Universidade Mackenzie - F.C.E.E. - Curso: Biologia Zoologia IV Aula prática na Fundação Parque Zoológico de São Paulo I ) Introdução A zoologia, uma das ciências biológicas, trata dos animais e dos muitos diferentes aspectos da vida animal. Um zoológico é uma coleção de animais, porém uma visita a um zoológico, embora interessante, pode apenas começar a sugerir a enorme variedade de animais que hoje vive na Terra. Cada um desses animais adaptou-se, através de um longo processo de evolução, ao conjunto particular de circunstâncias ambientais no qual ele melhor sobrevive. Além dos que vivem atualmente, um grande número de outras espécies de animais viveu em épocas passadas, estando hoje, porém, extintos. A zoologia moderna diz respeito a muito mais do que simplesmente reconhecer e classificar as muitas espécies de animais. Ela inclui estudos sobre a estrutura, a função e o desenvolvimento embrionário de cada parte do corpo animal, da nutrição, saúde, e comportamento dos animais, de sua hereditariedade e evolução de suas relações com o meio físico e com as plantas e outros animais de uma determinada região. A zoologia é básica de muitas maneiras nos campos da medicina humana e veterinária e na saúde pública, na agricultura, na conservação do ambiente e em algumas das ciências sociais. Existem valores estéticos na zoologia, já que o conhecimento da estrutura e das funções dos tipos mais importantes de animais aumentarão grandemente o prazer de um passeio nos bosques ou de uma excursão ao longo da praia. Visitas a zoológicos, aquários e museus também são gratificantes pela visão deslumbrante que dão dos grupos de diferentes tipos de animais. A vida animal surgiu em nosso planeta há mais de 2 bilhões de anos, no período Pré - Cambriano. Os primeiros animais eram pequenos invertebrados, com estruturas anatômicas simples. A maioria permaneceu pequena e simples. Muito diversificados, alguns animais ficaram maiores, passando de microscópicos para macroscópicos. Ao aumentar de tamanho, passaram a ter estruturas de sustentação. Uma linha desta evolução deu origem aos chamados cordados, aqueles que possuem notocorda, que é um elemento de sustentação do corpo. Todo animal que possui notocorda durante a vida inteira ou alguma fase da vida é classificado no Filo Chordata. Essa evolução aconteceu dentro da água, dando origem aos peixes. Os peixes precisavam da coluna vertebral para sustentação do corpo, e desenvolveram as nadadeiras para locomoção. Alguns vertebrados evoluíram no sentido de viveram fora da água, mas até hoje retornam a ela para reprodução: trata-se dos anfíbios, zoologicamente pertencentes à classe Amphibia. Desenvolveram as nadadeiras para patas locomotoras e, em conseqüência disso, a coluna tornou-se um elemento de sustentação mais eficiente. As brânquias foram substituídas por pulmões. O tegumento passou a proteger o animal no novo ambiente, impedindo-o de perder muita água. Necessitam viver perto da água, e atualmente são representados por sapos, rãs, salamandras, etc. Foram os anfíbios que deram origem aos répteis. Os répteis são mais independentes da água que os anfíbios. Reproduzemse em terra firme, põem ovos e, na maioria dos casos, nascem fora da água. Pertencem à classe Reptilia. Hoje são representados por cobras, lagartos e jacarés, etc. São os primeiros vertebrados terrestres e tiveram um ambiente totalmente novo a sua disposição. Os répteis deram origem às aves e aos mamíferos. Inicialmente, os mamíferos eram um grupo de pequena importância. Evoluíram muito lentamente, mas com o declínios dos répteis começaram a predominar. De todos os animais, as aves são as mais bem conhecidas e as mais facilmente reconhecidas porque são comuns, ativas durante o dia e facilmente vistas .A principal característica das aves, exclusiva do grupo, é a presença de penas. Além de fundamentais para o vôo, as penas garantem o isolamento térmico e proteção contra ressecamento. A capacidade de vôo possibilita às aves ocuparem alguns habitats negados a outros animais. Integram a classe dos mamíferos todos os animais que , mamam em alguma fase da vida, geralmente depois do nascimento. Têm o corpo coberto de pêlos; a pele com diversas glândulas, o crânio com dois côndilos occipitais. Possuem maxilares, geralmente com dentes alojados em alvéolos. Apresentam quatro patas locomotoras, com as mais variadas adaptações - andar, trepar, voar, nadar, etc. O coração tem quatro cavidades e arco aórtico para o lado esquerdo. Tem diafragma entre o tórax e o abdome, aumentando a capacidade respiratória dos pulmões, geralmente em número de dois, grandes e elásticos. São homeotermos, ou seja, mantêm constante a temperatura interna do corpo. II ) Objetivo do trabalho Os principais objetivos desta aula prática realizada na Fundação Parque Zoológico de São Paulo foram: 1. Estudar os padrões morfológicos de espécimes de répteis atuais, representantes da fauna brasileira e exótica. 2. Relacionar os padrões morfológicos reconhecidos aos diferentes modos de vida dos animais ( regiões zoogeográficas, hábitat, alimentação, formas de locomoção, etc.) 3. Testar técnicas de amostragem para dados comportamentais. 4. Coletar dados para elaboração de um relatório de campo. III ) Caracterização do local de estudo O Zoológico de São Paulo ocupa uma área de 824.529 m2 de Mata Atlântica original. Dentro do parque há a nascente do Riacho do Ypiranga, que forma um lago que acolhe aves de várias espécies exóticas, além de aves migratórias. Tanto o lago quanto a mata, abrigam animais nativos de vida livre, formando uma fauna paralela. Destacando-se como um dos mais interessantes e instrutivos pontos turísticos de São Paulo, o zoológico oferece ao público a oportunidade de conhecer animais da fauna brasileira e de outras partes do mundo. O Parque Zoológico abriga quase 3.000 animais, representando 90 espécies de répteis, 105 espécies de mamíferos e 212 espécies de aves. Figura Entrada do Parque Zoológico de São Paulo Desde sua fundação, em 1958, o Zoológico de São Paulo já foi visitado por cerca de 65 milhões de visitantes. Atualmente é dirigido pelo Professor Doutor André Luiz Paranhos Perondini. Uma das missões do zoológico é disseminar conhecimentos na área de zoologia, através não só da observação, mas também de cursos, palestras, simpósios e encontros científicos sobre temas de interesse, e são realizados no próprio auditório do Zoológico. Ela ainda mantém uma biblioteca com cerce de 4200 volumes, abertos para pesquisa ao público em geral, prestando atendimento principalmente para estudantes e técnicos. Figura Auditório Biblioteca IV ) Metodologia do estudo 4.1 ) Método de campo O fator fundamental de revelação dos fatos da ciência é a observação. A observação foi realizada minuciosamente, livre de tendências e de maneira quantitativa e qualitativa na medida do possível. Durante a permanência no zoológico, foram registradas os maiores números possíveis de observações, informações e acontecimentos sucedidos . As visitas à Fundação Parque Zoológico de São Paulo foram realizadas pelo grupo em dois dias, respectivamente os sábados dos dias 17 e 24 de abril de 1999. 4.2 ) Método de análise As anotações realizadas durante a visita ao Parque Zoológico de São Paulo foram analisadas e organizadas de acordo com a literatura científica. V) Resultados 5.1 ) Tabela de espécies analisadas Durante o trabalho de observação no Zoológico, foram identificadas as placas de informação de diversas espécies de aves, répteis e mamíferos, representantes de cada uma das seis regiões zoogeográficas do mundo. Os dados obtidos através desta observação podem ser examinados nos quadros abaixo. Região Neártica Nome Popular Urso Pardo Leão da Montanha Cervo Nobre Tartaruga Nome da espécie Ursus arctos Felis condor Cervo elaphus Pseudemys seripta elegans Classe a que pertence Mammalia Mammalia Ave Reptilia Cobra Real da Flórida Lampropeltis getulis floridana Reptilia Região Neotropical Nome Popular Macaco aranha de cara vermelha Lobo guará Cágado listrado Marreca Jibóia Nome da espécie Ateles paniscus paniscus Classe a que pertence Mammalia Chrysocyon brachyurus Chysocyon brachyurus Anas flavirostris Boa constrictora Mammalia Mammalia Ave Reptilia Região Paleártica Nome Popular Lobo Cervo Nobre Leopardo Negro Nome da espécie Canis lupus Cervus elaphus Panthera pardus melos Classe a que pertence Mammalia Mammalia Mammalia Gibão Pavão Azul Hylobates lar Pavo cristatus Mammalia Ave Região Etiópica Nome Popular Nome da espécie Classe a que pertence Rinoceronte branco Ceratotherium simun simun Giraffa camelo pardalis Panthera leo Trigonoceps Geochelone pardalis Mammalia Girafa Leão Abutre de cabeça branca Jabuti Leopardo Mammalia Mammalia Ave Reptilia Região Oriental Nome Popular Orangotango Elefante Asiático Cacatua das Moluscas Lagartixa Leopardo Piton Burmesa Gavial da Malásia Nome da espécie Pongo pygmacus Elephas maximus Cacatua molluccencis Eublepharis macularius Pyton molurus bivittatus Tomistoma schlegelii Classe a que pertence Mammalia Mammalia Ave Reptilia Reptilia Reptilia Região Australiana Nome Popular Canguru Emu Ganso Australiano Cisne Preto Lagarto Gigante da Língua Azul Nome da espécie Thylogate thetis Dromaius novae hollandiae Coreopsis novae hollandiae Cynus atratus Tiliqua migrolutea Classe a que pertence Mammalia Mammalia Ave Ave Reptilia 5.2 ) Regiões zoogeográficas A evolução no ambiente terrestre favorece o desenvolvimento de diversos organismos, tanto animais quanto vegetais. Os mais complexos e especializados, notadamente as plantas superiores, os insetos e os vertebrados de sangue quente, são presentemente os dominantes na Terra. Porém, embora apresentem uma distribuição global, cada área continental tende a possuir a sua flora e faunas próprias. Alfred Russel Wallace, colaborados de Darwin nos primeiros trabalhos sobre seleção natural, estabeleceu um dos primeiros sistemas de regiões biogeográficas, como as que estão indicadas no próximo item do trabalho. As seis regiões identificadas são: a. Neártica ( Neoártica ): América do Norte, menos extremidade sul. b. Paleártica: Europa, norte da Ásia e África ao norte do Saara. c. Oriental: Índia, Malásia, Filipinas e regiões próximas. d. Australiana: Austrália e Nova Guiné. e. Neotropical: América do Sul e América Central. f. Etiópica: África ao sul do Saara. Essas regiões são separadas por barreiras que impedem a dispersão dos animais, como por exemplo, barreiras oceânicas, cordilheiras, clima, etc. É importante lembrar que a descontinuidade do meio terrestre faz com que as comunidades semelhantes sejam dotadas de espécies diferentes. Organismos que ocupam o mesmo nicho ecológico em comunidades semelhantes de regiões biogeográficas são conhecidos por equivalentes ecológicos. Por exemplo: os cangurus da Austrália são ecologicamente equivalentes aos bisões e aos antílopes da América do Norte. Segue-se no próximo item a análise das regiões biogeográficas e seus principais representantes. 1. Caracterização climatológica e ambiental de cada região zoogeográfica Região Australiana: Pertencem a esta região a Austrália, Tasmânia, Nova Guiné, Nova Zelândia e Ilhas Oceânicas do Pacífico. A Região Australiana apresenta animais típicos: cangurus, ornitorrincos, equidnas, coalas, lobos-datasmânia, emus, pássaros diversos, esquilos, papagaios, etc. A flora é representada por eucaliptos, cactos, palmeiras, etc. A sua floresta temperada possui quatro estações bem definidas. No inverno frio e úmido, há muita neve, que se funde rapidamente e raramente cobre o solo durante toda estação. Os desertos compreendem as zonas de alta pressão atmosférica. Muitos delas apresentam menos de 10 cm3 anuais de chuva. A temperatura é elevada e provoca alta velocidade de evaporação na escassa vegetação existente. O pouco vapor d'água da atmosfera deixa o ar seco e o calor que surge rapidamente nos dias sem nuvens é também rapidamente perdido à noite. Região Oriental: Aqui encontramos uma das mais elevadas montanhas do mundo, assim como florestas pluviais densas e alguns desertos. Compreende a Ásia ao sul do Himalaia: Índia, Ceilão, Península Malaia, Sumatra, Bornéu, Java, Célebes e as Filipinas. Localizada numa região de floresta tropical pluvial, este bioma apresenta um clima bastante uniforme. O fornecimento de energia radiante é grande e praticamente constante durante o ano. As temperaturas são altas e constantes. As chuvas abundantes e quase diárias admitem umidade elevada. Sua fauna compreende tarsius, macacas, gibões, orangotangos, tigres, mangustos, elefantes, rinocerontes indianos, galos silvestres, pavões, tapires e cobras. A flora é representada por arroz, bananas, tâmaras, laranjas, limões, pêssegos, mangas, melões, etc. Região Etiópica: Compreende a África, incluindo o deserto do Saara, Madagascar e ilhas adjacentes. Sua fauna compreende gorilas, chimpanzés, elefantes, rinocerontes e leões africanos, hipopótamos, zebras, girafas, muitos antílopes, avestruzes, galinhas da angola, ave - secretária, babuínos, crocodilos e lêmures em Madagascar. A vegetação é constituída de Mogno africano, ébano, pau - rosa, várias leguminosas, etc. A região de floresta temperada pluvial da região Etiópica é semelhante a da Região Oriental, admitindo ainda área de desertos na África no Norte e sul do continente. Região Neotropical: Compreende a América do Sul e Central, terras baixas do México e Antilhas, Sua fauna compreende lhamas, alpacas, porcos - do mato, preguiças, tatus, capivaras, tamanduás, gambás, onças, macacos, antas, pumas, galos da serra, condores, preás, morcegos hematófagos, emas, tucanos, mutuns e jacus e a maioria dos beija - flores. A região Neotropical abriga mais de 1/6 de todas as espécies conhecidas de aves, mas sua fauna inclui também outras espécies. Entre os vegetais encontram-se cactos, orquídeas, agave, cajueiros, mandioca, coca, cacau, seringueiras, batata, tomate, milho, etc. A região Neotropical admite a bacia Amazônica, com representações na costa do Brasil, América Central, México e Antilhas. Apresenta um clima bastante uniforme, assim como em algumas áreas da região Oriental, com fornecimento de energia radiante grande e praticamente constante durante o ano. As temperaturas são altas e constantes. As chuvas abundantes e quase diárias admitem umidade elevada. Região Neártica: Compreende a América do Norte, do Planalto Mexicano às ilhas árticas e Groenlândia. Sua fauna compreende as cabras montesas, antilocabras, caribus, camundongos, alces, lobos, cobras, bisões, pássaros em geral e ratos almiscarados. A vegetação predominante consta de olmos, carvalhos, bétulas, abetos, azaléas, bordos, faias, trigo, cevada, aveia, etc. Com relação ao clima, podemos dizer que recebe pouca energia radiante do sol praticamente o ano todo. O solo produz uma camada de gelo de menos de um metro. O inverno é longo e muito frio, e o verão é curto, de apenas dois ou três meses. Esta área compreende os biomas de floresta temperada, campos, taigas e tundras. Nas regiões de floresta temperada, mais próxima a linha do Equador, compreende-se um clima semelhante aos das outras áreas temperadas já citadas. Nos biomas de taiga, há recepção de energia radiante do sol, diária e anual, maior que a tundra. O verão é mais longo, os dias mais longos e mais quentes e o solo degela formando lagos, pântanos e brejos. A maior parte das chuvas acontece no verão. O inverno é rigoroso, com forte queda de neve e ar frio com baixo teor de umidade. Com relação aos campos, a variação de temperatura entre o dia e a noite e entre o inverno e o verão é maior que na floresta. As secas são muito freqüentes. Região Paleártica: Compreende a Eurásia até o Himalaia ao sul, Afeganistão, Pérsia e África ao norte ao Saara. Essa região possui grandes florestas, grandes áreas cultivadas, vastos desertos e extensas estepes. Sua fauna compreende ouriços, javalis, bisões europeus, camurças, veados vermelhos, fuinhas, toupeiras, jumentos, cabras e etc. A flora compreende trigo, cevada, aveia, centeio, amêndoa, groselha, uva, amora, azeitona, pêra, marmelo, etc. 2. Tabela apresentando os padrões morfológicos gerais característicos para a fauna de cada região, relacionando a morfologia das espécies da tabela anterior com o ambiente em que vivem Regiões Tamanho do Corpo Neártica De pequeno a médio porte Neotropical De médio a grande porte Paleártica De médio a grande porte Quadrúpedes, Escamas rastejadores córneas, pêlos, penas Arborícolas, Penas, Grande rastejadores, escamas diversidade de quadrúpedes córneas e répteis e aves pêlos Bípedes e Penas e pêlos quadrúpedes Etiópica De médio a grande porte Bípedes e quadrúpedes Penas, escamas córneas e pêlos Oriental Pequeno, médio e grande porte Médio porte Bípedes e rastejador Penas e escamas córneas Penas, escamas córneas e pêlos Australiana Padrão locomotor Bípedes e quadrúpedes Tegumento Outras observações Presença de grandes mamíferos vivendo em grupos Presença de marsúpios 5.3. Fauna Brasileira - cadeias tróficas. Os ecossistemas são grupamentos de plantas e animais reunidos pelas exigências dos fatores do meio. Suas dimensões variam, mas todos necessitam ter uma fonte de alimento suficiente para garantir sua sobrevivência. Em um ecossistema os seres vivos absorvem, transformam e circulam a energia e diversos materiais, constituindo cadeias alimentares. Dentre a fauna brasileira podemos estabelecer características ambientais em seus respectivos ecossistemas dentre os quais poderíamos estar falando: Floresta tropical - Uma das características mais marcantes é sua estrutura em vários estratos vegetais, que proporciona habitat para muitas espécies de organismos. A grande quantidade de água, calor e luminosidade, tornam a floresta tropical propicia para uma diversidade muito grande de espécies, principalmente de répteis, aves, mamíferos e insetos. Todos estes animais encontram condições propicias, como proteção, alimento e abrigo, podendo assim se estabelecer uma cadeia trófica sustentável, como: Produção de grande biomassa através dos produtores, os vegetais, os quais existem em grande exuberância numa floresta tropical devido à grande circulação muito rápida de nutrientes conseqüência muita diversidade de insetos, sendo estes consumidores primários. Por sua vez os répteis ( pequenos lagartos) alimentam-se de insetos, tornando-se consumidores de Segunda ordem. Algumas aves carnívoros por sua vez alimentam-se de lagartos, sendo consumidores de terceira ordem. Os decompositores são a base da cadeia, transferindo a energia contida nos consumidores e produtores não mais biologicamente ativos e transferindo seus nutrientes para o solo, fechando assim o ciclo. Cerrado - O cerrado caracteriza-se fisionomicamente pela presença de pequenas árvores de caule tortuoso e folhas coriáceas, o solo é revestido por gramíneas e plantas herbáceas e há grande porcentagem de plantas arbustivas. A queimada é um fator importante agindo no cerrado, favorecendo a sobrevivência e crescimento do capim sobre os arbustos. Além disso, o fogo produz a liberação de nutrientes minerais a partir de detritos secos acumulados. A diversidade da fauna é composta por tatus que são grandes escavadores de galerias, o sagui, o preá, o veado catingueiro, as cutias, o lobo guará, o cachorro do mato e a raposa do campo. A fauna de aves é pobre. Os répteis são encontrados nos buracos de tatus e em cupinzeiros e sauveiros, propiciando um ambiente para escapar da forte insolação durante o dia. Num cerrado podemos considerar como os produtores os vegetais, que por sua vez são comidos por saúvas (insetos) estas são alimento de alguns mamíferos que por sua vez são comidos por serpentes e estas sendo alimento de aves, estabelecendo-se uma cadeia trófica. Pantanal - A região do pantanal situa-se nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se também pela Bolívia e Paraguai. Os rios da bacia do Rio Paraguai extravasam suas águas durante alguns meses do ano (de outubro a março), inundando os solos de áreas extensas. De abril a setembro suas águas diminuem e o solo permanece enxuto. As águas dos rios carregam argilas provenientes de outras regiões e as depositam nas áreas inundadas, trazendo consigo muita matéria orgânica, fertilizando os solos do pantanal. A fauna é principalmente constituída por aves. O martim-pescador, o cabeça seca, o biguá-tinga, as garças, o tuiuiú e o gavião caracará são alguns de seus representantes. A ema é encontrada também. Entre os répteis os jacarés se expõem ao sol quente em bandos numerosos. Capivaras são freqüentes, juntamente com preás e pacas. Com toda esta diversidade tanto de fauna como de vegetação, podemos concluir que as cadeias tróficas estão bem estabelecidas, Caatinga - Encontramos a caatinga nos estados do Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais). A caatinga possui árvores esbranquiçadas, sem folhas, durante a seca prolongada que dura 9 meses ou mais. Somente na época das chuvas – o inverno - a paisagem torna-se verde. Na caatinga são encontrados animais que estão adaptados a suportarem a falta de água ou que vivem perto de rios, como roedores e aves de rapina. Na flora encontramos também grandes adaptações como a barriguda que armazena água em seu caule, outras perdem totalmente suas folhas. 5.4 . Etograma Num período de uma hora, foram admitidas observações referentes ao comportamento de três exemplares de leões marinhos, sendo estes observados a cada 5 minutos. O local onde tal observação foi realizada foi o Jardim Zoológico de São Paulo, onde foi instalado um habitat, imitando os costões rochosos, ambiente natural de vivência dos leões-marinhos. O espaço físico, chamado de "O Parque dos Leões", foi inaugurado no dia 24 de maio de 1998, com área de 900 m 2, onde foram instaladas duas piscinas, sendo uma de água salgada, além de réplica, elaborada pelos técnicos do Parque. Da réplica, foram erguidas duas paredes em concreto, imitando saliências rochosas onde os leões podem tomar sol e promover outras atividades quando não estão na água, tobogã com cascata de água e piso especial permitindo que os animais escorreguem para a água, tornando-os mais atrativos ao público visitante. Numa parte superior, ligada a esta por uma rampa, existe outro espaço físico, contendo outra piscina bem menor em forma elipsoidal, uma cobertura, para proteção do sol, e uma mesa de madeira com pés bem curtos, onde os leões podiam subir. As observações foram realizadas num sábado à tarde, dia 17/04/99, exatamente às15h50min, sendo que os leões marinhos encontravam-se na área superior. A espécie em observação, o leão-marinho Otaria byronia é naturalmente encontrado nas águas costeiras da América do sul - nordeste do Peru, sudeste do Brasil, sul da Terra de Fogo e Ilhas Falklands- estando a colônia da Santa Catarina ameaçada devido à caça predatória indiscriminada. Os machos da espécie chegam a 256 cm de comprimento e 350 kg, e as fêmeas, um pouco menores, medem até 200 cm de comprimento a pesar até 140 kg. A cor escura é característica dos machos, que apresentam a partir do 5° ano de vida, proeminente tufo de pêlos longos, formando uma espécie de juba. O período reprodutivo da espécie ocorre de dezembro a janeiro. Após a gestação de 11 meses, nasce apenas um filhote de coloração bem escura, com peso de 10 a 15 kg e aproximadamente 80 cm de comprimento, que é amamentado durante o primeiro ano de vida, vindo a atingir sua maturidade sexual aos seis anos, no caso dos machos e quatro, para s fêmeas. Através das observações, e posteriormente de informações obtidas com o tratador, obtivemos os seguintes dados: dos três exemplares, um deles é macho, de nome Pakar ( nuvem em língua quichua ) e as duas restantes, fêmeas, Pukara e Puiu ( Fortaleza e Aurora ); os mesmos têm aproximadamente 2,5 de anos de idade e foram obtidos através de permuta com a Estácion de Cria de Fauna Autóctone de Piriápolis, Uruguai. Sua dieta consta de frutos do mar, crustáceos e peixes mortos, e uma vez por semana (aos sábados), permanecem em jejum, para que o controle de seu peso corporal não exceda, já que os espaço físico é restrito e sua alimentação é normal, o que não aconteceria se vivessem em seu espaço natural. Recebem ainda suplemento mineral e vitaminas. Sobre sua adaptação ao cativeiro, conforme o tratador, não foram observadas conseqüências desastrosas que pudessem interferir na saúde geral dos animais. Estima-se que possam viver até 24 anos em cativeiro, mas sua reprodução em zoológicos requer dedicação especial. Por todos os cuidados que foram tomados na reprodução do habitat original e pela documentação sobre manejo que os técnicos do zoológico têm reunido, há possibilidades de que o Zoológico de São Paulo se destaque como centro reprodutor. Segue-se abaixo, as informações sobre estes animais e os seguintes dados relacionados a sua observação. Informações sobre o animal observado: Nome Popular: Leão Marinho Nome cientifico: Otaria byronia Nome inglês: Sea lion Região: Mares Tempo de vida: Aproximadamente 25 anos Gestação: 12 meses Peso corpóreo: Macho até 300 kg Fêmea até 160 kg Região geográfica: Toda a costa da América do Sul, Norte do Peru ao sul do Brasil figura Observações 15h50min: Estão nadando no tanque de água, retiram constantemente a cabeça (emergem nadando em círculos ). 15h55min: Um deles emergiu da água, visualizando-se o pescoço. 16h00min: vocalizando. Continuam na água, nadando, emergem constantemente Nota-se diferentes entonações caracterizando cada um dos animais. 16h05min: A mesma frequência de movimentos Pararam uns instantes de vocalizar. 16h10min: Um deles levantou bem o corpo acima do nível da água vocalizando bem alto. É o macho numa atitude de dominância e entre as duas fêmeas. 16h15min: Estão mais parados na água só movimentam a cabeça em movimentos de cima para baixo. 16h20min: seguido na O macho parou no água, elevou muito o corpo, vocalizando, foi seqüência, pelas duas fêmeas. 16h25min: A água não para de formar ondas devido ao constante vai-e-vem dos leões-ma rinhos nadando em círculos. 16h30min: Novamente, o macho emergiu na água e vocalizou. Uma das fêmeas logo em seguida saiu da água e, foi até um lugar que batia sol, encostando parte do corpo no chão. Os outros dois permaneceram na água. Instantes depois, a fêmea que tinha saído retornou mergulhando junto aos de mais. 16h35min: O macho vocalizou e a outra fêmea saiu da água. 16h40min: Uma das fêmeas que se encontra fora da água , locomove-se no sentido aonde O sol está batendo, o macho sentou-se e abriu a boca. 16h45min: macho. A outra fêmea que permaneceu na água vocalizou, logo seguida do 16h50min: Um do grupo espirrou 3 vezes. Observações referentes aos leões marinhos entre os períodos não demarcados cronologicamente No momento da observação, foi constatados os seguintes dados: Uma garça permaneceu imóvel em cima do quiosque tomando sol e, quatro mergulhões ficaram empoleirados no gradil de proteção em lugares diferentes. Entre as 16h05min. e 16h10min., o leão marinho macho saiu da água (pelagem mais escura, numa tonalidade de castanho escuro, corpo maior e mais robusto, além de vocalização no tom mais grave), locomoveu-se na parte cimentada, seguido das fêmeas (pelagem mais clara, numa tonalidade de castanho avermelhado, corpo mais esguio e num tamanho menor que o macho). Uma das fêmeas ficou cheirando o focinho do macho e, este correspondeu ao afago, retornaram todos a água. Entre 16h35min. e 16h40min., uma das fêmeas saiu da água e locomoveu-se até onde o sol batia. O macho admitiu uma atitude de procura a fêmea que saiu da água, observando em volta. A fêmea que se encontra fora da água, volta a locomover-se, mas desta vez bem próximo do tanque, rodeando os que estão na água, talvez que numa atitude de querer que os demais venham participar da sua companhia. Como não foi atendida, volta para onde bate o sol, deitando-se no chão. Entre 16h45min. e 16h50min. O sol não mais bate no tanque. Os leões marinhos também não se encontram tão agitados e nem vocalizando repetidamente. Durante a observação, inúmeros visitantes fluíam constantemente, principalmente as crianças, atraídas pelas vocalizações constantes dos leões marinhos. 5.5. Estudo específico de cada classe Jacarés e Gaviais Tanto os jacarés como os gaviais pertencem à mesma ordem Crocodylia, enquadrando-se nas características quanto ao crânio diápsido (2 fendas temporais) e dentes tecodontes. São animais ectodérmicos, regulando sua temperatura exteriormente. Possuem corpo longo, pesado com forma hidrodinâmica, que os capacita para uma vida semi-aquática. Seus membros tanto posteriores com anteriores são curtos e grossos, estando posicionados nas partes laterais do corpo, condicionando-os a uma locomoção vagarosa, de acordo com seu metabolismo baixo. Cauda longa, servindo como e leme quando estão na água nadando. Seu corpo é coberto de escamas dérmicas, sendo pigmentadas na parte dorsal e carecendo na parte ventral. Os jacarés possuem focinho bem mais largo do que os gaviais, sendo neste comprido e fino, característico para apanhar peixes. Possuem palato secundário, o que os capacita a permanecer muito tempo embaixo d´água, ficando só a narina exposta ao ar. Vivem junto aos rios, lagos, e pântanos, onde encontram abrigo, proteção e alimento, Os gaviais alimentam-se de peixes, enquanto os lagartos predam algum animal descuidado que se aproxima da água para beber. Necessitam de ambientes abertos para seu aquecimento durante o dia, regulando sua temperatura com períodos de aquecimento e de ventilação nos dias muito quentes. São animais letárgicos, principalmente pela manhã, quando seu metabolismo decaiu muito durante a noite. Em ambientes confinados como no zoológico tendem a ser mais, devido porque o ambiente não lhes ofereça estímulos e porque são alimentados. As condições de ambiente em que os jacarés vivem no zoológico , imita seu habitat natural. Uma lagoa, circundada por areia ( o que propicia um bom ambiente de absorção e emissão de calor), em volta um espaço com gramíneas onde eles podem ficar expostos ao sol , mais retirado, uma vegetação arbustiva, formando moitas com algumas árvores as quais propiciam sombra nos momentos em que a temperatura do meio-dia eleva-se necessitam procurar lugares sombrios para sua termorregulação. (os répteis regulam sua temperatura através de hábitos comportamentais) A visualização do ambiente em que estes organismos se encontram no zoológico, pode ser realizada através das fotos localizadas em Anexos. Tartarugas Terrestres, Aquáticas e Escavadoras As tartarugas pertencem a uma ordem Chelonia, por possuírem crânio anápsido ( não apresentam fossas ), bico córneo, uma carapaça dorsal e plastrão ventral, tornando-se muito especializadas dentro da classe Reptilia. A morfologia do casco indica-nos muito sobre sua ecologia, mas também limitou a sua diversidade em diferentes ambientes, ficando restritas à água e terrestres. A carapaça é composta de ossos dérmicos que crescem durante a vida do animal. Os ossos da caraça são recobertos por escudos córneos originados na epiderme. As costelas das tartarugas ficam fundidas na carapaça. O plastrão ( parte ventral ) é formado, a maior parte por ossificações dérmicas. E, suas cinturas apendiculares localizam-se no interior da caixa torácica. As tartarugas aquáticas apresentam carapaças baixas, que oferece pouca resistência ao deslocamento da água, seus membros parecem-se como pequenos remos, impulsionando bem seu corpo quando estão nadando, algumas possuem especializações como o casco bastante reduzido, tornando o animal mais leve, e possuindo membranas interdigitais nos membros. As tartarugas terrestres apresentam carapaça (casco superior) convexo e seus pés são semelhantes ao dos elefantes. Os jabutis pequenos podem apresentar modificações para a escavação, suas patas anteriores são achatadas na forma de pás e a cúpula do casco é reduzido. São animais ectodérmicos, ovíparos. As tartarugas marinhas, migram para seu local de origem, na época de reprodução, enterrando seus ovos na areia, perto da praia. Seus filhotes nascem depois de um período quase todos ao mesmo tempo, correndo em direção ao mar. Procuram as correntezas onde serão levados para longe , permanecendo neste habitat até à época de reprodução, fazendo novo ciclo. Quanto ao seu habitat no zoológico, ficam junto com os jacarés, já que o mesmo oferece as condições ambientais que as mesmas necessitam, descrito acima. A visualização do ambiente em que estes organismos se encontram no zoológico, pode ser realizada através das fotos localizadas em Anexos. Serpentes de Hábitos Terrestres, Arborícolas, Aquáticas ou Semi Aquáticas Assim com os lagartos as serpentes encontram-se na mesma ordem Squamata, caracterizando-se por crânio diápsido modificado. A ausência de membros fez com que as serpentes adaptassem seus sistemas de locomoção, procura de alimento e acasalamento. Sua musculatura é complexa e possuem grande flexibilidade da coluna vertebral possibilitando três movimentos básicos de locomoção. Movimento retilíneo, movimento ondulatório horizontal ou serpentíneo e movimento sinuoso lateral. Possuem o corpo coberto de escamas dérmicas, o que contribui na sua termorregulação, e proteção contra o atrito constante do solo. Sua mandíbula inferior não é fundida e sim unida por uma membrana elástica, (hemi-mandíbula) fazendo com que possa ingerir alimento três (3) vezes maior que a cabeça, uma característica de um crânio bem cinestésico. Estando com constante contato com o solo seu sistema sensorial percebe vibrações mecânicas fortes, como passos, ou quedas de objetos, sendo estes captados e enviados para um pequeno osso chamado columela. Esse osso une a base da mandíbula à caixa craniana. Possuem pálpebra fixa, tendo uma membrana transparente que protege o olho. Sendo essencialmente carnívoras, as serpentes matam a presa através da constrição de sua complexa musculatura, ou inoculam veneno na presa, esperam que ela fique imóvel, engolindo-a inteira. Sua digestão é muito lenta, ficando vários dias digerindo sua presa. Serpentes arborícolas vivem em campos e matas não muito úmidas e floresta s úmidas, vivendo em árvores , costumam ser extremamente alongadas e possuem grandes olhos já que dependem da visão para um ambiente tridimensional. Seu comprimento distribui o peso e permite que rastejem sobre pequenos ramos sem quebrá-los como ex. Caninana. Serpentes escavadoras - Possuem corpos curtos cabeça arredondada e olhos muito pequenos, a forma da cabeça auxilia a penetração do solo, e a cauda e o corpo curtos geram pouco atrito com a terra como exemplo temos a cobracega, Liotuphlops beui, serpente de hábitos subterrâneos e uma das menores serpentes brasileiros e totalmente inofensivo. Apesar de serem comuns não é muito fácil de encontrar, devido ao seu hábito fossório. Vem à superfície quando o solo está muito encharcado ou quando se revolve a terra. Alimentas de pequenos insetos Serpentes terrestres - Algumas são noturnas e rastejam lentamente, introduzindo a cabeça sob a serapilheira e em buracos que poderiam abrigar presas. Seu sentido de olfação ´é muito desenvolvido percebendo pequenos diferenças de calor no ambiente. Outras são mais velozes e usam a visão mais para detecção da presa. Forrageiam arrastando-se velozmente, muitas vezes levantando a cabeça para olhar em torno. Ex. cobra - chicote. Serpentes aquáticas – Vivem dentro da água, mas sempre com a cabeça para fora, comem peixes, rãs lagartos e habitam rios, lagos e charcos. Lagartos de Diferentes Grupos Taxonômicos Os lagartos pertencem a ordem Squamata, por possuírem crânio diapsido modificado (barra óssea inferior foi perdida). São reconhecidos 4 grupos principais de lagartos ( Iguania, Gekkota, Scincomorpha, Antarchoglossa ). A maioria dos Iguania possui corpo robusto, cauda longa e escamas rugosas sobrepostas. Os Gekkota incluem basicamente lagartos pequenos, robustos de cauda curta. Em sua maioria os Scincomorpha possui corpo alongado, cauda curta e escamas lisas não sobrepostas, que freqüentemente apresentam uma superfície brilhante. Facilmente adaptáveis, os lagartos são animais que ocupam habitats que variam de pântanos a desertos, e até mesmo acima da faixa de floresta, em algumas montanhas. Muitas espécies são arborícolas, e as mais especializadas destas freqüentemente são achatadas lateralmente e, muitas vezes, possuem projeções peculiares do crânio e do dorso, que ajudam a obscurecer seu contorno. A maioria dos lagartos de grande porte são herbívoros. Os iguanas (família Iguanidae) são arborícolas e habitam os trópicos da América Central e América do Sul. O Iguana marinha das Ilhas Galápagos é uma exceção, alimentam-se de algas. Uma exceção à regra da herbivoria em lagartos de grande porte é encontrada nos lagartos monitores que são predadores ativos que se alimentam de invertebrados e vertebrados, incluindo aves e mamíferos. Nos lagartos, a redução apendicular (cobra de vidro) está geralmente associada à vida em estrato herbáceo, onde um corpo alongado e delgado pode ser manobrado mais facilmente que um corpo curto e dotado de patas funcionais. Diferentes espécies de lagartos estão expostos no Zoológico em ambientes que tentam reproduzir seu habitat natural como terrários. Cada terrário tentava reproduzir o ambiente do animal exposto mas não tinham dimensões e nem características ambientais apropriadas. Em alguns terrários não se verificava reservatório de água (bebedouro), em um outro terrário o animal era arborícola e o ambiente ao qual estava exposto era constituído por pedras. Animais ectotérmicos Os animais ectotérmicos como os que foram descritos acima, não usam energia química dos alimentos para se manter sua temperatura corpórea alta. Devido às suas baixas necessidade, os ectotermos podem colonizar habitas nos quais os suprimentos energéticos são baixos. Quando o alimento está disponível, os ectotermos são eficientes, em converter a energia que eles contêm em tecidos do seu própriocorpo, para crescimento ou reprodução. Os mecanismos reguladores comportamentais e fisiológicos dos ectotermos estão intimamente relacionados. O repertório de comportamentos termo - regulatórios vistos em lagartos é maior que o de muitas outros vertebrados ectotérmicos. Assim pela manhã, quando um lagarto frio orienta seu corpo perpendicularmente aos raios solares, e o sol aquece seu dorso, a vasodilatação local, naquela região, rapidamente transfere o calor para o resto do corpo. O mesmo mecanismo pode ser usado para evitar super - aquecimento. O iguana marinho vive na lava descoberta das marés nas costas das ilhas. Ao meio dia, debaixo do sol equatorial, a lava negra torna-se extremamente quente e letal. Como o iguana é um animal muito territorial, e abandonar o local seria como abandono de território, este usa seu controle fisiológico de circulação e a brisa fria do oceano para para mover um desvio de calor que absorve energia solar na superfície dorsal e o conduz através do corpo dissipando-o na superfície ventral. As tartarugas, por exemplo não podem mudar o contorno de seus corpos e sua termo - regulação comportamental é limitada a movimentos entre o sol e a sombra e dentro e fora da água. Os crocodilianos são muito semelhantes às tartarugas. A maioria das serpentes não pode mudar a coloração, mas muitas cascavéis clareiam e escurecem à medida que se aquecem e que se resfriam. Referindo-se aos animais ectotérmicos no Zoológico, os que se encontravam em ambientes abertos, podemos notar suas exposições ao sol durante longos períodos principalmente os jacarés. Quanto às tartarugas intercalavam períodos na água e expostas ao sol. Nos gaviais não podemos observar seu comportamento de termorregulação, visto que este encontrava-se em um ambiente fechado, e regulado com uma temperatura constante, a mesma situação encontrada nos ambientes fechados das serpentes e lagartos. VI. Discussão Através das observações realizadas no zoológico de São Paulo, podemos verificar que o mesmo é um local bastante apropriado para o estudo da zoologia. Além de interessante, é possível verificar através desta visita uma pequena parcela da grande diversidade animal que habita hoje a Terra. Cada organismo analisado apresentou certa modificação durante sua evolução, permanecendo as melhores adaptações. A classificação e o reconhecimento das espécies é de importante valia para o homem, permitindo ao mesmo reconhecer as diferentes espécies animais que dividem com ele o mesmo ambiente, e auxiliam a sua vida em inúmeros fatores como agricultura e medicina. Todos os animais analisados durante a visita ao zoológico pertencem ao Filo Chordata. Tratavam-se de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, das mais variadas espécies. Algumas apresentavam características morfológicas exóticas e que podiam ser comparadas com a literatura científica. Nas aves, por exemplo, verificou-se as características morfológicas: presença de diferentes tipos de penas de diversas colorações, de diferentes portes ( tamanho ), sendo que suas asas variavam conforme o tamanho do animal. Mamíferos apresentaram grande variedade de formas e tamanhos. Os primatas mostraram-se bastante ativos. Animais de grande porte como elefantes, ursos e girafas mostraram-se bastante adaptados. Verificou-se também as espécies animais que apresentavam ou não a presença de pêlos. Os répteis analisados apresentavam as características já estudadas em aula e através da literatura científica. VII. Conclusões gerais Através deste trabalho, podemos observar todas as características morfológicas e comportamentais dos animais em questão. Tanto mamíferos, quanto aves, como répteis apresentaram características morfológicas vigentes com a literatura científica. Tanto que, a visualização e as informações sobre cada animal como habitat, período de reprodução, peso corpóreo e outros foram de grande valia para a complementação do estudo destes animais em nosso trabalho. A análise dos dados obtidos durante a observação de répteis, admitiu questionar se os mesmos se encontravam adaptados aos ambientes elaborados pelos técnicos do zoológico. Verificou-se que os mesmos encontravam-se adaptados ou senão, já teriam sofrido algum tipo de prejuízo. Para cada espécie animal analisada, existia um tipo diferente de ambiente, elaborado especialmente para o organismo. Na maioria dos casos, o ambiente tentava imitar o habitat natural destes animais, permitindo aos mesmos adequar-se ao novo ambiente. Dos ambientes analisados, a maioria apresentou vegetação, terra ou areia no solo, além da presença de pedras e pedregulhos, troncos ou galhos de árvore e presença de lagos ( em alguns casos ) ou pequenas piscinas contendo água, como ocorreu junto as tartarugas, cujo habitat admitiu um grande lago, com tronco e vegetação ao redor. As respostas de um animal ao seu ambiente não ocorrem ao acaso, constituindo padrões de atividade altamente especializados e complexos que se denominam comportamentos. Mesmo que o cativeiro tente imitar o mais próximo possível o ambiente natural de cada espécie, é difícil admitir que estes animais apresentem comportamentos semelhantes ao que apresentariam em seu habitat natural. A vida em cativeiro altera o modo de vida, os hábitos alimentares e limita a convivência destes animais com outros que poderiam conviver no mesmo ecossistema. Admite-se então, que os comportamentos visualizados durante as observações não devem ser idênticos aos comportamentos apresentados perante seu habitat natural. O zoológico nos concede apenas um leve panorama da grande diversidade animal existente na Terra. Trata-se de uma visita importante para os alunos dos cursos de ciências e biologia, que podem através do mesmo reconhecer o que só é possível admitir ou na teoria ou através de figuras. VIII ) Bibliografia utilizada Barnes, R. D. , Walker , W. F. Jr. ; & Villee , C. A. ; Zoologia Geral , Editora Guanabara Koogan, Sexta Edição, Rio de Janeiro, 1988, 683pp. Hildebrand, M. , Análise São Paulo, 1995, 700pp. da Estrutura dos Vertebrados, Editora Atheneu, Molen, Yara Fleury van der, Ecologia , Editora Pedagógica e Universitária Ltda, São Paulo, 2ª edição, 1981. Pough, F. H.; Heiser, J.B.& McFarland, W.N.; A vida dos Vertebrados, Editora Atheneu, São Paulo, 1993, 839pp. Romer, A . S. & Parsons, T. S., Anatomia Comparada dos Vertebrados, Editora Atheneu, São Paulo, 1985, 559pp. Internet: http://www.zoologico.com.br Universidade Prebisteriana Mackenzie Faculdade de Ciências Exatas e Experimentais Curso: Biologia Disciplina: Zoologia IV Componentes: Jacqueline Keilla S. do Nascimento 497.6282-6 José Ricardo M. Da Silva 497.6285-0 Maria Fernanda Miranda 497.7459-1 Natacha Cordeiro 496.0265-9 Priscilla Sayami Akamine 497.6283-4 Anexos Fotos Este anexo está relacionado a algumas fotos de aves e mamíferos retirados na Fundação Parque Zoológico de São Paulo durante os dias 17 e 24 de abril de 1999. As fotos são apenas uma complementação do trabalho em relação a visita ao zoológico, mostrando o ambiente e alguns dos animais focalizados durante nossa permanência no local de estudo.