Seleção Natural Seleção Natural

Propaganda
Seleção Natural
Seleção Natural em diversas
hierarquias
Reinaldo A. de Brito
DGE – UFSCar
[email protected]
www.ufscar.br/evolucao
•The Theory of Natural Selection is so simple that anyone
can misunderstand it…. (Anonymous)
•
•
•
•
•
Conceito de Darwin após 150 anos;
Valor Adaptativo e Fisher;
Sobrevivência do mais apto?
Exemplo de anemia falciforme;
Expansão para modelos mais complexos
(como entender as hierarquias).
(uma ou outra equação, mas nada fatal, espero!)
•A teoria de seleção natural é tão simples que qualquer um
pode entendê-la errado… (Anônimo)
http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/home.php
http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/home.php
www.darwinday.org/englishL/life/beagle.html
Tentilhões
de
Galápagos
www.darwinday.org/englishL/life/beagle.ht
Used by permission of Darwin Day
Celebration (at DarwinDay.org), 2006
I have called this principle, by which
each slight variation, if useful, is preserved,
by the term Natural Selection.
—Charles Darwin from "The Origin of Species"
http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/home.php
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2006 President and Fellows of Harvard College.
Idéia de Darwin sobre Seleção Natural
Seleção Natural
Observações e Deduções de Darwin
Observação 1:
Observação 4:
Pops tem o potencial de
crescer exponencialmente
Existe variação dentro de
espécies, e é herdável
Observação 2:
Tamanho populacional se
mantém quase constante
Dedução 1:
Apenas alguns organismos
sobrevivem
Dedução 2:
Inds com variação
favorável têm maior
chance de sobreviver e
reproduzir
Observação 3:
Recursos naturais são
limitados
Dedução 3:
Interpretação de Malthus
Acúmulo de variação por
muitas gerações promove
evolução
• Seleção Natural: Sobrevivência e reprodução
diferencial de indivíduos na população
• Grande contribuição foi mudança de
paradigma sobre a importância da variação
entre indivíduos.
• Valor Adaptativo: progênie gerada que sobrevive
e reproduz na próxima geração
• Seleção natural requer variação herdável para
valor adaptativo (não basta sorte!)
• Define valor adaptativo esperado de um genótipo
em um ambiente específico
Definição de Evolução
A definição operacional de
evolução em nível de deme é
mudança na freqüência alélica ou
genotípica.
Forças evolutivas
Fatores ou processos que podem
alterar a freqüência alélica ou
genotípica em um deme.
Uma definição mais geral seria
descendência com modificações
DERIVA GENÉTICA GLOBAL
MUTAÇÃO
Desvios de Hardy-Weinberg
•
•
•
•
•
Acasalamento preferencial
Mutação
Recombinação
Deriva Genética
Fluxo gênico
DIVERSIDADE ALÉLICA
BALANÇO ENTRE
DERIVA GENÉTICA E
FLUXO GÊNICO
VARIAÇÃO
VARIAÇÃO
INTRAPOPULACIONAL
INTERPOPULACIONAL
RECOMBINAÇÃO
SISTEMAS DE
ACASALAMENTO
HOMOZIGOTOS
Desvios de Hardy-Weinberg
•
•
•
•
•
•
Acasalamento preferencial
Mutação
Recombinação
Deriva Genética
Fluxo gênico
Seleção natural
HETEROZIGOTOS
COMPLEXOS MULTI-LOCI
Valor Adaptativo (“Fitness”)
• Evite usar o termo “a sobrevivência do mais apto”.
• Porquê?
– Vários argumentam que é tautológico.
• Quem são os mais aptos?
• Os que sobrevivem!!!
• Isso pode ser resolvido pelo estabelecimento de expectativas.
– Como vamos ver, é uma definição incompleta.
– A maioria das pessoas não compreende os termos
“sobrevivência” e “apto”;
• Sobrevivência não é o suficiente.
Quem é o mais apto?
– A triatleta que treina a vida toda e morre sem filhos após sua
última maratona aos 80 anos.
– O adoentado e drogado que morre de overdose aos 22,
deixando 3 crianças.
Valor Adaptativo
O mais apto é aquele com a maior prole viável.
Isso também não está muito correto!!
Valor Adaptativo Inclusivo
•Dois gêmeos idênticos, um tem 6 crianças, o outro nenhuma
•Outro indivíduo tem duas crianças.
O gêmeo sem filhos tem maior valor adaptativo do que o indivíduo
que teve dois filhos
DNA codifica informações que em conjunto
com ambiente influenciam fenótipo
Entre características que podem ser influenciadas por
respostas geneticamente determinadas ao
ambiente estão:
1.
A Viabilidade no ambiente
2.
Uma vez vivo, o sucesso reprodutivo no ambiente
3.
Uma vez vivo e tendo reproduzido, a fertilidade
ou fecundidade no ambiente.
O maior valor adaptativo é o daquele que deixa
mais genes como os dele para a próxima geração
Por que viabilidade, successo
reprodutivo, fecundidade e fertilidade são
fenótipos importantes na evolução?
Porque todos estes fenótipos
influenciam as chances de um maior
valor adaptativo (ou seja, uma
replicação bem sucedida do DNA)
Seleção Natural é variação
herdável no valor adaptativo
Ou seja, os genes que estão em
um gameta influenciam a
probabilidade daquele gameta
ser passado para a próxima
geração.
PENSE COMO UM GAMETA!
Valor Adaptativo
Genótipo
Valor
Adaptativo
Valor Adaptativo
Relativo
AA
1.4
1.4/1.4 = 1.0
Aa
1.2
1.2/1.4 = 0.86
Aa
0.8
0.8/1.4 = 0.57
Seleção Natural
O que precisamos aprender para
entender (e prever) como será o
resultado de uma pressão de
seleção natural?
Quando a pressão de seleção
natural promove evolução?
Ronald A. Fisher
Seleção Natural em um locus único em um Deme se reproduzindo ao acaso
Respondeu a esta questão
Freqüências zigóticas
• Conciliou seleção natural e genética
mendeliana em artigo de 1916.
• Este artigo também forneceu os
fundamentos para cruzamentos animais e
vegetais modernos e para a
epidemiologia
• Apresentou novas técnicas estatísticas,
tais como a ANOVA - Análise de
Variância, que definiram a base da
estatística moderna e seriam
rapidamente usadas em todos ramos da
ciência empírica.
Meio Ambiente
Viabilidades
Freqüências no adulto ∝
Meio Ambiente
Prob. acasalamento
AA
p2
Meio Ambiente
Valor Adaptativo
Aa
2pq
WAa
Waa
AA
Freqüências em adultos que
∝ p2 W
acasalaram pelo # prole
AA
Aa
2pqWAa
aa
q2 Waa
Aa
2pqWAa/W
q2Waa/W
Converter para Freq ao dividir por
μ = W = p2WAA+2pqWAa+q2Waa
AA
p2 W
AA/W
1
Meiose
Pool Gênico
p’=
1/
2
aa
1/
2
1
A
a
AA/W
q2 Waa/W
p2 W
+ pqWAa/W
VAA
VAa
Vaa
Aa
2pqVAa
aa
q2 Vaa
CAA
Freqüências em adultos que
∝ p2 VAACAA
acasalaram
Meio Ambiente
CAa
Aa
2pqVAaCAa
bAA
# médio da prole
Freqüências em adultos que
∝
acasalaram pelo # prole
aa
q2
AA
p2 VAACAAbAA
Caa
aa
q2 VaaCaa
bAa
Aa
2pqVAaCAabAa
baa
aa
q2 VaaCaabaa
Pool Gênico
aa
q2
WAA
Freqüência de adultos
que se acasalaram
Aa
2pq
AA
p2 VAA
AA
Façamos WAA = VAACAAbAA; WAa = VAaCAabAa; Waa = VaaCaabaa
Freqüências zigóticas
AA
p2
q’=
= p(pWAA+ qWAa)/W - p
= p[pWAA+ qWAa)/W - 1]
Δp = p[pWAA+ qWAa- W]/W
a
q’= q2 Waa/W + pqWAa/W
p’= p2 WAA/W + pqWAa/W
=( p2 WAA+ pqWAa)/W
p’ = p(pWAA+ qWAa)/W
+ pqWAa/W
Quando ocorrerá evolução?
Δp = p’ - p
A
p’= p2 WAA/W + pqWAa/W
Quando ocorrerá evolução?
Observe que W = W(p+q)=pW+qW
Δp = p[pWAA+ qWAa- W]/W
= p[pWAA+ qWAa- pW - qW]/W
=p[p(WAA-W)+ q(WAa-W)]/W
Desde que p e W sempre > 0, esta é a única parte da
equação que pode mudar de sinal e portanto determinar
a direção da evolução sob seleção natural.
Quando ocorrerá evolução?
Quando ocorrerá evolução?
O que é:
O que é:
p(WAA-W)+ q(WAa-W)?
p(WAA-W)+ q(WAa-W)?
Fenótipo médio do valor
adaptativo
Quando ocorrerá evolução?
Desvios genotípicos para o fenótipo
médio do valor adaptativo
Quando ocorrerá evolução?
O que é:
O que é:
p(WAA-W)+ q(WAa-W)?
p(WAA-W)+ q(WAa-W)?
Freqüência com que os desvios no valor
adaptativo serão encontrados na população
Este é o excesso médio (Average Excess) do alelo A
para o fenótipo do valor adaptativo
Excesso médio de um alelo
Excesso médio de um alelo
Pool gênico
ε2
0.078
Quais genótipos um alelo ε2
irá encontrar após
acasalamento ao acaso?
Pool gênico
ε2
0.078
Acasalamento ao acaso
Deme
3/2
2/2
2/4
Excesso médio de um alelo
Pool gênico
Quais são as probabilidades
dos seguintes genótipos após
acasalamento ao acaso, dado
que existe um alelo ε2?
ε2
0.078
Acasalamento ao acaso
3/2
Deme
2/2
2/4
ε2
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
Deme
Pool gênico
ε2
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
3/2
0.770
Deme
Excesso médio de um alelo
Pool gênico
Excesso médio de um alelo
2/2
2/4
0.078 0.152
Excesso médio de um alelo
Pool gênico
ε2
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
3/2
0.770
2/2
2/4
0.078 0.152
3/2
0.770
Deme
Desvios
Genotípicos
Ambiente
h2B
Desenvolvimento
Estas são as Probabilidades condicionais dos genótipos dado que
houve acasalamento ao acaso e um dos gameta tem o alelo ε2.
2/2
2/4
0.078 0.152
-13.2
-38.6
3.5
Excesso médio de um alelo
O Excesso médio
ε2
Pool gênico
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
Deme
Desenvolvimento
3/2
0.770
2/2
2/4
0.078 0.152
h2B
Ambiente
Desvios
-13.2
-38.6 3.5
Genotípicos
A média do desvio genotípico de um gameta com o alelo ε2 =
(0.770)(-13.2)+(0.078)(-38.6)+(0.152)(3.5) = -12.6
O excesso médio do alelo i é a média do
desvio genotípico causado por um gameta
com o alelo i após fertilização com um
segundo gameta qualquer da população
(retirado de acordo com as regras de
acasalamento desta população)
Excesso médio de um alelo
O Excesso médio
Pool gênico
Traduzindo:
é o quanto um indivíduo que tem aquele
alelo fica, em média, maior ou menor que o
resto da população
ε2
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
Deme
3/4
3/3
3/2
0.770 0.078 0.152
h2B
Desenvolvimento
Desvios
Genotípicos
-0.8
-13.2
Ambiente
8.9
Excesso médio de ε3 =
(0.770)(-0.8)+(0.078)(-13.2)+(0.152)(8.9) = -0.3
Excesso médio de um alelo
Pool gênico
ε2
0.078
ε3
0.770
ε4
0.152
Acasalamento ao acaso
Desenvolvimento
Desvios
Genotípicos
Alelos
Freqüências
“Fenótipo”
(Excesso médio)
3/4
0.770
Deme
Pool gênico
h2B
8.9
ε2
0.078
-12.6
ε3
0.770
-0.3
ε4
0.152
8.0
2/4
4/4
0.078 0.152
Ambiente
3.5
5.7
Excesso médio de ε4 =
(0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0
Pool gênico
Alelos
Freqüências
“Fenótipo”
(Excesso médio)
ε2
0.078
-12.6
ε3
0.770
-0.3
ε4
0.152
8.0
A sacada genial do trabalho do Fisher foi
definir um “fenótipo” para um gameta, a base
física de transmissão de fenótipos de uma
geração para a outra.
Excesso médio de ε4 =
(0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0
O excesso médio depende dos desvios
genotípicos, que por sua vez dependem do
valor fenotípico médio dos genótipos e no
fenótipo médio do deme, que por sua vez
depende das freqüências genotípicas.
Excesso médio de ε4 =
(0.770)(8.9)+(0.078)(3.5)+(0.152)(5.7) = 8.0
O excesso médio depende das freqüências
gaméticas no pool gênico e no sistema de
acasalamento.
O Excesso médio
O conhecimento dos aspectos da variação
fenotípica que são transmissíveis através de um
gameta requer muito mais do que os fenótipos
dos genótipos e pode apenas ser medido no
nível do deme e seu pool gênico associado.
Traduzindo: valores mudam de acordo com
interações genéticas e ambientais.
Vale apenas para a população em estudo!
Para se entender seleção natural
Quando ocorrerá evolução?
Δp = paA/W
Seleção Natural será uma força evolutiva
quando:
p ≠ 0 ou p ≠ 1 (ou seja, quando existir
variação genética), e
aA ≠ 0 (ou seja, quando existir variação
herdável para o valor adaptativo)
PENSE COMO UM GAMETA!
A mutação
Anemia Falciforme na África
Um exemplo de seleção natural
Infecção de uma hemácia pelo
parasita da malária
• Células falciformes são filtradas
preferencialmente no baço
• células infectadas com malária são
freqüentemente filtradas pois o processo de
“virar falciforme” ocorre antes do parasita
completar o ciclo de vida
• O alelo S é portanto, um alelo autossômico,
dominante para resistência à malária.
A maioria de mortes devido a anemia falciforme
e malária ocorrem antes da fase adulta.
Lembrem-se que viabilidade é o fenótipo de
viver até a fase adulta!
O fenótipo
da anemia
falciforme
Distribuição de anemia falciforme e malária na África e no mundo
• Em um ambiente sem malária, o alelo S é um alelo
recessivo para viabilidade uma vez que apenas os
homozigotos desenvolvem a anemia falciforme.
• Em um ambiente com malária, o alelo S é um
alelo sobredominante para viabilidade uma vez
que apenas os heterozigotos são resistentes à
malária e não desenvolvem anemia falciforme.
Duas complicações para esta simples
estória na África:
•
Malária epidêmica é recente na maioria da
África tropical úmida, e o processo de
adaptação à malária na África ainda não
está em equilíbrio.
Malária epidêmica na África
ICELAND
MADAGASCAR
Há cerca de 2000 anos
atrás, uma colônia
Malásia-Indonésia
estabeleceu-se em
Madagascar
Malária epidêmica na África
Malária epidêmica na África
Esta colônia
introduziu a
complexa
agricultura Malásia
nesta região
A agricultura Malásia na África
Esta agricultura foi
assimilada por povos
que falavam Bantu,
e se seguiu uma
grande expansão dos
Bantu na África há
cerca de 1500 anos
atrás.
Malária epidêmica na África
• É associada a uma agricultura de corte e
queima: Fornece habitat e sítios de criação
para Anopheles gambiae, o principal
mosquito vetor da malária.
• Resulta em alta densidade local de
populações humanas que são necessárias
para estabelecer e manter malária como
uma doença comum.
Duas complicações para esta
simples estória na África:
•
•
Malária epidêmica é recente na maioria da
África tropical úmida, e o processo de
adaptação à malária na África ainda não
está em equilíbrio.
Existe um terceiro alelo, Hemoglobina C,
também envolvido na adaptação à malária
na África.
A Mutação Hemoglobina C
Hb-S
Hb-A
GTG
GAG
Valina
Ácido Glutâmico
Hb-C
6o Códon
AAG
Lisina
Hb-A, S e C
Genótipos
Anemia
AA AS
SS
Hb-A, S e C
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não Não
Não
NÃO
(Severa)
(Leve)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
0.2
1
0.7
1
1
1
Genótipos
Anemia
AA AS
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não Não
Não
NÃO
(Severa)
(Leve)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
0.2
1
0.7
1
1
1
Os alelos A e S definem uma doença genética autossômica
recessiva.
Proporção de Heterozigotos
aumenta à medida que freqüência
do alelo diminui
1.2
Hb-A, S e C
Genótipos
AA AS
Anemia
Não Não
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não
NÃO
(Severa)
(Leve)
1
0.8
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
0.2
1
0.7
1
Hom
0.6
Het
Proporcao
0.4
1
1
0.2
Os alelos A e S definem uma doença genética autossômica
recessiva: A seleção irá garantir que continue rara, mas será difícil
de eliminá-la em uma população acasalando-se ao acaso.
0
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Hb-A, S e C
Hb-A, S e C
Genótipos AA AS
Anemia
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não Não
Não
NÃO
(Leve)
(Severa)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
0.2
1
0.7
1
1
1
Os alelos A e C definem um conjunto de alelos neutros em um
ambiente sem malária: Suas freqüências são determinadas pela
deriva genética, migração e mutação.
Genótipos AA AS
Anemia
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não Não
Não
NÃO
(Leve)
(Severa)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
1
0.2
1
0.7
1
1
0.2
0.9
0.7
1.3
1
Viabilidade
0.9
com Malária
Viabilidades relativas observadas na África Tropical
Hb-A, S e C
Hb-A, S e C
Genótipos AA AS
Anemia
Não Não
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não
NÃO
(Leve)
(Severa)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
1
0.2
1
0.7
1
1
0.2
0.9
0.7
1.3
1
Viabilidade
0.9
com Malária
Qual destes é o melhor genótipo?
• CC é o melhor genótipo, de longe!
• Se seleção natural é a “sobrevivência do
mais apto”, então a freqüência do alelo C e
do genótipo CC devem aumentar.
• Ao contrário do que se diz, a seleção natural
não é a “sobrevivência do mais apto.”
• Seleção natural é variação herdável no
valor adaptativo, portanto, pense como
um gameta: Qual gameta terá filhos que
serão em média os melhores (ou seja, terá
o maior excesso médio)?
Valor adaptativo médio inicial após
transição para a agricultura Malásia
Pool gênico inicial pré-Malária
pS=.005 pC=.005
A
pA = 0.99
pS=.005 pC=.005
A
pA = 0.99
Com acasalamento ao acaso,
fenótipo médio = W = 0.901
Fenótipos iniciais após transição para a
agricultura Malásia
pS=.005 pC=.005
A
pA = 0.99
Genótipos
Viabilidade c/
Malária
Desvios genotípicos
(W = 0.901)
AA
AS
SS
AC
CS
CC
0.9
1
0.2
0.9
0.7
1.3
-.001 .099 -.701 -.001 -.201 .399
Fenótipos iniciais após transição para a
agricultura Malásia
Genótipos
AA AS SS AC CS CC
Viabilidade com
0.9
1
0.2 0.9 0.7 1.3
Malária
Desvios Genotípicos
-.001 .099 -.701 -.001 -.201 .399
(W = 0.901)
aA = -0.0005
aS = 0.0935
aC = 0.0000
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
Fenótipos iniciais após transição para a
agricultura Malásia
Δpx = pxax/W
aA = -0.0005
aS = 0.0935
aC = 0.0000
A resposta adaptativa
inicial a um ambiente com
malária é:
diminuir A,
aumentar S,
deixar C do mesmo jeito
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
A
pA = 0.95
W = 0.907
S
pS = 0.045
pC = 0.005
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
pC=.005
A
pA = 0.95
Genótipos
Viabilidade com
Malária
Desvios genotípicos
(W = 0.907)
S
.045
AA
AS
SS
AC
CS
CC
0.9
1
0.2
0.9
0.7
1.3
Após a resposta adaptativa
inicial a malária, seleção
natural continua a:
diminuir A
aumentar S, e
diminuir C
aA = -0.003
aS = 0.055
aC = -0.014
-.007 .093 -.707 -.007 -.207 .393
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
pC ≈ 0
Proporção de Heterozigotos
aumenta à medida que freqüência
do alelo diminui
1.2
A
pA ≈1-pS
S
pS
1
0.8
Hom
0.6
Het
Proporcao
Genótipos
AA AS SS AC CS CC
0.4
0.2
Viabilidade c/ Malária 0.9
1
0.2 0.9 0.7 1.3
0
0
À medida que pS aumenta, W aumenta e os desvios
genotípicos ficam cada vez mais negativos. Portanto, a
seleção natural elimina o alelo C.
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Ao contrário da seleção contra homozigotos, a seleção contra
heterozigotos é bastante eficiente para eliminar o alelo da
população quando raro!
Um equilíbrio por seleção natural irá
ocorrer apenas quando Δp = 0 para todos
os alelos.
A
pA = 1-pS
Genótipos
Um equilíbrio por seleção natural irá
ocorrer apenas quando Δp = 0 para todos
os alelos.
S
pS
AA AS SS
Viabilidade c/ Malária 0.9
1
0.2
aA = (1-pS)(0.9-W) + pS(1-W) = 0 = aS = (1-pS)(1-W) + pS(0.2-W)
A
pA = 1-pS
aA = (1-pS)(0.9-W)+pS(1-W) = aS = (1-pS)(1-W)+pS(0.2-W)
(1-pS)(0.9)+pS(1) = (1-pS)(1)+pS(0.2)
0.9+0.1pS = 1-0.8pS
0.9pS = 0.1
pS = 0.1/0.9 = 0.11
Portanto, em equilíbrio, pS = 0.11 e pA=0.89
As freqüências alélicas no equilíbrio são
mantidas por seleção natural em um
polimorfismo balanceado
A
pA = 0.89
O equilíbrio
A
pA = 0.89
S
pS=0.11
Este balanço ocorre porque quando pS < 0.11, aS > 0
(resistência à malária domina o excesso médio)
e quando pS > 0.11, aS < 0
(a anemia domina o excesso médio)
Duas respostas possíveis à Malária
AS
0.20
SS
0.01
WAA = 0.9
WAS = 1
WSS
=0.2
No equilíbrio, existe variação genotípica no
valor adaptativo, mas não existe variação
genética aditiva (Excessos médios = 0).
Duas respostas possíveis à Malária
A
pA ≈1
pS ≈ 0 pC ≈ 0
S
pS=.11
S
pS=0.11
AA
0.79
A
pA ≈1
A
pA = 0.89
S
pS
C
pC = 1
pS ≈ 0 pC ≈ 0
A
pA = 0.89
S
pS=.11
C
pC = 1
1. O genótipo mais apto é eliminado
1. O genótipo mais apto é fixado
2. Valor adaptat. médio vai de .9 a .91.
2. Valor adaptat. médio vai de .9 a 1.3.
3. 20% dos indivíduos tem viabilidade
relativa de 1 e 80% ou tem anemia ou
susceptibilidade à malaria.
3. 100% dos indivíduos tem viabilidade
relativa de 1.3 e nenhum tem anemia ou
susceptibilidade à malaria.
Duas respostas possíveis a Malária
Hb-A, S e C
Genótipos
A
pA ≈1
pS ≈ 0 pC ≈ 0
A
pA = 0.89
S
pS=.11
C
pC = 1
Com uma exceção
1. O genótipo mais apto é eliminado
1. O genótipo mais apto é fixado
2. Valor adaptat. médio vai de .9 a .91.
2. Valor adaptat. médio vai de .9 a 1.3.
3. 20% dos indivíduos tem viabilidade
relativa de 1 e 80% ou tem anemia ou
susceptibilidade à malaria.
3. 100% dos indivíduos tem viabilidade
relativa de 1.3 e nenhum tem anemia ou
susceptibilidade à malaria.
Hb-A, S e C
Genótipos AA AS
SS
AC
CS
CC
Viabilidade
sem Malária
0.2
1
0.7
1
1
1
AA AS
Viabilidade
sem Malaria
CS
CC
0.2
1
0.7
1
Imagine que existisse um deme com este
pool gênico antes da agricultura começar
A
pA = 0.95
C
.045
pS=.005
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
Fenótipos iniciais após transição para a
agricultura Malásia
Genótipos
AA
AS
SS
AC
CS
CC
Viabilidade com Malaria
0.9
1
0.2
0.9
0.7
1.3
aA = -0.001
aS = 0.081
aC = 0.015
1
AC
S é um alelo recessivo,
deletério em relação a
A, portanto, seleção
natural irá mantê-lo
raro em um ambiente
pré-Malária.
C é um alelo neutro em
relação a A, logo,
algumas vezes o alelo
C terá sua freqüência
aumentada por deriva.
Desvios genotípicos
(W = 0.902)
1
SS
A
pA = 0.78
.05
C
0.17
S
-.002 .098 -.702 -.002 -.202 .398
A resposta adaptativa inicial a
um ambiente com malária é:
- ligeira diminuição de A,
- aumento de S e de C.
Genótipos
AA
AS
SS
AC
CS
CC
Viabilidade com Malária
0.9
1
0.2
0.9
0.7
1.3
Desvios Genotípicos
(W = 0.914)
-.01
.09
-.71 -.01 -.21 .39
Pool Gênico após várias gerações de
seleção em um ambiente com malária
aA = -0.009
aC = 0.044
aS = -0.005
Excesso médio de C em ambiente
com malária
Após a resposta adaptativa
inicial à malária, a seleção
natural:
- continua a reduzir A,
- aumenta C,
- agora também irá reduzir
S.
Freqüência média de C em ambiente
com malária
Existe uma correlação negativa entre as freqüências
de S e C em regiões com malária na África
Adaptação por seleção natural
Adaptação por seleção natural depende da história:
0.25
Quais mutações estão presentes e quais suas freqüências.
0.20
o.15
C
Allele
Frequency
Destas condições iniciais, a seleção natural modifica o
pool gênico a partir da perspectiva do gameta até que não
haja mais herdabilidade para o valor adaptativo (ou seja,
não exista mais variação genética aditiva).
0.10
o.o5
o.o
o.o
o.o5
0.10
o.15
S Allele Frequency in 72 West African Populations
Adaptação por seleção natural
Como vocês esperam que este sistema se
adapte caso não haja acasalamento ao acaso,
e sim uma pequena endogamia?
Adaptação por seleção natural depende também do
presente:
Genótipos AA AS
Quais mutações estão presentes, quais suas freqüências e
como eles se encontram (sistema de acasalamento).
Anemia
Como vocês esperam que este sistema se adapte à malária
caso não haja acasalamento ao acaso, e sim uma pequena
endogamia?
SS
AC
CS
CC
Sim
Sim
Não Não
Não
NÃO
(Severa)
(Leve)
Resistência à
Não Sim
Malária
Sim
Não
Sim
Sim
Viabilidade
sem Malária
1
0.2
1
0.7
1
1
0.2
0.9
0.7
1.3
1
Viabilidade
0.9
com Malária
Biston betularia na Inglaterra:
aumento da freqüência da
forma escura com a
industrialização
Como vocês esperam que este sistema se
adapte caso não haja acasalamento ao acaso,
e sim uma pequena endogamia?
• Como vimos, a existência de endogamia aumenta a
freqüência de homozigotos e diminui a de
heterozigotos na população.
• A vantagem do alelo S se expressa em heterozigose e a
desvantagem em homozigotos SS, logo, um aumento
da endogamia aumentará a seleção contra S
• Por outro lado, a vantagem do alelo C se expressa em
homozigose e a desvantagem em heterozigotos, logo,
um aumento da endogamia aumentará a seleção
favorável a C
Aumento de freqüência da forma escura com o grau de
industrialização da região.
Distribuição da forma escura de Biston betularia
Existe outra mariposa na mesma região que também tem
forma escura polimórfica.
Distribuição da forma escura de Gonodontis sp.
Manchester Longsight
Manchester, Audenshaw
Stretford
Manchester City Center
Liverpool City Center
Warrington
Stockport
Northenden
Liverpool Broadgreen
Pott Shrigley
Wrexham
Liverpool Anfield
Prestatyn
km
km
Delamere Forest
Loggerheads
Chester
Ruthin
km
Shotton
km
Pwyllglos
Clegyr Mawr
Liverpool Aigburth
Neston
Por que espécies respondem diferentemente
à pressões similares de seleção natural?
Distribuição da forma escura de Biston betularia
Existe outra mariposa na mesma região que também tem
forma escura polimórfica.
Distribuição da forma escura de Gonodontis sp.
Manchester Longsight
Manchester Longsight
Manchester, Audenshaw
Manchester, Audenshaw
Stretford
Manchester City Center
Stretford
Manchester City Center
Liverpool City Center
Liverpool City Center
Warrington
Warrington
Stockport
Stockport
Northenden
Northenden
Liverpool Broadgreen
Liverpool Broadgreen
Pott Shrigley
Pott Shrigley
Wrexham
Wrexham
Liverpool Anfield
Liverpool Anfield
Prestatyn
Prestatyn
km
km
km
km
Delamere Forest
Loggerheads
Delamere Forest
Loggerheads
Chester
Ruthin
Pwyllglos
Clegyr Mawr
Chester
km
Shotton
km
Liverpool Aigburth
Ruthin
Ambientes Heterogêneos
km
Shotton
km
Pwyllglos
Neston
Clegyr Mawr
Liverpool Aigburth
Neston
Espécies de “grão-fino” e espécies de grão-grosso (Levene)
• Ambiente heterogêneo (espacial ou temporal)
Grão ambiental
Ambiente de grão fino - quando o indivíduo percebe
heterogeneidade ambiental ao longo de sua vida
Ambiente de grão grosso - quando o indivíduo
permanece em um único ambiente ao longo de sua
vida, mas o ambiente é diferente entre demes
ocupando locais (ou tempo) diferentes.
São extremos de uma distribuição contínua.
Espécies de “grão-fino” e espécies de grão-grosso (Levene)
• Adaptação pode ocorrer de duas formas básicas:
– Adaptação ocorre pela média dos ambientes
– adaptação ocorre diferenciada em cada ambiente
Grão Grosso Espacial
• Ambiente heterogêneo (espacial ou temporal)
• Adaptação pode ocorrer de duas formas básicas:
– Adaptação ocorre pela média dos ambientes
– adaptação ocorre diferenciada em cada ambiente
Um ambiente que seja subdividido em parcéis ou
habitats que induzem respostas diferentes em valores
adaptativos de diferentes genótipos.
Assumimos que genótipos vivem em apenas um destes
habitat ao longo de sua vida.
Grão Grosso Espacial
Modelo de Levene assumiu então uma população
panmíctica, de acasalamento aleatório com zigotos
distribuídos em modelo de ilha com m = 1.
Freqüência alélica no começo: p2 2pq q2 e mudança de
freqüência alélica no habitat i será:
Δp = paA,i/Wi
Grão Grosso Espacial
Mesmo este modelo simples já é bastante complexo.
Levene considerou apenas condições que mantenham
polimorfismo protegido - será positivo quando p ≈ 0
e negativo quando p ≈ 1.
Fugindo das fórmulas um pouco, temos que:
• Quando a média harmônica do valor adaptativo de aa
é menos que 1(wAa), o alelo A está protegido.
Em que aA,i é excesso médio e Wi é o valor adaptativo
médio relativo no habitat i
Grão Grosso Espacial
Se houver um habitat no qual o heterozigoto é
suficientemente favorecido sobre o genótipo
predominante para sobrepujar o fluxo gênico, o alelo está
protegido.
Quanto menor m, maiores as condições para proteção do
polimorfismo.
No limite (m = 0), se existir ao menos um habitat em que
o heterozigoto for favorecido, o alelo se manterá.
Mesmo se não houver, haverá proteção do polimorfismo
se a condição da média harmônica se mantiver.
Em geral, heterogeneidade espacial de grão grosso, em
conjunto com fluxo gênico restrito, aumenta condições
nas quais polimorfismos são protegidos sob seleção
macia.
Grão Grosso Espacial
Resposta evolutiva a heterogeneidade ambiental emerge
do balanço de seleção favorecendo diferenciação
local contra o fluxo gênico que diminui a
diferenciação local.
Podemos ver este contraste na diferenciação entre
ecótones – mudança abrupta entre ambientes distintos
(com seleção diferente) e gradientes – mudança
gradual no espaço de um ambiente para o outro.
Não existe escala geográfica absoluta que distingüa um
do outro porque tal distinção depende do organismo,
como ele se move e como se reproduz no espaço.
Grão Grosso Espacial
Interação entre ecologia (seleção dura ou macia),
estrutura populacional (m) e seleção natural definem
resultado da seleção.
Mesmo o conhecimento completo da heterogeneidade
espacial dos valores adaptativos e das condições
ecológicas não permitem determinar o processo
evolutivo.
À medida que m diminui, populações apresentam cada
vez mais adaptações para o ambiente local, e não
global. No limite, são as condições locais que
determinam se polimorfismos estarão ou não
protegidos.
Heterogeneidade temporal de grão
grosso
Da mesma forma que a população pode mover no
espaço, pode mover no tempo por reprodução.
O ambiente pode estar mudando à medida que as
gerações vão se sucedendo, com isso, o valor
adaptativo associado à um genótipo pode mudar ao
longo das gerações.
O pool gênico não muda instantaneamente em resposta
à uma alteração no ambiente, e sim em taxa
proporcional à magnitude dos excessos médios dos
gametas.
Heterogeneidade temporal de grão
grosso
Heterogeneidade temporal de grão
grosso
Dessa forma, geralmente leva um tempo para que as
freqüências alélicas se ajustem, o que é influenciado
pela arquitetura genética.
Evolução pode se tornar difícil de se prever, pois
depende de uma arquitetura genética potencialmente
modificável, estrutura populacional e fatores
históricos.
Estado genético atual da população pode não ser o mais
adaptado ao ambiente atual.
A distinção entre a heterogeneidade temporal de grão
grosso entre gerações e a de grão fino dentro de uma
geração depende da escala de tempo relativa das
mudanças ambientais e das gerações.
Considere, por exemplo, as mudanças climáticas, que
podem ser grão fino para humanos, mas grão grosso
para espécies que se reproduzem várias vezes no ano.
Os tentilhões de Darwin
Geospiza magnirostris
Geospiza fortis
Daphne Major
Geospiza fuliginosa
photos © Gary Feldman ( http://www.people.fas.harvard.edu/~gfeldman )
Os tentilhões de Galápagos, um grupo de tentilhões
ecologicamente diversos são um exemplo clássico de
macroevolução (Charles Darwin, David Lack)
Agora, graças a Peter e Rosemary Grant e vários de seus
alunos, eles são um exemplo clássico de microevolução
http://www.public.usitnet/rfinch/gal-orig.html
O bico do tentilhão
• Os Grant mediram e determinaram pedigrees de
Geospiza fortis (o tentilhão do cactus) e outras
espécies na ilha Daphne Major por mais de uma
década
• Eles mediram caracteres morfológicos, incluindo
tamanho e formato do bico, fecundidade,
sobrevivência, bem como características
ecológicas: tamanho e disponibilidade de sementes
• Eles calcularam a herdabilidade do tamanho e
formato do bico, e sua correlação com outros
caracteres
O bico do tentilhão
O bico do tentilhão
• Previsões quantitativas das mudanças em tamanho
e forma se conforma a mudanças observadas:
microevolução realmente ocorre!!!
• Valor adaptativo depende do ambiente
• Seleção é direcional mas variável (mantém
variabilidade genética ao longo do tempo) seleção osciladora
Heterogeneidade de grão fino
Em várias situações, a heterogeneidade de grão fino não
precisa de tratamento especial, pois pode ser
considerada como modelo de valor adaptativo
constante.
Cada indivíduo na população passa pela mesma
seqüência temporal de heterogeneidade de grão fino.
– Não diferente de modelo estudado antes de valor adaptativo
constante, e equações anteriores são válidas.
– Modelo dependente de freqüência não ocorre.
Heterogeneidade de grão fino
Unidades e Alvos da seleção natural
Tema consistente: seleção de grão fino favorece
genótipos mais tamponados contra flutuações de valor
adaptativo.
Isso costuma ser alcançado pela maior plasticidade de
outros caracteres, que se tornam mais sensíveis à
variação de grão fino, como na manutenção de
temperatura corpórea em mamíferos.
Resposta ao ambiente depende não apenas do estado do
ambiente, mas também ao tempo de exposição à este
estado. Quanto mais um ambiente é encontrado, mais
importante fica ter alto valor adaptativo nele.
A grande maioria de modelos até agora considerou um
locus único.
A justificativa matemática não implica numa maior
realidade biológica.
Isso fez Mayr chamar tais modelos de “beanbag
genetics”.
Mayr criticava tais modelos ao considerar que os
indivíduos são o “alvo da seleção” e não os genes. A
isso ele chamou da “unidade do genótipo”
Unidades e Alvos da seleção natural
Unidades e Alvos da seleção natural
Mas como sabemos, indivíduos não tem continuidade
histórica, gametas e não genótipos que são passados
para a próxima geração.
Logo, indivíduo pode ser o alvo da seleção, mas não
pode ser a unidade significativa para medir resposta
evolutiva.
Por isso ele considerava que o valor adaptativo deveria
ser usado estatisticamente ao nível do pool gênico de
uma população reprodutiva.
Isso que temos feito, de certa forma, até o momento ao
considerarmos que devemos levar em conta a visão do
gameta, ou seja, o que passa pelo gameta à próxima
geração.
A perspectiva gamética para a resposta da seleção natural
é a resposta ao uso de Mayr para a “unidade do
genótipo” contra a “beanbag genetics”
Da mesma forma que meiose e fertilização quebram e
rearranjam o genótipo do indivíduo, também garantem
que a unidade significativa para se prever a resposta à
seleção seja algo menos do que o genótipo do
indivíduo para todos os loci do genoma.
Unidades e Alvos da seleção natural
Unidades e Alvos da seleção natural
Esta unidade pode ser o gene, mas pode ser uma
interação também. E todas as interações podem estar
sendo consideradas pelos excessos médios medidos.
Isso reforça dois conceitos que são muito confundidos:
A unidade de seleção - o nível de organização que
permite a predição da resposta genética à seleção.
Precisa ter continuidade genética ao longo das gerações.
O alvo da seleção - o nível de organização biológica
que apresenta o fenótipo sendo selecionado. Pode ser
o indivíduo, mas podem ser outros níveis biológicos.
No geral, epistasia e seleção intensa favorecem a
criação de complexos adaptativos multi-loci.
Tais complexos são parcialmente quebrados na meiose.
A unidade de seleção surge como um balanço entre a
seleção natural agindo em sistemas epistáticos para
criar complexos multi-loci e meiose e fertilização
quebrando estes complexos.
Apesar da importância deste conceito, poucos
experimentos têm tentado determinar a unidade de
seleção. No caso da malária...
Unidades e Alvos da seleção natural
Unidades e Alvos da seleção natural
A unidade de seleção é uma propriedade emergente do
balanço entre seleção agindo para criar complexos
gênicos coadaptados e recombinação agindo para
quebrar tais complexos.
Com seleção mais fraca, apenas marcadores próximos
seriam unidades de seleção multi-loci. E isso muda
para complexos de braços de cromossomos,
cromossômicos e multi cromossômicos
Ou seja, existe uma correlação entre a intensidade de
seleção e o tamanho do complexo gênico.
Unidade de seleção depende da recombinação efetiva,
logo, é afetada pela estrutura populacional.
Alvos da seleção natural
Um tema comum emerge:
Quase todos alvos de seleção têm seu impacto seletivo
filtrado pela unidade de seleção que passa pelo
gameta à próxima geração.
Embora várias das propriedades da seleção natural
anteriormente discutidas não se mantenham quando
há seleção acima ou abaixo do nível do indivíduo, a
importância da perspectiva gamética sobre a seleção
natural se mantém.
Endogamia, por exemplo, aumenta o tamanho da
unidade de seleção.
Alvos da seleção natural
Seleção natural favorece gametas com excesso médio
maiores do que a média, independente deles serem ou
não fenótipos diretos, ou ae estatisticamente
determinados.
A chava para se entender seleção natural é:
PENSE COMO UM GAMETA!!!
Implicações do FFTNS
Obrigado
Δw =
σ a2
w
• A resposta adaptativa representa uma interação do
valor adaptativo com a estrutura populacional
– Resposta à seleção natural depende do contexto
populacional. Mesmo o completo conhecimento do valor
adaptativo de cada indivíduo não permite o conhecimento
da resposta à seleção
Implicações do FFTNS
Δw =
Implicações do FFTNS
σ a2
Δw =
w
• Equilíbrio seletivo apenas pode ocorrer quando todos
os excessos e efeitos médios forem iguais a zero; ou
seja, quando os gametas tiverem o mesmo impacto na
média.
– Isso não implica que não exista variação genética, mas sim
que não existe variação genética aditiva para o valor
adaptativo.
– Caracteres relacionados ao valor adaptativo devem ter
menor variação genética aditiva - Merilä & Sheldon (1996)
σa
– O equilíbrio do ponto anterior deve se referir sempre a um
ótimo populacional.
– Uma população não pode reduzir seu valor adaptativo
médio.
Implicações do FFTNS
2
w
• Seleção natural apenas leva populações a soluções
adaptativas locais e não necessariamente ao estado
adaptativo com maior valor adaptativo. S.N. pode na
verdade impedir que tal estado surja.
w
• Seleção natural age aumentando o valor adaptativo
médio da população de uma geração a outra.
Implicações do FFTNS
Δw =
σ a2
Δw =
σ a2
w
• Seleção natural apenas
leva populações a
soluções adaptativas
locais e não
necessariamente ao
estado adaptativo com
maior valor adaptativo.
Implicações do FFTNS
Δw =
σ a2
w
• Seleção natural normalmente não otimiza, mesmo em
nível local, qualquer caráter individual que não o
próprio valor adaptativo, mesmo que tal caráter
contribua ao valor adaptativo de forma positiva.
– Na maioria dos casos, investigamos caracteres relacionados
a valor adaptativo, e não o próprio valor adaptativo. Muitas
vezes, o processo de adaptação nestes é considerado como
sendo igual ao do valor adaptativo.
Implicações do FFTNS
• Seleção natural normalmente não otimiza, mesmo em
nível local, qualquer caráter individual que não o
próprio valor adaptativo, mesmo que tal caráter
contribua ao valor adaptativo de forma positiva.
Crow and Nagylaki mostram que:
weq = w( xeq ) + 1 2 w" ( xeq )σ eq2 ( x)
Portanto, xeq apenas será um valor que maximize w(x):
w" ( xeq )σ eq2 = 0
Implicações do FFTNS
Implicações do FFTNS
w" ( xeq )σ eq2 = 0
w" ( xeq )σ eq2 = 0
Em 2 situações apenas a seleção natural otimiza o valor de
um caráter que contribua ao valor adaptativo, mas que
não seja o valor adaptativo:
– Não exista variância fenotípica no equilíbrio [σ2eq(x) = 0];
– O caráter esteja relacionado ao valor adaptativo de uma forma
estritamente linear [w”(xeq) = 0]
Se existe não linearidade, e variação fenotípica, o valor do
caráter que aumenta o valor adaptativo não é o mesmo
que evolui por seleção natural. Seleção não otimiza
caracteres individuais, age no todo do indivíduo como
medido pelo valor adaptativo.
Implicações do FFTNS
• As mesmas condições restritivas necessárias para
otimizar um caráter individual tem que ser satisfeitas
para otimizar cada um dos dois caracteres contribuindo
ao valor adaptativo neste caso, e além disso, um outro
termo, que depende da covariância de x e y, também
deve ser 0.
• Pleiotropia pode criar uma covariância entre 2
caracteres, que pode ser inclusive negativa - mesmo
alelo estará associado a caracteres que têm efeito
oposto no valor adaptativo - como o alelo S.
• O processo de adaptação pode resultar na evolução de
alguns caracteres aparentemente não adaptativos.
A equação acima apenas considera um caráter contribuindo
ao valor adaptativo, mas em geral vários contribuem.
Quando consideramos 2 caracteres, X e Y, de forma que
w(x,y) seja o valor adaptativo dos indivíduos com valores x
e y temos que o equivalente à equação acima será:
Implicações do FFTNS
• As correlações entre caracteres induzida por pleiotropia
são algumas vezes chamados de restrições do
desenvolvimento (developmental constraints).
– Sob certas circunstâncias, tais restrições são essenciais para a
evolução adaptativa. Wagner (1988) observou que seleção
natural se torna cada vez mais inefetiva à medida que o número
de caracteres envolvidos no valor adaptativo aumenta.
– O pico associado a uma adaptação complexa está presente em
apenas uma pequena porção do espaço genético possível.
– Restrições são necessárias para se manter versatilidade
adaptativa face à interdependências funcionais e complexidade
fenotípica
Implicações do FFTNS
Δw =
σ a2
w
• O curso da evolução adaptativa é fortemente
influenciado pela arquitetura genética.
– A arquitetura genética inclui pleiotropia, epistasia,
dominância e recessividade.
– A forma da paisagem adaptativa é fortemente influenciada
pelas regras de herança, transmissão e encontro de genes na
população, como vimos no exemplo da anemia falciforme
na África.
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