apostila do curso desenvolvimento pag 220 a 235

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Feito o diagnóstico pelos Oito Princípios, falta definir se a afecção é de Canal de Energia ou de
Zang Fu, qual a substância Fundamental alterada e qual a proposta para o tratamento. Pode-se
utilizar o seguinte esquema:
1. iniciar com EXCESSO ou DEFICIÊNCIA.
2. se for DEFICIÊNCIA, qual é a substância Fundamental: Jing, Qi, Xue, Jin Ye ou Shen.
Para o diagnóstico, deve-se investigar se é um quadro de FRIO ou CALOR.
. se for CALOR, falta Yin; as substâncias Fundamentais com característica Yin são:
Líquidos Orgânicos (mais Yin), JING (matéria do corpo) e XUE (características Yin e
Yang). Caso não se consiga definir qual é a substância Fundamental, pode-se concluir que
há um quadro de DEFICIÊNCIA YIN.
. se for FRIO, há falta de Yang, isto é, de QI ou XUE. O que diferencia é o componente
referente a Líquidos Orgânicos; se for falta de XUE, haverá sinais de Secura.
3. se for EXCESSO, trata-se de um quadro de Energia Perversa (ou Noxa) ou de um quadro
de
ESTAGNAÇÃO/BLOQUEIO de substância Fundamental: Líquidos Orgânicos,
XUE ou QI. Para o diagnóstico, deve-se investigar se é um quadro de FRIO ou de CALOR.
. se for FRIO, é mais freqüente o bloqueio de XUE ou Líquidos Orgânicos.
. se for CALOR, é mais freqüente o bloqueio de XUE ou QI.
Para fechar o diagnóstico, deve-se descobrir se é afecção de Canal de Energia ou ZANG FU e,
para isto, deve-se utilizar sinais, sintomas e trajetos envolvidos.
O conhecimento dos Oito Princípios ou Oito Regras permite que os sintomas apresentados sejam
classificados de modo a situar o processo evolutivo da doença, tendo como objetivo a formulação
do diagnóstico e da proposta terapêutica adequada.
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PROPEDÊUTICA DA LÍNGUA
As alterações que ocorrem na língua têm grande significado e a sua análise corresponde, a
grosso modo, a uma laparotomia, onde se visualiza diretamente as condições dos órgãos. Aliás, a
análise da língua torna muito mais fácil a avaliação do pulso de um paciente, para se chegar a um
diagnóstico correto.
LÍNGUA NORMAL
Tem 2 partes: revestimento/saburra e corpo.
REVESTIMENTO/SABURRA
É a parte externa, relacionada em geral com alterações do tipo malformação, evidenciando
comprometimento interno. Não se tratando de malformações, as alterações informam sobre
agressões externas, sendo as energias perversas as mais comuns.
CORPO
É extremamente importante, pois fornece todas as informações sobre o Qi de cada Zang e o
sangue. Também informa sobre a qualidade do Qi do sangue: se a língua está limpa ou suja. Se
estiver suja, significa que tem noxa (energia perversa interna). Ainda fornece a condição de
circulação do Qi e do sangue, evidenciando se estão circulando ou se estão estagnados. Mostra
ainda os estados de equilíbrio Alto/Baixo e Direita/Esquerda: significa o estado geral de equilíbrio
do corpo, o que dá o prognóstico das doenças. Informa também sobre o estadiamento das
doenças, ou seja, informa se estão no início ou mais avançadas.
Lembrando: o Yang está no Alto e o Yin está no Baixo. Se não houver harmonia, é a morte. Se
houver um equilíbrio entre as 2 partes, o sistema estará estável.
Uma língua normal deve ter:
- tamanho proporcional à cavidade oral (não é a rima bucal). É preciso atenção com pacientes
que têm a boca grande ou pequena, pois pode haver a falsa impressão de língua pequena ou
grande. Deve estar bem adaptada à cavidade oral, com as margens lisas.
- Coloração do corpo rósea uniforme, como a cor da pele de um bebê, brilhante (com viço) e
homogênea.
- Revestimento branco translúcido: percebe-se, através desse revestimento, o corpo da língua.
- Proporcional nas dimensões das 3 partes.
- Boa mobilidade: permite a exposição sem esforço do paciente e permite também a fala
adequada, fluente, sem dificuldades.
A MTC divide a língua em raiz, corpo, ponta e laterais.
Raiz – ligada ao Aquecedor Inferior, fornece a mobilidade para a fala e para a exposição. É
comandada pelo R.
Corpo – ligado ao Aquecedor Médio. É comandado pelo BP.
Ponta – ligada ao Aquecedor Superior. É comandada pelo C e P, sendo a parte mais interior do P
e a parte mais exterior do C.
Laterais – ligadas ao Aquecedor Inferior. São comandadas pelo F e ocupam as margens da raiz e
do corpo, não atingindo a ponta.
FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA LÍNGUA
Os Zang são muito importantes, por serem essenciais à vida: são os grandes produtores do Qi e
do sangue. O Qi é a parte energética, mais etérea, mais móvel, sendo percebido através das
cores, das emoções, das expressões faciais e corporais, da marcha, das temperaturas
segmentares do corpo, dos pontos dolorosos, do pulso. Todas estas manifestações são muito
rápidas, pela característica energética, sendo as emoções as mais precoces. O pulso também se
manifesta como energia (e não como sangue) porque, na realidade, se usa o movimento da
artéria radial com o CEP do P, que é o Mestre das Energias; o mais adequado é o estudo da
energia dos Zang neste CEP do P porque a sua avaliação é muito mais fidedigna. As alterações
do pulso, apesar de rápidas, são mais lentas que as referidas acima e têm 2 significados:
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analisam apenas o momento do exame e mudam com uma única aplicação de ACP. Ex.: na
Pulsologia Radial, uma avaliação de nota 3 para o E e nota 0,5 para o IG evidencia uma obstrução
(bloqueio) no Yang Ming, com manifestação de dor no CEP do IG; fazendo a circulação desse
canal unitário com os pontos Iong/Iu e obtendo alívio da dor, significa que o canal foi
desbloqueado. Uma nova avaliação do pulso radial vai mostrar uma mudança imediata de
natureza energética, com, por exemplo, nota 2 para o E e nota 2 para o IG.
Observação: neste exemplo, apesar da melhora com o tratamento feito, o CEP do IG continua
fraco, o que evidencia alguma forma de deficiência do P. Caso não seja feito o tratamento desta
deficiência do P, deverá voltar a sintomatologia do bloqueio depois de algum tempo, geralmente
algumas horas.
Existe ainda, na MTC, a energia do sangue que está muito ligada à matéria (Yin) e que não circula
tão livre quanto o Qi.
Exemplo ilustrativo: um gás qualquer contido em um recipiente vai sair de imediato se houver uma
abertura; agora, uma garrafa de água com gás, ao ser aberta, vai permitir a saída de pequena
quantidade desse gás, mas ficará ainda uma quantidade remanescente misturada com a água.
Comparando as 2 formas, ambas são gás, porém a que está ligada à matéria ficará mais presa.
A energia do sangue vai então se expressar de uma forma mais objetiva à Propedêutica,
enquanto a energia livre (Qi) vai se expressar de uma forma mais subjetiva. Seria, mais ou menos,
o seguinte: o Qi é sentido, enquanto o Xue é visto. Sentir e ver são sensações, porém o ser
humano é tão treinado para ver, utiliza tanto a visão que as pessoas costumam enxergar a mesma
coisa, os mesmos detalhes. Assim, o ver compara-se à Propedêutica da língua, enquanto o sentir
compara-se à Propedêutica do pulso (seja radial ou intermediário).
A língua é considerada uma víscera que pode ser vista facilmente e é como um “porta-voz” dos
Zang: as alterações dos Zang se evidenciam na língua de forma clara e objetiva. Entretanto, por
ser mais Yin (matéria), trata-se de alterações mais tardias, porque é preciso antes haver
alterações mais precoces do Yang (Qi). Assim, jamais vai se encontrar uma alteração imediata da
língua por efeito de uma emoção. Com isto, uma alteração da língua é sempre mais definida, mais
crônica, com diagnóstico mais duradouro. Ex.: ao se fazer um diagnóstico de Mucosidade pela
Propedêutica da língua, com certeza será necessário muito tempo de tratamento para modificar
este quadro.
Por outro lado, a grande vantagem da Propedêutica da língua é a possibilidade de acompanhar o
tratamento e ter certeza que se está no caminho certo ou não. Se não estiver melhorando, sempre
é possível modificar o que está sendo feito.
TÉCNICA PARA EXAME DA LINGUA
Ao pedir para o paciente exteriorizar a língua, cria-se uma condição anômala porque passa a
provocar isquemia. Portanto, deve-se examinar a língua várias vezes, por momentos curtos e
pedir ao paciente para colocá-la para fora, com a ponta para baixo, sem esforço. Se a
exteriorização for prolongada, pode induzir a uma estagnação, ficando a língua arroxeada.
Análise da mobilidade – observar o quanto a língua se exterioriza, se há desvios ou tremores.
Visualização da cor – deve ser feita à luz do sol, de preferência perto da janela, observando a cor
e a Umidade do revestimento.
Avaliação do corpo – verificar deformidades eventuais de proporção e anatomia das margens, que
devem ser angulosas.
O paciente deve escovar a língua e ficar em jejum por um mínimo de duas horas antes do exame.
Deve beber um copo de água, com bochecho, cerca de uma hora antes do exame, para eliminar
eventuais resíduos sólidos.
Não se deve fazer exame da língua na primeira consulta, a não ser que o paciente tenha sido
informado previamente com relação aos procedimentos.
A língua permite o diagnóstico etiológico, sindrômico, topográfico e do estadio.
Diagnóstico etiológico – mostra se o agente agressor é interno ou externo.
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Diagnóstico sindrômico – mostra se existe Plenitude ou Vazio, pelo tamanho. Se estiver em Vazio,
a língua vai ser pequena. Se estiver em Plenitude, a língua será grande. Nunca se deve
considerar a língua grande como sinal de energia; é sempre Plenitude.
Diagnóstico topográfico – mostra se a afecção é superficial ou proFunda. Se acometer somente a
saburra, é doença superficial. Se acometer o corpo, é doença proFunda.
Diagnóstico do estadio – mostra se é deficiência da energia de defesa, de nutrição ou do sangue.
Se a doença estiver só no revestimento, é deficiência de Wei Qi. Se for uma língua pequena ou
pálida ou com pouca mobilidade, é deficiência de Yong Qi. Se a consistência estiver frouxa
(matéria sem turgor), é deficiência de sangue. A energia do sangue não é vista na cor.
Pode-se ainda avaliar a deficiência de circulação do sangue devido à cianose, na estagnação.
EXEMPLOS PRÁTICOS
Língua grande, com marcas de dentes nas margens – a língua é maior que a cavidade oral e
significa Umidade.
Língua pequena – menor que a cavidade oral e significa deficiência geral de energia.
Língua que exterioriza pouco – significa deficiência de energia geral. Deve tratar-se de paciente
com pouca vitalidade, que fala baixo e lento.
Língua que não exterioriza, grande, pálida – significa falta de energia do R, vazio de energia boa
+ energia perversa Umidade (que estufa). Este paciente deve ter muita Umidade porque tem a
língua grande. Se houvesse pouca Umidade, a língua seria pequena pela falta de energia boa.
Ainda se detecta que é doente crônico (alterações impregnadas na matéria), acometendo a
camada Yin (matéria). Considera-se que estão acometidos o R e o BP. Como a língua está pálida,
evidencia deficiência de sangue.
Língua com desvio lateral, tamanho normal – alguns livros de MTC referem que o desvio lateral é
sinal precoce de alarme de AVC. Como o AVC é provocado pelo Fogo do F, estaria havendo
desequilíbrio desse fogo que está subindo e desviando a língua. Assim que se instala o AVC, o
Fogo do F se exterioriza e a língua volta à posição normal. Esta língua também pode ser de um
paciente com epilepsia, onde também ocorre desvio lateral por aumento do Fogo do F. Outro
detalhe importante é a presença do tremor, que é o Vento do F. O revestimento não é normal
porque está amarelo gorduroso (amarelo é Calor, gorduroso é Umidade), porém tem alguns
aspectos de normalidade que são áreas brancas translúcidas, permitindo visualizar o corpo.
Língua com alterações morfológicas, margens brilhantes – costuma ser alteração no freio.
Apresenta ainda uma elevação no corpo por causa do tônus mole e o dente está forçando por
baixo. As margens da língua estão totalmente brilhantes (chama-se língua espelhada), como se
não tivessem nenhum revestimento, caracterizando Calor no F (por atingir as laterais). O F em
Fogo “queimou” o revestimento. Em geral as línguas espelhadas são vermelhas devido ao Calor.
Língua edemaciada, tamanho normal, brilhante – a língua edemaciada é devida à Umidade. Não
está grande porque, antes de penetrar a Umidade, a energia estava baixa (deveria ser pequena
antes). Não tem marcas de dentes porque a arcada dentária ainda está comportando o tamanho.
A cor é rósea, evidenciando que a afecção é inicial, com Yang ainda normal e pouco Yin
preenchido por Umidade. Está brilhante porque ainda tem um pouco de energia boa.
Língua pálida, sem brilho – a palidez é heterogênea, sem palidez na ponta e existe gretamento no
corpo. O BP está doente, foi agredido (retirada uma parte material que é Yin). Quem cava (retira)
é o Yang que pode ser do F ou do E. O F domina o BP e o E é a víscera do BP. Portanto, o Fogo
que chega no corpo é do F ou do E. A língua do Yang é vermelha: a língua em análise está pálida,
então não é Yang verdadeiro no momento. Concluí-se que este paciente já teve Yang verdadeiro
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e que já foi embora. Todas as vezes que houver língua gretada, tem que ser Yang elevado e Yin
fraco. Como a língua não exterioriza, não há energia boa, devendo este paciente ter uma doença
crônica, com o R fraco. As doenças prováveis podem ser úlcera, gastrite crônica, diverticulite,
doenças inflamatórias digestivas. Lembrar que qualquer órgão que fica doente de forma crônica
consome a energia do R.
Língua grande, vermelha, gretamento no centro – o Yin do BP deve estar fraco porque permitiu o
gretamento. Como a língua é vermelha, existe Yang verdadeiro. O tamanho aumentado evidencia
Umidade. Este paciente pode estar em crise aguda de processo inflamatório digestivo.
Língua grande, vermelha, seca, gretamento generalizado – tem Calor, Umidade, Yin baixo em BP,
R, P, F. Trata-se de Umidade/Calor. Pode ser um paciente com diabetes pela Umidade/Calor
crônico. Também pode ser língua de paciente aidético. Como as margens estão mais
avermelhadas e espelhadas, significa muito Calor do F.
Língua geográfica, com falhas de revestimento – trata-se de Fogo do F agredindo o BP (é o BP
que produz o revestimento).
Língua grande, vermelha escura como um morango, revestimento branco como nata de leite –
trata-se de estagnação do sangue, devido à cor vermelha escura. As possíveis causas de
estagnação são Calor, Mucosidade, Frio, Vazio. A língua não é do Vazio e não é do Frio, podendo
ser do Calor ou da Mucosidade/Calor. Se fosse uma estagnação só pelo Calor, o tamanho seria
menor (não haveria Umidade para fazer crescer). No caso, é Mucosidade/Calor porque é grande.
Como o revestimento é branco como nata de leite, significa energia perversa Frio (externo). O Frio
não entrou porque o corpo está com vermelho intenso. Pode ser paciente diabético, aidético
(doenças de Umidade/Calor crônico). Pode também ser um paciente psiquiátrico (Shen mental
alterado por Mucosidade intensa que obstrui os orifícios do Coração).
Língua pequena, tendendo a tamanho normal, vermelha, revestimento muito opaco, espesso,
amarela, aspecto gorduroso, corpo espesso (crescendo na altura) – é língua de Mucosidade
porque está crescendo para cima, não esparramando porque o Calor está segurando, em
paciente que provavelmente criou Umidade/Calor de causa externa, devido ao revestimento. Pode
ser também noxa, devido à alimentação. O paciente que se expõe muito à ingestão de
Umidade/Calor é o alcoólatra (o álcool é Umidade/Calor). Além do R, também a Mucosidade
dificulta a exteriorização da língua, porque não deixa a energia circular (o bêbado enrola a língua).
Portanto, toda língua de Mucosidade avançada apresenta dificuldade de exteriorização.
Língua grande, mais alta que larga, muito vermelha, arroxeada, revestimento amarelo gorduroso,
com desvio lateral – é língua ressecada pelo Calor, extremamente vermelha na ponta, significando
que tem muito Yang no alto. Deve tratar-se de paciente prestes a ter uma convulsão ou um AVC.
Língua grande, esparramada, vermelha, não exterioriza, marcas de dente – trata-se de
Umidade/Calor. Não exterioriza porque o Yin está baixo.
Língua com gretamento que vai do R ao P, espelhada, ponta arroxeada – trata-se de grande
dissociação Alto/Baixo, porque a raiz está muito escavada (R fraco) e a ponta estagnada (excesso
de Yang no Alto).
Língua avermelhada, tamanho normal, revestimento amarelo gorduroso – Yang aumentando, se
expondo a energias perversas que ainda estão superficiais. Em geral, trata-se de paciente que se
expõe muito ao Calor.
Língua espessa, rósea pálida, retraída, endurecida (com forma), pontas nas laterais – é doença da
Mucosidade/Frio.
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A Mucosidade/Frio é a Umidade retraída, congelada pelo Frio.
A Mucosidade/Calor é a Umidade consumida pelo Calor.
Observação: não se deve esquecer que existem casos de Umidade aumentada, com língua
grande, esparramada, porém não se evidenciam as marcas de dentes, simplesmente porque o
paciente pode não ter os dentes.
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PULSOLOGIA RADIAL CHINESA
Tem a finalidade de aquilatar as desarmonias de órgãos e vísceras.
Comenta-se sobre as desarmonias como, por exemplo, o F em Vazio, o F em Yang, o R em
Vazio, o C em Vazio, etc. O termo Vazio refere-se ao que não está cheio. Assim, um frasco com
capacidade para 1.000 ml de água, se estiver com 900 ml, é considerado em vazio de 100 ml.
Portanto, vazio não significa ausência. Consequentemente, quando se fala em Vazio, deve-se
avaliar o quanto. Na MTC, não há equivalência entre os sintomas e o estado de Vazio ou de
Plenitude. No caso de uma crise asmática, que é Plenitude Yang do P, pode-se pensar que
quanto mais forte essa crise, maior a desarmonia; no entanto, ocorre a crise intensa porque o P
está forte, levando a um espasmo intenso e tosse importante. Por outro lado, um velho com tosse
fraca não está com pouca desarmonia; pelo contrário, trata-se de desarmonia acentuada, em que
o P não tem mais capacidade de se manifestar pela tosse.
Nos primórdios da Pulsologia, os chineses não estudaram pela avaliação apenas na artéria radial,
embora já soubessem que, por esta, podiam avaliar o estado de órgãos e vísceras. O estudo era
feito em locais diferentes, um para cada órgão ou víscera. Exemplos:
C – C7 (artéria ulnar).
P – P9 (artéria radial).
IG4 – mediastino.
R – R3 (artéria tibial posterior).
E – E42 (artéria pediosa).
F – F3.
Esta localização é interessante ainda hoje porque são realizados muitos eventos invasivos que
atingem a artéria radial (arteriotomias, exames via artéria, traumatismos provocando lesões,
fístulas artério-venosas, etc.). Desta forma, há possibilidade até de perder a artéria radial, o que
pode prejudicar a avaliação pela Pulsologia Radial. Por outro lado, existem variações anatômicas
da artéria radial, em que o ramo dorsal se biFurca antes do ponto P9 (o normal é ocorrer essa
biFurcação após P9), havendo situações em que isto já ocorre no terço distal do antebraço.
Nestas situações, a canalização do sangue para o ramo dorsal vai provocar ausência ou
diminuição acentuada na avaliação do pulso radial, induzindo a erro de interpretação. Estudos
feitos no Departamento de Anatomia da UNIFESP evidenciaram 17% de variações anatômicas,
que podem ser uni ou bilaterais. Às vezes ainda, o ramo dorsal pode correr paralelamente à
artéria radial: é como se estivessem sendo palpadas 2 artérias radiais. Em termos de
sensibilidade, vai dar a sensação de pulso cheio. Por estes motivos, ainda é importante o
conhecimento dos pontos de palpação do pulso à distância, principalmente R3 (artéria tibial
posterior) e E42 (artéria pediosa). Este último dá informações sobre o estado do E ou, mais
propriamente do Yong Qi (Qi adquirido) do Yang Ming: quando se consegue palpar a artéria
pediosa em E42, significa que o Yong Qi do Yang Ming está sadio; quando não se consegue
palpar, significa que o Yong Qi do Yang Ming está deficiente. A MTC diz que “um indivíduo que
tinha a artéria pediosa palpável e, qualquer que seja o motivo, caso não se consiga mais palpá-la,
a partir daí só terá 15 dias de vida”. O prognóstico também é fechado quando não se palpa R3.
Desta forma, qualquer que seja a patologia de um indivíduo, se a artéria tibial posterior for
palpável, tem-se a certeza que não vai morrer logo. Na realidade, o significado de morte na MTC é
um pouco diferente, não tendo o mesmo significado da Medicina Ocidental, como uma parada
cardíaca, por ex. Existe um prognóstico ruim que fatalmente levará o indivíduo a perder a vida,
não importando o tempo que demora (este tempo, com certeza, será curto, mas não será
necessariamente de 3 ou 15 dias apenas). A associação de R3 não palpável + pés frios piora a
situação.
O inconveniente da palpação dos pulsos à distância consiste na dificuldade de comparação entre
as diferentes tomadas: pode-se, no máximo, constatar que um pulso local está mais forte ou mais
fraco.
A reformulação que passou a utilizar a artéria radial como referência é relativamente recente, em
termos de MTC, tendo ocorrido por volta do ano de 1.200 D.C.
Interpretações dos possíveis motivos para a escolha da artéria radial
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A escolha da artéria radial teria ocorrido porque:
. O C é o imperador e tem os 5 órgãos contidos e se manifestando nos vasos sanguíneos.
Estando relacionado ao sangue, é matéria.
. O P é o Mestre das Energias e, portanto, significando também Mestre do Qi dos 5 órgãos.
Estando relacionado ao Qi, é energia.
. Desta forma, o local onde um vaso sanguíneo (matéria) se encontra com um canal de energia é
no punho. Como a artéria radial é comprida, o ponto de referência é P8 (ponto KING), que é o
ponto de maior concentração de energia do CEP do P.
Considerando a posição anatômica da MTC (mãos para cima), quando se fala nos 5 Movimentos,
os órgãos situados mais acima (no céu) ou mais próximos das mãos são C e P, sempre tomando
P8 como referência (que é o meio). Abaixo de P8, ficam os órgãos situados na terra.
Desta forma, tem-se:
LADO DIREITO
LADO ESQUERDO
Acima
P (Metal)
C (Fogo imperial)
No meio
BP (Terra)
F (Madeira)
Abaixo
CS (Fogo ministerial)
R (Água)
Relação horizontal – corresponde à lei da dominância dos 5 Movimentos: Fogo domina Metal,
Madeira domina Terra, Água domina Fogo.
Alguns autores consideravam a Água como Rim Yin e o Fogo ministerial como Rim Yang. Quem
coloca o CS como Fogo, refere-se ao Fogo ministerial: o Rim Yang também é Fogo ministerial,
correspondente ao CS e ao TA.
Outros autores consideram mais lógica a distribuição dada pelos chineses: o Fogo ministerial
corresponde à 6ª víscera (TA) e não é Rim Yang.
Obs.: não há uma explicação lógica conhecida para o C (Fogo imperial) ficar do lado esquerdo.
LADO D
LADO E
MÃO
Céu (indicador)...............................P (Metal)...............................C (Fogo imperial)
Homem (médio).............................BP (Terra)..........P8.................F (Madeira)
Terra (anular)................................CS (Fogo ministerial)...............R (Água)
TÉCNICAS
. o dedo indicador do médico sempre deve ficar mais próximo da mão do paciente. Assim, deve-se
colocar os dedos da mão D no punho E do paciente e os dedos da mão E no punho D do
paciente.
. o paciente deve estar deitado ou sentado, com os braços estendidos.
. o punho do paciente deve ficar em ligeira flexão ventral: caso o punho fique em flexão dorsal, a
artéria radial ficará pressionada contra a crista e o médico terá a falsa sensação de pulso forte.
. a palpação deve ser feita nos 2 punhos ao mesmo tempo, para sentir os 5 Movimentos.
. a posição anatômica da MTC não é adequada por ser uma posição forçada.
. o médico e o paciente devem estar calmos, descansados e sem ingestão prévia de bebidas
alcoólicas.
. a posição deitada tem o inconveniente da dificuldade para palpar os 2 punhos ao mesmo tempo.
Obs.: apesar da dificuldade da posição deitada, recomenda-se fazer a Pulsologia Radial nesta
posição, porque considera-se que existe mais equilíbrio no fluxo arterial, pelo estado de
relaxamento das artérias.
A idéia básica é comparar os 5 Movimentos entre si: em situação de equilíbrio no indivíduo
normal, a intensidade é semelhante em todos os órgãos, à palpação. Existe uma particularidade:
no homem, o lado esquerdo pode ter intensidade um pouco maior porque é o lado dominante. Na
mulher, o lado direito pode ser um pouco mais intenso.
Seccionando-se uma artéria no meio:
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SUPERFÍCIE
Yang (mais superficial)
Yin (mais proFundo)
A parte superficial é Yang e a parte proFunda é Yin. Como se trata de artéria, está sendo
analisado o C (Fogo): tem-se o C Yang (superficial) e o C Yin (proFundo).
Exemplo: Plenitude do C por energia perversa Vento/Calor que afetou o C. A Plenitude é
detectada na parte superficial. Colocando-se os dedos delicadamente sobre a pele, não se
percebe o pulso: pressionando lentamente, milímetro a milímetro, ao sentir o 1º batimento (1ª
sensação que o sangue está passando), já se está analisando a parte superficial que corresponde
ao C Yang. Se esta 1ª sensação for forte, tem-se o C Yang em Plenitude. Se esta 1ª sensação for
fraca, tem-se o C Yang em Vazio.
É Fundamental aproFundar milímetro a milímetro.
Para treinar a polpa digital, pode-se usar sal grosso: rodar uma pedrinha nos 3 dedos, em toda a
polpa digital, sentindo cada irregularidade da sua superfície.
Fazendo esta palpação superficial dedo por dedo, pode-se fazer a comparação entre os pulsos
Yang dos 5 órgãos.
Pressionando proFundamente e depois soltando lentamente, milímetro a milímetro, dedo por
dedo, a 1ª sensação é o pulso Yin do órgão (pulso proFundo). Quando mal solta um dedo e já se
percebe o pulso, significa que tem bastante Yin. Quando precisa soltar bastante o dedo para sentir
o pulso, significa que o Yin está em Vazio.
Pode haver ainda uma outra interpretação: o C Yang pode ter a mesma conotação de ID (porque
o ID é a parte Yang do C). Então, o pulso superficial (Yang) corresponde ao ID, enquanto a parte
proFunda (Yin) corresponde ao C.
Exemplo em que um mesmo sintoma pode ter várias origens: a afonia pode estar relacionada ao
C (ansiedade), ao P (deficiência) ou ao R (deficiência). Desta forma, um indivíduo afônico pode
ser diagnosticado pela palpação do pulso do C, P e R. Imagine-se que o pulso do R está fraco em
relação aos pulsos do C e do P: neste caso, o diagnóstico é deficiência do R.
Se o pulso do P estiver fraco, o diagnóstico é deficiência do P.
O importante, dentro do que foi apresentado, é a avaliação comparativa entre os órgãos e/ou
vísceras.
Para treinamento destes conceitos em ambulatório, deve-se fazer o seguinte: diante de uma
queixa qualquer e constatação de alteração no pulso (no órgão ou víscera correspondente), devese fazer o tratamento e verificar o resultado. Exemplo: em um paciente com dor no cotovelo e
deficiência no CEP do CS (pulso mais fraco que em outros órgãos), faz-se estímulo em CS7.
Deve ocorrer melhora na sintomatologia pela mudança do fluxo energético nesse canal.
Consequentemente, também deve melhorar a intensidade do pulso no CS.
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PULSOLOGIA TRADICIONAL CHINESA OU INTERMEDIÁRIA
A dissociação entre o Yang e o Yin é que promove as alterações do Yang e do Yin dos 5 órgãos.
A Pulsologia Radial permite identificar o órgão ou a víscera que está deficiente. Por exemplo, no
caso da afonia que pode ser provocada por alteração no C, no P ou no R, a Pulsologia Radial
permite identificar qual órgão está comprometido. Porém, não identifica qual é a dissociação entre
Yang e Yin que está provocando esta alteração.
A Pulsologia Intermediária é que vai fornecer as informações no sentido de identificar a
etiopatogenia, ou seja, vai informar se a causa da alteração Yang/Yin foi energia perversa, se foi
deficiência de energia ou de sangue, se foi estagnação do sangue. Com base na queixa do
paciente, consegue-se, através da Pulsologia Intermediária, fazer um rastreamento, uma
sequência dos acontecimentos que podem ter levado à doença.
No momento do exame do pulso, se avalia o estado atual de energia do paciente. Havendo
alteração dessa energia atual, pode-se corrigir e solucionar os sinais e sintomas que o paciente
está apresentando, não sendo necessário ficar tratando órgão por órgão. Porém, há casos em que
é preciso associar o tratamento das alterações energéticas com o tratamento específico dos
órgãos, porque estes podem ter ficado muito tempo Funcionando mal e haver dificuldade para
voltar ao normal. Uma analogia que ajuda a explicar esta situação: aparelhos elétricos
Funcionando mal ou não Funcionando devido a alterações na rede de energia elétrica. Ao se
corrigir a energia elétrica, alguns aparelhos ainda podem ter dificuldades para voltar a Funcionar e
necessitam de um cuidado específico.
No caso do paciente com afonia, a Pulsologia Intermediária permite evidenciar, por exemplo, que
havia uma afecção pelo Frio: uma deficiência do Yang com aumento do Yin do R por instalação do
Frio. O paciente deve ter usado as cordas vocais em demasia, o que consumiu a energia do R;
faltando energia do R no ponto VC23 (ponto de concentração de energia do R), essa região sem
energia (falta de Yang do R) não permite articular ou fazer vibrar as cordas vocais.
TÉCNICA
A posição dos dedos é a mesma da Pulsologia Radial, com P8 como referência (dedo médio).
Inicia-se com a palpação superficial e vai-se aproFundando os dedos, aumentando a pressão; ao
chegar ao máximo da intensidade da pulsação, no meio entre o superficial e o proFundo, é que se
avalia a Pulsologia Intermediária, determinando uma associação do Yang com o Yin (as 2
energias ao mesmo tempo).
1- DETERMINAÇÃO DO LOCAL DO PULSO INTERMEDIÁRIO
No indivíduo normal, está bem no meio.
PACIENTE COM AFECÇÃO PELO CALOR
Está em situação mais Yang, o que faz o pulso intermediário se antecipar e se tornar mais
superficial. A sensação é de colocar os dedos e já sentir pulsação mais forte que o normal e, em
seguida, ir baixando lentamente, à medida que se aproFunda os dedos. Este pulso superficial
significa portanto a existência de Calor dentro do corpo, podendo ser um indivíduo que fez
exercício e está em situação mais Yang no momento atual ou um indivíduo que tem energia
perversa Calor. Não há uma definição ou uma regra que informe se é muito ou pouco superficial,
ocorrendo uma variação muito grande. Nesta situação, para não haver erro, este deve ser definido
como PULSO TENDENDO A SUPERFICIAL
NOTA IMPORTANTE: qualquer paciente que procure atendimento pela ACP não vai estar com a
saúde normal; desta maneira, o seu pulso intermediário não pode ser considerado normal. É
preciso muito treinamento com pessoas saudáveis, em condições de repouso, para se perceber
de forma clara o que é um pulso normal.
O único pulso 100% superficial é o que se sente forte quando mal se encosta os dedos – ao
apertar um pouco, já desaparece (sente-se o Vazio). Este é o pulso da morte, quando o Yang está
saindo porque não há mais Yin: é o chamado PULSO CAVO. Quando a este pulso se associa a
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transpiração noturna espontânea, significa que o Yang está saindo e a morte está chegando. Este
tipo de pulso não é facilmente encontrado em uma UTI porque o paciente costuma estar
recebendo medicamentos e soro, que fornecem ainda uma certa quantidade de Yin. Nestas
circunstâncias, se o médico quiser fazer alguma coisa para o paciente, deve fornecer ervas, que
são Yin, como o suco de moyashe ou, ainda melhor, o sangue fresco de carpa. Mesmo assim, não
há qualquer garantia de bom resultado.
Antes de chegar ao estado de pulso cavo, sente-se um pulso superficial e, apertando os dedos,
ainda existe um pouco de Yin: é o PULSO DISPERSO. Este é o pulso pré-morte, onde ainda é
possível salvar o paciente, aumentando o Yin. Neste caso, não faz sentido o tratamento
específico, por exemplo, de um diabetes descompensado ou uma pneumonia grave, porque o
tratamento de órgãos não vai obter uma resposta adequada, devido à falta de energia.
PACIENTE COM AFECÇÃO PELO FRIO
Está em situação mais Yin, o que faz o pulso intermediário se aproFundar. A sensação é de
colocar os dedos e, à medida que vai apertando, o pulso começa a aumentar, necessitando mais
tempo para chegar ao ponto mais forte e, depois de pouco tempo, já desaparece: chama-se
PULSO PROFUNDO. Trata-se, portanto, de um indivíduo portador de Frio e toda a sintomatologia
que apresentar será provocada pelo Frio (como cefaléia, dor lombar, gastrite, etc.). O tratamento é
aquecer.
Analisando a relação Yang/Yin, o Frio penetra quando existe deficiência de Yin (lembrar que na
deficiência do Yin, o Yang passa a escapar, a diminuir). Na realidade, quando ocorre a penetração
do Frio, o Yang e o Yin já estão diminuídos. Nesta circunstância, vai-se ter um pulso mais fraco e
mais proFundo porque o Frio tende a concentrar (e diminuir a energia): é o PULSO FINO,
filiforme. Portanto, este pulso corresponde ao Vazio de Yin e Yang, aparecendo em pacientes que
sofreram grandes hemorragias: saindo o Yin (sangue), o Yang (energia) também vai sair.
Nas situações em que há ainda maior penetração de Frio e, portanto, com tendência a concentrar
ainda mais, torna-se difícil encontrar o pulso, podendo-se detectar bem proFundo e tênue, com
sensação de um fio de arame (duro e fino): é o PULSO ESCONDIDO. É preciso procurar muito
para encontrá-lo.
Há ainda um sucedâneo do pulso escondido, com ainda maior concentração de Frio: é o PULSO
RESISTENTE, ainda mais difícil de encontrar.
Concluindo, os pulsos proFundo, escondido e resistente caracterizam vários graus de Vazio de
sangue + afecção pelo Frio.
2-DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA DO PULSO INTERMEDIÁRIO
Associam-se 2 fenômenos biológicos, pulsação e respiração, que têm movimentos sincrônicos.
O movimento respiratório compreende o período entre o início da inspiração e o término da
expiração. A seguir, vem uma pausa fisiológica e inicia-se novo movimento respiratório.
A relação pulso/respiração normal é 4 : 1, ou seja, deve haver 4 pulsações para cada movimento
respiratório. A pausa fisiológica corresponde, em geral, a 1 pulsação.
Durante ou logo após um exercício, aumenta a pulsação com aumento correspondente dos
movimentos respiratórios, mantendo-se a relação 4 : 1, em condições normais. Caso se altere
esta relação, o exercício está inadequado porque se torna patológico para o indivíduo.
Quando a relação é maior que 4 e menor que 7 pulsações para 1 movimento respiratório, tem-se
o PULSO RÁPIDO.
Quando a relação é maior que 7 pulsações para 1 movimento respiratório, tem-se o PULSO
ACELERADO.
Quando a relação é menor que 4 pulsações para 1 movimento respiratório, tem-se o PULSO
RETARDADO.
Obs.: na literatura, considera-se acelerado entre 4 e 7 : 1 e rápido maior que 7 : 1. A alteração
feita neste texto é conceitual, não se devendo atentar para a nomenclatura e sim para a
frequência.
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Existe ainda o chamado PULSO LENTO que é encontrado principalmente em atletas, onde ocorre
bradicardia mas, em condições normais, mantém-se a proporção de 4 : 1, sendo, portanto,
considerado um pulso normal.
O pulso se acelera na afecção pelo Calor. Portanto, o pulso superficial vai ser sempre rápido ou
acelerado. Tem-se o pulso rápido quando houver somente afecção pelo Calor. Tem-se o pulso
acelerado quando houver pulso cavo ou disperso.
NOTA: o sincronismo entre o pulso e a respiração não é sempre constante. No caso de pulso
rápido, por exemplo, a relação pode ser de 5 : 1 em alguns momentos e de 5,5 : 1 em outros
momentos, etc. O que não pode ocorrer é estar 5 : 1 (rápido) em um momento e 3 : 1 (retardado)
em outro: isto não existe e significa má técnica.
Para a verificação da frequência, o paciente deve, de preferência, estar deitado e sem camisa e
não deve ter conhecimento que se está fazendo a contagem da respiração, pois pode alterá-la
voluntariamente. Também não se deve contar o pulso e depois a respiração: a contagem é
simultânea pois representa o momento atual.
O pulso retardado representa o Vazio de energia ou Frio. Entre 3 : 1 e 4 : 1, há somente o Vazio
de energia. Abaixo de 3 : 1, representa a afecção pelo Frio.
Portanto, pela frequência, se avalia a quantidade de Frio, Vazio e Calor do organismo. Uma
frequência de 4,5 : 1 evidencia pouco Calor, enquanto uma frequência de 6 : 1 já significa
bastante Calor (pode ser febre).
Observação: a Medicina Ocidental considera apenas a frequência cardíaca; desta forma, uma
frequência de 200 batimentos por minuto é considerada grave. No entanto, se houver uma
proporção próxima de 4 : 1, o caso não é tão grave em termos energéticos, como pode parecer.
Por outro lado, a chamada “melhora da morte” (“canto do cisne”) que costuma ocorrer, sempre vai
evidenciar uma frequência maior que 7 : 1, por melhor que possa ser a aparência do paciente.
Como curiosidade, a aparente melhora ocorre pela diminuição do Yin e predominância do falso
Yang, que excita o Sistema Nervoso Central.
O pulso retardado, de um modo geral, está ligado à presença de Umidade, porque esta lentifica.
3-DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DO PULSO INTERMEDIÁRIO
Procura-se avaliar a quantidade de energia existente no pulso. Fazendo analogia com um
recipiente contendo um líquido: pode estar em vazio (não totalmente cheio), cheio normal e cheio
demais (excedente). Os chineses convencionaram chamar de PULSO GRANDE (ou PULSO
CHEIO) quando está cheio demais.
A energia que tem a capacidade de expandir e se assestar no organismo em qualquer situação é
o Calor. Quando as quantidades de Yang e Yin estão normais, as energias perversas não
penetram no organismo, exceto o Calor. Desta forma, o pulso grande significa sempre a presença
de Calor: coloca-se os dedos e tem-se a sensação que o pulso vai explodir.
O PULSO VAZIO aparece quando a parte Yang e a parte Yin estão faltando – é preciso apertar
mais os dedos para sentir o pulso, o tempo que se sente é pequeno e logo desaparece. Como a
parte Yang é o Qi e a parte Yin é o sangue, este pulso é chamado de pulso vazio de Qi e sangue.
Associando com outras características, o pulso grande é superficial e rápido, enquanto o pulso
vazio é proFundo e retardado.
Caso penetre a energia perversa Frio no vazio, tem-se: pulso proFundo, escondido ou resistente,
continua retardado e vazio. Pela frequência, avalia-se a quantidade de Frio que penetrou (lembrar
que abaixo de 3 : 1 já existe presença de Frio, enquanto que entre 3 e 4 : 1 é só vazio).
Dentro do pulso grande, existe um sucedâneo que se chama PULSO VASTO GRANDE (ou
PULSO VASTO CHEIO) no sentido de cheio além do normal, como, por ex., em caso de
insolação: o pulso fica superficial, rápido e grande. O Calor (Yang) vai sair e, como mecanismo de
compensação, ocorre a transpiração para diminuir a temperatura do corpo; ao mesmo tempo, este
Calor está consumindo o Yin. Mesmo havendo diminuição do Yin, ainda existe Calor demais: na
Pulsologia, vai se sentir o pulso superficial, cheio e, quando termina o Yang (ao aumentar a
pressão dos dedos, este pulso desaparece – onde seria o começo do Yin), mas não
repentinamente. Como tem bastante Yang, este sai depressa e o Yin começa a ficar atrasado
porque está faltando. Ao acabar a fase Yang, há uma pausa e depois percebe-se o pulso Yin bem
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fraco. Portanto, este pulso vasto cheio significa que houve uma agressão pelo Calor e está
havendo lesão do Yin.
A agressão (lesão) do Yin se manifesta clinicamente pela perda intensa do Yin. O órgão Yin do
Yin é o R e passa a ocorrer lesão renal que pode levar a uma Insuficiência Renal Aguda, com
oligúria e, em seguida, anúria. Pela dissociação Yang/Yin intensa, o Yang também vai sair porque
não tem Yin para segurar, podendo chegar ao êxito letal.
4-DETERMINAÇÃO DA TEXTURA DO PULSO INTERMEDIÁRIO
O PULSO SUAVE tem uma textura normal; compara-se com o deslizar dos dedos por um colar de
pérolas.
O PULSO MACIO (também chamado de PULSO MOLE) tem a textura semelhante à que se tem
ao colocar o colar de pérolas dentro da água e deslizar os dedos sobre ele. Ocorre em situações
de Umidade.
O PULSO RUGOSO RÁPIDO evidencia um maior atrito do conteúdo sobre a parede interna dos
vasos sanguíneos, dando a sensação de passar os dedos sobre um colar de pérolas irregulares.
Ocorre quando o Calor seca os líquidos do sangue, que se torna mais viscoso, com aumento do
hematócrito; ocorre nos casos em que há estagnação do sangue e a língua fica arroxeada.
Quando o Frio penetra, pode congelar o sangue, levando a um pulso vazio, lento, proFundo: é o
PULSO RUGOSO RETARDADO; deve-se encontrar este pulso quando houver uma impressão
inicial de língua esbranquiçada que, posteriormente, fica arroxeada.
A parede arterial é constituída por endotélio, camada muscular e fibras externas. Dependendo da
flexibilidade da camada arterial (parede) é que se tem a sensação de que a artéria se dilata e
relaxa. Se essa camada arterial se tornar rígida, endurecida, vai mudar a sensação ao tato porque
o seu calibre se torna menor e, consequentemente, a dilatação e o relaxamento são menores. A
sensação vai lembrar um bambu, onde se percebe o gomo endurecido e uma saliência (nó do
bambu) que corresponde à dilatação da artéria: é o PULSO EM CORDA. Tem esse nome porque
lembra uma corda esticada que é dura. À palpação, sente-se o cordão endurecido e espículas da
pulsação, não existindo as fases sistólica e diastólica. Em situação do Yang do F muito
aumentado, este Calor/Fogo do F retrai os músculos da camada muscular da artéria, que se torna
endurecida. Também é chamado de PULSO EM CORDA GROSSA.
É mais frequente encontrar o PULSO TENDENDO A CORDA, onde a artéria está menos
endurecida, não apresentando ainda a rigidez total do pulso em corda. Este é o único pulso
intermediário que caracteriza alteração específica de um órgão, que é o Yang muito aumentado
do F.
Imagine-se agora que haja um estado de Vazio de sangue (pouca energia no sangue): o Frio
penetra no F e manifesta-se nos vasos.No sangue, o Frio vai provocar o mesmo fenômeno. A
diferença é que o conteúdo neste caso fica contraído por si mesmo; é como se o sangue se
congelasse. O Frio na camada muscular da artéria também promove uma retração e, então, a
parede também fica retraída. Ao tato, a sensação é de um bambu com calibre fino (enquanto o
pulso em corda dá a sensação de bambu grosso): chama-se PULSO EM CORDA FINA. Portanto,
este pulso significa afecção do F pelo Frio.
5-DETERMINAÇÃO DO RITMO DO PULSO INTERMEDIÁRIO
Tem-se o PULSO RÍTMICO, o PULSO ARRÍTMICO RÍTMICO e o PULSO ARRÍTMICO
ARRÍTMICO. Na literatura, o pulso arrítmico também é designado como PULSO EM PARADA.
Não se trata da arritmia da Medicina Ocidental.
O pulso arrítmico rítmico consiste em falha regular da pulsação com número constante de
pulsações normais. Por ex., a cada 3 pulsações, ocorre uma parada. Pode-se ter ainda 50
batimentos normais e 1 parada; pode-se ter 40, 30, 20 batimentos e 1 parada. O significado é que
a cada 10 batimentos corresponde um órgão; se o R estiver doente, pára quando chega na vez do
R. Se o R e o C estiverem doentes, ocorrem 10 batimentos do BP, 10 batimentos do P, pára na
vez do R, 10 batimentos do F, pára na vez do C e daí por diante. Ainda não existe maneira de
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identificar o órgão comprometido com base nestas paradas; talvez o diagnóstico possa ser feito
com a associação de outros sinais e sintomas.
Se houver paradas com menos de 10 batimentos, significa que os 5 órgãos estão afetados e temse a caracterização do pulso arrítmico arrítmico (ou parada arrítmica): não há uma sequência de
paradas e constitui quadro grave de doença por falência dos 5 órgãos.
EVOLUÇÃO DO PULSO
Este assunto não existe em Literatura.
PACIENTE ACOMETIDO PELO CALOR VERDADEIRO
Qualquer forma de energia perversa Calor pode acometer um indivíduo aparentemente normal,
como, por ex., a insolação, o trabalho em local muito quente, etc.
1ª fase – Afecção recente pelo Calor
O pulso vai ficar superficial, rápido, grande; há transpiração proFusa e muito Calor.
Obs.: nestas situações, enquadra-se o caso de atletas em final de competição. O pulso vai ser
superficial, rápido, grande. Se, porventura, o pulso ficar acelerado (maior que 7 : 1), significa que
existe dissociação, onde o Yang pode sair em demasia e ocorrer falência de órgãos, até a morte.
O tratamento é dispersar o Calor, usando pontos específicos.
2ª fase
O Yang dispersa, ocorrendo a transpiração e o desgaste do Yin. Na evolução, tem-se pulso
superficial, rápido e vasto cheio. O diagnóstico é afecção pelo Calor com lesão do Yin; há menos
transpiração e pouco Calor.
O tratamento é fortalecer o Yin e dispersar o Calor. Neste caso, se for feita somente a dispersão
do Calor, pode-se estar praticando iatrogenia, porque pode dispersar também o Calor normal
(Yang normal). Por isto, deve-se fazer sempre o fortalecimento do Yin, antes de dispersar o Calor.
Nota: o fortalecimento do Yin também melhora o Yang. É preciso bom senso para dispersar o
Calor que ainda está provocando hipertermia. A temperatura corporal pode estar elevada: vai-se
tirando o Calor até a temperatura chegar ao normal.
3ª fase
O pulso pode ficar mais rápido ou menos rápido, dependendo da relação Yang/Yin. Se a
discrepância Yang for maior, o Yang vai predominar. Exemplo: no início de uma insolação, avaliase uma frequência de 6 : 1; depois de 6h, está 7 : 1 – isto indica que está complicando com
bastante lesão do Yin. Caso a frequência esteja voltando a se aproximar de 4 : 1, o prognóstico é
bom.
Analogia: uma madeira está queimando, existindo uma velocidade de queima dessa madeira e
uma velocidade com que o Calor sai da madeira: a velocidade do Calor que sai é maior. Isto
significa que o Calor que sai (Yang) é mais intenso que o consumo da matéria (Yin). Assim,
rapidamente, o Calor vai embora e chega-se ao equilíbrio no Vazio – forma Vazio de Qi e sangue.
O pulso fica proFundo, retardado, vazio. Se, neste pulso vazio, o Yang está muito baixo, vai ficar
um pulso macio, mole (pulso vazio sem força). Quando ainda tem Yang, sente-se as batidas
(pulso vazio com força). O diagnóstico é Vazio de Qi e sangue, com sintomas característicos
como cansaço, desânimo, raciocínio lento, paladar ruim, etc.
O tratamento é tonificar o Qi e o sangue. Com o tratamento, os sintomas vão melhorando
progressivamente, com o paciente referindo melhor disposição, sono mais tranquilo, prazer nas
atividades. Nesta fase, não há situações preocupantes, como tumorações, por exemplo.
4ª fase
Continua saindo o Calor e lesando o Yin. Esta é uma mini-reprodução da 2ª fase: é um paciente
com Yang/Yin baixo, onde o mesmo fenômeno se repete – o Yang sai, lesa o Yin e o pulso fica
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proFundo, rápido e, nesta discrepância, o Yang vai mais depressa que o Yin. O pulso vai ficar
vasto vazio. Se o pulso antes era retardado (3 : 1, por ex.), agora pode chegar a 4 : 1, o que é
normal em frequência, mas é patológico porque está vazio em conteúdo. Se o vasto vazio era
uma onda grande, então tem-se grande vazio (vasto vazio), lesando o Yin. O diagnóstico é falso
Calor porque o pulso está proFundo, rápido, vazio (mais força ou menos força, dependendo de
quanto falso Calor está contido no pulso). O Yang excedente continua saindo e lesando o Yin
(processo evolutivo). O tratamento é tonificar o Yin. Não se deve tonificar o Calor porque o Yang
vai embora (a energia é mais veloz que a matéria). A tonificação do Yin deve ser feita até acabar a
característica rápida (quem está dando esta característica rápida é o falso Yang). Se for
aumentando o Yin, o Yang vai diminuindo. Se antes o falso Calor estava 7 : 1, a tonificação do Yin
vai diminuir a frequência.
5ª fase
O pulso é “proFundo-superficial”. É preciso apertar um pouco para sentir o pulso (não é
intermediário); não é na superfície da pele. Como o Yang está desproporcional, tem-se a
sensação do pulso e, apertando um pouco, já desaparece. Fica uma tênue camada de Yin; o
Yang está saindo bastante. Sente-se o pulso em toda a extensão da polpa digital, ainda.
6ª fase
O pulso fica superficial, acelerado. A pele parece resistente, mas embaixo está vazio, é como se
fosse um tambor (pulso cavo). O Yin está todo vazio e só se está sentindo a pele que é o Yang.
Na palpação do Fundo, só se percebe a vibração da artéria na parede, quando vem a onda. Não
se sente esse Yang na polpa digital, apenas nas extremidades laterais dos dedos. É estado
terminal. O diagnóstico é dissociação Yang/Yin invasivo e não há tratamento. Energeticamente, o
paciente está morto.
PACIENTE ACOMETIDO PELO CALOR FALSO POR DEFICIÊNCIA DE YIN
Pode-se ter emoções reprimidas onde o Yang sai e começa a lesar o Yin; pode-se ter alimentação
desregrada que lesa o Yin, pode-se ter a fadiga, etc.
Repete-se o mesmo fenômeno do Calor verdadeiro, com a diferença de que o pulso não está
aumentado além do normal. Havendo predomínio do Yang que vai fazer estufar, aparentemente é
como se estivesse cheio. O pulso será tendendo a superficial, rápido e cheio (todas estas
características são menos intensas que no Calor verdadeiro). Ex.: se o Calor verdadeiro atinge
frequência de 6 : 1, este chegará a 5 : 1, 5,5 : 1. Tem a mesma evolução do verdadeiro, sempre
com menos intensidade.
No tratamento, não se pode tirar o Calor (porque é falso Calor): deve-se fortalecer o Yin até a
frequência chegar próximo de 4 : 1. Lembrar que, para repor o Yin, é muito importante o alimento.
PACIENTE ACOMETIDO POR VAZIO DE YIN COM PENETRAÇÃO DE CALOR
A maioria das doenças crônicas (artrite reumatóide, L.E., diabetes, úlceras, tumores, etc.) ocorre
na fase de pouco Yin e muito Calor. Costuma evoluir para a morte, mesmo que seja a longo
prazo.
PACIENTE ACOMETIDO POR VAZIO DE YIN COM PENETRAÇÃO DE FRIO
O Frio vai concentrar o Yin (indivíduo que trabalha em ambiente frio, com ar condicionado). O
pulso se torna proFundo, retardado, vazio. Este estado de concentração vai dar uma característica
dura. Quanto mais Yin, mais duro e mais fino. Como tem energia perversa, dá a sensação de
alguma força, só que essa fôrça não é do Calor, é do próprio Frio concentrado. A característica do
pulso do Frio é diferente do pulso de corda fina: ambos são duros, porém existem grandes
variações de dureza (por ex., na natureza o diamante é duro duro, enquanto o carvão é duro
mole). Portanto, o pulso do Frio é duro mole.
Quem mata é o Yang. O Frio concentrado no corpo se transforma em Calor. Este falso Calor vai
tornar o pulso mais rápido, aumentando a frequência e chegando à afecção pelo Calor.
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PACIENTE ACOMETIDO PELA UMIDADE
A Umidade tem característica Yin, porém atinge tanto o Yin quanto o Yang. Com a Umidade, o
pulso fica proFundo, macio, lento.
O tratamento é dispersar a Umidade.
Como é uma energia fria, pode transformar em Calor: neste caso, haverá predominância do Yang
e o pulso tende a superficializar, mas continua macio, só que o lento se torna rápido (chega no
máximo à frequência de 4,5 ou 5 : 1). Não ultrapassa essa frequência porque a Umidade prende,
não deixa acelerar. O Yang não consegue deslanchar porque tem que carregar a Umidade junto.
O pulso com Umidade fica pontudo, mais rápido. Esta característica suave desaparece e
começam a aparecer picos como se fossem batidas com a unha (o pulso normal é como se
batesse com a polpa digital). A maior parte dos pacientes tem este tipo de pulso de
Umidade/Calor.
Dentro da Umidade/Calor, na evolução, vai acontecer a mesma coisa: o Yang começa a sair,
consumir o Yin, mas só que tudo tem o macio por Fundo (embaixo) – pulso vasto cheio, macio ou
pulso vasto vazio, macio ou ainda pulso disperso, macio.
PULSO DA GRAVIDEZ
A partir da fecundação, surge a energia ancestral que promove a multiplicação celular. A energia
da mãe é o Qi materno. No momento em que ocorre a nidação, passa a existir o Qi fetal (Qi
ancestral + Qi materno). Desta forma, passa a haver um acréscimo à energia da mãe. Este Qi
fetal ainda é puramente Yang: é como se a mãe fosse agredida pelo Calor.
Considerando inicialmente o pulso da mãe como sendo normal, esta “agressão pelo Calor” torna o
pulso mais cheio e mais rápido, porém ainda mantendo a relação 4 : 1.
É mais fácil excluir a gravidez: uma mulher com amenorréia de poucos dias, não tendo o pulso
com as características acima descritas, não está grávida. Além disso, a embebição gravídica torna
o pulso mais macio.
Portanto, na gravidez, o pulso intermediário é macio, grande (cheio) e mantendo a frequência de 4
: 1.
Caso a grávida já tenha Umidade/Calor por patologia anterior, o que torna o pulso macio, vai
ocorrer um aumento da frequência.
Em situações de infertilidade conjugal em que já se conhece o pulso da paciente, fica mais fácil
para constatar uma gravidez que venha a ocorrer, por alteração desse pulso.
Observação: o diagnóstico de gravidez é feito a partir da nidação, que ocorre depois de cerca de 7
a 9 dias após a fecundação, quando já existe o Qi fetal. Portanto, é possível constatar a gravidez
antes mesmo que ocorra a amenorréia.
MORTE FETAL
O diagnóstico de abortamento também pode ser feito pelo retorno do pulso intermediário às
condições anteriores à gravidez. É possível, nestes casos, constatar a chamada “morte
energética” em que o pulso volta à situação não gravídica, porém ainda pode haver batimentos
cardíacos fetais e movimentos ao exame de Ultrasonografia.
Nestes casos, é importante ter muito cuidado para passar a informação aos pais.
Lembrar da rosa colhida e colocada no vaso: já rompeu o fluxo de energia, mas ainda deve
continuar aparentemente viva por alguns dias.
DIAGNÓSTICO DO SEXO
O Yang tem a característica de expandir, enquanto o Yin tem a característica de ficar concentrado.
O Qi fetal, com a característica Yang e do sexo masculino, tem a tendência de sair: deve-se sentir,
ao pulso, como se fossem unhadas por espículas que se formam no meio da pulsação. O Qi fetal
do sexo feminino, mesmo com as características Yang, vai se manifestar, ao pulso, apenas como
sensação de macio.
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A espícula no meio aquoso torna-se menos perceptível. À medida que se acentua a embebição
gravídica, fica mais difícil o diagnóstico do sexo, principalmente a partir do 3º mês de gestação.
Desta forma, para evitar conFusões quanto ao sexo, é importante a avaliação pelo pulso logo no
início da gravidez.
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