(PORTUGUÊS – NÍVEL INTERMÉDIO) A DIVISÃO DIALETAL

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(PORTUGUÊS – NÍVEL INTERMÉDIO)
A DIVISÃO DIALETAL GALEGO-PORTUGUESA
1.Seguindo a classificação proposta por Lindley Cintra, existem três grupos principais:
– Dialectos galegos (fronteira política):
– Não têm fricativa sonora palatal [ʒ], apenas a surda [ʃ].
– Não têm fricativas sonoras [ɀ] e [z] só as respectivas surdas [ȿ] e [s].
– E há menos redução vocálica átona.
– Dialectos portugueses setentrionais (Aveiro/Coimbra/Beira):
– Desaparece oposição fonológica entre oclusiva /b/ e fricativa /v/, ficando só [b]
(realizado frequentemente como [§]).
– Manutenção da fricativas ápico-alveolares [ȿ] e [ ɀ].
– Manutenção ditongo [ow].
– Manutenção oposição fonológica entre africada [ʈʃ] e a fricativa palatal [ʃ].
– Dialectos portugueses centro-meridionais (resto):
– Oposição /b/ e /v/.
– Apenas fricativas dentais [z] e [s].
– Redução do ditongo [ow] a [o].
– Apenas [ʃ].
– Perda segundo elemento ditongo [ej]; reduz a [e]; e na região de Lisboa a [ɐj].
– Dialecto micaelense (ilha dos Açores):
– Existência de vogais palatais [ü] e [ö] em vez de [u] e [o] (também existem no
Alto Alentejo).
– Elevação do /o/ tónico a /u/ (d[u]ze)
– Também apresenta fenómenos de assimilação da vogal acentuada pela vogal
final, como a velarização (mato>m[ɔ]to
– Manutenção de vocábulos já desaparecidos no continente (“está sempre a
cramar” por “queixar-se”)
– Dialecto madeirense (ilha da Madeira):
– Velarização [a] tónico (c[ɔ]sa).
– Substituição [i] tónico por ditongo com [j] e uma vogal de pronúncia próxima do
[ɐ] (ilha como [ɐj]lha).
– Palatalização frequente do [l] quando precedido de [i] (fi[ʎ]ete).
–
2. Português de Portugal e português do Brasil ou brasileiro:
1. Portugal:
– Vogais átonas mais reduzidas: (p[ɐ]rtir, m[u]rar).
– /t/ e /d/ oclusivos antes de /i/ e de /e/ pós-tónico (tio, pede)
– /l/ final lateral velar [ɫ]
– [ɾ] final
– [s]>[ʃ] e [z]>[ʒ] quando posição final
– Sequência de duas consonantes mantem-se (captura, pneu)
Morfologia e sintaxe:
– Uso de clíticos de terceira pessoa de objecto directo: “ele tinha-o lido nos livros;
deixa-a comigo; quero conhecê-lo”.
– Colocação enclítica dos clíticos pronominais: “diga-me uma coisa”.
– Mais comum uso de construções com infinitivo, quando função progressiva ou
predicados secundários: “estava a brincar; passou uma ano a ouvir”.
– Uso verbo haver para construções que exprimem distancia temporal: “ele está em
Paris há três anos; ele licenciou-se há 2 meses”.
– Uso verbo haver com significado de existir: “há fogo naquela casa; no baile havia
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meninos”.
Uso do artigo com os possessivos.
– Uso do modo conjuntivo em construções tipo (ser) bom/natural: “E pena que ele não
tenha chegado a tempo; E bom que já dure há dois anos”.
– Uso modo indicativo em construções com verbos como supor ou imaginar:
“Imaginemos que hoje e domingo”.
Formas de tratamento:
– Uso de tu e você: “Já te disse que tu não vais; já lhe disse que você não vai”
– Uso deferente do nome próprio, o cargo, o titulo ou o grau de parentesco: “A
Antónia; o Sr. Dr.; o Sr. Director; o tio; o meu amigo quer jantar?”.
1. Brasileiro:
– Vogais átonas menos reduzidas: (p[ɐ]rtir, m[o]rar).
– /t/ e /d/ oclusivos antes de /i/ e de /e/ pós-tónico palatalizam [ʈʃ] e [dʒ].
– /l/ final passa a [w]
– <r> final pode ser: vibrante simples [r], fricativa [x], aspirada [h] ou [¿].
– [s] e [z] quando posição final
– Sequência de duas consonantes acrescenta [i] epentético: captura, pneu.
Morfologia e sintaxe:
– Desaparição clíticos de terceira pessoa de objecto directo, ou uso de construções com
pronomes ele/ela e lhe: “ele tinha lido nos livros; deixa ela comigo; quero lhe
conhecer.
– Colocação pró-clítica dos clíticos pronominais: “me diga uma coisa”.
– Mais comum uso de construções com gerúndio, quando função progressiva ou
predicados secundários:: “estava brincando; passou um ano ouvindo”.
– Uso verbos fazer ou ter para construções que exprimem distancia temporal: “ele está
em Paris faz três anos; ele se licenciou tem 2 anos”. E existência de construções que
exprimem distancia temporal tipo: “Ele casou; não levou dois anos a ter um filho”
– Uso verbo ter com significado de existir: “tem fogo naquela casa; no baile tinha
meninos”.
– Possessivos sem artigo.
– Uso do modo indicativo em construções tipo (ser) bom/natural: “Pena que ele não
chegou a tempo; Bom que já está durando há dois anos”.
– Uso modo conjuntivo em construções com verbos como supor ou imaginar:
“Imaginemos que hoje seja domingo”.
Formas de tratamento:
– Uso de você: “Já te disse que você não vai”.
– Uso de o senhor, a senhora, e o cargo ou o titulo: “O senhor; a senhora quer jantar?”.
Lexico:
– Vocábulos de origem tupi: guri (criança), capim, mingau (papa)...
– Vocábulos de origem africana: caçula (filho mais novo), moleque, senzala (habitação
de escravos)...
– Falsos amigos: apelido (alcunha vs sobrenome), banheiro (casa de banho vs salvavidas), camisola (camisa de dormir vs blusa, t-shirt)...
– Palavras diferentes com mesmo significado: pistolão vs cunha, esparadrapo vs
adesivo, concreto vs betão...
– Palavras derivadas com mesma base e diferentes sufixos e igual significado: fumante
vs fumador, prestativo vs prestável...
– Palavras com mesmo sufixos e diferentes bases com igual significado: polpudo vs
–
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carnudo, encanador vs canalizador...
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