Tema 19_América_Colonização Inglesa, Independência dos

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AMÉRICA: COLONIZAÇÃO INGLESA, INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS
UNIDOS E GUERRA DA SECESSÃO
CONTEÚDOS

As 13 colônias da Inglaterra e Comércio Triangular

As leis intoleráveis e a Guerra de Independência

A expansão territorial para o Oeste e a Doutrina Monroe

A Guerra da Secessão
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Após a divisão da América, entre Portugal e Espanha, por meio do Tratado de
Tordesilhas, esses países passaram a estabelecer uma política de colonização desse novo
continente. A seguir, observe as áreas que esses dois países priorizaram na sua ocupação.
Figura 1 – Ocupação da América Latina Colonial
Fonte: Fundação Bradesco
As regiões da América que não apresentavam riquezas naturais (ouro e prata) e não
tinham o clima propício para ser explorada a agricultura de gêneros tropicais, ficaram
praticamente abandonadas pelos portugueses e espanhóis. Dessa forma, os países como
Inglaterra, França e Holanda, que haviam ficado sem colônias na América, passaram a
invadir essas áreas abandonadas estabelecendo ali suas colônias.
As 13 colônias da Inglaterra
Os ingleses ocuparam o norte da América, por volta do século 17, por meio da
criação de companhia de comércio. A possibilidade de enriquecer nesse novo continente
atraiu uma série de imigrantes, que passaram a ocupar praticamente a costa leste, do norte
da América, fundando as 13 colônias. Os ingleses organizaram esse território em Colônias
de Povoamento ao norte e Colônias de Exploração ao sul.
Figura 2 - Território das 13 Colônias da Inglaterra
Fonte: Fundação Bradesco
As Colônias de Povoamento, devido a sua localização, não eram capazes de
produzir gêneros agrícolas tropicais, ou seja, não eram economicamente interessantes à
metrópole. Por isso, geralmente recebiam todos os indivíduos que não eram considerados
bem vindos na Inglaterra, como por exemplo, dissidentes religiosos do anglicanismo,
opositores políticos da monarquia, aventureiros, criminosos, mendigos, prostitutas, etc.
Muitos deles, não tinham sequer o dinheiro para pagar a passagem para a América e, por
isso, assinavam contratos para trabalharem como escravos brancos, por 5 anos nesse novo
mundo, como forma de pagar pela sua viagem.
A Inglaterra, pouco investiu em uma estrutura de controle dessas áreas, o que
resultou em uma relativa liberdade dos colonos que ali viviam. Desse modo, eles acabaram
organizando-se em pequenas propriedades que produziam apenas para atender a sua
subsistência e o tímido comércio interno. Porém, com o tempo, essa região começou a
investir em uma produção manufatureira que intensificaria o comércio com as colônias do
sul, sobretudo quando eles passaram a inserir-se no tráfico negreiro.
A principal consequência dessa estrutura de povoamento, foi que as colônias do
norte conseguiram investir seu capital para desenvolver-se internamente, diminuindo sua
dependência econômica com a metrópole e garantindo uma maior autonomia para essa
região.
Já as Colônias de Exploração, foram organizadas para gerar lucros à metrópole,
portanto, a Inglaterra exercia grande controle sobre essa região. Por exemplo, para essa
região foi imposto um Pacto Colonial, garantindo o monopólio comercial inglês. O território
foi organizado em grandes latifúndios escravistas que adotavam a plantation (grande
propriedade, monocultura, voltada para mercado externo e mão de obra barata) como forma
de cultivo. Essas grandes propriedades agrícolas foram doadas a média nobreza inglesa
que tinha capitais para investir na produção algodoeira e de tabaco, que eram produtos que
poderiam gerar grandes lucros a metrópole.
Os colonos do sul organizaram sua sociedade de forma aristocrática, baseando seu
status na propriedade de terras e de escravos. Eles eram mais ligados as tradições inglesas
e mais fiéis aos comandos que partiam dessa monarquia.
Saiba mais: O Comércio Triangular, foi estabelecido entre as colônias inglesas do Norte,
do Sul e as áreas fornecedoras de escravos da África.
Figura 3 - Esquema do Comércio Triangular dos Estados Unidos
Fonte: Fundação Bradesco
Dessa forma, as colônias do Norte, que gozavam de maior autonomia com
relação a metrópole, passaram a enriquecer, devido a sua produção manufatureira e,
principalmente pela venda de escravos aos latifúndios do Sul.
As leis intoleráveis e a Guerra de Independência
No momento que a Inglaterra percebeu o enriquecimento das colônias do Norte, ela
decide exercer um maior controle na região, impondo as regras de exploração como o
Pacto-Colonial e uma política de fiscalização e controle dos impostos que deveriam ser
pagos a metrópole. Com isso, a população que estava acostumada a comercializar com
relativa liberdade, passou a se sentir explorada e passou a organizar protestos contra as
medidas tributárias impostas pela Inglaterra.
Saiba mais: Para agravar esse contexto de insatisfação, o governo inglês ainda decretou
uma série de medidas que geraram revolta entre os colonos, como por exemplo:
 Lei do Açúcar - que aumentou os impostos sobre o açúcar.
 Lei do Chá (Tea Party) - que aumentou os impostos sobre o chá.
 Lei do Selo - que obrigou os produtos comercializados na colônia pagarem por um
selo de certificação inglês.
 Incidente de Leixgton - que reprimiu violentamente toda a população local sem
distinguir quem havia ou não participado do saque ao depósito de armas inglês.
 Guerra dos 7 Anos - que obrigou cidadãos da colônia a lutar ao lado de soldados da
metrópole pelo domínio das terras canadenses contra a França.
Dado ao caráter arbitrário dessas leis, e por elas terem sido aprovadas sem que
houvesse um representante dos colonos no parlamento inglês, conforme previsto pelo
Bill of Rigths (veja mais detalhes no Tema de Estudo de História - Idade Moderna:
Revoluções Inglesas), os cidadãos das 13 Colônias, passaram a chamá-las de Leis
Intoleráveis.
Movidos pelas ideias iluministas de liberdade e igualdade perante a lei, os colonos
do norte buscaram apoio dos grandes fazendeiros do sul, para unirem forças e iniciarem
um movimento de Independência. Depois de muita articulação e negociações, eles chegam
em um consenso durante os Congressos da Philadelphia que decidiram realizar a
independência. Dessa forma, em 4 de Julho de 1776 os futuros dirigentes dos Estados
Unidos assinam a Declaração de Independência desse novo país.
Figura 4 - Bandeira representando as Treze Colônias
Fonte: Wikimedia Commons
Para liderar o exército rebelde dos colonos norte-americanos, foi convidado George
Washington, que sofreu sucessivas derrotas nessas primeiras batalhas com a Inglaterra. O
exército inglês era profissional, muito bem treinado e contava com armas mais eficientes.
Assim, esses colonos logo perceberam que seria necessário buscar alianças externas para
obter a vitória. Nesse contexto, Benjamin Franklin, viaja a Europa e negocia o apoio da
França (inimiga histórica da Inglaterra), da Holanda e da Espanha ao projeto de
Independência dos Estados Unidos.
Figura 5 - George Washington
Figura 6 - Benjamin Franklin
Fonte: Wikimedia Commons
Fonte: Wikimedia Commons
Com a chegada das armas, enviadas por esses países, e depois de soldados do
exército francês, que foram enviados para a América, os colonos conseguiram um
significativo reforço para a sua luta contra a Inglaterra e obtiveram suas primeiras vitórias.
Nesse sentido, as batalhas de Saratoga e Yorktown, representaram importantes vitórias
dos colonos norte-americanos nessa guerra de independência. Dessa forma, o exército
inglês passou por sucessivas derrotas até que em 1783, pelo Tratado de Paris, a Inglaterra
reconhece oficialmente a Independência dos Estados Unidos.
Por fim, em 1788, George Washington é eleito o primeiro presidente dos Estados
Unidos independente. A constituição desse país passou a vigorar em 1789 e originalmente
era composta por sete artigos. Nela foram incorporadas as ideias iluministas, como a
divisão idealizada por Montesquieu, que propunha a divisão do poder em executivo,
legislativo e judiciário. O direito à propriedade foi considerado inalienável, o que na época
incluía a posse de escravos. Além disso, ela previa a autonomia dos estados federativos.
Depois de entrar em vigor, ao longo da história, essa constituição ainda recebeu 27
emendas, porém, mesmo assim, é considerada uma das constituições mais sucintas do
mundo atual.
A expansão territorial para o Oeste e a Doutrina Monroe
Após a independência, o governo dos Estados Unidos, iniciou um projeto de
expansão. Apoiando-se na ideia do Destino Manifesto, que defendia que o povo norteamericano foi eleito por Deus para colonizar a América, eles iniciaram um processo de
compra de novos territórios e conquista de novas terras que expandiriam as fronteiras dos
Estados Unidos da costa do Atlântico até a costa do Pacífico.
Curiosidade: Os Estados Unidos, para chegar a sua configuração política atual, precisou
expandir-se por meio de conflitos e acordos políticos, que lhes proporcionaram a
aquisição de uma série de novos territórios, tais como:
 Louisiana, comprada em 1803, da França.
 Flórida, comprada em 1821, da Espanha.
 Oregon, conquistado em 1846, por meio de acordo com a Inglaterra.
 Texas e Califórnia, conquistados em 1848, por meio de uma guerra contra o México.
 Arizona, Colorado, Nevada e Novo México, comprados em 1853, do México.
 Alasca, comprado em 1867, do Império Russo.
 Havaí, ocupado em 1898, quando o governo local foi deposto e o arquipélago anexado.
Figura 7 - Principais territórios que pertencem aos Estados Unidos
Fonte: Fundação Bradesco
Nesse contexto de expansão, para ocupar os novos territórios, o governo norteamericano incentivou a marcha para o Oeste, doando terras para os colonos que quisessem
se estabelecer em grandes fazendas no interior do país. Esse fato, motivou uma grande
marcha para o Oeste, que devastou praticamente toda a mata nativa e dizimou milhares de
indígenas, em um dos maiores genocídios de toda a história. O lema pregado por esses
colonos que simplesmente expulsavam e matavam as populações nativas das terras que
eles tinham recebido do estado era: “índio bom é índio morto”.
Nesse momento, para ajudar nessa ocupação do território, a imigração europeia foi
incentivada, como forma de garantir que a mão de obra utilizada nessa ocupação fosse
predominantemente branca e não negra. As fazendas que surgiram no interior do país
passaram a se organizar em grandes cinturões agrícolas chamados belts.
Para ocupar as áreas do extremo oeste, além das Montanhas Rochosas, o governo
norte-americano fez uma grande campanha que incentivava a corrida pelo ouro. Dessa
forma, muitos aventureiros partiram para essas áreas em busca de enriquecer com esse
sonho dourado. Porém, essa corrida rapidamente se frustrou, já que o ouro que havia na
região não era abundante. Muitos desses aventureiros abandonam essas vilas do extremo
oeste, dando origem as famosas cidades fantasmas dos filmes de faroeste.
Figura 8 - Toro Sentado e Búfalo Bill, personagens famosos dos filmes de faroeste
Fonte: Wikimedia Commons
O pensamento expansionista norte-americano, também marcou terreno nas
relações geopolíticas desse país com o restante da América, na medida em que os Estados
Unidos comprometeram-se a auxiliar os demais países da América a conquistarem a sua
independência, pela Doutrina Monroe, que tinha como lema: América para os americanos.
Na prática, ao longo da história, essa doutrina garantiu um alinhamento do interesse norteamericano de manter alianças com os países latino-americanos para poder explorar seus
recursos e mercados.
A Guerra da Secessão
Após a expansão territorial dos Estados Unidos as diferenças políticas, econômicas
e sociais que sempre existiram entre os estados do norte e do sul da nação passaram a
ficar mais evidentes. A ideia de definir um projeto que norteasse a administração pública do
país fez com que essas diferenças evidenciassem algumas rivalidades e disputas internas.
Figura 9 - Soldados da União em 1862
Fonte: Wikimédia Commons
Os estados do sul dos Estados Unidos, mantiveram sua economia baseada na
agricultura de gêneros tropicais de exportação, como por exemplo, a cana, o algodão e o
tabaco, produzidos a partir de grandes latifúndios escravistas. Essa região do país, pouco
alterou-se nas questões sociais e manteve uma estrutura aristocrática de privilégios que
defendia uma política elitista, tradicional e conservadora. Para eles o governo deveria ter
pouca interferência na economia e garantir taxas alfandegárias baixas que favorecessem
as exportações.
Por outro lado, os estados do norte que por anos lucraram com o comércio e com o
tráfico negreiro, gerou capital para desenvolver a produção fabril da região. Além disso, eles
receberam um grande número de imigrantes europeus, habituados a trabalhar nas
indústrias que impulsionaram o desenvolvimento desse setor. Para completar, a região dos
Grandes Lagos, localizada ao norte do país, dispunha de uma série de recursos minerais
fundamentais a produção industrial, que favoreceu a instalação de fábricas nessa região.
Assim, todos esses fatores, contribuíram para o desenvolvimento de grandes
empreendimentos industriais, no norte dos Estados Unidos.
O resultado desse crescimento econômico do norte, foi o surgimento de uma
burguesia industrial enriquecida que passou a ter anseios de dominar politicamente o país
e estabelecer leis protecionistas que impedissem a concorrência dos produtos importados
com os produzidos nacionalmente. A questão abolicionista, por exemplo, atendia os
interesses dos donos das indústrias pois aumentaria o mercado consumidor interno. Vale
destacar que os escravos não tinham dinheiro para comprar os produtos industrializados
do norte, mas caso se tornassem livres, eles poderiam receber um salário e se tornariam
consumidores.
Nas eleições de 1861, quando Abraham Lincoln torna-se presidente, as tensões
políticas entre o norte e o sul aumentaram. O novo presidente era um republicano contrário
à escravidão ainda praticada no sul do país.
Figura 10 - Abraham Lincoln
Fonte: Wikimedia Commons
A clara diferença de interesses entre esses grupos fez com que 11 estados
defensores da escravidão se unissem e declararam-se independentes do restante do país,
formando os Estados Confederados da América. A criação de um exército independente
em 1861, acabou se tornando o estopim para o início dessa grande guerra civil entre o norte
e o sul do país que duraria até 1865.
A Guerra da Secessão foi extremamente violenta, gerando um grande número de
feridos, mutilados e cerca de 970 mil mortes. A economia agroexportadora do sul do país
foi muito abalada com a guerra e ficou completamente arrasada no decorrer do conflito.
Esse, dentre outros fatores, favoreceu a vitória dos estados do norte.
No fim desse conflito, os estados do sul assinam a sua rendição e reconhecem a
sua derrota para o norte. A partir daí, a escravidão foi totalmente abolida nos Estados
Unidos no ano de 1865, por meio da 13ª emenda à Constituição Federal do país.
Os governos que assumiram o comando do país após essa guerra, passaram a
investir fortemente no desenvolvimento científico e industrial do país, criando regras
protecionistas para favorecer o desenvolvimento da sua indústria. Assim, a economia
americana cresce significativamente e torna-se hegemônica após a Primeira Guerra
Mundial, quando os demais países industrializados da Europa encontravam-se destruídos
em consequência desse grande conflito.
Saiba mais: No ano de 1863, Abraham Lincoln decreta o
fim da escravidão nos Estados Unidos, porém, foi apenas
em 1865 com a vitória do norte na Guerra da Secessão que
escravidão foi oficialmente extinta em todo o país. Assim,
os negros passaram a ser livres, mas não gozavam dos
mesmos direitos dos cidadãos brancos. Essa vitória de
direitos igualitários foi conquistada parcialmente em 1865 e
o direito de participar das eleições só ocorreu em 1870.
Mesmo assim, os negros continuavam a sofrer com a
discriminação, com o preconceito e com a segregação, o
que levou Martin Luther King a organizar a lendária marcha
pelos direitos civis rumo a Washington em 1963, que lutaria
Figura 11 - Martin Luther King
pela igualdade racial ainda muito negligenciada nos
Fonte: Wikimedia Commons
Estados Unidos.
ATIVIDADES
1. Leia o trecho destacado a seguir:
Nessa parte da América estabeleceram-se colonos em pequenas propriedades que
produziam para a sua subsistência. Eles gozavam de relativa liberdade com relação ao
controle da metrópole e, em consequência disso, desenvolveram algumas manufaturas e
um pequeno comércio com as áreas vizinhas que mantinham latifúndios escravistas de
produção agrária voltada para exportação (plantation). Os lucros desse comércio, em geral,
favoreceram que essa parte da colônia se desenvolvesse internamente.
Pode-se dizer que o texto trata da colônia de
a) povoamento holandesa, localizada na América Insular.
b) povoamento inglesa, localizada na América do Norte.
c) exploração espanhola, localizada na América Central.
d) exploração portuguesa, localizada na América do Sul.
e) povoamento francesa, localizada na América Latina.
2. Explique porque a Marcha para o Oeste dos Estados Unidos pode ser vista como o maior
genocídio indígena da história desse país.
3. (FUVEST-2009) “Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse
governo, meio escravista e meio livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a
União se dissolva; não espero que a casa caia. Mas espero que deixe de ser dividida. Ela
se transformará só numa coisa ou só na outra”.
Abraham Lincoln, em 1858.
Esse texto expressa a
a) posição política autoritária do presidente Lincoln.
b) perspectiva dos representantes do sul dos EUA.
c) proposta de Lincoln para abolir a escravidão.
d) proposição nortista para impedir a expansão para o Oeste.
e) preocupação de Lincoln com uma possível guerra civil.
LEITURA COMPLEMENTAR
Lei do Povoamento e os povos indígenas
A Lei do Povoamento, implantada no século 19, pelo governo
norte-americano, efetivou o desenvolvimento da economia,
porém foi responsável pelo extermínio dos povos indígenas.
Os Estados Unidos da América (EUA) conheceram um grande período de
prosperidade econômica desde a sua independência, no século 18, até à política de
expansão territorial, efetuada no século 19. Os principais objetivos da expansão territorial
resultaram da consolidação do capitalismo e da necessidade de garantir matérias-primas e
mercados consumidores para os produtos industrializados.
Dessa necessidade de expansão territorial, surgiu, no ano de 1862, uma política
regimentada pelo governo norte-americano, chamada de Homestead Act ou Lei do
Povoamento, que tinha como principal finalidade a ocupação das terras a oeste. Essa
ocupação se deu a partir do momento em que o governo ofertou, por uma baixa quantia,
uma gleba (lote de terra) para as famílias que aceitassem ocupá-las e cultivá-las. As
grandes quantidades de estrangeiros que desembarcaram nos EUA vieram atraídas pela
Lei do Povoamento.
Em decorrência da ocupação dos territórios do oeste, ocorreu a modernização dos
sistemas de transportes. Foram implantadas ferrovias e a navegação a vapor, o que facilitou
o deslocamento de pessoas e mercadorias. Teve início, também, a formação dos belts ou
cinturões (plantações de milho, trigo e algodão) e a acentuação da criação de bovinos e
suínos. Os EUA se transformaram, principalmente no século 19, na maior potência
agropecuária do mundo.
Com o crescimento acentuado da economia norte-americana, sobretudo em
consequência da expansão territorial e da Marcha para o Oeste, devemos nos perguntar: o
que aconteceu com as populações indígenas que ocupavam a maioria das terras a oeste?
Conforme veremos, com a ocupação dos territórios a oeste, após a aprovação da
Lei do Povoamento, em 1862, as populações indígenas foram sendo combatidas,
empurradas para fora de suas terras e exterminadas durante o processo de ocupação
territorial.
Milhões de índios foram dizimados e exterminados, constituindo-se como as
maiores vítimas da Marcha para o Oeste. Com a Lei do Povoamento, o governo vendia as
terras sem a autorização dos verdadeiros donos: os povos indígenas, que habitavam essas
terras séculos antes da chegada dos europeus e dos colonos.
A Lei do Povoamento excluiu os povos indígenas do direito à cidadania, não os
considerando cidadãos norte-americanos. O processo de extermínio da população indígena
foi acontecendo gradativamente; as lutas e os conflitos entre colonos e índios foram
inevitáveis. A partir do momento em que os colonos adquiriam as terras, através do
governo, eles faziam de tudo para expulsar os indígenas. As grandes empresas, que
construíram as estradas de ferro no interior dos EUA, pagavam atiradores para matar os
bisões (animal que era a principal fonte de alimentação dos indígenas), assim, com a
escassez dos bisões, vários indígenas morreriam de fome.
Além das lutas travadas entre índios e colonos, o extermínio dos povos indígenas
se acentuou com a intervenção dos soldados do exército norte-americano, pois esses
realizaram enormes massacres contra aldeias inteiras. A expansão e a ocupação dos
territórios a oeste trouxeram o fortalecimento da economia norte-americana, porém, em
troca da expansão industrial e capitalista, milhões de índios perderam suas vidas e foram
extintos.
CARVALHO, Leandro. Lei do Povoamento e os povos indígenas. Brasil Escola.
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/lei-povoamento-os-povos-indigenas.htm>.
Acesso em: 29 abr. 2016. 16h.
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Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.
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mudaram o mundo, São Paulo: Ática, 1993.
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de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2006.
FUVEST. Prova de Primeira Fase do Vestibular da USP de 2009. Disponível em:
<http://www.fuvest.br/vest2009/provas/p1f2009v.pdf>. Acesso em 29 abr. 2016. 15h.
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Paulo: Atual, 1994.
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abraham_Lincoln_November_1863.jpg>. Acesso
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Horse_Arty_Officers_at_Fair_Oaks_1862.jpg>.
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WIKIMEDIA COMMONS. Toro Sentado e Búfalo Bill, personagens famosos dos filmes
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sitting_bull_and_buffalo_bill_c1885.jpg>. Acesso
em: 28 abr. 2016. 12h.
GABARITO
1. Alternativa B.
Comentário: O texto traz características de uma típica Colônia de Povoamento, ou seja,
trata-se das colônias do Norte dos Estados Unidos que pertenciam a Inglaterra.
2. Comentário: Durante a expansão para o Oeste, o governo norte americano vendeu as
terras indígenas, como áreas desocupadas, para os colonos europeus que as quisessem
ocupar. Assim, muitas famílias brancas passaram a expulsar e matar tribos que viviam
nessas regiões em nome dessa expansão. Sob o lema “índio bom é índio morto”, os
Estados Unidos, promoveram o maior genocídio indígena de sua história, pois, mesmo as
tribos que escapavam da morte durante os conflitos, acabavam ficando fadadas a morte
pela fome, já que florestas eram derrubadas e os animais silvestres eram abatidos,
acabando com a principal fonte de alimentos desses nativos.
3. Alternativa E.
Comentário: O discurso de Lincoln já evidencia que as diferenças políticas (liberais x
conservadores), econômicas (comercial x agrária) e sociais (abolicionistas x escravistas)
entre os estados do norte e do sul, poderiam levar o país a uma guerra civil, como de fato
ocorreu anos depois com a Guerra da Secessão.
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