A igreja que alvoroça o mundo

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A IGREJA QUE ALVOROÇA O MUNDO
“... Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram
também aqui.”
Atos 17:6b
Edson de Almeida F. Oliveira.
Rua Francisco Barreto 50 - Bangu
Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 34652008/ (21) 81440378
e-mail: [email protected]
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Livro 526 Folha 390
2
ÍNDICE
Introdução..........................................................................................4
1. A obediência..................................................................................8
2. O Espírito Santo..........................................................................23
3. Exemplos a serem seguidos.......................................................37
4. Aprendendo com Lúcifer...........................................................43
5. O rio da humilhação...................................................................50
6. As conseqüências da humilhação.............................................59
7. Os resultados da descida do Espírito Santo............................70
8. A unidade.....................................................................................78
9. Anunciar a Jesus..........................................................................89
10. O cuidado com as ovelhas.......................................................96
11. Dividir para crescer................................................................107
12. Evangelismo através de sinais..............................................116
13. A interseção eficaz..................................................................125
14. Missões dirigidas por Deus...................................................132
Palavra Final..................................................................................136
3
4
CHEGA DE NOSTALGIA!
Nesta breve introdução, queremos ressaltar a
contemporaneidade dos dons do Espírito Santo. O objetivo
deste livro é comprovar que o poder de Deus não diminuiu
com o passar do tempo. Queremos mostrar que Deus não
muda. Ele não quer ser lembrado como o Deus que operou no
passado. Ele quer e deve ser lembrado como o Deus que opera
hoje no meio do seu povo.
Sobre estes quatro pilares a fé de todo o cristão deve
estar fundamentada: “Eu, o Senhor, não mudo”.(Ml 3:6a), “Jesus
Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.(Hb 13:8), “Eu velo
sobre a minha palavra para a cumprir”.(Jr 1:12b) e “O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.(Mt 24:35).
Devemos nos fundamentar na imutabilidade de Deus e da sua
Palavra para que possamos alvoroçar o mundo.
Temos visto em nossos dias, as pessoas se referirem à
igreja de Atos dos apóstolos com um ar nostálgico e
saudosista, como se Deus não pudesse ou quisesse realizar
hoje, em nossos dias o mesmo que fazia naquela época. Às
vezes, encontramos pessoas dizendo que os sinais e prodígios
feitos naquele tempo se foram quando o último apóstolo
morreu ou que Deus realizou aqueles tão grandiosos sinais
apenas para estabelecer a sua igreja, porque ela estava apenas
começando a sua história. A palavra de Deus nos diz: “Eis que
pus diante de ti uma porta aberta, e ninguém a pode fechar”.(Ap 3:8).
A porta dos sinais, prodígios e maravilhas, continua aberta
para o seu povo e ninguém pode fechar aquilo que Deus tem
aberto para a sua igreja!
Glorifique a Deus pela sua imutabilidade e pelo Seu
anseio de continuar realizando grandes coisas no meio de seu
povo.
5
Que o Senhor Deus possa estar lhe abençoando na
leitura desse livro e que o Espírito Santo esteja nos tocando
para que nós, você e eu, estejamos alvoroçando o mundo!
Edson de Oliveira.
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7
CAPÍTULO 1 – A OBEDIÊNCIA
“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois,
na cidade de Jerusalém, até que do alto sejai s revestidos de poder.”
Lucas 24:49
Quando Jesus proferiu estas palavras, Ele já tinha
ressuscitado dentre os mortos e tinha ficado quarenta dias com
os discípulos (At 1:3). Estava na eminência de voltar para o Pai,
e estas foram uma de suas últimas palavras.
Ordenou que os seus seguidores não se apartassem da
cidade de Jerusalém até que fossem revestidos de poder. A
Bíblia nos fala em I Coríntios 15:6 que Jesus, depois de
ressurreto, foi visto por mais de quinhentas pessoas de uma só
vez, ou seja, mais de quinhentas pessoas ouviram estas
palavras e no dia de Pentecostes o que aconteceu?...
Em Atos 1:15, a Bíblia diz que quase cento e vinte pessoas
estavam reunidas quando houve o derramamento do Espírito
Santo. O que houve com as outras mais de trezentos e oitenta
pessoas? Será que estavam muito ocupadas com as suas
próprias obrigações que se esqueceram da promessa de Jesus?
Será que os seus interesses estavam na frente da ordem do
Senhor? Talvez pensavam que a sua promessa fosse demorar a
se cumprir?
Querido leitor, se os seus interesses estão na frente
daquilo que Deus lhe tem ordenado, reveja as suas
prioridades. Deus deve vir antes de qualquer coisa, inclusive
dos nossos desejos. Se buscarmos sempre a Sua vontade para
as nossas vidas, os nossos desejos vão se alinhar com os
desejos Dele; então, este versículo se cumprirá em nós.
“Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que
deseja o teu coração.”
Salmo 37: 4
8
Imagine irmão, quão mais impactado o mundo teria
sido, se ao invés de cento e vinte fossem quinhentas pessoas que
tivessem sido batizadas com o Espírito Santo.
Vejamos quantos dias os discípulos perseveraram em
oração. Acompanhe-me: os discípulos foram batizados com o
Espírito Santo no dia de Pentecostes que também era
conhecido como “Festa das Semanas” ou “Dias dos Primeiros
Frutos”. Pentecostes vem do grego pentekostos que
simplesmente significa cinqüenta.
Essa festa era celebrada cinqüenta dias após a Páscoa;
ocasião em que o Senhor Jesus morreu e ressuscitou três dias
após. Já dissemos que Jesus ficou com os discípulos quarenta
dias depois de ressuscitado, sobrando apenas sete dias de
perseverança para os discípulos. Isso mesmo! Mais de
trezentas e oitenta pessoas descumpriram a ordem do Senhor
em apenas sete dias!
Isso é impressionante. Será que nós temos sido
diferentes? Quantas vezes perdemos as promessas de Deus de
vista, porque não temos nenhuma perseverança. O escritor da
carta aos Hebreus nos exorta: “Porque necessitais de paciência,
para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar
a promessa” (Hb 10: 36). O original grego de paciência é
hupomone, que significa constância, perseverança, resistência,
firmeza, e é justamente isso que Deus quer! A perseverança
que Ele não encontrou naquelas trezentos e oitenta pessoas Ele
quer encontrar em nós.
Olhando para o texto acima podemos enxergar dois
passos que antecedem o cumprimento das promessas de Deus:
perseverar e fazer a vontade de Deus. No caso destas pessoas a
promessa feita por Jesus Cristo era o revestimento de poder. A
persistência duraria apenas sete dias e a vontade de Deus era
que eles não se apartassem de Jerusalém.
Agora, imagine você, quanto o mundo será impactado
se nós começarmos a obedecer ao que Jesus nos tem mandado!
9
Quem realmente ama a Deus
Muitas pessoas afirmam que amam a Deus. Em um
país religioso como o nosso, se você for às ruas e começar a
perguntar, quase que a totalidade das pessoas irão dizer que
amam a Deus e que amam ao Senhor Jesus.
Todavia, a Palavra de Deus não nos diz que qualquer
um ama ou pode amar a Deus. A Bíblia diz que apenas alguns
poucos de fato amam a Deus, porque Ela diz:
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o
que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o
amarei, e me manifestarei a ele.”
João 14:21
Esse versículo tão glorioso nos dá uma resposta bem
clara a respeito de quem verdadeiramente ama ao Senhor.
Somente aquele que tem os seus mandamentos e os guarda.
Sinceramente, não entendo como uma pessoa pode se
dizer cristã se nem ao menos tem o hábito de meditar na Bíblia.
Não têm um programa mínimo de leitura da Palavra. É
profundamente constrangedor vermos pessoas com bastante
tempo de Evangelho e que não tem o menor conhecimento
bíblico. Vivem um Evangelho de “achismo”; nunca tem uma
resposta para os seus problemas ou dificuldades baseada na
Palavra.
É por isso que Oséias inspirado por Deus declara: “O
meu povo foi destruído porque lhe faltou conhecimento” (Os 4: 6a).
Se não conhecem o Testamento, não conhecem os seus direitos
e não têm como reivindicá-los. Não conhecem a autoridade da
sua posição como filhos de Deus.
Também de igual importância é guardarmos os
mandamentos do Senhor. Leia com bastante atenção o que
Tiago diz:
10
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes,
enganando-vos com falsos discursos.”
Tiago 1:22
Note como a vida cristã fica extremamente sem sentido
quando uma pessoa apenas fala, mas não vive o que fala. Se
não praticarmos aquilo que falamos, nossa vida cristã vira
simplesmente hipocrisia! Os fariseus viviam assim: pensavam
que estavam muito bem com Deus, porque apenas ensinavam
as pessoas como procederem, mas não praticavam uma única
palavra do que diziam (Mt 23:3).
Meu amado irmão, nossa vida espiritual não pode estar
resumida apenas em discursos bonitos ou regras de condutas
para os outros. Não podemos, como os fariseus, viver uma
vida cristã apenas de aparência. Não é possível continuar
assim. O Espírito Santo tem feito um apelo para que deixemos
a aparência e vivamos a substância do Evangelho.
Deus quer gerar em nossos dias o “Espírito de graças e de
súplicas” (Zc 12: 10).
Recentemente, estava em um retiro espiritual por
ocasião do carnaval e só havia basicamente jovens e
adolescentes. Pouco antes do término do culto de domingo à
noite, Deus derramou do seu Espírito de graças e de súplicas e
um grande quebrantamento foi gerado naquele lugar.
Adolescentes com idade variando entre doze e quinze
anos, foram tomados pelo Espírito de Deus e choravam se
lamentando pelos seus pecados, pedindo perdão a Deus. A
presença de Deus foi tão forte, que muitos ficaram até as três
da manhã somente orando e louvando ao Senhor. Alguns, uma
semana após o ocorrido, ainda choravam ao se lembrar do que
Deus havia feito em suas vidas.
Querido leitor, se você se sente na situação
desesperadora de apenas viver de aparência, por favor, pare
agora a leitura deste livro, ore e reconcilie-se com o Senhor.
11
Tiago nos recomenda: “Assim falai, assim procedei”.(Tg 2:12a).
Um dos principais desafios para a Igreja neste começo de
século é justamente este: viver aquilo que fala.
Saiba de uma coisa: quando pregamos, evangelizamos,
ou tão somente conversamos sobre as coisas de Deus; com
evangélicos mesmo, a nossa vida é refletida como um espelho.
O mundo pode não gostar da sua voz, da sua
aparência, do seu modo de vestir, ou de qualquer outra coisa,
mas nunca, nem cristãos ou ímpios podem apontar o dedo
para você e dizer: este não vive o que prega. Isto é muito sério!
A resposta para uma grande questão que tem assolado
a Igreja em nossos dias também é encontrada aqui, numa
pequena frase: “e me manifestarei a ele”. Isso porque as
pessoas têm buscado a Deus de forma errada! Querem buscar
a presença de Deus de qualquer jeito. Do seu próprio modo.
Lembra-se de Davi e o seu intento de trazer a arca da
aliança para Jerusalém? A motivação de Davi era legítima, haja
vista que ele estava de todo o coração buscando a presença de
Deus.
Davi então, ajuntou a todos os escolhidos de Israel e
preparou um carro novo para levar a arca de Deus da casa de
Abinadabe para Siló. Preparou um carro novo, onde puseram
a arca e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro.
O final dessa história você já conhece: Uzá morreu
porque tocou na arca de Deus. Porque Deus fez isso?Porque
ele foi buscado de forma errada. Davi não conhecia a lei de
Deus que dizia que apenas os descendentes de Levi poderiam
conduzir a arca do Senhor.
Muitas pessoas fazem isso todos os dias. Buscam a
Deus não como ele próprio estabelece, mas como eles acham
que está certo. Davi também achava que estava certo, no
entanto, não estava de acordo com a vontade de Deus que é
revelada na sua Palavra.
12
Para Jesus manifestar-se em sua vida de forma
maravilhosa só existe um jeito: tendo e guardando os
mandamentos do Senhor.
Pessoas estão se decepcionando com Deus quando
deveriam estar se decepcionando com a sua própria falta de
obediência. Sem obediência aos mandamentos de Deus,
ninguém vai ver a glória de Deus sobre a sua vida! Mais uma
vez eu tenho que dizer: se o Espírito Santo está falando
profundamente ao seu coração, e sei que está; pare um pouco e
ore. Com certeza Deus está de braços abertos para lhe perdoar,
lhe abençoar e lhe dar uma vida abundante com a qual você
nunca conseguiu sonhar. Entretanto, é necessário primeiro que
você humilhe-se diante da presença do Senhor.
Casos de Obediência
Através do texto de Lucas 5:1-6, podemos tirar
importantíssimas lições para a nossa vida. Jesus estava no
começo do seu ministério e estava junto ao lago de Genezaré,
também chamado de mar da Galiléia. Vendo dois barcos
atracados, entrou em um e pediu que o seu dono (Pedro) o
afastasse um pouco para que pudesse ensinar. Terminando o
seu discurso, disse a Pedro: “Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas
redes para pescar”.(Lc 5:4).
Imagino que Pedro deve ter se surpreendido. Ele, um
pescador experiente, havia passado a noite inteira pescando e
não tinha apanhado nada e o filho de um carpinteiro que
aparentemente não entendia absolutamente nada de pescaria
lhe dava ordens e dizia quando e onde deveria pescar. Mas,
qual foi a resposta de Pedro: “... sob a tua palavra lançarei a
rede”.(Lc 5:5b).
Apesar
das
circunstâncias
serem
totalmente
desfavoráveis, apesar de Jesus, aparentemente, não entender
nada de pescaria, ele confiou nas palavras do Senhor e o mais
importante: obedeceu!
13
Meu irmão, ainda que você ouça inúmeras vozes
dizendo que não há solução e que você não irá conseguir, ou,
ainda que as suas condições sejam desfavoráveis como eram as
de Pedro; lhe darei um conselho: fique sempre com o que
Deus tem lhe dito. “Seja sempre Deus verdadeiro, e todo o homem
mentiroso” (Rom 3:3a).
Qual foi o resultado por Pedro ter obedecido à voz de
Jesus? A quantidade de peixes era tão grande que rompia-selhes a rede e teve de pedir ajuda aos companheiros. Você
nunca vai perder por ouvir a voz de Deus e não a dos homens,
mesmo que seja a sua. Deus tem sempre o melhor para os seus
filhos.
“Mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus; aos que crerem no seu nome”.
(Jo 1:12)
Se você já recebeu ao Senhor Jesus como Salvador você
pertence à família de Deus e não só pode como deve reinar em
vida por meio de Cristo Jesus. (Rom 5:17).
Em João 2:5, Maria diz algo muito importante aos
serventes e é uma das coisas que tem faltado à Igreja em
nossos dias: “Fazei tudo quanto Ele vos disser”.
Nessa passagem, Maria tinha plena convicção que
qualquer coisa que Jesus dissesse para os serventes fazerem,
seria a solução de todos os seus problemas.
Este é o cenário do primeiro milagre de Jesus: Maria,
Jesus e seus discípulos foram convidados a um casamento e
em determinado momento o vinho acabou. Maria foi participar
o problema a Jesus e abrindo um parêntesis: ela não ficou se
lamentando pelo fato do vinho ter-se acabado. A primeira
atitude foi participar o problema a Jesus. Se você não tem esse
hábito, passe a tê-lo!
Jesus, então, pede aos serventes que encham de água as
talhas e as levem ao mestre-sala.
14
Imagino que os serventes não devem ter entendido
nada. Provavelmente devem ter pensado: nós não estamos
precisando de água e sim de vinho; mas mesmo assim,
obedeceram! E o resultado: o melhor vinho foi servido. Jesus
tem sempre o melhor vinho para lhe oferecer. Basta você
obedecê-lo.
Preste a atenção a um detalhe importante: tanto Pedro
como os serventes poderiam ter questionado as ordens de
Jesus, pois, aparentemente não havia lógica para as mesmas.
Mas não questionaram, apenas obedeceram. Quando
questionamos as ordens do Senhor, demonstramos
incredulidade, mas o Senhor não pode trabalhar na
incredulidade. (Mc 6:5, 6).
A vontade específica de Deus
Um dos grandes problemas em nossas igrejas é que as
pessoas não têm idéia da vontade específica de Deus para as
suas vidas - existe a vontade geral e a específica de Deus para
nós; o objetivo deste livro não é tratarmos especificamente
sobre os diferentes aspectos da vontade de Deus. Não sabem
quais são os seus ministérios e como serão úteis na obra do
Senhor.
Impressionante como existem cristãos com anos de
Evangelho e não sabem para qual ministério Deus os têm
chamado e como serão úteis na obra. Mas será que existe um
meio de sabermos o que devemos fazer para Deus, ou pelo
menos tornarmos mais audível a Sua voz para nós? A Bíblia
responde:
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Romanos 12:2
15
O primeiro passo para sabermos a vontade específica de
Deus é não nos conformarmos com este mundo. O original
grego da palavra conformeis é suschematizo, que refere-se a
conformar-se com o estilo ou a experiência externos,
acomodando-se a um modelo ou padrão.
Os costumes, hábitos e atitudes deste mundo não
condizem com os santos padrões bíblicos. E o que temos
presenciado é a Igreja sendo influenciada pelos costumes
mundanos e não o contrário. Precisamos, como um espelho,
refletir a luz de Jesus Cristo para que o mundo veja quão
brilhante é o viver de um cristão (Mt 5:16). Somos chamados
cristãos porque devemos praticar as mesmas obras que Cristo
praticou. Por favor, reflita o quanto suas atitudes tem se
parecido com as de Jesus Cristo.
As nossas obras também tem que estar cada dia mais
parecidas com as de Jesus. As nossas atitudes têm que refletir a
glória de Deus para o mundo, pois, nós somos chamados a luz
do mundo.
O escritor aos Hebreus nos dá uma importante
advertência:
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor.”
Hebreus 12:14
Nós estamos em processo de santificação, ou seja, nós
somos como a luz da aurora que vai brilhando cada vez mais
até ser dia perfeito. A cada dia, devemos estar separando-nos
das obras do mundo, desprezando-o e voltando-nos para Deus
e para a Sua obra. Quanto mais detestarmos as coisas deste
mundo, mais estaremos aproximando-nos de Deus e o
amando-o mais, porque aquele que odeia o mundo, constituise amigo de Deus. (Tg 4:4). Não dá para servir a dois senhores.
(Mt 6:24).
16
O segundo passo é transformarmos o
entendimento. E o que é renovação de entendimento?
nosso
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor,
nisso pensai”.
Filipenses 4:8
O ser humano por sua natureza decaída e pecaminosa
tende a pensar em adultérios, prostituições, homicídios, furtos,
avareza, blasfêmia, soberba, inveja, loucura. Todos esses
pensamentos procedem de dentro do homem (Mc 7:21-23).
Mas o nosso entendimento (pensamento) precisa ser trocado,
restaurado pelo Espírito Santo e isto só ocorre quando nos
alimentamos da palavra, temos uma vida constante de oração
e enchemos os nossos lábios com o louvor do Senhor.
terra”.
“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da
Colossenses 3:2
Devemos estar muito atentos quanto aos nossos
pensamentos. Por que a boca fala do que está cheio o coração.
(Lc 6:45).
Com os nossos lábios podemos tanto confessar a Jesus
como nosso salvador, como podemos negá-lo (Mt 10:33). Não é
apenas na situação de alguém perguntar a que “religião”
pertencemos que podemos negar a Jesus. Mas, quando
dizemos no nosso dia-a-dia, palavras que não condizem com a
fé que confessamos, como palavras de baixo calão, maldições e
outras palavras frívolas, também negamos a Cristo Jesus.
Precisamos moldar a nossa linguagem com a ajuda do
Espírito Santo para darmos bom testemunho para os que estão
aqui na Terra e para agradarmos ao nosso Pai celestial.
17
A nossa esperança não é apenas terrena (I Co 15:19),
mas precisamos estar com a nossa mente voltada para as coisas
futuras, para a Canaã celestial, a nossa eterna morada.
Assumindo essas atitudes: não se conformar com este
mundo
e
transformar
o
nosso
entendimento,
conseqüentemente experimentar a vontade específica de Deus
para a nossa vida cotidiana e por fim, poder cumprir o
propósito de Deus para nós.
A ordem de Jesus hoje
O que Jesus tem dito para a sua Igreja fazer hoje?
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo;
Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação
dos séculos. Amém.”
Mateus 28: 19,20
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a
toda a criatura”.
Marcos 16:15
Temos ouvido muitas pregações a respeito desta
grande comissão que Jesus tem nos dado. Muito tem se falado
sobre essas difíceis palavras do Senhor. Felizmente os
resultados estão aparecendo, mas é necessário fazermos ainda
muito mais.
As palavras de Jesus não terminam por aí. É necessário
que aprendamos algo: o Senhor nunca nos dá uma missão para
realizarmos sem os meios necessários para tanto. Cristo
continua:
18
“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome
expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas
serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano
algum; e, porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.
Marcos 16: 17,18
O Senhor Jesus nos mandou que pregássemos o
evangelho a toda a criatura. O verdadeiro evangelho é o poder
de Deus (Rom 1:16). Continuando o texto, vemos que os
discípulos obedeceram à ordem de Jesus e como sempre,
quando Deus ordena e obedecemos, Ele cumpre as suas
promessas.
“E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes,
cooperando com eles o Senhor, e confirmando as palavras com
os sinais que se seguiram”.
Marcos 16:20 (Grifo meu)
Este tem de ser o ideal a ser perseguido nos nossos
dias. Não podemos querer menos de Deus, por que Ele não
quer menos de nós.
Para fazermos os sinais, basta-nos crer!
Jesus mandou que pregássemos o evangelho com
intensa demonstração de poder. Uma das grandes artimanhas
de Satanás para com povo de Deus hoje, é dizer que apenas
poucas pessoas privilegiadas, têm um poder especial para falar
novas línguas, expulsar os demônios e curar os enfermos. A
palavra de Deus não diz isso. Não diz que apenas alguns
poucos indivíduos podem fazer isso, ou apenas pastores, ou
líderes privilegiados, mas que aqueles que crerem no Senhor
Jesus farão esses sinais, porque Deus não faz acepção de
pessoas.
19
Você consegue entender que promessa maravilhosa
Jesus nos deixou? E que é para mim e para você. Hoje e agora?
O Senhor nos prometeu que aqueles que crerem no seu nome
manifestarão o seu poder!
Um diácono que fazia prodígios
“E era Estevão cheio de fé e de poder e fazia prodígios e
grandes sinais entre o povo”.
Atos 6:8
No começo do capítulo seis do livro de Atos, vemos a
instituição dos diáconos. Estes sete homens foram pessoas
escolhidas pelo povo para servirem e Estevão era um deles. A
função de um diácono não era a de pregar o evangelho como
os apóstolos. Era somente de servir. Mesmo assim, através da
unção e autoridade do Espírito Santo na vida de Estevão, ele
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
Isto nos dá base bíblica para refutarmos os que dizem
que nos dias atuais, apenas poucas pessoas podem manifestar
o poder de Deus. As promessas de Deus, inclusive esta, são
para todos os que crerem.
Ao longo da história da Igreja vemos que a Bíblia, a
palavra de Deus, foi deixada de lado e trocada por rituais. O
Evangelho puro não é ritual, mas demonstração do poder de
Deus!
Graças a Deus que em nossos dias, a Bíblia voltou a ser
aberta e o Senhor está por levantar uma geração que tome
posse integralmente daquilo que Jesus nos garantiu na sua
morte e ressurreição.
“Aquele que crer em mim fará as obras que eu faço, e as fará
maiores do que estas”.
João 14:12
20
Que promessa maravilhosa e bendita essa que Jesus nos
deixou!
Você crê em Jesus? Então olhe de novo o versículo
citado acima e tome posse dessa benção para a sua vida! Você
está conseguindo entender o poder e a autoridade que Ele nos
deixou?
Para alcançarmos essas duas promessas gloriosas,
situadas nas duas passagens acima, necessitamos fazer algo tão
simples que inclusive já o fizemos quando da ocasião da nossa
salvação: crer no Senhor Jesus (Jo 1: 12). Temos tamanha
autoridade no nome precioso do Senhor Jesus e a Igreja, de um
modo geral, não tem se dado conta a respeito disso.
Certa ocasião estava em uma Igreja e um irmão
chegando perto de mim, mostrou-me um folheto que ele havia
recebido com propósitos de oração para que os membros
daquela Igreja estivessem se dedicando naquele ano. Eu o abri
e ao lê-lo, uma das coisas que me chamou bastante atenção foi
que um dos propósitos de oração era para que a Igreja tivesse
poder sobre os demônios.
Que tamanho desconhecimento bíblico! Temos que orar
agradecendo a Deus pela autoridade que Ele nos concedeu e
não pedir algo que já nos pertence!
“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e
toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum”.
Lucas 10:19
No mundo natural, toda a atitude gera conseqüências.
A mesma coisa ocorre no mundo espiritual. Jesus exercia
integralmente sua autoridade; autoridade essa que Ele deixou
para nós, e o que aconteceu em seu ministério?
“E grande multidão o seguia, por que via os sinais que
operava sobre os enfermos”.
João 6: 2
21
Quando a Igreja de Jesus se levantar, obedecer às
palavras do Senhor e exercer a autoridade que lhe é concedida,
então as portas do inferno vão tremer, o mundo vai ser
impactado e alvoroçado com o Evangelho genuíno de Espírito
e poder.
O Senhor Jesus deve ser o exemplo em tudo na nossa
vida. Ele demonstrava o poder de Deus e grandes multidões o
seguiam. Levante-se e exerça sua autoridade como crente em
Jesus e grandes multidões vão ser impactadas pela sua vida!
22
23
CAPÍTULO 2 – O ESPÍRITO SANTO
Não poderíamos deixar de começar este capítulo sem
citar o seguinte texto:
“E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de
um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados.E foram vistas por eles línguas repartidas, como de fogo,
as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do
Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem.E em Jerusalém estavam
habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão
debaixo do céu. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e
estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
Como, pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que
somos nascidos?”
Atos 2:1-8
O intuito deste livro não é falar especificamente sobre o
Espírito Santo - para isto existem grandes estudos e livros
sobre Paracletologia - mas sim dizer como Este influenciou
fantasticamente a Igreja primitiva e como poderá fazê-lo em
nossos dias.
Por volta de setecentos anos antes da vinda do Senhor
Jesus, o Espírito já havia falado através dos profetas Isaías e
Joel:
“Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra
seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha
bênção, sobre os teus descendentes.”
Isaías 44: 3
24
“E há de ser que, depois, derramarei do meu Espírito sobre
toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos
velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre
os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei do meu
Espírito.”
Joel 2:28, 29 (grifo meu)
Preste a atenção que a Palavra de Deus através do
profeta Joel fala de “dias” e não de apenas um dia. O Espírito
Santo foi derramado naquele dia, esteve sendo derramado ao
longo da história da Igreja e à medida que a volta do Senhor
Jesus vai se aproximando, a intensidade de Sua presença em
Sua igreja vai aumentando.
“Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas”.
Eclesiastes 7:8
No começo do primeiro capítulo, falamos da
obediência da Igreja às palavras de Jesus e inclusive, citamos
Lucas 24: 49 que fala a respeito da promessa que nosso Senhor
fez aos seus discípulos. O Senhor sabia que a sua Igreja só
poderia realizar plenamente a sua vontade quando fosse
tomada por completo pelo Santo Espírito. Ele mesmo como
nosso supremo exemplo em tudo, só começou o seu
alvoroçador ministério depois da descida do Espírito Santo
sobre si.
“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e
vindo sobre ele”.
Mateus 3:16
Devemos sempre olhar para Jesus e aprendermos com
Ele. Se o filho Unigênito de Deus foi totalmente dependente do
Espírito Santo em seu ministério, por quê não nós, servos de
25
Deus não vamos depender do seu Espírito para realizarmos a
sua obra? Deus não precisa de pessoas bonitas, muito
inteligentes, com um dom de oratória muito grande, ou
pessoas que confiem em seus dons naturais e que pensem,
mesmo que não digam, que não precisam da unção do Espírito
Santo sobre si. Deus precisa de servos totalmente dependentes
do seu poder, da sua unção e cheios do seu Espírito.
É claro que Deus quer e pode usar pessoas com uma
capacidade intelectual muito grande e com dons
extraordinários, mas o que queremos dizer, é que Deus só tem
espaço para usar pessoas humildes. Para ser usado por Deus,
humildade e intelectualidade podem até estar juntas, mas
nunca somente intelectualidade, senão, Deus não usa.
“Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de
que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham
conhecimento de que eles haviam estado com Jesus”.
Atos 4:13
“E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que
falava”.
Atos 6:10
O que os fariseus queriam dizer com indoutos é que
eles tinham os apóstolos como pessoas leigas e não peritos da
Palavra de Deus como eles.
Não é de se estranhar que os apóstolos tivessem tanta
sabedoria na Palavra mesmo não tendo oportunidade de
freqüentar regularmente uma escola rabínica. Eles estiveram
três anos e meio com a própria Palavra de Deus! E ela mesma
disse que o Espírito Santo os faria lembrar de tudo quanto os
tivesse dito. (Jo 14: 26).
26
Conformismo na igreja atual
A Igreja de hoje está cansada de pregações preparadas
apenas pela sabedoria humana e não pelo poder de Deus
através do Espírito Santo. Quão longe parece que estamos do
que Deus quer para nós! Percebem-se também, pessoas
contentes com as poucas gotas da chuva da manifestação dos
dons espirituais que Deus quer promover em nossos dias.
Meu irmão!, aqui lhe faço um pedido de Deus para a
sua vida: não se conforme com a sua vida espiritual atual. Não
se conforme com gotas, quando Deus quer derramar chuvas!
Não espere o avivamento na sua vida, faça como o salmista (Sl
42:1, 2). Busque-o de todo o seu coração!
“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o
livro, achou o lugar em que estava escrito. O Espírito do Senhor é
sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me
a curar os quebrantados do coração. A apregoar liberdade aos cativos,
e dar vista aos cegos; a por em liberdade os oprimidos; a anunciar o
ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao
ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos
nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura em
vossos ouvidos.”
Lucas 4:17-21
Com que perfeição Isaías descreve o ministério do
Senhor Jesus, e exatamente tudo o que Ele veio fazer aqui na
Terra! Mas, antes de tudo, o que Isaías, inspirado pelo Espírito,
disse? “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu...”
Meu amado irmão, antes de tudo, busque a unção do Espírito
Santo. Não tente fazer a obra de Deus com as suas próprias
forças. Não faça como os Israelitas rebeldes no deserto.
27
Fazendo a obra fora da direção de Deus
“E levantaram-se pela manhã de madrugada, e subiram ao
cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui, e subiremos ao lugar que o
Senhor tem dito; porquanto havemos pecado. Mas Moisés disse: Por
que quebrantais o mandato do senhor? Pois isso não prosperará. Não
subais, pois o Senhor não está no meio de vós, para que não
sejais feridos diante de vossos inimigos.Então desceram os
amalequitas e os cananeus, que habitavam na montanha, e os
feriram, derrotando-os até Horma.”
Números 14:40-42,45 (grifo meu)
Os capítulos treze e catorze do livro de Números são
importantíssimos para entendermos porquê os Israelitas
ficaram quarenta anos no deserto.
O povo estava acampado no deserto de Parã e de lá
Moisés enviou doze espias – um de cada tribo – para espiar a
terra prometida. Por causa da incredulidade do povo quanto
às promessas de Deus, o Senhor jurou que por cada dia que os
espias tivessem ficado ausentes, o povo de Israel ficaria um
ano perambulando no deserto, o que daria exatamente
quarenta anos.
Adiante veremos com mais detalhes esta passagem,
mas por ora basta-nos dizer que depois que o povo viu que a
sua esperança de alcançar a terra prometida tinha se acabado,
tentaram tomá-la por suas próprias forças, fora da vontade de
Deus.
Será que você consegue ver os resultados que os
Israelitas tiveram quando não estavam na direção do Senhor?
Eles quiseram fazer a obra de Deus apenas pelas suas próprias
forças. E o resultado? Foram derrotados! Assim será a obra que
não tiver a aprovação do Espírito e a conseqüente dependência
Dele.
O Espírito Santo estava tão presente na vida da Igreja
de Atos que em certa ocasião os discípulos reuniram-se para
28
discutir se os gentios deveriam guardar os ritos mosaicos. A
resposta foi a seguinte:
“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não
vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que
vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da
carne sufocada, e da fornicação; das quais coisas fazeis bem se vos
guardardes. Bem vos vá.”
Atos 15:28, 29 (grifo meu)
Preste atenção na primeira frase: “Na verdade, pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós...”, ou seja, o Espírito participava
ativamente das decisões da Igreja primitiva. Em outras
palavras: suas decisões e atitudes eram totalmente controladas
pelo Espírito.
Dois casos antagônicos
O que temos visto atualmente difere em muito da Igreja
de Atos (parece mais com as atitudes dos Israelitas no deserto).
Alguns ministérios não dão a menor vazão para o Espírito
Santo atuarem em seus cultos. Não há a convicção da
imutabilidade do Deus trino e em conseqüência da
contemporaneidade dos dons espirituais e as conseqüências
são as mais devastadoras: Evangelho pregado somente com
intelectualidade e sem a total dependência do Espírito; tão
somente com palavras persuasivas de sabedoria humana,
conseqüentemente sem demonstração de Espírito e poder.
Em contra-partida na maioria das Igrejas, a palavrachave tem sido “avivamento”. O Espírito lhe pergunta nesta
hora: você tem buscado o avivamento pessoal ou tem se
contentado com a sua “vidinha” espiritual? Será que você tem
buscado ao Senhor, clamado por um avivamento e o
derramamento do Espírito Santo sobre a sua vida? Ou o
conformismo tem falado mais alto com você? Será que você
29
tem se enquadrado num tipo de crente que tem se instalado
em nossas Igrejas: salvo, sentado e satisfeito?
Queremos ministrar sobre a sua vida uma fome
incontrolável pela Palavra de Deus e uma sede insaciável pelo
Espírito sobre ti.
Vai bem contigo?
Existia no território de Issacar uma cidade chamada
Suném, e nos tempos do profeta Eliseu, havia uma mulher
muito rica habitando nessa cidade. Sempre que o homem de
Deus passava por aquela cidade, ela lhe oferecia pão.
Não contente com isso, esta mulher junto com o seu
marido, ofereceram a Eliseu um pequeno quarto para que o
mesmo estivesse descansando de suas viagens quando
passasse por Suném.
É importante notarmos que a mulher e o seu marido
não se contentaram em oferecer pouco para a obra de Deus;
ofereceram o que de melhor eles possuíam. Será que nós temos
oferecido a Deus e à sua obra o que de melhor nós temos; ou
temos nos contentado em oferecer apenas “migalhas de pão”
do que possuímos. Deus nos fala claramente.
“Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu
rebanho, promete e oferece ao Senhor uma coisa vil; porque eu sou
grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome será tremendo
entre as nações.”
Malaquias 1: 14
Na passagem acima, Deus está reclamando com o povo
de Judá, dizendo que eles possuíam animais muito melhores
do que os que eles estavam oferecendo como sacrifício ao
Senhor.
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Deus quer de nós simplesmente o melhor. Deus, ainda
no texto de Malaquias, desafia o povo de Judá a tomar a
seguinte atitude:
“Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não
faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora,
apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a
tua pessoa – diz o senhor dos Exércitos.”
Malaquias 1: 8
Deus convoca o povo a apresentar os mesmos animais
que eles ofereciam como holocausto aos príncipes e líderes do
povo. Se eles não aceitariam, como o grande Rei, poderia
aceitá-los?
É isso que muitos de nós fazemos: oferecemos a Deus o
que nos sobra, o resto, o que não queremos mais. Deus não
aceita essas ofertas. Deus quer de nós simplesmente o que de
melhor nós temos.
“Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de
toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e
transbordarão de mosto os teus lagares.”
Provérbios 3: 9,10
Em conseqüência da atitude da Sunamita e de seu
esposo; Eliseu fica muito agradecido e pergunta o que ele
poderia fazer por ela. Seu moço, Geazi, percebe que apesar de
muito rica, aquela mulher ainda não possuía filhos. Eliseu
então a chama e através da autoridade sobre a sua vida,
ministra uma palavra profética sobre a mulher dizendo que
dentro de um tempo determinado Deus estaria concedendolhe um filho.
Apesar de não crer na palavra do homem de Deus, a
Sunamita é agraciada com um filho conforme a palavra de
Eliseu.
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Decorrido algum tempo, o menino estava junto com o
seu pai e os segadores quando começou a sentir fortes dores de
cabeça. Imediatamente o seu pai pediu a um moço que o
levasse à sua mãe. Junto de sua mãe aquele menino morreu e
foi colocado sobre a cama do homem de Deus. A Sunamita,
então, levanta-se para procurar a Eliseu. Chegando ao
Carmelo, Eliseu a avista de longe e manda Geazi perguntar se
tudo estava bem com ela.
“Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem
contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com o teu filho? E ela
disse: Vai bem.”
II Reis 4: 26
Muitas vezes agimos assim também: dizemos que tudo
está bem quando na verdade não estamos bem. A Sunamita
disse que tudo estava bem quando, na verdade, o seu filho
estava morto. Assim também nós, muitas vezes, dizemos que
tudo está bem quando na verdade estamos mortos
espiritualmente.
“E ao anjo da Igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que
tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras,
que tens nomes de que vives e estás morto.”
Apocalipse 3: 1 (grifo meu)
Está na hora da Igreja do Senhor Jesus Cristo retirar a
máscara que insiste em usar. Posa com um cinismo
impressionante pautado nos números que comprovam o
rápido crescimento do Evangelho no Brasil. Fecham os olhos
para os problemas que atingem a Igreja: fofocas – este é o
principal de todos - invejas, calúnias, intrigas, dentre outros.
Nos escondemos atrás da falsa religiosidade e
santidade. Construímos mais e mais templos suntuosos, com
assentos acolchoados, circuito interno de TV, sistemas de ar
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condicionado. Isso não é prioridade para Deus, mas sim para o
homem. O que Deus realmente quer, é uma Igreja revestida do
poder do Espírito Santo.
Não devemos mais fazer como a Sunamita. Precisamos
reconhecer os nossos maus caminhos e retirarmos esta máscara
que impede do Senhor estar derramando um tremendo
avivamento como nunca se viu antes.
Para um alcoólatra se libertar do vício, antes de tudo é
necessário que ele se conscientize de que é um viciado.
Enquanto ele não reconhecer que o álcool está acabado com o
seu corpo, ele não vai conseguir a libertação. Mesmo que sua
esposa aponte o que o álcool está lhe fazendo, mesmo que os
seus amigos o chamem a atenção; se ele mesmo não tomar
consciência do mal que está fazendo para si próprio, nunca
será liberto.
Da mesma forma cada um de nós: se não tomarmos
consciência do mal que estamos fazendo para nós mesmos e
para os outros, nunca mudaremos,e para tomarmos
consciência de que estamos muitas vezes mortos
espiritualmente, é necessário o toque especial do Espírito
Santo.
Os profetas do Antigo Testamento sempre apontavam
para os pecados do povo de Israel e Judá. Condenava-os e
sentenciava o julgamento de Deus se os mesmos não se
arrependessem. Ao final de cada livro, porém havia a palavra
de restauração. Deus na sua infinita misericórdia sempre nos
proporciona uma chance de restauração.
Da mesma forma que Deus ressuscitou o filho da
Sunamita através do profeta Eliseu, quer ressuscitar vidas
espirituais que se acham mortas. Para que isso aconteça,
busque a Sua presença e o avivamento pessoal.
33
Avivamento sem sentido
Por outro lado, se você tem realmente buscado o
avivamento, se você tem buscado os dons, o poder, a unção; o
mesmo Espírito lhe pergunta: porque você tem buscado os
dons e o avivamento sobre a sua vida? Porque você tem
buscado a unção de Deus sobre você?
Será que é para apontar o dedo para o seu irmão e dizer
que é mais espiritual que ele porque você é batizado com o
Espírito Santo e ele não é? Ou para que você diga para o seu
irmão: eu sou especial para Deus porque eu tenho tal dom e
você não tem?
A palavra de Deus nos diz claramente:
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.”
Romanos 2: 11
Deus não faz acepção de pessoas. Ele usa quem quer,
como quer e quando quer. Se você é usado por Deus não se
glorie por isso, mas tema:
“Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque
não é aprovado aquele que a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a
quem o Senhor louva.”
II Coríntios 10: 17,18
Somos apenas vaso nas mãos de Deus.
“Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o
nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.”
Isaías 64: 8
Costumo dizer que quando prego, prego mal. Mas
quando não prego, então prego bem porque é o Espírito Santo
que está me usando para falar com a sua Igreja.
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Devemos ter muito cuidado com a soberba. Ela é um
inimigo muito eficaz e que tem derrubado muitos filhos de
Deus que deixaram de ser servos para ser senhores.
35
36
CAPÍTULO 3 - EXEMPLOS A SEREM SEGUIDOS
Como já dissemos, Jesus Cristo deve ser o nosso
exemplo em tudo. E na sua carta à Igreja de Filipos, Paulo nos
exorta da seguinte forma:
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em
Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação
ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de
homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte
de cruz.”
Filipenses 2: 5-8
Um jovem príncipe desejava casar-se. Para tanto, ele
saiu a procurar em seu reino por uma noiva que despertasse a
sua atenção. Ele foi à casa dos nobres a ver se ficaria
interessado por alguma jovem. Ninguém o agradou.
Então, ele foi procurar a sua noiva nos lugares mais
pobres do seu reino, entre os camponeses, entre os da periferia,
entre os que viviam longe do luxo e da pompa aos quais ele
estava acostumado. Chegando lá, encontrou uma jovem
lindíssima, mas que estava suja e maltrapilha. Mesmo assim,
ele a amou ao primeiro olhar.
Pensou consigo que o seu problema estava resolvido:
era só pedir aos seus soldados para buscá-la, levá-la ao seu
palácio e ela lhe seria por mulher.
Mas, e se ela não o amasse? E se fosse casar apenas por
imposição do príncipe ou até mesmo por algum interesse? E se
o seu coração já fosse de outro? As muitas possibilidades
passaram pela cabeça do jovem príncipe ao considerar isso.
Continuou a pensar até que teve uma idéia
surpreendente. Ele iria se despojar da sua glória, das suas
vestes, do seu palácio, dos seus empregados, da sua vida
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confortável, de tudo para viver como qualquer camponês ao
lado de sua amada. Se ela se apaixonasse por ele seria
exatamente por quem ele é e não pelo que ele possui ou pode
lhe oferecer.
Atitude muito mais significativa e dramática teve o
Senhor Jesus porque nenhum reino deste mundo pode se
comparar ao Reino de Deus em todo o seu esplendor e glória.
O Senhor Jesus não apenas viveu como qualquer um de
nós, mas fez-se maldição por nossa causa porque a palavra nos
diz que é maldito todo aquele que é pendurado no madeiro
(Dt 21: 23; Gl 3: 14). Tudo isso para que hoje você e eu
tivéssemos vida e vida com abundância, salvação garantida e
acesso a Deus através da morte expiatória de Jesus Cristo.
Mas o texto não termina aí, Paulo continua:
“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu
um nome que é acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se
dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda a língua confesse que Jesus cristo é o Senhor, para a
glória de Deus Pai.”
Filipenses 2: 9-11
Paulo continua dizendo: “Pelo que também Deus o
exaltou soberanamente” O Senhor Jesus não exaltou a si
mesmo, mas esperou o momento certo da exaltação de Deus. O
momento em que Deus sabia que Ele estaria apto para ser
exaltado. Pedro concorda com isso.
“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para
que a seu tempo, vos exalte.”
I Pedro 5: 6
Devemos nos humilhar primeiro diante de Deus para
que depois, tão somente depois, ele nos exalte. Deus sempre
tem o seu tempo certo.
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Quer ser exaltado querido; humilhe-se primeiro! Quer
ser servido; sirva primeiro! Quer ser reconhecido pelos
homens; reconheça Deus na sua vida!
Deus não pode exaltar alguém com quem Ele tenha que
dividir a glória que só pertence a Ele. Enquanto você estiver
retendo parte dessa glória, Ele não vai te exaltar como você
quer; não porque Ele não queira, mas porque Ele não pode.
O texto continua dizendo que pela humilhação
voluntária de Jesus, Deus o exaltou de tal modo que um dia
gostem ou não, queiram ou não, todos os joelhos dos
habitantes dos três mundos: céu, terra e inferno vão se dobrar
e toda a língua vai confessar que Jesus é o Senhor, Aleluia!
Porque uma exaltação tão grande? Porque a
humilhação também foi muito grande. A exaltação é
proporcional à humilhação. E tão somente depois da
humilhação pode vir a exaltação.
Atitude semelhante teve João Batista. Acompanhe o
que diz o Apóstolo João:
“E este é o testemunho de João, quando os Judeus mandaram
de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és
tu?.E confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. E
perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: Não
sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Quem és,
para que demos resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti
mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o
caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.”
João 1: 19-23
Veja como João Batista foi se humilhando cada vez
mais. Perguntaram se ele era o Cristo, ele respondeu que não.
Perguntaram se ele era Elias, mas uma vez respondeu que não.
Continuaram diminuindo o “status” e perguntaram se ele era
o profeta, mais uma vez ele disse que não. Então eles pararam
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e perguntaram: Então quem és tu para que demos resposta
àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?
E quando perguntam para você querido, o que tu dizes
de ti mesmo? Eu sou o profeta fulano de tal, Eu sou o
presbítero beltrano, Eu sou o Ministro de louvor, Eu sou o
cantor, Eu sou o pastor, Eu sou o evangelista, Eu sou isso, Eu
sou aquilo... Ou você atribui algo a você que na verdade outra
pessoa realizou? Ou você superestima algo que fez?
João Batista disse que ele era apenas uma voz, tão
somente uma voz. Nós como ministros de Deus, como atalaias
do Senhor, como arautos do Rei, devemos ser apenas vozes de
Deus, vozes do Espírito Santo, vozes da cabeça do corpo que é
o Senhor Jesus.
João Batista poderia dizer que era o Elias de Deus, o
precursor do Messias profetizado por Malaquias (Ml 4: 5). Que
tinha autoridade sobre cada um daqueles homens, mas
escolheu se humilhar. Escolheu se rebaixar. Escolheu diminuir.
Escolha isso também amado. Escolha se humilhar cada
vez mais diante de Deus. Escolha o caminho contrário à sua
natureza. Veja o que Tiago diz a respeito disso:
“Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.”
Tiago 4: 10
Da mesma forma que a humilhação de Jesus lhe
redundou em uma exaltação tremenda, assim ocorreu com
João. Veja o testemunho de Jesus acerca de João:
“E eu vos digo que dentre os nascidos de mulher, não há
maior profeta do que João Batista.”
Lucas 7: 28a
Que coisa maravilhosa! Nem Moisés com as dez pragas
no Egito e todos os seus milagres durante quarenta anos no
deserto, nem Elias que orando fez cair fogo do céu três vezes,
40
nem Eliseu que tinha porção dobrada do Espírito de Elias, nem
qualquer outro grande homem de Deus que você esteja
pensando agora; nenhum deles foi maior que aquele homem
que vestia peles de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre.
Isso é maravilhoso e inacreditável!
Mas porque especificamente João Batista foi o maior
profeta? Qualquer um pensaria que ele era um dos menores. É
exatamente por isso que ele era o maior, porque se fez o
menor.
“Porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é
grande.”
Lucas 9: 48c
Se quiser ser o maior, a fórmula é muito simples: façase o menor. Se quiser ser exaltado: humilhe-se. Os resultados
são surpreendentes.
41
42
CAPÍTULO 4 – APRENDENDO COM LÚCIFER
Talvez você tenha lido o título deste capítulo e se
perguntado: “o que eu tenho de aprender com Lúcifer?”. Antes
que você me critique por este título, eu gostaria de lhe explicar.
Nós aprendemos por exemplos a serem seguidos e por
exemplos a não serem seguidos. Este é nosso intuito neste
capítulo.
O profeta Isaías inspirado pelo Espírito Santo, fala a
respeito da presunção e queda de Lúcifer:
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como
foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!. E tu dizias no
teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei
o meu trono, e, no monte da congregação me assentarei, da banda dos
lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei
semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado será ao inferno, ao mais
profundo do abismo. Os que te virem e contemplarão, considerar-teão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia
tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto e assolava as
suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa
deles?”
Isaías 14: 12-17
Basicamente, existem duas maneiras do Diabo querer
destruir um cristão. A primeira todos conhecem e todos se
previnem contra ela: o Diabo vai querer lhe parar. Sejam com
lutas, problemas, dificuldades, adversidades, aflições, o Diabo
vai querer lhe parar. Entretanto, veja o que a Palavra de Deus
diz ao seu respeito e eu profetizo na sua vida estes textos:
todas.”
“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
Salmo 34: 19
43
“Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós
faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus. Uns se encurvam e
caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé.”
Salmo 20: 7,8
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque
eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo e te sustento com a destra
da minha justiça. Eis que envergonhados e confundidos serão todos os
que se irritaram contra ti; tornar-se-ão nada; e os que contenderem
contigo perecerão. Buscá-lo-ás, mas não os acharás; e os que pelejarem
contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que
guerrearem contigo. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua
mão direita e te digo: não temas que eu te ajudo.”
Isaías 41: 10-13
“Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto
na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam
mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais
não haja vacas. Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no
Deus da minha salvação.”
Habacuque 3: 17,18
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na
angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda
que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as
águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua
braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o
santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não será
abalada; Deus a ajudará ao romper de manhã. As nações se
embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra
se derreteu. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o
nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações
têm feito na terra! Ele faz cessar as guerras até o fim da terra; quebra
44
o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e
sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado
sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o
nosso refúgio.”
Salmo 46 (Grifo meu)
Aleluia! Glória a Deus porque maior é o que está em nós
do que o que está no mundo (I João 4: 4). Amado, ainda que inferno
inteiro se levante contra a tua vida, ele não pode lhe tocar (I João 5:
18). E se tocar será unicamente por permissão de Deus. Isso
não é maravilhoso? Nada pode parar a obra de Deus sobre a
sua vida, a não ser que você a deixe. Se tão somente você
mantiver intacta a sua aliança com Deus, ninguém pode te
tocar. Somente o Diabo o fará se você der brechas.
Mas existe uma segunda forma do Diabo destruir um
cristão. Este modo é muito mais eficaz e sutil. Em
conseqüência têm destruído muitos cristãos; principalmente
líderes consagrados que outrora foram grandemente usados
por Deus. O Diabo vai querer lhe acelerar.
Geralmente depois de uma pregação inspirada, de um
louvor arrebatador ou de uma oração eficaz, sempre nos vem à
mente uma voz dizendo: “Como você prega bem. Quando você
prega as pessoas sentem a presença de Deus. Quando você
prega, vidas são salvas”. “Quando você louva, parece que são
os anjos cantando”; “Quando você ora, as pessoas são curadas,
libertas e o Senhor responde”. “Como você faz esse trabalho
bem! Aposto que ninguém consegue fazer isso como você. Você
é insubstituível.”
Não é isso que sempre acontece amado? Não é verdade
que sempre vem essa voizinha à nossa mente?
João Bunyan, um dos maiores pregadores de todos os
tempos, conhecia bem esta artimanha de Satanás. Certa
ocasião, ao término de uma pregação, um dos ouvintes
dirigindo-se a ele disse-lhe que pregara um bom sermão. Ao
que Bunyan respondeu: “Não precisa dizer-me isso, o Diabo já
45
cochichou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da
tribuna.”
Quando assumimos estes pensamentos estamos
totalmente destruídos. Porque a Palavra nos diz:
“Porque sem mim nada podeis fazer.”
João 15: 5b
Sem a unção do Espírito Santo sobre as nossas vidas
nós não podemos fazer nada! Se pregamos, e as pessoas se
convertem, se transformam e se libertam, é porque foi o
Espírito Santo e não nós quem convenceu o homem do pecado,
da justiça e do juízo. E, se oramos e os demônios são expulsos,
as pessoas são libertas e Deus responde, é tão somente porque
oramos no nome do Senhor Jesus.
Conta-se que um renomado pregador foi convidado
para ir a uma igreja simples a fim de pregar. Então, ele
confiando em si mesmo, não preparou o sermão, não orou por
si mesmo e pelo culto e não buscou a presença de Deus. Tão
somente confiou em si mesmo e na sua enorme capacidade.
Chegando à Igreja, foi apresentado com toda a pompa possível
e subiu ao púlpito com todas as honrarias que lhe eram
devidas. Quando abriu a Bíblia para ler o texto base, o Espírito
lhe falou: “Você está sozinho”. Mesmo assim ele começou a
pregar e apesar da sua eloqüência e experiência como
pregador, sua mensagem não tocou o coração dos ouvintes e
ao sair do púlpito, abaixou a sua cabeça em sinal de vergonha
e pesar. Ao se dirigir para a porta do templo para
cumprimentar os membros, uma senhora muito humilde e
com a idade já bastante avançada lhe dirigiu as seguintes
palavras: “Pastor, se o senhor tivesse subido ao púlpito da
forma que desceu, desceria da forma que subiu”.
Esta é a grande questão: a humildade. O Diabo sabe
como induzir o homem à soberba, à presunção, porque ele
mesmo caiu nesse erro. Esta estratégia é muito eficaz porque
46
vai de encontro ao mais íntimo do ser humano, que necessita
desesperadamente de reconhecimento, de afirmação, de
aplausos.
Pare por um instante: a quem você dá crédito pelo que
está acontecendo na e através da sua vida? O que você pensa a
esse respeito? Quem faz a obra? Deus ou a sua grande
capacidade natural?
Sempre vemos muitas pessoas começarem tão bem
uma carreira e no entanto, acham que são elas que fazem a
obra e não Deus. Lembra-se do pregador da ilustração acima?
Pois bem, o Espírito Santo deixa pessoas sozinhas na hora de
realizar algo com mais freqüência do que se pode imaginar.
Por quê? Por que Deus não quer realizar a sua obra? É
claro que Deus quer realizar a sua obra. Mas é porque Deus
corrige a quem recebe por filho.
Toda a árvore precisa ser podada para que esteja dando
cada vez mais frutos. Assim também somos nós. Devemos
continuamente ser podados por Deus.
Se você pensa que o orgulho nunca vai lhe alcançar ou
que você é muito humilde, você está a um passo de ser pego
por ele, porque uma pessoa verdadeiramente humilde
reconhece as suas fraquezas e as coloca diante de Deus, não
escondendo –as e vivendo como se elas não existissem.
Talvez você esteja pensando nesse momento: “Eu
nunca disse que eu sou melhor que ninguém, ou que eu prego
melhor, que eu louvo melhor, que eu oro melhor, etc”.
Eu lhe pergunto: e quem disse que Lúcifer também
falou alguma coisa? Isaías 14:13 diz “E tu dizias no teu coração”.
Lúcifer não pronunciou palavra alguma, mas Deus que
conhece os corações sabia qual era a verdadeira intenção de
Lúcifer. Devemos estar extremamente atentos com aquilo que
vai ao nosso coração.
“Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde; mas ao
soberbo, conhece-o de longe.”
47
Salmo 138: 6
Devemos destacar o contraste entre as atitudes de Jesus,
João Batista e Lúcifer. Os dois primeiros escolheram se
humilhar e depois foram exaltados por Deus, ao passo que o
terceiro escolheu se exaltar e foi extremamente humilhado por
Deus.
Qual atitude você vai tomar querido? A de Jesus e João
ou a de Lúcifer? Lembre-se das conseqüências.
48
49
CAPÍTULO 5 – O RIO DA HUMILHAÇÃO
No capítulo cinco do segundo livro de Reis, a Bíblia nos
fala a respeito de Naamã que foi chefe do exército do rei da
Síria, que na época era a maior potência mundial. A Bíblia
começa assim a sua narração:
“E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande
homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o
Senhor dera livramento aos sírios; e era este varão homem valoroso,
porém leproso”.
II Reis 5: 1
Naamã era um ímpio que não conhecia o Deus de Israel
e tinha um comportamento impecável diante do seu senhor.
Como conseqüência possuía muito respeito diante do
mesmo.Nós como cristãos temos tido o mesmo respeito e a
mesma consideração para com os nossos senhores na face da
terra?
A lepra, muitas vezes, simboliza o castigo de Deus em
decorrência do pecado. Lembre-se em Números 12 onde Miriã
ficou leprosa em decorrência da rebelião que ela e Arão
fizeram contra a autoridade de Moisés.
Naamã era um homem muito estimado em seu país,
mas sobre sua carne existia uma maldição. Eu posso imaginar
Naamã participando de festas, banquetes; até mesmo em sua
homenagem e ele usando a sua farda, as suas medalhas, todas
como resultado da sua valentia no campo de batalha.
Fico imaginando Naamã chegando em casa depois das
homenagens, das festas, da pompa e de tudo que o cercava
como chefe do exército do rei da Síria. Imagino Naamã tirando
as suas vestes oficiais e ficando à mostra a sua pele branca
leprosa.
50
Tenho certeza que você conhece alguém assim: na
Igreja, entre os irmãos, veste uma capa de santidade e de
pureza, mas ao sair da mesma, mostra toda a podridão do seu
pecado. É muito fácil sermos cristãos dentro da Igreja; difícil é
sermos cristãos fora da Igreja. É muito fácil glorificarmos a
Deus no meio dos irmãos; o difícil é sermos luz no mundo e sal
na terra. Mas o Senhor Jesus nos chamou juntamente para isso!
Eu gosto muito da ilustração que compara o crente a
uma garça. Toca na sujeira com os seus pés, mas conserva as
suas penas brancas. É exatamente isso que devemos fazer.
Estamos no mundo, mas não devemos participar das coisas do
mundo.
O relato bíblico continua dizendo que existia uma
menina israelita como escrava da esposa de Naamã. A mesma
diz à mulher de Naamã que se o mesmo estivesse diante do
profeta Eliseu, ele seria curado da lepra.
O que é surpreendente nesta passagem é que Naamã
acredita na palavra da menina escrava e vai até Israel. Veja o
que a bíblia diz a esse respeito.
“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e
parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um
mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne
te tornará, e ficarás purificado.”
II Reis 5: 9,10
É até engraçado pensar sobre o que foi narrado nessa
passagem. Naamã chega até a porta da casa de Eliseu com
cavalos e com seu carro. Uma comitiva enorme chega à porta
da casa do homem de Deus, que não se dá nem ao trabalho de
atender a essa comitiva, mas manda um mensageiro, Geazi,
dizer a Naamã para mergulhar sete vezes no rio Jordão.
Naamã ficou muito indignado. Não era o tipo de
recepção que ele esperava.
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“Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que
eu dizia comigo: Certamente ele sairá, por-se-á em pé, e invocará o
nome do Senhor, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e
restaurará o leproso. Não são porventura, Abana e Farpar, rios de
Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia
eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se com grande
indignação.”
II Reis 5: 11,12
Agora o pecado de Naamã fica bem latente: era orgulho.
Naamã era como tantas pessoas que vemos todos os dias:
crêem que Deus pode fazer alguma coisa, crêem que Deus
pode restaurar a sua saúde, o seu casamento, a sua família...
mas querem dizer como Deus deve trabalhar e onde Deus deve
trabalhar.
É notório como existem pessoas que querem mandar
em Deus. Oferecem ao Senhor espaço para trabalhar em
apenas parte da sua vida; quando Deus, na verdade, quer
trabalhar em todas as áreas dela. Além de dar pouco espaço
para Deus trabalhar, dizem como Ele deve fazê-lo.
Devemos crer que Deus tem o melhor para nós. Ele
sabe como trabalhar. Devemos crer que a sua vontade é
perfeita, agradável e boa e todas as coisas cooperam para o
nosso bem.
Naamã foi confrontado por Deus naquilo que ele mais
temia: o seu orgulho.
Após a humilhação, a recompensa.
Felizmente Naamã tinha servos que eram mais sábios
que ele e estes o convenceram a mergulhar sete vezes no rio
Jordão. E Naamã foi.
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“Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a
palavra do Homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de
um menino, e ficou purificado.”
II Reis 5: 14 (Grifo meu)
Destacado neste texto em negrito está o que Naamã
precisava fazer: descer. Naamã fez o que tantas pessoas
precisam fazer hoje: descer. Antes de subirmos, precisamos
descer. O significado de Jordão é justamente esse: aquele que
desce.
Imagine Naamã começando a tirar a sua roupa na
frente dos seus comandados. Será que ele pensou que depois
daquele ocorrido, ele nunca mais teria moral para comandar o
exército do rei da Síria? Será que não passou pela sua cabeça
que ele preferiria morrer leproso a passar por tão grande
humilhação?
E depois que ele começou a mergulhar, será que ingeriu
lama? Com certeza o seu orgulho tinha sido devastado.
Imagine, ele que no seu país por onde passava as pessoas
tinham de se curvar, quando muito mostrar profunda
reverência; estava ali se humilhando para ser purificado da
lepra. Muitas pessoas prefeririam morrer leprosas a passar por
tão grande humilhação. Acredite querido, depois do primeiro
mergulho, os outros seis foram mais fáceis. Depois da primeira
humilhação, as outras passam a ser mais fáceis.
Já dissemos que depois de toda a humilhação, sempre
vem a exaltação. Com Naamã ocorreu a mesma coisa. A
recompensa veio. A lepra tinha sumido. Sua carne estava sã
como a de uma criança.
Deus está marcando um encontro conosco no rio
Jordão. Ele quer que você desça primeiro para que possa te
exaltar como quer. Deus quer retirar das nossas vidas a lepra
do orgulho e do pecado.
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Mergulhe no rio Jordão
Qual tem sido o seu rio Jordão? Será que é uma Igreja
pequena onde ninguém reconhece o seu valor? Será que é um
líder que Deus colocou sobre a sua vida que você julga ter uma
capacidade muito superior a dele? Qual é o seu rio Jordão?
Será que o seu rio Jordão são tarefas que você não vê nenhum
valor?
Se pedirem para você limpar os bancos da Igreja, façao. Se a sua tarefa é carregar cadeira para cima e para baixo
(Deus sabe como muitas vezes eu fiz isso), faça com alegria. Se
a sua tarefa é limpar os banheiros – isso também fiz algumas
vezes – limpe-os louvando a Deus.
E se o seu rio Jordão for você fazer todo trabalho para
outras pessoas receberem os méritos!? Os outros recebem os
parabéns e você não recebe nem um mísero obrigado? Lembrese do galardão. Deus está vendo todas as coisas e Ele “não é
injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho do amor que, para
com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda
servis.” (Hb 6: 10).
Eu tenho certeza que o Espírito Santo está ministrando
agora a você qual é o rio Jordão que você tem de mergulhar. O
Espírito ministra que enquanto você não mergulhar nesse rio
Jordão ele não vai pode exaltar.
O que Naamã não quis, Jesus fez.
Você, amado, se lembra onde o Senhor Jesus foi
batizado?
“E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré,
da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.”
Marcos 1: 9
54
Neste mesmo Jordão que Naamã se recusou a
mergulhar, o Senhor Jesus entrou. Nestas mesmas águas sujas,
lamacentas e barrentas da humilhação que Naamã se recusou a
entrar, o Senhor Jesus entrou e humilhou-se para nos dar o
exemplo. Esta mesma passagem está narrada no Evangelho
segundo Mateus.
“Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão,
para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço
de ser batizado por ti e vens tu a mim?Jesus, porém, respondendo,
disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça. Então, ele o permitiu.”
Mateus 3: 13-15
Qual seria a nossa reação se nós estivéssemos no lugar
de Jesus nesse momento diante da proposta de João?
Será que nós pensaríamos da seguinte forma: É verdade
João, afinal de contas eu sou superior a você. Tu és apenas o
meu precursor. Eu sou o filho de Deus. Parabéns pelo seu
brilhante desempenho, mas para demonstrar para toda essa
multidão que eu tenho autoridade sobre a sua vida eu vou lhe
batizar.
Não foi assim que o Senhor Jesus fez. Ele se submeteu
ao batismo de João. Por que? Porque Jesus sabia que a
autoridade do batismo estava sobre João. Isto ele nos deu o
exemplo para que nós nos submetamos às autoridades
constituídas por Deus.
“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque
não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há
foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste
à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a
condenação.”
Romanos 13: 1,2
55
“O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando
ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor, teu Deus,
nem ao juiz, o tal homem morrerá; e tirará o mal de Israel, para que
todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.”
Deuteronômio 17: 12, 13
Querido irmão, não resista a autoridade constituída por
Deus sobre a sua vida. Respeite, honre e reconheça quem está
acima de você. Não crie inimizades, fofocas e problemas para
aquele que é autoridade.
Você lembra do caso de Davi e Saul? Davi sabia que
seria rei de Israel, afinal de contas o mesmo profeta – Samuel –
que tinha ungido a Saul rei de Israel, posteriormente também
tinha ungido a Davi para esta mesma função. Davi também
sabia que todas as circunstâncias apontavam que dentro em
breve, ele seria rei. Por duas vezes Deus entregou a Saul nas
suas mãos. E ele não intentou tocar no ungido do Senhor.
E nós, na situação de Davi, como agiríamos? “Ah! eu
vou ser rei mesmo. Deus confirmou o meu trono. Se eu matar a
Saul vou apenas facilitar as coisas para Deus. Afinal de contas,
o reino de Saul já passou, agora vai sr inaugurada a dinastia de
Davi.”
Ele não intentou fazer isso. Muito pelo contrário, não
estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor.
O que semear, isso também ceifará.
A Palavra nos diz que tudo o que o homem semear, isto
também vai ceifar (Gl 6: 7). Se semearmos contendas,
insubmissão, porfias, inimizades, quando somos liderados,
ceifaremos da mesma forma quando formos os líderes.
Será que não é isso que está ocorrendo com você hoje?
Está com dificuldade em liderar? As pessoas não lhe
obedecem? Não se submetem a você? Olhe para o passado.
Será que você também já não fez isso? Será que você também já
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não foi insubmisso e rebelde? Se sim, peça perdão a Deus.
Reconheça o seu erro. Com certeza os seus liderados irão
mudar e a sua liderança será muito mais eficaz a partir de hoje.
A humilhação é contrária à natureza humana. A mesma
só tende a querer se exaltar, a querer pisar nos outros para
subir e a não se importar com ninguém.
Toda a causa tem a sua conseqüência, todo o sacrifício
tem a sua recompensa. Também toda a humilhação tem como
conseqüência a exaltação. Devemos lembrar de I Pedro 5: 6 que
diz: “a seu tempo” vos exalte. Se Deus ainda não te exaltou
como ele te prometeu, continue se humilhando e, com certeza,
ele o fará.
Que a Igreja do Senhor Jesus em nossos dias tenha
sempre em mente esses versículos:
“Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na
eternidade, cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e
também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito
dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.”
Isaías 57:15
“Não sejas sábio aos seus próprios olhos; teme ao Senhor e
aparta-te do mal.”.
Provérbios 3:7
Saiba que não adianta pedirmos unção, poder de Deus
sobre as nossas vidas se não formos humildes como o Senhor
Jesus e João Batista. Devemos honrar a Deus com as nossas
vidas e os nossos ministérios. Deus quer exaltar servos
humildes e comprometidos com o seu reino. Servos que não
dividam a glória que só pertence ao Senhor.
Continuando o texto de Mateus três, a partir do
versículo dezesseis, podemos enxergar três conseqüências da
humilhação de Jesus. Temos muito a aprender com as mesmas.
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58
CAPÍTULO 6 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA HUMILHAÇÃO
“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus...”
Mateus 3: 16a
A primeira conseqüência da humilhação de Jesus Cristo
é que os céus se abriram para ele. Muitas pessoas têm os céus
sobre as suas vidas como se fossem ferro. Necessitam
desesperadamente dos céus abertos sobre si. Veja o que
Ezequiel disse a esse respeito:
“E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto
do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se
abriram os céus, e eu vi visões de Deus.”
Ezequiel 1: 1
É impressionante como a abertura dos céus na vida de
uma pessoa a marca. Ezequiel narra com extrema precisão o
momento em que os céus foram abertos para ele. A
conseqüência natural de se ter os céus abertos é começar a ver
visões de Deus.
Sempre temos visões dos nossos problemas, das nossas
dificuldades, lutas, tribulações e aflições. Precisamos passar a
ter a visão de Deus.
Colocando o foco em Deus
O texto de I Samuel 17 narra a luta entre Golias e Davi.
A Bíblia narra que os filisteus e o povo de Israel prepararam-se
para a batalha em Socó, no território de Judá. Cada um estava
sobre um monte e existia um vale, chamado vale do Carvalho
entre eles. Então, saiu do arraial dos filisteus um homem muito
alto. A Bíblia diz que a sua altura era de seis côvados e um
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palmo (aproximadamente 2,90m) e o peso da sua couraça era
de cinco mil siclos de bronze (cerca de 57 Kg). Lembre-se que
naquela época as guerras eram travadas corporalmente. Um
guerreiro, ao usar a sua armadura, necessitava de total
mobilidade para o combate, o que indica que além de Golias
ser muito alto, era também muito forte. Quando este homem
surgiu do meio arraial dos Filisteus, desafiando o povo de
Israel a escolher um homem para guerrear contra ele, o povo
se espantou e temeu muito (v.11).
Chegamos no ponto em que se percebe quem tem visão
de Deus e quem não tem. O povo de Israel – inclusive o seu rei
– viu apenas o homem na frente deles. Da mesma forma
muitas vezes agimos assim: vemos apenas o que está na nossa
frente.
Todavia, havia no arraial do povo de Deus um jovem
que tinha a visão de Deus. Note a diferença de pontos de vista.
“Então, falou Davi aos homens que estavam com ele, dizendo:
Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de
sobre Israel? Quem é, pois, este incircunciso filisteu para
afrontar os exércitos do Deus vivo?”
I Samuel 17: 26 (grifo meu)
Que diferença impressionante! O povo de Israel via um
homem; Davi via um incircunciso. O povo via o problema;
Davi via a solução.
Circuncisão foi o pacto que Deus estabeleceu com
Abraão – patriarca da nação de Israel – em que todo o menino
ao completar oito dias de vida; teria retirada a carne do seu
prepúcio. A partir daquele momento, quem não fosse
circuncidado teria “a sua alma extirpada dos seus povos.”
Eu posso imaginar uma conversa entre Davi e o povo
que estava à sua volta: É desse homem que vocês têm medo?
Ele não tem aliança com Deus, ele não tem a bênção de Deus
sobre a sua vida. Ele pode ser alto e forte, mas Deus não está
60
com ele; está conosco. Ele pode ser mais forte do que eu, mas o
meu Deus com quem eu tenho aliança é muito mais forte do
que ele.
Já falamos anteriormente sobre a soberba. Davi sabia
que só o Deus a quem ele servia, poderia livrá-lo daquela
situação e que na sua própria força ele não conseguiria
derrotar Golias. Sabia que só o Deus de Israel poderia livrá-lo;
por isso que ele disse:
“Davi, porém disse ao Filisteu: Tu vens a mim com espada, e
com lança e com escudo; porém eu vou contra ti em nome do
Senhor dos Exércitos de Israel, a quem tens afrontado.”
I Samuel 17: 45 (grifo meu)
Somente em nome do Senhor dos Exércitos é que Davi
poderia enfrentar aquele gigante. Na sua força, Davi seria
esmagado.
Quantos gigantes se oferecem contra nós todos os dias.
Quais são as nossas atitudes com relação a eles? Agimos como
Saul que se escondeu? Ou dissemos para Deus: “Ah! Senhor,
tu estás muito ocupado para resolver este meu problema. Não
se preocupe. Eu sei resolver essa situação ou eu tenho um
conhecido que tem influência e ele pode resolver esse
problema para mim.” Ou agimos como Davi que sabia que na
sua força ele não poderia nada, mas em nome do Senhor dos
exércitos, ele faria proezas? (Sl 60: 12).
O final da história você conhece. Davi matou Golias e o
Senhor deu grande vitória a Israel. Tudo isso como resultado
de um jovem que tinha a visão de Deus.
Este episódio não marcou somente a vida de Davi.
Marcou a história de Israel. Muitas pessoas vendo a coragem
de dele, começaram a matar gigantes também.
“E Isbi-Benobe, que era dos filhos dos gigantes...intentou
ferir a Davi. Porém Absai filho de Zeruia, o socorreu e feriu o filisteu
61
e o matou. ...então Sibecai, o husatita, feriu a safe, que era dos filhos
dos gigantes. Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava
um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos e em
cada pé outros seis, vinte e quatro por todos, e também este nascera
dos gigantes. E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Siméia,
irmão de Davi, o feriu.”
II Samuel 21: 15, 16,18, 20, 21
Os guerreiros de Israel começaram a pensar que se
Davi poderia derrotar gigantes em nome do Senhor, eles
também poderiam. E foi o que ocorreu.
Comece a tirar o foco do seu problema e passe a focar o
Deus a quem você serve. Muitas pessoas estarão vendo e se
você tomar essa atitude, elas também tomarão.
Deus chama à existência aquilo que não existe
“Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí,
perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e
chama as coisas que não são como se já fossem.”
Romanos 4: 17
O nosso Deus é impressionante! Paulo diz que Deus
chama coisas que não são como se já fossem.
Nesta passagem, o Apóstolo está falando sobre Abraão
que saiu de sua terra natal com setenta e cinco anos de idade
para habitar em uma terra que Deus ainda lhe mostraria. Deus
não só lhe promete uma terra, mas também descendência. Só
que existe um pequeno problema: sua esposa é estéril. Mesmo
com este grave problema, Abraão – que tem a visão de Deus na
sua vida – não desanima e crê nas promessas que Deus tinha
feito para ele.
Não importam quais são as dificuldades que estão
diante de ti. Creia no Deus que chama à existência aquilo que
não existe.
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Abraão é chamado “pai da fé” por causa das suas
atitudes narradas por Paulo nos próximos versículos.
“O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria
feito pai de muitas nações, conforme o que lhe tinha dito: Assim será
a tua descendência. E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu
próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem
tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da
promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando
glória a Deus; E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido
também era poderoso para o fazer. Pelo que isso lhe foi imputado
como justiça.”
Romanos 4: 18-22
Esse texto é realmente impressionante! Já vimos que
Deus chamou Abraão quando ele tinha setenta e cinco anos e
lhe prometeu terra e descendência. Vimos também que a sua
mulher era estéril. Podemos pensar que Deus cumpriu as suas
promessas rapidamente, mas Deus levou vinte e cinco anos para
cumpri-la. Isso mesmo, vinte e cinco anos! Devemos lembrar
também, que quanto mais o tempo passava, mais improvável
era, a promessa de Deus cumprir-se.
Sara estava envelhecendo e o seu ciclo menstrual já
tinha acabado há muito tempo, o que torna humanamente
impossível uma gestação nessas condições. Mas Abraão sabia
em quem estava crendo e que mesmo que Sara tivesse
novecentos anos, Deus cumpriria as promessas que Ele tinha
feito, simplesmente porque Ele tinha prometido! Não poderia
voltar atrás com a sua Palavra porque Ele é Deus!
Será que você consegue perceber o tamanho da fé de
Abraão? Todas as circunstâncias estavam contrárias àquilo que
Deus tinha lhe prometido. Mesmo assim ele não olhou para
elas. Olhou para quem tinha lhe feito as promessas e sabia que
Deus era poderoso para cumprir cada uma delas.
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Um rei com a visão em Deus
Um dos capítulos mais conhecidos de todo o Velho
Testamento é o capítulo vinte do segundo livro das crônicas
dos reis de Judá.
O mesmo fala sobre o rei Josafá e a magnífica vitória
sobre os exércitos dos Moabitas, Amonitas e dos descendentes
de Esaú.
Um mensageiro avisou a Josafá que vinha grande
multidão contra ele e que o exército invasor estava em EnGedi, que ficava aproximadamente a quinze horas de marcha
de Jerusalém. Não daria tempo para o povo de Judá montar o
seu exército.
Situações como essa já ocorreram na sua vida? Uma
notícia como uma bomba explodiu no seu colo e você não
soube o que fazer? Talvez a notícia de desemprego? De luto?
De revés?
As aflições da vida servem apenas para nos revelar
quem somos e qual é o grau da nossa confiança em Deus.
Josafá também teve esta notícia e o que ele fez? “Então
Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e apregoou jejum em
todo o Judá.” (II Cr 20: 3).
Josafá transferiu o seu problema a Deus. Mas por que
Josafá pôde fazer isso? Por que ele conseguiu fazer algo tão
difícil para nós, homens e mulheres tão atarefados do século
XXI?
O grande segredo de Josafá está na próxima referência.
“Porque em nós não há força perante esta grande multidão
que vem contra nós, e não sabemos nós o que faremos, porém os
nossos olhos estão postos em ti.”
II Crônicas 20: 12 (grifo meu)
Algo em comum existia entre Davi, Abraão e Josafá:
mantinham o foco em Deus. Sabiam que por suas próprias
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forças não conseguiriam nada, mas confiavam no Deus que
eles serviam. O Senhor também te convida a confiar totalmente
nEle.
A visão de gafanhoto
Já citamos a passagem de Números, capítulo treze e
catorze, no capítulo dois deste livro. O povo de Israel estava
muito próximo da terra prometida. Deus tinha prometido que
daria aquela terra para eles e sua descendência, mas após o
relatório dos espias, resolvem voltar para o Egito.
Por quê isso? Por quê dar mais valor às palavras de
homens do que às palavras de Deus? Tudo é uma questão de
ótica. Veja o que o povo dizia a respeito de si mesmo.
“Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes
dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos e
assim também éramos aos seus olhos.”
Números 13: 33 (grifo meu)
Você consegue ver o contraste entre os três exemplos
anteriores e este? Eles próprios se julgavam como gafanhotos e
essa não era a visão de Deus para eles. A visão de Deus era que
se eles guardassem os mandamentos do Senhor ninguém
poderia subsistir diante deles. Nesse episódio, apenas duas
pessoas tinham a visão de Deus: Josué e Calebe.
Nessas coincidências que só Deus explica, Calebe
recebeu sua parte na herança da terra prometida onde os filhos
de Anaque estavam! (Js 15: 13). Justamente no lugar onde
habitavam os tão temidos filhos de Anaque.
O que você acha que Calebe fez? Será que ele ficou se
lamentando ou pedindo para Josué lhe dar outra porção da
terra? Será que Calebe entrou em acordo com os gigantes, do
tipo, eu não incomodo vocês e nem vocês me incomodam?
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A resposta é NÃO. Calebe não agiu dessa maneira. Veja
o que ele fez.
“E expeliu Calebe dali os três filhos de Anaque: Sesai, e
Aimã, e Talmai, gerados de Anaque.”
Josué 15: 14
O problema era o mesmo: os filhos de Anaque. As
atitudes frente os problemas foram totalmente contrárias: o
povo fugiu. Calebe venceu.
Quando o foco das nossas vidas está em Deus, voamos
como águias; passamos a ver os nossos problemas como Deus
os vê: bem pequenos!
À medida que nós nos humilhamos diante de Deus, nos
é concedida a sua visão. A visão que não foca as circunstâncias,
os problemas, as adversidades, as lutas, as aflições; mas sim o
poder de Deus e suas promessas.
O Espírito Santo como uma pomba
Ao continuarmos o texto de Mateus três, vemos a
segunda conseqüência da humilhação do Senhor Jesus.
...e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo
sobre ele.”
Mateus 3: 16b
Vimos sobre pessoas que querem dividir com Deus a
glória que só pertence a Ele. Vimos também que Deus não
pode exaltar uma pessoa que age desta forma. No texto acima
vemos o Espírito Santo descendo sobre o Senhor Jesus.
Como dissemos, Jesus é o nosso exemplo em tudo e
também a ordem dos fatos que ocorreram em sua vida deve
ser padrão para a nossa. Lembre-se sempre dessa ordem:
primeiro a humilhação, depois a descida do Espírito Santo. Lembre66
se de II Crônicas 7: 14. Antes de tudo, tem que vir a
humilhação. Sempre!
Quando pedimos a unção do Espírito sobre nós, como
conseqüência direta, estamos pedindo destaque no reino de
Deus, e é aí que está o perigo! O ser humano deve reconhecer
que se está no alto, é porque quem fez a obra em sua vida foi
Deus e não a sua “enorme” capacidade. Aprenda de uma vez
por todas: Deus não divide a sua glória com ninguém! É por
isso que é muito importante que antes da exaltação, antes do
poder do Espírito Santo, venha a humilhação. É necessário que
a pessoa tenha experiências com Deus no rio da humilhação, o
rio Jordão.
Deus quer marcar um encontro contigo no rio Jordão,
este rio tão importante na história da nação de Israel, e que
deve ser também muito importante na vida de todo o cristão.
Deus te convida a mergulhar nessas águas sujas, imundas da
humilhação e da humildade.
O Senhor Jesus durante o seu ministério apresentou
muitos paradoxos e um dos maiores foi este:
“Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre
vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal.”
Mateus 20: 26
Ele te convida a viver esse paradoxo.
Os pregadores são simplesmente meninos de recado do
Espírito Santo e é justamente isso que realmente nós somos:
apenas meninos de recado.
O menino de recado não formula o recado, não
acrescenta nada a ele, não questiona se é agradável ou não ao
ouvinte. Apenas transmite-o. O recado não é nosso, os
ouvintes não são nossos, a formulação do recado não é nossa.
Apenas repetimos aquilo que Deus nos deu e eu lhe pergunto:
que méritos temos nisso? Nenhum.
67
“Porque quem te diferencia? E que tens tu que não tenhas
recebido? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o houveras
recebido?”
I Coríntios 4: 7
Sempre tem que existir a humilhação primeiro para
depois vir a exaltação; pois nunca sem humilhação poderá vir
a exaltação.
Este é o meu filho amado
“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu filho amado,
em quem me comprazo.”
Mateus 3: 17
A terceira e última conseqüência é o próprio Deus
dizendo acerca do Senhor Jesus que Ele é o seu filho amado em
quem Ele tinha grande alegria. Vemos o próprio Deus se
agradando da humilhação de Jesus.
Deus quer se agradar da nossa vida, querido leitor,
para tanto precisamos fazer como o Senhor Jesus Cristo.
O sonho de todo o filho é agradar ao seu pai. Com o
nosso pai terreno, nós fazemos todo o possível para agradá-lo.
Quanto ao nosso pai celestial, devemos nos esforçar mais
ainda.
Imagine o Senhor reunindo todos os seus anjos ao redor
do seu trono, olhando lá do céu para a sua vida e dizendo:
“Este é o meu filho amado, em quem tenho grande alegria.”
Devemos agora nos concentrar na importância e nas
conseqüências da descida do Espírito Santo sobre a Igreja
primitiva.
68
69
CAPÍTULO 7 - OS RESULTADOS DA DESCIDA DO
ESPÍRITO SANTO
As coisas no reino de Deus realmente acontecem de
forma bem rápida. Os resultados foram imediatos e
monstruosos. Pedro, um homem que tinha negado a Jesus há
pouquíssimo tempo e apesar de ter um temperamento muito
forte, na verdade era um covarde, agora se levanta e prega
sobre Jesus Cristo com uma autoridade incrivelmente grande e
naquele mesmo dia quase três mil almas declaram que Jesus
Cristo é o Senhor de suas vidas (Atos 2: 41).
É isso que o Espírito Santo faz na vida de um homem.
Concede intrepidez e ousadia para pregar o evangelho.
“Agora, pois, ó Senhor, olha para suas ameaças, e concede aos
teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; enquanto
estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios
pelo nome do teu santo filho Jesus. E, tendo orado, moveu-se o lugar
em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e
anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.
Atos 4:29-31
Que transformações gloriosas! Que texto riquíssimo
podemos ver acima! A Igreja em Jerusalém seguia fielmente o
modo como Jesus cumpria o seu ministério.
Preste atenção como havia sincronia entre homens e
Deus na pregação do Evangelho. Os homens só abriam a boca,
e a boca não pensa, apenas fala o que manda a cabeça (cérebro)
que é Cristo. Deus fazia todo o resto. Concedia as palavras
para falarem e estendia as suas mãos para curar aqueles que
necessitavam de cura.
Apesar das perseguições que estavam sofrendo (até e
principalmente físicas) não desistiam; pelo contrário, pediam
ao Senhor para lhes concederem mais ousadia para pregarem o
70
evangelho. Não se importavam com suas vidas. Queriam era
fazer a vontade de Deus, manifesta através de Jesus Cristo. No
Brasil, não passamos por uma mínima parte da perseguição
que esses servos do Deus vivo passaram. E quantas vezes
murmuramos dizendo ao Senhor que se a nossa situação não
melhorar não pregaremos mais o Evangelho?! É necessário,
que de uma vez por todas cresçamos espiritualmente.
“Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados
sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus”.
I Pe 4:14
O Evangelho Completo
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas
sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as
enfermidades e moléstias entre o povo”.
Mateus 4:23
Leia o texto acima novamente e veja como Jesus
pregava o Evangelho completo. A Igreja hoje precisa
urgentemente assemelhar-se à dos tempos bíblicos. Chamar
atenção para esta verdade e responsabilidade, é um dos
propósitos deste livro. Devemos orar fervorosamente para o
Senhor nos conceder ousadia para pregarmos a palavra.
Paulo adverte a Timóteo que “pregues a palavra, instes a
tempo e fora de tempo”.(II Tm 4:2a). Para que isso aconteça,
precisamos estar cheios de Deus, porque da abundância do
coração fala a boca (Lc 6:45c). Mas, como nós, pessoas normais e
tímidas (a grande maioria dos crentes são tímidos) podemos
pregar a Palavra com ousadia e intrepidez? Isso mesmo!
Somente sendo cheios do Espírito Santo!
71
Amor
Falamos sobre Pedro e o que ficou mais evidenciado na
sua transformação depois da descida do Espírito Santo.
Todavia, muitos se esquecem de um personagem importante
na história da Igreja: João.
Todos conhecem João como o discípulo amoroso. De
fato o era, mas nem sempre foi assim.
“E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles,
entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada.
Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a
Jerusalém. E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram:
Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma como
Elias fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis
de que espírito sois.”
Lucas 9: 52-55 (grifo meu)
João antes de ser revestido com o poder de Deus, não
possuía esse amor que muitos pregam. Tinha fé, é verdade,
cria que se ele orasse, fogo do céu cairia como foi feito quando
Elias orou (II Reis 1: 10-12), mas não possuía amor verdadeiro
pelas pessoas, porque amor de verdade, só o Espírito Santo
pode derramar.
É maravilhoso quando pensamos como Deus age e o
que ele faz com os seus filhos. Depois da campanha
evangelística de Filipe entre os samaritanos, dois Apóstolos
foram chamados de Jerusalém para orarem pelos samaritanos
para eles receberem o revestimento do Espírito. Adivinha
quem estava entre esses dois apóstolos? Isso mesmo, João.
“Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que
Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João,
os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o
Espírito Santo.”
72
Atos 8: 14, 15 (grifo meu)
Deus realmente é extraordinário! O mesmo povo, pelo
qual antes João queria orar para que fosse consumido por fogo
vindo do céu, agora é convocado a orar para que recebessem o
Espírito Santo.
Já aconteceu isso com você? Alguém já te magoou um
dia e a vida deu uma volta e essa pessoa está precisando de
você agora? O que você fez? Será que você glorificou a Deus
por que ele colocou o seu inimigo embaixo do seu pé? Lembrase quem é o seu verdadeiro inimigo? (Ef 6: 12). O que você fez?
Será que se vingou dele? Deus te convida a parecer com o
Senhor Jesus. Te convida a perdoar e a orar pelos seus
inimigos (Mt 5: 44).
Você acha difícil? Eu sei que é. Mas Deus te chamou
para alvoroçar o mundo e o amor é um agente poderoso para
isso.
Como receber o Espírito Santo
Este assunto é largamente discutido, e particularmente
fico impressionado em ver como existem fórmulas mágicas
para se receber o revestimento com o Espírito Santo. Vamos
ver somente o que a Bíblia diz sobre o assunto:
“E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achareis;
batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca
acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que, se filho
lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe
dará por peixe uma serpente? Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe
dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas
aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito
Santo àqueles que lho pedirem?”
Lucas 11:9-13 (grifo meu)
73
Penso que este texto desmistifica totalmente este
assunto. Receber o Espírito Santo é muito simples. Não existe
um ritual, nem regras a serem seguidas do tipo: “Os dez
passos para ser batizado com o Espírito Santo”. O que Jesus
está nos dizendo é que não existe isso. O Senhor está
comparando a descida do Espírito com, por exemplo, você
pedir ao seu pai terreno algo tão simples como um pão, um
ovo ou um peixe. E o mais importante, é que assim como um
pai natural procura dar o melhor para os seus filhos, nosso Pai
celestial não negará o seu Espírito a você; basta fazer como
quando era criança com o seu pai terreno, que você pedia e
tinha plena convicção de que ele lhe daria. Faça o mesmo com
o seu Pai celestial.
Imposição de mãos
Um outro meio de recebermos o batismo com o Espírito
Santo; é a imposição de mãos.
“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito
Santo. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era
dado o Espírito Santo...”
Atos 8: 17, 18a
Veja outro exemplo.
“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito
Santo; e falavam em línguas e profetizaram.”
Atos 19: 6
Não importa como Deus batiza. Uns são batizados
quando oram, outros são batizados quando estão louvando – o
que foi o meu caso. Outros, ainda, são batizados quando estão
glorificando a Deus. Particularmente, já vi um caso em que um
certo irmão foi revestido quando estava dormindo. O que
74
realmente importa é que Deus está pronto a te revestir. Basta
que você tenha esse desejo.
Agora que você sabe como é fácil receber o batismo
com o Espírito Santo. Faça-o, pois a Igreja primitiva o tinha
como indispensável e você também deve tê-lo na sua vida.
Nos tempos bíblicos, a Palavra era pregada com sinais,
curas, prodígios e maravilhas, da mesma forma que o
Evangelho era pregado por Jesus Cristo. Hoje, isto ocorre em
menor intensidade porque não estamos olhando para a
Palavra! Devemos continuar a obra do Senhor na Terra com o
êxito que os apóstolos tiveram. Infelizmente, estamos crendo
em um evangelho só pela metade.
Se uma pessoa subir a um púlpito e começar a pregar
sobre salvação e alguém aceitar a Jesus, todos no auditório
crerão que é da vontade do Senhor salvar aquela vida. Por
quê? Porque a Palavra de Deus diz:
“É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades”
Salmo 103:3a
Glória a Deus! Tomamos posse desta palavra e
simplesmente cremos que Deus nos perdoa, e perdoa a
qualquer que o aceitar, não importa o que tenha feito no
passado. Mas o versículo não termina por aí. Ele continua:
“e sara todas as tuas enfermidades.”
Salmo 103:3b
E ainda podemos ver:
“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o
madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a
justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”.
I Pedro 2:24
75
Por que sempre falamos aquela frase que destrói a fé de
qualquer um: “será que é da vontade de Deus?”
Estava em uma Igreja e uma senhora entrou apoiada
por uma muleta. Na hora da oração o pastor que estava
dirigindo aquele culto disse para a irmã que Deus iria
restabelecer a sua saúde. A resposta foi a mais desalentadora
possível: “É pastor, se for da vontade de Deus...”. É claro que é
da vontade de Deus que você seja salvo, seja curado, tenha
uma vida abundante (Jo 10:10), e que todos os seus sejam
salvos (At 16:31). A Palavra de Deus diz isto ao seu respeito.
Creia tão somente na Palavra e desfrute de todas as promessas
que Ele tem para sua vida.
Deus é nosso Pai meu irmão e todo o pai deseja o
melhor para os seus filhos. Apenas tome posse do que Deus já
lhe deu através de Cristo Jesus.
O evangelho é completo! Deus não quer curar somente
a sua alma; quer curar também o seu corpo. Tome posse desta
palavra e comece a alvoroçar, não somente a sua vida, mas a
vida das pessoas que lhe cercam. Pregue o evangelho com
ousadia. Demonstre o poder de Deus através da sua vida.
Basta você crer. Os sinais te seguirão (Mc 16:16). Levante-se e
alvoroce o mundo!
76
77
CAPÍTULO 8 – A UNIDADE
Como autor deste livro, claro que em parceria com o
Espírito de Deus, penso que cada capítulo trata de um assunto
muito importante, tanto para nossas vidas individuais como
em comunidade (Igreja). Cada item tratado tende a faltar na
Igreja, como um todo, na atualidade, mas penso que nada nos
falta mais do que o título deste capítulo.
Aterrador como temos em nossos dias, cristãos com
“séculos” de Igreja, que na verdade se parecem com crianças
espirituais. Penso que Deus, do mais altos céus, olha para os
cultos que prestamos a Ele e vê apenas crianças brincando de
serem cristãs. Este problema é definitivamente muito sério.
Quantas vezes temos nos deparado com Igrejas totalmente
rachadas, porque há briga de vaidades, guerra por posições,
por cargos, por títulos. Assustador, porque brechas;
verdadeiros rombos estão sendo deixados para o nosso
inimigo trabalhar no meio da Igreja do Senhor Jesus.
Qual era a atitude da Igreja primitiva a respeito deste
importante assunto? Como os apóstolos - pessoas que fizeram
mais pelo Evangelho do que qualquer pregador que você
possa imaginar – se portavam frente os seus irmãos? Como era
o coração da Igreja primitiva? Como as pessoas lidavam umas
com as outras?
Este texto responde às nossas perguntas.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão,
e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e
muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que
criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas
propriedades e fazendas, e repartiam com todos, segundo cada um
havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e
partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos
78
os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar.”
Atos 2:42-47
Não queremos com isto, fazer uma apologia a alguma
comunidade “cristã”, que venha a praticar o que era feito na
Igreja primitiva em que todos tinham tudo em comum e não
havia nenhuma propriedade particular. Devemos entender
porque a Igreja fez isso.
O número de discípulos estava aumentando
rapidamente e os Apóstolos não tinham como atender as
necessidades físicas e espirituais de todas aquelas pessoas.
Então esta atitude de criar uma comunidade foi necessária
para aquele momento específico e como já dissemos
anteriormente, não é sobre isso que queremos tratar neste
livro.
O que nós queremos ressaltar, fica evidenciado de
forma mais eficaz no texto a seguir:
“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e
ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas
todas as coisas lhes eram comuns”.
Atos 4:32
O que queremos enfatizar neste livro, está na primeira
frase deste versículo: “E era um o coração e a alma da multidão dos
que criam...” Havia uma unidade tão grande na Igreja de Atos,
que uma multidão pensava como um só homem. Isto não é
maravilhoso? Ao invés de demonstrarmos o quanto somos
infantis, espiritualmente falando, participando de brigas bobas
motivadas por ciúmes, contendas, invejas e outros sentimentos
terríveis, deveríamos ser como a Igreja de Atos: um só coração
e alma, pois enquanto a Igreja do Senhor Jesus permanecer
dividida por doutrinas humanas, enquanto interesses pessoais
prevalecerem sobre os interesses de Deus; a Igreja atual
79
simplesmente não vai alvoroçar o mundo como a Igreja
primitiva o fez.
A unidade dentro da Igreja
Agora, vamos tratar do assunto unidade, mais
interiormente. Dentro do corpo de Cristo.
Paulo, numa metáfora, compara brilhantemente a Igreja
a um corpo. Podemos ver na passagem seguinte:
“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e
todos os membros, sendo muitos, são só um corpo, assim é Cristo
também. Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito formando
um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos
temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo, não é um só
membro, mas muitos.”
I Coríntios 12:12-14
Definitivamente; Paulo, inspirado pelo Espírito, estava
certo. A igreja é maravilhosamente igual a um corpo. Tem
muitos membros. Cada um totalmente diferente do outro, e
um totalmente dependente do outro.
O amado leitor já pensou se o nosso corpo crescesse
como muitas Igrejas por aí? Estaria totalmente deformado!
Agora, gostaria de me dirigir especificamente aos
pastores e líderes: meus amados irmãos; façam com que o
corpo da vossa Igreja cresça de forma uniforme. Alimente
vossos membros com a genuína e pura Palavra de Deus.
Incentive a todos os vossos membros a lerem diariamente a
Bíblia; se precisar, doe Bíblias para aqueles que não as
possuem, revigore as vossas Escolas Bíblicas Dominicais.
Enfim, façam o que for necessário para que cada membro
esteja crescendo dentro da unidade e uniformemente.
80
Três problemas cotidianos
Paulo continua esta passagem, tratando de três
problemas muito comuns em nossas Igrejas. O primeiro,
encontra-se na passagem abaixo:
“Se o pé disser: Porque não sou mão não sou do corpo; não
será por isso do corpo?”.E se a orelha disser: Porque não sou olho não
sou do corpo; não será por isso do corpo?Se todo o corpo fosse olho;
onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato?Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles
como quis.”
I Coríntios 12:15-18 (grifo meu)
Há uma tendência incrível do ser humano olhar para a
vida um do outro, e infelizmente na Igreja isto também ocorre.
Os crentes estão muito preocupados com quem vai ocupar o
cargo tal, ou quem o pastor vai levantar para a tal função. E
quando o pastor não a indica para o cargo que a mesma
achava que estava capacitada...Pronto! Agora o pastor que
antes era uma bênção, não serve mais. E sai dizendo para
quem quiser ouvir que o irmão indicado não faz aquilo para o
qual foi designado tão bem como ela faria. É realmente de
assustar.
Olhe de novo no grifo dado: Deus escolhe onde colocar
cada membro como ele quer, e quem sou eu ou você para
questionar o querer de Deus?!
Antes, o que temos de fazer é agradecer ao Senhor por
pertencermos ao corpo de Cristo e inseridos no tal,
descobrirmos qual é a nossa função e executá-la da melhor
maneira possível. Claro, tudo com a cooperação do Espírito
Santo:
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que
nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; Se é ministério,
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seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação no ensino; Ou o que
exorta, use este Dom em exortar; o que reparte, faça-o com
liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia,
com alegria.”
Romanos 12:6-8
É assim que devemos proceder. Devemos sempre estar
agradecidos a Deus pela Sua graça e não invejando cargos ou
posições de outros membros do corpo de Cristo.
Temos convivido quase sempre com isso. Pessoas que
têm dons maravilhosos e mesmo assim invejam a outras
pessoas.
Dentro de minha Igreja, tenho um ministério de
pregação e ensino bíblico reconhecido pelos membros da
mesma. Outras pessoas têm ministério dentro da área de
libertação, outros de interseção, outros de diaconia, outros no
departamento infantil, outros de secretariado, outros no
louvor.
Cada um, Deus colocou como quis em um ministério
específico. A cada um, Deus deu o talento específico. Não
posso eu querer liderar o departamento infantil porque Deus
não me chamou para isso.
Cada membro não pode querer olhar para o ministério
alheio e pensar: por que Deus não me deu o ministério do
irmão fulano? Porque Deus sabe que naquela função você não
se encaixaria tão perfeitamente quanto você se encaixa nesta
função em que você está.
Talvez você esteja pensando: o meu ministério é tão
simples, eu queria fazer algo mais importante.
Para Deus não existe ministério de menor ou maior
importância; isso é convenção humana. Para Deus todos os
ministérios são igualmente importantes. Deus se importa
realmente é com a sua fidelidade ministerial.
O segundo problema, também muito comum em nossos
dias, está relatado na seqüência desta passagem:
82
“E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti:
nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de ti”.
I Coríntios 12:21
Há esta interdependência entre os membros
atualmente. Será que as pessoas querem fazer tudo sozinhas
para receber os louros da fama e da glória? Se for assim, o
Senhor Deus não divide a sua glória com ninguém...! Será que
essas pessoas pensam que só elas podem ser usadas por Deus
na sua obra? Deus usou até uma mula para falar com Balaão.
Quanto mais não usará um servo humilde na sua presença?
Vivemos numa sociedade capitalista, em que sobrevive
quem é o mais forte, e para isto as pessoas não medem
esforços. Pisam em seus semelhantes, mentem para
conseguirem os seus objetivos, inventam intrigas, fofocas, mas
isto não pode de forma nenhuma chegar à Igreja! Se todos
quiserem fazer tudo sozinhos, não haverá corpo, então não
haverá sentido para a Igreja existir.
Um problema muito grave que temos sentido em
muitas Igrejas brasileiras é o proselitismo denominacional.
Existem muitas questões mínimas que causam verdadeiras
guerras entre as denominações. Tantas questões doutrinárias
têm afastado as diferentes denominações umas das outras.
Querido, não importa a que denominação pertencemos.
O que está em jogo é se temos o nosso nome arrolado no livro
da vida. Todas as outras coisas são secundárias. Veja o ideal de
Jesus para a sua Igreja.
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu,
em ti...Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em
unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que
tens amado a eles como me tens amado a mim.”
João 17: 21a, 23
83
O terceiro problema, também muito comum em nossos
dias, está denunciado na seguinte passagem:
“Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos
são necessários. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo,
a esses honramos muito mais: e aos que em nós são menos decorosos
damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais honestos
não tem necessidade disso; mas Deus assim formou o corpo, dando
muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão
no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos
outros.”
I Coríntios 12:22-25
O que Paulo propõe neste texto, é uma verdadeira
inversão de valores do que temos visto ultimamente. Os
membros, que pela misericórdia de Deus são dotados com
dons, são muito bem tratados e os que aparentemente não se
envolvem nas atividades da Igreja, não o são. Deus não nos
dará os galardões levando em conta os padrões humanos.
Não é sempre assim que ocorre em nosso meio? As
pessoas pensam que as recompensas de Deus têm a ver com a
nossa visão distorcida da importância de cargos e ministérios.
Como dissemos anteriormente: Galardão não tem a ver com
“importância” ministerial. Tem exclusivamente a ver com
“fidelidade” ministerial. Por isso, podemos imaginar, quando da
entrega dos galardões, muitos pastores pensando que
receberão lindas coroas; quando na verdade, receberão apenas
pequeninas pedras preciosas. Os irmãos que se sentaram nos
últimos bancos, e que para muitos não receberão nada, ou
quase nada, no entanto, tiveram ministérios fervorosos de
oração, ou ainda membros que empenharam os seus bens para
o envio e manutenção de missionários, receberão os mesmos
galardões daqueles que foram enviados. Para atestar o que
estamos dizendo, o próprio Senhor Jesus disse:
84
“Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá
galardão de profeta; e quem recebe um justo em qualidade de justo,
receberá galardão de justo, E qualquer que tiver dado só que seja um
copo d’água fria a um destes pequenos, e nome de discípulo, em
verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”
Mateus 10:41, 42.
Outro aspecto que precisamos considerar é que existe
discriminação na Igreja por causa da classe social e do poder
aquisitivo dos membros, principalmente em comunidades
pequenas.
As pessoas que possuem maior poder aquisitivo e
conseqüentemente tendem a dar maiores dízimos, são dados
cargos na Igreja com a finalidade de as “prenderem” nas
mesmas.
Querido pastor, se você estiver fazendo isto, se você
está oferecendo cargos para agradar alguém ou prendê-la em
sua Igreja; saiba que a obra é de Deus. Confie mais no Jeová Jiré.
Ele mesmo, o Senhor, vai providenciar recursos para a Sua
casa.
“Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos
Exércitos”.
Ageu 2:8
“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”.
Mateus 16:18
Há também, por causa do poder aquisitivo, a
discriminação de membro para membro. É o que Tiago trata
neste texto:
85
“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com
anel de ouro no dedo, com vestidos preciosos, e entrar algum pobre
com sórdido vestido,E atentardes para o que trás o vestido precioso, e
lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao
pobre: Tu fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu
estrado,Porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos, e
não vos fizestes juizes de maus pensamentos? Ouvi meus amados
irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para
serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e
não vos arrastam aos tribunais?Porventura não blasfemam eles o
bom nome que sobre vós foi invocado?Todavia, se cumprirdes,
conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti
mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis
pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.”
Tiago 2:2-9
É notório como a Palavra de Deus é atual. Tiago trata
dos problemas da Igreja como se ele estivesse falando para
muitas de nossas Igrejas.
A discriminação social de membro para membro está
impressionantemente impregnada em nossas congregações. É
uma chaga que ao longo dos séculos, parece não ter cura. Isto
deve ser porque a Igreja não está olhando para o procedimento
de Deus para com as pessoas.
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.”
Romanos 2:11
O ideal de um corpo
Finalmente, depois dos problemas apresentados, Paulo
apresenta o ideal de um corpo (Igreja).
86
“De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se
regozijam com ele.”
I Coríntios 12:26
Essa unidade orgânica deve ser buscada de forma
incansável pelo corpo. Veja que, se um membro de um corpo
está machucado, todo o corpo sofre.
Isto tem de ocorrer na igreja em nossos dias. Se um
membro (pessoa) padece, devemos ser comovidos de íntima
compaixão por esta pessoa e ter o seu problema como nosso
problema.
O mais difícil está na segunda parte deste versículo. Se
um membro é honrado todos vão se regozijar com ele e não ter
inveja do mesmo. Este é o ideal que deve ser perseguido por
toda a Igreja do Senhor Jesus.
Devemos nos levantar unidos, como igreja, pois tão
somente assim poderemos alvoroçar o mundo de forma
totalmente eficaz e direcionada pelo Espírito do Senhor.
87
88
CAPÍTULO 9 – ANUNCIAR A JESUS
A essa altura, você já deve ter percebido qual é o
objetivo deste livro: fazer um paralelo entre a igreja de Atos
dos Apóstolos e a de nossos dias. Você também deve estar se
perguntando: “Irmão Edson, eu entendo que em grande parte
de nossas igrejas falta obediência às palavras de Jesus, uma
busca maior pelo Espírito Santo e também maior unidade no
corpo (Igreja) entre outras coisas. Mas em todas as Igrejas
evangélicas do mundo, se anunciam o Evangelho de Jesus
Cristo, ou você pensa que nós pregamos sobre qualquer líder
de uma outra religião”.
Eu entendo perfeitamente a sua colocação e sei que com
algumas divergências doutrinárias (a Bíblia é a mesma para
todos) nos púlpitos de nossas Igrejas, o Evangelho de Jesus
Cristo é largamente pregado. O que temos procurado chamar
atenção, não é para o que ocorre dentro de uma Igreja, mas
para o que ocorre fora dela. Imagine a seguinte situação: Uma
senhora tentando “evangelizar” a sua vizinha. Vamos dar
nomes apenas para a ilustração.
- Boa tarde Sílvia, como você está?
- Eu estou bem! E você?
- Eu também estou bem, graças a Deus.
- A propósito Sílvia, quando você fará aquela visita na
minha Igreja que há tempos venho te convidando? Vamos hoje
à noite!?
- Não sei Mônica, eu tenho tanta coisa para
fazer...Quem sabe num outro dia.
- Tudo bem então Sílvia, depois a gente se fala.
- Tchau Mônica!
89
Agora eu lhe pergunto querido leitor: Isto é evangelizar
alguém? É claro que não! Mas é deste modo que o povo de
Deus tem evangelizado!
Uma definição de Evangelismo diz o seguinte:
“Evangelizar é a exposição do Evangelho de tal maneira que o
ouvinte possa tomar uma decisão consciente a favor ou contra Jesus
Cristo como seu Senhor e Salvador”.
De acordo com esta definição, a nossa querida Sílvia foi
evangelizada? Claro que não! E onde está o erro? Está no fato
da Mônica não ter em momento algum anunciado a Jesus
Cristo, e sim a sua Igreja. Isso quando não é um cantor famoso
ou um pregador de renome que anunciamos! Deste jeito nunca
vai dar certo!
Você já foi em algum culto ao ar livre? Já participou de
um “evangelismo” na rua? Vamos recordar o que é feito nesses
dois eventos?
No culto ao ar livre, geralmente é escolhido um lugar
de bastante trânsito de pedestres, por motivos óbvios, é claro, e
então se começa primeiro, a cantar louvores. Na hora da
pregação começa-se a anunciar a Igreja da qual as pessoas são
membros! E o evangelismo com entrega de folhetos? Entregase o folheto com a programação da Igreja no verso e no
máximo o que se diz ao “evangelizado” é: Jesus te ama e eu
também” ou, “se você não aceitar a Jesus, vai para o Inferno”.
Após oculto de domingo à noite, estava indo para a
minha casa e um grupo de jovens evangélicos vinham pelo
outro lado da rua. Um deles gritou em minha direção: “Jovem,
entrega a sua vida a Jesus”!
Responda-me sinceramente: Isso é evangelizar alguém?
Não. É claro que não. Mas é isso que temos feito. Temos
anunciado a tudo: ao pregador, a Igreja, ao cantor, ao
Evangelista, ao grupo de louvor, ao almoço na Igreja; menos a
quem temos realmente que anunciar, que é ao Senhor Jesus.
90
Veja o que a igreja de Atos fazia:
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de
ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.
Atos 5:42 (grifo meu)
A quem os apóstolos anunciavam? A Jesus Cristo!
Estamos compreendendo onde temos errado todo este tempo?
Não anunciamos a quem devemos anunciar.
Muitos podem estar pensando neste momento: mas eu
não tenho o dom da palavra, não sou um grande pregador, e
em situações de pressão, não consigo me lembrar de nenhum
versículo bíblico. Veja como você não tem desculpas, lendo o
tópico abaixo!
A importância do testemunho pessoal
Você, meu querido leitor, não precisa ser um grande
pregador ou ter um grande conhecimento bíblico para
evangelizar alguém. Simplesmente, você tem uma arma muito
poderosa para isto: o seu testemunho! Afinal de contas, você tem
um testemunho de conversão e de suas experiências com Deus
ao longo de sua vida cristã...Ou não?
O grande Apóstolo Paulo mesmo, usava esta arma
poderosa:
“Sobre o que, indo, então, a Damasco, com poder e comissão
dos principais dos sacerdotes,
ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o
esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam
comigo. E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz do céu que me
falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu:
Quem és Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus a quem tu persegues.
Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para
91
te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como
daquelas pelas quais te aparecerei ainda.”
Atos 26: 12-16
O testemunho de Paulo sobre a sua experiência de
conversão ainda está registrado em At 22: 5-16. Se o próprio
Paulo usava arma, porque você vai desprezá-la?
Um único “inconveniente” do evangelismo pessoal, é
que o seu testemunho de vida estará continuamente sendo
provado. Entenda bem essa afirmação. Quando pregamos para
alguém, o nosso testemunho fala mais alto do que nossas
palavras. Como já foi dito anteriormente, as pessoas podem
não gostar da sua voz, do seu penteado, do seu modo de vestir
ou de qualquer outra coisa referente à sua aparência ou modo
de se expressar, mas nunca poderão olhar para você e dizer:
“este homem ou mulher, não vive o que prega”.
Uma certa ocasião, eu estava fazendo visitas com um
amigo meu e nós estávamos visitando uma casa em que
moravam uma senhora, sua mãe e seu filho. Esta senhora
estava falando conosco a respeito de seu filho que não era
convertido e estava andando em más companhias. Estávamos
conversando na sala da casa dela, quando ele apareceu. Ela
apresentou-nos seu filho e pediu que orássemos por ele. Antes
de orarmos, o Espírito me moveu a faze-lo uma pergunta.
Perguntamos então o que ele achava que deveria fazer para ser
salvo, e para minha surpresa, ele respondeu que ele deveria
proceder da mesma forma que sua mãe.
O que isto nos mostra querido!? O testemunho de sua
mãe falou alto no coração daquele jovem. Ele não me
respondeu que deveria falar como sua mãe, mas deveria
proceder como ela. Realmente o testemunho por ações fala
muito mais alto que as nossas palavras.
O que estamos propondo não é uma evangelização
ocasional, mas permanente; não é uma evangelização apenas
de palavras, mas de ações. Não estou propondo uma
92
evangelização que se limite apenas em frases do tipo: “Jesus te
ama e quer te salvar”, mas proponho um evangelismo pessoal,
impactante, em que as pessoas à nossa volta não tenham
escolha. Que sejam impulsionadas a aceitarem ao Senhor Jesus
porque vêem nos seus discípulos (nós), pessoas diferentes de
todas as outras que elas já conheceram. Pessoas felizes, que
possuem o brilho e a alegria da salvação e que podem dizer
como Paulo: “Eu sou imitador de Cristo”.(I Co 11: 1).
Nós, evangélicos, deveríamos ter sempre isto em
mente. Somos muito visados pela sociedade e se não dermos
testemunho de que somos uma nova criatura, o Evangelho vai
ser blasfemado por nossa causa. Veja estas palavras de Paulo:
“Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado
entre os gentios por causa de vós.”
Romanos 2: 24
E nós? Será que as pessoas ao nosso redor têm
blasfemado do Evangelho por nossa causa? Temos
aproximado as pessoas de Jesus, ou afastado?
Devemos estar sempre aprendendo com a Igreja de
Atos dos Apóstolos. Este é o nosso padrão e devemos segui-lo.
Menos que isto, pode parecer natural, mas não é bíblico!
Temos de anunciar a Jesus Cristo e não a um homem ou a uma
instituição. Peça direção ao Espírito Santo quando Ele lhe der
oportunidade de anunciar o Evangelho a alguém. Peça
também a Ele que lhe dê condições de apresentar a Palavra de
Deus de forma clara e objetiva e não se preocupe se você não
consegue decorar a Palavra, pois o Senhor nos prometeu:
“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo
quanto vos tenho dito.”
João 14: 26
93
Mantenha o seu testemunho de cristão intacto. Se você
magoou ou deu mau testemunho - não importa se foram para
ímpios ou crentes – primeiro, peça perdão a Deus, e depois,
peça desculpas àquelas pessoas a quem você deu um mau
testemunho. Diga que aquilo que você fez não irá se repetir
mais e que a partir de agora, você se tornará um melhor
cristão. Trabalhe em parceria com o Espírito Santo, pois com
certeza Ele vai ajudá-lo nessa missão de evangelizar e ganhar
almas para o Reino de Deus. Alvoroce o mundo através do seu
testemunho!
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95
CAPÍTULO 10 – O CUIDADO COM AS OVELHAS
Vamos começar este capítulo citando os seguintes
versículos:
“Ora naqueles dias, crescendo o número dos discípulos,
houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas
viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze,
convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que
nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois,
irmãos, dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante
negócio.”
Atos 6: 1-3 (grifo meu)
Vivemos em uma sociedade em que as pessoas
costumam olhar somente para si e para os seus problemas,
desprezando a necessidade dos outros. Muitas vezes nos
preocupamos se o banco de nossas Igrejas é confortável, se o
sistema de ar condicionado está funcionando perfeitamente, se
temos os melhores instrumentos, se construímos templos
suntuosos e nos esquecemos de algo que tinha papel
importante na Igreja de Atos.
Realmente, muitos dos membros e conseqüentemente
das Igrejas do Senhor Jesus, têm desprezado a assistência
social e se preocupado apenas com a sua vida e seus problemas.
Afinal de contas, já temos muitos problemas para nos
preocuparmos com os dos outros!
Olhe atentamente para a ênfase acrescentada por mim.
Os apóstolos consideravam o diaconato um “importante
negócio”. Eles não escolheram qualquer pessoa. Tinham de ser
pessoas “de boa reputação, cheios do Espírito Santo de
Sabedoria”. Impressionante como nós cristãos temos
desprezado este importante negócio.
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Talvez você esteja pensando: ah! Se o corpo de diáconos
da minha Igreja não pratica a assistência social, é porque eles
são negligentes. Eles são chamados por Deus para isso. Eu
tenho outro ministério para desenvolver.
Já falamos sobre os diversos dons que formam um
corpo, mas existe um dom que todos os cristãos precisam
desenvolver: o dom do amor.
Devemos estar muito atentos para estas palavras muito
importantes do Senhor Jesus:
“E quando o filho do homem vier em sua glória, e todos os
santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E
todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros,
como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua
direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à
sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possui por herança o reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome,
e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e
hospedaste-me; Estava nu, e vestiste-me; adoeci, e visitaste-me; estive
na prisão e foste ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo:
Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com
sede, e te demos de beber? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e
fomos ver-te? E respondendo o Rei, lhe dirá: Em verdade vos digo
que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim
me fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos para o fogo eterno, preparado para o
diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer, tive
sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes;
estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me
visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou
enfermo, ou na prisão, e não te servirmos?Então lhes responderá,
dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos
não o fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento
eterno, mas os justos para a vida eterna.
Mateus 25: 31-46
97
Estas palavras de Jesus não anulam o fato de a salvação
ser única e exclusivamente pela graça de Deus e não por
qualquer obra que possamos fazer. O problema é que
confiamos na graça de Deus e descansamos de fazer boas
obras. Citamos com convicção Efésios 2: 8,9; mas sempre nos
esquecemos do versículo 10:
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”
Efésios 2: 10
A questão é fácil de ser entendida querido. Quando
somos salvos, temos o amor de Deus derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Somos
intimados a amar.
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de
Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.”
I João 4: 7,8
A lógica é simples: se você ama o seu semelhante, você
conhece a Deus, se você não ama o seu semelhante, você não
conhece a Deus. O amor que Deus nos dá é apenas uma
conseqüência de nossa salvação. Lembremo-nos de que o amor
é um dos gomos do fruto do Espírito Santo. (Gal 5: 22).
Se você não se preocupa com o seu semelhante ou se
você não se doa para o seu próximo, em outras palavras, se
você não ama ao seu irmão; comece a se preocupar com a sua
condição de salvo em Cristo Jesus.
O amor implica não somente em palavras do tipo:
“Jesus te ama e eu também”. Definitivamente o amor que o
Espírito Santo derrama em nossos corações implica mais em
ações do que em palavras. Implica principalmente em atitudes.
Tiago nos exorta da seguinte forma:
98
“E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de
mantimento cotidiano. E alguns de vós lhes disser: Ide em paz,
aquentai-vos, e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para
o corpo, que proveito virá daí?”
Tiago 2: 14,15
É isso que devemos fazer. Não devemos amar só de
língua, mas principalmente por ações. Lembremos de nosso
mestre. Ele desceu do céu, viveu como qualquer um de nós, e
finalmente morreu na cruz. Ele apenas não disse que ama (Jo
15:13). Ele o manifestou com ações.
Interesse pelo fraco
Há outro ponto que podemos considerar e que também
representa um egoísmo impressionante que é a falta de
preocupação com um irmão fraco na fé ou um recémconvertido.
Quando um irmão de uma Igreja se sente fraco na fé, ao
invés de levarmos a carga de nosso irmão (Gl 6: 2), nos
apressamos em julgá-lo e agradecermos a Deus pelo fato de
estarmos a tanto tempo firmes na Igreja sem nos desviarmos
da casa do Senhor. Veja o que Paulo diz a esse respeito.
“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para o seu próprio
Senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é
Deus para o firmar. Mas tu por que julgas teu irmão? Ou tu,
também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de
comparecer ante o tribunal de Cristo.”
Romanos 14: 4, 10
O que há em nossos dias é a valorização de “números”
ao invés da valorização do “ser”. Dificilmente nos
preocupamos com os indivíduos.
99
Você já participou de uma visita a um membro fraco na
fé? É algo totalmente constrangedor, principalmente para
quem está recebendo a visita. Só há acusações, indiretas e total
falta de amor, carinho e cuidado pelas pessoas.
Responda com sinceridade. Na sua Igreja há um
ministério de socorro? Há um programa de visitas
estabelecido? Há um ministério de visitação reconhecido e
honrado por toda a Igreja? Ou toda a Igreja só espera pelo
pastor?
Nas parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e
do filho pródigo, em Lucas quinze, podemos ver o amor de
Deus e o carinho para com aqueles que estão fracos.
No nosso caso, se perdemos uma ovelha, pensamos:
ainda tenho noventa e nove. Se perdermos uma moeda,
pensamos: ainda tenho nove e se perdemos um filho, ainda
pensamos: pelo menos eu tenho um.
É muito triste quando vemos em muitas Igrejas, um
espírito que rói como gangrena: o espírito da fofoca. Trágico é
quando algumas pessoas procuram saber dos problemas dos
outros apenas para fazer fofoca e não para orar e ajudar.
Você já deve ter ouvido frases do tipo: “Sabe a irmã
fulana, soube que ela não está bem com marido... E o pastor,
porque não está pregando como antes? O que será que está
acontecendo com ele? Fulano está se desviando...graças a Deus
que eu nunca faltei um domingo. Faça chuva ou faça sol eu
estou na Igreja.”
Não há a menor valorização de ninguém, só há a
valorização dos números. Não há misericórdia, não há
compaixão. Estamos salvos e está tudo ótimo, as pessoas que
cuidem de si mesmas.
É esse o triste caso de muitas Igrejas. Gosto da analogia
que a compara a um hospital. É exatamente assim que
devemos enxergar a Igreja: como um hospital.
100
O bom samaritano
Muitas pessoas, antes de chegarem à casa de Deus,
passaram por diversos lugares e situações que a machucaram
profundamente. Estão acuados, feridos pela vida e sujos no
lamaçal do pecado. É exatamente como a parábola do bom
samaritano. (Lucas 10: 30-37).
Podemos ver um quadro que acontece muitas vezes
todos os dias:
“E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém
para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e,
espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.”
Lucas 10: 30
Impressionante como a palavra de Deus é perfeita. Este
é o quadro de muitas pessoas que chegam até nós. Caem nas
mãos de salteadores (Satanás e seus demônios) que lhes
roubam tudo o que possuem: família, casamento, filhos,
emprego, saúde, paz, confiança, amor-próprio, esperança,
sonhos e etc, e as arrastam de um lugar para o outro,
espancando-as, enganando-as e por fim as deixam meio
mortas.
A parábola continua:
“E ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo
sacerdote; e, vendo-o passou de largo. E de igual modo também um
levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.”
Lucas 10: 31,32
Eu imagino que quando o Senhor chegou neste ponto
da parábola, as pessoas que estavam com ele, quando ouviram
estas duas palavras, “sacerdote” e “levita”, pensaram que o
problema do homem estaria resolvido. Um dos dois ou mesmo
os dois o ajudariam.
101
Pessoas meio mortas cruzam as nossas vidas quase que
diariamente e será que passamos de largo? Será que viramos o
rosto e pensamos que não é problema nosso? Ou pensamos
que outra pessoa poderá ajudá-lo?
Existe uma pergunta muito intrigante que Caim fez ao
Senhor Deus e que ecoa pelos séculos e muitos a fazem.
Acompanhe com atenção o texto a seguir:
“E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele
disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”
Gênesis 4: 9
Deus sempre nos pergunta: Lembra-se daquele
irmãozinho que eu coloquei perto de você? Onde ele está?
Muitas vezes nós respondemos a Deus da mesma forma que
Caim respondeu: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”
Deus está te respondendo que sim. Você é guardador do seu
irmão! Você é responsável pelo seu irmão, e por ajudar
aqueles que te cercam. Para isso você é chamado por Deus.
Pare um pouco e lembre-se daquelas pessoas que ao
longo da sua vida, Deus colocou perto de você para que esteja
sendo o seu guardador. Onde elas estão? Estão todas na casa
de Deus? Pense nisso, pois é muito sério! Para que, quando
tivermos que comparecer ao tribunal de Cristo, Deus não tenha
que citar o versículo onze: Uma alma clamando no inferno e
tudo por causa de nossa negligência.
Isto é tão precioso aos olhos de Deus que Ele mesmo
vai cobrar de nós o sangue de cada pessoa nessa situação.
“Mas se, quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a
trombeta, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, se a
espada vier e se levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua
iniqüidade, mas o seu sangue demandarei da mão do atalaia”
Ezequiel 33: 6 (grifo meu)
102
Quando Jesus disse que nenhum deles ajudou ao
homem, penso que uma pergunta deve ter pairado pela cabeça
dos ouvintes: se o sacerdote e o levita não ajudaram aquele
homem; então quem o fez?
De rejeitado a ajudador
Quando o Senhor citou a palavra “samaritano”, os seus
ouvintes devem ter ficado bem assustados. Para você entender
o por quê, é necessário que você saiba quem são os
Samaritanos.
Em II Reis 17, podemos ver o cerco de Sargão II, rei da
Assíria, a Samaria e o conseqüente cativeiro. Ele trouxe para a
terra de Israel gentios que não conheciam ao Senhor e
começaram a adorá-lo junto com os seus deuses. O resultado
da mistura desses gentios, com o povo que ficou, deu origem
aos Samaritanos.
Quando Judá voltou do seu cativeiro, eles começaram a
odiar os samaritanos por causa dessa mistura de Israel com os
gentios. Este ódio atingiu o seu ápice na época de Jesus. Veja o
conceito que os Judeus tinham a respeito dos samaritanos.
“Responderam, pois, os judeus e disseram-lhe: Não dizemos
nós que és samaritano e que tens demônio?”
João 8: 48
Jesus é chamado de endemoninhado e samaritano.
Chamar alguém de samaritano está no mesmo nível de chamar
alguém de endemoninhado. Impressionante! Agora você deve
estar percebendo como viviam os samaritanos à margem da
sociedade judaica.
É fácil explicar porque o samaritano quando viu aquele
homem à beira do caminho meio morto “moveu-se de íntima
compaixão”. Ele mesmo já estivera meio morto várias vezes.
Talvez, não fisicamente como aquele homem, mas nos seus
103
sentimentos. Quantas vezes o samaritano escutou xingamentos,
foi desprezado, insultado, humilhado. Somente ele poderia
entender a dor daquele homem à beira do caminho. Somente
ele poderia sentir o que aquele homem estava sentindo. O
levita e o sacerdote nunca poderiam agir assim, pois eles nunca
haviam passado por nada disso. Sempre foram honrados pela
sociedade judaica. Sempre foram aclamados pelo povo.
É interessante quando nós analisamos a fundo o amor
que este samaritano demonstrou. Ele moveu-se e comoveu-se
de íntima compaixão por uma pessoa que muito
provavelmente nunca iria falar com ele (Jo 4: 9). Se fosse ao
contrário, muito provavelmente ele nunca seria ajudado. Que
tipo de amor é esse? É o amor que é derramado em nossos
corações pelo Espírito. Mas o samaritano não apenas “moveuse e comoveu-se de íntima compaixão”, mas “atou-lhe as
feridas”. Nós não devemos ficar apenas na vontade, nas
palavras, mas devemos partir para as atitudes.
“...assim como houve prontidão de vontade, haja também o
cumprimento.”
II Coríntios 8: 11b
Deus nos convida não apenas a pensar em ajudar, mas
a concretizar o nosso pensamento e ajudar. Deus está nos
convidando não apenas a sentir pena, mas a agir, realizar,
colocar em prática o sentimento pelo qual estamos sendo
comovidos. Deus está nos convidando a passar dos
pensamentos e das palavras, para as atitudes.
Como dissemos no começo deste capítulo, todos os dias
pessoas com as mais diversas feridas cruzam os nossos
caminhos e Deus nos intima a que estejamos atando-lhes as
feridas.
É possível que você esteja se perguntando: como eu
posso atar a ferida de alguém? A resposta é: ame, ame, ame,
ame!
104
“Porventura, não há ungüento em Gileade? Ou não há lá
médico?”
Jeremias 8: 22a
Aleluia! Há ungüento em Gileade! Há médico! Há
solução! Há restauração! Há vida! Somos convocados a
demonstrar o bálsamo do amor de Deus e alvoroçarmos um
mundo carente de tudo, mas principalmente de amor!
105
106
CAPÍTULO 11 – DIVIDIR PARA CRESCER
O título deste capítulo pode parecer meio paradoxal.
Mas não é. Você se lembra de Atos 1: 8? Jesus mandou que os
seus discípulos pregassem o Evangelho em “Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra”.
Nos primeiros sete capítulos do livro de Atos, vemos a
Igreja cumprindo a primeira parte dessa missão: pregando o
Evangelho em Jerusalém e ficando restrita apenas a isso.
Depois da morte de Estevão, observamos a primeira
perseguição generalizada sofrida pela Igreja, sendo esta,
liderada por Saulo. Vejamos o que a Bíblia diz:
“E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele
dia, uma grande perseguição contra a Igreja que estava em Jerusalém;
e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria,
excetos os apóstolos.”
Atos 8: 1 (grifo meu)
A Igreja que antes estava condensada em Jerusalém,
espalha-se por Samaria e Judéia, começando a quase a
totalidade da ordem de Jesus.
Impressiona como Deus usa as armadilhas de Satanás
em benefício próprio e de Sua Igreja. O que parecia ser o fim
do Cristianismo com a morte de Estevão, serviu para espalhar
o Evangelho. O sangue dos mártires é realmente, o
combustível da Igreja.
Hoje, devemos ter a mesma atitude, para disseminar o
Evangelho; dividir, espalhar. Os discípulos foram divididos e
cada um foi pregando por onde ia. O que antes estava
condensado em uma única cidade, agora é espalhado por
regiões inteiras.
107
O crescimento do Evangelho no Brasil
A Igreja Evangélica no Brasil, cresceu com uma
característica bastante peculiar. Cresceu através da
disseminação de templos. No entanto, existe em outros países
e está entrando com grande força no Brasil, um modelo de
crescimento muito eficaz e estritamente Bíblico: o sistema
celular; não que o sistema de disseminação de templos não seja
eficaz, mas nesse capítulo falaremos acerca do sistema celular.
O exemplo de Moisés
Há quem diga que o sistema em células é uma
invenção, um modismo de pregadores “modernos”, mas a
Bíblia nos mostra que as células foram “inventadas” muito
antes do tempo dos Apóstolos.
“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés assentou-se para
julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã
até à tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao
povo, disse: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e
todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde?Então,
disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim para
consultar a Deus. Quando tem algum negócio, vem a mim, para que
eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as
suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse, não é bom o que fazes.
Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo;
porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve
agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo
povo diante de Deus e leva tu as coisas a Deus;E declara-lhes os
estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a
obra que devem fazer. E tu, dentre todo o povo, procura homens
capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a
avareza, e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem,
maiorais de cinqüenta e maiorais de dez; Para que julguem este povo
108
em todo o tempo, e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas
todo o negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás
da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar,
poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao
seu lugar. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez tudo quanto
tinha dito.”
Êxodo 18: 13-24
Moisés, cansado, atarefado, afadigado e (uma palavra
bem moderna) estressado; este é o retrato de muitos pastores
ou líderes que não têm como apascentar os seus rebanhos por
uma questão muito simples: é impossível fazê-lo em muitas
Igrejas.
Até uns trinta anos atrás víamos um número reduzido
de Igrejas Evangélicas e poucos crentes. A partir daí (graças a
Deus por isso) o número de pessoas que professam a fé
evangélica multiplicou-se sobremaneira. Templos que antes
estavam vazios, agora estão superlotados! É bem comum,
encontrarmos Igrejas hoje, com mais de mil membros.
Agora eu lhe pergunto querido leitor! Como pode um
pastor sozinho, quando muito com a ajuda de um auxiliar,
apascentar um rebanho de mais de mil ovelhas? É
simplesmente impossível!
O problema da inserção no corpo
Se você é membro de uma Igreja pequena, talvez se
lembre de quantas e quais foram as pessoas que visitaram a
sua Igreja no último domingo. Mas se você for membro de
uma Igreja grande, duvido que você saiba isso. Será que isso é
culpa sua? Creio que não. Pessoas que ainda não aceitaram a
Jesus, entram e saem sem ninguém perceber.
Já parou para pensar em quantas pessoas entram e
saem de nossas igrejas todos os domingos e nós não nem
109
sabemos quem são, qual seu nome, quais os seus problemas, se
são evangélicos ou não...?
Talvez você esteja pensando: será que eu também tenho
que me preocupar com quem entra e sai todos os domingos na
minha Igreja? Sim, Claro! Você tem. E eu lhe pergunto mais: o
que você acha que “prende” uma pessoa em uma Igreja?
Essa foi fácil, não? Prontamente você me respondeu
que é um pastor que prega muitíssimo bem ou um grupo de
louvor ungido ou ainda grande manifestação dos dons do
Espírito na Igreja.
Deixe-me dizer que não é nada disso. Isso pode se
aplicar melhor a pessoas que já são cristãs, mas nós estamos
falando de recém convertidos.
O que “prende” uma pessoa em uma Igreja é a
amizade.
Antes que você comece a me criticar e a fechar o livro,
permita-me explicar. Quando um ímpio entra em uma Igreja,
ele sente-se como um pássaro fora do ninho, não é verdade? Se
nós tomarmos o exemplo de uma Igreja de mil membros, por
exemplo; no modelo atual, o processo de inserção desta pessoa
no convívio do corpo é demorado. Neste meio tempo, Satanás
pode usar de diversas artimanhas para retirá-la da presença de
Deus. Coisas do tipo são bastante usadas: “Não está vendo há
quanto tempo você está na Igreja e ninguém veio falar contigo?
Aqui, cada um só se preocupa consigo mesmo... Suas amizades
anteriores é que eram sinceras. Volte para elas porque elas são
quem realmente te amam”. Trágico, não? Mas extremamente
verdadeiro. Satanás repete estas palavras com total prazer.
Em minha Igreja para um recém convertido dar a sua
pública confissão de fé e o batismo, é necessário fazer um
curso que nós chamamos de breve catecismo. Após esse curso,
o candidato passa por uma entrevista com o corpo de
presbíteros.
Algum tempo atrás, passou por este curso um grupo de
jovens e adolescentes; então chegou a hora da entrevista e
110
perguntei para cada um o por quê de estarem querendo se
batizar e tornarem-se membros daquela Igreja em específico.
Como você, eu também esperava respostas do tipo: “É porque
o pastor prega de maneira fabulosa”, “Porque o grupo de
louvor é fantástico”, ou ainda “porque eu gosto de uma Igreja
pentecostal como essa”. Quer saber o que eu ouvi de todos?
“Porque eu tenho grandes amizades aqui”. Surpreendente,
não? Um pregador consagrado, um ministério de louvor
abençoado, um profeta do Senhor, ou qualquer outra pessoa
muito consagrada ao Senhor, serve para atrair pessoas, mas a
amizade é que as mantém.
As células reduzem o tempo de inserção
consideravelmente. Quando uma pessoa aceita ao Senhor
Jesus, são recolhidos alguns de seus dados (nome completo,
telefone e endereço). É feito o contato com esse novo
convertido por telefone e o mesmo é indicado para a célula
mais próxima da sua casa. Lá, ela encontra irmãos prontos a
lhe ajudar e encontra amizades sinceras para toda a vida.
Inserida no convívio do corpo, a chance deste desviar-se é
muito pequena.
Mais dois problemas graves
E o que dizer daqueles irmãos fracos na fé, que passam
dois ou três domingos sem irem à Igreja? Ou estão enfermos e
ninguém vai visitá-los ou nem ao menos se telefona para eles!
O Diabo diz com o maior prazer que ninguém o ama,
que ninguém sente falta dele, que ninguém se importa com ele,
que cada um só liga para si próprio. Como já dissemos, cada
membro fica esperando pelo outro e todos esperam pelo pastor
da Igreja. Nós temos que dar o pontapé inicial. Temos que
tomar a iniciativa sempre.
Será que você consegue notar quem e quais são os
membros faltosos de sua igreja? Voltemos ao caso da Igreja
pequena e da grande. Se você é membro de uma pequena, você
111
consegue responder à minha pergunta anterior. Mas se você é
membro de uma Igreja com muitos membros, acho muito
difícil responder à minha pergunta.
Será que você tem contato com aquelas pessoas
faltosas? São suas amigas? Você tem o telefone delas? Será que
alguém tem? Será que alguém tem condições de visitá-las?
Eu lhe pergunto: será que o pastor é o culpado? Creio
que não. Ele tem muitas atividades para realizar! Estudar a
Palavra, preparar mensagens, dar atenção aos diversos
ministérios da Igreja, cuidar da sua família, aconselhamento
pastoral, etc. E você? Será que você se sente culpado, ou
sempre acha melhor dizer que a culpa é dos outros membros?
E quanto àqueles irmãos que têm potencial, têm
ministério, têm vocação, mas não têm oportunidade para
mostrar o seu talento, desenvolver o seu ministério. Com o
sistema centralizador e de verticalização do poder, as
oportunidades se concentram em poucas pessoas.
Será que você, pastor ou líder, já olhou para os seus
liderados e viu muitos talentos escondidos? Será que em todo
culto ou reunião você não vê pérolas maravilhosas dentro de
conchas? E se nós diminuíssemos o tamanho da Igreja? Se uma
Igreja ao invés de possuir quinhentos, mil membros; possuir
dez, quinze, vinte membros, ajudaria bastante, não?
Com esta atitude poderemos resolver dois problemas
crônicos de uma só vez: diminuiríamos drasticamente a evasão
de nossas Igrejas, ou seja, fecharíamos a porta dos fundos, e
descentralizamos o poder.
Imagine uma Igreja com vinte membros. Seria muito
mais fácil para alguém dirigí-la. Se alguém faltasse ao culto,
logo seria notado e com certeza alguém iria visitá-lo.
Com uma Igreja organizada em células, pessoas que
nunca tiveram oportunidade, agora teriam como se
desenvolver. Talentos escondidos poderiam ser revelados
porque, convenhamos, é muito mais fácil pregar, orar, louvar,
para vinte pessoas do que para mil ou mais!
112
Você deve estar questionando agora, que nós
precisaríamos de muitos templos. E lhe pergunto: para que nós
precisamos de templos se nós temos casas. Veja.
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de
ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.”
Atos 5: 42
“Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar
publicamente e pelas casas.”
Atos 20: 20
“Saudai também a Igreja que está em sua casa.”
Romanos 16: 5
“Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia, e a Ninfa, e à
Igreja que está em sua casa.”
Colossenses 4: 15
“E à nossa irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro, e à
Igreja que está em tua casa.”
Filemom 1: 2
É provável que você esteja pensando que a Igreja
primitiva utilizava casas por causa da perseguição do Império
Romano que não a deixava utilizar templos, mas você se
lembra da instituição dos diáconos? Porque os Apóstolos
tiveram que criar esse ofício? Porque as viúvas eram
desprezadas. Culpa dos apóstolos? Não. Atos 6:1 diz:
“crescendo o número dos discípulos”. Entenda que com o
crescimento da Igreja, tornou-se impossível para os Apóstolos
cuidar de tudo. Desde cedo, na história da Igreja, percebeu-se
que a descentralização do poder é a chave para o crescimento e
que o crescimento depende da divisão.
113
Fracasso para os homens, sucesso para Deus.
Posteriormente estaremos falando sobre missões na
vida da Igreja, mas veja comigo este texto.
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho
chamado.”
Atos 13: 2
O Espírito Santo separou Barnabé e Paulo para a obra
missionária e eles levaram consigo João Marcos, que
posteriormente recuou (At 13: 13). Terminada a sua primeira
viagem missionária, Paulo intentou visitar de novo todos os
lugares por eles visitados, mas Barnabé queria dar uma
segunda chance a João Marcos, o que não pareceu razoável a
Paulo. Então os dois se separaram. Barnabé com João Marcos e
Paulo com Silas.
Numa visão superficial das coisas talvez se perceba o
fracasso da obra missionária. Por que o Espírito Santo disse
que Paulo e Barnabé iriam trabalhar juntos se agora eles se
separaram? Alguns logo diriam que não foi Deus quem falou,
quando na Igreja em Antioquia, foram separados Barnabé e
Saulo para a obra missionária.
Pense comigo. Antes existia apenas uma equipe
missionária, mas depois do aparente fracasso, existiam duas!
Através da divisão veio o crescimento. Mais pessoas poderiam
ser evangelizadas e a ordem do Senhor poderia ser cumprida
de forma mais rápida.
Não estamos dizendo com isso, que o sistema celular
vem a substituir os templos, mas apenas complementá-los.
Mesmo no sistema atual de disseminação de templos, muitos
começaram em casas. Muitos templos suntuosos tiveram os
seus embriões nas salas de muitas casas. Aonde os templos não
chegam, as células podem chegar!
114
115
CAPÍTULO 12 – EVANGELISMO ATRAVÉS DE SINAIS
No capítulo dois deste livro, falamos sobre a
importância do Espírito Santo na vida da Igreja. O título desse
capítulo pode causar uma certa estranheza porque muito se
tem falado sobre evangelismo e muito tem se discutido sobre o
assunto. Muito se fala sobre evangelismo pessoal, de massa, de
alistamento, mas creio que nenhum deles têm a eficiência do
título deste capítulo.
“E aconteceu que, passando Pedro por toda parte, veio
também aos santos que habitavam em Lida. E achou ali um certo
homem chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual
era paralítico. E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá saúde;
levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. E viram-no todos
os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram
ao Senhor. E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que,
traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas
que fazia. E aconteceu, naqueles dias, que, enfermando ela, morreu; e,
tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto. E, como Lida era
perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe
mandaram dois varões, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter
com eles. E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o
levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e
mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com
elas. Mas Pedro, fazendo-as sair todas, pôs-se de joelhos e orou; e,
voltando-se para o corpo, disse: Tabita levanta-te. E ela abriu os olhos
e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou e,
chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. E foi isto
notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.”
Atos 9: 32-42
Você já se perguntou sobre o que diferencia o
Evangelho das outras religiões? Já se perguntou o que torna
116
vivo os ensinamentos de Jesus em detrimento dos de qualquer
outro líder religioso. Paulo disse que o Evangelho é o “poder
de Deus” e é tão somente isso que ele é: o poder de Deus! O
que diferencia o Evangelho de qualquer outra religião é o
poder de Deus.
Vemos no texto acima, que através de dois milagres
realizados por Pedro três cidades inteiras se converteram ao
Senhor. Talvez você pense: “Ah! Pedro era Pedro e quem sou
eu para manifestar o poder de Deus como Pedro”?
Particularmente, se você ainda está pensando assim,
recomendo que recomece a leitura deste livro.
Nos concentremos nos resultados: três cidades inteiras
convertidas! Fantástico! Estes resultados só são comparados ao
ministério de Jonas em Nínive.
Hoje, temos percebido a obra que o Espírito Santo
começa a realizar no meio da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Temos visto milagres extraordinários: aidéticos e cancerosos
sendo curados, paralíticos levantando, cegos vendo, surdos
ouvindo, mortos ressuscitando.
Podemos contemplar também a obra que o Espírito
Santo tem realizado nos corações: centenas de pessoas
diariamente aceitam ao Senhor como seu único e suficiente
Salvador; famílias inteiras estão vindo render-se aos pés do
Senhor Jesus. Vemos também a obra que o Espírito Santo tem
realizado capacitando o seu povo para pregar o Evangelho
com poder e intrepidez. Abrindo um parêntesis, vejo muitas
pessoas buscando os dons do Espírito Santo, mas muito poucas
pessoas buscando os frutos deste. É comum encontrarmos
pessoas que oram pedindo dons de curar, de profecia, da
palavra, de conhecimento, etc.; mas é raro acharmos pessoas
pedindo longaminidade, bondade, mansidão, temperança,
amor, etc. Fechando o parêntesis, como dissemos acima, que
até nas Igrejas ditas mais tradicionais, o Espírito Santo tem
sido buscado e um profundo avivamento tem sido
proclamado. Eu mesmo sou um bom exemplo disso. Fui
117
batizado com o Espírito Santo com dezesseis anos em uma
Igreja dita como tradicional, e que no momento em que
escrevemos estas palavras, está passando por um período de
grande avivamento.
Tudo isso é muito salutar e é simplesmente
cumprimento das profecias encontradas nos livros dos
profetas Isaías e Joel (já falamos sobre estes dois textos abaixo
no capítulo dois, mas é conveniente a nós, repeti-los agora):
“Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra
seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha
bênção sobre os teus descendentes.”
Isaías 44: 3
Temos aqui uma promessa extraordinária sobre a
descida do Espírito Santo. Nós, como o Israel de Deus, (Gl
6:16) temos total direito sobre a promessa contida no versículo
acima.
Outra promessa maravilhosa do derramamento do
Espírito Santo encontra-se na profecia do profeta Joel:
“E há de ser que, depois, derramarei do meu Espírito sobre
toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos
velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os
servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei do meu
Espírito.”
Joel 2: 28,29 (Grifo meu)
Devemos destacar a ruptura desta profecia com os
padrões do Antigo Testamento. Lembremos que na antiga
aliança, somente reis, sacerdotes e profetas eram revestidos
com o poder do Espírito Santo. De tempos em tempos,
algumas pessoas eram revestidas com poder de Deus para
tarefas específicas. Veja o caso de Bezalel, que foi ungido pelo
Espírito do Senhor, para construir o tabernáculo (Êx 31: 2,3).
118
Quando Joel diz que o Senhor derramaria do seu
Espírito sobre “toda a carne”, o choque que ele provoca nos
Judeus é muito grande. Imagine, o que antes era restrito a
pouquíssimas pessoas, agora é disponível a todos!
Isso a Igreja do Senhor Jesus tem começado a sentir. O
Espírito Santo sendo derramado sobre “toda a carne”. É por
isso que a Igreja evangélica cresce no Brasil de forma
assustadora. Dogmas e rituais foram trocados por poder!
Você consegue enxergar a semelhança entre o texto que
inicia este capítulo e o que estamos vivendo. Você já viu
alguma pessoa ser curada, liberta em nome de Buda, de
Maomé, de Alain Kardec, de Maria? Olhando para esses
líderes religiosos mortos e não ressurretos, é fascinante e ao
mesmo tempo trágico, a devoção que os seus seguidores têm
para com eles. Demonstram uma fé totalmente sincera, mas
totalmente errônea. Nós, como seguidores do Deus vivo, temos
uma fé totalmente certa e nem sempre totalmente sincera.
A utilidade dos dons
Há no texto abaixo, um aspecto interessante com
respeito ao dom de cura e aos outros dons do Espírito:
“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que
for útil.”
I Coríntios 12: 7
Já vimos que “imporão as mãos sobre os enfermos e os
curarão” está ao alcance daqueles que crêem no nome do
Senhor Jesus. Encontramos também, quase que diariamente,
pessoas pedindo os dons do Espírito e especialmente o dom de
cura, e ficam pedindo por meses, anos e até durante a vida
toda pelo mesmo. Olhe para o texto acima. Só recebe a
manifestação do Espírito Santo aquele que for utilizar o dom
que recebeu. Deus não dá nada a ninguém para que o mesmo
119
fique sentado de braços cruzados dizendo que é mais
espiritual que os outros porque tem essa ou aquele dom e o
irmãozinho não.
Ah! Querido, devemos manifestar o poder que há no
nome de Jesus. Nome esse, que somente nós, a Igreja, podemos
utilizar.
“E alguns exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o
nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos,
dizendo: Esconjuro-te por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam
isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.
Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem
sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E, saltando neles o homem que
tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que
eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa. E foi
notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos;
e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era
engrandecido.”
Atos 19: 13-17
Repare que os filhos de Ceva não conheciam ao Senhor
Jesus, estavam apenas usando o nome que Paulo usava para
expulsar os demônios. O mesmo respondeu que conhecia a
Jesus – veja que ele não fala “Senhor Jesus” como em todo o
restante do livro de Atos (I Co 12: 3) – e bem sabia quem era
Paulo, e eles quem eram?
Este é um alerta muito sério para aqueles que querem
brincar de ser cristãos. O nome de Jesus é exclusivo daqueles
que seguem as pisadas dele.
“Aquele que diz que está nele deve também andar como ele
andou.”
I João 2: 6
120
E o resultado desse ocorrido!? Toda a cidade de Éfeso
ficou sabendo do que aconteceu, e sobre “todos”, caiu temor.
Aleluia! Toda a cidade com temor diante do nome do Senhor
Jesus Cristo!
Olhando para a referência acima, muitos a interpretam
da seguinte forma: Devemos andar como o Senhor Jesus
andou, nos santificando, realizando boas obras, perdoando aos
outros, etc. Está corretíssimo. Devemos fazer tudo o que o
Senhor fez, mas nos esquecemos de um texto importantíssimo:
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e
com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.”
Atos 10: 38 (grifo meu)
Devemos andar como ele andou não somente na
conduta moral e ética, mas também devemos andar
manifestando o poder de Deus como ele manifestou e
destruindo o poder das trevas como ele destruiu.
“Para isto o filho de Deus se manifestou: para desfazer as
obras do diabo.”
I João 3: 8b
Cristo manifestou o poder de Deus para destruir a obra
do diabo, e nós, como filhos de Deus, devemos fazer o mesmo.
Os relatos dos resultados do Evangelismo através de
sinais são fartos no livro de Atos. Vejamos mais alguns:
“E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a
Cristo. E as multidões unanimente prestavam atenção ao que Filipe
dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. Pois que os
espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta
voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.”
Atos 8: 5-7
121
“E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se
converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da
igreja que estava em Jerusalém; e enviaram barnabé até Antioquia. O
qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a
todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.
Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor.”
Atos 11: 21-24
“Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, cheio do
Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse: Ó filho do diabo, cheio de
todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não
cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois,
agora, contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por
algum tempo. No mesmo instante, a escuridão e as trevas caíram
sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão.
Então, o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado
da doutrina do Senhor.”
Atos 13: 9-12
Quando falamos em sinais e prodígios, muitas pessoas
pensam logo em curas. De fato é um dom muito importante ao
qual foi dada grande importância no ministério do Senhor
Jesus e dos personagens do livro de Atos. Todavia, devemos
destacar todos os dons. Todas as manifestações do Espírito
Santo são importantes. Paulo na sua primeira carta aos
Coríntios fala do uso do dom de profecia na Evangelização:
“Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim,
lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus
está verdadeiramente entre vós.”
I Coríntios 14: 26
Falamos anteriormente sobre a unidade, palavra que se
encaixa perfeitamente aqui. Deve haver uma unidade entre os
122
diversos dons na Igreja de forma que todos se voltem para a
evangelização.
É isso que devemos fazer. Buscar os dons que o Senhor
nos entregou e manifestá-los para que estejamos alcançando
vidas para o Reino de Deus e assim alvoroçando o mundo.
123
124
CAPÍTULO 13 – A INTERCESSÃO EFICAZ
Chegamos ao capítulo doze do livro de Atos dos
Apóstolos. A Igreja, a essa altura, já está cumprindo a maior
parte da ordem do Senhor Jesus e se preparando para enviar
os primeiros missionários para além-mar.
No começo deste capítulo, vemos Herodes Agripa I
matando a Tiago, irmão de João e um dos doze discípulos.
Vendo que tal atitude agradara aos Judeus, prendeu a Pedro,
um dos três pilares da Igreja (Gl 2: 9).
Ao longo da Bíblia, vemos homens de Deus que na
hora das dificuldades não se lamentaram, não murmuraram,
não blasfemaram, não colocaram a culpa em Deus. Apenas
oraram. Da mesma forma vemos a Igreja orando por Pedro.
“Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a Igreja fazia
contínua oração por ele a Deus.”
Atos 12: 5
Será que já lhe passou pela cabeça, pelo que eles
oravam? Será que era para que Pedro tivesse uma morte
tranqüila e conformada, ou para que ele não sofresse muito?
Será que era para que ele fosse liberto? Ou oravam por um
milagre? Creio que a última opção, pois foi isso que ocorreu.
Um milagre. Deus enviou o seu anjo e livrou a Pedro das mãos
de Herodes em resposta às orações da Igreja que estava na casa
de Maria, mãe do evangelista João Marcos. É interessante
olharmos nessa passagem a atitude desses irmãos diante da
resposta de Deus às suas orações.
“E, considerando ele nisso, foi à casa de Maria, mãe de João,
que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e
oravam. E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada
Rode saiu a escutar. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não
125
abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava
à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim
era. E diziam: É o seu anjo. Mas Pedro perseverava em bater, e,
quando abriram, viram-no e se espantaram.”
Atos 12: 12-16
Veja que eles se espantaram por ver Pedro solto ali na
frente deles. Chegaram a insinuar que Rode estava louca, ou
então, acharam que era muito mais fácil a menina ter visto um
anjo do que estar dizendo a verdade em relação a Pedro estar à
porta daquela casa. Mas eles não estavam orando por isso
mesmo? Não estavam orando para que o milagre se realizasse?
Então por quê se espantaram? Por quê não acreditaram que
Deus havia lhes dado a resposta? Será que estavam espantados
com a velocidade da resposta de Deus? Veja que em resposta
às orações, Deus criou o portão automático. A porta de ferro
que dava para a cidade abriu-se sozinha. Curiosamente a porta
em que Pedro teve maior dificuldade em atravessar foi a da
casa de Maria onde muitos estavam reunidos orando por ele.
Será que você se vê como um desses irmãos na casa de
Maria? Será que você não consegue enxergar o seu lugar
naquele círculo de oração? Será que você não esteve lá quando
orou pela salvação da sua família? E a cura de uma
enfermidade? Algum problema familiar? Problema de
desemprego? Quantas vezes oramos somente por orar ou
como que jogando palavras ao ar. Oramos, mas muitas vezes,
bem no fundo, não cremos que Deus está nos ouvindo, ou que
Ele irá nos responder. Não cremos na vitória, na providência
divina. Tiago 1:7 diz, que quem não pede com fé ao Senhor não
receberá nada dEle.
O caso do guarda-chuva
Numa Igreja do interior, numa localidade em que a
economia era baseada na agricultura, os membros estavam
126
orando para que o Senhor mandasse chuva para o bom
crescimento das sementes que cada um tinha plantado em suas
respectivas propriedades. Em um certo dia, em um culto de
domingo de manhã, apesar de um sol escaldante, uma menina
foi à Igreja munida com o seu guarda-chuva. Logo vieram as
críticas: “você está louca, não está vendo que está um calor
insuportável e você ainda vem de guarda-chuva para a
Igreja?” A menina muito sabiamente respondeu: “Mas nós não
estamos orando para que chova?” Glória a Deus! Somente
aquela menina tinha fé para crer que Deus faria aquilo que eles
estavam pedindo. E o resultado? Somente aquela menina
conseguiu ir para a casa porque os incrédulos tiveram de
esperar o temporal passar.
Ouvindo a oração de uma criança
Talvez você esteja se perguntando? Se Deus não
responde a orações feitas com incredulidade, por quê então
libertou a Pedro em resposta à oração da Igreja reunida na casa
de Maria? Querido, preste atenção! Deus não respondeu a
oração de todas aquelas pessoas, mas Ele respondeu a oração
de uma única pessoa! Você sabe quem foi? Isso mesmo. Foi a de
Rode. Deus contemplou a oração de uma menina e comovido
por esta oração, enviou o seu anjo e libertou a Pedro.
Choquei-te com o que eu disse? Choquei-te dizendo
que a mão de Deus foi movida pela a oração de uma menina?
Por quê? Porque temos a falsa impressão de que Deus só ouve
a homens e mulheres privilegiados. Deus ouve e atende a uma
oração feita com fé. Não importa por quem tenha sido feita.
A oração que se multiplica
O que dizer do centurião Cornélio? Gentio, apesar de
possuir autoridade terrena dada por César, era desprezado
pelos Judeus pela sua condição de gentio. Nunca um Judeu
127
poderia esperar que um anjo fosse aparecer a Cornélio e muito
menos dizer isso:
“Este fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é
Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm
subido para a memória diante de Deus.”
Atos 10: 4 (grifo meu)
Um Judeu poderia esperar que Deus ouvisse as orações
de qualquer um, menos de um gentio. Deus não só ouviu a
oração desse homem, mas através dela gerou um
arrebatamento de sentidos em Pedro para que ele reconhecesse
que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10: 34). Ou você
acha que Pedro se importava se os gentios seriam salvos ou
não? Veja o que ele diz neste versículo.
“E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão
judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me
que a nenhum homem chame comum ou imundo.”
Atos 10: 28
Deus não só ouviu a oração de um gentio mas, através
dela, gerou um meio de acabar com o preconceito dos
Apóstolos para que depois dele, Cornélio, milhões de gentios
fossem salvos. Maravilhoso, não?
Eu lhe pergunto, pelo que Cornélio tanto orava? Pelo
que Cornélio “de contínuo, orava a Deus” (Atos 10: 2)? Veja
comigo a resposta:
“E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E Cornélio os
estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais
íntimos.”
Atos 10: 24
128
O que Cornélio fez, amado? Cornélio convidou os seus
parentes e amigos mais íntimos. Por quê? Porque há muito ele
já estava orando por cada um deles. Ele, de contínuo, orava a
Deus por eles,e na primeira oportunidade que teve, sabendo
que Pedro falaria: “tudo quanto por Deus te é mandado” (Atos 10:
33), convidou-os. Como resultado, todos, inclusive Cornélio,
foram salvos, batizados com o Espírito Santo e batizados com
água em um só dia. Resultado de uma intercessão simples aos
olhos humanos, eficaz, contudo, aos olhos de Deus.
Será que você se encaixa na condição de Cornélio?
Desprezado pela sociedade em geral? Você fala e os homens
não te ouvem? Talvez você se sinta indigno de orar? Olhe para
Cornélio. Indigno de ser ouvido pelos homens, mas ouvido
pelo Deus Todo-poderoso.
A intercessão eficaz é aquela que é feita com a fé de um
coração puro diante de Deus. Conhecemos e creio que você
também conheça casos de pessoas que são salvas por causa da
interseção de outros.
Estávamos um dia dando um estudo sobre intercessão
e perguntamos para o auditório qual é a definição de
intercessor. Dentre a muitas definições que recebemos, uma
me marcou profundamente. Uma irmã nos disse que um
intercessor é um representante.
Sabemos que quem não é influenciado por Deus, é
influenciado pelo diabo (Ef 2: 1,2). - Quando uma pessoa se
converte, ela é retirada do reino das trevas e transposta para o
reino de Deus (Cl 1: 13) - Esta pessoa está morta em seus
delitos e não tem condições por si mesma de sair das garras de
Satanás. Então nós, como representantes dela, entramos e
saqueamos o reino das trevas com o poder que há no nome do
Senhor Jesus Cristo. É por isso que a intercessão é tão
importante na evangelização. É imprescindível que antes que
se realize qualquer trabalho evangelístico, faça-se oração
pedindo ao Senhor que cubra-nos com o sangue de Jesus
Cristo; a nós e a nossos familiares, enquanto estamos
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saqueando o inferno, entrando no terreno inimigo, no nome do
Senhor Jesus.
Como dissemos anteriormente, não fixe o olhar para as
pessoas, para os problemas, para as tribulações. Olhe para o
Deus que prometeu salvar toda a sua família se você tão
somente crer nEle (At 16: 31). Mesmo que alguém por quem
você esteja orando seja, aos seus olhos, difícil de se converter,
Deus quer salvá-lo.
Não importa quem você é e o que acha a respeito de si
próprio. Através das suas orações, Deus quer alvoroçar o
mundo. Faça-o. Ele está pronto a te escutar.
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CAPÍTULO 14 – MISSÕES DIRIGIDAS POR DEUS
Estamos chegando ao fim deste livro (você já deve ter
percebido pelo número de páginas que faltam).
Tendo como base Atos 1:8, vimos até agora a Igreja
cumprindo três dos quatro passos desta ordem. Jerusalém,
toda a Judéia e Samaria, já foram conquistadas para o Senhor
Jesus. Falta agora o último e mais difícil passo: “até os confins
da terra”. E a Igreja começa a cumprir esta missão em Atos 13
com Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado.”
Atos 13: 2
Alguns podem se perguntar: Por que Deus escolheu a
Paulo para ser missionário entre os gentios e deixou Pedro e
João, por exemplo, somente entre os Judeus? Não vamos
discutir aqui qual dos três possuía maior poder de Deus ou
quem era mais ungido pelo Espírito do Senhor. Entendemos
que os três possuíam todos os dons do Espírito e eram
igualmente ungidos por Deus. O que iremos discutir é uma
frase que muitas vezes passa desapercebida no evangelho de
Mateus.
“E a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a
cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para
longe.”
Mateus 25: 15 (grifo meu)
Deus não despreza a capacidade natural de uma
pessoa; antes, a aperfeiçoa. Deus escolheu a Paulo, porque ele,
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através de sua capacidade, tinha livre acesso no mundo
conhecido. O que não poderia ocorrer com Pedro e João.
Por favor, não me entenda mal. Não estamos dizendo
com isso que Deus não use os menos estudados; por favor, não
é isso! O que estamos querendo dizer é que Deus usa as
pessoas certas para as funções certas. Veja o relato de Paulo
sobre o seu próprio ministério missionário:
“E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus;
para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para
ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se
estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da
lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco
para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para,
por todos os meios, chegar a salvar alguns.”
I Coríntios 9: 20-22
O que Paulo está fazendo no texto acima é uma
expressão moderna: missão transcultural.
Conselhos práticos
Meu conselho para você que quer fazer a obra de Deus
é: estude, estude, estude! Se você acha que o seu chamado é
para pregar a Palavra de Deus, devore a Bíblia; faça um curso
de idiomas – inglês seria uma boa opção – faça um curso de
Teologia e não se esqueça de seus estudos seculares. Estude o
máximo que puder.
Se você tem chamada missionária, ore para que o
Senhor lhe revele para onde ele quer que você vá e então
estude a língua desse povo, seus usos e costumes. Enquanto
estuda, ore pelos mesmos, esteja se preparando e Deus vai
honrar a sua chamada.
Para reforçar o que estamos falando, devemos lembrar
que em determinadas situações, Paulo usava a sua condição de
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cidadão romano em benefício próprio (At 16: 37), e o mais
importante de tudo: nunca deposite o seu ministério em mãos
humanas! Nunca deixe um homem dirigir os seus passos.
“E, passando pela Frigia e pela província da Galácia, foram
impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E,
quando chegaram a Mísia, intentavam ir para a Bitínia, mas o
Espírito de Jesus não lho permitiu. E, tendo passado por Mísia,
desceram a Trôade. E Paulo teve, de noite, uma visão em que
apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à
Macedônia e ajuda-nos!”
Atos 16: 6-9
Pouco depois de Paulo ter ido para a Macedônia,
chegou a uma cidade chamada Filipos, onde depois de ter
expulsado um demônio de uma jovem, foi açoitado com varas
e jogado na prisão, mas ele sabia a qual Deus estava servindo.
“Por cuja causa padeço também isto, mas não me
envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é
poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia.”
II Timóteo 1: 12
Dificuldades, problemas, tribulações, perseguições, etc,
sempre irão existir, mas sempre faça questão de estar no centro
da vontade de Deus para a sua vida.
Que Deus lhe abençoe e nos dê ousadia para que
estejamos alvoroçando o mundo!
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PALAVRA FINAL
Deus tem feito arder no meu coração as palavras do
profeta Amós:
“Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome
sobre a terra, mas não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do Senhor.”
Amós 8: 11
O Senhor tem procurado homens e mulheres que
tenham verdadeiramente sede e fome das suas palavras, que
busquem a sua presença muito mais do que as suas bênçãos,
que não se conformem nunca com a sua condição espiritual no
momento e a cada dia busquem mais de Deus para suas vidas.
O padrão de Deus para a sua Igreja ao longo dos
séculos é o que está relatado no livro de Atos.
Por mais de mil e quinhentos anos, o poder de Deus foi
substituído por rituais, mas graças a Deus, nesses últimos dias,
tem-se levantado um exército que não tem compromisso com
este mundo e com o pecado. Um exército que manifesta o
poder de Deus e está alvoroçando o mundo! Aliste-se. Deus
está contando com você! Ele quer usar a sua vida para que
você, também esteja alvoroçando o mundo.
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