1 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA NICOLE FERREIRA RIBEIRO: Pesquisadora REGINA APARECIDA GONÇALVES: Pesquisadora INFLUÊNCIA DA CINESIOTERAPIA NO ALÍVIO DOS SINTOMAS DA DOR PÉLVICA CRÔNICA: Relato de Casos BRAGANÇA PAULISTA 2012 2 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA NICOLE FERREIRA RIBEIRO RA:001200900075 REGINA APARECIDA GONÇALVES RA: 001200900038 INFLUÊNCIA DA CINESIOTERAPIA NO ALÍVIO DOS SINTOMAS DA DOR PÉLVICA CRÔNICA: Relato de Casos Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade São Francisco, como requisito para obtenção do titulo de Barachel em Fisioterapia sob orientação da Profª Nathália Andreatti Aiello. BRAGANÇA PAULISTA 2012 3 Dedicamos a todos os professores que nos acompanharam nessa grande Jornada da vida, que sem os mesmos, hoje não conseguiríamos ter obtido tanto conhecimento, e não estaríamos realizando o nosso sonho. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me proporcionar apoio em todos os momentos de minha vida, Aos meus pais Antonio Tadeu Ribeiro e Maria da Conceição Ferreira Ribeiro pela educação que foi me dada, pela paciência, dedicação, carinho e força a todo o momento da minha vida; a minha irmã Ingrid Ferreira Ribeiro pela ajuda em todas as horas difíceis, a minha querida avó Gilda Rodrigues por estar sempre ao meu lado me dando carinho, se preocupando com o meu desenvolvimento durante o curso inteiro, e principalmente por me dar coragem para sempre seguir em frente; ao meu namorado Juliano Bruno Lopes por me compreender nas horas boas e ruins, de stress, cansaço e por sempre pensar no melhor pra mim após o termino da minha graduação. Aos meus amigos em geral pelo carinho e incentivo. Minha amiga e principalmente super companheira de trabalho Valquiria de Fatima Ferreira Leme pela compreensão e incentivo durante toda a minha graduação, as voluntárias que fizeram parte de nossa pesquisa. A minha parceira de TCC Regina Aparecida Gonçalves. A todas as amizades conquistadas durante esses quatros anos. Enfim a todos que direta e indiretamente me apoiaram para que meu sonho se tornasse realidade. Nicole Ferreira Ribeiro Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada seria possível e aos meus amigos espirituais pelas vibrações de apoio infinito. A minha família, minha mãe Antonia, ao meu pai e Companheiro Lauridez, minha irmã Rosa e ao meu filho João Vitor meu maior incentivo de vida. Ao meu noivo, Alex pela paciência e compreensão e por sempre me dar força e coragem me apoiando nos momentos de dificuldades. Aos amigos e colegas de curso pela cumplicidade, ajuda e amizade que por mais que venhamos a traçar caminhos diferentes que nossos elos de amizade jamais se desfaçam. As minhas colegas de trabalho pela compreensão, incentivo e carinho. As voluntarias que participaram de nossa pesquisa. A minha parceira de TCC Nicole Ferreira Ribeiro. A todos os professores que fizeram parte de minha formação. A Instituição Universidade São Francisco por me proporcionar essa grande oportunidade de minha vida. Regina Aparecida Gonçalves 5 Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta." Chico Xavier 6 RIBEIRO, N.F.; GONÇALVES, R.A. Influencia da Cinesioterapia no alivio dos sintomas da dor pélvica crônica 2012. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista. RESUMO Dor pélvica crônica (DPC) é definida como uma dor localizada na pelve, contínua ou intermitente, podendo ter a duração igual ou superior a seis meses. A etiologia é complexa e pode influenciar na produtividade do trabalho, restringir as atividades de vida diária e gerar alterações emocionais com prejuízo na qualidade de vida (QV). Por isso, ações que visem redução das queixas podem contribuir no bem estar geral destas mulheres. Objetivo: Avaliar a influência da aplicação de um protocolo de exercícios cinesioterapeuticos no alivio dos sintomas da DPC. Método: Participaram do estudo duas (n=2) mulheres em idade reprodutiva, com queixa de DPC (≥ 6 meses), submetidas à protocolo de intervenção cinesioterapêutico por 3 meses. As voluntárias foram avaliadas por meio de questionário de qualidade de vida- SF36, no inicio, após 4 sessões, após 8 sessões e ao término do tratamento. Foram aplicadas também nos quatro momentos um questionário de dor pélvica crônica elaborado para este estudo e escala visual analógica de dor EVA. Os exercícios terapêuticos foram realizados uma vez por semana, durantes três meses com duração de 40 minutos cada sessão. Resultado: Os domínios “Capacidade funcional” e “Dor” do questionário SF-36 apresentaram melhora para uma das voluntárias, representados em escore inicial 70 e 30, respectivamente, seguidos de escore ao término do tratamento 85 e 100. Todos os domínios avaliados para a outra voluntária mantiveram-se em valores semelhantes do início ao final do estudo. Para a escala visual analógica de dor as voluntárias apresentaram média inicial de 3,55, 4,5 na segunda avaliação, 5 na terceira avaliação e no final do tratamento apresentaram média de 2,5. Em relação questionário de avaliação de dor pélvica crônica as pacientes apresentaram melhora dos sintomas no decorrer do tratamento cinesioterapeutico, como por exemplo dores em região de FID e FIE, juntamente com dor em região lombar e após a avaliação ultimo questionário a voluntária somente apresentou dor em região lombar, apresentando melhora. Conclusão: Para as voluntárias avaliadas, conseguimos uma melhora da escala visual analógica de dor EVA. A qualidade de vida apresentou valores diferentes 7 para cada voluntária, não podendo ser generalizada a influencia que os exercícios cinesioterapeuticos obtiveram. Sugerimos novos estudos com maior número de voluntárias para avaliar a eficácia da cinesioterapia em mulheres com DPC. Palavras chaves: dor pélvica; cinesioterapia; qualidade de vida 8 ABSTRACT Chronic pelvic pain (CPS) is defined as a localized pain in the pelvis, continuous or intermittent, with durations less than six months. The etiology is complex and can influence the productivity of labor, restrict daily activities and generate emotional disorders with impairment in quality of life (QOL). Therefore, actions aimed at reducing complaints may contribute to general well-being of these women. Objective: To evaluate the influence of kinesiotherapy in relieving symptoms of DPC. Method: A total of two (n = 2) women of reproductive age, complaining of DPC (≥ 6 months) underwent intervention protocol kinesiotherapeutic for 3 months. The volunteers were assessed by questionnaire of quality of life - Brazilian Version of the Quality of Life Questionnaire SF36, applied in four stages (early, after 4 sessions, 8 sessions and after the end of treatment). Domains were assessed: functional capacity, limited by physical, bodily pain, general health, vitality, social, emotional and mental health. We also applied a questionnaire in four stages of chronic pelvic pain developed for this study and visual analog scale pain VAS. The therapeutic exercises were performed once a week during three months with duration of 40 minutes each session. Result: The fields "functional capacity" and "Pain" of the SF-36 showed improvement to one of the volunteers, represented in the initial score 70 and 30, respectively, followed by the score at the end of treatment 85 and 100. All areas assessed for other voluntary remained at similar levels from beginning to end of the study. For a visual analogue scale of pain the volunteers showed an initial mean of 3.55, 4.5 in the second evaluation, 5 in the third assessment and end of treatment had a mean of 2.5. Regarding evaluation questionnaire of chronic pelvic pain patients showed symptom improvement during treatment kinesiotherapeutic, such as pain in the region of FID and FIE, along with pain in the lumbar region and after the last assessment questionnaire showed only volunteer in pain lumbar region, showing improvement. Conclusion: To the volunteers evaluated, we can see an improvement in visual analog scale pain VAS; quality of life had different values for each volunteer and can not be generalized to influences that exercise cinesioterapeuticos obtained. We suggest further studies with larger numbers of volunteers to evaluate the efficacy of kinesio in women with CPP. Key works: pelvic pain; cinesiotherapy; quality of life. 9 LISTA DE FIGURA FIGURA 1 - Músculos do Assoalho Pélvico. (vista inferior).................................15 FIGURA 2 - Músculos do Assoalho Pélvico (vista superior).....................................15 FIGURA 3 - Músculos extrínsecos....................................................................................16 10 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Intensidade da dor segundo a Escala Visual Analógica.................................27 11 LISTA DE ESQUEMA ESQUEMA 1 – Localização da dor.....................................................................................25 12 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36) ..................28 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................14 1.1 Anatomia da pelve feminina...............................................................................................14 1.2 Dor .....................................................................................................................................17 1.3 Dor pélvica crônica ............................................................................................................19 1.4 Fisioterapia na dor pélvica crônica.....................................................................................20 2. OBJETIVOS .......................................................................................................................22 2.1 Objetivo geral .....................................................................................................................22 2.2 Objetivos específicos .........................................................................................................22 3. MÉTODOLOGIA...............................................................................................................23 3.1 Desenho do estudo .............................................................................................................23 3.2 Materiais .............................................................................................................................23 3.3 Procedimentos ....................................................................................................................23 3.4 Análise dos Dados ..............................................................................................................23 4. RESULTADOS ...................................................................................................................24 5. DISCUSSÃO........................................................................................................................30 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................33 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................34 ANEXOS .................................................................................................................................40 Anexo I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................................................41 Anexo II – Questionário de Avaliação de Dor Pélvica ............................................................43 Anexo III – Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida – SF 36 ......................45 Anexo IV- Exercicios cinesioterapeuticos usados durante as sessões de fisioterapia..............49 Anexo V – Exercícios cinesioterapeuticos usados para pacientes durante o período de féria..50 Anexo VI – Carta de Autorização do Comitê de Ética e Pesquisa...........................................52 14 1. INTRODUÇÃO Segundo Gannuny e Bernardes (2011), as intervenções físicas podem promover o alivio da dor, possibilitar a redução do uso de analgésicos, além de apresentar baixo custo e nenhum efeito colateral. A fisioterapia possui diversos recursos para o tratamento da dor, entre eles a cinesioterapia, esta pode ser realizada tanto individualmente como em grupo, minimizando o impacto na qualidade de vida do indivíduo (BATISTA, VASCONCELOS, 2011). De acordo com Modotte e Dias et al (2005) a cinesioterapia e a terapia manual contribuem positivamente nas sintomatologias dolorosas, sendo favorável a intervenção em mulheres com queixa de dor pélvica crônica (DPC). 1.1 Anatomia da Pelve Feminina A pelve ocupa uma posição entre o tronco e os membros inferiores, sendo constituída pelos ossos do cóccix, sacro e ossos ilíacos (ílio, ísquio e púbis) formando a cintura pélvica. Anteriormente os ossos do púbis são articulados pela sínfise púbica (articulação semimóvel) e posteriormente os ossos dos ílios são articulados com o sacro. Esses ossos por sua vez formam duas cavidades: a superior ou falsa pelve que contém os órgãos abdominais e a inferior, denominada pelve verdadeira, que abriga a bexiga, parte dos ureteres, sistema genital e o final do tubo digestivo. Nas mulheres a pelve tem função de proteger os órgãos pélvicos e ao mesmo tempo possibilitar a função da cópula e do parto (REIS, BARROTE, SOUZA NETO, 2002). Os órgãos pélvicos são sustentados e fixados pelos músculos do assoalho pélvico (MAP) que ajudam a manter a continência urinária e fecal, e são estabilizadores da cintura pélvica, coluna lombar e quadril em conjunto com outros músculos, entre eles, músculos abdominais (MIRANDA, SCHOR, GIRÃO, 2009). O músculo quadrado lombar e o músculo iliopsoas se tratam de musculaturas profundas e também estão envolvidos na estabilização pélvica (GANNUNY, BERNARDES, 2011). 15 FIGURA 1- Músculos do Assoalho Pélvico. (vista inferior) *músculos puborretal *músculos iliococcigeo *músculo coccigeo FIGURA 2- Músculos do Assoalho Pélvico (vista superior) *músculo pubococcígeo 16 *músculo ileococcígeo *músculo coccígeo FIGURA 3: músculos extrínsecos www.afh.bio.br/sustenta/img/musculoesqueletico (05/11/2012 às 17:40) Segundo RODRIGUES e FILHO (2005) os músculos da pelve podem ser classificados como intrínsecos ou extrínsecos, sendo os extrínsecos responsáveis pelo equilíbrio da pelve e atuando na correção postural da pelve, os músculos intrínsecos tem a função de controlar a micção, defecação. (FIGURA 4). Os movimentos exercitados pela pelve são realizados pelos músculos abdominais para vertebrais e do quadril. No plano sagital a pelve tem a movimentação de anteroversão pélvica ou inclinação pélvica anterior com a atuação dos músculos iliopsoas, reto femoral, sartório 17 tensor da fascia lata, e músculos lombares. Ainda no plano sagital apresenta a movimentação de retroversão pélvica ou inclinação pélvica posterior com a atuação dos músculos reto do abdome, oblíquos externos e internos do abdome, glúteo máximo, glúteo médio, semitendinoso, semimembranoso e adutor magno. No plano frontal a movimentação de inclinação pélvica lateral apresenta atuação do músculo quadrado lombar. No plano horizontal a movimentação de rotação pélvica tem a atuação do músculo iliopsoas. 1.2 Dor Para a International Association for the Study of Pain (IASP) a dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com um dano tecidual real ou potencial. Sendo assim, a dor não se trata somente de uma doença específica, mas de uma experiência sensorial, influenciada por fatores psicológicos que modificam a maneira como o estimulo doloroso é percebido e processado pelo sistema nervoso central (CAMPBELL; COLLETT, 1994). Andrade Filho (2001) relata que a dor também pode ser um comportamento aprendido e reforçado pelo meio social. Dentro de um grupo étnico as atitudes e valores frente à dor são transmitidos de pai para filho, este aprendizado permite que o indivíduo identifique-se com a cultura e com o comportamento do demais. Para Rigotti e Ferreira (2005), a dor pode ser classificada em aguda e crônica, sendo: Dor aguda: relacionada a afecções traumáticas, infecciosas ou inflamatórias; expectativa de desaparecimento após a cura da lesão; caracterizada por delimitação têmporo-espacial precisa e respostas neurovegetativas associadas (elevação da pressão arterial, taquicardia, taquipnéia, entre outras); função biológica de alertar o organismo sobre a agressão. Dor crônica: persiste após tempo razoável para cura de uma lesão ou está associada a processos patológicos crônicos, que causam dor contínua ou recorrente; mal delimitada no tempo e no espaço; geralmente não há respostas neurovegetativas associadas ao sintoma; não apresenta função biológica de alerta; frequentemente associada à ansiedade e depressão. A dor crônica é considerada um problema de saúde pública que acarreta prejuízos pessoais e sociais. No Brasil a dor crônica atinge 30 a 40 % da população, sendo a principal causa de absenteísmo, afastamentos e incapacidades (KRELING e CRUZ et al., 2006). 18 O processo de avaliação de dor é amplo e envolve a obtenção de informações como: data de início, localização, intensidade, duração e periodicidade dos episódios dolorosos, qualidades sensoriais e afetivas dos mesmos, fatores que iniciam, aumentam ou diminuem a intensidade da dor, interferência nas atividades diárias, nos relacionamentos afetivos e no trabalho, expectativas em relação à dor e ao tratamento, comportamento habitual em situações de estresses, tipos e resultados de tratamentos, análise social e psíquica (ANDRADE et al., 2006). Para avaliação da dor existem instrumentos unidimensionais que são designados para quantificar apenas a severidade ou a intensidade da dor, e instrumentos multidimensionais que são empregados para avaliar e mensurar as diferentes dimensões da dor a partir de indicadores de respostas e suas interações, sendo as principais dimensões avaliadas: a sensorial, a afetiva e a avaliativa. Algumas escalas multidimensionais incluem indicadores fisiológicos, comportamentais, contextuais e, também, os auto-registros por parte do paciente (SOUSA, 2002). Um dos instrumentos unidimensionais para a avaliação da intensidade da dor é a Escala Visual Analógica (EVA) que consiste em uma linha reta de 10 cm, que representa a contínua dor, ancorada pelas palavras sem dor e dor. Mas também pode ser uma linha vertical ou curva, de diferentes comprimentos. Solicita-se que o indivíduo marque na linha o lugar que representa a intensidade da dor. Segundo Santos et. al., (2006) a EVA tem sido a mais utilizada em trabalhos científicos devido ao seu baixo custo e a sua fácil aplicação. Quando a presença e características da dor são avaliadas se torna necessário, também, a avaliação da QV que, segundo vários autores, é afetada negativamente pela presença de dor, principalmente tratando-se de um processo álgico crônico (BATISTA, VASCONCELOS, 2011; SOUSA, 2002; RIGOTTI, FERREIRA, 2005; GANNUNY, BERNARDES, 2011; TRÍPOLI et al., 2009). Para esse fim, existe o Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida SF-36, que foi traduzido e validado para a língua portuguesa por Ciconelli et. al. em 1999, e tem sua validade confirmada e demonstrada por meio do uso em pesquisas de diversas nacionalidades e distintas patologias e permite comparações entre um grupo ou entre diferentes enfermidades (LOPES, CICONELLI, REIS, 2007). Trata-se de um questionário composto por oito domínios que correspondem a um valor de 0 a 100, em que 0 corresponde ao pior estado de saúde e 100 ao melhor. Os oito domínios abrangem: capacidade funcional que avalia se o estado de saúde causa a existência de limitações em atividades físicas desde as mais simples até as mais complexas; aspectos físicos verificando se as atividades de vida diária ou atividades laborais recebem influencia negativa 19 por problemas físicos; estado geral de saúde que constata como o individuo se auto-avalia em relação a sua saúde e prognóstico; saúde mental que avalia como este se sente em relação a sentimentos como depressão, felicidade, nervosismo e paz; limitações provocam a dor; vitalidade referindo-se ao grau de disposição e energia; e analisa se os problemas físicos e/ou emocionais atingem os relacionamentos com família, amigos entre outros prejudicando os aspectos sociais e econômicos (LOPES; CICONELLI; REIS, 2007). 1.3 Dor pélvica crônica Dor pélvica crônica (DPC) é definida como uma dor localizada na pelve, contínua ou intermitente, com duração igual ou superior a seis meses, não associada exclusivamente à menstruação ou à relação sexual. A etiologia resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrointestinal, urinário, ginecológico, musculoesquelético, neurológico, psicológico e endócrino, podendo ainda estar relacionada com fatores socioculturais. As suas causas são diversas, fazendo com que os profissionais acabem se confundindo no diagnostico e tratem de forma ineficaz a DPC (NOGUEIRA, REIS, POLI NETO, 2006). Devido à variabilidade de fatores causais e sobreposição de sintomas, o processo de diagnóstico e tratamento da DPC é de difícil conclusão. Esses processos podem causar alterações nos músculos principais, por exemplo, os músculos do assoalho pélvico, podem se tornar hiperalgésicos com múltiplos pontos de gatilho desencadeantes. Outros órgãos também podem se tornar sensíveis, por exemplo, o útero com dispareunia e dismenorreia, ou o intestino com sintomas de cólon irritável. No entanto esta é uma condição comum entre mulheres em idade reprodutiva e muitas vezes ocorrem de forma intensa, sendo necessário o tratamento clínico ou cirúrgico. Sendo assim, a DPC pode estar associada à redução da produtividade no trabalho, restrição da mobilidade, incapacidade funcional, alterações emocionais e disfunções sexuais. (BARCELOS et al., 2010; NOGUEIRA, REIS, POLI NETO, 2006). Segundo Nogueira, Reis e Poli Neto (2006), a prevalência de DPC varia de 14 a 24% em mulheres na idade reprodutiva, interferindo diretamente na vida conjugal, social e profissional. Nos países em desenvolvimento, estima-se que os índices de prevalência sejam superiores àqueles encontrados em países desenvolvidos. Cerca de 60% das mulheres que apresentam esta queixa, nunca receberam o diagnóstico específico e 20% nunca realizaram qualquer investigação para identificar a causa da dor (MIRANDA; SCHOR; GIRÃO, 2009). 20 A ausência de uma confirmação diagnóstica associa-se ao receio e ansiedade destas mulheres, podendo inclusive apresentar quadro de depressão. Sabe-se que estas alterações contribuem para a redução da qualidade de vida, com prejuízos em várias dimensões (BARCELOS et al., 2010). Além disso, com o tempo, a condição somática afetivacomportamental traz repercussões importantes, limitando a realização das atividades de vida diária e relacionamento familiar e social (TRÍPOLI et al., 2009). 1.4 Fisioterapia na dor pélvica crônica A abordagem fisioterapêutica deve ser indicada após investigação clinica criteriosa segundo Gannuny e Bernardes (2011), promovem o grande impacto no tratamento da DPC e alterando o mecanismo da dor pela reeducação motora e sensitiva, sendo os recursos mais utilizados a eletroterapia, cinesioterapia, terapia manual e massagem perineal. A eletroestimulação promoverá analgesia por ativação do sistema supressor da dor, produzindo uma interferência na percepção da dor. A terapia manual consiste em um conjunto de técnicas de manipulação, mobilização e massagem entre outros, também sendo utilizadas quando existem alterações musculoesqueléticas acarretando compensações dolorosas, enquanto a massagem perineal promove relaxamento da musculatura especifica quando há pontos dolorosos por sua vez a cinesioterapia é muito utilizada para causas musculoesqueléticas diante das alterações encontradas durante a avaliação. A melhora dos sintomas costuma ser gradual e o processo pode ser doloroso, mais para diminuição dos sintomas a mulher deve ser persistente ao tratamento (BATISTA; TAKEYMA, 2011). É muito importante ressaltar que a fisioterapia não traz a cura da DPC, mais ameniza os sintomas, melhorando então a QV dessas pacientes. O fisioterapeuta pode atuar no alivio da dor e na reeducação muscular sensitiva. Para isso o fisioterapeuta faz uso de massagens, liberação de pontos gatilho (trigger points), alongamentos, exercícios terapêuticos e trabalho postural (RIGOTTI e FERREIRA, 2005). A fisioterapia pode atuar de diversas maneiras para diminuir o quadro de DPC, como exercícios cinesioterapeuticos, terapia manual, eletroterapia, tração em região cervical, lombar e pélvica entre outros recursos fisioterapêuticos. O método Isostretching, também conhecido como cinesioterapia do equilíbrio, tem o objetivo de prover equilíbrio muscular por meio de exercícios em reações agonistas e 21 antagonistas, alongamentos e contrações, autocrescimento da coluna e mobilização da pelve realizada durante a expiração profunda e controlada (MORAES, 2002), agindo principalmente sobre pontos debilitados e musculatura paravertebral profunda (REDONDO, 2006). O Isostretching é uma técnica compreendida por exercícios que agem sobre a coluna vertebral e na prevenção de alterações posturais, buscando uma harmonia da coluna que é o eixo de sustentação do corpo, com o reequilíbrio das curvaturas fisiológicas, exigindo um esforço da musculatura profunda, gerando flexibilidade, mobilidade articular, consciência corporal e reeducação da respiração. A modalidade que se adapta a todas as idades e condições físicas do individuo, respeitando suas limitações, uma vez que as forças da contração isométrica e do alongamento serão controladas pelo individuo de acordo com a sua capacidade física. (REDONDO, 2006). Fisiologicamente o uso da técnica de tração de cervical e lombar, trazem os seguintes benefícios: diminuição do estresse e a tensão, favorecendo o relaxamento muscular aumentando o fluxo sanguíneo, diminuindo a dor e a irritabilidade muscular. (MENON, 2004). De acordo com Miranda e Godeli ( 2003 ), a música constitui-se de um elemento valioso, no contexto da atividade física e também, por afastar sensações desagradáveis produzidos pelo exercício prolongado e repetitivo. Segundo Leão e Silva (2004), a musicoterapia é considerada um recurso complementar no cuidado ao ser humano, em todas as fases do ciclo vital, visando a restauração do equilíbrio e do bem estar, além de favorecer a comunicação em muitos casos a ampliação da consciência individual no processo saúde doença. A fisioterapia possui diversos recursos que promovem analgesia e, portanto melhoram a QV do paciente. A cinesioterapia está entre esses recursos, e devido ao seu baixo custo e resultados eficazes pode ser considerada para o tratamento da DPC, porém, não existem relatos suficientes na literatura para essa afirmação, o que justifica a realização de um estudo em que ocorra a intervenção em pacientes com a queixa, para que se conheça o real beneficio que os exercícios podem proporcionar. A dor pélvica crônica (DPC) é um distúrbio individual quando mal compreendido. A variedade de distúrbios possíveis - muitos frequentemente coexistentes - dificulta o diagnóstico. Por isso, a abordagem da DPC deve ser multidisciplinar e a orientação / educação do paciente deve fazer parte de todo o processo terapêutico. 22 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar a influência da aplicação de um protocolo de exercícios cinesioterapeuticos no alivio dos sintomas da DPC. 2.2 Objetivos Específicos Verificar a influência De um protocolo de exercícios cinesioterapeuticos na característica, intensidade e padrão da dor de mulheres com DPC. Verificar a influência de um protocolo de exercícios cinesioterapeuticos na qualidade de vida de mulheres com DPC. 23 3 METODOLOGIA 3.1 Desenho do Estudo Foi realizado um estudo de intervenção controlado não randomizado, com funcionárias de uma instituição de ensino superior no município de Bragança Paulista, que foram avaliadas em estudo realizado anteriormente para verificar a prevalência caracterização DPC, tendo como critério de inclusão, ser do gênero feminino, estar em idade reprodutiva, maiores de 18 anos, possuir queixa de dor crônica (duração igual ou superior a seis meses) localizadas na região pélvica; que aceitaram participar do estudo assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO I). Sendo excluídas mulheres com doenças psiquiátricas, com doença ortopédica diagnosticadas; com queixa de dor associada exclusivamente à menstruação e/ou à relação sexual. 3.2 Materiais Termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo I) Questionário de avaliação de dor pélvica (Anexo II) Questionário MOS SF-36 (Anexo III) Protocolo de exercícios cinesioterapêuticos (Anexo IV) Música para relaxamento 3.3 Procedimento Mulheres com queixa de dor pélvica, identificadas em estudo anterior (n=7), foram abordadas, questionadas e esclarecidas individualmente sobre o tratamento conservador da DPC, sendo convidadas a participar de um estudo de intervenção através de protocolo de exercícios cinesioterapêuticos. Destas, duas mulheres (n=2) concordaram e aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo I). Posteriormente, o protocolo cinesioterapêutico foi aplicado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade ao Francisco (CEF-USF) em um ambiente apropriado para a atividade, sendo realizada uma vez por semana com duração de 1 hora cada sessão por um período de 3 meses e aplicado em grupo. Foram também realizadas avaliações individuais 24 periódicas para acompanhamento das voluntárias, sendo os questionários aplicados antes do início do protocolo de tratamento cinesioterapêutico, 1 e 2 meses após o início e ao final do tratamento. 3.4 Análise dos Dados Os dados registrados nos roteiros de avaliação foram revisados manualmente pelas pesquisadoras. A seguir, foram transcritos e armazenados nos moldes de arquivos para bancos de dados do programa Excel e posteriormente analisados. 4. RESULTADOS Este estudo partiu de um estudo anterior, realizado em 2011 sendo verificado a prevalência de DPC em funcionárias de uma instituição de ensino superior no município de Bragança Paulista. Das 176 funcionárias avaliadas somente 7 apresentavam DPC e foram convidadas a participar do nosso estudo, 5 não puderam participar por motivos diversos e 2 voluntárias aceitaram participaram do nosso estudo de intervenção da cinesioterapia na DPC. As voluntárias que recusaram a participar do estudo tiveram motivos diferenciados, como falta de tempo, desinteresse, já estar fazendo o tratamento em outro local, entre outros. Dentre as duas voluntárias com DPC avaliadas, as duas possuem antecedentes obstétricos, apenas a 1ª voluntária apresentou antecedentes uroginecológico sendo este a litíase. Foi realizado o cálculo de índice de massa corpórea (IMC) a partir da fórmula IMC = peso/altura2, considerando-se a seguinte classificação: desnutrição: IMC = <18,5kg/m2; peso adequado: IMC = 18,5-24,9kg/m2; sobrepeso: IMC = 25-29,9kg/m2; obesidade: IMC = ≥30,0kg/m. A voluntária nº1 apresentou peso adequado com IMC: 21,3kg/m, a voluntária nº2 apresentou obesidade com IMC: 35,71kg/m. 25 ESQUEMA 1: Localização da dor, segundo a escala analógica de dor EVA. 1ª Voluntária – 1º questionário 1ª Voluntária- 4º questionário Legenda: FID: flanco inferior direito; FIE: flanco inferior esquerdo. 2ª Voluntária – 1º questionário 26 2ª Voluntária- 4º questionário Legenda: FID: flanco inferior direito; FIE: flanco inferior esquerdo. No inicio do tratamento e na segunda avaliação primeira voluntaria apresentou dor em região de flanco inferior esquerdo, flanco inferior direto, e região supra púbico. Na terceira avaliação e avaliação final a voluntaria apresentou dor somente na região lombar. A segunda voluntaria apresentou no inicio do tratamento e na segunda avaliação dor em região lombar, flanco inferior direito e flanco inferior esquerdo. Na terceira e quarta avaliação a voluntaria apresentou dor em região supra púbica. Observamos que uma das mulheres voluntárias a 2ª associa DPC por cirurgia, e a outra voluntária a 1ª sem causa aparente. Em relação ao tempo de dor de DPC, a 1ª voluntária apresenta dor de 1 a 5 anos, e a outra a 2ª voluntária > que 5 anos. O gráfico 1 representa a intensidade da dor segundo a EVA, onde cada coluna representa a EVA avaliada das voluntárias em casa momento. Cada funcionaria com DPC poderia assinalar no questionário mais de um item de melhora ou piora. O gráfico Intensidade da dor segundo a EVA, nos quatro momentos (inicio, após 1 mês, após 2 meses e ao término do tratamento, da primeira e segunda voluntária. 27 GRÁFICO 1 Desde a aplicação do primeiro questionário podemos observar a melhora da dor, da 1ª voluntária no primeiro momento com 2,1, e aplicação do ultimo questionário com 1,8, apresentando diminuição do padrão de dor. A 2ª voluntária apresentou primeiro questionário 3.8, aumentando a dor durante o tratamento com os exercícios cinesioterapeuticos e diminuindo no final do tratamento com 2,8 de intensidade de dor. Encontramos as voluntárias apresentando os fatores de melhora da DPC, a primeira voluntárias apresentou melhora com uso de fármacos, a segunda voluntária apresentou melhora da DPC realizando atividade física, os outros itens como repouso e outros não foram citados. Em relação aos fatores de piora da dor, os itens de estresse físico (n=1), estresse emocional (n=1) e período menstrual (n=1), atividade sexual (n=1), nenhuma das funcionárias assinalou os itens repouso e atividade física. 28 A primeira voluntária apresentou alterações posturais, sendo vista a hiperlordose lombar discreta, protrusão cervical, retroversão pélvica do inicio ao fim do tratamento, a segunda voluntária apresentou hiperlordose lombar e hipercifose torácica discreta com pequena melhora do inicio ao final do tratamento Em relação à dor como interferência na produção do trabalho obtivemos resultados de que as duas voluntárias apresentam queixas na produção de trabalho, sendo as mesma diminuindo gradativamente com as sessões de exercícios cinesioterapeuticos que eram feitos toda semana. Para análise da qualidade de vida das voluntárias apresentando a divisão em oito domínios do questionário SF- 36, sendo eles capacidade funcional, limitação por aspecto físico, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais e saúde mental. O questionário em questão apresenta um escore de 0 a 100, no qual 0 corresponde o pior e 100 o melhor escore de estado de saúde. (TABELA 3). TABELA 1 – Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36) Tabela de dados L. B. S. 1º 2º 3º 4º 97,1 82,1 88,1 89,1 98,25 98,75 98,5 98,25 Dor 19,4 19,3 19,4 19,4 Estado Geral 24,15 24,35 24,2 24,25 Vitalidade 19,3 19,5 19,55 19,25 Aspectos 24,25 24,25 24 24,62 98,33 98,66 98,66 98 Qualidade de vida total: Limitação por aspectos físicos de Saúde Sociais Aspectos 29 emocionais Saúde Mental 19,4 19,32 19,24 19,2 Segundo relato da voluntária: houve melhora da queixa após o tratamento nos seguintes aspectos: “Ao sentir angustia em meu peito sufocava a garganta devido ao pico de ansiedade, eu costumava tomar metade de 1 comprimido de Alprazolim 0,5mg mas com os exercícios de respiração que foram passados durante as sessões o pico de ansiedade vem e passa, logo e eu volto a me sentir bem; também com o exercício de bola entre as pernas melhorou a minha prisão de ventre e os gases.” Palavras da paciente. Tabela de dados R. M. R. G. 1º 2º 3º 4º Qualidade de vida total: 98 98 98 97 Limitação por aspectos físicos 100 80 75 100 Dor 30 50 50 100 Estado Geral de Saúde 65 55 55 45 Vitalidade 50 50 50 50 Aspectos Sociais 50 62,5 50 50 Aspectos emocionais 100 66,6 100 100 Saúde Mental 60 60 60 60 Capacidade funcional 70 80 75 85 Segundo relato da voluntária: houve melhora em relação a postura e diminuição das dores nas costas. Os exercícios de respiração feitos em casa também ajudaram a manter mais 30 calma e relaxada em momentos de tensão aliado aos exercícios, em especial e depois a caminhada a paciente sente mais vigor e dorme melhor, quanto a dor em avaliação esta se manifestou de forma mais leve por apenas duas vezes, não provocando tanto desconforto como das outras vezes. Palavras da paciente. 5. DISCUSSÃO Na fase inicial da participação do nosso estudo verificamos que em relação à idade das voluntárias com queixa de dor pélvica crônica, o estudo de Nogueira, Reis e Neto (2006), sobre a abordagem de dor pélvica crônica em mulheres, nos mostra que ocorre em mulheres de 15 a 73 anos, apresentando também cerca de 14% em mulheres com idade reprodutiva, interferindo diretamente na vida conjugal, social e profissional. As voluntárias avaliadas então nessa relação, sendo a primeira voluntária com 50 anos de idade e a segunda voluntária com 49 anos de idade, não estão mais na vida produtiva, porem a DPC interfere na vida conjugal, social. Em relação aos fatores de melhora e piora do quadro da dor pélvica crônica, observamos que antes do tratamento fisioterapêutico as voluntárias apresentavam a dor pélvica crônica e o fator que fazia com que a dor reduzisse, era o uso de alopáticos ou realização de atividades físicas, porém após as sessões de fisioterapia uma das voluntárias relatou a diminuição do uso de alopáticos. Segundo NOGUEIRA, REIS, et al., (2006) a utilização de analgésicos de primeira linha, anti-inflamatórios não hormonais e analgésicos podem ser as drogas de primeira escolha, porém ainda temos outros alopáticos que são usados com os antidepressivos tricíclicos que podem ser associados com analgésicos no tratamento de dor pélvica crônica de qualquer etiologia, trazendo melhora a tolerância da dor. Em relação a atividade física, de acordo com MANN, KLEINPAUL, et al., (2008), a inatividade física pode estar diretamente ou indiretamente relacionada com a dor, o sedentarismo aliado a deficiência do sistema musculo esquelético e sobrecargas, levando aos indivíduos apresentarem dor pélvica. A realização de exercícios físicos esta diretamente ligada com a duração da dor, incidência e episódios da mesma, então podemos considerar a atividade física uma forma de prevenção da dor pélvica. 31 Baker (1998), relatou no seu estudo alterações posturais em mulheres com DPC, determinando um padrão postural típico presente nestes casos. Cerca de 75% das 132 mulheres que participaram do estudo, apresentaram hiperlorse lombar, anteriorização pélvica, hiperextensão de joelhos, encurtamento dos músculos flexores e rotadores externos do quadril e déficit de força dos músculos abdominais, estabilizadores da pelve e do quadril, sendo este o referido padrão postural típico de dor pélvica. Em nosso estudo, de acordo a avaliação postural a voluntária 1 apresentava uma discreta hiperlordose lombar e a voluntária 2 apresentava hiperlordose lombar, condizente com o padrão postural citado por Baker. Segundo Lorençatto et al., (2007), a dor pélvica crônica pode causar prejuízos físicos, psicológicos e sociais, assim como qualquer outra patologia crônica, pois ela irá restringir e modificar o convívio diários das pacientes com sua rotinas estabelecidas. Um exemplo de alteração na qualidade de vida pode ser a depressão pois ela representa um grupo heterogêneo de sintomas, que são as seguintes: manifestações de humor deprimido, manifestação acentuada de desinteresse, pelas atividades anteriormente satisfatórias, perda ou aumento significativo de peso, insônia ou hiperinsonia, entre outros. A utilização do questionário SF-36, aplicados antes do início do protocolo de tratamento cinesioterapêutico, 1 e 2 meses após o início e ao final do tratamento. O questionário foi utilizado com o objetivo de verificar ao longo do tratamento de forma ampla e completa a qualidade de vida das voluntárias. O SF-36 foi ser um questionário genérico de saúde de fácil administração e compreensão, não sendo tão extenso como apresenta- se, fazendo com que ocorra muitas vezes, dificuldades de preenchimento, pela sua extensão. Ware e Sherbourne,(1992). Segundo CICONELLI et al., (1999) o questionário SF-36 representa definições múltiplas da saúde,inclusive função e deficiência orgânica, desconforto e bem estar, relatórios objetivos e reclamações subjetivas, de solenidade-avaliação favorável e desfavorável da condição de saúde..O questionário citado tem grande importância para o nosso estudo, pois nele conseguimos ver a progressão e o resultado das voluntárias durante o tratamento com exercícios cinesioterapeuticos. Em vários estudos citados, conseguimos observar o grande uso do questionário SF-36. No estudo de Barcelos, P.R; CONDE, D.L, at al (2010), sobre QV em Mulheres com dor pélvica crônica, um estudo de corte transversal analítico, a aplicação do questionário foi no inicio do tratamento e após 32 meses. Os autores relataram que mulheres com DPC apresentaram menores escores nos domínios capacidade funcional, dor, vitalidade, estado geral de saúde, aspectos sociais, saúde mental. Em outro estudo conduzido nos Estados Unidos, entre mulheres de 18 a 50 anos de idade, demonstrou- 32 se que o escore do estado geral de saúde de mulheres com DPC foi significativamente menor que o da população geral de mulheres sem DPC (BARCELOS, et al., 2010). Batista e Vasconcelos (2011) avaliaram 102 voluntários de ambos os sexos, questionando a presença de dor em geral e buscando descobrir a intensidade e qualidade da dor nesse grupo, 65% relataram a presença de dor constante o que resulta em prejuízo da qualidade de vida (QV), já que a interferência negativa é importante nas atividades diárias, afetando a vida social, emocional e profissional do individuo. Em nosso estudo verificamos com o questionário SF36 que: uma das voluntárias não apresentou melhora de nenhum dos domínios, porém a mesma nos relatou melhora subjetiva em aspectos: qualidade de vida, emocional, mental, funcional e dor. Para a segunda voluntária foi observado melhora nos aspectos de limitação por aspectos físicos, dor, aspecto emocional e capacidade funcional, sendo confirmado quando interrogada. Para a utilização do questionário SF-36 as voluntárias relataram dificuldade em preencher ou mesmo, dúvidas em relação à reposta apropriada e condizentes ao questionário, causando resultados não fidedignos com o que realmente sentiam. De acordo com Giselle C. L. Rosanova; Bruna S. et al (2010), a utilização do questionário SF-36 apresenta-se muito complicada, para o preenchimento correto do questionário, em estudos realizados a versão brasileira do questionário SF-36 que é SRS-22r, apresentou-se melhor em relação as sua disposição de perguntas, sendo mais claro para obtermos resultados mais fidedignos em relação aos tratamento realizados, sendo um questionário mais satisfatório para utilização. A EVA foi utilizada no nosso estudo para obtermos o escore de dor entre as voluntárias, o mesmo apresentou escore de média 3,5 inicialmente, média 2,5 no final da aplicação do questionário. A escala é muito utilizada pela sua praticidade de utilização, fácil entendimento das pacientes e rapidez da aplicação. De acordo com Nogueira, A.A; Reis, F.J.C; et al (2006), a escala analógica de dor tem como vantagem a simplicidade e é amplamente utilizada independente do idioma, e escolaridade sendo compreensível pela maioria dos pacientes. Durante o período de aplicação do exercícios cinesioterapeuticos por 3 meses observamos, um bom andamento das pacientes durante as sessões, mudanças de hábitos relatados por elas mesmas, como uma das voluntárias que nos relatou sobre a diminuição do uso de fármacos, outra voluntária nos relatou sentir-se mais calma, e as duas concordaram que com a aplicação dos exercícios cinesioterapeuticos a qualidade de vida melhorou, sendo isso um relato das próprias voluntárias, porém podemos sugerir uma continuidade do tratamento cinesioterapeutico, ajudando na melhora da qualidade de vida das voluntárias. Não podemos 33 determinar previamente o número de sessões de fisioterapia que as pacientes devem realizar isso vai de acordo com a resposta de cada um, ao tratamento proposto. Propomos então um número de sessões maiores por semana, pois a presença de dor não é desprezível, sendo então necessário o acompanhamento dessas mulheres para melhores tratamentos futuros. Sugerimos também um grupo maior de voluntárias podendo melhor ser avaliada a eficácia dos exercícios cinesioterapeuticos. 6. CONCLUSÃO No presente estudo foi possível observar que as duas voluntárias obtiveram melhora de acordo com os relatos de satisfação com o tratamento, apesar das pequenas alterações na analise quantitativa feita com o questionário SF-36 e a EVA. A melhora das voluntárias teve influencia tanto na vida pessoal, qualidade de vida, saúde mental, ansiedade. Em relação a aplicação do questionário SF-36 conseguimos observar que as voluntárias apresentaram uma pequena melhora, podendo ser influenciada pela confusão do preenchimento do questionário. REFERÊNCIAS 34 ALMEIDA, E.C.S., NOGUEIRA, A.A., REIS, F.J.C. Aspectos etiológicos da dor pélvica crônica na mulher. Femina, Belo Horizonte, v. 30, n. 10, p. 699-703, nov./dez. 2002. ANDRADE FILHO, A.C.C. Dor: diagnostico de tratamento. São Paulo: Roca, 2001. p.279. ANDRADE FA, PEREIRALV, SOUSA FAEF. Mensuração da dor no idoso: uma revisão. Rev. Latino-am Enfermagem 2006 março-abril; 14(2):271-6 ARIAS, A.C. Dolor pélvico crónico en mujeres: una revisión sistemática de estudios de la prevalencia poblacional 2004-2009. Revista Colombiana de Obstetrícia y Ginecologia, Bogoatá, v. 61. n. 4, p. 329-334, out/dez. 2010. BARACAT E. C, Lima G. R., Guias de medicina ambulatorial e hospitalar unifesp ginecologia. São Paulo: Manole, 2005 BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à obstetrícia, Aspectos de ginecologia e neonatologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Medic, 2002. BAKER PK.“Musculoskeletal problems”. In: Steege JF et al. Chronic pelvic pain: na integrated approach. Filadélfia: W.B. Sauders Company, 1998, pp 215-40. BARROTE, D.; NETO, M.J.; REIS, B.A. Dor Pélvica Crônica. In: BARACHO, E.; Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia: Aspectos de Ginecologia e Neonatologia. 1. ed. São Paulo: Editora Medse, 2002. p.2-16. BARCELOS, P.R.; CONDE, D.M.; DEUS, J.M.; MARTINEZ, E.Z. Qualidade de vida de mulheres com dor pélvica crônica: um estudo de corte transversal analítico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 32, n. 5, p. 247-253, mai. 2010. BATISTA, A.G.L.; VASCONCELOS, L.A.P. Principais queixas dolorosas em pacientes que procuram clinica de fisioterapia. Revista Dor, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 125-130, abr/jun. 2002. 35 BERNARDES; N. O. Estudo randomizado, cruzado e duplo cego para a avaliação da eletroestimulação intravaginal no tratamento da dor pélvica crônica. Campinas, 2009. 87 p. Tese (Doutorado) – Departamento de Tocoginecologia, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual de Campinas. CAMPBELL F.; COLLETT B.J. Chronic pelvic pain. British Journal of Anesthesia, Altrincham, v. 73, n. 5, p. 571-573, jun. 1994. CICONELLI, R.M.; FERRAZ, M.B.; SANTOS W.; MEINÃO L.; QUARESMA M.R.; Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade SF-36 (Brasil SF-36). Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 39, n. 3, p. 143-150, mai./jun. 1999. FERNANDES, I. I. B.; VASCONCELOS, K. C. V.; SILVA, L. L. L. A análise da qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de assistência nutricional (GAN) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Belém, 2009. 76 f. FREIRAS, M. E. A.; DANTAS, W.; NEUMANN, V. N.; GARCIA, G; LIMA, M. K. S. A qualidade de vida no trabalho: perspectivas além da ginástica laboral no HC/UFMG. Anais do 8º encontro de extensão da UFMG. 2005. GANNUNY, C. S.; BERNARDES, N. O. Dor Pélvica Crônica: Desafios no Diagnóstico e Tratamento. In: MARQUES, A. A.; SILVA, M. P. P.; AMARAL, M. T. P. Tratado de Fisioterapia em Saúde da Mulher. 1. ed. São Paulo: Editora Roca, 2011. p. 328-343. Giselle C. L. Rosanova; Bruna S. Gabriel et al. Validade concorrente da versão brasileira do SRS-22r com o Br-SF-36. Rev. bras. fisioterapia. vol.14 no.2 São Carlos Mar./Apr. 2010 Epub May 14, 2010 GODINHO, A.C.S.; CORDEIRO, K.R.B.; COIMBRA, D.N.; Efeito terapêutico do alongamento e Tração Manual da Coluna com Protusão Discal Lombar na fase crônica. Chapada/Manaus –AM 2011. 36 GRACE, V. M., ZONDERVAN, K. T. Chronic pelvic pain in New Zealand: prevalence, pain severity, diagnoses and use of the health services. Journal of Public Health, New Zealand, v. 28, n. 4, p. 369-375. ago. 2004 JUNIOR, J.C.M.S. Dor posterior baixa e dor pélvica: O que interessa ao proctologista? Sociedade Brasileira, 2009. São Paulo KOPELMAN, A.; SATO, H.; GUMÃO, L.; HOLZHACKER, S.; SCHOR, E.; GIRÃO, M.J.B.C. Indicação da laparoscopia na dor pélvica crônica: revisão baseada em evidências. Femina, Belo Horizonte, v. 38, n. 6, p. 327-332, jul. 2010. KRELING, M.C.G.D.; CRUZ, D.A.L.M.; PIMENTA, C.A.M.; Prevalência de dor crônica em adultos. Revista Brasileira de Enfermagem, São Paulo, v. 59, n. 4, p. 509-513, jul./ago. 2006. LATTHE, P.; LATTHE, M.; SAY, L.; GULMEZOGLU, M.; KHAN, K.S. Who systematic review of prevalence of chronic pelvic pain: a neglected reproductive health morbidity. BMC Public Health, Birmingham v. 6, p. 177, jul. 2006. LOPES, A.; CICONELLI, R.; REIS, F. Medidas de avaliação de qualidade de vida e estados de saúde em ortopedia. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 42, n. 11, p. 89-94, nov. 2007 LORENÇATTO C. Avaliação de dor e depressão em mulheres com endometriose após intervenção multiprofissional em grupo. Revista Associação Médica Brasileira, São Paulo, v.53, n. 5, p. 433-438, set./out. 2007. LORENÇATTO, C. et al. Avaliação da frequência da depressão em paciente com endometriose e dor pélvica. Revista da Associação Medica Brasileira, 2002;48, Campinas/ SP. MACIEL, R. H.; ALBUQUERQUE, A. M. F. C.; MELZER, A. C.; LEÔNIDAS, S. R. Quem se Beneficia dos Programas de Ginástica Laboral? Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, São Paulo, v. 8, p. 71-86, 2005 37 MANN, L; KLEINPAUL, J.F; et all. Efeito do treinamento do isostretching sobre a dor lombar crônica: um estudo de caso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Motriz, Rio Claro, v 15 nº1 p. 50-60, jan./mar.2009 MANN, L; KLEINPAUL, J.F; et al. Dor lombo-pelvica e exercícios físicos durante a gestação. Fisioterapia do Movimento, 21 (2):99-105 abr/jun 2008 MIRANDA M.L.J., GODELI M.R.C.S., Música, atividade física e bem-estar psicológico em idosos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. V.11, Nº04, 2003. MORAES, L. F. S. Os princípios das cadeias musculares na avaliação dos desconfortos corporais e constrangimentos posturais., Rio Claro, v.15, n.1, p.50-60, jan./mar. 2009 MATA, A.Z.; MULLER, M.C. Uma análise qualitativa da convivência da mulher com sua endometriose. Revista Psicologia, Saude & Doenças, Lisboa, v. 7, n. 1, p. 57-72, 2006. MATHIAS, S.D., KUPPERMANN, M., LIBERMAN, R.F., LIPSCHUTZ, S.J.F. Chronic pelvic pain: prevalence, health-related quality of life, and econimic correlates. Obstetrics & Gynecology, v. 87, n. 3, p. 321-327, mar. 1996. MENON, T. Influencia do alongamento passivo durante 30 segundos durante 48 horas em músculo sóleo de ratos; Cascavel, 2004. MIRANDA, MLJ, GODELI, MRCS. Música, atividade física e bem – estar psicológico em idosos, Revista Brasileira de Ciências & Movimento. Brasília, 11 (4), 87-94, 2003. MIRANDA, R, SCHOR, E., GIRÃO, M.J.B.C. Avaliação postural em mulheres com dor pélvica crônica. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de janeiro, v. 31, n. 31, p, 335-360, jul. 2009. MODOTTE, W.P.; DIAS, R.; DIAS, D.S.; IHLENFELD, M.F.K.; LASMAR, R. Mapeamento Consciente da Dor Pélvica Crônica. Revista Brasileira de Videocirurgia, São Paulo, v. 3, n. 4, p. 220-225, out./nov. 2005. 38 NACUL, A.P.; SPRITZER, P.M. Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento da endometriose. Revista brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 32, n. 6, p. 298-307, jun. 2010. NOGUEIRA, A.A.; REIS, F.J.C.; POLI NETO, O.B. Abordagem da dor pélvica crônica em mulheres. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia, Rio de Janeiro, v. 28, n. 12, p. 733-740, dez. 2006. NOGUEIRA, A.; REIS, F.J.C et al. Abordagem da dor pélvica crônica em mulheres. Semina: Ciencias Biologicas e da Saude, Londrina, v.29, n 2, p 201-212., jul./dez. 2008. NOGUEIRA, A.A.; POLI NETO, O.B.; SILVA, J.C.R.; REIS, F.J.C.; Síndromes miofasciais: causa comum e subdiagnosticada de dor pélvica crônica em mulheres. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 31, n. 9, p.425-426, ago. 2009. RAVSKI, A. Correlação entre a planilha de dor pélvica e escala visual analógica. Belo Horizonte, 2009. 40 p. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Saúde da Mulher, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. REDONDO, B. Isostretching. 2° edição. São Paulo: Riograndense, 2006 REIS Reis AB, Barrote D, Souza ELBL. Anatomia feminina. In: Souza ELBL. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 2002. p.1-18. RIGOTTI, M.A.; FEREIRA, A.M. Intervenções de enfermagem ao paciente com dor. Arq. Ciênc. Saúde, p.50-54, jan-mar.2005. RODRIGUES, C.A; FILHO, N.H.O. Fisioterapia nas disfunções da pelve. Fisioterapia no Movimento;2005 ROYAL COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNAECOLOGISTS. The initial management of chronic pelvic pain. 2005. ROMAO, A.P.M.S. O impacto da ansiedade e depressão na qualidade de vida de mulheres com dor pélvica crônica. Ribeirão Preto, 2008. 89p. Dissertação (Mestrado) – 39 Programa de Pós-Graduação em Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. SANTOS JR., J.C.M. Dor Posterior Baixa e Dor Pélvica: O que interessa ao Proctologista? Revista Brasileira de Coloproctologia, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 393-403, set. 2009. SANTOS, C. C.; PEREIRA, L. S. M.; RESENDE, M. A.; MAGNO, F., AGUIAR, V. Aplicação da versão brasileira do questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica. Revista Acta Fisiatria. Belo Horizonte, v. 13, n. 2, p. 75-82, jun. 2006; SILVA, J.A., RIBEIRO FILHO, N.P. A dor como um problema psicofísico. Revista Dor, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 138-151, abr./jun 2011. Site http://saudedamulheremfoco.blogspot.com.br/2011_04_01, em: 15/10/2012 às 15:40. SOUSA, F. A. E. F. Dor: o quinto sinal vital. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 10, n. 3, p. 446-447, mai/jun. 2002. STUDY PROTOCOL FOR THE WORLD HEALTH ORGANIZATION PROJECT TO DEVELOP A QUALITY OF LIFE ASSESSMENT INSTRUMENT (WHOWOL). Qual Life Res. v. 2, n. 2, p. 153-159, 1993. TRIPOLI, T. M. et al. Fisioterapia na dor pélvica crônica. In: MORENO, A. L. Fisioterapia em uroginecologia. 2. ed. Barueri: Editora Manole, 2009. p. 189-200. VIEIRA, R.S.; NEVES, R.B. Atitude frente a dor: perfil em pacientes ortopédicos em tratamento fisioterapêutico. Revista Brasileira de Terapia Manual, São Paulo, v. 4, n. 15, p. 244, set. 2006. WARE, J. E. Sherbourne CD: The MOS 36 Item Short-Form Healt Survey (SF-36). I. Conceptual framework and item selection. Med Care, n. 30, p. 473-483, 1992. 40 ANEXOS 41 ANEXO I - TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO TÍTULO DA PESQUISA: Investigação e caracterização da dor pélvica crônica em funcionárias de uma instituição particular de ensino superior do município de Bragança Paulista Eu, _________________________________________________, RG_________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade dos pesquisadores Profª. Ft. Nathália A. Aiello e de Nicole Ferreira Ribeiro e Regina Aparecida Gonçalves do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco. Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que: 1 - O objetivo da pesquisa é avaliar a influência da cinesioterapia no alívio dos sintomas da DPC. 2 - Durante o estudo serei submetida à avaliação fisioterapêutica para caracterização da dor pélvica crônica e responderei dois questionários por quatro vezes durante a realização de sessões de fisioterapia, por três meses com exercícios cinesioterapeuticos elaborados para este estudo. 3 - A participação neste estudo acarretará benefícios fisioterapêuticos. 4 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 5- A resposta a este instrumento / procedimento não causa riscos conhecidos à minha saúde física e mental, não sendo provável também que causem desconforto emocional; 6 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa, o que não me causará nenhum prejuízo; 7 - Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 8 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 24548981; 42 9 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Profª. Ft. Nathália A. Aiello, sempre que julgar necessário pelo telefone 11- 98356235; 10- Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Bragança Paulista, ______ de ____________ de 2012 ____________________________________ ASSINATURA Nicole Ferreira Ribeiro Regina Aparecida Gonçalves Profª. Nathália A. Aiello Orientadora Responsável Tel. 11- 98356235 Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade São Francisco tel: (0xx11) 2454-8981/ (0xx11) 2454-8028 e-mail [email protected]. 43 ANEXO II – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PESQUISA Nº │__│__│ DATA ___/___/____ AVALIAÇÃO DE DOR PÉLVICA Informações gerais Nome:________________________________________________________________ Data de nascimento:____/____/____ Idade: │__│__│ Setor de trabalho: ________________________ Tempo: ________________________ Etnia: ( 1 ) Branca ( 2 ) Negra ( 3 ) Parda ( 4 ) Indígena ( 5 ) Asiática Escolaridade: ( 1 ) Nenhuma ( 2 ) Ensino Fundamental ( 3 ) Ensino Médio ( 4 ) Ensino Superior Estado Civil: ( 1 ) Solteira ( 2 ) Casada ( 3 ) Outro:______________________ Atividade física: ____________________________, ____ vezes por semana Tabagista: ( 1 ) Não ( 2 ) Sim Altura: │__,│__│__│ Peso (inicial): │__│__,│__│ IMC: │__│__,│__│ Antecedentes obstétricos: G____ PN____ PC____ A____ Antecedentes ginecológicos: _____________________________________________________ Antecedentes cirúrgicos: _________________________________________________________ Avaliação da dor 44 Local da dor: ( 1 ) Lombar ( 2 ) FID ( 3 ) FIE ( 4 ) Supra púbico Início: ( 1 ) 6 meses a 1 ano ( 2 ) 1 a 5 anos ( 3 ) mais de 5 anos Causa: ( 1 ) Trauma ( 2 ) Cirurgia ( 3 ) sem causa aparente ( 4 ) outra ____________________ Intensidade (EVA): Fator de melhora: ( 1 ) Repouso ( 2 ) Atividade física ( 3 ) Medicação ( 4 ) outro ___________ Fator de piora: ( 1 ) Estresse físico ( 2 ) Estresse emocional ( 3 ) Período menstrual ( 4 ) Repouso ( 5 ) Atividade física ( 6 ) Atividade sexual Faz uso de medicamentos: ( 1 ) Não ( 2 ) Sim Qual(is): _______________________________ Avaliação postural: _____________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Dor interfere na produção do trabalho realizado: ( 1 ) Não ( 2 ) Sim 45 ANEXO III – SF-36 Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36 Nome:______________________________________________________________ Idade: _______ Sexo: ________ Função exercida no trabalho:_____________________________________________ Há quanto tempo exerce essa função: ______________________________________ Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em como responder, por favor, tente responder o melhor que puder. 1-Em geral você diria que sua saúde é: Excelente 1 Muito Boa 2 Boa 3 Ruim 4 Muito Ruim 5 2-Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora? Muito Melhor 1 Um Pouco Melhor 2 Quase a Mesma 3 Um Pouco Pior 4 Muito Pior 5 3-Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando? Atividades Sim, dificulta muito Sim. Dificulta um pouco a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa c) Levantar ou carregar mantimentos d) Subir váirios lances de escada e) Subir um lance de escada f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se g) Andar mais de 1 quilômetro h) Andar vários quarteirões i) Andar um quarteirão j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 Não, não dificulta de modo algum 3 1 2 3 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 46 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra). 1 2 5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz. 1 2 6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo? De forma nenhuma 1 Ligeiramente 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? Nenhuma 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderada 4 Grave 5 Muito grave 6 8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)? De maneira alguma 1 Um pouco 2 Moderadamente 3 Bastante 4 Extremamente 5 47 9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas. Todo Tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nunca a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força? 1 2 3 4 5 6 b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? 1 2 3 4 5 6 c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo? 1 2 3 4 5 6 d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo? 1 2 3 4 5 6 e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? 1 2 3 4 5 6 f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido? 1 2 3 4 5 6 g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6 h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? 1 2 3 4 5 6 i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6 10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)? Todo Tempo 1 A maior parte do tempo 2 Alguma parte do tempo 3 Uma pequena parte do tempo 4 Nenhuma parte do tempo 5 48 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamente verdadeiro A maioria das vezes verdadeiro Não sei A maioria das vezes falso Definitivamente falso a) Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas 1 2 3 4 5 b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço 1 2 3 4 5 c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5 d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5 49 ANEXO IV-TABELA DE EXERCICIOS CINESIOTERAPEUTICOS UTILIZADOS PARA AS PACIENTES DURANTE AS SESSÕES DE FISIOTERAPIA. 1- Alongamento de adutores, com a paciente sentado com a coluna apoiada na parede e com os quadris e joelhos flexionados e abduzidos, alongamento de glúteos e coluna lombar na posição de prece maometana. 2- Semi-ajoelhada com os quadris e joelhos fletidos e tronco alinhado, levar os braços para frente e abaixar a cabeça, permanecendo por 20 seg. 3- Sentada em posição de coluna ereta, com as pernas afastadas e as mãos apoiadas em um bastão atrás das costas, alinhado com a coluna, associar com a respiração. 4- Paciente em D.D. no colchonete com uma bola entre os joelhos, eu peço para a paciente contrair com MAP’s e apertar a bola ao mesmo tempo e ficar por 10 seg, depois relaxa. ( 10 x 10seg) 5- Paciente em D.D. fazendo abdominal associado com padrão respiratório (relaxa/inspira; contrai/expira lenta e profundamente). 6- Paciente em D.D. realizando contração de períneo por etapas (contrair/contrair mais forte/ contrair mais forte ainda). 7- Paciente em bipedestação e com o step, peço para a paciente subir no step e contrair os MAP’s por 10 seg e descer do step relaxando os m.m. 8- Paciente sentado em bola suíça, fazendo movimentos com a pelve de retroversão, anteroversão e circundução lentamente associando a respiração com a contração dos m.m. (3 vezes) 9- Paciente sentada na bola suiça, joelhos alinhados com os tornozelos, MMII paralelos e abduzidos (2 palmos de distância): com os pés firmemente posicionados, direcionava o cóccix para frente e deixava a bola rolar suavemente (retroversão) associando à contração perineal mantendo por três segundos; direcionar o cóccix para trás; 10- Paciente em bipedestação realizando anteroversão e retroversão pélvica, associando à contração perineal na retroversão pélvica ( 3 séries de 10 repetições). 11- Ao final da sessão a paciente realizava os mesmos alongamentos realizados no início. 50 ANEXO V-TABELA DE EXERCICIOS CINESIOTERAPEUTICOS UTILIZADOS PARA AS PACIENTES REALIZAREM EM CASA NO PERIODO DE FÉRIAS 1. Sentada com a coluna apoiada na parede e com os quadris e joelhos flexionados e afastados, na posição de borboleta. 30seg 2. Deitada com uma bola ou travesseiro entre os joelhos, contrair períneo e apertar a bola ao mesmo tempo sustentando por 10 segundo, seguido de relaxamento. Repetições: 10 x 10seg 3. Deitada, realizar abdominal associado com respiração (soltar ar durante a contração). Repetições: 3x8 repetições 4. Deitada realizar exercício de ponte, associando com contração do períneo, sustentando posição por 10 segundos. Repetições: 10 x 10seg 5. Sentada em posição de coluna ereta, com as pernas afastadas e as mãos apoiadas em um bastão atrás das costas, alinhado com a coluna, associar com a respiração. TEMPO 30seg 6. Semi-ajoelhada com os quadris e joelhos fletidos e tronco alinhado, levar os braços para frente e abaixar a cabeça, permanecendo por 20 seg. 51 Instruções: - os exercícios devem ser realizados no mínimo 3 X por semana - em caso de dúvida ou dificuldade na realização de algum exercício não execute - estamos à disposição para contato, aguardamos seu retorno em agosto (entraremos em contato para informar a data), BOAS FÉRIAS! Alunas: Nicole Ferreira Ribeiro e Regina Aparecida Gonçalves Orientação: Prof Nathália Aiello Montoro 52 ANEXO VI – CARTA DE AUTORIZAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA