Eq. de Dirac com campo magnético Rafael Cavagnoli GAME: Grupo de Médias e Altas Energias Eletromagnetismo clássico ● Eq. de Schrödinger ● Partícula carregada em campo mag. ● Eq. de Dirac ● Partícula carregada em campo mag. ● Partícula em campo magnético O campo magnético não altera a energia cinética do sistema (=> campo elétrico, pois WB =0), contudo altera a direção da velocidade (e do momentum linear): ⃗F = q E⃗ l +q ⃗v × ⃗B Se E = 0 temos um movimento circular (freq. de cíclotron): |q| B m Vamos escrever a hamiltoniana do sistema, ao invés de trabalhar com a Força de Lorentz. ωc = H = K + U Do modelo de Bohr: L = nℏ Então para n = 1, no caso de um elétron no nível fundamental: eℏ μB = 2 me (magneton de Bohr) Precessão de Larmor: μB ⃗L μ⃗l = − ℏ μ B = 0,927×10−23 A m2 = 5,788×10−5 eV /T ωL = |q| B 2m Em termos do potencial eletrostático: ⃗V E⃗l = − ∇ U el = q V (r) De maneira análoga: U mag = − B⃗ ⋅ μ⃗ U mag q ⃗ ⃗ = − B⋅ L 2m Hamiltoniana: H = K + U 2 ^ p H^ = + U^ (r ) + U^ mag 2m Partícula livre carregada em campo E e B ⃗A ∂ ⃗V ⃗El = − − ∇ ∂t ; ⃗ × ⃗A ⃗B = ∇ Neste caso V não é mais eletrostático. Etot 1 2 = m ⃗v + q V 2 ⃗ptot = m ⃗v + q ⃗A Usando o princípio da correspondência (clássico → quântico): ^H = 1 p^ 2 + q V^ 2 m cin ⃗ = ^p + q A ^ ^ptot = −i ℏ ∇ cin ^ − q A^ ^p cin = −i ℏ ∇ ^H = 1 ^p 2 + q V^ 2 m cin ^H = 1 [−i ℏ ∇ −q A]2 + q V^ 2m Partícula livre e carregada sob influência de campos elétrico e magnético, caso não-relativístico. H^ Ψ = E Ψ ⃗ p → −i ℏ ∇ ⃗ −q A p → −i ℏ ∇ ; E → iℏ ∂ ∂t Elétron livre num campo magnético uniforme Podemos escrever o potencial vetor na forma: tal que: ⃗A = (0 , B 0 x , 0) = B 0 x ^j ⃗ × ⃗A =B k^ ⃗B = ∇ 0 Hamiltoniana (com V = 0, pois E = 0): ^H = 1 [−i ℏ ∇ −q A] ^ 2 2m ^H = 1 [ ^p +e B 0 ^x ^j]2 2m ^H = 1 [ ^p2 + e B ^p x^ ^j + e B x^ ^j ^p + e 2 B 2 x^ 2 ] 0 0 0 2m ^H = 1 [ ^p2 + e B p^ x^ + e B ^x p^ + e2 B 2 ^x 2 ] 0 y 0 y 0 2m Lembrando que: [ xi , pi ] = i ℏ δij ; [ x , py] = 0 ; p y =−i ℏ ∂ ∂t 1 2 H^ = [ p + 2 e B0 p y x + e 2 B02 x 2 ] 2m Também temos que: d ^ i ^ ^ ∂ O^ ⟨ O⟩ = ⟨[ H , O]⟩ + dt ∂t ℏ ( ) Se comuta com H, < O > é cte no tempo, há uma grandeza cujo valor esperado é conservada; também forma uma base com H; autofunções... ^H = 1 [ p 2 + p 2 + p 2 + 2 e B p x + e 2 B 2 x 2 ] y z 0 y 0 2m x ^H = 1 [ p 2 + p 2 + ( p + e B x )2 ] z y 0 2m x 2 [ i e B −ℏ 0 ∂ ∂ ∂ H^ = + + + x 2 2 2m ∂ x ∂y ℏ ∂z 2 2 ( )] 2 Fazemos: [ pi , H ] = 1 2 2 2 2 2 e B ( p x p −x p p ) + e B ( p x −x p i) ] [ 0 i y y i 0 i 2m pi x p y −x p y pi = [ pi , x p y ] = −x [ p y , pi ]−[ x , pi ] p y encontramos que py e pz comutam com H... Podemos escrever: Ψ( x , y , z ,t ) = A e (i ⃗p⋅⃗r −Et )/ℏ pi = ℏ k i Tomando a parte espacial, e escrevendo Ψ( x , y , z) = Ψ(x ) e i k y ei k z y z Com o hamiltoniano obtido anteriormente: 2 [ ^H = −ℏ ∂ + ∂ + ∂ + i e B0 x 2 m ∂ x2 ∂y ℏ ∂ z2 2 2 ( podemos aplicar em: H^ Ψ = E Ψ obtendo: )] 2 [ 2 2 2 2 0 2 ] ( 2 2 z e B0 e B x ℏ k −ℏ ∂ ℏ 2 + ky + x ℏ ky+ Ψ (x ) = E − 2 2m ∂x 2m m 2m 2m 2 ) Ψ( x) a qual podemos escrever como: [ ] mω 2c −ℏ2 ∂2 2 + ( x − x ) Ψ (x ) = E ' Ψ (x ) 0 2 2m ∂x 2 que tem a forma da equação para o oscilador harmônico quântico ☺ (centrado em x0), com frequência ωc sendo: logo: ℏk y py x0 = − = − e B0 e B0 ; 1 E '=E n= n+ ℏ ωc 2 ( ) com n = 0,1,2,3,... e B0 ω c= m Neste caso podemos escrever: p2z 1 En = + n+ ℏ ωc 2m 2 ( ) onde n representa os níveis de Landau. (x0 não comuta com y, o centro da “órbita” tem coordenada y que não é bem definida, ky ou py é limitado pelo sistema) Caso relativístico – eq. de Dirac - descreve férmions de spin ½ - energia relativística - quadri-vetores - invariância de Lorentz 2 2 2 2 4 E = p c + mc usando unidades naturais (c = h = 1) E2 = p 2 + m 2 onde: pμ = (p 0 , ⃗p ) = ( E/c , ⃗p ) Através de: ^ ^p → −i ℏ ∇ ; E^ → i ℏ ∂ ∂t Novamente usando: H Ψ = EΨ obtém-se: 2 2 2 2 2 4 ∂ −ℏ Ψ2 = −ℏ c ∇ Ψ + m c Ψ ∂t 2 que é a equação de Klein-Gordon, sendo posteriormente verificado que descreve partículas de spin 0. Buscando uma equação linear em t, respeitando a energia relativística, Dirac então seguiu por outro caminho. Lembrando que: pμ pμ = m 2 c 2 ⇒ 2 2 2 2 4 E = p c + mc pμ pμ−m2 c 2 = 0 Dirac propôs: pμ pμ −m2 c 2 = (βi p i +mc)(γ j p j−m c) = 0 2 2 μ κ λ p pμ−m c = (β p κ +mc)(γ p λ −mc ) = 0 que fica: κ λ κ κ 2 2 β γ p κ pλ − m c (β − γ ) p κ − m c = 0 Para resultar em: pμ pμ−m2 c 2 = 0 κ κ basta determinar β , γ . Como não interessam termos lineares em p i, significa: κ κ β = γ κ λ 2 2 γ γ pκ pλ − m c = 0 pμ pμ = γ κ γ λ pκ p λ Abrindo a expressão acima, obtemos que os gamas são matrizes 4x4. 1 0 0 γ = 0 0 ( 0 0 0 1 0 0 0 −1 0 0 0 −1 ) ( 0 σ γ = i −σ 0 i , i ) onde as matrizes de Pauli são dadas por: 1 σ = ( ) 0 1 1 0 2 , σ = ( 0 −i i 0 ) 3 , σ = Deste modo, a equação: (βκ p κ + mc)( γλ pλ − m c) = 0 Pode ser escrita como: μ μ (γ pμ + mc)(γ pμ − mc ) = 0 ( 1 0 0 −1 ) de onde obtemos: μ (γ pμ − m c ) = 0 Voltando a usar a equação de autovalores e autofunções: H Ψ = EΨ chegamos em: μ (i ℏ γ ∂μ − m c )Ψ = 0 sendo agora: e eq. de Dirac ψ1 Ψ = ψ2 ψ3 ψ4 () 1 ∂ ∂ ∂μ = , ∇i μ = ∂x c ∂t ( ) Podemos escrever: q μ p → p − A c μ μ Na eq. de Dirac, de modo análogo ao efetuado na eq. de Schödinger: μ [γ pμ − m c ]Ψ = 0 resulta em: [ ] q γ ( pμ − Aμ ) − mc Ψ = 0 c μ Em unidades naturais ( c = h = 1 , sendo massa e momentum em MeV) ou [ γμ ( pμ μ − q Aμ ) − m ] Ψ = 0 [γ (i ∂μ − q Aμ ) − m]Ψ = 0 Eq. de Dirac em campo magnético ►►►Na verdade usamos a eq. de Dirac para uma partícula livre com spin ½ e carga elétrica 'q' na presença de um campo magnético. μ (i ℏ γ ∂μ − m c )Ψ = 0 De modo geral (com campo El e B): μ A = (cV , ⃗A ) agora temos quadri-potencial: 1 q⃗ p = (E−cV ) , ⃗p − A c c e o quadri-momentum: μ sem campos: μ p = E , ⃗p c ( ) ⇒ q⃗ p →p − A c i i ( , 0 0 p → p −V ) Abrindo a eq. Na ausência de campo elétrico ( A0 = 0) onde: ψ1 u Ψ = ψ2 = A ψ3 uB ψ4 () Precisamos resolver a eq. de autovalor: () Para um campo uniforme na direção z, escolhemos: ⃗B = B k^ e em termos do quadri-potencial eletromagnético: Assim: Usando as regras de comutação: obtemos: sendo o último termo: Então: Dando origem a duas equações por causa de σz As coordenadas x0 [t], x e z não aparecem explicitamente, suas soluções podem ser escritas como ondas planas. Assim podemos fazer: As duas equação se diferenciam pelos autovalores da matriz σz, ou seja s = ± 1. Usando regras de comutação para operadores p, podemos escrever as duas equações como: Fazendo uma substituição de variáveis: Então: Reescrevendo: d2 Fs dξ 2 β + α − ξ2 F s = 0 ( ) ☺ Esta equação possui a mesma forma da equação para o oscilador harmônico quântico. ☺ Livro do Eisberg: FIM ! Obrigado. Assim, para que a solução exista temos a seguinte condição: e os autovalores da energia passam a ser: Tendo então que analisar os autovalores em função de l e s . ⃗p = ℏ ⃗k , (ℏ=c=1 → ⃗p = ⃗k ) Exemplos: ● l=0 e s=1 => ● l = 0 e s = -1 ● l=1 e s=1 => => E = E = 2 2 m + p √ z 2 2 m + p √ z +2|e|B Por causa da degenerescência, podemos escrever a energia de um férmion de spin ½ num campo magnético uniforme em função de um único parâmetro: E = 2 2 m + p √ z + 2 ν |e| B onde ν representa os níveis de Landau. Próximo passo: estudar a densidade de estados para um gás de Férmi. FIM ! OBRIGADO!!! Alguns Links: http://images.slideplayer.com.br/2/359061/slides/slide_4.jpg http://www.usc.es/export/sites/default/gl/investigacion/riaidt/rm/rmn/imaxes/peonza.jpg http://2.bp.blogspot.com/-yl_CgPaCG8U/ThyU_db4VSI/AAAAAAAAR8/Nu1X19gjnfg/s1600/precesion+en+presencia+de+campo+magnetico.png