Comparação com o processo BASF O procedimento tradicionalmente empregado na indústria para a produção de ácido fórmico é o processo BASF, mostrado na figura N. O processo começa em um reator de síntese R1 no qual monóxido de carbono reage com metanol para formar metanoato de metila. A saída do reator R1 é conectada com o segundo reator, R2, no qual metonoato de metila é hidrolisado e forma-se ácido fórmico e metanol. O equilíbrio da reação de hidrólise de metanoato de metila desfavorece a formação de produtos, de forma que é necessário acrescentar um grande volume de água ao reator para deslocar o equilíbrio químico. Essa medida, entretanto, tem o problema de aumentar a complexidade das etapas de purificação dos produtos posteriores. Figura N: Esquema do processo BASF. No destilador D1 os produtos de topo são metanoato de metila não reagido, que é reciclado para o reator R2; e metanol produzido em R2, junto com traços da substância que não tenham reagido em R1, que é devolvido a R1. Os produtos de fundo são água e ácido fórmico. A pressão de 1,0 atm o ácido fórmico ebule a 101 °C, de maneira que é inviável separá-lo da água diretamente por destilação. Por essa razão, o produto de fundo da coluna D1 é dirigido a uma coluna de extração (E1), onde uma amida é usada para extrair ácido fórmico da mistura. Entre as amidas recomendadas pela BASF, estão: N,N-dibutil-metanoamida; N,N-dibutil-etanoamida; e Nmetil-N-2-heptil-metanoamida, entre outras. A corrente de extrato da coluna E1 é rica em ácido fórmico, mas em geral ainda conterá uma grande quantidade de água, por isso é preciso passar por uma nova destilação D2. Nessa coluna o produto de topo é água quase pura, contendo pequenos traços de ácido fórmico. A maior parte do produto de interesse sai no produto de fundo juntamente com a amida e segue para a coluna de destilação D3, onde, finalmente, o ácido fórmico é separado da amida. A proposta de produzir ácido fórmico a partir da redução eletroquímica de gás carbônico, conforme apresentada neste trabalho, apresenta grandes vantagens em comparação ao processo BASF. A primeira delas é que apenas um reator é necessário e sua conversão pode ser muito maior, de forma que um aparato de separação de produtos mais simples (e portanto mais barato) pode ser usado. Isso é consequência principalmente do grande excesso de água que é necessário adicionar a R2 no processo BASF para deslocar o equilíbrio no sentido da formação de produtos, que aqui se torna desnecessário. Dessa maneira pode-se dispensar completamente a coluna D1 e as colunas E2, D2 e D3 podem ser menores e consumir menos energia, já que há menos água para retirar da solução. O fluxograma do processo proposto é mostrado na figura N+1. Figura N+1: Esquema do processo proposto comparado ao processo BASF. É razoável supor que, devido à eliminação de uma etapa de separação e à necessidade de colunas menores para as demais, além do uso de matérias-primas abundantes nas usinas, o processo proposto seja extremamente competitivo em relação ao processo tradicional.