Século XX no Brasil (ll): a arte contemporânea Depois da década de 1950 a arte brasileira evoluiu em novas e variadas direções. Ganharam destaques importantes gravuristas, pintores e fotógrafos que se ligaram a diferentes movimentos experimentaram novos materiais e renovaram entre nós a arte da escultura. A gravura contemporânea Renina Katz (1926-) estudou pintura na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, gravura em metal e xilogravura. Estabeleceu-se em São Paulo em 1951, onde lecionou desenho e gravura no Museu de Arte de São Paulo – Masp – e programação visual na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU. Marcelo Grassmann (1925-) é internacionalmente reconhecido como um dos artistas gráficos mais importantes da atualidade. Desenhista e gravurista, dominou os vários processos de gravação. Aldemir Martins (1922-2006) manteve-se sempre fiel aos temas mais populares: as flores, as frutas, os animais, as pessoas, a paisagem, o sol e o ar do Nordeste do Brasil. Isso, porém, não impediu que ele evoluísse bastante na gravura e na pintura. Maria Banomi (1935-) nasceu na Itália e fixou residência em São Paulo em 1944. Estudou artes no Brasil e também nos Estados Unidos, onde se dedicou especialmente aos cursos de gravura e artes gráficas. Gilvan Samico (1928-) iniciou-se na pintura como autodidata e depois estudou gravura. Uma de suas intenções é usar suas gravuras como ilustrações das narrativas populares nordestinas, repletas de religiosidade, pássaros, povoes, bóia, serpentes, dragões e guerreiros. A pintura e a escultura contemporânea Os pintores e os escultores brasileiros da segunda metade no século XX trabalharam com técnicas, materiais e temas muito diversificados. È interessante conhecer alguns exemplos dessa produção. Tomie Ohtake (1913-) nasceu no Japão e veio para o Brasil aos 10 anos de idade. Sua obra caracteriza-se pela liberdade na combinação de cores e linhas. De modo geral sua pintura se expressa em cores vivas e em pinceladas rápidas. Alex Flemming (1954-) tem um trabalho diversificado: pintura, escultura, gravura, poesia e também cinema. Rosângela Renno (1962-) tem formação em arquitetura e artes plásticas. È autora de objetos e instalações criados com imagens fotográficas e textos jornalísticos. Ainda constam: João Câmara, Arcângelo lanelli, Frans Krajcberg, Takashi Fukushima, Glauco Rodrigues, Iole de Freitas, Francisco Brennand, Ao falar e, arte brasileira da segunda metade do século XX é preciso destacar também uma produção artísticas comumente chamada de arte afro-brasileira. Essa arte, criada por artistas brasileiros, poderia ser tratada apenas como arte brasileira. A designação “ afro”, porém, lembra-nos sua origem: a cultura africana que herdamos e que alguns artistas brasileiros souberam preservar e valorizar. São exemplos Heitor dos Prazeres, Rubem Valentim e Mestre Didi. A fotografia contemporânea Na segunda metade do século XX dos fatos deram grande impulso á fotografia brasileira. O primeiro deles dói o desenvolvimento do fotojornalismo, na década de 1950. Hoje esse recurso é comum em nossa imprensa: jornais e revistas publicam fotos criativas na primeira página que atraem a atenção do leitor. O segundo fato foi a criação de revistas especializadas com orientações sobre técnicas e equipamentos fotográficos, discussões sobre questões importantes para os fotográficas. Tudo isso contribuiu para tornar a arte fotográfica familiar ao grande público. Vamos conhecer o trabalho de alguns fotógrafos importantes para a fotografia brasileira. Maureen Bisilliat (1931-) nasceu na Inglaterra, estudou em Paris e em Nova York e fixou residência no Brasil em 1957. Seu belo trabalho fotográfico baseou-se em obras de escritores como Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Adélia Prado e Mário de Andrade. Cristiano Mascaro (1944-) teve formação em fotografia e arquitetura. Daí seu interesse pelas cenas urbanas. Trabalhou como fotografo da revista Veja e lecionou fotojornalismo e comunicação visual. Cabe citar também Sebastião Salgado (1994-), um dos fotógrafos brasileiros mais conhecidos e premiados no Brasil e no exterior. Como fotojornalista documentou a vida das populações pobres da América Latina, da África e da Índia. A arquitetura contemporânea Podemos dizer que a historia da arquitetura contemporânea no Brasil começou em 1935, com a formação de uma equipe de jovens arquitetos para projetar o edifício destinado ao então Ministério da Educação e Saúde. Em 1936, Lúcio Costa (1902-1998), chefe da equipe, solicitou ao arquiteto francês Le Corbusier, um parecer sobre o projeto. Sua presença no país motivou a realização de uma série de conferências sobre arquitetura moderna, fato que marcou uma nova tendência em nossa arquitetura. Durante a construção do edifício, muitos artistas juntarem-se á equipe inicial, entre eles Roberto Burle Marx, Cândido Portinari e Bruno Giorgi. No inicio da década de 1950 destaca-se o projeto do arquiteto Afonso Eduardo Reidy para o conjunto residencial de Pedregulho, no Rio de Janeiro, destinado a funcionários públicos de baixa renda. Além de apartamentos para moradia, o projeto previa centro de saúde, escola, creche, piscina, campo de esportes, mercado e lavanderia. Foi, portanto um trabalho pioneiro na associação de arquitetura, paisagismo e objetivos sociais. Na década de 1940 outra construção marcou época na arquitetura brasileira: o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, projetado por Oscar Niemeyer. Brasília: o projeto de uma cidade Na segunda mudança de capital do pais, o governo federal saiu do Rio de Janeiro, com mais de quatrocentos anos de historia, para se instalar em uma cidade novíssima: Brasília, construída entre os anos 1956 e 1961 na região do cerrado. A cidade foi planejada por Lúcio Costa e o projeto dos edifícios mais importantes coube a Oscar Niemeyer (1907).