Universidade Federal do Paraná Engenharia Civil Ciências do Ambiente Aula 16 – O Meio Atmosférico I: Propriedades e Mecanismos Profª Heloise G. Knapik 2º Semestre/ 2015 1 Atmosfera: características e composição Distribuição percentual média de gases da atmosfera terrestre Gases (%) Nitrogênio (N2) 78,11 Oxigênio (O2) 20,95 Argônio (Ar) 0,934 Gás Carbônico (CO2) 0,033 Camadas da atmosfera TROPOSFERA: altitude de 10 km (variável conforme a latitude e o tempo – 16,5 km no Equador e 8,5 km nos Pólos) ESTRATOSFERA: altitude de 50 km MESOSFERA: altitude de 80 km TERMOFESRA: altitude de 500 km EXOSFERA (IONOSFERA): =/- de 500 km Estratificação térmica da atmosfera Troposfera Estratosfera 95% do ar Ozonosfera Região responsável pelas mudanças no tempo Absorção de raios ultravioleta Perfil de temperatura na atmosfera Resultado da estratificação dos gases que compõem a atmosfera, da incidência de radiação solar no nosso planeta e da dispersão dessa radiação de volta para o espaço Camadas da atmosfera com importância ambiental: Troposfera • Camada na qual se desenvolvem todos os processos climáticos que regem a vida na Terra • Ocorrência de fenômenos relacionados à poluição do ar Ozonosfera (Estratosfera) • Camada onde ocorrem as reações que são essenciais para o desenvolvimento das espécies vivas em nosso planeta Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera PERFIL TÉRMICO DA ATMOSFERA: relação direta com a capacidade de dispersão de poluentes por MISTURA VERTICAL Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Gradiente de temperatura adiabático seco: decréscimo da temperatura com a altitude (-1ºC para cada 100 metros de acréscimo) O gradiente de temperatura adiabático seco serve como fronteira entre o ar estável e o ar instável (< 1ºC/100m) (> 1ºC/100m) Adiabático: não ganham nem perdem calor (ar quente acima do ar frio) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera ATMOSFERA SUPERADIABÁTICA: Condição instável e desejada por dispersar rapidamente os poluentes na atmosfera Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera INVERSÃO TÉRMICA: quando a temperatura aumenta com a altitude Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Ocorre quando a convecção natural é dificultada pela inversão do gradiente de temperatura em função da altitude O solo frio não aquece o ar, que com menores densidades, tenderiam a mover-se para altitudes mais elevadas, fazendo circular o ar (ar quente sobe e ar frio desce) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Importância ambiental: aumento da concentração de poluentes próximo ao solo Exemplo: 1952 em Londres, a inversão térmica concentrou poluentes da combustão de carvão (enxofre) provocando a morte de 4.000 pessoas (The Great Smog) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera INVERSÃO DE TEMPERATURA (a) Por radiação (b) Por subsidência (correntes de ar descendentes) (c) Por combinação de dois casos Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Processos de dispersão Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma tipo “LOOPING” Perfil térmico SUPERadiabático (atmosfera instável) - Muita turbulência na atmosfera - Ocorrem em dias de céu claro com poucas nuvens e muita insolação (típicos de verão) - Aumento da concentração de poluentes perto do solo em locais próximos da fonte Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma do tipo “CONNING” Perfil térmico SUBadiabático (atmosfera neutra) - Menor dispersão - Aumento da concentração de poluentes perto do solo em locais distantes da fonte - Ocorre em dias nublados, com ventos moderados Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma tipo “FANNING” Perfil de Inversão térmica e estabilidade - Atmosfera estável associado a isotermia - Ocorre a noite ou ao amanhecer associado a uma inversão térmica (ventos fracos e céu claro) - Aparência estreita, com pequena difusão na vertical - Dispersão lenta, valores altos de concentração no interior da pluma - Pequena probabilidade de contato com o solo (exceto chaminés baixas) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma do tipo “LOFTING” Perfil de inversão térmica - Lançamento acima da camada de inversão - Ocorre ao anoitecer (quando a inversão por radiação se inicia) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma do tipo “FUMIGATION” Quebra da inversão térmica - Ocorre nas primeiras horas da manha (ventos fracos à moderados), devido à dissipação da camada de inversão térmica formada durante a noite - Elevados teores de poluentes ao nível do solo (perfil perigoso) Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Pluma do tipo “TRAPPING” Camada de inversão térmica - Pluma retida entre duas camadas de inversão térmica - Atmosfera é estável e não ocorre muita dispersão dos poluentes Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Comportamento da pluma – depende do clima da região Chaminés em locais de clima quente e seco: • Looping ao entardecer • Lofting ou fanning ao amanhecer Chaminés em locais de clima úmido: • Coning em dias nublados Meteorologia e dispersão de poluentes na atmosfera Efeito da rugosidade terrestre no perfil de velocidades do vento Com o decréscimo da rugosidade, o perfil torna-se mais uniforme Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Avaliar impactos ao meio ambiente Simular os mecanismos de circulação de poluentes Simulação e previsão de alterações climáticas Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Fenômeno de fundamentar importância para o transporte de poluentes na atmosfera é a movimentação do ar : ADVECÇÃO E DIFUSÃO TURBULENTA Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos ADVECÇÃO: movimento médio do ar carregando os poluentes junto com o vento médio DIFUSÃO TURBULENTA: espalha os poluentes no espaço de maneira tridimensional Modelagem do transporte de poluentes depende da descrição da circulação da atmosfera dentro da região de interesse Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Dados de VENTO e de COEFICIENTES DE DIFUSÃO TURBULENTA podem ser obtidos por: - Medições no local - Obtidos por modelos de circulação atmosférica - Estimados de modo simplificado Variáveis influenciadas por fatores locais como a presença de edificações e de relevo – caminhos preferenciais de circulação Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Distribuição vertical de temperaturas podem inibir ou intensificar o movimento vertical de massas de ar – afetam a capacidade de TRANSPORTE DE POLUENTES Aquecimento solar intensifica a TURBULÊNCIA Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos CONCENTRAÇÃO DE POLUENTES também depende de: FORMA DE EMISSÃO no meio – CONSTANTE ou VARIÁVEL NO TEMPO POSIÇÃO ESPACIAL que o despejo ocupa TAXA DE EMISSÃO Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Pluma Gaussiana – integração analítica da equação de transporte 𝑄 𝑦2 𝐶 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑒𝑥𝑝 − 2𝜋𝑈𝜎𝑦 𝜎𝑧 2𝜎²𝑦 1 𝐻−𝑧 𝑒𝑥𝑝 − 2 𝜎𝑧 2 1 𝐻+𝑧 + 𝑒𝑥𝑝 − 2 𝜎𝑧 2 Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Pluma Gaussiana – integração analítica da equação de transporte 𝑄 𝑦2 𝐶 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑒𝑥𝑝 − 2𝜋𝑈𝜎𝑦 𝜎𝑧 2𝜎²𝑦 1 𝐻−𝑧 𝑒𝑥𝑝 − 2 𝜎𝑧 2 1 𝐻+𝑧 + 𝑒𝑥𝑝 − 2 𝜎𝑧 CONCENTRAÇÃO: Diretamente proporcional à taxa de emissão Inversamente proporcional à velocidade do vento 2 Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Pluma Gaussiana – integração analítica da equação de transporte Modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos Pluma Gaussiana – integração analítica da equação de transporte Hipóteses simplificadoras: - Vento tem intensidade, direção e sentido constantes - Terreno é totalmente plano - Carga poluidora é pontual e constante - Difusão turbulenta na direção do vento é desprezada em função da maior importância da advecção nessa direção - Coeficientes de difusão turbulenta nas outras direções também são constantes - Não existe perda de material poluidor por qualquer mecanismo físico, químico e biológico