardíaca externa comprimindo o tórax de
encontro à superfície horizontal na altura do 2o ao 4o espaço intercostal,
na região aproximada onde se encontra o coração, ligeiramente à
esquerda do osso esterno, a um palmo do mento, em direção ao osso
xifóide, na região do osso esterno.
Regra para um socorrista (cirurgião-dentista)
02 (duas) ventilações para
15 (quinze) massagens cardíacas externas – uma massagem por segundo –
mentalizar a contagem (1001, 1002, 1003,... – equivalente a cada segundo)
17
Regra para dois socorristas (cirurgião-dentista + auxiliar de consultório)
01 (uma) ventilação para
05 (cinco) massagens cardíacas externas – uma massagem por segundo – contar em
voz alta (1001, 1002, 1003,... – equivalente a cada segundo)
HIPOGLICEMIA AGUDA (CHOQUE INSULÍNICO)
Porque ocorre:
Por aumento da concentração de insulina ou por hipoglicemia, em pacientes
diabéticos.
Como se manifesta:
Dilatação das pupilas; irritabilidade; náuseas; nervosismo; queda da pressão
sangüínea; sudorese abundante; taquicardia confusão mental; convulsões;
descontrole dos esfíncteres, e coma (choque propriamente dito).
Como proceder:
•
se o paciente estiver consciente (com comportamento anormal, como
estivesse embriagado), administrar carboidratos por via oral (água com
açúcar, suco de laranja, refrigerantes, balas), a cada 5 a 10 minutos, até os
sintomas desaparecerem;
1- caso responda à administração de carboidratos, por via oral, manter sob
observação por pelo menos 1 hora, antes de dispensá-lo com um
acompanhante adulto. Encaminhar o paciente para uma consulta médica;
2- caso não responda à administração de carboidratos, por via oral, solicitar
socorro médico, e
•
administrar uma solução de glicose 25% (ampola 10 ml), via intravenosa,
em injeção lenta;
•
se o paciente estiver inconsciente, colocá-lo em posição supina, com os
pés ligeiramente elevados em relação à cabeça (10 a 15 graus);
18
•
providenciar socorro médico;
•
administrar uma ampola (10 ml) de solução de glicose a 25%, pela via
intravenosa, em injeção lenta;
•
enquanto aguarda o socorro médico, instituir as medidas de suporte básico
de vida e monitorizar os sinais vitais a cada 5 minutos.
INFARTO DO MIOCÁRDIO OU ANGINA PECTORIS
Porque ocorre:
Angina – falta
alta de sangue oxigenado para o suprimento cardíaco, geralmente, por
obstrução aterosclerótica das artérias coronarianas.
Infarto – necrose tecidual no miocárdio por isquemia prolongada.
Como se manifestam:
Compressão, estouro, prensagem, queimação, sufocamento e/ou choque
propriamente, em localização subesternal, com irradiação variável para o ombro
esquerdo, braço esquerdo e/ou lado esquerdo do pescoço e mandíbula.
Como proceder:
•
posicionar o paciente confortavelmente, geralmente, em uma posição semireclinada;
•
pedir auxílio médico;
•
procurar acalmá-lo, dizendo: “Tenha calma! Eu vou ajudá-lo!”;
•
administrar Isordil sublingual 1 comprimido de 5 mg;
•
administrar oxigênio (3 a 5 l/ min);
•
monitorar os sinais vitais;
•
caso após 10 a 15 minutos ainda persista a dor, repetir Isordil 5 mg 1
comprimido sublingual;
19
•
aliviando o desconforto, supor a ocorrência de angina pectoris. Diminuir
lentamente o oxigênio durante 5 minutos;
•
caso suspeite de infarto do miocárdio (dor mais severa e prolongada),
administrar 3 comprimidos de aspirina 100 mg;
•
providenciar auxílio médico;
•
administrar Dormonid 5 mg IM, para sedar o paciente;
•
administrar oxigênio ou mistura de N2O e O2 (analgesia inalatória);
•
monitorizar os sinais vitais, enquanto aguarda o auxílio médico;
•
em caso de parada cardiorrespiratória, instituir as manobras de RCP.
CRISE HIPERTENSIVA
Porque ocorre:
Aumento súbito da pressão arterial, com a pressão diastólica atingindo 130 mmHg
ou mais, com um aumento correspondente na pressão sistólica, que poderá atingir
250 mmHg ou mais.
Como se manifesta:
Sangramento gengival excessivo pós-manipulação pelo dentista, hemorragia nasal
espontânea (epistaxe). Sintomas iniciais de dor de cabeça, tontura e mal-estar,
confusão mental, agitação ou estado de coma superficial, AVC e convulsões.
Como proceder:
•
colocar o paciente em uma posição confortável, evitando deitá-lo de costas,
o que pode agravar os sintomas e o próprio quadro;
•
avaliar a pressão arterial e a freqüência cardíaca;
•
caso a crise seja leve a moderada (sistólica < 220, diastólica < 110;
paciente assintomático), tranqüilizar o paciente, encaminhando-o para
avaliação médica imediata, com um acompanhante;
•
caso a pressão arterial atinja níveis extremamente altos (sistólica ≥ 220,
diastólica, ≥ 130), caracterizando uma emergência hipertensiva,
providenciar socorro médico.
20
Obs1: pode ser administrado Capoten (captopril) 25 mg sublingual, em caso de
crise hipertensiva. Importante realizar anamnese, perguntando sobre efeitos
indesejados já provocados por este medicamento.
Obs2: segundo ANDRADE, E. D. & RANALI, J., a administração de antihipertensivos, via oral ou parenteral, para controle de uma crise hipertensiva
arterial é de competência do médico. Portanto, o cirurgião-dentista não deve
empregar tais medicamentos em ambiente ambulatorial, na tentativa de baixar
a pressão arterial do paciente e prosseguir o tratamento.
OBSERVAÇÃO:
Todas as dosagens fornecidas são recomendadas para um adulto comum. As
dosagens variam para crianças, idosos e para aqueles com doenças debilitantes.
Recorrer a um livro de Referências Farmacológicas para informações adicionais
sobre medicações.
BIBLIOGRAFIA:
ANDRADE, E. D. & RANALI, J. Emergências Médicas em Odontologia. São
Paulo, Artes Médicas, 2002.
JORGE, A. Urgências Sistêmicas em Consultório Odontológico. In: Feller, C &
Gorab, R. Atualização na Clínica Odontológica. São Paulo, Artes Médicas, p. 535
– 573, 2000.
MALAMED, S. F. Medical Emergencies in the Dental Office. St. Louis, Missouri,
Mosby, Inc. 5a Ed, 2000.
PETERSON, L.; ELLIS, E.; JAMES, R.; TUCKER, M. Cirurgia Oral e Maxilofacial
Contemporânea. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2ª Ed, p. 3 – 20, 1996.
21
22
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