Iniciação científicaPALESTRA em fisiologia animal comparada. INICIAÇÃO CIENTIFICA EM FISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA Olga Martins Mimura Universidade Presbiteriana Mackenzie, Faculdade de Ciências Biológicas, Exatas e Experimentais São Paulo, SP, Brasil. Quando se aborda o tema: "Iniciação cientifica em fisiologia comparativa" deve-se ter em mente 3 questões fundamentais: a) a necessidade de conhecimentos básicos de aspectos da biologia de uma espécie em particular ou de um conjunto de espécies assemelhadas ou não; b) infra-estrutura mínima para a execução dos vários experimentos; c) massa critica de recursos humanos adequadamente preparada para coordenar projetos de pesquisa nessa área. Neste contexto, um laboratório equipado, um biotério para permanência e acompanhamento de animais terrestres (segundo normas internacionais de cuidados a animais), tanques e ou aquários, especialmente construídos, equipados com sistema de água corrente e controle de temperatura e fotoperíodo, além de um sistema de descarte de substancias potencialmente tóxicas e ou poluidoras. Um outro aspecto mencionado refere-se aos recursos humanos: orientador, aluno e pessoal técnico, uma vez que nas várias etapas de qualquer pesquisa, todos os envolvidos têm seu papel a desempenhar. O orientador que coordena o projeto deve ter conhecimento não apenas na área em que pretende orientar, mas deve entender e conhecer minimamente as interrelações que a fisiologia tem com as demais áreas da Biologia (bioquímica, biofísica, morfologia, histologia, biologia molecular,ecologia, entre outras). O aluno que desenvolverá o projeto deve ser assíduo e responsável pelas tarefas que lhe são propostas, executando-as, a contento, dentro do cronograma estabelecido. O pessoal técnico, responsável pela manutenção e adequação de equipamentos e pela conservação das condições bióticas e abióticas dos biotérios e viveiros onde permanecem os animais em experimentação e ou em manutenção. Resta ainda salientar a necessidade de uma biblioteca que possa oferecer recursos bibliográficos atualizados e adequados ao desenvolvimento dos projetos de iniciação científica. Faz-se mister, salientar também, que, apesar da riqueza faunística do Brasil, entre nós poucas são as Instituições publicas ou privadas, geralmente, localizadas nas regiões Sul e Sudeste, onde se faz uma iniciação cientifica, em fisiologia animal, de qualidade, considerando-se os aspectos acima mencionados. Neste caso pode-se citar a Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual Paulista (UNESP), a Universidade Estadual de Campinas, a Universidade Federal de São Carlos e algumas, poucas, Universidades Privadas, alem de Institutos de Pesquisa Estaduais (Instituto Butantã e Instituto Biológico). É valido acrescentar-se ainda, que a iniciação cientifica em fisiologia de Invertebrados é muito mais complexa, pois vários aspectos da biologia destes organismos são pouco conhecidos, apesar da importância médica, social, econômica e ecológica de algumas espécies. Uma das áreas atuantes na iniciação cientifica em fisiologia animal, é aquela relacionada à fisiologia de peixes; embora, a fauna piscícola da América do Sul, em geral, e do Brasil em particular, seja rica tanto em espécies como em diversidade, somente nas últimas duas décadas, os ictiólogos tenham dedicado especial atenção a aspectos importantes da biologia de peixes(reprodução, alimentação e osmorregulação) quase sempre voltados para a piscicultura. Neste ponto cabe ressaltar o papel de algumas instituições de ensino e pesquisa (USP, UNESP, UNICAMP, UFSCar e INPA) como centros geradores de iniciação à pesquisa em fisiologia de peixes. Cabe ainda, assinalar que pesquisas de iniciação cientifica em fisiologia animal têm sido pontos de partida para Mestrados e Doutorados, muitos dos quais realizados com o apoio financeiro de Instituições oficiais de fomento à pesquisa (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP, Conselho Nacional de Desenvolvimento CientíficoCNPq, entre outras) ou privadas (Mackpesquisa). Estes auxílios tornam-se importantes na medida em que provêm recursos na forma de bolsas individuais ou permitem que as Instituições melhorem sua infraestrutura (investindo em equipamentos e até reformas) e propiciando aos orientadores e aos pesquisadores em geral, subsídeos para desenvolvimento de projetos de pesquisa. Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.55, jan./dez., 2004 55