XXI Workshop do Grupo Português Génito-Urinário Hotel Tivoli Carvoeiro, 8-9 de abril de 2016 EVOLUÇÃO DE PROGNÓSTICO EM DOENTES COM CANCRO DO RIM METASTIZADO SOB TERAPÊUTICAS-ALVO DE PRIMEIRA LINHA E SUBSEQUENTES Helena S. Gouveia, Mónica Pinho, Sílvia Lopes, Sofia Oliveira, João Cunha, Ana Luísa Faria, Joana Godinho, Joana Macedo, Pedro Matias Santos. Serviço de Oncologia Médica – Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E. INTRODUÇÃO O modelo prognóstico do International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium (IMDC) estratifica doentes com carcinoma de células renais metastizado segundo o risco de mortalidade. Foi validado em doentes tratados com terapêuticas-alvo em primeira e segunda linhas terapêuticas. Fatores de risco Grupos de risco Tempo entre diagnóstico e tratamento inferior a 1 ano Baixo risco: 0 fatores de risco (FR) Índice de Karnofsky < 80% Hemoglobina (Hb) inferior ao limite inferior dos valores de referência (VR) Neutrófilos (Neutr) superiores ao limite superior dos VR Plaquetas (Plaq) superiores ao limite superior dos VR Cálcio corrigido (Ca2+) superior ao limite superior dos VR Adaptado de Heng DY, et al. J Clin Oncol. 2009 Dec 1;27(34):5794-9. Risco intermédio: 1-2 FR Alto risco: 3 ou mais FR OBJETIVOS Avaliar a evolução da estratificação de risco aferido pelo IMDC em doentes submetidos a tratamentos de primeira linha e subsequentes; Avaliar diferenças de tempo livre de progressão (TLP) entre diferentes grupos de risco. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo transversal retrospetivo. Critérios de Inclusão: doentes consecutivos com diagnóstico de carcinoma de células renais metastizado, tratados no Hospital de Dia de Oncologia Médica da nossa instituição com TKIs ou inibidores mTOR entre 2011 e 2015. Critérios de Exclusão: doentes submetidos apenas a uma linha terapêutica ou que tenham mudado de fármaco por toxicidade inaceitável. Intervenção: a cada nova linha terapêutica foi aplicado o modelo prognóstico IMDC e estratificado o grau de risco. Análise estatística: IBM SPSS Statistics, considerando um nível de significância de 0,05. RESULTADOS N=4 doentes. O tempo de seguimento mediano foi de 40 meses [Min: 20 – Máx 48]. Sexo Idade Mediana 48 anos [31 – 67]. 1; 25% F Índice de Comorbilidades de M Charlson: Mediana 6 [6 – 10]. 3; 75% Performance status ao diagnóstico ECOG PS = 0 2 ECOG PS = 1 2 ECOG PS ≥ 2 0 Todos tinham histologia de células claras e estavam metastizados ao diagnóstico. Locais de metastização Pulmonar: 3; 75% Óssea: 2; 50% Ganglionar: 1; 25% Tempo desde o diagnóstico ao início de terapêutica: Mediana 1,6 meses [0,4 – 2,6]. RESULTADOS N=4 doentes. O tempo de seguimento mediano foi de 40 meses [Min: 20 – Máx 48]. 1ª linha IMDC TLP (meses) 2ª linha IMDC TLP (meses) 3ª linha IMDC TLP (meses) Óbito Sunitinib 2 7,7 Pazopanib 2 14,5 Axitinib 4 8,7 Sim Sunitinib 4 3,2 Everolimus 4 3,2 Axitinib 4 8,5 Sim Pazopanib 1 7,4 Everolimus 3 7,4 ––– ––– ––– Não Pazopanib 2 11,0 Everolimus 1 11,0 Axitinib 1 9,1 Não P=0,656 (N.S.) P=0,371 (N.S.) Categoria de risco TLP (mediana [min – máx]) Intermédio 10 [7 – 14] meses Alto 6 [3 – 8] meses P=0,041 CONCLUSÕES No tratamento do cancro renal metastizado, as terapêuticas-alvo permitem SLP prolongadas. A aplicação do modelo de risco do IMDC parece predizer maior TLP, distinguindo aqueles doentes que poderão beneficiar mais tempo destes fármacos. OBRIGADA PELA ATENÇÃO