Revista Eletrônica de Biologia

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REB Volume 3 (4): 89-105, 2010
ISSN 1983-7682
.
Revista Eletrônica de Biologia
__________________________________________________________________
“Levantamento Etnobotânico do Uso Popular de Plantas Medicinais por
Comunidades Rurais Atendidas Pela UBSF/Jundiaquara /Araçoiaba da
Serra/SP”
Ethnobotanical survey people of the use of medicinal plants for rural communitiesattended by ubsf jundiaquara / Araçoiaba da Serra – SP
Walter Barrella; Tiago Böer Breier e Gracieli Ana Leme.
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. Campus Sorocaba
E-mail: [email protected]
Resumo
A urbanização e modernização por vezes facilitam a vida do homem, porém em meio rural
isso pode significar a perda de costumes e hábitos, influenciando no uso e conhecimento
fitoterápico da população que passam a buscar nos remédios alopáticos única forma de
tratamento. Portanto no estudo etnobotânico desenvolvido objetivou-se descrever o uso e
conhecimento desta terapêutica alternativa em comunidades rurais atendidas pela UBSF
(Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Jundiaquara em Araçoiaba da Serra.
Cerca de 30 plantas (16nativas, 14 exóticas) foram citadas pelo conjunto de entrevistados,
destes, a maioria faz uso de fitoterápicos, obtendo entre pacientes mais velhos e/ou
residentes de áreas distantes do posto de saúde a faixa da população que mais utiliza ervas
medicinais, sendo que do total somente 17% é por indicação médica. Por isso vincular junto
ao Programa de Saúde da Família um projeto que envolvesse o estimulo da população
pelos profissionais, com práticas que resgatem tais hábitos seria importante, conciliando as
plantas à medicina tradicional, resultando em tratamentos mais saudáveis, valorização da
cultura local e conseqüentemente na conservação da diversidade de espécies nativas
encontradas em um ambiente natural.
Palavras-Chaves:
Medicina
Popular,
Plantas
Medicinais;
Etnobotânica,
UBSF
e
Comunidade
89
Abstract
The urbanization and modernization per times facilitate the man's life, even so in a little rural
that can mean the loss of habits and habits, influencing in the use and knowledge
phitoterapic of the population that start to look for in the allopathic medicine only treatment
form. Therefore in the etinobotanical study developed pharmacological it was objectified to
describe the use and knowledge of this alternative therapeutics in rural communities assisted
by UBSF (Basic Unit of Health of the Family) of the neighborhood Jundiaquara in Araçoiaba
of the Mountain. About 30 plants (16nativas, 14 exotic) they were mentioned by the
interviewees' group, of these, most makes fitoterápicos use, obtaining among patient older
resident and/our of distant areas of the position of health the strip of the population that more
it uses medicinal herbs, and of the total 17% are only for medical indication. That to link the
Program of Health of the Family close to a project that involved it I stimulate of the population
for the professionals, with practices that rescue such habits it would be important, reconciling
the plants to the traditional medicine, resulting in healthier treatments, to value of the local
culture and consequently in the conservation of the diversity of native species found in a
natural atmosphere.
Key-words: popular medicine, medicinal plants; etnophamarcology, UBSF and community
1) Introdução
No Brasil, o conhecimento e utilização de plantas medicinais tiveram sua
origem entre os povos indígenas que aqui habitavam antes da chegada dos
colonizadores, estes por sua vez tiveram papel importante na transmissão de tais
conhecimentos
que
então
fazem
parte
da
formação
cultural
do
Brasil.
(ALBUQUERQUE, 2002; MONTEIRO, J. M. et. al; MING, 1998).
As práticas e conhecimento fitoterápico na medicina popular podem
diferenciar de um local para outro, de acordo com a estrutura do ambiente
(rural/urbano), componentes sócio-cultural e outros, por exemplo, uma cidade que
sofre constantemente alterações em seu ambiente natural, passando de rural para
urbano, levara conseqüentemente a população do local a se adequar a situação,
perdendo ou modificando seus hábitos e cultura. (MENDES, 2004; ARNOUS, et
al.;2005; BONTEMPO, 1985; KIM, H.; SONG, M.; POTTER, D 2006)
Na ultima década o uso de plantas medicinais na medicina popular tornou-se
uma pratica generalizada, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS) cerca de 80% da população mundial fez uso de algum tipo de erva na busca
de alivio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável, o que nos leva a
90
considerar a importância deste assunto. (RODRIGUES, 2001; BOTSARIS, et al.
1999; LIBMAN, A. et.al 2006)
Esta prática em ambientes rurais onde o acesso ao atendimento medico e a
assistência hospitalar muitas vezes não estão disponíveis ou são de acesso difícil a
população, o uso de plantas para fins terapêuticos acaba tornando-se a principal
forma de tratamento. (RODRIGUES, 1979; MING, et al.1998)
A escassez de informações sobre a fitoterapia seja entre a população ou
entre profissionais da saúde ainda é significante, e se revertida poderia mudar e
muito esta situação,
influenciando na qualidade do sistema de saúde.(
RODRIGUES, A.G. 2001; CORRÊA, et. al 1998; SAIKIA, A. P.et.al 2006)
Diversos estudos feitos nesta área mostram a importância do processo
educativo necessário para a população que utiliza destes recursos, citando o
despreparo do profissional da área saúde sobre este assunto.(LEITE, 2000 ; BAH, S.
et. al. 2006 ;AMORIM, 1999)
Nesse contexto este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento
etnobotânico das plantas medicinais utilizadas por comunidades rurais usuárias da
UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) localizado no bairro Jundiaquara,
verificando se a população rural tem conservado seus hábitos e cultura ou se a
urbanização e modernização têm modificando os conceitos da comunidade e
desvalorização da cultura popular, levando em conta a relação UBSF e população.
2) Metodologia
O estudo será realizado em comunidades do município de Araçoiaba da
Serra (Fig. 1) localizada a 20 km de Sorocaba, cortada pelo trópico de Capricórnio,
situada a oeste de São Paulo. Possui uma altitude que varia entre 669 a 1110
metros do nível do mar.
91
Fig.1 Localização da área de estudo. Fonte: IBGE, 2005
A topografia do município é ondulada e suave, com declives. A cobertura
vegetal é rica pela diversidade de espécies, podendo-se encontrar representantes
da Mata Atlântica, Floresta Tropical, Cerrado e transição, predominando o cerradão
(vegetação xerófila, plantas que vivem bem em solos secos, dos planaltos, com
alguma cobertura herbácea, que tem consistência e o porte de ervas). O Nome
Araçoiaba, foi dado pelos índios, de formação mais intuitiva do que técnica que
significa: "lugar que esconde o sol".
O estudo foi desenvolvido em comunidades rurais incluídas na área de
abrangência UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Jundiaquara
que faz parte do Programa da Saúde da Família do município de Araçoiaba da
Serra, sendo que as comunidades são divididas em grupos chamados microáreas, e
estas correspondem a suas respectivas agentes comunitárias (A.C.), totalizando 6
microáreas. A equipe do posto portanto é formada por
médico, enfermeira e
auxiliares de enfermagem, dentista e auxiliar e 6agentes comunitárias, com os quais
foram feitas entrevistas individuais abertas.
Durante as visitas domiciliares e consultas médicas, foram feitas as
entrevistas utilizando-se de questionário (anexo) com perguntas abertas e fechadas,
sendo dividido em dois grupos distintos, grupo 1 (microáreas próximas ao posto)
92
grupo 2 (microáreas distantes do posto), 20 entrevistas para cada grupo.
(DORIGONI; P.A. et. al, 2001)
As espécies coletadas foram identificadas com auxilio de literatura
especializada e também com ajuda da professora Dr. Vilma Palazetti, depois de
identificadas as exsicatas foram armazenadas junto ao material botânico no herbário
regional da PUC-SP (Sorocaba).
3) Resultados
O conhecimento entre profissionais da equipe sobre o assunto esta a mesmo
nível, embora o nível de instrução varie entre médio e superior, todos são a favor do
uso de plantas pela população, admiram-se ao dizer que o conhecimento empírico
que se tinha sobre o assunto esta sendo perdido, e não mais passado de geração
para geração. Relatam que a população usuária de plantas é em sua maioria
pessoas mais velhas, enquanto os mais jovens dificilmente optam para este tipo de
tratamento, porem é comum pacientes que freqüentam o posto, mesmos os mais
velhos, em busca de medicamentos para tratamentos que podem ser substituídos
pelo uso de um fitoterápico.
A comunidade atendida pelo posto de saúde em sua grande maioria faz uso
de plantas para fins terapêuticos, de todos entrevistados há pelo menos 2 ou três
citações de plantas conhecidas em cada entrevista. Tirando-se a média de plantas
citadas e a idade do entrevistado, obtém-se média maior entre pessoas de 50 a 70
anos (Figura 1 B)
Os 40 questionários aplicados (anexo tabela.2), abrangem os dois tipos de
comunidades,
dividindo-se em comunidades mais próximas do posto e mais
distantes do posto. Analisando estes percebe-se diferenças (Figura 1A) quanto ao
número de citações, pois nas comunidades mais distantes do posto houve mais
citações de plantas. Dos envolvidos somente 17% fazem uso de plantas medicinais
por indicações médicas, 83% relatam ter aprendido sobre plantas medicinais de
outras formas, ascendentes (pais e avós principalmente) e outros.(Figura 1C).
93
n° de plantas citadas
A
10
8
6
4
2
0
8
5
Próx.do posto
Distantes
Comunidades (localidade)
Figura 1: (A) número de plantas citadas por comunidade, (B) média de plantas citadas e
idade do entrevistado, (C) tipos de indicação de uso.
94
Entre as 30 plantas medicinais as mais citadas são Cymbopogon citratus
Stapf (capim-cidrão), Mentha spp. (hortelã) e Mikania spp (guaco), estas anexadas
(anexo tabela.1), indicadas por nome popular, sua respectiva indicação terapêutica
e forma de uso, a maioria desta são cultivadas em casa ou fornecidas por pessoas
próximas, dificilmente adquirem estas plantas em seu ambiente natural.
Dos entrevistados em caso de doença 67% (Fig 2A) que optam pelo posto só
em caso de emergência, achando mais saudável e fácil recorrer primeiramente as
plantas e só se não houver efeito procurar então um especialista. Normalmente as
pessoas que pessoas que vão com freqüência ao posto tendem a optar mais pelo
uso de remédios tradicionais.
95
Figura 2: (A) em caso de doença a população inicialmente busca auxilio em, (B) resultados
obtidos quanto ao uso de plantas medicinais.
Quanto aos resultados obtidos de uso, 80% (Fig 2B) respondem que os
efeitos são satisfatórios.
Mesmo vivendo em um ambiente rural existem pessoas que buscam nos
remédios alopáticos única forma de tratamento, tornando-se muitas vezes
dependentes destes sem necessidade. Conforme verificado no presente estudo a
faixa da população em que mais faz uso de fitoterápicos esta entre as pessoas mais
velhas, as que moram mais distantes do posto e que portanto tem menos acesso ao
posto e usam com menos freqüência os serviços da unidade. Profissionais da área
de saúde devem estar atentos a estes recursos auxiliares, como meio de valorizar,
estudar e utilizar terapeuticamente espécies vegetais nativas. É lamentável que
profissionais da saúde estejam pouco preparados para lidar com plantas medicinais,
sem poder dar o auxilio e esclarecimento necessário a população sobre o assunto
96
(forma de uso, indicações, planta utilizada), por falta de conhecimento. O PSF
possibilita aos profissionais envolvidos uma intima ligação com seus pacientes tendo
acesso aos hábitos da comunidade,
devido a sua significante participação nos
hábitos da comunidade, é de extrema importância que estes estimulem a conciliação
dos dois tipos de tratamento, conscientizando a comunidade sobre fitoterápicos, com
a elaboração de projetos e práticas apontando o beneficio de plantas medicinais e
estimulo para promoção e melhoria da saúde no nível local
4) Conclusão
A modernização e urbanização em um meio rural trazem junto consigo novas
opções de tratamento causando então uma certa desvalorização da cultura local,
sendo os jovens o grupo mais sensível a essa mudança, reforçando a perda ou
abandono de praticas tradicionais. Estas comunidades tradicionais quando expostas
a novas formas de cuidado com a saúde e conhecimento sobre fitoterápicos, podem
inicialmente acrescer o conhecimento e uso de plantas medicinais, mas há então
maior contato com espécies exóticas, o que restringi a diversidade de plantas
usadas, conseqüentemente levando a perda da diversidade de espécies nativas
encontrada sem um ambiente natural, devido ao desuso da população e perda do
conhecimento
Portanto o que percebe que novas prática são adotadas
pela população
como forma de tratamento, mas estas acabam por desvalorizar a medicina natural e
cultura local, conseqüentemente havendo perda do conhecimento popular sobre
plantas medicinais, por isso o é de extrema importância o Programa da Saúde da
Família o qual esta intimamente ligado aos hábitos da população, elaborar projetos
que estimulem o uso de fitoterápicos e resgatem o conhecimento, aproveitando a
influencia que exercem sobres os pacientes e a comunidade mostrar o quanto é
importante e benéfico em diversos aspectos a conciliação da medicina tradicional
com a natural.
Agradecimentos
97
Aos profissionais do UBSF Jundiaquara, enfermeira, médica, dentista e
agentes comunitárias. A população de Araçoiaba da Serra. A professora Dr. Vilma
Palazetti que auxiliou na identificação de espécies.
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ANEXO
Questionário
Nome/sobrenome:
Sexo:
F
M
Tempo de moradia:
Estado civil:
Microárea:________ Idade:
casado
____anos
[ ] natural do lugar
solteiro
Religião:
separado
Filhos:
Sim
Não
Você ou alguém da família faz uso de plantas medicinais?
[ ]Sim
[ ] Não
Plantas conhecidas
Nome popular da planta
Local de colheita
Parte da planta
Modo de preparo
Indicação
Por indicação de quem faz uso de plantas medicinais?
[ ]Médica
[ ]Outros
[ ] própia
A planta é cultivada em casa ?
[ ]Sim
[ ]Não
De que forma a planta é utilizada:
[ ]Fresca
[ ]Seca
101
Resultados obtidos:
[ ] satisfatórios
[ ] regulares
[ ] sem efeito
Caso não tenha resultado procura um especialista ?
[ ] Sim
[ ]Não
Da preferência a:
[ ]consulta medica
[ ]ao uso de plantas medicinais
[ ]remédios tradicionais
Os profissionais da saúde fazem indicações do uso de plantas medicinais?
[ ]Sim
[ ]Não
Tabela 1. Espécies de plantas amostradas pelas comunidades, com suas respectivas indicações de
uso, partes usadas e modo de preparo.
Familia /
nome
cientifico /
nome comum
Amarantaceae
Gompherena
spp
Parte usada
Indicação
Folhas,
Gripe, febre,
Modo de uso
dores
caule e flores musculares
(Antibiótico)
Angiospermae - Solenaceae
Solanum americanum
Folhas e caule
(Maria Preta)
analgésico, depurativo e
Infusão / decocto
Decocto / suco
expectorante
Apiaceae (Umbelliferae)
Pimpinella anisum
Folhas
Calmante
Decocto / infusão
(Erva doce)
Asteraceae
Mikania
spp
Folhas
(Guaco)
Asteraceae (Compositae) Soliva
petrosperma
Folhas e caule
(Cânfora)
Asteraceae (Compositae) Achillia
mille
(novalgina)
Folhas
Expectorante, tosses e roquidões,
febres
Contusões,
e torções
Dor de cabeça, febre
pancadas
Decocto / infusão / xarope
Emplastro
suco / decocto
Asteraceae (Compositae) Galinsoga
parvifora
Folhas
decocto / infusão
(Picão branco)
102
Asteraceae(Compositaea)
Porophyllum ruderale
Folhas
(Arnica)
Bixaceae
Bixa
arborea Huber
(Coloral)
Folhas
Contusões,
pancadas e
torções
Condimento aromatizante
Emplastro
tempero
...Continua
Crassulaceae
waldheimi
Kalanchoe
(fortuna)
Euphorbiaceae
niruri
Phyllanthus
(quebra-pedra)
Gramineae
Cymbopogon
citratus Stapf.
(Capim-
cidrão)
Lamiaceae
Rosmarinus
officinalis (Alecrim)
Mentha
(poejo)
Lamiaceae (Labiatae)
spp.
Emplastro
Folhas e caule Diurético
Decocto / infusão
Folhas (planta
inteira)
Mentha
(hortelã)
Lamiaceae (Labiatae)
Leonorus
sibisicus
(rubim)
Folhas
Folhas e caule
folhas
Folhas e flor
Lamiaceae (Labiateae)
(Alfavaca - cravo)
Laureaceae
problemas cardíacos, dores
Ocimum
Calmante,
tosse e
roquidão
calamante, vermífugo,
Feridas externas, problemas
estomacais
Problemas estomacais, fígado
(Boldo- verdadeiro)
gratissimum
Decocto
Problemas estomacais, flatulência,
Lamiaceae (Labiatae) Plectrantus
barbatus
calmante, cólicas menstruais
Infusão / decocto
musculares
Lamiaceae (Labiatae)
pulegium
Folhas e caule Contusões e inflamções
Decocto / suco / infusão
Decocto / infusão / xarope
emplastro / decocto/ infusao
Suco / infusão
Folhas / toda feridas externas, problemas
parte area
estomacais
Decocto
(Canela) Folhas e caule Condimento aromatizante
Infusão / decocto / tempero
103
Laureaceae
Annamomum
zeylanicum (Canela)
calmante, cólicas menstruais,
Folhas e caule condimento aromatizante,
Infusão / decocto / tempero
hipertensão
Continua...
Malvaceae
Sida
rhombifolia L.
Folhas
Diurético
Decocto / infusão
Folhas
Problemas estomacais, calmante
Suco / infusão
(Guaxuma)
Monimiaceae
boldus Molina
Peumus
(Boldo-do-chile)
Myrtaceae
Eugenia
uniflora
(pitanga)
Rutaceae
Ruta
graveolens
(Arruda)
Verbanaceae
spp 1
Lippia
(Melissa)
Verbanaceae
ssp2
Folhas e caule Inflamações na garganta, gripe
Folhas e caule
Folhas
Lippia
Origanum
Verbanaceae
vulgare
Folhas e caule tosses, condimento aromatizante
Origanum
Condimento aromatizante
(Orégano)
Zingiberaceae
Alpinia
speciosa schum (Colônia)
Zingiberaceae
Costus
speralis Rosc.
(Cana brejo)
Dor de cabeça, calmante
hipertensão
cidreira)
(Manjericão)
mentruais, dor de cabeça
Dor de cabeça, calmante,
(melissa/ erva -
Verbanaceae
Vermelhidão nos olhos, cólicas
Folhas / flores problemas cardíacos
Folhas
Diurético
Decocto / infusão
Suco / infusão
Decocto / infusão
Decocto / infusão
tempero / decocto
tempero
Melado das flores com outra
ervas
Infusão
104
Tabela 2. Questionários individuais aplicados com seu respectivos localidade, idade, n° plantas
citadas e indicação médica.
Entrevistado
Localidade
idade
n° de plantas
citadas
Alguma indicação médica
1
dist. Posto
36
2
não
2
dist. Posto
50
7
não
3
dist. Posto
67
7
não
4
dist. Posto
73
8
não
5
dist. Posto
68
6
não
6
dist. Posto
67
7
sim
7
dist. Posto
46
11
não
8
dist. Posto
69
8
não
9
dist. Posto
58
7
não
10
dist. Posto
50
8
não
11
dist. Posto
47
5
não
12
dist. Posto
34
4
sim
13
dist. Posto
71
9
não
14
dist. Posto
58
7
não
15
dist. Posto
63
10
não
16
dist. Posto
54
9
não
17
dist. Posto
38
6
não
18
dist. Posto
68
10
não
19
dist. Posto
29
9
não
20
dist. Posto
56
12
não
21
prox. Posto
44
4
sim
22
prox. Posto
33
3
não
23
prox. Posto
43
6
não
24
prox. Posto
36
1
não
25
prox. Posto
69
7
sim
26
prox. Posto
66
3
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