CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ-CEAP TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E URBANISMO – I Prof. KLINGER OLIVEIRA EVOLUÇÃO CULTURAL QUESTIONAMENTOS: 1) O QUE É O HOMEN? 2) DE ONDE VEIO? QUANDO? COMO? 3) PORQUE SOMOS DIEFRENTES DOS OUTROS ANIMAIS? CONSIDERAÇÕES: Até o século XV, o homem fora criado por Deus (igreja), bem como tudo que existe (criacionismo). Foi no século XIX com o racionalismo científico das sociedades industriais moderna, que o homem ampliou seu domínio sobre a natureza. Surge a Teoria de LAMARCK (1809/1810) – PHILOSOPHIE ZOOLOGIQUE: POSTULADOS PRINCIPAIS: 1º. A natureza ao produzir espécies começa com as mais imperfeitas e termina em seres mais complexos. 2º. A natureza submete suas obras à influência de diversos ambientes, que agem sobre ela. 3º. O ambiente, não modifica diretamente a forma ou organização dos animais. Grandes alterações no ambiente causam mudanças nas necessidades e nas suas ações. Se persistirem no tempo, os animais adquirem novos hábitos. 4º. PRIMEIRA LEI: USO E DESUSO: Em qualquer animal que não ultrapassou o limite de sua evolução, o uso freqüente e prolongado de um órgão o desenvolve e aumenta, enquanto o desuso o atrofia e deteriora, fazendo-o desaparecer. 5º. SEGUNDA LEI: A natureza transmite pela hereditariedade as mudanças adquiridas comuns ao pai e a mãe. Em 1833 – Sir CHARLES BELL- Trabalho sobre anatomia de vertebrados - disse: Existe uma adaptação, uma relação estabelecida e universal entre os instintos, a organização e os aparelhos dos animais de um lado, e os elementos nos quais eles têm de viver, a posição que ocupam e seus meios de obter o alimento de outro. Nada menos do que o poder, que originariamente criou, é o mesmo eu produz essas mudanças nos animais, que têm de se adaptar ás suas condições; que a organização desses animais é predeterminada e não uma conseqüência da condição da terra ou dos elementos do ambiente. Em 1859 – CHARLES DARWIN lançou seu livro “A ORIGEM DAS ESPÉCIES POR MEIO DA SELEÇÃO NATURAL” ou “A PRESEVAÇÃO DAS RAÇAS FAVORECIDAS NA LUTA PELA EXISTÊNCIA” ou, como é mais conhecida, “A ORIGEM DAS ESPÉCIES”. Uma resposta aos argumentos teológicos criacionistas com o evolucionismo. Vejamos: - Os organismos variam de geração para geração sendo que algumas destas variações são hereditárias; 1 - Em determinados grupos alguns elementos têm mais descendentes que outros; - Suas variações hereditárias sendo mais freqüentes nas gerações seguintes, determinam a direção do processo evolutivo; - Seleção Natural – a natureza privilegia os indivíduos mais aptos e mais resistentes às mudanças ambientais; - Os organismos mais adaptados ao modo de vida e ao ambiente particular da espécie, tendem a ter mais descendentes. Em 1946 – A fundação da SOCIEDADE PARA O ESTUDO DAS EVOLUÇÕES (especialistas em Genética, Paleontologia e Evolução), na Universidade de Princeton. Esse trabalho interdisciplinar resultou em uma síntese das teorias anteriores, na qual estão incorporados os mecanismos da seleção natural, os progressos da genética moderna e as alterações do meio ambiente, em que a ecologia contribui de forma considerável. HOJE, a evolução advém da INTERAÇÃO DE PROCESSOS. A evolução biológica ocorre com alteração na freqüência de Genes (mutantes ou não), em dada população. Os biólogos identificam quatro forças evolutivas principais: 1. DRIFT (circunstancial). Em cada geração, a proporção dos genes pode diferir como resultado das probabilidades de transmissão de genes ou cromossomos. 1.1. Em populações pequenas, genes ocorrem em baixa freqüência, ou desaparecem; 1.2. Parte da população migra para outra área com uma coleção de genes não representativa da população original. 2. GENE FLOW: Entrecruzamento entre espécies em larga escala, pode haver nova distribuição genética das populações. Ex: POPULAÇÃO BRASILEIRA. 3. MUTAÇÃO: É a alteração ou erro no código genético (mudanças na estrutura ou número de cromossomos) que resulta na criação de novos genes ou cromossomos. 3.1. Fatores físico-químicos podem influir no processo de reprodução. Ex: RADIAÇÃO. 4. SELEÇÃO NATURAL: Se caracteriza por alteração na freqüência genética decorrente de taxas diferenciadas de êxito reprodutivo. 4.1. Grupos numerosos tendem a pequenas variações; 4.2. Grupos pequenos tendem a difundir com maior rapidez novos genes introduzidos, ou simplesmente eliminar outros. PERÍODOS EVOLUTIVOS (os números indicam milhões de anos atrás). 1) 2) 3) 4) 5) Formação da Terra – 4.500 à 3.500. Precambiano – 3.500 à 570. Paleozóico – 570 à 225. Mesozóico – 225 à 65. Cenozóico – 65 à 6. - Paleoceno (65 à 55) - Eoceno (55 à 38) - Oligoceno (38 à 26) 2 - Mioceno (26 à 6) - Plioceno (6 à 1,8) – início da pré-história - Pleistoceno (1,8 em diante) Segundo estudos, o homem não descendeu do macaco; mas homens e macacos descenderam de um tronco primata comum. Os primeiros fosseis definitivamente hominídeos foram encontrados em LAETOLI (Tanzânia) e HADAR (Etiópia), com idade estimada entre 3 e 3,5 milhões de anos, denominado de AUSTROLOPITHECUS AFARENSIS (chamado de LUCY). PRÉ-HISTÓRIA (a partir de 4 milhões de anos). Classificação do homem: PERÍODO PALEOLÍTICO. 1. HOMO HABILIS – 4 à 1,6 milhões de anos - paleolítico inferior. Populações descritas como de carniceiros, caçadores, coletores e pescadores. Não havia domesticação de animais. 2. HOMO ERECTUS – 1,6 milhões à 500 mil anos (O FOGO) – paleolítico inferior. Populações descritas como de carniceiros, caçadores, coletores e pescadores. Não havia domesticação de animais. Manufaturas de ferramentas de mão de propósito múltiplo. 3. HOMO SAPIENS – 500 mil à 125 mil anos – paleolítico inferior. Manufaturas de ferramentas de mão de propósito múltiplo. Melhoria de técnicas de grandes caçadas coletivas, abrigos simples eram construídos a céu aberto e controlado o uso do fogo. 4. HOMO SAPIENS/SAPIENS – 125 mil à 50 mil anos – médio paleolítico. Mudanças fundamentais na manufatura das ferramentas, com técnicas mais avançadas de acabamento, retoques e enfeites. Pontas de lanças requintadas, adornos pessoais, efeitos decorativos e rituais de sepultamento e evolução na capacidade de simbolizar. 5. HOMO SAPIENS/SAPIENS – 50 mil à 10 mil anos – paleolítico superior. Apresenta rica coleção de marfim, ossos e chifres; lâminas e outros instrumentos de pedra cuidadosamente produzidos. Uso de roupas de peles, adornos pessoais, pinturas representativas, esculturas e símbolos gravados que demonstram o processo evolutivo da espécie. PERÍODO NEOLÍTICO/MESOLÍTICO 1. HOMO SAPIENS/SAPIENS – 10 mil à 4 mil anos – neolítico/mesolítico. Com a sedentarização o homem domestica o animal e o vegetal. Controla a produção de plantas e animais e a estocagem de proteína animal (cabras, carneiros, bois, cães, etc...) e vegetal (cevada, trigo, ervilhas, lentilhas e feijão, milho, aveia) tornou-se possível com a criação de rebanhos e cultivo dos campos, além da pesca de peixes e mariscos. Começa a formação das primeiras vilas pré-agrícolas, adaptadas para estocar grãos, processá-los em farinha e convertê-los em alimento, a construção de casas sólidas, muros, muralhas, fossos, torres, moinhos, silos, o desenvolvimento do comércio e de especializações (a fiação, a tecelagem, a cerâmica, a construção de navios, de matadouros, de curtumes, de olarias, de móveis), o início da formação das cidades e das cidades estados. A descoberta de crenças e de deuses: o homem passa a acreditar em seres superiores. 3 RESUMO DO PERÍODO NEOLÍTICO / MESOLÍTICO PERÍODO: DE 10.000 a.c ATÉ 4.000 a.C. CRESCIMENTO POPULACIONAL: ESTIMA-SE QUE POR VOLTA DE 10.000 a.C., A POPULAÇÃO ERA DE 100.000 HABITANTES, E QUE EM 4.000 a.C., CHEGOU A 3.500.000 DE HABITANTES. CRESCIMENTO OCASIONADO PELO SEDENTARISMO E PELO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS ATIVIDADES, TAIS COMO: A DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS E DA AGRICULTURA EM MAIOR ESCALA; A CRIAÇÃO DE ARTEFATOS E UTENSÍLIOS (CRIAÇÃO DE VÁRIOS PRODUTOS) PROCESSO EVOLUTIVO DO ESPAÇO NEOLÍTICO. CRIAÇÃO DE PEQUENAS ALDEIAS POVOADOS SURGIMENTO PRIMEIRAS CIDADES DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E DE UTENSÍLIOS SEM EXCEDENTE UTENSÍLIOS COM EXCEDENTE UTENSÍLIOS. COMERCIALIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ATIVIDADES /DIVISÃO DO TRABALHO / CRIAÇÃO DA ESTRUTURA DO ESTADO. DESENVOLVIMENTO DE UMA ARQUITETURA MAIS SÓLIDA. HOUVE A CRIAÇÃO DE VÁRIAS CIDADES COMO: URUK, UR, HUYUK, LAGASH, CUJOS SURGIMENTOS DATAM DE APROXIMADAMENTE 6.500 a.C. ESTAS CIDADES VÃO SE TRANSFORMAR NOS PRINCIPAIS CENTROS SÓCIOS-ECONÔMICOS DA REGIÃO. A UTILIZAÇÃO DE GRANDES E PEQUENOS BLOCOS DE PEDRA, ASSIM COMO, DO TIJOLO CRU (ARGILA MOLDADA E SECA AO SOL) , MADEIRA, FOLHAS DE VEGETAIS COMO A PALMEIRA OU SIMILARES, E MAIS TARDE OS METAIS, SÃO MATERIAIS IMPORTANTES NA SUA ARQUITETURA. ESTE PROCESSO SE DÁ MAIS NA REGIÃO DO ORIENTE MÉDIO, EMBORA EXISTAM TAMBÉM POPULAÇÕES NAS REGIÕES ASIÁTICAS, NA EUROPA E NAS AMÉRICAS. NA EUROPA ESSE PERÍODO SE CARACTERIZA PRINCIPALMENTRE, PELO RECUO DAS GELEIRAS E VAI SER CHAMADO MAIS PROPRIAMENTE DE MESOLÍTICO EUROPEU. O MESOLÍTICO EUROPEU NÃO SE CARACTERIZOU PELO DESENVOLVIMENTO DE GRANDES CONSTRUÇÕES OU DE GRANDES CIDADES, E SIM PELO DESENVOLVIMENTO DE UMA POPULAÇÃO DISPERSA, OCUPANDO PRINCIPALMENTE A ÁREA COSTEIRA DOS PAÍSES (A CONSTRUÇÃO DE PALAFITAS SE FAZ PRESENTE), DIFERENTEMENTE DO QUE OCORREU NO ORIENTE MÉDIO. TALVEZ POR TER OCORRIDO MAIS TARDIAMENTE. 4 OS PRINCIPAIS ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS UTILIZADOS NO MESOLÍTICO, FORAM: OS MENIRES: ELEMENTOS DE PEDRA COLOCADOS VERTICALMENTE NO SOLO. OS DÓLMENS: ELEMENTOS QUE SE CARACTERIZAVAM POR MENIRES ENCIMADOS POR UMA PEÇA HORIZONTAL (lintel). OS CROMLECH: CONJUNTOS DE MENIRES E DÓLMENS DISPOSTOS NA MAIORIA DAS VEZES DE FORMA ORDENADA. CONSTRUÇÕES FUNERÁRIAS -AS TUMBAS OU MAUSOLÉOS CRIADAS MUITAS DAS VEZ NAS FORMAÇÕES ROCHOSAS QUANDO ESCAVADAS, OU CEMITÉRIOS. Resumos da edição: GUGLIELMO, Antônio Roberto. A Pré-História: uma abordagem ecológica. São Paulo: Brasiliense, 1999. 5