A NECESSIDADE DE REPENSAR A METODOLOGIA NO ENSINO DE FILOSOFIA1 2 3 4 BRIXNER, Israel ; FLORES, Ana Paula Marquesini ; NAVARRO, Pedro Egidio Quinteiro ; 5 6 RIBAS, Maria Alice Coelho ; RODRIGUES, Ederson Dias . 1 Trabalho de Pesquisa do Subprojeto Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. 2 Acadêmico/Bolsista do Subprojeto Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. 3 Acadêmica/Bolsista do Subprojeto Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. 4 Acadêmico/Bolsista do Subprojeto Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. 5 Professora Coordenadora do Subprojeto da Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. 6 Acadêmico/Bolsista do Subprojeto Filosofia Pibid/Unifra, Santa Maria, RS, Brasil. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] . PALAVRAS-CHAVE: Filosofia; Ensino; Metodologia. INTRODUÇÃO O PIBID/sub-projeto Filosofia, tem-se preocupado com pesquisas acerca de uma metodologia de ensino filosófico capaz de contemplar as exigências da Filosofia. Diante das dificuldades do ensino desta disciplina, realizaram-se análises de propostas de alguns pensadores que discutem acerca da problemática do ensino de Filosofia. A partir do referencial teórico, levando em consideração a análise da realidade do ensino de Filosofia, elaborou-se textos com a finalidade de subsidiar as discussões nas reuniões entre acadêmicos/bolsistas e professores de Filosofia. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os pensadores que trabalham com o ensino de Filosofia divergem em alguns pontos quanto a questão metodológica, mas concordam de maneira geral com a importância da formulação de uma metodologia condizente com a especificidade dessa área do saber. No que tange a alguns aspectos da metodologia empregada no ensino de Filosofia, autores como GALLO (2007) colocam a Filosofia como sendo uma atividade de criação de conceitos, em que aponta quatro maneiras de o professor chamar a atenção do aluno para a sua disciplina: a sensibilização, a problematização, a investigação, e a conceituação. Nesse sentido, CERLETTI (2004) argumenta que as discussões atuais acerca da metodologia do ensino de Filosofia já deixaram de ser um problema apenas metodológico e tornaram-se problemas filosóficos e políticos. Esses problemas filosóficos devem ser discutidos, refletidos e pensados em conjunto, pois a Filosofia é um saber muito aberto, e é através do diálogo que se chegará às questões metodológicas essenciais do seu ensino. Segundo esse autor, o primeiro passo metodológico deve ser a explicitação do que ele entende por Filosofia. Isso já se constitui como uma pergunta filosófica, pois exige análise e reflexão por parte do docente, e é isso que irá nortear suas escolhas no que diz respeito ao o que ensinar e como ensinar. Sobre a metodologia do ensino de Filosofia, Navia (2004) defende que o que deve ser observado são “os grandes temas de nossa época”, e a partir disso, desenvolver uma formação educacional onde o aluno estará capacitado a fazer uma crítica da realidade que ele se encontra. Insiste na valorização da Filosofia por parte dos alunos, pois a seu ver, é a partir da conscientização que formula-se novas perspectivas, a nível político, educacional e de currículo de ensino. Desta forma, a atividade filosófica requer além do aporte teórico e histórico, criticidade e criatividade, tanto da parte do professor, quanto dos alunos. O professor deve trabalhar com seus alunos no sentido de levá-los a perceber o fazer filosófico não como uma mera repetição ou reprodução de conteúdos, mas sim, como uma investigação na qual o conhecimento sistematizado serve de base para a reformulação do pensamento, de tal modo que venha a clarear e possibilitar uma maior compreensão da realidade, bem como, elaborar novos entendimentos sobre a mesma. Feitosa (2004), propõe para o ensino de Filosofia a necessidade da interdisciplinaridade. Para ele, o professor, tanto no Ensino Superior, como no Ensino Médio, não deve se atrelar a metodologias fechadas, o que não significa dizer que não deva se servir de nenhuma metodologia. Ele entende que a o ensino da Filosofia deva ser pensado a partir de uma relação com a realidade e com os demais saberes que envolvem o ensino. Da mesma forma que Feitosa, Rocha (2008) também diz que a Filosofia não pode ser uma disciplina fechada no seu campo de saber, ela deve dialogar com outras áreas do conhecimento, promovendo assim a interdisciplinaridade. O autor salienta que todas as disciplinas do currículo do Ensino Médio devem andar juntas, de modo que nenhuma ultrapasse o saber da outra, mas se complementem. METODOLOGIA Pesquisa de cunho bibliográfico em diferentes autores que versam sobre o ensino de Filosofia e suas metodologias. A partir da leitura e análise dos textos, foram elaboradas produções acadêmicas com a finalidade de contribuir com as discussões acerca dessa temática. Além disso, foram criados espaços de interlocução entre professores e acadêmicos de Filosofia, envolvidos no Pibid/sub-projeto Filosofia com o intuito de refletir acerca de suas práticas pedagógicas e possíveis reformulações metodológicas. RESULTADOS/DISCUSSÕES Da leitura e análise dos textos, bem como da interlocução entre acadêmicos/bolsistas e professores, chegou-se aos seguintes resultados: a) não há um consenso entre os autores sobre a melhor metodologia a ser utilizada na prática pedagógica de Filosofia; b) a grande maioria dos pesquisadores apontam a necessidade de uma revisão das práticas empregadas em sala de aula; c) os autores frisam a importância da aplicabilidade de uma metodologia adequada ao ensino de Filosofia; e, d) entende-se que é preciso continuar as pesquisas a fim de compreender melhor a questão e indicar possibilidades alternativas para implementar o ensino desse componente curricular. CONSIDERAÇÕES FINAIS Visto que a Filosofia tem um papel fundamental tanto na escola quanto fora dela, faz-se necessário entender quais são as particularidades desse componente curricular, bem como, refletir sobre as melhores formas alternativas de viabilizar o seu ensino. Vários pensadores tem discutido sobre a problemática do ensino de Filosofia, porém não se tem claro ainda dentre as propostas sugeridas pelos autores, qual delas se adequaria de modo mais eficaz a prática pedagógica. Embora todos eles admitam a necessidade do emprego de metodologias condizentes com a especificidade da Filosofia, não chegam a um consenso a respeito da melhor metodologia a ser empregada. REFERÊNCIAS CERLETTI, Alejandro. Ensinar filosofia: da pergunta filosófica à proposta metodológica. In: KOHAN, Walter O. (Org). Filosofia: caminhos para o ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. FEITOSA, Charles. O ensino da filosofia como uma estratégia contra a tarefa da interdisciplinaridade. In: KOHAN, Walter O. (Org). Filosofia: caminhos para o ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. GALLO, Sílvio Donizetti de Oliveira, GOTO, Roberto Akira, RODRIGO, Lídia Maria, SILVEIRA, René José Trentin. Filosofia no ensino médio. Temas, problemas e propostas. São Paulo: Edições Loyola, 2007. NAVIA, Ricardo. Ensino médio de filosofia nas presentes condições culturais e sociais de nossos países. In: KOHAN, Walter O. (Org). Filosofia: caminhos para o ensino. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. ROCHA, R. Ensino de Filosofia e currículo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.