Construção de materiais didáticos como auxilio pedagógico

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I Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da UERR – I EEPE/UERR
CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS COMO AUXILIO PEDAGÓGICO NAS
AULAS DE GEOGRAFIA REGIONAL
FALCÃO1, Márcia Teixeira; GUERRA2*, Euriene
2
1 [email protected] – Universidade Estadual de Roraima – UERR
[email protected] – Centro de Formação Estadual de Formação dos Profissionais de Educação de Roraima –
CEFORR
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância do uso de
materiais didáticos como auxilio pedagógico nas aulas de Geografia regional. A
metodologia utilizada se pautou em análise bibliográfica, a partir de conceitos
referentes à paisagem geomorfológica, estudos de casos, realização de oficinas para
a construção dos materiais e saída de campo na Serra do Tepequém –
Amajarí/Roraima. Os resultados demonstram que os docentes de Geografia possuem
dificuldades em ministrar temáticas específicas sobre a geomorfologia, em especial
sobre a questão regional, pois muitos docentes em seu processo de formação tiveram
poucos estudos sobre a questão regional.
PALAVRAS-CHAVE:
geomorfológica.
Metodologia
de
ensino.
capacitação
e
paisagem
INTRODUÇÃO: Nos dias atuais se fala muito em recursos didáticos e como estes
podem auxiliar no ensino - aprendizagem, no entanto, para utiliza-los, devem se ter
um planejamento prévio e agregar ao conhecimento do aluno a relação com o
conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. Torres (2011) ressalta que existe uma
grande dificuldade para os professores de Geografia expor de forma clara conteúdos
referentes aos aspectos fisiográficos, como por exemplo, o relevo, então se trona
necessário um alto grau de abstração dos alunos, algo complicado ainda mais
dependendo da idade cognitiva (como alunos de 60 e 70 anos do Ensino
Fundamental). O termo material didático usado neste artigo se pauta em Rangel
(2005) que diz que “é qualquer instrumento que utilizemos para fins de
ensino/aprendizagem”. Santos (2014) reforça dizendo que a ideia de produção de
material didático leva em conta o processo de pesquisa, organização de recursos
didáticos, como forma a atender um objetivo especifico e também define os percursos
a serem seguidos, através do plano de aula (PONTUSCHKA; CACETE; PAGANELLI,
2009). O presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância do uso de
materiais didáticos como auxilio pedagógico nas aulas de Geografia regional para os
professores da rede pública estadual de Roraima.
MATERIAL E MÉTODOS: O estudo caracteriza-se por ser dedutivo e qualitativo de
cunho investigatório e descritivo. Para a realização deste trabalho, contamos com
aprofundamento dos conteúdos necessários para a análise das características
geomorfológicas da área a ser estudada, bem como a construção de materiais
didáticos para serem trabalhados em sala de aula. Os envolvidos foram 15 (quinze)
os professores de Geografia da rede estadual de ensino de Roraima, provenientes
Realização:
Rua Sete de Setembro, nº 231 – Bairro Canarinho
Tel.: (95) 2121-0944/2121-0943
CEP: 69.306.530 – BOA VISTA – RR
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dos municípios de Boa Vista (capital), Alto Alegre, Cantá e Uiramutã. O
desenvolvimento do trabalho ocorreu em 2015. A metodologia envolveu: a construção
de maquete da Serra do Tepequém (localizada no município de Amajarí); construção
de maquete de planície de inundação; uso do Google Earth, através das ferramentas
disponíveis e culminou com a saída de campo para a Serra do Tepequém. O trabalho
está divido em duas fases: a primeira que trata da retomada de conceitos pertinentes
a temática e realização da oficina para construção de materiais didáticos, voltados ao
conhecimento regional, no caso a Serra do Tepequém e a segunda fase, que foi a
saída de campos com o objetivo de vislumbrar as questões trabalhadas na oficina. Na
primeira fase foi realizada a oficina em sala de aula com o entendimento sobre a
questão geomorfológica regional. Nessa fase, foram utilizados materiais específicos
tais como: isopor, EVA (Etileno Acetato de Vinila), cola, tinta, tesoura e outros, houve
a construção do material didático – pedagógico. Os materiais construídos foram: perfil
topográfico da Serra do Tepequém (maquete); área de planície de inundação (EVA) e
uso de Google Earth (perfil topográfico, marcações). Na segunda fase, ocorreu a saída
de campo para a Serra do Tepequém, foi construído um roteiro de campo, através de
um percurso previamente estabelecido entre os municípios de Boa Vista e Amajarí,
no qual foram realizadas quatro paradas em pontos estratégicos:
a) 1a parada: Pousada do SESC, no qual foram discutidos os aspectos
geológicos- geomorfológicos da Serra;
b) 2a parada: na sede do Tepequém, no qual foi abordado a presença da planície
intermontana e seus aspectos culturais e econômicos;
c) 3a parada: nas margens do igarapé do Paiva, foram abordadas questões
referentes, ao processo de uso da área através da exploração mineral
(garimpagem) e os impactos decorrentes desse processo, tais como: retirada
da mata ciliar, erosão e assoreamento.
Após as fases de oficina e visita técnica dos cursistas (professores) realizaram uma
mostra dos trabalhos, através de banners e o material didático produzido durante a
realização das oficinas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados da capacitação junto aos docentes da
rede pública estadual de ensino demonstram que os docentes em Geografia, possuem
dificuldades em ministrar conteúdos referentes principalmente à integração da
paisagem geomorfológica de Roraima. As oficinas ministradas tiveram a seguinte
dinâmica:
a) Paisagem (discussão teórica sobre o tema) pautada em autores como Milton
Santos, Georges Bertrand, Antônio Carlos Vitte e outros;
b) Confecção de maquete da Serra do Tepequém: confeccionada a partir da Carta
plani-altimétrica vila Tepequém - Folha NA.20-X-A-III-MI-25;
c) Perfil de Planície de inundação e o processo de ocupação (Figura 01 a):
elaborada com uso de EVA de cores diversas e uso de alfinetes (cabeças com
cores diferentes) para diferenciar os ambientes de ocupação;
d) Confecção de tabuleiro - ciclo das Rochas (Figura 01 b): o tabuleiro foi
confeccionado a partir das definições do livro didático, os cursistas levaram
diferentes tipos de rochas que foram previamente identificadas no que se refere
aos três grupos de rochas;
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a
b
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e) Livro de EVA sobre os vulcões e camadas da terra: foi confeccionado com o
uso de EVA de diferentes cores e através do uso de livro didático;
f) Livro de EVA – evolução do relevo brasileiro: confeccionado com EVA de
diferentes cores, considerando as classificações de Aroldo de Azevedo (década
de 40), Aziz Nacib Ab’ Sáber (década d 60) e Jurandyr Ross (classificação
atual).
Figura 01: a) Construção e discussão sobre a geomorfologia da planície de inundação e as
ocupações nessa região: b) confecção do ciclo das rochas o uso de livro didático e amostras
de diversos tipos de rochas.
Fonte: Euriene Guerra, 2015.
O processo de ensino-aprendizagem na sala de aula não passa apenas pelo cognitivo,
pelas habilidades mentais, pelos conteúdos e temas abordados pela Geografia, mas
sim pelo casamento da Geografia-Pedagogia-Didática (KAERCHER, 2014).
No decorrer da capacitação, os cursistas aplicaram nas suas referidas escolas de
atuação (Boa Vista, Cantá, Alto Alegre e Uiramutã) a produção dos materiais em
conjunto com os alunos do Ensino Fundamental e médio, e relataram que o
aprendizado durante o curso, surtiu efeito satisfatório na sala de aula.
CONCLUSÕES: Conclui-se que a capacitação ministrada junto aos docentes da rede
estadual de ensino, proporcionou aos cursistas além da discussão teórica, a práticas
de temas pertinentes a Geografia Regional do Estado, bem como a reflexão sobre a
questão ambiental, que culminou com a saída de campo para Serra do Tepequém,
que oportunizou ainda a socialização entre os cursistas. E ainda agregou o
conhecimento específico sobre a Serra, principalmente, a integração da paisagem ao
contexto social.
AGRADECIMENTOS: Ao CEFORR pelo convite; a UERR pela cedência do espaço e
da ministrante do curso, aos cursistas e aos gestores das escolas estaduais Osvaldo
Cruz e Ana Libória pela cedência do espaço.
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REFERÊNCIAS:
KAERCHER, N.A. Se a Geografia escolar é um pastel de vento o gato comeu a
Geografia Crítica. Porto Alegre: Evangraf, 2014.
PONTUSCHKA, N.N.; CACETE, N. H.; PAGANELLI, T. I. Para ensinar e aprender
Geografia. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2009.
RANGEL, E. O. Avaliar para melhor usar – avaliação e seleção de materiais e livros
didáticos. In: BRASIL. Salto para o Futuro. TV Escola: Materiais didáticos: escolha
e uso. Boletim 14, agosto 2005. Disponível em: http://tvbrasil.org.br/fotos/
salto/series/ 151007MateriaisDidaticos.pdf . Acesso em: 20 abr. 2015.
SANTOS, M.C. A importância da produção de material didático na prática docente.
VI Congresso Brasileiro de Geógrafos. Vitória-ES. Anais... 2014.
TORRES, E.C. Geomorfologia e maquetes. Revista Geográfica de América
Central. Número Especial EGAL, 2011- Costa Rica II Semestre 2011 pp. 1-10.
Disponível em: <http://revistas.una.ac.cr/index.php/geografica/
article/viewFile/3145/3004>. Acesso em: 28 maio 2015.
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