GRIPE EQUINA: é simples prevenir

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EQUINOCULTURA
GRIPE EQUINA: é simples
prevenir
Cuidados no manejo e higiene aliados a um bom programa de vacinação
dos animais são eficazes na prevenção da doença, evitando surtos e
contribuindo para a saúde dos cavalos
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CAMILA DOMINGUES
EQUINOCULTURA
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osse, coriza, febre, falta de apetite e apatia. Comuns
à gripe em humanos, os sintomas são também os
principais sinais da influenza equina — conhecida
também como gripe equina. Seja no trabalho diário nas
atividades agropecuárias, em competições, ou quando utilizados como meio de transporte, cavalos são atletas por
suas habilidades físicas naturais. No entanto, o organismo dos equinos costuma ser bastante exigido nestas atividades e, por isso, os animais precisam estar em boas
condições de saúde para exercer bem suas funções. Apesar de todo o porte do cavalo, o animal é bastante suscetível a variáveis externas. Causada por dois subtipos do
Influenza Vírus (H7N7 e H3N8), a gripe equina prejudica
o desempenho dos animais e pode ser a porta de entrada
para outras doenças respiratórias.
Imunização
A imunização dos animais ainda é a melhor forma de
prevenção para que e a gripe equina não se instale. A contaminação é extremamente rápida e o período de incubação varia de três a cinco dias. A excreção viral pode durar
até uma semana após o início dos sintomas. Por meio da
tosse, o vírus pode chegar a 35 metros de distância. A disseminação da gripe equina através do vento acontece em
um raio de até 8 km.
“Além dos sintomas comuns das gripes, muitas vezes
o animal perde o apetite e pode passar a ser seletivo com
o que come”, explica o veterinário Thomas Wolff, doutor
em cirurgia pela Universidade de Zurique, diretor veterinário da Confederação Brasileira de Hipismo e responsável pelo acompanhamento das equipes brasileiras de hipismo em competições como os Jogos Pan-Americanos e nas
Olimpíadas.
Baixa resistência
Segundo o especialista, a doença se instala mais facilmente nos equinos cuja resistência encontra-se baixa
por excesso de esforço, estresse ou quando submetidos
a grandes concentrações de animais. “Quando a doença
acomete cavalos de competição, muitas vezes chega-se
a perder etapas do calendário. O repouso é imprescindível para a recuperação nestes casos”, completa.
A evolução dependerá da intensidade do quadro e da
adoção de um adequado esquema de vacinação. No entanto, quando a infecção se instala no animal, é possível
minimizar os riscos. “Muitas vezes, com bom manejo, higiene, boa comida, água abundante e um adequado período
de descanso, o animal se recupera sozinho de uma infecção
leve, em aproximadamente, uma semana. É importante lembrar que existem muitas doenças respiratórias que acometem os equinos, sendo a maioria de origem viral. Se não tomarmos cuidados, podemos ter agravamento do quadro respiratório e complicações pulmonares”, salienta Wolff.
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Prevenção e tratamento
“Cada vez mais os criadores, proprietários e profissionais de hipismo brasileiros estão se conscientizando da neA Lavoura NO 695/2013 21
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cessidade de imunização contra a gripe equina, pois o gasto com o tratamento de possíveis complicações e infecções
secundárias, como a pneumonia, torna-se muito mais elevado”, afirma o veterinário. Para os equinos já acometidos pelo vírus da gripe, o tratamento é feito, na maioria
das vezes, com medicamentos mucolíticos — que auxiliam
na eliminação do muco — vitamina C, expectorantes, analgésicos e antitérmicos. O animal deve ficar em repouso,
ser bem alimentado e, preferencialmente, ficar isolado do
grupo. Nos quadros mais graves, os antibióticos devem ser
prescritos.
Segundo Wolff, a ocorrência de infecções mais graves,
sob supervisão veterinária, são raras. “Mas estes casos
podem acontecer e levar, inclusive, à morte do cavalo. Por
isso também que a imunização contra a gripe equina torna-se tão importante”, alerta o especialista. Vacinas encontradas em lojas especializadas são indicadas para auxiliar na prevenção da gripe equina, causada pelos dois
subtipos do Influenza Vírus que atingem cavalos (H7N7 e
H3N8). Compostas por vírus inativados, as vacinas, em
geral, protegem ainda os animais contra tétano e
encefalomielite leste e oeste.
Normalmente, a primeira dose da vacina contra a gripe
equina deve ser aplicada em potros aos três meses, com dose
de reforço após três a quatro semanas. Os animais devem
ser revacinados anualmente. Cavalos adultos nunca imunizados devem tomar duas doses, com intervalo de três a
quatro semanas. Éguas gestantes precisam ser imunizadas
no terço final da gestação. Para animais que competem nas
provas da Federação Equestre Internacional e da Confederação Brasileira de Hipismo, a revacinação contra a gripe é
obrigatória a cada seis meses.
Manejo
O manejo adequado constitui-se em outro fator primordial para a prevenção da gripe em cavalos. Os animais suados não devem ir para a cocheira antes de receberem uma
ducha e serem secos, caso contrário, terão uma maior predisposição à doença. Mas, atenção: nos meses de inverno,
o manejo deve ser mais cuidadoso e as duchas devem ser
administradas de maneira criteriosa. “O material utilizado
com o animal no dia a dia também se constitui em fonte de
transmissão do vírus da gripe. Portanto, os panos e escovas
devem ser utilizados exclusivamente pelo mesmo animal”,
finaliza Wolff.
Equinos no Brasil
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil possui o maior
rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial. Somados aos muares e asininos são 8 milhões de cabeças, cuja maior concentração encontra-se na região
Sudeste, seguida pelas regiões Nordeste, Centro-Oeste,
Sul e Norte.
MARISA FRANCO
CAMILA HERMES
CRISTINA BARAN
Boa alimentação e água farta são
essenciais para a recuperação do animal
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