Cristologia

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Cristologia
A Cristologia é o estudo sobre Cristo; é
uma parte da teologia cristã que estuda e
define a natureza de Jesus, a doutrina da
pessoa e da obra de Jesus Cristo, com
uma particular atenção à relação com
Deus, às origens, ao modo de vida de
Jesus de Nazaré, visto que estas origens e
o papel dentro da doutrina de salvação
tem sido objeto de estudo e discussão
Eixo central da Cristologia
a natureza divino-humana de Jesus (União Hipostática);
A encarnação;
A revelação de Deus;
Os milagres;
Os ensinamentos;
A morte expiatória;
A ressurreição;
A ascensão;
A intercessão em nosso favor;
A parousia;
O ofício de Juiz;
A posição como Cabeça de todas as coisas; e
A centralidade dentro do mistério da vontade de Deus, dentro
da restauração.
A volta ao mundo para reinar sobre aqueles que crêem nele.
A Cristologia tem sido debatida
incansavelmente durante séculos, em várias
nações, dentro de várias correntes cristãs,
com pontos de vista semelhantes,
divergentes e mesmo com algumas
controvérsias. Alguns aspectos deste
assunto muito debatidos no eixo central da
cristologia no decurso da história do
cristianismo são:
Talvez a disputa mais antiga dentro do cristianismo
centrou-se sobre se Jesus era Deus. Um número de
cristãos primitivos acreditavam que Jesus não era
divino, mas fora simplesmente o Messias humano
prometido no Antigo Testamento. A inclusão das
genealogias de Jesus Cristo em São Mateus 1:1-17 e
São Lucas 3:23-38 são explicadas às vezes por esta
opinião. Uma explanação alternativa é que eram uma
oposição às doutrinas dos Cristãos Gnósticos que
afirmavam que Jesus Cristo teve somente a ilusão de
um corpo humano e, assim, nenhuma ancestralidade
humana. A opinião de que Jesus era somente
humano foi oposta por líderes da igreja tais como São
Paulo, e veio eventualmente a serem aceitas somente
por seitas como a dos Ebionitas e (de acordo com
São Jerônimo) dos Nazarenos, mas logo subjugadas
pelas igrejas ortodoxas de uma forma ou outra.
A Natureza de Cristo
A natureza de Jesus Cristo, é uma questão da
busca por determinar se Cristo era um homem com
a tendência para pecar igual à de Adão antes do
pecado (pré-lapsarianismo) ou uma tendência ao
pecado, igual à de Adão depois do pecado (póslapsarianismo), ambas diretamente relacionadas
com o Plano da Salvação, visto que o ministério de
Cristo, se caracterizava pelo exemplo na superação
do pecado, mostrando que era possível o homem
viver sem pecar.
Entre as principais escolas que buscaram
determinar a natureza de Cristo temos:
Arianismo, que crê que Jesus, apesar de um ser
superior, seja inferior ao Pai sendo uma criatura
sua;
Docetismo, defende que Jesus era um mensageiro
dos céus e que seu corpo era "carnal" apenas na
aparência e sua crucificação teria sido uma ilusão;
Ebionismo, que crê em Jesus como um profeta,
nascido de Maria e José, que teria se tornado Cristo
no ato do batismo;
Monofisismo, segundo a qual Cristo teria uma única
natureza composta da união de elementos divinos e
elementos humanos.
Nestorianismo, segundo a qual Jesus Cristo
é, na verdade, duas entidades vivendo no
mesmo corpo: uma humana (Jesus) e uma
divina (Cristo).
Sabelianismo, o qual defendia que Jesus e
Deus não eram pessoas distintas, mas sim
"aspectos" ou "modos" diferentes do trato da
Divindade com a humanidade ;
Trinitarianismo, que crê em Jesus como a
segunda pessoa da Trindade divina .
Cristologia Ortodoxa
A Cristologia ortodoxa, defendida pelas Igrejas
Católica, Ortodoxas e Protestantes, tem por base o
Concílio de Calcedônia (em 451 d.C.), o qual
estabelece as bases desta corrente, na qual o
Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem
(união hipostática) e se apresenta em duas
naturezas sem distinção, indivisíveis e inseparáveis,
de tal forma que as propriedades de cada uma
permanecem ainda mais firmes quando Unidas
numa só pessoa. Para os defensores desta
cristologia, o termo "Filho de Deus" aplicado a
Jesus deve ser interpretado com a natureza de
Deus, gerado já desde o início de tudo e, portanto
co-eterno.
Cristologia Monofisita
Discordando da Cristologia Ortodoxa,
os monofisitas afastaram-se para
compor as Igrejas dissidentes da
Síria, da Armênia, do Egito, da
Etiópia e da Índia do Sul. Para eles a
natureza divina em Jesus era muito
mais forte e preponderante daquela
natureza humana.
Cristologia Ariana
O arianismo, que recebeu este nome por ser
derivado da doutrina de Ário, apresenta uma
distinção clara entre o Cristo e o Logos como
razão divina. O Cristo é apresentado como
uma criatura pré-temporal, super-humana, a
primeira das criaturas, não Deus, porém mais
que homem. “O logos é a própria razão
divina a qual Deus pai admitiu sai de si
mesmo sem a diminuição do seu próprio ser.
(Justino mártir)”.
Jesus e a Natureza de Deus
De acordo com a História, um dos tópicos mais controvertidos
entre os que afirmam seguir a Bíblia tem sido a natureza de
Jesus e sua relação com o Pai. Nos primeiros cinco séculos
após a encarnação de Cristo, os cristãos passaram pelas
chamadas "controvérsias cristológicas": vários grupos defendiam
visões completamente diferentes com respeito à natureza de
Jesus Cristo e do ser divino. Isso talvez não nos cause nenhum
espanto. Satanás desejaria mais do que nunca introduzir entre
os discípulos erros no que se refere à natureza de Deus, sendo
esses erros básicos e extremamente prejudiciais. Além disso,
qualquer ser humano que tente compreender a natureza de
Deus está lidando com um assunto muito mais profundo que ele
mesmo. É natural tentar reduzir Deus às condições humanas e
começar a analisá-lo de acordo com as limitações humanas.
Mesmo hoje, há acirradas controvérsias entre os supostos
seguidores do Senhor Jesus no que diz respeito à natureza e ao
conceito da divindade.
É importante começar qualquer estudo com a postura
correta. Precisamos sempre estar disposto a submeter
os nossos conceitos ao significado imparcial dos textos
bíblicos. Consultar a Bíblia para tentar provar o que já
decidimos ser a nossa crença é perigoso e muitas vezes
leva a equívocos. Se as nossas concepções nos
obrigam a torcer as Escrituras para que se encaixem ao
que pensamos, então devemos abandonar os nossos
conceitos. Nem tudo na Bíblia nos parecerá sábio e
razoável. A sabedoria de Deus não se sujeita à nossa
avaliação. Por causa das nossas limitações, a sabedoria
de Deus às vezes parece tola. Não é necessário que
tudo tenha sentido para nós nem que tudo seja
coerente, mas pela fé devemo-nos submeter ao que a
Palavra de Deus claramente afirma sem rodeios
(1,Coríntios 1-2).
Jesus é Deus
Vários grupos negam a absoluta divindade de
Cristo. As testemunhas de Jeová, por exemplo,
negam que Jesus seja Deus com D maiúsculo.
Segundo eles, ele é um deus, um arcanjo muito
elevado, mas não é igual a Deus Pai. Os teólogos
modernos muitas vezes ensinam que Jesus era um
grande homem, um mestre maravilhoso e um
grande profeta, mas não Deus na verdade. A Bíblia
ensina que Jesus é Deus.
Há vários itens "porém" que devem ser ligados a essa
afirmação. Quando Jesus se fez carne, passou a ser humano.
Participou da nossa natureza; submeteu-se à experiência
humana. Assim, experimentou a fome, a sede, o cansaço. Nas
palavras de Paulo: "pois ele, subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança
de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz"
(Filipenses 2:6-8). É importante entendermos que, quando Jesus
se fez homem, não deixou de ser Deus. Ele era Deus vivendo
como homem. Mas restringiu-se a forma e a limitações muito
diferentes da natureza de sua existência eterna. Ao afirmar que
Jesus é Deus, então, não estamos tentando negar a realidade
de Jesus ter-se tornado um ser humano verdadeiro.
Afirmar que Jesus é Deus não é afirmar que ele é o Pai.
Seria válido admitir já de início neste estudo que se acha
revelada nas Escrituras uma nítida diferença entre o papel do
Pai e o do Filho. Uma delas é que foi o Filho que se fez carne,
não o Pai. Mas, o que é mais fundamental, o Pai parece ser
revelado na Palavra como o planejador e diretor, e o Filho, como
o concretizado. O Filho submeteu-se à vontade do Pai. Nesse
sentido, Jesus afirmou: "O Pai é maior do que eu" (João 14:28).
Entendemos que, de acordo com as Escrituras, o marido deve
ser a cabeça da esposa, e ela deve submeter-se ao marido. Mas
isso não significa que o marido seja superior em essência;
simplesmente tem um papel de autoridade. Tanto marido quanto
mulher são plena e igualmente humanos. Da mesma forma, a
liderança do Pai e a submissão do Filho não implicam diferença
de natureza. Ambos são plena e igualmente divinos.
O Testemunho das Escrituras
A Bíblia deixa bem claro que Jesus é Deus. "Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz" (Isaías 9:6). O menino que haveria de nascer se
chamaria "Deus Forte”.
Em João 1:1: "No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus;"Respondeu-lhe
Tomé: Senhor meu e Deus meu!" (João 20:28). Tomé
dirigiu-se a Jesus dizendo: "Senhor meu e Deus meu".
Tomé estava errado? Jesus não achou que estivesse,
pois disse: "Porque me viste, creste? Bem-aventurados
são os que não viram e creram" (João 20:29).
Essa passagem é uma comprovação tão forte da
divindade de Cristo, que já se inventaram inúmeras
explicações para recusá-la. Por exemplo, Tomé
estava apenas manifestando o seu espanto, como
alguém hoje, que talvez dissesse: "Ó, meu Deus do
céu". Mas isso implicaria dizer que Tomé estava
usando o nome de Deus em vão. No entanto, Jesus
o elogiou por isso. Outros acreditam que Tomé
estava chamando Jesus seu Senhor e depois se
voltando ao Pai, dizendo "Deus meu". Mas o texto
diz: "Respondeu-lhe Tomé". Tomé estava
reconhecendo que Jesus era seu Deus.
Examine estes textos: "Deles são os patriarcas,
e também deles descende o Cristo, segundo a
carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para
todo o sempre" (Romanos 9:5). "Aguardando a
bendita esperança e a manifesta da glória do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus"
(Tito 2:13). "Simão Pedro, servo e apóstolo de
Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé
igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e
Salvador Jesus Cristo" (dois Pedro 1:1). Todos
se referem a Jesus como Deus.
Jesus afirmou ser Deus em várias ocasiões. Em
João 5:17, ele disse: "Mas ele lhes disse: Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também". Os
judeus entenderam devidamente a afirmação de
Jesus como uma indicação de que ele era igual a
Deus (João 5:18). Em João 10:30, Jesus declarou:
"Eu e o Pai somos um". Jesus fez a ousada
declaração em João 14 de que vê-lo significava ver
o Pai: "Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis
também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o
tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor mostra-nos
o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe há
tanto tempo estou convosco, e não me tens
conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como
dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (João 14:7-9). (Veja
também as afirmações de Jesus em João 8:56-59.
Jesus aceitava ser adorado
Somente Deus deve ser adorado. Adorar a criatura
é idolatria e é terminantemente proibido nas
Escrituras (veja Romanos 1:25). O próprio Jesus
afirmou: "Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te,
Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás, e só a ele darás culto" (Mateus 4:10) ao
citar Deuteronômio 6:13 em resposta à tentação de
Satanás. Em nenhum lugar das Escrituras um
homem justo aceitou ser adorado. Pedro recusou-se
a permitir que Cornélio se curvasse diante dele
(Atos 10:25-26).
Paulo e Barnabé ficaram abismados quando o povo
de Listra se preparou para adorá-los como deuses.
Tomaram imediatamente uma atitude: "Porém,
ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo,
rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da
multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto?
Nós também somos homens como vós, sujeitos aos
mesmos sentimentos, e vos anunciamos o
evangelho para que destas cousas vãs vos
convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra o
mar e tudo o que há neles" (Atos 14:14-15). Os
anjos são seres celestes superiores aos homens,
mas nem mesmo eles aceitam ser adorado
(Apocalipse 19:10; 22:8-9).
É bem notável, então, que Jesus tenha aceitado a
adoração do homem. Quando Jesus acalmou a
tempestade, "os que estavam no barco o adoraram,
dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!" (Mateus
14:33). Jesus não os repreendeu por louvá-lo. O cego
que Jesus curou em João nove o adorou (João 9:38).
Várias vezes os discípulos adoraram a Jesus após a
ressurreição, e Jesus jamais deu a entender que aquilo
não era certo (Mateus 28:9, 17). Jesus na realidade
ensinou de modo claro: "Que todos honrem o Filho do
mesmo modo por que honram o Pai. Quem não honra o
Filho não honra o Pai que o enviou" (João 5:23).
Nenhum homem justo e nenhum anjo do céu (nem o
mais exaltado) jamais pediu que os homens os
honrassem da mesma forma que honram ao Pai. Se
Jesus não fosse Deus, então João 5:23 seria uma das
blasfêmias mais audaciosas que jamais foram proferidas
por lábios humanos.
Os cristãos primitivos adoravam a Jesus: "O Senhor me
livrará também de toda obra maligna e me levará salvo
para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos
séculos. Amém" (2 Timóteo 4:18). "Antes, crescei na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no
dia eterno" (2 Pedro 3:18). Repare na surpreendente
semelhança da adoração oferecida ao Pai com a
oferecida ao Filho. Falando do Pai, Pedro disse: "A ele
seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém”.(1
Pedro 5:11). Mas, em referência ao Filho, João
escreveu: "A ele a glória e o domínio pelos séculos dos
séculos. Amém" (Apocalipse 1:6). Deus ordenou que
mesmo os anjos devem adorar ao Pai: "E, novamente,
ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os
anjos de Deus o adorem" (Hebreus 1:6).
Todas as hostes celestes adoram a Jesus do mesmo modo que
adoram o Pai. Os quatro seres viventes e os 24 anciãos "E
entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de
abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e
sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Apocalipse 5:9-10). O
texto prossegue: "Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do
trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de
milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em
grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o
poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra,
debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava
dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o
louvor, e a honra, e a glória e o domínio pelos séculos dos
séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém; também
os anciãos prostraram-se e adoraram" (Apocalipse 5:11-14).
Essas declarações de adoração a Jesus Cristo
constituem a mais forte prova de sua divindade. As
Escrituras declaram, sem hesitar, que somente
Deus deve ser adorado, mas Jesus é adorado no
céu pelas mais elevadas criaturas celestes. Jesus é
até ligado ao Pai na mesma declaração de louvor.
Paulo escreveu a verdade: "Pelo que também Deus
o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2:911).
Afirmações indiretas
Há muitas coisas que Jesus fez que somente Deus é
capaz de fazer. Jesus perdoou os pecados dos homens,
mas somente Deus pode perdoar pecados (veja Marcos
2:1-12; Lucas 7:36-50). Ele afirmou ser capaz de dar
vida (João 5:21; 10:28; 17; 2) e de julgar o mundo
(Mateus 7:23; 16:27; 25:31-46; João 5:22-27),
habilidades que pertencem exclusivamente a Deus.
Jesus criou o mundo (João 1:1-3, 10) e o sustém
(Colossenses 1:17). Jesus fez afirmações que
implicavam a sua onipresença (Mateus 18:20; 28:20) e
onisciência (Marcos 12:25; Mateus 9:4; 12:25; veja
também Apocalipse 2:23; 1 Reis 8:39). Ele afirmou ser
maior que o templo, maior que Jonas e maior que
Salomão (Mateus 12:6, 41-42). Ele afirmou não ter
pecado (João 8:46). Tudo isso o põe sem dúvida na
categoria de Deus.
Jesus ensinou que vê-lo era ver o Pai (João 12:45;
14:9), que crer nele era crer no Pai (João 12:44) e que
conhecê-lo era conhecer o Pai (João 8:19; 14:7). Ele
disse que quem o recebe, recebe o Pai (Marcos 9:37);
que quem o honra, honra o Pai (João 5:23); mas quem o
rejeita e o odeia, rejeita e odeia o Pai (Lucas 10:16;
João 15:23). Qual mero homem, qual arcanjo poderia
fazer afirmações como essas?
O que Jesus disse refletia a noção da sua própria
importância. Ele disse que era a luz do mundo, o pão da
vida, a ressurreição e a vida e o único caminho para o
Pai (João 6; 35; 8:12; 11:25; 14:6). Ele disse que as
coisas que estavam escritas no Antigo Testamento
foram escritas a seu respeito (Lucas 24:27, 44; João
5:39, 46). Ele disse que, quando o Espírito Santo viesse,
ele o glorificaria (João 14:26; 15:26; 16:14).
Jesus mostrou que era imprescindível ir a ele, ouvilo, crer nele, confessá-lo e segui-lo (Mateus 11:2830; João 6:45; 18:37; 8:24; 11:25; Mateus 10:32-33;
João 8:12; 10:27). Ele nos ensinou a perder a vida
por amor a ele (Lucas 9:24) e amá-lo mais que ao
pai, à mãe, à esposa, aos filhos e à própria vida
(Mateus 10:37; Lucas 14:26). Fazendo uso de uma
metáfora ousada, Jesus disse que devemos comer
a sua carne e beber o seu sangue para que
possamos ter vida (João 6:51-58). O Senhor deixou
a ceia em memória dele, para que nunca viéssemos
esquecê-lo (Lucas 22:19). Ele ensinou que a sua
vida seria entregue em resgate por muitos (Mateus
20:28; 26:28; João 10:15; 12:32).
Ou Jesus era um egoísta arrogante,
ou era Deus. Diante de suas
afirmações ousadas, não há meiotermo. "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou
o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim"
(João 14:6). "Jesus, aproximando-se,
falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na
terra" (Mateus 28:18).
Jesus é o Deus revelado no Antigo Testamento
Há duas palavras traduzidas por "Senhor" no
Antigo Testamento. Uma delas significa
simplesmente senhor, mestre, amo. A outra é
geralmente escrita em letras maiúscula e
significa "Eu Sou", ou seja, aquele que existe
por si mesmo, o eterno. Esse "SENHOR" tem
origem numa palavra hebraica de quatro
letras: "YHWH". Mas os judeus não
pronunciavam a palavra; eles simplesmente
diziam "SENHOR" sempre que a
encontravam na leitura da Bíblia.
Eles criam que "YHWH" fosse santo demais para
ser proferido por seres humanos. Assim, a maioria
das traduções da Bíblia simplesmente traduz
"YHWH" por SENHOR. Poucas traduzem por
"Jeová". Essa palavra é importante no entendimento
da natureza de Cristo, porque é uma palavra que só
se aplica a Deus. Uma palavra como senhor, que é
tão comum, poderia ser usada em respeito a um
superior. Mas a palavra "YHWH" (SENHOR, ou
Jeová, Eu Sou) só poderia ser empregada
corretamente em referência ao único e verdadeiro
Deus.
Jesus disse que ele é YHWH, Eu Sou: "Em verdade, em
verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse EU
SOU”.(João 8:58). Era uma declaração chocante, e os
judeus pegaram pedras ali mesmo para apedrejar Jesus
por blasfêmia (João 8:59). Muitos textos aplicam
profecias sobre Jeová (o "SENHOR") a Jesus. João
Batista ia preparar o caminho para o "SENHOR" (Isaías
40:3; veja Mateus 3:3; Marcos 1; 3; Lucas 3:4-5). A
glória do "SENHOR" vista por Isaías, era uma visão da
glória de Jesus (Isaías 6; João 12:37-43). Não são
casos isolados. Várias afirmações sobre o SENHOR no
Antigo Testamento são aplicadas a Jesus no Novo.
Jesus também é Deus Jeová, o SENHOR.
Jesus não é o Pai
Algumas pessoas tomam as evidências
apresentadas acima e ensinam que Jesus é a
mesma pessoa que o Pai. Elas acreditam que o Pai
e o Filho não passam de manifestações diferentes
da mesma pessoa. Eles fazem uso da seguinte
ilustração: um homem pode ser ao mesmo tempo
pai e filho. Isso é verdade. Eu sou tanto pai, como
filho. Mas eu não sou o meu próprio pai, nem sou o
meu filho. A Bíblia revela três pessoas diferentes
que compõem o único Deus.
Há inúmeros textos que mostram a diferença entre a
pessoa do Pai e a do Filho. "Todo aquele que ultrapassa
a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem
Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o
Pai como o Filho" (2, João 9). "Tanto o Pai como o Filho"
leva a entender a existência de dois seres. Jesus
afirmou ter duas testemunhas: ele mesmo e o Pai. "Se
eu julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu
só, porém eu e aquele que me enviou. Também na
vossa lei está escrito que o testemunho de duas
pessoas é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o
Pai, que me enviou, também testifica de mim”.(João
8:16-18). Se Jesus fosse a mesma pessoa que o Pai,
haveria uma só testemunha, mas Jesus disse
claramente que havia duas. (Veja também 1 João 2:22;
1 Coríntios 8:16).
"Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai,
certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus
e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me
enviou" (João 8:42). O Pai enviou o Filho. O Filho não se
enviou. Portanto, o Pai não é o Filho.
Jesus muitas vezes orou ao Pai (Lucas 23:34, 46).
Estava Jesus orando a si mesmo? Ele ensinou os
discípulos a orar: "Portanto, vós orareis assim: Pai
nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome"
(Mateus 6:9), estando ele próprio na terra. "E eu rogarei
ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco" (João 14:16). Se o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são todos uma só pessoa, então
Jesus orou a si mesmo e pediu que enviasse a si
mesmo.
O Pai reconhecia o Filho: "E eis uma voz dos céus,
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo" (Mateus 3:17). Será que o Pai estava
simplesmente falando para si a respeito de si mesmo?
Jesus disse que, se ele glorificasse a si mesmo, a sua
glória não seria nada (João 8:54).
"Porque eu desci do céu, não para fazer a minha
própria vontade, e sim à vontade daquele que me
enviou" (João 6:38). Jesus veio fazer a própria
vontade, ou não? Se respondermos que sim,
contrariamos Jesus. Se dizemos que não (a resposta
correta), então admitimos que Jesus e o Pai são
pessoas distintas, porque Jesus de fato veio fazer a
vontade do Pai. (Veja também João 8:29).
O Filho retornou ao Pai no céu (João 16:28; 20:17).
Se Jesus é o Pai, ele já estava no céu antes de
subir para junto de si mesmo. Jesus retornou ao céu
para entrar na presença de Deus (Hebreus 9:24).
Mas ele já estava na sua própria presença. Se o
Filho e o Pai são a mesma pessoa, por que Jesus
tinha de ir para o céu para entrar na presença dele
próprio?
Vários textos mostram que Jesus está assentado à
direita de Deus (Colossenses 3:1). Seria uma
grande façanha alguém sentar à direita de si
mesmo!
Jesus disse que somente o Pai sabia o momento
exato de sua vinda; isso nem mesmo ele sabia
(Mateus 24:36). Se Jesus era o Pai, então ele sabia
algumas coisas que não sabia?
Quando Jesus retornar, ele entregará o seu reino
de volta ao Pai e se sujeitará ao Pai (1 Coríntios
15:24-28). Será que Jesus entregará o reino a si
mesmo e se submeterá a si mesmo?
As Escrituras ensinam com uma clareza
inconfundível a distinção entre o Pai e o Filho.
A natureza da divindade
Deus é uno (Deuteronômio 6:4; Isaías 40-48;
Marcos 12:29; 1 Timóteo 1:17; Tiago 2:19; 4:12,
etc.). A natureza de sua unidade é o assunto em
pauta. Com base mesmo no que se evidenciou
acima, deve estar claro que a unidade de Deus é
uma união, não uma unidade absoluta. A palavra
equivalente a Deus no Antigo Testamento (elohim)
é uma formação no plural. A palavra equivalente a
um, empregada em referência a Deus no Antigo
Testamento (echad) também é uma forma plural.
Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança”.(Gênesis 1:26).
A quem se refere esse "nossa"? Somos criados à
imagem de Deus, mas há mais de uma pessoa que
compôs Deus. Atente para essas afirmações:
"Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem
se tornou como um de nós, conhecedor do bem e
do mal; assim, que não estenda a mão, e tome
também da árvore da vida, e coma, e viva
eternamente" (Gênesis 3:22). "Vinde, desçamos e
confundamos ali a sua linguagem, para que um não
entenda a linguagem de outro" (Gênesis 11:7).
Desde os primeiros capítulos da Bíblia, vemos Deus
revelado como uma unidade plural (veja também
Isaías 6:8). Existe até mesmo diálogos registrados
entre Deus e Deus na Bíblia: veja Salmos 110:1,
por exemplo.
Em que sentido o Pai e o Filho são um? São uma
só pessoa? Ou são um em unidade e em propósito?
Observe atentamente João 17:20-23: "Não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que
vierem a crer em mim, por intermédio da sua
palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu,
ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em
nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu
lhes tenho transmitido a glória que me tens dado,
para que sejam um como nós o somos; eu neles, e
tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na
unidade, para que o mundo conheça que tu me
enviaste e os amaste, como também amaste a
mim”.
Esse texto ensina que os cristãos devem ser um
como o Pai e o Filho são um. Os cristãos devem
passar a ser uma só pessoa? Ou será que devem
ser um em unidade e em propósito? Já que a
unidade que os cristãos devem ter não é a de ser
uma só pessoa, então a unidade do Pai e do Filho
não significa que são a mesma pessoa. A Bíblia
muitas vezes trata de coisas que são unas. Marido
e mulher são um (Mateus 19:4-6; Efésios 5:31). O
que planta e o que rega são um (1 Coríntios 3:6-8).
Os cristãos são um (1 Coríntios 12:14). E também o
Pai e o Filho (e o Espírito Santo) são um.
Embora nos tenhamos concentrado principalmente no
Pai e no Filho, as Escrituras mostram que o Espírito
Santo também é uma pessoa divina. O Espírito Santo é
revelado como um ser pessoal. Ele faz o que somente
uma pessoa pode fazer: fala (1 Timóteo 4:1); ensina
(João 14:26); reprova (João 16:8); orienta (Gálatas
5:18); intercede (Romanos 8:26); chama (Atos 13:2);
pensa (Romanos 8:27; 1 Coríntios 2:10-11); toma
decisões (Atos 13:12; 15:28). Os sentimentos que tem
só uma pessoa pode ter: é alvo de mentiras (Atos 5:3); é
resistido (Atos 7:51); é desprezado (Hebreus 10:29); fica
entristecido (Efésios 4:30); fica irado (Isaías 63:10); é
blasfemado (Mateus 12:31). O Espírito Santo tem
características divinas: é onisciente (1 Coríntios 2:10-11)
e onipresente (Salmo 139:7-10).
O Novo Testamento une Pai, Filho e Espírito Santo de modo
impressionante. Muitos textos mencionam os três: "A graça do
Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:13). "Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).
"Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus
Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”.(1 Pedro 1:2; veja
também Romanos 15:30; 1 Coríntios 12:4-6; 6:11; 2 Corintios
1:20-21; Gálatas 4:6; Efésios 2:18; 3:14-17; 5:18-20; 1
Tessalonicenses 5:18-19; 2 Tessalonicenses 2:13; Tito 3:4-6; 1
João 4:13-14; Judas 20-21; Apocalipse 1:4-5). Embora a Bíblia
em momento algum apresente uma definição teológica de Deus,
é possível entender alguns aspectos de seu ser estudando a
revelação dada nas Escrituras. O que podemos concluir é: Deus
é o nome dado à natureza divina, a há três seres que partilham
dessa mesma natureza divina: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
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