rel1

Propaganda
Universidade Federal de Pernambuco
Departamento de Eletrônica e Sistemas
Prática 2: PLL
Circuitos de Comunicação
Professor: Hélio Magalhães
Alberto Rodrigues
Vitor Parente
Introdução
O PLL (phase-locked loop, ou malha trava em fase) é um sistema de controle que gera
um sinal de saída cuja fase é função da fase de um sinal de entrada. Desta forma, ele é
bastante utilizado em sincronização de sinais.
Mantendo as fases dos sinais de entrada e saída travadas implica em manter as
frequências dos sinais de entrada e saída iguais. Assim, o PLL também pode ser usado em
demodulação ou na geração de múltiplos de uma frequência de entrada em um sintetizador de
sinais.
Figura 1. Diagrama de Bloco de um PLL.
Para entender os princípios do funcionamento do PLL mostramos de forma isolada o
comparador de fase e o VCO.
O comparador de fase é um dispositivo de duas entradas e uma única saída: se na
entrada são aplicados sinais de mesma frequência nominal, porém não sincronizados, é gerada
uma tensão de saída que depende da diferença de fase entre as entradas. Procura–se obter
uma tensão proporcional a esta diferença de fase
Figura 2. Comparador de fase.
Da Figura 2, a diferença de fase é definida como ψ(t):= θ1(t)- θ2(t).
Após o multiplicador temos:
Após o filtro:
O oscilador Controlado à tensão (VCO) é um oscilador cuja frequência de oscilação é
determinada por uma tensão de controle a ele aplicado. Qualquer modulador FM serve como
VCO, sendo que na pratica o método direto é em geral utilizado.
A função do VCO é basicamente gerar uma variação na frequência do sinal da
portadora (frequência livre do VCO:= W0) de acordo com a variação da tensão do sinal da voz
(Sinal de entrada do VCO).
O VCO requer um capacitor C1 externo e um ou dois resistores externos (R1 ou R1 e
R2). O resistor R1 e o capacitor C1 determinam a faixa de frequência do VCO e o resistor R2
possibilita o VCO ter uma frequência offset se necessário.
Figura 3. Bloco do VCO.
Aplicações:
- modulação e demodulação FM;
- síntese e multiplicação de frequência;
- discriminador de frequência;
- sincronização de dados;
- conversão tensão-frequência;
- FSK-Modems
- transmissão digital em linhas telefônicas.
Procedimento Experimental
O circuito de um PLL em ~70 kHz representado pelo esquemático da Figura 1 foi
montado na protoboard, como mostrado na Figura 2.
Figura 4. Esquemático do circuito do PLL.
Figura 5. Circuito montado na protoboard.
Testamos o circuito conectando um osciloscópio à sua saída (B) e vimos uma onda
quadrada de frequência 72,36 kHz, como desejado. Conectamos, então, à sua entrada (A) um
gerador de onda quadrada com frequência de nível de alto de 5 V e nível de baixo de 0 V,
variamos sua frequência no intervalo de 50 kHz a 100 kHz e verificamos que o PLL permanecia
sincronizado. Assim, concluímos que o PLL estava funcionando corretamente.
Medição da faixa de retenção
Sem sinal de entrada, observamos o valor de frequencia f 0 da saída (B) na Figura 6 e
medimos com um multímetro a tensão de controle VE (D). Os valores foram:
f0 = 72,36kHz
VE = 2,16V
Figura 6. Saída do PLL sem sinal de entrada.
Conectando na entrada do PLL o sinal do gerador de onda quadrada, com frequência
de 72 kHz, nível de alto de 5 V e nível de baixo de 0 V, observamos a saída na Figura 7.
Observamos que o atraso entre os sinais é de 180º ou π/2 radianos, como esperado.
Figura 7. Saída do PLL(CH1) e sinal de entrada(CH2).
Com o PLL sincronizado, diminuindo a frequência do sinal de entrada, observamos
através do multímetro a diminuição da tensão de controle, até o PLL perder o sincronismo.
Neste momento, a tensão de controle aumenta repentinamente. Na Figura 8 temos o menor
valor de frequência para o qual ainda há sincronismo, enquanto na Figura 9 esse limite é
ultrapassado e o PLL perde a sincronia.
Figura 8. Limite inferior do PLL.
Figura 9. Abaixo do limite inferior do PLL.
Medimos os valores de tensão de controle e frequência:
f1 = 45 kHz
VE = 1,2 V
Repetindo o procedimento anterior aumentando a frequência do sinal de entrada,
observamos a frequência limite para a qual ainda existia sincronismo, representada na Figura
10.
Figura 10. Limite superior do PLL.
Na Figura 11 temos a frequência superior para o qual o PLL perde o sincronismo.
Figura 11. Acima do limite superior do PLL.
Medimos então os valores:
f4 = 117 kHz
VE = 3,5 V
Calcula-se assim a faixa de retenção, 2ΔfL, utilizando a equação:
2ΔfL = f4 – f1
2ΔfL = 117 kHz – 45 kHz
2ΔfL = 72 kHz
Medição da faixa de captura
Ajustando o gerador de onda quadrada para um valor de frequência inferior ao valor de
f1 e em seguida aumentando o valor de frequência até que ocorra uma repentina redução na
tensão de controle do VCO, conseguimos os valores:
f2 = 45 kHz
VE = 1,2 V
Repetindo o procedimento anterior para a frequência superior, obtivemos:
f3 = 117 kHz
VE = 3,5 V
Calculamos a faixa total de captura, 2Δfc, utilizando a equação:
2Δfc = f3 – f2
2Δfc = 117 kHz – 45 kHz
2Δfc = 72 kHz
Substituímos o capacitor de 1,2 nF do filtro de atraso por um filtro de atraso-avanço,
constituído por um capacitor de 18 nF em série com um resistor de 1,2 kΩ. Repetindo as
medições para a faixa de captura, medimos para a frequência inferior:
f2 = 55 kHz
VE = 1,48 V
Para a frequência superior:
f3 = 107 kHz
VE = 3,21 V
E assim, calculamos novamente o valor da faixa total de captura:
2Δfc = f3 – f2
2Δfc = 107 kHz – 55 kHz
2Δfc = 52 kHz
Observamos que esse valor é menor do que com o filtro de atraso.
Conclusão
Nesta prática, tivemos a oportunidade de montar um circuito de extrema importância em
diversas aplicações de telecomunicações, em particular na demodulação FM, multiplicação de
frequências, sincronização entre relógios e discriminação de frequências. Entendemos como o
circuito do PLL é projetado em função de seus parâmetros e especificações, e pudemos
estudar as limitações de operação do circuito.
Referências
[1] SANTOS, E. J. P. Eletrônica Analógica Integrada e Aplicada. Editora Livraria da
Física, São Paulo, 2011.
[2] OLIVEIRA, H. M. Engenharia de Telecomunicações. 1ª Ed. Recife, 2012.
Download