1 Ressonância Magnética (RM) Abordagem, Dados Técnicos e

Propaganda
Ressonância Magnética (RM)
Abordagem, Dados Técnicos e Posicionamento do Usuário
José Eduardo dos Reis Felix1
Considerações Iniciais
A Ressonância Magnética (RM) é um dos métodos de diagnóstico por imagem que
não utiliza radiação ionizante para gerar imagens do interior dos objetos em forma
de tomos ou cortes, e sim o auxílio de um campo magnético e ondas de rádio
frequência.
Descoberta em 1946 por Bloch e seus colaboradores na Universidade de Stanford,
na sequência, Purcell em Harvard que iniciou as aplicações na medicina, sendo um
dos maiores avanços do século XX na área. Em 1972, foi produzida a primeira
imagem de uma amostra de água, produzida por Lauterbur. No ano de 1974
produziram a primeira imagem de um animal vivo.
A RM vem auxiliando atualmente na área médica no diagnóstico de usuários com
massas, nódulos, aneurismas, abscessos, lesões múltiplas, processos inflamatórios,
cânceres e traumatismos.
1
José Eduardo dos Reis Felix – Professor especialista no Curso Técnico em Radiologia do Centro de Educação
Profissional – CEFORES/UFTM; Técnico em Radiologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro, Especialista em Tecnologias Integradas à Educação.
1
Figura 1 - Magneto RM
Abordagem ao usuário
A recepção do usuário (a) e a condução do mesmo à sala de exames devem ser
executadas obedecendo ao código de ética dos profissionais das técnicas
radiológicas, ou seja, o desempenho das funções profissionais independe da
nacionalidade, raça, sexo, idade, escolhas políticas, religiosas e classe social.
É importante que o técnico em radiologia acolha o usuário de forma cordial, para que
o mesmo colabore durante a execução do exame. Além disso, fazem-se necessárias
a avaliação e a verificação dos dados contidos na requisição médica, para que
possíveis erros sejam evitados. Portanto, é necessário verificar o nome completo do
usuário, confirmar a indicação do exame do mesmo, possibilitando, assim, que a
seleção de parâmetros técnicos seja estabelecida.
Atenção: Em caso de usuária, é necessário verificar a possibilidade de gravidez,
caso confirmada a gestação, é imprescindível averiguar com o médico radiologista
ou o médico responsável se a execução do exame deve ser mantida. Os princípios
de proteção biológica devem ser respeitados.
2
Características para a execução do exame
A evolução dos equipamentos de RM proporcionou, dentro da Medicina, um grande
avanço para diagnosticar várias patologias que até há pouco tempo necessitavam
de procedimentos evasivos para poder dar o diagnóstico do usuário.
O equipamento de RM é composto pelas seguintes partes:

Magneto (Área de aquisição onde se encontra o campo magnético principal) os magnetos dos equipamentos de RM são classificados em:
o Permanentes - que alcançam campo de até 0,3T;
o Resistivos - que possuem potência até 0,5T;
o Supercondutores - que possuem um campo de até 3T, para uso em
seres humanos.
Figura 2 - Magneto Supercondutor de 1,5 Tesla

Magneto complementar (também chamada de gradientes - x, y e z - que são
magnetos auxiliares com potência bem menor que o magneto principal);
o Gradiente x – Altera o campo magnético e seleciona cortes sagitais;
o Gradiente y – Altera o campo magnético e seleciona cortes coronais;
o Gradiente z – Altera o campo magnético e seleciona cortes axiais.
Obs.: Os cortes oblíquos são selecionados por associação de dois
gradientes.
3

Bobinas – antenas que transmitem e recebem os sinais de radiofrequência
(RF), que faz o mapeamento e a codificação dos sinais emitidos pelo usuário
em uma das direções, fase ou frequência. Pode classificar as bobinas como:
o Bobina corpo – Bobina volumétrica que transmite e recebe os pulsos
de RF emitidos pelo usuário.
Figura 3 - Bobina de corpo
o Bobina para cabeça - Bobina volumétrica que transmite e recebe os
pulsos de RF emitidos pelo usuário. (Quadratura e phase array);
Figura 4 - Bobina de Crânio
o Bobinas de superfícies – Bobinas planas de recepção, que é
posicionada em contato com a área de interesse. (Flexíveis);
4
Figura 5- Bobina Flexível
o Bobina de arranjo de fase (Phase array) – Bobinas de transmissão
e recepção de sinal de RF, são construídas com múltiplos receptores
de sinais que aumenta a qualidade da imagem. (Quadratura,
Superfície);

Mesa de exame (Local para acomodar o usuário ou objeto de exames);
Figura 6 - Mesa de exame
5

Mesa de Comando (Área de comando do equipamento composta por
monitores, teclados);

Computador (Promove o processamento de todos os comandos e
processamento de informações).
Na atualidade encontramos dois tipos de equipamentos de RM, os de campo aberto
e campo fechado.
Com esse equipamento o técnico em radiologia precisa ter atenção com parâmetros
técnicos nos protocolos de exame com relação aos comportamentos dos prótons de
hidrogênio relativo ao processo de relaxamento que serão responsáveis pela
qualidade da imagem adquirida.
O filtro é recurso computacional que pode proporcionar um aumento na resolução
da imagem que será adquirida de acordo com a necessidade clínica da imagem.
A espessura de corte (slice) varia de acordo com o fabricante e pode ser de 1 a 10
mm, cada equipamento pode proporcionar valores específicos a seu modelo e
fabricante não tendo como padronizar determinados protocolos, podendo aproximálos conforme a necessidade do serviço. Como visto na figura 3.
Figura 7 - Espessura de corte que varia de 1 a 10 mm conforme projeto do fabricante
6
Figura 8 - A espessura de corte esta diretamente relacionada com o sinal ruído.
O GAP (intervalo entre cortes) varia de acordo com o fabricante, podendo ser de 0 a
50 mm. Cada equipamento pode proporcionar valores específicos para cada modelo.
Mesmo assim podem ser promovidos três tipos de aquisição: aquisição como
espaçamento, faceamento e volumétrica, como podem ser visto na figura 4 a
seguir.
B
A
Figura 9 - A – aquisição de espaçamento deve ser realizada com o GAP promovendo o distanciamento entre os cortes,
B – aquisição de faceamento, o GAP de mesa tem o mesmo valor zero não havendo distância entre os cortes
7
C
Figura 10 - C - Na volumétrica o GAP não existe, sendo a aquisição um volume único, possibilitando o estudo de
diversos planos.
Modo de Aquisição
Características da Imagem de RM
Cinco fatores se destacam para caracterizar uma imagem de RM, entre eles está
pixel, matriz, FOV (Field of View – Campo de visão), janelas e a escala de cinza.
Sendo o pixel o menor ponto de uma imagem, a união deles em um arranjo de linhas
e colunas forma uma matriz, que é uma das responsáveis pela resolução de uma
imagem digital. Quanto maior a matriz, maior a resolução espacial da imagem,
precisando de um maior poder de processamento por parte do equipamento,
podendo alterar no tempo de exame. O FOV representa o tamanho máximo que o
objeto pode ocupar dentro de uma matriz. O uso de um FOV grande não deve ser
compensado com o uso do ZOOM que é um ajuste computacional que distorce a
imagem baixando a sua resolução. As janelas que são compostas pelos valores de
WW (Windows Wide) – Largura da janela (brilho) e WL (Windows Level) – Nível da
Janela (contraste), obedecendo à escala de cinza onde cada órgão com suas
características representam tons de cinza dentro da escala.
8
Figura 11- A Matriz esta diretamente ligada à relação sinal ruído
Figura 12- O FOV esta diretamente ligado a relação sinal ruído.
Objetivo do Exame
O exame de RM tem por objetivo auxiliar a conclusão diagnóstica de outro método
como radiografia convencional e com contraste, tomografia computadorizada,
ultrassonografia, entre outros.
Habilidades Técnicas
O técnico em radiologia na execução de sua função e cumprimento do código de
ética deve ter um conhecimento anatômico que auxilie no desempenho do seu
papel, tomar ciência e conhecimento da hipótese diagnóstica e a história clínica do
usuário, na condução do exame fazer junto ao médico radiologista as melhores
sequências para avaliar o usuário; escolher a bobina adequada à região de estudo
que proporciona um melhor sinal para qualidade do exame; posicionar o usuário de
9
maneira confortável, oferecendo recursos como almofadas, coxins, entre outros
acessórios que possam proporcionar conforto, para que não ocorra o cansaço e a
movimentação do mesmo.
Indicações do exame de RM
O exame de RM é indicado para auxiliar o diagnóstico de usuários com massas,
nódulos, aneurismas, abcessos, lesões múltiplas, cânceres e traumatismos.
Parâmetros técnicos para iniciar o exame de RM
Para iniciar o procedimento do exame de RM o técnico em radiologia deve
preencher uma ficha de cadastro para identificação e orientação do usuário no
processo de execução do exame. Existem dados que devem ser inseridos no
sistema, garantindo a integridade das informações, as quais mal utilizadas
acarretarão em danos ao usuário do serviço. Como na radiologia convencional
existem normas controladoras sobre a identificação do usuário, na RM também se
necessita de informar a posição correta do usuário, dado que pode contribuir para a
inversão dos lados. Para a manutenção dessa integridade de informações um dado
muito relevante é com relação à posição 1, em que o paciente se encontra na mesa
de exame: Decúbito Dorsal (Supino – SU), Decúbito Ventral (Prone – PR), Lateral
Direita (LD), Lateral Esquerda (LE). Existe outra informação de grande relevância
como a posição1 que é a posição 2, a qual norteia a postura do usuário, o somatório
da posição 1 e 2 identificam o lado correto do usuário, a posição 2 relaciona-se ao
modo como o usuário está sendo introduzido no interior do magneto no início do
exame, se o mesmo se encontra com a cabeça entrando primeiro (Heard First - HF)
ou pés entrando primeiro (Feet First - FF).
As junções das duas posições mais as perspectivas de visão informarão o lado
correto que o usuário está sendo visualizado, mas o que são essas perspectivas?
São os pontos da mesa de exame onde o técnico estará observando a imagem. São
duas as extremidades da mesa de exame que permitem essa visualização, na borda
10
da cabeça (View First Heard – VFH) ou na dos pés (View First Feet – VFF) do
usuário.
Posição1
Posição2
Modo visão
Lado direito do usuário fica:
SU
HF
VFF
à esquerda do Técnico
SU
HF
VHF
à direita do Técnico
SU
FF
VFF
à direita do Técnico
SU
FF
VHF
à esquerda do Técnico
PR
HF
VFF
à direita do Técnico
PR
HF
VHF
à esquerda do Técnico
PR
FF
VFF
à esquerda do Técnico
PR
FF
VHF
à direita do Técnico
Erros frequentes acontecem quando a posição1 ou a posição 2 são informadas de
maneira errônea invertendo automaticamente o lado do usuário. Quando isso
acontece em uma região de fácil localização anatômica como o abdome e tórax, a
incorreção é identificada facilmente pela localização das estruturas anatômicas,
diferentemente de outras regiões, como crânio e coluna, extremidades que podem
levar a condutas erradas por parte do médico clínico, através de informação
distorcida na orientação do usuário.
Preparo do Usuário
No agendamento do exame, o usuário será informado sobre o preparo necessário
para realização do mesmo. Por existirem várias particularidades em questão, de
maneira bem genérica é solicitado ao usuário no dia da realização do exame um
jejum completo de 4 horas antes do procedimento, já imaginando o uso do meio de
contraste, que será utilizado conforme a indicação da patologia a ser investigada.
São critérios para realizar um exame de RM
O conhecimento da clínica do usuário por meio da requisição médica, acompanhada
por uma avaliação prévia da anamnese, que dará subsídios para realização de um
exame direcionado às necessidades do usuário.
11
Após identificar os critérios necessários é possível definir o protocolo. Este será
específico para cada órgão ou estrutura do corpo, de acordo com a indicação do
exame.
Divisão do Estudo
O estudo será dividido nas seguintes regiões do corpo: sistema nervoso central
(encéfalo e coluna vertebral), tórax, abdome e pelve, sistema músculo-esquelético.
Sistema Nervoso Central
No estudo do sistema nervoso central serão contempladas as seguintes estruturas:
encéfalo, coluna cervical, dorsal, lombo-sacro.
Indicações do exame
O exame de RM do encéfalo é indicado nos casos de trauma, hemorragia, infarto,
infecção, hidrocefalia, toxoplasmose, esclerose múltipla (EM), convulsão e/ou
epilepsia, malformação do SNC e estudo vascular. Proporciona quando executado
dentro dos parâmetros corretos, uma excelente informação diagnóstica.
Posição do Usuário
O usuário se encontra em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada na bobina
apropriada para realização do exame, quadratura ou arranjo de fase (phased-array),
que será introduzido deixando a região de interesse no interior e centro do magneto.
Manter a cabeça bem posicionada e retificada com relação ao magneto. Os braços
deverão estar estendidos ao lado do corpo, para fazer realizar a aquisição nos três
planos da estrutura em estudo.
12
Figura 13- Usuário na posição para realizar o estudo do encéfalo e demais estruturas da cabeça.
Para cada objetivo devem ser definidos parâmetros, que variam de acordo com o
equipamento, a patologia e os procedimentos do local de trabalho. É fundamental
identificar a extensão superior, inferior e lateral da estrutura anatômica a ser
visualizada para a aquisição das imagens. É neste momento que mais efetivamente
serão aplicados os conhecimentos de anatomia e fisiologia. Havendo a necessidade
de utilizar meios de contraste, estes deverão ser injetados de acordo com a fisiologia
da patologia a ser estudada.
Os exames realizados com contraste deverão ser discriminados pelos médicos, a
fase de contraste é determinada pela indicação clínica, conforme o comportamento
fisiológico das lesões. Cada serviço desenvolve uma rotina que deve ser respeitada
impreterivelmente.
Comparativamente aos exames radiológicos do encéfalo e coluna vertebral, no
exame dos dois seguimentos predominantemente é realizada com o usuário
posicionado em decúbito dorsal. O posicionamento poderá sofrer variação, conforme
as necessidades apresentadas pelo usuário. Por exemplo, havendo a necessidade
de uma biopsia em uma região mais posterior ou lateral, o usuário poderá ficar em
decúbito ventral ou lateral, respectivamente.
13
Coluna vertebral
No estudo da coluna vertebral serão contemplados os seguimentos: cervical,
torácico, lombar, sacro e cóccix.
Indicações do exame
O exame de RM da coluna é indicado nos casos de trauma, hemorragia, infecção,
doenças degenerativas e estudo vascular. Proporciona quando executado dentro
dos parâmetros corretos uma excelente informação diagnóstica.
Posição do Usuário para seguimento cervical
O usuário se encontra em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada no encosto
apropriado, corpo alinhado com a mesa que será introduzida deixando a região de
interesse no interior e centro do magneto. Os braços deverão estar estendidos ao
lado do corpo, suporte para as pernas para promover o alinhamento das curvaturas
da coluna.
Figura 14 - Usuário na posição para realizar o estudo da coluna cervical e pescoço.
14
Posição do Usuário para os seguimentos Torácico, Lombar e Sacro-cóccix
O usuário se encontra em decúbito dorsal, com o corpo apoiado e alinhado com a
mesa de exames, deixando a região de interesse no interior e centro do magneto, os
braços estendidos ao lado do corpo, suporte para as pernas para promover
alinhamento das curvaturas da coluna.
Figura 15 - Usuário na posição para realizar o estudo da coluna torácica e lombar, podendo ficar como membros
superiores ao lado do corpo ou elevados ao lado da cabeça.
Obs.: O suporte para pernas pode ser opcional, pois sem o seu uso a coluna estará
em uma posição de stress normal da rotina do usuário, sendo ele examinado sem
nenhum tipo de alívio estrutural.
Para cada objetivo devem ser definidos parâmetros, que variam de acordo com o
equipamento, a patologia e os procedimentos do local de trabalho. É fundamental
identificar a extensão superior e inferior, anterior e posterior como laterolateral da
estrutura anatômica a ser visibilizada para a aquisição das imagens, aplicando os
conhecimentos de anatomia e fisiologia da região em estudo. Havendo a
necessidade de utilizar meios de contraste, estes deverão ser injetados de acordo
com a fisiologia da patologia a ser estudada.
15
Os exames realizados com contraste deverão ser discriminados pelos médicos, a
fase de contraste é determinada pela indicação clínica, conforme o comportamento
fisiológico das lesões. Cada serviço desenvolve uma rotina, devendo esta ser
respeitada.
Comparativamente aos exames radiológicos da coluna, na RM de coluna
predominantemente é realizada com o usuário posicionado em decúbito dorsal. O
posicionamento terá variação, somente, por necessidades apresentadas pelo
usuário. Por exemplo, havendo a necessidade de uma biopsia em uma região mais
posterior ou lateral, ou mesmo por não conseguir permanecer na posição original por
alterações físicas ou patológicas, o usuário poderá ficar em decúbito ventral ou
lateral, respectivamente.
Tórax
O estudo do tórax por RM não é uma prática muito comum, mas serve para avaliar o
mediastino e toda a parede torácica quando necessário.
Indicações do exame
O exame de RM do tórax é indicado nos casos de trauma, hemorragia, infecção,
doenças vasculares, rastreamento, estadiamento de tumores e abscessos.
Proporciona quando executado dentro dos parâmetros corretos uma excelente
informação diagnóstica.
Posição do Usuário
O usuário se encontra em decúbito dorsal, com o corpo apoiado e alinhado com a
mesa de exames no interior do magneto, os braços estendidos ao lado do corpo.
Suporte para as pernas para promover o alinhamento das curvaturas da coluna, se
necessário.
16
Figura 16 - Usuário na posição para realizar o estudo do tórax, podendo ficar como membros superiores ao lado do
corpo ou elevados ao lado da cabeça.
Para cada objetivo devem ser definidos parâmetros, que variam de acordo com o
equipamento, a patologia e os procedimentos do local de trabalho. É fundamental
identificar a extensão superior e inferior, anterior e posterior como latero-lateral da
estrutura anatômica a ser visibilizada para a aquisição das imagens, aplicando os
conhecimentos de anatomia e fisiologia da região. Havendo a necessidade de
utilizar meios de contraste, estes deverão ser injetados de acordo com a fisiologia da
patologia a ser estudada.
Os exames realizados com contraste deverão ser discriminados pelos médicos, a
fase de contraste é determinada pela indicação clínica, conforme o comportamento
fisiológico das lesões devendo ser respeitada a rotina de cada serviço.
Na RM do tórax predominantemente é realizada com o usuário posicionado em
decúbito dorsal. O posicionamento poderá variar por necessidades apresentadas
pelo usuário. Por exemplo, havendo a necessidade de uma biopsia em uma região
mais posterior ou lateral, ou mesmo por não conseguir permanecer na posição
original por alteração física ou patológica, o usuário poderá ficar em decúbito ventral
ou lateral, respectivamente.
17
Abdome Pelve
No estudo do abdome e pelve pela RM será avaliado: região intra e extra-peritoneal
e toda a estrutura esquelética que faz parte da região em estudo quando necessário.
Indicações do exame
O exame de RM do abdome e pelve é indicado nos casos de: trauma, hemorragia,
infecção, doenças vasculares, rastreamento, estadiamento de tumores, abscessos,
abdome agudo (apendicite/ colecistite/ abscesso/ perfuração de vísceras ocas, entre
outros), rins e vias urinárias (litíase, malformações e variações anatômicas),
pâncreas (pancreatite/ lesões focais – pseudocistos e neoplasias/ coledocolitíase) e
fígado (lesões focais/ hemangioma/ cirrose), pelve feminina (mioma uterino,
endometriose, tumores pélvicos), pelve masculina (tumor de próstata, doenças da
bexiga e processos infecciosos) proporcionando quando executado dentro dos
parâmetros corretos uma boa e até excelente informação diagnóstica.
Posição do Usuário
O usuário se encontra em decúbito dorsal, com o corpo apoiado e alinhado com a
mesa de exames deixando a região de interesse no interior e centro do magneto, os
braços estendidos ao lado do corpo. Suporte para as pernas para o alinhamento das
curvaturas da coluna, se necessário.
Figura 17 - Usuário na posição para realizar o estudo do abdome e pelve, podendo ficar como membros
superiores ao lado do corpo ou elevados ao lado da cabeça.
18
Para cada objetivo devem ser definidos parâmetros, que variam de acordo com o
equipamento, a patologia e os procedimentos do local de trabalho. É fundamental
identificar a extensão superior e inferior da estrutura anatômica a ser visibilizada
para a aquisição das imagens, sendo aplicados os conhecimentos de anatomia e
fisiologia da região. Havendo a necessidade de utilizar meios de contraste, estes
deverão ser injetados de acordo com a fisiologia da patologia a ser estudada,
obedecendo as seguintes fases: arterial, portal e tardia.
Os exames realizados com contraste deverão ser discriminados pelos médicos, a
fase de contraste é determinada pela indicação clínica, conforme o comportamento
fisiológico das lesões, deve ser respeitada a rotina do serviço.
Comparativamente aos exames radiológicos do abdome a RM de abdome
predominantemente é realizada com o usuário posicionado em decúbito dorsal. O
posicionamento terá variação, somente, por necessidades apresentadas pelo
usuário. Por exemplo, havendo a necessidade de uma biopsia em uma região mais
posterior ou lateral o usuário poderá ficar em decúbito ventral ou lateral,
respectivamente.
Sistema Músculoesquelético
No estudo do sistema músculoesquelético serão contempladas as seguintes
estruturas: MMSS e MMII.
Indicações do exame
O exame de RM do músculo esquelético é indicado nos casos de trauma, fratura,
lesões musculares, tendões e ligamentos, tumores e infecções. Quando executado
dentro dos parâmetros corretos, proporciona excelente informação diagnóstica.
19
Posição do Usuário
Para realizar os exames dos MMSS de punho, antebraço e cotovelo, o usuário se
encontra em decúbito ventral, na posição de nadador, com o membro de interesse
estendido acima da cabeça, apoiando a região na bobina apropriada para realização
do exame, deixando a região de interesse no interior e centro do magneto.
Figura 18 - Usuário na posição para realizar o estudo MMSS, mão e punho e na sequência cotovelo.
Figura 19 - Usuário na posição para realizar o estudo MMSS, ombro.
Para as demais regiões dos MMSS e também todos os MMII o usuário deve ser
posicionado em decúbito dorsal com os braços estendidos ao lado do corpo na
20
posição anatômica, palma da mão voltada para frente. Apoiar a região de estudo na
bobina apropriada para realização do exame, que será introduzido deixando a região
de interesse no interior e centro do magneto.
b)
a)
c)
Figura 20 - Usuário na posição para realizar o estudo MMII, a) Pé e tornozelo, b) joelho e c) quadril. .
Os exames realizados com contraste deverão ser discriminados pelos médicos, a
fase de contraste é determinada pela indicação clínica, conforme o comportamento
fisiológico das lesões, respeitar a rotina de cada serviço.
21
Comparativamente aos exames radiológicos MMSS e MMII na RM do sistema
músculoesquelético predominantemente são realizadas com o usuário posicionado
em decúbito dorsal, as regiões sendo as citadas anteriormente. O posicionamento
terá variação, somente, por necessidades apresentadas pelo usuário. Por exemplo,
havendo a necessidade de uma biópsia em uma região mais posterior ou lateral, o
usuário poderá ficar em decúbito ventral ou lateral, respectivamente.
REFERÊNCIAS
1. DOYON, D; CABANIS, E.A. – Diagnóstico por Imagem em Ressonância Magnética – Rio
de Janeiro – RJ - Medsi, 2000.
2. HAAGA, J.R; LANZIERI, C, F.; SARTORIS, D. J.; ZERHOUNI, E.A.; Tomografia
Computadorizada e Ressonância Magnética do Corpo Humano. 3ª. edição – Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
3. NOBREGA, A.I Técnicas em Ressonância Magnética Nuclear. São Paulo: Atheneu, 2006.
4. ROCHA,
M.S.
Tomografia
Computadorizada,
Ressonância
Magnética:
gastroenterologia. São Paulo – Sarvier, 1997.
5. WESTBROOK, C; KAUT, C. Ressonância Magnética prática. 2ª. Edição - Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
22
Download