AMÉRICA: COLONIZAÇÃO INGLESA, INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS E GUERRA DA SECESSÃO CONTEÚDOS As 13 colônias da Inglaterra e Comércio Triangular As leis intoleráveis e a Guerra de Independência A expansão territorial para o Oeste e a Doutrina Monroe A Guerra da Secessão AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Após a divisão da América, entre Portugal e Espanha, por meio do Tratado de Tordesilhas, esses países passaram a estabelecer uma política de colonização desse novo continente. A seguir, observe as áreas que esses dois países priorizaram na sua ocupação. Figura 1 – Ocupação da América Latina Colonial Fonte: Fundação Bradesco As regiões da América que não apresentavam riquezas naturais (ouro e prata) e não tinham o clima propício para ser explorada a agricultura de gêneros tropicais, ficaram praticamente abandonadas pelos portugueses e espanhóis. Dessa forma, os países como Inglaterra, França e Holanda, que haviam ficado sem colônias na América, passaram a invadir essas áreas abandonadas estabelecendo ali suas colônias. As 13 colônias da Inglaterra Os ingleses ocuparam o norte da América, por volta do século 17, por meio da criação de companhia de comércio. A possibilidade de enriquecer nesse novo continente atraiu uma série de imigrantes, que passaram a ocupar praticamente a costa leste, do norte da América, fundando as 13 colônias. Os ingleses organizaram esse território em Colônias de Povoamento ao norte e Colônias de Exploração ao sul. Figura 2 - Território das 13 Colônias da Inglaterra Fonte: Fundação Bradesco As Colônias de Povoamento, devido a sua localização, não eram capazes de produzir gêneros agrícolas tropicais, ou seja, não eram economicamente interessantes à metrópole. Por isso, geralmente recebiam todos os indivíduos que não eram considerados bem vindos na Inglaterra, como por exemplo, dissidentes religiosos do anglicanismo, opositores políticos da monarquia, aventureiros, criminosos, mendigos, prostitutas, etc. Muitos deles, não tinham sequer o dinheiro para pagar a passagem para a América e, por isso, assinavam contratos para trabalharem como escravos brancos, por 5 anos nesse novo mundo, como forma de pagar pela sua viagem. A Inglaterra, pouco investiu em uma estrutura de controle dessas áreas, o que resultou em uma relativa liberdade dos colonos que ali viviam. Desse modo, eles acabaram organizando-se em pequenas propriedades que produziam apenas para atender a sua subsistência e o tímido comércio interno. Porém, com o tempo, essa região começou a investir em uma produção manufatureira que intensificaria o comércio com as colônias do sul, sobretudo quando eles passaram a inserir-se no tráfico negreiro. A principal consequência dessa estrutura de povoamento, foi que as colônias do norte conseguiram investir seu capital para desenvolver-se internamente, diminuindo sua dependência econômica com a metrópole e garantindo uma maior autonomia para essa região. Já as Colônias de Exploração, foram organizadas para gerar lucros à metrópole, portanto, a Inglaterra exercia grande controle sobre essa região. Por exemplo, para essa região foi imposto um Pacto Colonial, garantindo o monopólio comercial inglês. O território foi organizado em grandes latifúndios escravistas que adotavam a plantation (grande propriedade, monocultura, voltada para mercado externo e mão de obra barata) como forma de cultivo. Essas grandes propriedades agrícolas foram doadas a média nobreza inglesa que tinha capitais para investir na produção algodoeira e de tabaco, que eram produtos que poderiam gerar grandes lucros a metrópole. Os colonos do sul organizaram sua sociedade de forma aristocrática, baseando seu status na propriedade de terras e de escravos. Eles eram mais ligados as tradições inglesas e mais fiéis aos comandos que partiam dessa monarquia. Saiba mais: O Comércio Triangular, foi estabelecido entre as colônias inglesas do Norte, do Sul e as áreas fornecedoras de escravos da África. Figura 3 - Esquema do Comércio Triangular dos Estados Unidos Fonte: Fundação Bradesco Dessa forma, as colônias do Norte, que gozavam de maior autonomia com relação a metrópole, passaram a enriquecer, devido a sua produção manufatureira e, principalmente pela venda de escravos aos latifúndios do Sul. As leis intoleráveis e a Guerra de Independência No momento que a Inglaterra percebeu o enriquecimento das colônias do Norte, ela decide exercer um maior controle na região, impondo as regras de exploração como o Pacto-Colonial e uma política de fiscalização e controle dos impostos que deveriam ser pagos a metrópole. Com isso, a população que estava acostumada a comercializar com relativa liberdade, passou a se sentir explorada e passou a organizar protestos contra as medidas tributárias impostas pela Inglaterra. Saiba mais: Para agravar esse contexto de insatisfação, o governo inglês ainda decretou uma série de medidas que geraram revolta entre os colonos, como por exemplo: Lei do Açúcar - que aumentou os impostos sobre o açúcar. Lei do Chá (Tea Party) - que aumentou os impostos sobre o chá. Lei do Selo - que obrigou os produtos comercializados na colônia pagarem por um selo de certificação inglês. Incidente de Leixgton - que reprimiu violentamente toda a população local sem distinguir quem havia ou não participado do saque ao depósito de armas inglês. Guerra dos 7 Anos - que obrigou cidadãos da colônia a lutar ao lado de soldados da metrópole pelo domínio das terras canadenses contra a França. Dado ao caráter arbitrário dessas leis, e por elas terem sido aprovadas sem que houvesse um representante dos colonos no parlamento inglês, conforme previsto pelo Bill of Rigths (veja mais detalhes no Tema de Estudo de História - Idade Moderna: Revoluções Inglesas), os cidadãos das 13 Colônias, passaram a chamá-las de Leis Intoleráveis. Movidos pelas ideias iluministas de liberdade e igualdade perante a lei, os colonos do norte buscaram apoio dos grandes fazendeiros do sul, para unirem forças e iniciarem um movimento de Independência. Depois de muita articulação e negociações, eles chegam em um consenso durante os Congressos da Philadelphia que decidiram realizar a independência. Dessa forma, em 4 de Julho de 1776 os futuros dirigentes dos Estados Unidos assinam a Declaração de Independência desse novo país. Figura 4 - Bandeira representando as Treze Colônias Fonte: Wikimedia Commons Para liderar o exército rebelde dos colonos norte-americanos, foi convidado George Washington, que sofreu sucessivas derrotas nessas primeiras batalhas com a Inglaterra. O exército inglês era profissional, muito bem treinado e contava com armas mais eficientes. Assim, esses colonos logo perceberam que seria necessário buscar alianças externas para obter a vitória. Nesse contexto, Benjamin Franklin, viaja a Europa e negocia o apoio da França (inimiga histórica da Inglaterra), da Holanda e da Espanha ao projeto de Independência dos Estados Unidos. Figura 5 - George Washington Figura 6 - Benjamin Franklin Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Com a chegada das armas, enviadas por esses países, e depois de soldados do exército francês, que foram enviados para a América, os colonos conseguiram um significativo reforço para a sua luta contra a Inglaterra e obtiveram suas primeiras vitórias. Nesse sentido, as batalhas de Saratoga e Yorktown, representaram importantes vitórias dos colonos norte-americanos nessa guerra de independência. Dessa forma, o exército inglês passou por sucessivas derrotas até que em 1783, pelo Tratado de Paris, a Inglaterra reconhece oficialmente a Independência dos Estados Unidos. Por fim, em 1788, George Washington é eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos independente. A constituição desse país passou a vigorar em 1789 e originalmente era composta por sete artigos. Nela foram incorporadas as ideias iluministas, como a divisão idealizada por Montesquieu, que propunha a divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário. O direito à propriedade foi considerado inalienável, o que na época incluía a posse de escravos. Além disso, ela previa a autonomia dos estados federativos. Depois de entrar em vigor, ao longo da história, essa constituição ainda recebeu 27 emendas, porém, mesmo assim, é considerada uma das constituições mais sucintas do mundo atual. A expansão territorial para o Oeste e a Doutrina Monroe Após a independência, o governo dos Estados Unidos, iniciou um projeto de expansão. Apoiando-se na ideia do Destino Manifesto, que defendia que o povo norteamericano foi eleito por Deus para colonizar a América, eles iniciaram um processo de compra de novos territórios e conquista de novas terras que expandiriam as fronteiras dos Estados Unidos da costa do Atlântico até a costa do Pacífico. Curiosidade: Os Estados Unidos, para chegar a sua configuração política atual, precisou expandir-se por meio de conflitos e acordos políticos, que lhes proporcionaram a aquisição de uma série de novos territórios, tais como: Louisiana, comprada em 1803, da França. Flórida, comprada em 1821, da Espanha. Oregon, conquistado em 1846, por meio de acordo com a Inglaterra. Texas e Califórnia, conquistados em 1848, por meio de uma guerra contra o México. Arizona, Colorado, Nevada e Novo México, comprados em 1853, do México. Alasca, comprado em 1867, do Império Russo. Havaí, ocupado em 1898, quando o governo local foi deposto e o arquipélago anexado. Figura 7 - Principais territórios que pertencem aos Estados Unidos Fonte: Fundação Bradesco Nesse contexto de expansão, para ocupar os novos territórios, o governo norteamericano incentivou a marcha para o Oeste, doando terras para os colonos que quisessem se estabelecer em grandes fazendas no interior do país. Esse fato, motivou uma grande marcha para o Oeste, que devastou praticamente toda a mata nativa e dizimou milhares de indígenas, em um dos maiores genocídios de toda a história. O lema pregado por esses colonos que simplesmente expulsavam e matavam as populações nativas das terras que eles tinham recebido do estado era: “índio bom é índio morto”. Nesse momento, para ajudar nessa ocupação do território, a imigração europeia foi incentivada, como forma de garantir que a mão de obra utilizada nessa ocupação fosse predominantemente branca e não negra. As fazendas que surgiram no interior do país passaram a se organizar em grandes cinturões agrícolas chamados belts. Para ocupar as áreas do extremo oeste, além das Montanhas Rochosas, o governo norte-americano fez uma grande campanha que incentivava a corrida pelo ouro. Dessa forma, muitos aventureiros partiram para essas áreas em busca de enriquecer com esse sonho dourado. Porém, essa corrida rapidamente se frustrou, já que o ouro que havia na região não era abundante. Muitos desses aventureiros abandonam essas vilas do extremo oeste, dando origem as famosas cidades fantasmas dos filmes de faroeste. Figura 8 - Toro Sentado e Búfalo Bill, personagens famosos dos filmes de faroeste Fonte: Wikimedia Commons O pensamento expansionista norte-americano, também marcou terreno nas relações geopolíticas desse país com o restante da América, na medida em que os Estados Unidos comprometeram-se a auxiliar os demais países da América a conquistarem a sua independência, pela Doutrina Monroe, que tinha como lema: América para os americanos. Na prática, ao longo da história, essa doutrina garantiu um alinhamento do interesse norteamericano de manter alianças com os países latino-americanos para poder explorar seus recursos e mercados. A Guerra da Secessão Após a expansão territorial dos Estados Unidos as diferenças políticas, econômicas e sociais que sempre existiram entre os estados do norte e do sul da nação passaram a ficar mais evidentes. A ideia de definir um projeto que norteasse a administração pública do país fez com que essas diferenças evidenciassem algumas rivalidades e disputas internas. Figura 9 - Soldados da União em 1862 Fonte: Wikimédia Commons Os estados do sul dos Estados Unidos, mantiveram sua economia baseada na agricultura de gêneros tropicais de exportação, como por exemplo, a cana, o algodão e o tabaco, produzidos a partir de grandes latifúndios escravistas. Essa região do país, pouco alterou-se nas questões sociais e manteve uma estrutura aristocrática de privilégios que defendia uma política elitista, tradicional e conservadora. Para eles o governo deveria ter pouca interferência na economia e garantir taxas alfandegárias baixas que favorecessem as exportações. Por outro lado, os estados do norte que por anos lucraram com o comércio e com o tráfico negreiro, gerou capital para desenvolver a produção fabril da região. Além disso, eles receberam um grande número de imigrantes europeus, habituados a trabalhar nas indústrias que impulsionaram o desenvolvimento desse setor. Para completar, a região dos Grandes Lagos, localizada ao norte do país, dispunha de uma série de recursos minerais fundamentais a produção industrial, que favoreceu a instalação de fábricas nessa região. Assim, todos esses fatores, contribuíram para o desenvolvimento de grandes empreendimentos industriais, no norte dos Estados Unidos. O resultado desse crescimento econômico do norte, foi o surgimento de uma burguesia industrial enriquecida que passou a ter anseios de dominar politicamente o país e estabelecer leis protecionistas que impedissem a concorrência dos produtos importados com os produzidos nacionalmente. A questão abolicionista, por exemplo, atendia os interesses dos donos das indústrias pois aumentaria o mercado consumidor interno. Vale destacar que os escravos não tinham dinheiro para comprar os produtos industrializados do norte, mas caso se tornassem livres, eles poderiam receber um salário e se tornariam consumidores. Nas eleições de 1861, quando Abraham Lincoln torna-se presidente, as tensões políticas entre o norte e o sul aumentaram. O novo presidente era um republicano contrário à escravidão ainda praticada no sul do país. Figura 10 - Abraham Lincoln Fonte: Wikimedia Commons A clara diferença de interesses entre esses grupos fez com que 11 estados defensores da escravidão se unissem e declararam-se independentes do restante do país, formando os Estados Confederados da América. A criação de um exército independente em 1861, acabou se tornando o estopim para o início dessa grande guerra civil entre o norte e o sul do país que duraria até 1865. A Guerra da Secessão foi extremamente violenta, gerando um grande número de feridos, mutilados e cerca de 970 mil mortes. A economia agroexportadora do sul do país foi muito abalada com a guerra e ficou completamente arrasada no decorrer do conflito. Esse, dentre outros fatores, favoreceu a vitória dos estados do norte. No fim desse conflito, os estados do sul assinam a sua rendição e reconhecem a sua derrota para o norte. A partir daí, a escravidão foi totalmente abolida nos Estados Unidos no ano de 1865, por meio da 13ª emenda à Constituição Federal do país. Os governos que assumiram o comando do país após essa guerra, passaram a investir fortemente no desenvolvimento científico e industrial do país, criando regras protecionistas para favorecer o desenvolvimento da sua indústria. Assim, a economia americana cresce significativamente e torna-se hegemônica após a Primeira Guerra Mundial, quando os demais países industrializados da Europa encontravam-se destruídos em consequência desse grande conflito. Saiba mais: No ano de 1863, Abraham Lincoln decreta o fim da escravidão nos Estados Unidos, porém, foi apenas em 1865 com a vitória do norte na Guerra da Secessão que escravidão foi oficialmente extinta em todo o país. Assim, os negros passaram a ser livres, mas não gozavam dos mesmos direitos dos cidadãos brancos. Essa vitória de direitos igualitários foi conquistada parcialmente em 1865 e o direito de participar das eleições só ocorreu em 1870. Mesmo assim, os negros continuavam a sofrer com a discriminação, com o preconceito e com a segregação, o que levou Martin Luther King a organizar a lendária marcha pelos direitos civis rumo a Washington em 1963, que lutaria Figura 11 - Martin Luther King pela igualdade racial ainda muito negligenciada nos Fonte: Wikimedia Commons Estados Unidos. ATIVIDADES 1. Leia o trecho destacado a seguir: Nessa parte da América estabeleceram-se colonos em pequenas propriedades que produziam para a sua subsistência. Eles gozavam de relativa liberdade com relação ao controle da metrópole e, em consequência disso, desenvolveram algumas manufaturas e um pequeno comércio com as áreas vizinhas que mantinham latifúndios escravistas de produção agrária voltada para exportação (plantation). Os lucros desse comércio, em geral, favoreceram que essa parte da colônia se desenvolvesse internamente. Pode-se dizer que o texto trata da colônia de a) povoamento holandesa, localizada na América Insular. b) povoamento inglesa, localizada na América do Norte. c) exploração espanhola, localizada na América Central. d) exploração portuguesa, localizada na América do Sul. e) povoamento francesa, localizada na América Latina. 2. Explique porque a Marcha para o Oeste dos Estados Unidos pode ser vista como o maior genocídio indígena da história desse país. 3. (FUVEST-2009) “Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse governo, meio escravista e meio livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a União se dissolva; não espero que a casa caia. Mas espero que deixe de ser dividida. Ela se transformará só numa coisa ou só na outra”. Abraham Lincoln, em 1858. Esse texto expressa a a) posição política autoritária do presidente Lincoln. b) perspectiva dos representantes do sul dos EUA. c) proposta de Lincoln para abolir a escravidão. d) proposição nortista para impedir a expansão para o Oeste. e) preocupação de Lincoln com uma possível guerra civil. LEITURA COMPLEMENTAR Lei do Povoamento e os povos indígenas A Lei do Povoamento, implantada no século 19, pelo governo norte-americano, efetivou o desenvolvimento da economia, porém foi responsável pelo extermínio dos povos indígenas. Os Estados Unidos da América (EUA) conheceram um grande período de prosperidade econômica desde a sua independência, no século 18, até à política de expansão territorial, efetuada no século 19. Os principais objetivos da expansão territorial resultaram da consolidação do capitalismo e da necessidade de garantir matérias-primas e mercados consumidores para os produtos industrializados. Dessa necessidade de expansão territorial, surgiu, no ano de 1862, uma política regimentada pelo governo norte-americano, chamada de Homestead Act ou Lei do Povoamento, que tinha como principal finalidade a ocupação das terras a oeste. Essa ocupação se deu a partir do momento em que o governo ofertou, por uma baixa quantia, uma gleba (lote de terra) para as famílias que aceitassem ocupá-las e cultivá-las. As grandes quantidades de estrangeiros que desembarcaram nos EUA vieram atraídas pela Lei do Povoamento. Em decorrência da ocupação dos territórios do oeste, ocorreu a modernização dos sistemas de transportes. Foram implantadas ferrovias e a navegação a vapor, o que facilitou o deslocamento de pessoas e mercadorias. Teve início, também, a formação dos belts ou cinturões (plantações de milho, trigo e algodão) e a acentuação da criação de bovinos e suínos. Os EUA se transformaram, principalmente no século 19, na maior potência agropecuária do mundo. Com o crescimento acentuado da economia norte-americana, sobretudo em consequência da expansão territorial e da Marcha para o Oeste, devemos nos perguntar: o que aconteceu com as populações indígenas que ocupavam a maioria das terras a oeste? Conforme veremos, com a ocupação dos territórios a oeste, após a aprovação da Lei do Povoamento, em 1862, as populações indígenas foram sendo combatidas, empurradas para fora de suas terras e exterminadas durante o processo de ocupação territorial. Milhões de índios foram dizimados e exterminados, constituindo-se como as maiores vítimas da Marcha para o Oeste. Com a Lei do Povoamento, o governo vendia as terras sem a autorização dos verdadeiros donos: os povos indígenas, que habitavam essas terras séculos antes da chegada dos europeus e dos colonos. A Lei do Povoamento excluiu os povos indígenas do direito à cidadania, não os considerando cidadãos norte-americanos. O processo de extermínio da população indígena foi acontecendo gradativamente; as lutas e os conflitos entre colonos e índios foram inevitáveis. A partir do momento em que os colonos adquiriam as terras, através do governo, eles faziam de tudo para expulsar os indígenas. As grandes empresas, que construíram as estradas de ferro no interior dos EUA, pagavam atiradores para matar os bisões (animal que era a principal fonte de alimentação dos indígenas), assim, com a escassez dos bisões, vários indígenas morreriam de fome. Além das lutas travadas entre índios e colonos, o extermínio dos povos indígenas se acentuou com a intervenção dos soldados do exército norte-americano, pois esses realizaram enormes massacres contra aldeias inteiras. A expansão e a ocupação dos territórios a oeste trouxeram o fortalecimento da economia norte-americana, porém, em troca da expansão industrial e capitalista, milhões de índios perderam suas vidas e foram extintos. CARVALHO, Leandro. Lei do Povoamento e os povos indígenas. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/lei-povoamento-os-povos-indigenas.htm>. Acesso em: 29 abr. 2016. 16h. REFERÊNCIAS BAYLIN, Bernard. As origens ideológicas da Revolução americana. Bauru: Edusc, 2003. BERLIN, Ira. Gerações de cativeiro: uma história da escravidão nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006. CLARK, Philip. Guerra da Secessão nos Estados Unidos. Coleção: Guerras que mudaram o mundo, São Paulo: Ática, 1993. 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Comentário: O texto traz características de uma típica Colônia de Povoamento, ou seja, trata-se das colônias do Norte dos Estados Unidos que pertenciam a Inglaterra. 2. Comentário: Durante a expansão para o Oeste, o governo norte americano vendeu as terras indígenas, como áreas desocupadas, para os colonos europeus que as quisessem ocupar. Assim, muitas famílias brancas passaram a expulsar e matar tribos que viviam nessas regiões em nome dessa expansão. Sob o lema “índio bom é índio morto”, os Estados Unidos, promoveram o maior genocídio indígena de sua história, pois, mesmo as tribos que escapavam da morte durante os conflitos, acabavam ficando fadadas a morte pela fome, já que florestas eram derrubadas e os animais silvestres eram abatidos, acabando com a principal fonte de alimentos desses nativos. 3. Alternativa E. Comentário: O discurso de Lincoln já evidencia que as diferenças políticas (liberais x conservadores), econômicas (comercial x agrária) e sociais (abolicionistas x escravistas) entre os estados do norte e do sul, poderiam levar o país a uma guerra civil, como de fato ocorreu anos depois com a Guerra da Secessão.