Comportamento alimentar de mulheres diabéticas do tipo II

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Comportamento alimentar de mulheres diabéticas do tipo II. Gabriela Ramos Berto1, Fábio
Renato Lombardi2, Silvio Fernando Guideti Marques2. 1Acadêmica do Curso de Enfermagem do
Centro Universitário de Lins, Unilins, Lins/SP. 2Docentes do Curso de Enfermagem do Centro
Universitário de Lins, Unilins, Lins/SP.
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) constitui um grave problema de saúde pública por sua alta
frequência na população, suas complicações, mortalidade, altos custos financeiros e sociais
envolvidos no tratamento e deterioração significativa da qualidade de vida. Cumprir a dieta
adequada é parte fundamental no tratamento do DM, porém, o ato de comer é bastante complexo e
não significa apenas a ingestão de nutrientes, mas envolve também uma amplitude de emoções e
sentimentos, além de valores culturais específicos. Objetivo: Identificar as dimensões do pensar,
sentir e agir de mulheres portadoras de DM do tipo II em relação à dieta prescrita. Metodologia:
Estudo descritivo exploratório, com enfoque qualitativo. Foram selecionadas, mediante consulta
aos prontuários, oito pacientes do sexo feminino usuárias de uma UBS localizada no município de
Chavantes/SP, portadoras de DM do tipo II. Resultado: A idade das mulheres participantes do
estudo variou de 24 a 86 anos, sendo a maior parte casada. Estas apresentaram baixo grau de
escolaridade: até a quarta série do ensino fundamental, exceção a uma que concluiu o ensino
médio e a outra analfabeta. A maior parte apresentou renda inferior a dois salários-mínimos. A
idade de diagnóstico do DM variou entre 23 a 71 anos. Cerca de 37,5% das mulheres entrevistadas
encontram dificuldade em encarar a realidade diante do diagnóstico, 25% aceitaram e 37,5% se
sentiram indiferente, mas com o passar do tempo, algumas acabavam se acostumando com o fato.
A maioria relatou que sente grande dificuldade em manter a dieta, devido ao impulso de comer.
Outras mostram percepção mais realista a cerca da importância da realização da dieta. A maior
dificuldade encontrada pelas entrevistadas é de não poder comer doces. A metade relatou ficar
arrependida usando os termos “a tentação é maior” e “como só um pedacinho”. Conclusão: Ficou
demonstrada a dificuldade em seguir a dieta prescrita, em função dos diversos significados
associados, tais como a perda do prazer de comer e beber, da autonomia e da liberdade para se
alimentar. O DM do tipo II, por ser geralmente assintomático, dificulta o tratamento estabelecido
e, assim, muitos pacientes não seguem as recomendações por se sentirem saudáveis. Um controle
inadequado pode ser devido à instrução ineficaz, falta de participação da pessoa e ausência de
suporte, e os profissionais da saúde precisam reconhecer a importância da educação do paciente.
Espera-se que o presente trabalho possa contribuir com reflexões que levem à assistência mais
eficiente, humanizada e mais próxima da realidade de mulheres portadoras de DM do tipo II.
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