AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES A Índia, situada ao sul da Ásia, é herdeira de civilizações que deixaram um vasto legado cultural para a humanidade. 2 AS PRIMEIRA CIVILIZAÇÕES Com cerca de 1,1 bilhão de pessoas, a Índia é atualmente o segundo país mais populoso do mundo, rico em diversidade étnica e cultural. Em seu território há mais de 330 grupos étnicos, 325 línguas e 1652 dialetos. Em 1950 o Hindi tornou‐se a língua oficial do país e enumeraram‐se 15 línguas oficiais regionais. No entanto, o Hindi encontrou uma certa resistência, particularmente nos Estados do sul e em Bengala, o que conduziu à manutenção do Inglês como segunda língua privilegiada que permite os contactos internacionais e a obtenção de melhores empregos. 3 IMPORTANTE Etnia: Um grupo étnico é um grupo de indivíduos traços biológicos parecidos e que têm uma certa uniformidade cultural, que partilham as mesmas tradições, conhecimentos, técnicas, habilidades, língua e comportamento. Raça: ç Um ggrupo p de seres q que p partilham os mesmo traços ç biológicos. g SERES HUMANOS NÃO POSSUEM RAÇA, POSSUEM ETNIA Dialeto: O dialeto é a variedade de uma língua própria de uma região ou território e está relacionado com as variações linguísticas encontradas na fala de determinados grupos sociais. sociais Língua: é um sistema formado por regras e valores culturais presentes em uma comunidade que permitem o entendimento das mensagens trocadas. Imensa variedade lt l li í ti i l cultural, linguística e social A região do atual subcontinente indiano apresenta indícios de ter sido ocupada por grupos A iã d t l b ti t i di t i dí i d t id d humanos há 30 mil anos. Eles se concentravam no vale do rio Indo, onde hoje se localiza o Paquistão. O rio i Indo I d é o rio i mais i longo l e mais i importante i t t do atual Paquistão e um dos mais destacados rios do subcontinente indiano. Seu vale abrigou uma das culturas mais antigas do mundo, d a civilização i ili ã do d Vale V l do d Indo. I d Foram F alili encontradas as ruínas de importantes cidades, como Harappa e Mohenjo‐Daro, entre muitas outras de menos importância.Os hinos da antiga ti Í di mencionam Índia i o rio, i o quall deu d origem ao nome do país. O Indo é muito importante para a economia das regiões por onde passa. Suas águas são represadas em barragens que fornecem eletricidade e são usadas na irrigação de plantações p a tações eem te terras as ge geralmente a e te muito u to secas. Os principais cultivos regionais são cana‐de‐ açúcar, trigo, arroz e algodão. Peixes como savelhas e trutas são pescados em suas águas. A área rasa de seu estuário no mar de Omã é rica em camarões. 5 Por volta de 3000 a.C., dois dos povoados dessa região se destacaram: Mohenjo-Daro e Harappa, que foram centro da civilização harapense. As duas cidades dispunham de sistema de esgoto, barragens para enfrentar as cheias do rio Indo e celeiros para armazenar os excedentes agrícolas. GRJATOI / W WIKIPÉDIA Esses povos comercializavam trigo, cevada, joias e roupas, cevada, joias e roupas, entre outros. Sítio arqueológico de Mohenjo-Daro, na Índia. 7 30.000 anos atrás 30 000 anos atrás • Ocupação das margens do rio Indo • início do processo de sedentarização 3.000 a.C 3.000 a.C • Formação da cidades de Mohenjo‐Daro e Harappa • Civilização Harappense 2.000 a.C • A civilização harappense entra pela falta de água • Migração para o Rio Ganges 1.500 a.C • Ocupação do Rio Indo pelos arianos O ã d Ri I d l i • Início da Era Védica Séc. VI a.C Formação de reinos em torno do rio Ganges • Formação de reinos em torno do rio Ganges Séc. V a.C • Consolidação do reino de Magadha a partir do domínio de outros reinos Séc. V a.C Séc VaC • Surgimento do budismo Séc. II Criação do Mahabharatha – narra guerra de conquista no rio Ganges narra guerra de conquista no rio Ganges • Criação do Mahabharatha Para facilitar as transações comerciais, os mercadores desenvolveram um sistema de pesos Para facilitar as transações comerciais, os mercadores desenvolveram um sistema de pesos e medidas válido em toda a região do Indo. OLGA A / SHU UTTERSTOCK / GLOW IMAGEES Eles utilizavam sinetes de pedra com pictogramas para marcar suas mercadorias. Os arqueólogos fizeram uma única descoberta digna de interesse: um sinete quadrado de esteatita, do tipo usado pelos antigos habitantes de Harappa para imprimir sua "assinatura" assinatura na argila úmida. O objeto apresentava a imagem entalhada de um touro, emoldurada por seis sinais gráficos pertencentes a um sistema de escrita desconhecido. Antigo sinete indiano, de prata e lápis-lazúli, para marcar documentos pessoais. 9 Por volta de 2000 a.C., a civilização harapense entrou em crise, provavelmente devido à falta de água que assolou a região. A população migrou então para a região do rio Ganges para a região do rio Ganges. 10 AE Era Védi Védica Adaptado de: WOR RLD History Atlas: Mapping tthe Human Journey. Londress: Dorling Kindersley, 2005. A partir de 1500 a.C., os árias, ou arianos, A Índia antiga grupos nômades de indo‐europeus vindos da Ásia central, começaram a se instalar no território harapense em busca de campos para a pastagem de seus rebanhos. Após se instalarem na região, começaram a cultivar arroz, arroz cevada, cevada trigo, trigo algodão e cana‐de‐açúcar e, por meio do comércio, começaram a progredir. Depois D i da d invasão, i ã os árias, ái P Passaram a viver i como sedentários e incorporaram muitas palavras de línguas dravidicas a seu idioma. A crenças religiosas As li i também bé se misturaram, i dando origem ao hinduismo, conjunto de doutrinas e práticas religiosas que passou a ti t todos t d os aspectos t da d vida id reger, praticamente, cotidiana dessa população. 11 SOCIEDADE VÉDICA SOCIEDADE VÉDICA Inicialmente, os árias organizavam‐se em tribos subordinadas a um chefe – o rajá – e a um sacerdote – o purohita. Afirmando conversar com os deuses, os sacerdotes conquistaram enorme poder junto à população e perante o próprio rajá. Sua organização era distribuída em vários povoados governados por um chefe o rajá e por um sacerdote chefe, o rajá, e por um sacerdote. No século VI a.C. , os povoados começaram a crescer e formar pequenos reinos, que migraram para a região do rio Ganges. No século V a.C., o reino de Magadha dominou outros dezesseis reinos e passou a ocupar uma posição estratégica para o comércio – do litoral leste do território até a baía de Bengala. A luta l entre grupos arianos deu d origem a vários á poemas e contos transmitidos na cultura indiana por meio da oralidade. O mais famoso deles é o “M h bh th ” que narra a disputa “Mahabharatha”, di t pelo l trono t entre t dois ramos de uma mesma família, os kauravas e os pandavas. O “Mahabharatha” foi escrito em sânscrito e levou 400 anos para ter contadas por completo suas histórias, registradas em um livro no século II. Seu título pode ser traduzido como “a grande história dos Bharata”. 13 Uma sociedade de castas O do O domínio da sociedade harpense pelos arianos trouxe uma reorganização do status o da soc edade a pe se pe os a a os t ou e u a eo ga ação do status social. Brâmanes - Classe dos sacerdotes. Organizava e orientava as cerimônias religiosas. Detinha o conhecimento dos ritos e sacrifícios presentes na escrituras sagradas. Xátrias - Classe dos g guerreiros e nobres, q que eram os maiores p proprietários p de terras. Responsável por administrar o Estado e lutar nas guerras. Vaixás - Classe dos mercadores mercadores. Sudras - Classe dos trabalhadores manuais não arianos. Párias - Os excluídos da sociedade. 14 Brâmane colocando a tika – uma pasta de cor vermelha ‐, na cabeça de uma devota Os sudras Os sudras também sofrem preconceitos, mas também sofrem preconceitos mas numa escala menor do que os dalits Lidar com os mortos e com a sujeira é tida uma atividades impura, reservada aos dalits Embora os brâmanes sejam considerados a bo a os b â a es seja co s de ados a casta mais alta, oito entre dez milionários indianos pertencem à casta dos vaixás Um copo voa através do salão e choca‐se contra a parede, e todos os homens param de tomar seus respectivos chás. Em seguida, muito irritado, o senhor que arremessou o copo p larga g algumas g rúpias p no balcão – o suficiente p para p pagar g o chá q que tomou e o copo p que quebrou ‐, e deixa o local. Por anos, ele batalhou contra a pobreza e o preconceito na escola e na universidade, mas finalmente conseguiu seu PhD em Direito, e tornou‐se professor da Universidade de Delhi. Todavia, quando o dono do bar lhe entregou o chá, perguntou‐lhe qual era a sua casta. “Eu sou um dalit”, disse o professor. “Então, lave o copo você mesmo, quando acabar de usá‐lo”, disse o dono do bar. “Ele não tocava nenhuma coisa tocada por mim. Eu tornava impuro o objeto. Eu sou um intocável”, desabafou. Em outro lugar, um menino foi atacado por um touro. Vendo a cena, as pessoas, preocupadas, correram para ajudá‐lo, mas alguém gritou que o menino era um intocável, e elas desistiram de salvá‐lo. Ele morreu. http://www.borboleteandoporai.com/viaje‐para‐a‐india‐casta‐o‐sabio‐ o‐guerreiro‐o‐empresario‐o‐trabalhador‐e‐os‐outros/ Religião e cultura Os adeptos do hinduísmo são chamados de hindus, veneram diversas divindades e acreditam na reencarnação. Segundo sua doutrina, doutrina cada pessoa passa por várias reencarnações, até que chega ao ponto em que sua alma já evoluiu o suficiente para que não seja mais necessário viver novamente no momento em que chamam de libertação total novamente, do ser. B CHRISTOP PHER / ALAMY / OTHER IMA AGES Da fusão entre as crenças religiosas desses povos harapenses e arianos, surgiu o hinduísmo que é, até hoje, a maior crença religiosa da Índia. Escultura E lt em b bronze ffeita it por volta lt de d 950 representando o deus hindu Shiva Vinadhara. 22 JJULIAN KUMAR / GODONG // LATINSTOCK O hinduísmo hi d í iinfluencia fl i vários á i aspectos t d da cultura indiana, desde a manutenção do sistema de castas, até sua alimentação. Os hindus acreditam que os alimentos não só nutrem o corpo, como também possuem propriedades curativas propriedades curativas. A partir desse preceito, desenvolveram a medicina Ayurvédica que busca, através da di i A édi b t é d alimentação, manter o corpo em sintonia com a mente, promovendo um estado de equilíbrio equilíbrio. Ganesha com seus pais, Shiva e Parvati. 24 JAIMAA / SHUTTERSTOCK / GLLOW IMAGES A principal dieta hindu é a vegetariana, que exclui o consumo de carne, principalmente a bovina, uma vez que para os indianos, a vaca é um animal sagrado, associado à bondade. Templo Costeiro, parte do conjunto Monumental de Mahabalipuram, dos séculos j VII e VIII, no sudoeste da Índia. 26 ROBERT HARDING PIC CTURE LIBRARY LTD. / ALAMY / OTHER IMAGES O budismo nasceu na Índia Essa doutrina surgiu a cerca de 2500 anos e teve seu nascimento ligado à história do príncipe Sidarta Gautama. príncipe Sidarta Gautama. Sidarta era muito rico, mas estava insatisfeito. Ele decidiu abandonar tudo e vagar pelo mundo em decidiu abandonar tudo e vagar pelo mundo em busca de conhecimento. Após anos de meditação, Sidarta alcançou a iluminação espiritual e tornou‐ se Buda que significa “o se Buda, que significa o iluminado iluminado”. O princípio fundamental de seus ensinamentos é a afirmação de que a superação dos sofrimentos vem da purificação moral e espiritual. Representação de Buda em escultura do século V. Surgido na Índia, o budismo conquistou grande número de seguidores entre as g populações orientais. 27 A expansão dos celtas EEnquanto a cultura védica se enraizava na Índia, os celtas se expandiram para grande t lt édi i Í di lt di d parte do continente europeu. Eram tribos dispersas, originárias da Europa central, que se espalharam aos poucos, chegando ao ápice de seu domínio no século V a.C., perdendo seus domínios a partir do século II a C perdendo seus domínios a partir do século II a.C. Os celtas se destacaram pelo domínio do metal, especialmente o ferro, com o qual fabricavam armas. ERIICH LESSING / ALBUM / LATINSTOCK Além de ferro, produziam joias e bordados com cores vivas e muitos detalhes. Foram eles que difundiram pela Europa o costume de usar calças, que foi incorporado dos povos das regiões frias da Ái Ásia. Escultura celta, em forma de pássaro, feita de bronze e encontrada Á no monte Dürrnberg, na região de Hallein, na Áustria. 28