CAMINHOS DE GEOGRAFIA - revista on line www.ig.ufu.br/caminhos_de_geografia.html ISSN 1678-6343 Instituto de Geografia ufu Programa de Pós-graduação em Geografia MODELAGEM DA PROFUNDIDADE SECCHI E DA CONCENTRAÇÃO DE CLOROFILA A NO ESTUÁRIO DO RIO ANIL, SÃO LUÍS-MA1 Enner Herenio Alcântara Depto. Oceanografia e Limnologia – UFMA Email: [email protected] Flavia Rebelo Mochel Depto. Oceanografia e Limnologia - UFMA Alexsandro de Jesus Ericeira Amorim LASERGEO - UFMA Email: [email protected] Adeline Thevand Université Paul Sabatier - Toulouse 3 - França. RESUMO A geoestatística é um tópico especial da estatística aplicada que trata de problemas referentes às variáveis regionalizadas, aquelas que tem comportamento espacial mostrando características intermediárias entre as variáveis verdadeiramente aleatórias e as totalmente determinísticas. O presente trabalho teve com objetivo modelar através da geoestatística, dados de profundidade secchi e concentração de clorofila a, utilizando a krigagem de bayes (modelo esférico) e o pacote SPRING 4.0. Palavras-chave: geoestatística, modelagem, secchi, clorofila a. MODELING OF SECCHI DEPTH AND CHLOROPHYLL A CONCENTRATION IN ANIL RIVER ESTUARY, SÃO LUÍS - MA ABSTRACT The geostatistical is a special topic of the applied statistics that deals with referring problems to the regionalizing variable, those that space behavior has showing characteristic intermediate between the truly random variable and the total deterministically. The present work had with shape objective through geostatistical, data of depth secchi and concentration of chlorophyll a, using the bayes kriging (spherical model) and package SPRING 4.0. Key-word: geostatistical, modeling, secchi, chlorophyll a. 1 Recebido em 29 de julho de 2004 Aceito para publicação em 07/09/2004 Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 19 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros INTRODUÇÃO Estas variáveis têm em comum uma dupla A geoestatística é um tópico especial da característica: são aleatórias já que os estatística aplicada que trata de problemas valores numéricos observados podem referentes às variáveis regionalizadas, variar consideravelmente de um ponto a aquelas que tem comportamento espacial outro no espaço; são espaciais e apesar de mostrando características intermediárias muito variáveis dentro do espaço, os entre valores numéricos observados não são as variáveis verdadeiramente aleatórias e as totalmente determinísticas inteiramente independentes (Guerra, 1988). (Landim, 1998). Variáveis A teoria fundamental da geoestatística é a Regionalizadas proposto por Matheron, esperança de que, na média, as amostras em 1971 e o conseqüente emprego da próximas no tempo e espaço sejam mais interpolação similares entre si do que as que estiverem Com a Teoria das em geoestatística (Krigagem) além da evolução da ciência distantes (Isaaks & Srivastava, 1989). da computação Alguns e dos sistemas de métodos estimadores informação geográfica, não há mais geoestatísticos da autocorrelação espacial necessidade de agrupamento dos dados são primários em classes, sendo os mapas- continuidade base elaborados automaticamente como variograma mapas de isolinhas (McBratney & De covariograma e o correlograma. Essas Gruijter, 1992, Burrough et al., 1997 e ferramentas são usadas para investigar a McBratney & Odeh, 1997 e Zimback, magnitude 2001). Openshaw amostras e sua similaridade ou não, com a (1988) ressalta a usados como ferramentas espacial, ou da como: semivariograma, correlação entre de o o as importância de análises mais acuradas na distância. confecção de mapas, assegurando maior A função semivariograma deve o seu confiabilidade nome a Matheron (entre 1957 e 1962), nas informações-base usadas em Sistemas de Informação bem Geográfica, bem como da avaliação da interpretação teórica e prática, embora margem de erro contida em cada entrada seja uma função conhecida anteriormente, como o seu tratamento e de dados no sistema. Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 20 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros já tendo sido citada por Langsaetter em Como 1926 (Valente, 1989). representação de variáveis contínuas de Segundo Guerra (1988), ocorrem três atributos tipos de semivariogramas: observado ou primeiramente experimental (obtido a partir das amostras utilizada para estudar uma única variável, colhidas no campo), verdadeiro (real, mas posteriormente métodos geoestatísticos desconhecido) e teórico (de referência, foram auxiliar na dos descrição solos a e paisagens, geoestatística desenvolvidos e para foi múltiplas variáveis e para quantificar variáveis utilizado para o ajuste do modelo). correlacionadas, não conhecidas ou de Os semivariogramas comportamento expressam espacial da o variável regionalizada ou de seus resíduos e mostram o tamanho da zona de influência em torno de uma amostra, a variação nas diferentes direções do terreno e mostrando também continuidade da característica estudada no difícil determinação (Stein et al., 1988 e McBratney et al., 1991). No Brasil, o emprego de amostragem regionalizada e de métodos geoestatísticos para solos ainda é incipiente e muito pouco disseminado em comparação aos métodos convencionais de análises estatísticas. terreno (Landim, 1998). Segundo Carter (1995), a habilidade dos variogramas em separar a variância de Segundo Rossi et al. (1994), o variograma e outros parâmetros geoestatísticos de um modelo de função aleatória estacionária são constantes em um determinado espaço amostral e estimados das medidas verdadeiras. Sabendo-se que, o padrão amostras entre componentes espaciais e casuais permite avaliações aperfeiçoadas de espaçamento e quantidade de amostragem de solo, além do melhor visão da continuidade destas características. espacial ocorre em uma pequena ou grande escala e tendo alguma idéia do A sensibilidade dos semivariogramas, tamanho desses padrões, garantir-se-á o para detectar a variabilidade espacial das sucesso dos instrumentos geoestatísticos amostras, está diretamente ligada ao que serão utilizados para fornecerem melhor ajuste dos dados experimentais ao estimativas de locais não amostrados modelo teórico do variograma. Cressie & (interpolação). Hawkins (1980), Armstrong & Jabin Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 21 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros (1981), Armstrong (1982), Dunn (1983), propriedades físicas dos solos (Borgelt et Horowitz & Hillel (1983), Mc Bratney & al., 1994; Horn et al., 1994 e Ribeiro Jr., Webster (1983 e 1986), Baker (1984), 1995), porosidade do solo (Puentes et al., Cressie (1985), Issaks & Srivastava 1992), resistência à penetração (Moolman (1988), Barnes (1991), Shapiro & Botha & Van Huysstem, 1989 e Ley & Laryea, (1991), Goyway & Hartford (1996), 1994), Tsegaye & Hill (1998) e Ahn et al. (1999) (Aboufirassi & Marino, 1983), drenagem descrevem as inferências sobre a escolha em solos salinos (Agrawal et al., 1995), do modelo teórico e ajuste desse modelo salinidade do lençol freático (Hooda et ao semivariograma experimental. al., Alguns autores geoestatística utilizaram para variabilidade, o estudo dependência a da e continuidade espacial de atributos da nível 1986 e do Samra lençol et freático al., 1989), contaminação do lençol (Reynolds et al., 1994), acidez do solo (Boyer et al., 1996), resistência e plasticidade (Alli et al., 1990) e processos erosivos (Cremers et natureza, como: Tragmar et al. (1985), al., 1996), etc. Kirda et al. (1988), Vieira et al. (1992), Especificamente, para as propriedades Reichardt et al. (1993), Van Es & Van químicas dos solos, outros autores, como Es (1993) e Shouse et al. (1995). Marx Outros autores estudaram o mapeamento Gonzales & Zak (1994), Davis et al. de características especificas, bem com a (1995), Cora (1997) e Kravchenko & variabilidade Bullock (1999), Oliveira et al. (1999) e e dependência espacial (1988), al (2000) et al. (1994), destas nos solos, como: medidas de Cassel umidade e temperatura superficiais do variabilidade solo (Davidoff & Selim, 1988), densidade atributos e propriedade dos solos. e condutividade hidráulica dos solos MATERIAIS E MÉTODOS (Bresler et al., 1984; Ciollaro & Romano, et Cahn espacial verificaram dos a principais Caracterização da área de estudo 1995; Rogowski & Wolf, 1994 e Gupta et al., 1995), retenção de água (Burden & Selim, 1989; Voltz & Goulard, 1994; Folegati, 1996 e Mallants et al., 1996), Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 A Bacia Hidrográfica do Rio Anil, localizada no quadrante NW da ilha de São Luis – MA, com o Rio Anil Página 22 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros possuindo cerca de 13, 8 Km de Coleta de dados extensão. Para a aquisição de dados utilizou-se a Tem suas nascentes localizadas no Bairro Aurora, descendo embarcação ao nível do mar aproximadamente 9,5 foram coletados dados e amostras de água Km eixo na superfície, para análises posteriores, ao direcional orientado de SE para NW a longo do estuário do rio Anil no sentido partir jusante-montante (Figura 1). em linha da reta, nascente, com a o sua calha do LABOHIDRO, onde caracteriza-se por apresentar um perfil meândrico, cortando a porção NE do centro urbano da cidade de São Luis, no trajeto em direção à desembocadura (LABOHIDRO, 1980; Siqueira, 1987), Foram estabelecidos 9 pontos de coleta, sendo coletadas amostras de salinidade (ups), pH, temperatura (T°C), concentração de clorofila a (µg/l), total de sedimentos em suspensão (g/l) e como pode ser visto na figura 1. produndidade Secchi (cm). Sendo que A bacia do rio Anil está atualmente com todas as amostras foram coletadas uma densidade demográfica em torno de apenas 8.575,35 hab/Km2, caracterizando-se então enchente. Assim como que para cada como uma bacia extremamente urbana, ponto densamente localização geográfica utilizando GPS, povoada, com problemas na superfície também se e na coletou maré a sua sócio- ambientais, tais como: assoreamento sendo do rio principal e seus afluentes; poluição imagem por efluentes industriais, domésticos e Software SPRING 4.0. Trabalhos de hospitalares; falta de saneamento básico; Campo e Laboratório construção de moradias inseridos de posteriormente satélite utilizando na o irregulares (palafitas) e problemas de drenagem. A Clorofila a bacia do Rio Anil vem sofrendo com o Assim como a concentração de sólidos grande adensamento populacional, com a em conseqüente ocupação das áreas mais fotossintéticos possuem comportamento baixas, os óptico ativo e, portanto, são também manguezais e a várzea, (Alcântara & Silva, responsáveis pelos padrões observados 2003). nos onde estão localizados Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 suspensão, dados os pigmentos multiespectrais. Página A 23 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA concentração determinada de por clorofila-a foi espectrofotometria (Strickaland & Parsons, 1972), após a Enner Herenio Alcântara e outros acetona. Este método, segundo os mesmos autores, fornece uma precisão de 3%. extração do pigmento nos filtros com Figura 1 - Imagem satélite LANDSAT TM 5, bandas 3, 4, 5 composição RGB, mostrando os pontos amostrais, de jusante para montante. Profundidade Secchi Um método para se medir a trasparência da água no mar e estimar o coeficiente de extinção é o método que utiliza o disco de Secchi. Este disco é dividido em seções brancas e pretas, com um anel no centro ao qual está atado uma linha com marcas a cada metro. A profundidade na qual o disco desaparece de vista é utilizada para Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 estimar o coeficiente de extinção. Com um pouco de prática é possível obter-se leituras consistentes dentro de mais ou menos 10% (Littlepage, 1998). Esta medida oferece uma avaliação indireta da turbidez de inversamente corpos d’água, correlacionada sendo com a concentração de partículas dissolvidas e em suspensão na água. Corresponde à Página 24 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros máxima profundidade de visibilidade de patamar (C) assintoticamente. Para tais um disco circular branco com 25 cm de modelos, o alcance (a) é arbitrariamente diâmetro, e deve ser realizada sempre definido como a distância correspondente pela mesma pessoa durante as coletas de a 95% do patamar. Modelos do segundo dados, evitando-se a influência das tipo não atingem o patamar, e continuam características individuais de visão. A aumentanto corda de sustentação do disco foi aumenta. Tais modelos são utilizados graduada em intervalos de 10 cm, para modelar fenômenos que possuem permitindo uma precisão me torno desta capacidade infinita de dispersão. mesma medida. enquanto a distância Os modelos transitivos mais utilizados O Modelo utilizado são: modelo esférico (Sph), modelo O modelo aqui apresentado é o Esferico exponencial (Exp) e modelo gaussiano considerado (Gau). um modelo básico, denominado de modelo isotrópicos por O modelo esférico é um dos modelos Isaaks e Srivastava (1989). O modelo mais utilizados e está representado em utilizado vermelho na Figura acima. neste é referenciado na geoestatística como modelo transitivo. Alguns dos modelos transitivos atingem o O semivariograma do modelo esférico pode ser calculado pela equação: [1] A equação normalizada deste modelo é: [2] Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 25 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros O modelo utilizando neste estudo foi características da Krigagem a rodado no modulo geoestatística do distinguem dos outros métodos de Software SPRING 4.0. interpolação. Primeiro, a Krigagem pode fornecer uma estimativa que é Krigagem de bayes maior ou menor do que os valores da Os valores obtidos através da krigagem amostra, não são viciados e têm variância mínima tradicionais estão restritas a faixa de (Vieira et al., 1983) e ideais para a variação construção de mapas de isolinhas ou enquanto os métodos tradicionais usam tridimensionais e distâncias Euclidianas para avaliar as interpretação da variabilidade espacial amostras, a Krigagem tem vantagem de (Carvalho et al, 2002). usar a distância e a geometria (relação Como os para métodos verificação tradicionais sendo das que as técnicas amostras. Segundo, de de anisotropia) entre as amostras. pontos (como a Terceiro, diferentemente dos métodos distância inversa, a tradicionais, a Krigagem leva em conta triangulação e a média das amostras a minimização da variância do erro locais), a Krigagem pode fornecer a esperado, por meio de um modelo estimativa para um local específico. empírico Freqüentemente, os métodos tradicionais existente ou do grau de dependência podem ser tão acurados mas consomem espacial com a distância ou direção, muito mais tempo do que a Krigagem isto (Isaaks & Srivastava, 1989). covariograma ou correlograma. Landim (1998) descreve a Krigagem RESULTADOS E DISCUSSÃO como uma série de técnicas de análise de Análise dos dados coletados em campo interpolação ponderação regressão de da que procura minimizar a variância estimada, a partir de um modelo prévio, que leva em conta a dependência estocástica entre os dados distribuídos no espaço. Segundo Rossi et al. (1994), três Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 é, da continuidade através do espacial variograma, Pode-se observar através da tabela 1 os resultados obtidos em campo. Profundidade Secchi. De acordo com o resultado obtido em campo referente à medida na coluna d’água da profundidade secchi ao longo do estuário do rio Anil, tem-se que o Página 26 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros valor máximo obtido foi 32 (cm), o LABOHIDRO (1994), a transparência mínimo de 16 (cm) e a média 25,88 (cm), variou de 0,37 a 2,40 (m) ao longo do como se pode observar na figura 2. estuário do Anil. No período chuvoso, Observando a figura 2, é possível notar meses de fevereiro e abril, quando o aporte dois secchi terrígeno é maior, a transparência diminue e referente as estações 4 e 6. E as menores ocorrendo o contrário no período seco profundidades secchi foram observadas a outubro picos na profundidade montante do estuário. Provavelmente isso a dezembro, aumentando a tranparência. acontece porque há uma maior influencia Clorofila a dos manguezais que exportam grandes O fitoplâncton é o maior responsável pela quantidades o fotossíntese e conseqüentemente pela estuário. Mais nota-se que não há nenhum fixação do carbono, componente principal padrão, e que esta variável depende muito da matéria, chegando a contribuir com da quantidade de material em suspensão. 95% da produção primária através desses No processos, (Tundisi, 1970). de sedimentos trabalho para desenvolvido por Tabela 1 Estações de coleta e dados de campo e laboratório dos parâmetros físico-químicos rio Anil Estação Latitude 1 2 3 4 5 6 7 8 9 2°31"14' 2°31"13' 2°31"24' 2°31"30' 2°31"33' 2°31"37' 2°31"59' 2°31"76' 2°31"88' Longitude Horário Secchi (cm) Cl-a (µg/L) 44°18"35' 44°18"03' 44°17"76' 44°17"41' 44°17"08' 44°16"76' 44°16"66' 44°16"49' 44°16"28' Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 12:33 12:41 14:09 14:21 14:45 15:00 15:11 15:25 15:40 24,5 25 26 32 26 32 26 25,5 16 5,48 9,30 13,95 15,59 14,24 11,77 25,84 26,67 27,25 Página 27 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros Figura 2 - Variação da profundidade secchi (cm) nas estações de amostragem no estuário do rio anil, sentido jusante montante, maré enchente. A determinação biomassa que o valor máximo obtido foi 27,25 fitoplanctônica através da clorofila a é um (µg/L), o mínimo de 5,48 (µg/L) e a média dos métodos mais precisos que possibilita 16,68 (µg/L), como se pode observar na a avaliação da cominidade dos produtores figura 3. primários aquáticos (Santos-Fernandes et De acordo com Ewerton (2001) a al., dos concentração de clorofila a na preamar na organismos clorofilados que chegam é estação de amostragem que se localiza limitada principalmente pelas condições atrás do hospital Sarah Kubishek obteve o 1998). A da sobrevivência de luz, temperatura, salinidade e toxinas maior valor em torno de 59,7 mg/m3, (Lackey, 1967). durante os meses de menor precipitação De acordo com o resultado obtido após em agosto de 2000. Também segundo análise as esse mesmo autor, as maiores médias de amostras de concentração de clorofila a concentração da clorofila a foram obtidas ao longo do estuário do rio Anil, tem-se em maré baixa. em laboratório referente Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 28 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros Figura 3 - Variação da clorofila a (µg/L) nas estações de amostragem no estuário do rio anil, sentido jusante montante, maré enchente. De acordo com Moreira (2003), a densidade geoestatística (Krigagem Bayesiana), é fitoplanctônica é mais expressiva no períoro possível notar na figura 4 que a de estiagem e o menos expressivo no profundidade secchi teve uma variação de período chovoso, sendo que o fitoplâncton 20,2 a 29,2. É possível perceber que não há do estuário do rio Anil sofre influência do um padrão quanto a essa variável, e sim que lançamento de esgoto “in natura” e a grande é condicionada através do material em deposição de lixo nas margens do estuário, o suspensão que também influencia na sua distribuição amostragem. Mas também é possível notar ao longo do estuário. que quanto mais próximo da montante do Modelagem da Profundidade Secchi e presente na região de estuário menor a profundidade secchi. da Concentração de Clorofila a com Clorofila a (µg/L) auxilio da geoestatística De Profundidade Secchi (m) geoestatística (Krigagem Bayesiana), é De acordo com a aplicação Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 da acordo com a aplicação da possível notar na figura 5 que a clorofila Página 29 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros Figura 4 - Carta de Modelagem de Profundidade Secchi (cm) para a maré cheia no estuário do Rio Anil Figura 5 - Carta de Modelagem de Clorofila a (µg/L) para a maré cheia no estuário do Rio Anil Caminhos de Geografia 5(13) 19-40, Out/2004 Página 30 Modelagem da profundidade secchi e da concentração de clorofila a no estuário do Rio Anil, São Luís-MA Enner Herenio Alcântara e outros a (µg/L) uma variação de 77,3 a 252,9 ASAE, v. 38, p. 1427-1433, 1995. (µg/L), desembocadura ALCÂNTARA, E. H. & SILVA, G. C. apresentando os menores valores, e Conseqüências Ambientais da Intensa aumentando em direção à montante. Urbanização da Bacia Hidrográfica do Este resultado está de acordo com o Rio Anil, São Luís – MA. In: VI trabalho de Ewerton (2001) que obteve Congresso como resultado sobre a concentração de Fortaleza – CE. 2003. clorofila a na preamar os mariores valores AHN, C. W., BAUMGARDNER, M. F., à jusante do estuário do rio Anil. BIEHL, CONCLUSÃO variability using geostatistics and fuzzy com a É possível a aplicação da geoestatística no monitoramento da qualidade da água, com o auxilio do sensoriamento remoto e L. de L. Ecologia do Delineation Brasil. of soil clustering analyses of hyperspectral data. Soil Sci. Soc. Am. J.., v. 63, p. 142-150, 1999. do geoprocessamento. Estas se mostraram ALMEIDA, A. S.; Bettini, C. Curso de muito eficientes na modelagem espacial Geoestatística Aplicada. 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