COORDENADAS POLARES E ÓRBITAS PLANETÁRIAS Cassiano Freze Costa ([email protected]) Orientador: Wellington Donizeti Previero ([email protected]) Resumo Desde a antiguidade, um dos grandes sonhos da humanidade é conhecer e desvendar o Universo. Nesse sonho, a Astronomia e a Matemática sempre andaram de mãos dadas. Brilharam, assim, famosos matemáticos e astrônomos como Copérnico, Galileu Galilei e Johannes Kepler. Este último foi que se destacou, pois apresentou três leis que se tornou a base do estudo das órbitas dos planetas do Sistema Solar. A primeira lei, conhecida como lei das órbitas, afirma que os planetas movem-se em uma órbita elíptica com o Sol sendo um dos focos. A segunda lei, conhecida como lei das áreas, destaca que a reta radial que sai do centro do Sol e vai de encontro ao centro do planeta varre áreas iguais em tempos iguais. Por fim, a última lei, conhecida como a lei dos períodos, mostra que o quadrado do período de um planeta, que é o tempo que o planeta completa uma órbita em torno do Sol, é proporcional ao cubo do semi-eixo maior de sua órbita. Neste trabalho estamos interessados, na visualização computacional e simplificação das equações das órbitas dos planetas do Sistema Solar, com base em coordenadas polares nos seguintes softwares: Cabri Géomètre II, Winplot, MthGv e Maple 8. Objetivo O objetivo deste trabalho foi de perceber algumas vantagens do sistema de coordenadas polares em relação ao sistema de coordenadas retangulares (ou cartesianas), destacando aqui, a simplicidade da equação para a construção gráfica das cônicas. Além disso, teve o objetivo de visualizar como é possível simplificar as equações das órbitas dos planetas do Sistema Solar, através das coordenadas polares, além de construí-las em softwares, e se possível animá-las. Feito um estudo sistematizado das coordenadas polares e principalmente da equação polar das cônicas, destacando as elipses, pois estas nos interessavam segundo a Primeira Lei de Kepler, chegou-se a 2 a × 1− e , onde: seguinte fórmula: r = 1 + e × cos(θ ) ( • • • • ) r = distância de um ponto da elipse da órbita do planeta ao pólo (o Sol) a = semi-eixos das órbitas dos planetas e = excentricidades das órbitas do planetas θ = ângulo entre o eixo polar e r. Por pesquisa sabe-se dos valores das medidas da excentricidade das órbitas dos planetas e dos semieixos em Unidade Astronômica (UA), isto é, a unidade de distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros (para ser mais exatos 149.597.870.610 metros). Deste modo temos que em valores aproximados: Planeta Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Excentricidade (e) 0,205631 0,006771 0,016709 0,093401 0,048494 0,055509 0,046296 0,008988 Semi-eixo (a) 0,3871 0,7233 1 1,5237 5,2028 9,5388 19,1820 30,0578 Com esses dados, calculamos o valor do raio em coordenadas polares em função do ângulo θ. Com isso foi possível desenhar tais órbitas nos softwares já mencionados, como mostra algumas figuras construídas a seguir. Órbitas dos planetas do Sistema Solar no Winplot. A órbita de Júpiter no Cabri Géomètre Órbitas dos cinco primeiros planetas do Sistema Solar no Math GV Órbitas do Sistema Solar no Maple 8 Conclusões Com o estudo realizado, percebeu-se que o sistema de coordenadas polares apresenta algumas vantagens em relação ao sistema de coordenadas retangulares (ou cartesianas), destacando aqui, a simplicidade da equação para a construção gráfica das órbitas planetárias. As órbitas foram construídas nos softwares citados, podendo nelas destacar as equações polares, como também diferenciá-las por cores. No Cabri Géomètre II também foi possível fazer uma pequena animação da transladação dos planetas em torno do foco, o Sol. Assim, a Astronomia é uma boa aplicação para o estudo das coordenadas polares. Surge ainda uma outra questão futura a partir desse estudo: é possível animar de modo mais realista possível a movimentação dos planetas em torno do Sol no computador? Um dos softwares livre a ser estudado para isso é o Modellus, que faz um trabalho de animação com a modelagem matemática. Caso isso possa ser alcançado é possível ter um material de fácil acesso no qual possa ser utilizado em aulas de Geografia e Física. Referências ANTON, Howard. Cálculo Um Novo Horizonte, vol.2. 6ª ed. Porto Alegre, Bookman, 2000. BEJARANO, Santos Richard Wieller Sanguino. Seções cônicas em coordenadas polares com Cabri Géomètre II. 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