Cadernos Unisuam 79 Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 79-80, jun. 2013 CONFIABILIDADE DA MEDIDA DO ÂNGULO Q DURANTE A ATERRISSAGEM DE SALTO VERTICAL POR MEIO DE VIDEOGRAMETRIA Gustavo José Mourão Severiano Aluno do Curso de Graduação de Fisioterapia no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) [email protected] Michelle Suelen da Costa Silva Aluna do Curso de Graduação de Fisioterapia no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) [email protected] Claudia Lima Chame Andrade Dias Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (UNISUAM) Pós-Graduação em Fisioterapia Respiratória e UTI (UNISUAM) Pós-Graduação em Geriatria e Gerontologia Interdisciplinar (UFF) Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) [email protected] Lilian Ramiro Felicio Doutora em Ortopedia, Traumatologia e Reabilitação pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) Mestre em Ortopedia, Medicina e Reabilitação do Aparelho Loco pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) [email protected] RESUMO O ângulo Quadriciptal (Q) é uma medida relacionada à linha de ação do músculo quadríceps e alterações nessa medida podem levar à sobrecarga da articulação femoropatelar. Algumas atividades, como a aterrissagem após um salto, estão relacionadas ao aumento dessa medida e consequentemente à sobrecarga no joelho, visto que esse movimento é realizado em vários esportes, e que lesões na articulação do joelho correspondem a 25% das lesões ortopédicas. Este trabalho tem como objetivo avaliar a confiabilidade da medida do ângulo Q por meio da videogrametria em homens saudáveis. Foram avaliados oito voluntários do sexo masculino com média de idade de 22,6 (±2,4) anos, de altura de 172,7 (±5.0) cm e de massa corporal de 74,3 (±16.1) Kg e ângulo Q mensurado em repouso de 21,3 (±4) graus; todos os voluntários foram solicitados a realizar uma sequência de três saltos a partir de uma plataforma de 40 cm de altura. A máquina fotográfica (marca Nikon® modelo D3100) foi posicionada a uma distância de três metros do voluntário e sobre um tripé a um metro de altura. Para a medida do ângulo Q, foram posicionados marcadores de cor branca com sete milímetros de diâmetro nas seguintes marcações ósseas: espinha ilíaca ântero-superior (EIAS), centro da patela e tuberosidade anterior da tíbia. As medidas foram realizadas por dois pesquisadores experientes na técnica de videogrametria em todas as repetições da aterrissagem. O ângulo Q foi mensurado a partir do frame em que o indivíduo apresentasse a menor Cadernos Unisuam 80 Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 79-80, jun. 2013 distância entre EIAS e solo, e determinada pelo ângulo formado entre a reta EIAS-centro da patela e centro da patela-tuberosidade anterior da tíbia. O programa utilizado para análise dos dados foi o CorporisPro®. O coeficiente de correlação intraclasse (ICC) foi realizado utilizando o programa BioEstat versão 5.0. Os valores de ICC foram classificados da seguinte maneira: <0.4 confiabilidade pobre, entre 0.4 – 0.75 confiabilidade moderada e >0.75 confiabilidade excelente. Os indivíduos apresentaram média do ângulo Q de 10,7(±7,1) graus durante a aterrissagem. A medida ângulo Q apresentou nível moderado de confiabilidade intraexaminador (ICC=0,71) e interexaminador (ICC=0,56). Estes resultados evidenciaram níveis moderados de confiabilidade, entretanto, as imagens analisadas foram selecionadas a partir do movimento de aterrissagem, o que poderia estar relacionado a níveis de reprodutibilidade próximos ao nível pobre. Por outro lado, podem-se observar níveis de moderado a excelente de repetibilidade, dessa maneira, essa técnica poderia ser utilizada durante as avaliações funcionais de atletas e pacientes. De acordo com os dados acima descritos, pode-se concluir que a medida do ângulo Q durante a aterrissagem do salto realizada por meio de videogrametria apresentou nível moderado de confiabilidade intra e interexaminador. Palavras-chave: Joelho. Aterrisagem. Videogrametria.