Visualizando a seleção natural em sala de aula: emprego das imagens de paisagens adaptativas como recurso didático Rogério Parentoni Martins Ao final, deixamos algumas questões para orientar eventuais pesquisas futuras. Palavras-chave: Ensino de evolução, seleção natural, imagens, paisagem adaptativa. Introdução Marcos Costa Vieira Francisco Ângelo Coutinho Seleção natural é um dos conceitos mais importantes da biologia evolutiva, pois este termo indica o principal processo Resumo pelo qual a evolução ocorre (VAN DIJK e REYDON, 2009). No Argumentamos sobre a importância do conceito de entanto, também é um conceito sujeito a interpretações seleção natural para a compreensão da teoria da evolução e sobre o uso de imagens como mediador do processo de apropriação da linguagem científica. Expomos também sobre como os modos errôneas (VAN DIJK e REYDON, 2009; ROSENBERG e McSHEA, 2008, p. 20). Uma das fontes de confusão origina-se do próprio Darwin que, em Origem das Espécies, introduziu o conceito em analogia à seleção artificial. Essa analogia pressupõe também a de necessidade de um agente seletivo (van DIJK e REYDON, 2009). construção e interpretação de paisagens adaptativas No entanto, no processo de seleção natural estão envolvidos um podem ser expressos. Paisagens adaptativas são conjunto de fatores bióticos e abióticos os quais alteram representações gráficas da relação entre a aptidão darwiniana e atributos biológicos sujeitos à ação da seleção natural, em uma população de indivíduos da deterministicamente as chances de que um atributo e os indivíduos que o portarem tenham freqüências alteradas nas populações no decorrer de gerações. Seleção natural é a sobrevivência ou reprodução diferenciais de indivíduos que se mesma espécie. Nossa hipótese é a de que o uso distinguem mutuamente em um ou mais atributos. Os que desse recurso didático poderá contribuir com o apresentarem atributos vantajosos em uma dada combinação entendimento mais detalhado da seleção natural e de fatores (e.g. incidência de luz, temperatura, parasitas, fornecer uma melhor compreensão da microevolução. competidores, mutualistas), que podem atuar como restrições ao desenvolvimento, sobrevivência e reprodução, deixarão, em 1 média, um número maior de descendentes do que os que embora tenham um componente verbal, são híbridos semióticos apresentam desempenho relativamente inferior neste mesmo envolvendo simultaneamente palavras e imagens (LEMKE, ambiente. Portanto, seleção natural não é um mecanismo ativo, 1998). Os cientistas utilizam constantemente imagens em seus uma força impulsionadora de adaptações, mas um processo laboratórios, apresentações e artigos (POZZER-ARDENGHI e passivo que depende da variabilidade genética pré-existente e ROTH, da combinação de condições ambientais específicas. diagramas, tabelas, fórmulas, simulações e são singularmente 2005). Tais imagens incluem mapas, fotografias, A seleção não é responsável apenas pelos atributos importantes para a construção do conhecimento científico adaptativos transmitidos geneticamente a gerações fenotípicas (POZZER-ARDENGHI e ROTH 2005). Elas constituem um meio sucessivas, amplamente aceito no diálogo científico além de ter um mas também por influenciar a evolução de processos de isolamento pré-acasalamento e pós-acasalamento, potencial resultando de natureza e indicar o conteúdo de ideias. Knorr-Cetina e Amann adaptações e radiações adaptativas; formação de categorias (1990), por exemplo, afirmam que, embora os filósofos, taxonômicas acima de populações, portanto, macroevolução; da historiadores e sociólogos da ciência tenham considerado a evolução de parâmetros populacionais e consequentemente de escrita como a parte central da atividade científica, na verdade dinâmicas populacionais e estratégias de história de vida e, o foco de muitas atividades de laboratório não é o texto, mas finalmente, é a base teórica dos modelos da ecologia evolutiva são as imagens. Como diz Bruzzo (2004): “Conhecer a natureza (SCHLUTER, 1996; ARNOLD, 2001; ENDLER, 1986, STEARNS, também é expressar esse conhecimento em palavras e imagens 1992, PIANKA, 2000). criadas para este fim”. Esta posição alinha-se a resultados de em isolamento reprodutivo e especiação; especial para comunicar aspectos científicos da A teoria sobre paisagem adaptativa fenotípica propõe pesquisas na área de psicologia cognitiva. Essas demonstram meios de visualizar graficamente a forma da seleção natural e que se aprende melhor por meio de palavras e imagens do que por isso pode ter ser utilizada em sala de aula para ilustrar o somente por meio de palavras (MAYER 2005). Todos esses processo. Argumentamos que o emprego de tal expediente argumentos recomendam a importância de se usar imagens no teórico pode facilitar a compreensão de detalhes da seleção processo de ensino/aprendizagem de biologia. natural. Nossa hipótese também se fundamenta na O uso de imagens situa-se entre os modos semióticos de consideração de que o uso de imagens é de importância mediação das dinâmicas de interações discursivas e de processos significativa para a compreensão da evolução por seleção de construção de sentidos. O caráter discursivo da ciência natural, que é uma das teorias mais importantes da ecologia envolve a articulação da linguagem verbal escrita e as linguagens evolutiva (MARTINS et al 2009). Os conceitos científicos, das imagens (esquemas, fotografias, desenhos, tabelas, gráficos, 2 modelos, fórmulas, mapas) de que faz uso (MARTINS et al., consideração de que uma espécie possa ser unitariamente 2005). As imagens não seriam meras ilustrações de função selecionada. Há vários problemas em se aceitar seleção em acessória, que ali estão para o agrado do leitor (BRUZZO 2004). nível de espécies. Além do conhecido problema das múltiplas Elas cumprem importantes funções mediadoras na apropriação definições da linguagem da ciência escolar pelo aluno e até mesmo para o semânticas que essa suposta unidade pode sofrer, uma professor. De acordo podemos lidar com o entendimento de importante limitação é a da dificuldade em se delimitar espacial conceitos científicos a partir do uso de texto verbal e imagens. e temporalmente uma espécie. Para muitas espécies, as Tal constatação fundamenta algumas das indicações dos PCNs do Ensino Médio para a área de Ciências Naturais, de espécie, que indica as amplas variações fronteiras espaciais e genéticas são difusas (WAKE, 2002). A utilidade em se distinguir seleção fenotípica de Matemática e Tecnologia (MEC, 2000) quando afirmam que faz genotípica parte das competências e habilidades do aluno “interpretar e correspondência entre fenótipos e genótipos, pois embora parte utilizar diferentes formas de representação (tabelas, gráficos, da variação observada em características fenotípicas resulte da expressões, ícones...)”, bem como “entender e aplicar métodos herdabilidade, outra parte é o resultado de variações ambientais. e procedimentos próprios das Ciências Naturais.” Neste sentido, A herdabilidade, equação bem conhecida dos “melhoristas” o uso e interpretação de imagens que contribuam para o genéticos, é a proporção da variância fenotípica em algum entendimento da evolução, a partir da elaboração de tais atributo que é devida a efeitos genéticos aditivos. A herdabilidade imagens e a avaliação de seus impactos, configura-se como vai de 0 (diferenças genéticas nada contribuem para a variação essencial e desafiador para o ensino da biologia. fenotípica) a 1(diferenças genéticas contribuem com 100% da Antes de prosseguirmos são necessários esclarecimentos conceituais. A seleção fenotípica ocorre em indivíduos de uma única geração. sempre há variação fenotípica entre indivíduos) (FALCONER, 1989). Após ocorrer a seleção fenotípica, os indivíduos que persistir em descendentes de várias gerações subsequentes, caso evidência teórica, de campo e laboratório, a saber: seleção não haja mudanças ambientais importantes que atuem como um molecular de filtro seletivo distinto, isto é condições ambientais às quais os de indivíduos-alvo da seleção não foram ainda submetidos. seleção de grupos, de espécies, seleção nem seleção já tenham sido evocados, modelados e tenham alguma de a que para as próximas gerações, adaptações evolutivas que podem seleção que de principalmente sobre os indivíduos, embora outros níveis de gênica, consenso fato conseguem sobreviver e reproduzir transmitem geneticamente, parentesco, quase ao aja ou É deve-se seleção comunidades e ecossistemas (LEWONTIN, 1970, LLOYD, 2001). A seleção de É importante distinguir entre seleção natural e evolução. espécies constitui a base da teoria macroevolutiva, isto é a Seleção natural fenotípica individual ocorre no intervalo de 3 tempo em que uma geração sobrevive e reproduz. Evolução é fenótipos e ambiente em uma geração) e evolução (transmissão simplesmente dos a transmissão hereditária de atributos atributos selecionados para gerações subseqüentes). adaptativos entre gerações. A importância de se distinguir entre Retirando-se da definição a obrigatoriedade dessa última seleção natural fenotípica e evolução é a de que se torna condição, possível medir e visualizar a forma de seleção, sem preocupar- visualizar a ação da seleção natural sobre a variabilidade se com os mecanismos hereditários que promovem a evolução. fenotípica de indivíduos. torna-se operacionalmente mais fácil medir e Há autores importantes, e.g. Endler (1986), que definem Embora Darwin tenha observado e deduzido uma série seleção natural como um processo que ocorre, inevitavelmente, de evidências da ocorrência da seleção natural no campo, dadas as seguintes condições necessárias e suficientes: 1) detalhes existência de variação em atributos fenotípicos dos indivíduos diferenciais, gradientes e visualização da forma da seleção de uma população (por exemplo, tamanho); 2) uma relação natural permaneceram obscuros até os estudos, principalmente, consistente entre o atributo e as capacidade de acasalamento, de pesquisadores sobre Biologia Evolutiva da Universidade de fertilização, fertilidade, fecundidade e ou sobrevivência (se Chicago, que passou a ser conhecida como “Escola de Chicago” indivíduos de maior tamanho tiverem uma performance relativa (BRODIE et al., 1995). Integrantes dessa escola propuseram melhor modelos pelos quais a ação da seleção natural sobre fenótipos que os indivíduos de tamanhos menores e intensidade, visualizada a partir de estatísticas simples, regressão simples e progenitores e prole (herdabilidade), que seja pelo menos múltipla. Considerando-se essa perspectiva, uma nova definição parcialmente que operacional da seleção natural pode ser expressa: covariação influenciem a ambos (em nosso exemplo, haverá uma tendência entre medidas de atributos e suas aptidões relativas esperadas. de predominar na próxima geração indivíduos de maiores Em outras palavras, se a seleção estiver ocorrendo sobre um tamanhos relativos). É exatamente essa última condição, atributo (nosso exemplo, tamanho de corpo), à variação da imprescindível para que ocorra evolução, que é desnecessária característica para se definir seleção natural, pois herdabilidade diz respeito à darwiniana, pois as quantidades estarão correlacionadas. Caso transmissão genética dos atributos selecionados e, por isso, não haja alteração na aptidão, em função da variabilidade em trata-se de evolução. Portanto, a distinção é entre o significado um atributo fenotípico, a seleção não estará atuando sobre ela, ecológico da seleção (as mudanças na distribuição de freqüência independentemente de ter ou não base genética. ambientais corresponderá ser uma medida e oportunidade, prole fértil) e 3) uma relação consistente do atributo entre efeitos poderia a em de população sobre intermediários, sobreviverão por mais tempo e deixarão mais independente uma importantes variação graficamente em aptidão de atributos ocasionadas por interações ecológicas entre os 4 O que são e como se constrói propósitos educacionais, não é obrigatório recorrermos a uma superfície gerada empiricamente, tampouco adaptativas Paisagens Para paisagens é preciso assumir qualquer compromisso com tipos particulares adaptativas representam graficamente a de modelos (como a regressão quadrática). Paisagens relação entre a aptidão e atributos biológicos, em uma geração hipotéticas gerais com formas mais ou menos livres podem ser de uma população de indivíduos da mesma espécie (BRODIE et desenhadas ou produzidas em computador (Figura 1). Por outro al., 1995). A aptidão darwiniana de um indivíduo é, em última lado, se a intenção é a de discutir de maneira mais aprofundada análise, seu sucesso reprodutivo relativo ao sucesso reprodutivo como determinados modelos ilustram o funcionamento da dos demais integrantes da população (a sobrevivência pode ser seleção por meio de paisagens adaptativas, paisagens geradas também a partir de um modelo de regressão múltipla quadrática são utilizada componentes da como um aptidão). estimador, Exemplos de pois é um atributos dos são o mais interessantes (veja as interpretações abaixo). comprimento de um membro, a velocidade de determinada reação química ou processo fisiológico, ou a frequência de Interpretação de paisagens adaptativas exibição de um comportamento. Quando ilustramos, em um sistema de coordenadas cartesiano, duas variáveis dispostas em A principal informação que uma paisagem adaptativa eixos horizontais (os atributos) e uma terceira variável (a generalizada nos proporciona são previsões sobre como a média aptidão, no eixo vertical), teremos uma superfície tridimensional de cada atributo irá se comportar na população. Espera-se que semelhante a uma paisagem de morros e vales. os valores médios para cada atributo, com o passar das Em estudos empíricos de seleção natural, os dados gerações, aproximem-se dos picos mais altos dentro da obtidos em campo são utilizados na construção das paisagens paisagem, que representam regiões de alta aptidão. adaptativas. Programas de computador fazem uso de modelos Naturalmente isto ocorre porque, em cada geração, indivíduos de regressão múltipla para encontrar a equação matemática com valores próximos aqueles da região do pico tem, em que melhor se ajuste aos valores encontrados no sistema em média, sucesso reprodutivo maior do que indivíduos com estudo (mas os programas normalmente se restringem a valores diferentes para aqueles atributos. modelos quadráticos, veja BRODIE et al., 1995). Uma superfície Por outro lado, os vales da paisagem são regiões de é produzida representando-se os valores da equação em um baixa aptidão. Indivíduos com valores nessa região têm sucesso sistema gráfico de três eixos. reprodutivo médio inferior aos demais, e a frequência com que 5 esses valores ocorrem tende a diminuir no decorrer de sucessivas gerações. Fica assim ilustrada a matemática fundamental da seleção natural fenotípica: o modo pelo qual vantagens individuais são traduzidas em mudanças na população. Apesar de situações simplificações envolvendo dos padrões apenas dois presentes na atributos natureza, sejam elas permitem a avaliação de mais de um atributo simultaneamente, o que leva a uma compreensão muito mais precisa da seleção. Reside aí uma importante vantagem das paisagens adaptativas: elas nos mostram a seleção como um processo único, atuante sobre o organismo como um todo. Em contraste, explicações não-visuais da seleção natural tendem a se ater a um único atributo, devido a dificuldade de se lidar com atributos adicionais de maneira puramente verbal. Tem-se a impressão errônea de que a aptidão do indivíduo é dada exclusivamente por um único atributo. As interpretações até aqui descritas podem ser feitas a partir de qualquer superfície que contenha regiões de diferentes Figura 1: paisagem adaptativa generalizada, baseada arbitrariamente em uma distribuição normal bivariada. Produzida no R Software (R Development Core Team 2009). elevações. Não é necessário que a superfície seja produzida por exemplo, Em contraste, é possível construirmos paisagens com produzimos uma paisagem adaptativa generalizada (Figura 1), base em equações matemáticas que, por si mesmas permitam baseada em uma distribuição normal bivariada, utilizando o interpretações biológicas (em particular, modelos de regressão Software R (R Development Core Team 2009). A forma da múltipla; veja ENDLER 1986; BRODIE et al. 1995). Quando paisagem não se refere aos modelos matemáticos empregados de interpretadas fato em estudos de seleção natural. Trata-se apenas de uma curva possibilitam uma avaliação mais detalhada da seleção natural, hipotética, destinada a fins didáticos. Nela, nada mais é ilustrado em termos de seus componentes (seleção direcional, disruptiva, além do raciocínio previamente descrito para picos e vales. estabilizadora, ou correlacional). Tais paisagens exemplificadas uma equação com significado biológico. Como em conjunto, tais paisagens e equações 6 por meio da Figura 2 não são difíceis de construir, mas uma mediador do processo de apropriação da linguagem científica. A discussão detalhada do significado das equações utilizadas em forma que a seleção apresenta pode ser visualizada por meio de tais modelos está além do foco deste artigo (recomendamos a representações gráficas denominadas paisagens adaptativas. De revisão de BRODIE et al. 1995). modo complementar, apresentamos os modos de construção e interpretação de paisagens adaptativas. Nossa hipótese é a de que tais recursos visuais podem ajudar a entender detalhes a seleção natural fenotípica e consequentemente uma melhor compreensão da teoria microevolutiva. É curioso que tal recurso não seja explorado em livros didáticos. Também não temos notícias sobre seu uso sistemático em salas de aula, nem mesmo em nível de graduação em biologia. Mestrados profissionais na área de ensino de biologia podem desenvolver pesquisas e produtos que visem a utilização e avaliação das paisagens adaptativas em sala de aula. Quaisquer modalidades de formação poderão testar o impacto do material aqui exposto sobre a aprendizagem de seleção natural fenotípica. Enfim, o uso de paisagens adaptativas como recurso Figura 2: paisagem adaptativa produzida a partir de um modelo de regressão múltipla. Combinações de valores muito altos ou muito baixos dos atributos têm maior aptidão; didático favoreceria o processo de ensino sobre o conceito de seleção natural? Paisagens adaptativas contribuiriam para a construção de argumentos consistentes a favor da teoria da evolução? Se afirmativo, como isso ocorreria? Os professores têm algum conhecimento sobre esse recurso didático? Se Considerações finais negativo, como poderão obter? É necessário que haja de algum modo a re-significação desse recurso para o uso didático? Se Argumentamos sobre a importância do conceito de afirmativo, como fazê-lo? Estas são algumas questões que seleção natural para a compreensão da teoria da evolução. poderão ser respondidas por profissionais que se interessem Além disso, sobre a importância do uso de imagens como especializar no ensino da biologia. 7 Referências bibliográficas Lloyd, E.A. Units of selection – An anatomy of the units of selection debates. In: Singh, R.S.; Krimbas, C.B; Paul, D.B. & Arnold, S.J.; Pfrender, M.E.; Jones, A.G. The adaptive landscape Beatty, as a conceptual bridge between micro- and macroevolution. Philosophical and Political Aspects, pp. 267-291. Cambridge Genetica 112-113:9-32, 2001. University Press. Cambridge, 2001 Brodie III, E.D. Correlational selection for color pattern and Martins, R.P.; Santos, F.R.; Coutinho, F.A. A mal compreendida antipredatory evolução. Ciência Hoje 45(266):74-75, 2009. behavior in the garter snake Thamnophis ordinoides. Evolution 46(2): 1284-1298, 1992. quantifying natural selection. TREE 10 (8): 313-318, 1995. C. Biologia: educação e imagens. Educação J.A. Natural selection in about Evolution: Historical, imagens. Ciência e Cultura, 57 (4): 38-40, 2005. Mayer, e Sociedade, 25 (89): 1359-1378, 2004. Endler, Thinking Martins, I.; Gouvêa, G.; Piccinini, C. L. Aprendendo com Brodie III, E.D.; Moore, A.J.; Janzen, F.J. Visualizing and Bruzzo, J. R. E. (Org.). The Cambridge handbook of multimedia learning. Cambridge: Cambridge Universty Press, 2005. the wild. Princeton: (MEC) Ministério da Educação e Cutura. Parâmetros Princeton University Press, 1986. curriculares nacionais – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000. Falconer, D. S. Introduction to Quantitative Genetics, New Pianka, E. R. Evolutionary Ecology. San Francisco: Addison- York: Longmans Green/John Wiley & Sons, 1989. Wesley-Longman, 2000. Gavriletts, S. Evolution and speciation on holey adaptive Pozzer-Ardenghi, L.; Roth, W. M. Photographs in lectures: landscapes. TREE 12(8): 307-312 1997. gestures Knorr-Cetina, K.; Amann, K. Image Dissection in Natural Education, 15: 275-293, 2005. Scientific Inquiry. Science, Technology and Human Values, Rosenberg, A.; McShea, D. W. P. Philosophy f biology. New 15:259-283, 1990. York: Routledge, 2008. Lemke, J. Multiplying meaning: Visual and verbal semiotics in R Development Core Team. R: A language and environment scientific text. In: Martin, J. R. & Veel, R. Reading Science. for statistical computing. Vienna, R Foundation for Statistical London: Routledge, 1998. Computing, 2009. Lewontin, R.C. The units of selection. Annual Review of Schluter, D. Ecological causes of adaptive radiation. American Ecology and Systematics, 1: 1-18, 1970. Naturalist, 148: 40-64, 1996. as meaning-making resources. Linguistics and 8 Stearns, S.C. The Evolution of Life Histories. Oxford: Oxford de produtividade em pesquisa. Rogério Parentoni Martins University Press, 1992. também agradece ao CNPq pela concessão da bolsa de van Dijk, e. M.; Reydon, T. A. C. A Conceptual Analysis of Pesquisador-visitante I. Evolutionary Theory for Teacher Education. Science Education, DOI 10.1007/s11191-009-9190-x, 2009. Wake, D.B. A few words about evolution: building a hierarchical framework on the foundations of Darwinism. Nature 416: 787788, 2002. Viewing natural selection in the classroom. Use of adaptive landscapes pictures as a teaching resource. Abstract We argue about how important the concept of natural Sobre os autores selection can be for a better understanding of the theory Rogério Parentoni Martins - Doutor em Ecologia pela of evolution by natural selection, and also the importance Universidade Estadual de Campinas of using (UNICAMP). Professor images as mediators in the process of aposentado da UFMG e professor visitante na Universidade appropriation of scientific language. We explain how Federal do Ceará ( UFC). E-mail: [email protected] adaptive landscapes can be built, and the form of Marcos Costa Vieira - Graduado em Ciências Biológicas na phenotypic natural selection can be interpreted. Adaptive Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestrando em Ecologia e landscapes Evolução na Universidade Federal de Goiás (UFG). E-mail: relationship between fitness and biological attributes of [email protected] are graphical representations of the individuals in a same species population. We hypothesize Francisco Ângelo Coutinho - Doutor em Educação pela that by using this feature the improvement on how Faculdade de natural selection can shape phenotypic microevolution can Minas Gerais (FAE- UFMG). Professor Adjunto da Faculdade de be achieved. Some questions about future research de Educação da Universidade Federal Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAEUFMG). E-mail: [email protected] possibilities were left before the end. Keywords: Teaching of evolution, natural selection, AGRADECIMENTOS - Francisco Ângelo Coutinho é images, adaptive landscape. especialmente grato ao CNPq pelo apoio financeiro e pela bolsa 9