Sumário INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS SERES VIVOS ....................................................... 3 OS REINOS DE SERES VIVOS ....................................................................................... 4 VÍRUS: UM GRUPO SEM REINO .................................................................................... 6 REINO MONERA ................................................................................................................. 9 REINO PROTISTA.............................................................................................................14 REINO FUNGI ....................................................................................................................19 REINO PLANTAE ..............................................................................................................22 As briófitas .......................................................................................................................23 As pteridófitas .................................................................................................................24 As gimnospermas...........................................................................................................26 As angiospermas............................................................................................................27 REINO ANIMALIA ..............................................................................................................34 Animais Invertebrados ...................................................................................................34 Os poríferos.....................................................................................................................34 Os Celenterados.............................................................................................................36 Os Platelmintos...............................................................................................................38 Os Nematelmintos..........................................................................................................43 Os Anelídeos...................................................................................................................44 Moluscos..........................................................................................................................46 Os Artrópodes .................................................................................................................50 Os Equinodermos...........................................................................................................53 ANIMAIS VERTEBRADOS...............................................................................................54 1 Peixes...............................................................................................................................55 Anfibios ............................................................................................................................59 Répteis .............................................................................................................................60 Aves..................................................................................................................................62 Mamíferos........................................................................................................................64 LISTA DE EXERCÍCIOS E GABARITO .........................................................................67 SUGESTÕES DE SITES PARA CONSULTA ...............................................................85 REFÊRENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...............................................................................86 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS SERES VIVOS A diversidade de seres vivos A diversidade de seres vivos variou ao longo do tempo geológico em nosso planeta. Entender essa variação e conhecer a biodiversidade atual sempre foi um desafio para os cientistas. Diversas propostas já surgiram procurando estabelecer uma ordem na enorme diversidade de organismos, classificando-os de acordo com suas semelhanças. O ramo da Biologia que trata da descrição, da nomenclatura e da classificação dos seres vivos denomina-se taxonomia. Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido a partir de 1735, com os trabalhos do médico e professor sueco Carl von Linné (17071778), cujo nome em português é Lineu. Por meio do livro Systema Naturae ele propôs um sistema de classificação dos seres vivos que, embora artificial, é empregado até hoje, com modificações. No sistema de Lineu a unidade básica de classificação é a espécie. Espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes são agrupados em uma mesma família. Famílias são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que são agrupadas em filos ou divisões, que são agrupados em reinos. Pelo que foi descrito, pode-se concluir que: várias ESPÉCIES podem se agrupar em um mesmo GÊNERO, vários gêneros em uma mesma FAMÍLIA, várias famílias em uma mesma ORDEM, várias ordens em uma mesma CLASSE, várias classes em um mesmo FILO, vários filos em um mesmo REINO. 3 Figura 1: Exemplo das diversas categorias de classificação dos seres vivos OS REINOS DE SERES VIVOS Antigamente, os cientistas dividiam os seres vivos em dois grandes reinos: o das plantas e o dos animais. Com o avanço nos estudos dos seres vivos e em especial dos seres microscópicos, começou a ficar cada vez mais difícil manter esse sistema de classificação, pois muitos seres não se encaixam nem em um reino nem em outro. Atualmente, a maioria dos cientistas adotam um sistema de classificação estabelecido por Whittaker, em 1969, e modificado por outros pesquisadores, como Margulis e Schwartz na década de 1980: o sistema de cinco reinos. Esse sistema agrupa os seres vivos do seguinte modo: 4 Reino Monera: organismos procariontes, unicelulares, coloniais ou não, autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) ou heterótrofos.Os heterótrofos obtêm seus alimentos por absorção direta a partir do meio. Esse reino compreende as bactérias e as algas azuis (atualmente denominadas cianobactérias). Reino Protista: organismos eucariontes, unicelulares, coloniais ou multicelulares que não possuem tecidos verdadeiros. Nesse grupo existem diversos métodos nutricionais, incluindo-se a fotossíntese, a absorção e a ingestão. Esse reino compreende as algas, que são fotossintetizantes, e os protozoários, organismos heterótrofos que podem obter seus alimentos por absorção ou ingestão. Reino Fungi: organismos eucariontes, heterótrofos, geralmente multicelulares. O modo de nutrição é por absorção. Esse reino compreende os fungos. Reino Plantae: organismos eucariontes, multicelulares e fotossintetizantes com tecidos verdadeiros. São também conhecidos por Metáfitas. Esse reino compreende as plantas, desde as briófitas (por exemplo, musgos) até as plantas que produzem frutos (angiospermas). Reino Animália: organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Nutrem-se primariamente por ingestão. São também chamados de Metazoa ou metazoários. Algumas poucas formas alimentam-se por absorção. Esse reino compreende os animais, desde as esponjas até o ser humano. Todos os sistemas de classificação que existem, e este não foge à regra, não incluem os vírus, pois ainda se discute se eles são ou não são seres vivos. Embora bem aceita, essa proposta de classificação tem recebido críticas e existem outras propostas que buscam melhorar a compreensão das relações evolutivas entre os seres vivos. Este é ainda um assunto polêmico, e por simplificação adotaremos o sistema de cinco reinos como apresentado aqui. 5 VÍRUS: UM GRUPO SEM REINO Estruturas dos Vírus Os vírus são extremamente simples e diferem dos demais seres vivos pela ausência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por se reproduzirem somente quando estão dentro de uma célula hospedeira. São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios. O material genético dos vírus pode ser DNA ou RNA, nunca ocorrendo os dois tipos de ácidos nucleicos juntos. O ácido nucleico dos vírus é envolvido por uma cápsula proteica denominada capsídeo, que é composto de proteínas específicas para cada tipo de vírus. O conjunto formado pelo capsídeo e pelo ácido nucleico é denominado nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo nucleocapsídeo, enquanto outros possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo, sendo denominados vírus capsulados ou envelopados. O envelope consiste principalmente das duas camadas de fosfolipídios, derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira, e de moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nessa bicamada. Figura 2: Estrutura dos vírus 6 Reprodução dos vírus Para tratar do ciclo biológico dos vírus, utilizaremos como exemplo os bacteriófagos ou fagos, tipo de vírus conhecido como parasitas de certas bactérias. Nos seres vivos, o DNA produz as moléculas de RNA, associadas à síntese de proteínas. Porém nos vírus portadores de RNA, como é o caso do vírus da AIDS, pode ocorrer o contrário. O RNA do vírus comanda a síntese de DNA, daí a denominação de retrovírus a esses tipos de vírus. Uma vez formado, o DNA passa a comandar a síntese de novas moléculas de RNA, que irão constituir o material genético dos novos retrovírus. Quando um fago entra em contato com uma bactéria hospedeira, acopla-se a ela através da cauda e perfura sua membrana celular. Então, o ácido nucleico viral é injetado no interior da bactéria, passando a interferir em seu metabolismo e a comandar a síntese de novos ácidos nucleicos virais, á custa da energia e dos componentes químicos da célula hospedeira. Paralelamente. O ácido nucleico viral comanda a síntese de proteínas, que organizarão novas cápsulas. Assim, formam-se novos vírus, por um processo de reprodução por montagem; esses vírus, então, promovem a ruptura (lise) da membrana bacteriana e são liberados, podendo infectar outra célula e recomeçar um novo ciclo. Resumo do ciclo reprodutivo dos vírus: 1) Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em seguida a penetração através da membrana celular. 2) Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença ou atividade. 3) Multiplicação: ocorre a replicação do ácido nucléico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os ácidos nucléicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo novas partículas de vírus. 4) Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias. 7 Doenças causadas por vírus Muitos vírus são transmitidos por gotículas de saliva. Quando uma pessoa contaminada espirra, tosse ou até mesmo fala, pode passar a doença para quem está perto dela. Algumas doenças transmitidas dessa forma são o sarampo, a catapora, a rubéola, a caxumba, o resfriado e a gripe, que tem sintomas mais fortes que os do resfriado. A poliomielite pode ser transmitida não só por gotículas de saliva e outras secreções, mas também por água e alimentos contaminados. A rotavirose, causada pelo rotavírus, provoca diarreia forte, febre, dores abdominais e vômitos. Esse vírus passa pela água, por alimentos e objetos contaminados por fezes de pessoas contaminadas. A prevenção consiste em medidas de higiene e saneamento básico. Existe uma vacina para essa virose, incluída no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Há vírus que podem ser transmitidos pelo contato com a área afetada, como o do herpes. Em geral, a pessoa que tem esse vírus apresenta pequenas vesículas nos lábios ou na região genital, que pode se transformar em feridas. Outras viroses são transmitidas pela picada de mosquitos. A febre amarela e a dengue, por exemplo, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. LEITURA COMPLEMENTAR Vírus como aliados O controle biológico é uma técnica de combate à espécies nocivas aos interesses humanos por meio do uso de seus inimigos naturais, como predadores ou parasitas. As espécies utilizadas como aliadas de nossos interesses são denominadas controladores biológicos Elas devem manter as populações de espécies indesejáveis em níveis tais que os prejuízos causados sejam desprezíveis ou pelo menos toleráveis. O controle biológico mostra-se vantajoso em comparação ao controle químico (que utiliza inseticidas, por exemplo), já que não polui o ambiente e não causa desequilíbrios ecológicos, desde que bem planejado e executado. 8 O vírus Baculovírus anticarsia é um controlador biológico. Ele é utilizado com sucesso no combate à lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis, inseto que pode causar grandes danos à cultura de soja, devorando as folhas dessa planta. A Embrapa Soja foi a primeira instituição de pesquisa do Brasil a utilizar este vírus no controle à lagarta da soja, sem risco ao homem e ao ambiente. Utilizado em 1 milhão de hectares de soja no Brasil, o Baculovírus elimina a aplicação de cerca de 1,2 milhão de litros de inseticidas nas lavouras brasileiras. A Embrapa Soja desenvolveu a tecnologia de formulação do produto em pó, o que tem facilitado a aplicação. O Baculovírus já é produzido por empresas privadas e tem rigoroso controle de qualidade realizado pela Embrapa Soja. Outra vantagem desse controle biológico é que ele pode ser produzido pelo próprio agricultor. A formulação caseira do Baculovírus é feita através da maceração de lagartas mortas pelo Baculovírus, que podem ser coletadas em lavouras de soja onde esse controle biológico foi aplicado. Disponível em: http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/1997/setembro/bn.2004-11-25.9592314226/ acessado em setembro de 2013 REINO MONERA O Reino Monera compreende as bactérias e as cianobactérias, que são seres unicelulares e procariontes. Esses organismos podem viver como células isoladas, microscópicas ou formar colônias visíveis a olho nu, compostas de muitos indivíduos. A célula bacteriana contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que constitui o único cromossomo bacteriano. A região ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleoide. Externamente à membrana plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de composição química específica de bactérias). É comum existirem plasmídios - moléculas de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo hialoplasma. Plasmídios costumam conter genes para resistência à antibióticos. As bactérias são muitas vezes lembradas como formas nocivas aos demais seres vivos, pois podem causar doenças como tuberculose, tétano, cólera, leptospirose, meningite, hanseníase. Entretanto, apenas poucas espécies causam doenças nos seres humanos e em outros organismos. As bactérias são lembradas também por estragarem alimentos, decompondo-os e deixando-os impróprios ao consumo. Isso realmente ocorre, mas os procariontes são fundamentais para a manutenção da vida em nosso planeta: 9 algumas espécies atuam como decompositores, degradando organismos mortos e com isso contribuindo para a reciclagem da matéria orgânica do planeta; outras espécies são fotossintetizantes, como é o caso das cianobactérias, participando como produtoras nas cadeias alimentares e contribuindo com a liberação do oxigênio no ambiente; certas espécies vivem em associação com outros organismos, trazendo-lhes benefícios, como é o caso das bactérias que ocorrem na nossa flora intestinal e que produzem vitamina K; algumas espécies são usadas na indústria de alimentos para a produção de iogurtes, queijos e outros produtos. As cianobactérias são semelhantes estruturalmente às bactérias, são encontradas na água doce, na água salgada e em solos úmidos, bem como recobrindo superfícies rochosas e troncos de árvores. As cianobactérias não têm plastos, mas possuem pigmentos fotossintetizantes, como clorofila e ficocianinas, dissolvidos no hialoplasma. Figura 3:Esquema da estrutura de uma cianobactéria ( A) e de uma bactéria (B) Morfologia Das Bactérias A quase totalidade das bactérias é visível somente ao microscópio eletrônico, geralmente com magnitude igual ou superior a mil vezes. Podem ter, basicamente, uma das seguintes formas: esférica: são os cocos; cilíndrica: são os bacilos; 10 espiraladas ou helicoidais: são os vibriões (em forma de vírgula), os espirilos (espiral longa e espessa) e as espiroquetas (espiral longa e fina) Figura 4: Morfologia das bactérias Reprodução em Bactérias As bactérias possuem alto poder de reprodução assexuada por bipartição. Por esse processo, em algumas horas, sob condições ambientais adequadas, uma única célula pode dar origem a milhares de descendentes geneticamente idênticos entre si, formando clones. Figura 5: Reprodução Assexuada Por Bipartição Alterações genéticas nas bactérias ocorrem por mutação e, em alguns casos, por transmissão de material genético de uma bactéria para a outra. Essa transmissão de material genético pode ser feita por três mecanismos distintos: conjugação, transformação e transdução. 11 Conjugação: bactérias geneticamente diferentes se unem por meio de pontes citoplasmáticas. Uma delas, a bactéria doadora, injeta parte de seu material genético na outra, a bactéria receptora. Então as bactérias se separam e na bactéria receptora ocorrem recombinações gênicas. Em seguida essa bactéria se reproduz assexuadamente, originando novas bactérias com material genético recombinado. Figura 6: reprodução por conjugação Transformação: a transformação ocorre com algumas bactérias que conseguem absorver fragmentos de DNA que se encontram dispersos no meio. Esses fragmentos são incorporados ao material genético das bactérias transformando-as. Figura 7: reprodução por transformação 12 Transdução: moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bacteriófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma. Figura 8: reprodução por transdução LEITURA COMPLEMENTAR Plástico biodegradável Plásticos biodegradáveis são decompostos por microrganismos quando descartados no solo, em aterros. A diferença dos plásticos de origem do petróleo está no tempo de degradação. O tempo para degradar vai depender do que foi adicionado à resina considerada biodegradável, mas a ordem de grandeza é de meses (6 a12 meses) contra 40 a 50 anos, ou até 200 anos no caso do PET. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado ao governo do Estado de São Paulo, identificou uma nova bactéria, a Burkholderia sacchari, isolada em solo de plantação de cana, que produz um tipo de plástico, ela alimenta-se diretamente de açúcar, transformando o excedente do seu metabolismo em um plástico biodegradável chamado PHB (polihidroxibutirato). Sua vantagem é levar de um a dez anos para se degradar no ambiente, enquanto o plástico de origem petroquímica pode levar centenas de anos para de degradar. "Agora estamos trabalhando para aumentar a produtividade da bactéria", diz a pesquisadora Luiziana Ferreira da Silva, do IPT, que coordena as atividades microbianas do projeto. "Há nichos importantes que poderão usar o produto a curto prazo, como a área da medicina, por exemplo". Cápsulas que liberam remédio lentamente na corrente saguínea, próteses ósseas e fios de sutura que podem ser absorvidos 13 pelo organismo serão fabricados em plástico, num futuro bem próximo, desse novo organismo, que substitui o plástico derivado de petróleo em suas diversas aplicações, como sacos de lixos, embalagens de alimentos, cosméticos, produtos de limpeza e outros vilões da poluição ambiental. Disponível em : www.comciencia.br/reportagens/biodiversidade/bio15.htm acessado em setembro de 2013 REINO PROTISTA Os protistas são organismos unicelulares e eucariontes. Como eucariontes são portadores de núcleo individualizado e delimitado por carioteca e de organelas citoplasmáticas bem definidas - características essas que permitem distingui-los dos moneras. O reino protista é constituído por protozoários e certas algas unicelulares. Protozoários Os protozoários são eucariontes unicelulares desprovidos de clorofila, que vivem isolados ou formando colônias, nos mais variados tipos de hábitat. Podem ser aeróbicos ou anaeróbicos e existir vida livre ou associar-se a outros organismos. A classificação dos protozoários De acordo com o tipo e a presença ou não de organelas locomotoras, os protozoários classificam-se em: *Rizópodes ou sarcodíneos: as amebas são os principais representantes dos rizópodes. A maioria dos rizópodes é de vida livre, podem ser marinhos ou dulcícolas (de água doce). A emissão de pseudópodes permite a locomoção e a captura de alimento por parte das amebas. Ao detectarem a presença de um alimento qualquer, como algas ou protozoários menores, as amebas deslocam-se até ele englobando-o com seus pseudópodes. Nas amebas dulcícolas, além das organelas comuns de uma célula eucarionte, constata-se a presença do vacúolo pulsátil ou contrátil. Esse vacúolo recolhe o excesso de água que penetrou na célula e, com movimentos de pulsação, elimina essa água para o meio externo. 14 Figura 9: exemplo de protozoário sarcodíneo *Ciliados: são protozoários portadores de cílios que se prestam à locomoção e captura de alimentos. Abundantes em água salgada e doce, exibem vida livre ou associada a outros seres. Figura 10: exemplo de protozoário ciliado * Esporozoários: são protozoários parasitas desprovidos de organelas de locomoção. Figura 11: exemplo de protozoário esporozoário 15 * Flagelados: são protozoários portadores de flagelos que se prestam à locomoção, os flagelados ou mastigóforos podem ser encontrados isolados ou formando colônias, em água doce ou salgada e na terra. Figura 12: exemplo de protozoário flagelado A reprodução dos protozoários Os protozoários reproduzem-se principalmente de forma assexuada. A reprodução assexuada por cissiparidade é a mais comum entre os protozoários sarcodíneos. Também pode ocorrer a reprodução sexuada. Os paramécios (exemplo de ciliado) se reproduzem tanto sexuadamente como assexuadamente. Algas protistas Encontradas em vários ambientes, como lagos, rios, solos úmidos e principalmente oceanos, as algas protistas são unicelulares e eucariontes. Nos ecossistemas aquáticos elas são os principais organismos fotossintetizantes e constituem a base nutritiva que garante a manutenção de praticamente todas as cadeias alimentares desses ambientes. Fazem parte do fitoplâncton conjunto dos seres aquáticos flutuantes) e são responsáveis por grande parte do gás oxigênios liberado diariamente na biosfera. As algas protistas compreendem grupos como as euglenófitas, as crisófitas e as pirrófitas. A maioria das euglenófitas vive em água doce. As crisófitas são representadas principalmente pelas diatomáceas, algas unicelulares portadoras de uma carapaça silicosa. Restos da parede celular dessa algas podem se depositar no fundo dos mares e, com o tempo, formar um material denominado terra de diatomácea ou diatomito, que é explorado comercialmente. Esse material pode ter várias aplicações: como isolante térmico, como abrasivo fino que permite o polimento de materiais diversos (a prata, por exemplo), na confecção de cosméticos, na fabricação de filtros e de tijolos para a construção de casas. 16 As pirrófitas são esverdeadas ou pardacentas. Em certas circunstâncias, as pirrófitas podem proliferar intensamente e provocar o fenômeno denominado maré vermelha. Nesse caso a liberação de toxinas por essas algas é significativa e afeta o desenvolvimento da fauna vizinha. Figura 13: exemplos de algas protistas 17 Protozoários e a saúde humana Várias doenças humanas são causadas por protozoários. O quadro abaixo traz um resumo de algumas dessas doenças com seus respectivos modos de transmissão. 18 REINO FUNGI Os fungos são organismos eucariontes unicelulares (como as leveduras) ou multicelulares (como os cogumelos). Esses organismos são heterótrofos, ou seja, não são capazes de sintetizar seu próprio alimento, necessitando obtê-lo do meio. Eles digerem e absorvem a matéria orgânica disponível no meio em que vivem. Os fungos podem ser encontrados em quase todos os ambientes. As condições ideais para seu desenvolvimento, porém, são ambientes úmidos, pouco iluminados e em que haja grande disponibilidade de matéria orgânica morta (animal e vegetal). Dessa forma são comuns no solo, em troncos de árvores, sobre fezes de animais, em frutas e em alimento mal acondicionados, entre outras situações. Estrutura básica dos fungos O corpo dos fungos multicelulares é constituído por hifas, que são filamentos delgados que formam o micélio, o qual, por sua vez, pode ser de dois tipos: vegetativo ou reprodutor. O micélio vegetativo é responsável por absorver os nutrientes do ambiente, sendo formado por hifas que se desenvolvem no interior do substrato. O do tipo reprodutor é responsável pela formação de células reprodutivas, as quais são chamadas de esporos. Os esporos apresentam um envoltório resistente e dão origem a novos indivíduos. Portanto, as hifas que constituem o micélio reprodutor ficam fora do substrato, permitindo a dispersão dos esporos aos lugares mais distantes. Em várias espécies de fungo, as hifas que compões o micélio reprodutivo estão organizadas em estruturas especiais denominadas corpo de frutificação (ou corpo frutífero). Os fungos obtêm energia para todas as suas funções vitais por meio da fermentação, que é um processo de obtenção de energia que não utiliza o oxigênio. Nessa transformação de matéria orgânica em substâncias simples há liberação de energia e formação de compostos secundários, como gás carbônico (usado na fabricação de pães) ou álcool (utilizado na produção de bebidas alcoólicas). Figura 14: Estrutura básica de um fungo 19 Classificação dos fungos A classificação dos fungos baseia-se principalmente nos tipos de esporos formados durante os ciclos de vida desses organismos. Os fungos que formam zoósporos são chamados mastigocetos (mastix = flagelo) e estão adaptados a viver em ambiente aquático, como oceanos, rios e lagos. São classificados como Chytridiomycota (quitridiomicetos ou quitrídios). Muitos ocorrem em solos úmidos, onde os zoósporos podem nadar na água acumulada. Os fungos que não formam zoósporos são chamados amastigomicetos. Eles são encontrados principalmente em ambiente terrestre e classificados com base no tipo de esporo sexuado que produzem: Zygomicota (zigomicetos): formam zigósporos. Exemplo: bolor preto do pão. Ascomycota (ascomicetos): formam ascósporos. Os ascomicetos reúnem o maior número de espécies de fungo. Exemplo: leveduras. Basidiomycota (basidiomicota): formam basidiósporos. Exemplos: cogumelos e orelhas-de-pau.. Além desses, existem fungos que às vezes são considerados em outro grupo: o Deuteromycota (deuteromicetos). Eles são também denominados fungos imperfeitos, pois reúnem todas as espécies que aparentemente não possuem fase sexuada no ciclo de vida. Acredita-se, no entanto, que a maior parte dos deuteromicetos corresponda à fase assexuada de ascomicetos ou, mais raramente, de basidiomicetos. assim, os deuteromicetos formam um grupo sem valor taxonômico. Figura 15: Relação filogenética entre os grupos de fungos 20 Reprodução dos fungos Entre os fungos unicelulares, é comum a produção de descendentes a partir de um broto que cresce e se destaca da célula mãe. Esse tipo de reprodução assexuada é chamado de brotamento. Porém, a principal forma de reprodução dos fungos é pela formação de esporos, que se acumulam na ponta das hifas. Elas são células resistentes à falta de alimento e umidade, suportando também grandes variações de temperatura. quando caem em um local favorável, cada esporo pode dar origem a um novo fungo. Se um fungo produz esporos diretamente, estão o processo é assexuado e os descendentes serão idênticos ao fungo do qual se originaram . Entretanto, se os esporos são produzidos como resultado da troca de material genético entre dois micélios diferentes, o processo é sexuado e os fungos originados por esse esporos apresentarão diferenças entre si. A importância dos fungos Esses organismos atuam de maneira incisiva no ambiente, tendo importância na ecologia, na economia e na saúde. Importância ecológica Os fungos têm enorme importância ecológica, pois são essenciais para a reciclagem de nutrientes nos ecossistemas. Assim como as bactérias são decompositoras, eles também são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica presente no ambiente. Importância econômica Os fungos são muito utilizados como fonte de alimento, tendo grande importância na indústria alimentícia. O champignon, o shimeji e o shiitake são exemplos de fungos comestíveis. Algumas espécies de fungos são utilizadas na fabricação de alimentos, como a Saccharomyces cerevisiae, empregada na produção de pães e de bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho. Essa levedura obtém energia por meio do processo de fermentação alcoólica. Os fungos, porém, podem causar prejuízos econômicos. Em virtude de sua ação decompositora, promovem a degradação de alimentos e de outros itens de valor econômico, como madeiras. Além disso, algumas espécies são parasitas de plantas comprometendo a qualidade das plantações. Importância na saúde humana Algumas espécies de fungos parasitam os seres humanos, como a micose. O fungo da espécie Histoplasma capsulatum provoca uma doença que afeta os pulmões, chamada histoplasmose. O contágio ocorre quando há inalação dos esporos presentes em solos contaminados. 21 Há espécies que produzem substâncias tóxicas, as quais podem ter efeito alucinógeno ou cancerígeno. Outras espécies de fungos produzem substâncias benéficas aos seres humanos, como a Penicillium notatum, utilizada como matéria-prima para a produção de penicilina. REINO PLANTAE As plantas são seres multicelulares, eucariontes e autótrofos. Na cadeia alimentar ocupam o primeiro nível trófico, ou seja, são organismos produtores. Desde as regiões polares até as desérticas, é possível encontrar exemplares do grupo. as plantas apresentam grande diversidade de formas, cores e tamanhos. Essa variedade reflete as adaptações desses organismos às diferentes condições dos componentes abióticos (como solo, temperatura, luminosidade e umidade) e bióticos. Origem e evolução das plantas Estudos indicam que as plantas tiveram origem aquática, a partir de um grupo ancestral de algas verdes. As plantas compartilham com as algas verdes características exclusivas, como células com parede celular composta, principalmente, de celulose. Algumas características são exclusivas são exclusivas das plantas, diferenciando-as, assim, das algas verdes. Nas plantas, por exemplo, há presença de uma camada de células que envolve as estruturas formadoras de gametas. As estruturas formadoras de gametas são os gametângios. O masculino é o anterídio, e o feminino, o arquegônio. Algumas características que surgiram nas plantas permitiram que elas saíssem do ambiente estritamente aquático e conquistassem o meio terrestre. As principais mudanças adaptativas estão relacionadas com o ciclo de vida e com a reprodução sexuada. Figura 16: Representação evolutiva dos grupos de plantas 22 Classificação, Morfologia, Fisiologia E Reprodução Das Plantas As plantas podem ser divididas em dois grupos, de acordo com as evidências de suas estruturas. As que apresentam estruturas reprodutoras pouco evidentes, como as de musgos, avencas e samambaias, são denominadas criptógamas. As que possuem estruturas reprodutoras evidentes, como as de pinheiros, palmeiras e mangueiras, são denominadas fanerógamas. As criptógamas podem ser divididas em dois grupos: Briófitas e Pteridófitas. As briófitas As briófitas são plantas de pequeno porte, podendo chegar até 20 cm de altura. São representadas pelos musgos, pelas hepáticas e pelos antóceros. Embora apresentem uma fina camada de cutícula com cera revestindo as células da epiderme, a qual contribui para a redução de perda de água, essas plantas ainda dependem de água para o seu desenvolvimento e a sua reprodução. Logo, as briófitas vivem em locais úmidos. Por não apresentarem tecidos que conduzem seiva, o tamanho dessas plantas é limitado. O corpo das briófitas são formados por três partes: rizoide, cauloide e filoide, que têm as mesmas funções da raiz, do caule e da folha, respectivamente. Os rizóides absorvem água e outras substâncias; os cauloides dão sustentação à planta; e os filoides, entre outras funções sintetizam o alimento. Figura 17: Representação de um musgo com o esporófito Em épocas de reprodução, duas estruturas são formadas temporariamente, uma é denominada esporófito e a outra denomina-se cápsula que se abre e libera esporos no meio, que podem germinar e dar origem a um indivíduo masculino ou feminino. 23 Esses indivíduos produzem gametas, que são a oosfera (feminino) e o anterozoide (masculino). As oosferas são células imóveis, e os anterozoides são células flageladas com capacidade de se locomover pelo batimento do flagelo. Para que a fecundação ocorra, faz-se necessária a presença de água, pois é nela que o anterozoide se desloca em direção à oosfera. Após a fecundação, o zigoto se desenvolve e o ciclo é reiniciado. Figura18: Representação do ciclo reprodutivo de uma briófita As pteridófitas As pteridófitas são plantas que podem variar de poucos centímetros a alguns metros de altura. Os principais representantes do grupo são as samambaias, as avencas, a cavalinha, o licopódio e a selaginela. É no grupo das pteridófitas que surge um tipo de vaso condutor, denominado xilema, que permite a distribuição de seiva bruta (água e sais minerais) com maior eficiência. Essa estrutura também participa da sustentação do corpo da planta. Por terem xilema, as pteridófitas apresentam dimensões maiores quando comparadas às briófitas, pois esses vasos permitem o transporte mais eficiente de substâncias. Nas briófitas, esse fluxo é feito célula a célula. As pteridófitas também precisam de água em seu processo de reprodução. Essa substância, presente no interior da estrutura de reprodução feminina, permite o encontro dos gametas feminino e masculino. Como as briófitas, as pteridófitas possuem uma cutícula impermeável, que possibilita sua sobrevivência no ambiente terrestre. 24 As pteridófitas são o primeiro grupo a apresentar folhas, caule e raízes "verdadeiras". Nessas estruturas estão os vasos condutores de seiva. As folhas são responsáveis, entre outras funções, por promover a síntese de nutrientes; o caule permite a sustentação da planta; e as raízes absorvem água e outras substâncias. O caule das pteridófitas, conhecido por rizoma, geralmente fica abaixo do substrato e na posição horizontal. No entanto, algumas espécies apresentam caule vertical e localizado acima do substrato. A reprodução nas pteridófitas ocorre quando na face inferior das suas folhas formam-se estruturas chamadas soros, local onde são produzidos os esporos das pteridófitas. Quando maduros, os esporos são lançados no ambiente, podendo germinar um novo indivíduos no substrato. Horizontalmente, rente ao substrato, começa a crescer um prótalo, que pode apresentar estruturas masculinas e femininas. Com os gametas já produzidos, é necessária a presença de água para que os anterozoides se desloquem até a oosfera. Após a fecundação, o embrião é formado, reiniciando-se o ciclo reprodutivo. Figura 19: representação do ciclo reprodutivo de uma pteridófita As fanerógamas também são divididas em dois grupos: as Gimnospermas e as Angiospermas. 25 As gimnospermas Essas plantas, de médio e grande porte, ocorrem em diversas regiões da Terra, sendo mais comuns em regiões temperadas, tanto do hemisfério Norte quanto do Sul. São representantes de gimnospermas os pinheiros, as sequoias, as araucárias, as cicas e a Ginkgo biloba. No Brasil, as gimnospermas são mais encontradas nos estados da Região Sul. É no grupo das gimnospermas que surge a semente, estrutura que abriga o embrião e o protege, principalmente, contra choques mecânicos e perda excessiva de água. Essa adaptação aumenta a chance de sobrevivência do embrião. Outra característica das gimnospermas é o tubo polínico, estrutura que, durante a reprodução, permite a condução do gameta masculino ao feminino e, desse modo a ocorrência da fecundação. O corpo de uma gimnosperma possui, raiz, caule e folha. É pelas raízes que ocorre a absorção de água e outras substâncias. Além disso, elas dão suporte à planta. Nesse grupo de plantas, surge uma estrutura chamada estróbilo, na qual estão reunidas estruturas reprodutoras. Os estróbilos são femininos ou masculinos, que podem ou não ser encontrados no mesmo indivíduo, dependendo da espécie. A partir do grupo das gimnospermas, os esporos masculinos são chamados de grãos de pólen, estruturas muito resistentes. Nas gimnospermas, os grãos de pólen apresentam pequenos sacos aéreos que permitem que eles sejam carregados pelo vento até os estróbilos femininos. A partir desse grupo, a reprodução não depende mais de água. Por ação do vento, grãos de pólen podem chegar à região reprodutora feminina. então, uma estrutura começa a se formar a partir de cada grão: o tubo polínico. Ele se encaminha até onde estão os gametas femininos, conduzindo gametas masculinos e permitindo a fecundação. Pode ocorrer a fecundação de mais de uma oosfera, mas apenas um zigoto se desenvolve. Com a fecundação, o óvulo modifica-se e forma-se a semente, que é envolta por uma resistente camada externa chamada tegumento. Na parte interna, há o embrião e o endosperma, que é a reserva de alimento que nutre esse embrião. Depois de se soltar do estróbilo feminino, e em condições favoráveis, a semente germina e o embrião se desenvolve em um novo indivíduo, reiniciando o ciclo. 26 Figura 20: representação do ciclo reprodutivo de um gimnosperma As angiospermas O grupo das angiospermas é o de maior diversidade entre as plantas. São representantes dele a grama, a cana-de-açúcar, a palmeira, a laranjeira e o eucalipto. Estima-se que 70% das plantas pertençam a esse grupo. No grupo das angiospermas aparecem duas estruturas importantes relacionadas à reprodução: as flores e os frutos. É nas flores que todas as estruturas reprodutivas do indivíduo estão reunidas. Os frutos são estruturas que envolvem a semente, dando a ela maior proteção. Eles também facilitam a dispersão da semente, ou seja, aumentam as chances de que ela germine a distâncias maiores da planta em que foi gerada. A estrutura geral de uma angiosperma é bem parecida com a de uma gimnosperma: essas plantas possuem raiz, caule e folhas. A raiz A função das raízes das angiospermas também é fixar a planta no substrato e absorver dele água e outras substâncias. Há dois tipos principais de sistema radicular: axial ou pivotante e fasciculado. No sistema axial há uma raiz principal, da qual partem outras raízes menores. Esse tipo ocorre em mangueiras, laranjeiras, castanheiras, cajueiros e ipês, por exemplo. No sistema fasciculado não há raiz principal. Numerosas raízes, também chamadas adventícias, partem da base do caule. Milho, grama, orquídeas e palmeiras são exemplos de plantas que apresentam esse tipo de rais. 27 O caule Os caules têm como funções básicas dar suporte à planta e transportar a seiva. Eles podem ser classificados como tronco, estipe, colmo ou haste. O tronco é ereto, pouco flexível e apresenta ramificações. A estipe também é um caule ereto, retilíneo, mas sem ramificações. Apresenta folhas que partem do ápice da planta. Colmos são caules eretos e retilíneos, sem ramificações e que apresentam folhas ao longo do caule. As hastes são caules pequenos, flexíveis, geralmente verdes e com ramificações. Figura 21: representação dos tipos de caules 28 A folha A folha das angiospermas é composta de limbo, pecíolo, bainha. Porém, nem todas essas partes podem estar presentes em uma mesma folha. No limbo, a porção mais larga da folha, ocorre a maior parte da fotossíntese. Quando ele é dividido, define-se a folha como composta, sendo as partes menores chamadas de folíolos. Figura 22: representação das partes da folha de uma angiosperma Nas angiospermas, as estruturas reprodutivas estão reunidas em flores, as quais são formadas quando o esporófito está maduro sexualmente. As flores podem ser masculinas, femininas ou apresentarem estruturas reprodutivas dos dois sexos. As sépalas e as pétalas são folhas modificadas. As sépalas, que em geral são verdes, formam o cálice, local onde a flor fica apoiada. As pétalas têm a função de proteger as estruturas reprodutivas quando a flor ainda está se desenvolvendo, período em que ela é conhecida como botão. E, quando a flor já está aberta, as pétalas têm a função de atrair polinizadores. O conjunto de pétalas chama-se corola. Em alguns casos, as sépalas podem estar fundidas às pétalas, e a estrutura, nesse caso, é chamada de tépala. O estame é a estrutura reprodutiva masculina. O conjunto de estames é denominado androceu. A estrutura de um estame é formada por um filete, que é um pedúnculo delgado, e por uma antera, que fica na extremidade do filete. Na antera são produzidos os grãos de pólen. No grupo das angiospermas, os grãos de pólen 29 chegam até as estruturas reprodutivas femininas por um fenômeno chamado polinização. O pistilo é a estrutura reprodutiva feminina. Um ou mais pistilos é denominado gineceu. O pistilo é formado pelo estilete, que é um tubo alongado, pelo estigma, onde se depositam os grãos de pólen, e pelo ovário, no interior e do qual estão os óvulos. Figura 23: representação de uma flor completa Para acontecer a fecundação, o grão de pólen chega ao estigma, formando o tubo polínico, que carrega os gametas masculinos para o interior do ovário. Após a fecundação, a partir da transformação do óvulo, é formada a semente, que contém o embrião e o endosperma. O ovário também sofre transformação e dá origem ao fruto. Quando o fruto amadurece, as sementes estão prontas para germinar, originando o esporófito e reiniciando o ciclo. O fruto é o ovário modificado. Suas paredes se desenvolvem, tornando-se mais espessas. Com a formação da semente e o amadurecimento do fruto, todas as estruturas da flor secam e caem. Assim, somente o fruto permanecerá, com a semente em seu interior. Além de promover mais proteção à semente, o fruto também permite o fenômeno da dispersão. As angiospermas são divididas em dois grandes grupos: monocotiledôneas, como o milho, e dicotiledôneas, como o feijão. A característica que dá nome a esses grupos é o número de cotilédones presentes na semente: as monocotiledôneas possuem um cotilédone na semente, e as dicotiledôneas possuem dois cotilédones na semente. 30 Além do número de cotilédones, há outras características que permitem distinguir as monocotiledôneas das dicotiledôneas. é o que mostra o quadro seguinte: 31 Figura 24:representação do ciclo reprodutivo de uma angiosperma LEITURA COMPLEMENTAR Casca de eucalipto é viável para produção de etanol A viabilidade da produção de etanol a partir das cascas de eucaliptos descartadas pelas fábricas de celulose e papel é comprovada em pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Os experimentos realizados pelo químico Juliano Bragatto demonstram que uma tonelada de resíduo gera 200 quilos de açúcares, que permitirão produzir 100 litros de etanol. O número pode dobrar com o aproveitamento do açúcar existente na estrutura das cascas. O químico conta que a indústria de papel e celulose gera um resíduo de cascas de eucalipto que em geral não é aproveitado. “Em alguns casos, é feita a queima para produção de energia, mas a grande quantidade de cinza gerada torna o processo bastante insatisfatório”, diz Bragatto. “Para evitar a formação de 32 um passivo ambiental, foi avaliada a composição química das cascas para saber o potencial de transformação em bioetanol”. A casca do eucalipto possui açúcares solúveis que podem ser prontamente postos em contato com as leveduras que produzem o etanol por meio de fermentação. “Entre eles, se encontram a glicose, a frutose e a sacarose”, afirma o químico. A casca fresca, obtida logo após o corte da madeira, possui 20% de açúcares solúveis. “Este número cai pela metade em um período de dois a três dias, pois ocorre a degradação dos açúcares na casca, por isso o ideal seria aproveitar o resíduo imediatamente após ser produzido.” Rendimento Uma tonelada de resíduos pode gerar 200 quilos de açúcares, volume suficiente para produzir 100 litros de etanol. “Somando-se o açúcar que pode ser obtido da quebra da celulose, estima-se uma produção adicional de 94 litros, dobrando o rendimento de etanol”, destaca Bragatto. “Havia a possibilidade de alguns compostos químicos presentes na casca do eucalipto inibirem a fermentação, prejudicando a produção de álcool, o que não aconteceu.” O rendimento do processo de produção do etanol a partir dos resíduos de eucaliptos é semelhante ao do álcool de cana-de-açúcar. “As cascas são submetidas a uma lavagem com água a 80 graus, onde se obtém uma infusão que é posta em contato com as leveduras”, explica o químico. “Também é possível moer a casca e a realizar a fermentação com o caldo obtido, da mesm o modo que a cana.” As pesquisas deverão prosseguir com a utilização de um maior número de variedades de eucalipto, para verificar com exatidão a composição química das cascas e a quantidade de açúcar disponível. “Este conhecimento é um passo importante para consolidar o conceito de florestas energéticas”, destaca Bragatto. “Uma vez obtido o açúcar, ele pode ter outras aplicações, como servir de matériaprima na produção de bioplásticos e biopolímeros.” Os resultados do estudo fazem parte da tese de doutorado de Juliano Bragatto, orientada pelo professor Carlos Alberto Labate, da ESALQ. As conclusões também deverão ser publicadas em um artigo científico, em publicação internacional a ser definida. O trabalho teve o apoio de uma indústria de papel e celulose, que forneceu os resíduos de eucalipto. Disponível em: http://www.usp.br/agen/?p=45716 acesso em setembro de 2013 33 REINO ANIMALIA O Reino Animalia é definido segundo características comuns a todos os animais: são organismos eucariontes, multicelulares, heterótrofos, e que, primitivamente, obtêm seus alimentos do meio onde vivem, por ingestão. Mesmo dentro de critérios assim tão amplos, podemos encontrar exceções entre os animais, em função de fatores diversos, como a adaptação de organismos a modos de vida especiais. Falamos, nesses casos, em condições secundárias. A diversidade do Reino Animal é muito grande quando comparada com a de outros reinos de seres vivos. O ramo da Biologia que estuda os animais é a Zoologia. Informalmente, os animais podem ser divididos em dois grandes grupos: o dos invertebrados, que não possuem vértebras, e o dos vertebrados, que as possuem. Animais Invertebrados Com as mais diversas formas e tamanhos, os invertebrados desempenham diversas funções em cadeias alimentares, contribuindo com a dinâmica populacional de toda a teia alimentar. Os filos dos poríferos, cnidários, platelmintos, nematelmintos, anelídeos, moluscos, artrópodes e equinodermos são os representantes desse grupo. Assim, de parasitas a fontes de alimentos, esses seres fazem parte de nossa vida e dia a dia. Dentre esses oito, os artrópodes merecem destaque especial, por constituírem o grupo mais diversificado e com mais representantes – contribuindo para que os invertebrados dominem cerca de 99% do Reino Animalia. Os poríferos Também conhecidos como esponjas, os poríferos (do latim porus: poro; fero: portador) são animais que não apresentam tecidos definidos e são destituídos de órgãos e sistemas. Seres aquáticos, predominantemente marinhos, quando adultos os poríferos vivem fixos a substratos rochosos ou a outras estruturas submersas, como conchas, onde podem formar colônias de coloração variável. Podem ser encontrados tanto nas partes mais rasas das praias como em grandes profundidades. 34 A estrutura e a organização dos poríferos Apresentam uma parede corpórea dotada de inúmeros poros, por onde a água penetra até alcançar uma cavidade central denominada átrio ou espongiocele. Após a filtração, a água é expelida para o meio externo através de um poro chamado ósculo. Internamente, a parede do corpo é revestida por coanócitos, que são células flageladas, características dos poríferos, e dotadas de um "colarinho" (expansão da membrana). Os coanócitos promovem a filtração da água, capturando microrganismos e partículas alimentares nela presentes. O alimento é então digerido no interior de vacúolos e, posteriormente, distribuído para todas as células vivas. Externamente, a parede corpórea é revestida por células epidérmicas achatadas denominadas pinacócitos. A região intermediária entre a camada de pinacócitos e a de coanócitos é preenchida pelo mesênquima, estrutura gelatinosa que contém: inúmeras células livres, denominadas amebócitos e que podem diferenciar-se, originando qualquer tipo de célula presente nas esponjas; uma rede de proteínas denominada espongina; espículas de carbonato de cálcio ou sílica, que se prestam à sustentação das partes moles. Figura 25: representação da estrutura de um porífero 35 A reprodução dos poríferos As esponjas podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada. Reprodução sexuada: compreende a união dos gametas masculino e feminino, com a consequente formação de um zigoto. Este, por sua vez, origina uma larva ciliada e nadante, que se fixa em um substrato, originando uma esponja adulta. Reprodução assexuada: pode ocorrer por brotamento, por regeneração e por meio de gêmulas, estas mais comuns em esponjas de água doce. Quando se trata de regeneração, minúsculos fragmentos originam um indivíduo inteiro, o que demonstra a elevada capacidade regenerativa desses animais. As gêmulas (aglomerados celulares típicos de esponjas dulcícolas) são consideradas formas de resistência ou de repouso que, em condições adequadas, organizam uma nova esponja. Os Celenterados Os celenterados ou cnidários são animais aquáticos predominantemente marinhos que podem nadar livremente ou viver fixos no fundo do mar ou dos rios, sozinho ou formando colônias. Os integrantes desse grupo são predadores, com tamanhos variando desde formas microscópicas até macroscópicas, de vários metros. Compreendem as hidras, os corais, as anêmonas-do-mar, as caravelas, etc. A estrutura e a organização dos celenterados Principais aspectos do celenterados: Possuem órgãos apresentando funções bem definidas. Semelhante a um saco, o corpo dos celenterados é dotado de uma única abertura com função de boca e ânus. Essa abertura fica em contato com uma cavidade digestória ou cavidade gástrica, estrutura que aparece pela primeira vez na escala evolutiva animal: ali o alimento é parcialmente digerido. O mecanismo digestório completa-se quando as partículas alimentares parcialmente digeridas são englobadas e encerradas no interior de vacúolos digestórios de certas células da parede interna do corpo do animal. A parede corpórea é formada: externamente por uma camada epidérmica com função protetora e sensitiva; internamente por uma camada, a gastroderme, que tem função digestória e onde se situam as células que promovem a digestão intracelular, no interior de vacúolos. 36 Entre a camada epidérmica e a gastroderme existe a mesogleia, estrutura gelatinosa que serve como apoio para o corpo. E entre a mesogleia e a epiderme existem células nervosas que, em conexão funcional com outras células, determinam o surgimento, pela primeira vez nos animais, de um mecanismo sensitivo-neuromotor. As células características dos celenterados são os cnidócitos. Trata-se de células epidérmicas modificadas, que promovem a defesa do animal e contribuem para a captura de alimento. O cnidócito é dotado de uma cápsula o nematocisto, que abriga em seu interior um tubo filamentoso enovelado, portador de um líquido urticante; contém ainda um cílio sensorial que funciona como um "gatilho": ao ser estimulado, o nematocisto "dispara" o filamento urticante, injetando o veneno no corpo da vítima, paralisando-a. Os tipos básicos de celenterados Em relação à estrutura, os celenterados abrangem, basicamente, duas formas distintas: Pólipos: têm corpo tubular e apresentam duas extremidades: uma é fechada e fixa ao substrato; a outra contém a boca, geralmente circundada por um emaranhado de tentáculos. Em geral, esse tipo de celenterado é fixo e vive tanto isolado como formando colônias. Exemplo: anêmonas-do-mar. Medusas: apresentam o corpo em forma de guarda-chuva: a boca localiza-se na região central da superfície côncava e tentáculos pendem dos bordos. São móveis e de corpo gelatinoso. Exemplo: águas-vivas. Figura 26: representação de um celenterado 37 A reprodução dos celenterados A reprodução dos celenterados pode ser: assexuada (exemplo: brotamento) ou sexuada. É comum a ocorrência da metagênese ou alternância de gerações. No caso de alternância de gerações: a fase sexuada é representada pela forma medusoide; a fase assexuada, pela forma polipoide. De uma espécie para outra, entretanto, pode variar a fase dominante. Figura 27: representação do ciclo reprodutivo dos celenterados com alternância de gerações Os Platelmintos Os platelmintos são vermes acelomados, com corpo achatado dorsoventralmente. Alguns animais desse filo são de vida livre, como as planárias; outros são parasitas, como as tênias e os esquistossomos. Assim como os cnidários, o sistema digestório dos platelmintos comunicase com o exterior do corpo por uma única abertura: a boca. A digestão é parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. Os platelmintos eliminam excretas nitrogenadas principalmente por difusão através da superfície do corpo. O excesso de água e outras excretas são eliminados pelos protonefrídios, constituídos por uma rede de túbulos ramificados que possuem na extremidade das ramificações uma célula especializada, que na maioria das vezes é a célula-flama. Esses túbulos se abrem na superfície dorsal do corpo por meio de poros excretores, os nefridióporos. 38 As classes de platelmintos Turbellaria (turbelários): animais de vida livre; corpo simples com epiderme ciliada e sistema digestório incompleto. Exemplo: planária. Trematoda (trematódeos): animais parasitas; epiderme com cutícula protetora e sistema digestório incompleto. Exemplo: Fasciola hepatica (parasita de carneiros) e Schistosoma mansoni. Cestoidea (cestódeos): animais parasitas; epiderme com cutícula protetora e sistema digestório ausente. Exemplo: Taenia solium e Taenia saginata. Figura 28: representação das classes de platelmintos. A reprodução dos platelmintos A reprodução dos platelmintos é sexuada, embora a formas de reprodução assexuada façam parte do ciclo reprodutivo de trematódeos e cestódeos. Os turbelários, devido a sua elevada capacidade de regeneração, podem reproduzirse por bipartição transversal. Principais platelmintos parasitas do ser humano: doenças e profilaxia Esquistossomose A esquistossomose é causada por platelmintos da classe Trematoda. Estes ocorrem em diversas regiões do mundo, sendo que, no Brasil, o responsável pela doença é o Schistossoma mansoni. Este tem a espécie humana como hospedeiro definitivo, e caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários 39 Pessoas contaminadas permitem com que outros indivíduos adquiram a doença ao liberar ovos do parasita em suas fezes e urina, quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes de água doce; ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas. Na água, a larvas - denominadas miracídios - são liberadas e só continuam seus ciclos de vida se alojarem-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Estes possuem como característica principal concha achatada nas laterais e de cor marrom acinzentada. As larvas, agora denominadas cercárias, se desenvolvem e são liberadas na água. Em contato com a pele e mucosa humanas, penetram no organismo e podem causar inflamação, coceira e vermelhidão nessas regiões. Lá, desenvolvem-se, reproduzem-se e eliminam ovos a partir de veias do fígado e intestino, obstruindo-as. Os sintomas, quando aparecem, surgem aproximadamente cinco semanas após o contato com as larvas. Na fase aguda (a mais comum), a doença se manifesta por meio de vermelhidão e coceira cutâneas, febre, fraqueza, náusea e vômito. O indivíduo pode, também, ter diarreias, alternadas ou não por constipações intestinais. Na fase crônica, fígado e baço podem aumentar de tamanho. Hemorragias, com liberação de sangue em vômitos e fezes, e aumento do abdome (barrigad‟água) são outras manifestações possíveis. O diagnóstico é feito via exames de fezes em três coletas, onde se verifica a presença de ovos do verme; ou por biópsia da mucosa do final do intestino. Há também como diagnosticar verificando, em amostra sanguínea, a presença de anticorpos específicos. O tratamento é feito com antiparasitários, geralmente em dose única. 40 A prevenção consiste em identificação e tratamento das pessoas adoecidas, saneamento básico, combate aos caramujos, e informação à população de risco. Evitar contato com água represada ou de enxurrada e usar roupas adequadas ao entrar em contato com água suspeita de estar infectada são medidas individuais necessárias. Teníase A teníase é uma doença causada pela tênia, um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas intestinais. Em razão deste modo de vida, esses indivíduos não possuem sistema digestório, uma vez que absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro. Usualmente, consideramos duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo dividido em vários anéis denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é denominado rostro, auxiliando também na fixação. As tênias são hermafroditas, uma vez que cada proglótide possui sistema reprodutor masculino e feminino.No ciclo da teníase, o ser humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospedeiros. Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de “canjiquinha”. Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas. 41 Um indivíduo que ingere ovos da Taenia solium diretamente, pode ter seu organismo bastante comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a corrente sanguínea. Com o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito. Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é denominado cisticercose. As medidas de prevenção incluem o saneamento básico (tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi; cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons hábitos de higiene no dia a dia. 42 Os Nematelmintos São animais pseudocelomados com corpo alongado, cilíndrico e fino, com extremidades afiladas. A grande maioria dos nematelmintos é de vida livre, mas existem espécies parasitas, com a lombriga, parasita intestinal. Na extremidade anterior dos nematódeos localiza-se a boca, geralmente circundada por lábios ou papilas sensoriais. Próximo à extremidade posterior encontra-se o ânus, estrutura inexistente em cnidários e platelmintos. A digestão é em parte extracelular e em parte intracelular; o alimento digerido passa para o líquido do pseudoceloma e é distribuído pelo corpo. Esse líquido também atua como esqueleto hidrostático, dando sustentação ao corpo do animal e contribuindo para sua movimentação, em conjunto com a musculatura. Os nematódeos não possuem sistema circulatório e as trocas gasosas são realizadas através da superfície do corpo. Esta á revestida por uma estrutura protetora, a cutícula, produzida pela epiderme. O sistema nervoso é formado por um anel nervoso ao redor da faringe, de onde partem cordões nervosos. A maioria dos nematódeos apresenta sexos separados, com dimorfismo sexual: o macho é em geral menor que a fêmea e possui extremidade posterior do corpo em forma de gancho, usada na cópula para abraçar o corpo da fêmea. Os machos eliminam os espermatozoides pela cloaca, abertura comum aos sistemas reprodutor e digestório. Eles possuem espículas copulatórias, que são empregadas na cópula. As fêmeas possuem abertura genital independente do sistema digestório e nesse caso se fala em ânus e não em cloaca. A excreção nitrogenada é eliminada através da superfície do corpo, enquanto outras excretas, excesso de água e íons são eliminados por meio de estruturas excretoras chamadas renetes. O poro excretor localiza-se na região interior do corpo, próximo à boca. 43 Figura 28: Estrutura de um nematelminto Os Anelídeos São animais que pertencem à linhagem dos celomados com metameria. Pode-se notar mesmo externamente a segmentação do corpo, formado por vários anéis, característica que deu nome ao grupo. Estão representados pelas minhocas, poliquetos e sanguessugas. Esses animais possuem sistema digestório com boca, faringe, papo, moela, intestino e ânus. O sistema circulatório é fechado e há vasos pulsáteis que atuam impulsionando o sangue. O sistema excretor é formado por metanefrídios. A respiração é cutânea ou por meio de brânquias O sistema nervoso é ganglionar, composto de diversos gânglios ligados entre si por cordões nervosos ventrais. 44 Figura 29: Esquema da anatomia de um anelídeo As classes de anelídeos Existem três classes de anelídeos: Oligochaeta (oligoqueto): anelídeos com poucas cerdas no corpo. Possuem clitelo, que é uma região espessada da epiderme, cuja função é produzir um casulo que abriga os ovos fecundados durante o processo de reprodução. Existem oligoquetos que vivem enterrados em solos úmidos, como as minhocas, espécies marinhas e espécies de água doce. O s oligoquetos são hermafroditas, com fecundação cruzada e desenvolvimento direto. Polychaeta (poliquetos): anelídeos com muitas cerdas inseridas em projeções laterais do corpo, denominadas parapódios; não possuem clitelo. A maioria dos poliquetos é de sexos separados e apresenta desenvolvimento indireto, com fases larvais. São principalmente marinhos, mas também ocorrem em água doce. Hirudinea (hirudíneos): anelídeos sem cerdas e com ventosa ao redor da boca e na região posterior do corpo; clitelo pouco desenvolvido. Os hirudíneos são hermafroditas, com fecundação cruzada e desenvolvimento direto. Exemplo: sanguessuga. 45 Moluscos Os moluscos compreendem mais de 100000 espécies, que se espalham pelos mais variados tipos de hábitat. Em sua maioria, esses animais vivem no mar - fixos sobre as rochas (ostras e mariscos), nadando ativamente (polvos e lulas) ou enterrados na areia (dentálios). Há, porém, alguns dulcícolas - como o caramujo Biomphalaria, hospedeiro do Schistosoma e alguns terrestres que vivem em locais úmidos (caramujos e lesmas). Características gerais dos moluscos São dotados de corpo viscoso, mole, não-segmentado e geralmente envolvido por uma concha calcária; o corpo é constituído basicamente de três partes: cabeça, pé e massa visceral. Na maioria dos moluscos a massa visceral é recoberta por uma prega epidérmica carnosa chamada manto ou pálio, responsável pela produção da concha calcária. Entre o manto e a massa visceral existe um espaço denominado cavidade do manto ou cavidade palial, que desempenha funções respiratórias (abriga brânquias nos moluscos aquáticos e pulmões nos terrestres). A reprodução dos moluscos é exclusivamente sexuada. Existem algumas espécies hermafroditas, no entanto, a maioria é dioica (sexos separados). Geralmente a fecundação é interna, mas pode também ser externa. Um exemplo é o caramujo-de-jardim, que é monoico. Na cópula, dois indivíduos de sexos distintos se aproximam e encostam seus poros genitais, fecundando-se reciprocamente. Possuem sistema digestório completo, com boca e ânus. A boca exibe uma língua provida de dentículos que servem para ralar os alimentos. Essa língua é denominada rádula e constitui uma estrutura exclusiva dos moluscos, sendo ausente apenas nas ostras e nos mariscos. A respiração pode ser cutânea, branquial ou pulmonar. 46 Figura 30: Esquema representativo da estrutura interna de um caramujo (molusco) Classes dos moluscos Classe Gastropoda: classe com maior número de espécies, sendo a única que apresenta representantes nos três tipos de habitat. Possui cabeça com dois pares de tentáculos (sendo o primeiro olfativo e o segundo dotado de olhos) e pés bem desenvolvidos recobrindo o ventre (gastro = ventre) – daí o nome da classe. Apresentam também glândula pedal à frente do pé, que secreta um muco viscoso sobre o qual os pés deslizam. A maioria dos animais possui brânquias, sendo que o caracol e o caramujo de água doce possuem pulmões primitivos. Muitas espécies são monoicas com fecundação cruzada. Exemplos: lesma, caracol e caramujo. Classe Bivalvia: animais marinhos e de água doce. A concha desses animais é dividida em duas valvas (articuladas por uma dobradiça elástica chamada de charneira) unidas por um ligamento e fechadas por músculos. Suas brânquias têm a função de retirar o oxigênio dissolvido na água e também de filtrar algas microscópicas que são levadas à boca para sua alimentação. Algumas espécies como ostras e mexilhões são sésseis e vivem grudadas em substratos submersos, enquanto que outras ficam enterradas na areia (mariscos e 47 berbigões). Alguns bivalves conhecidos como teredo fazem túneis em madeira, causando estragos nos cascos das embarcações. Outros, conhecidos como pecten ou vieira, vivem no fundo do mar e se deslocam por meio de jatos de água produzidos pelo fechamento e abertura de suas conchas. Antigamente essa classe era chamada de Pelecypoda. Classe Scaphopoda: moluscos exclusivamente marinhos, que passam a maior parte do tempo enterrados na areia. Sua concha é tubular, recurvada e aberta nas duas extremidades. Com pé afilado, são especializados em cavar. Não possuem brânquias e fazem respiração cutânea através do manto. Exemplo: dentálios. Classe Cephalopoda: animais exclusivamente marinhos com os pés bem desenvolvidos saindo da cabeça – por isso o nome da classe. Alguns possuem conchas internas como as lulas e as sépias; e outros, concha externa espiralada, como os náutilos. Polvos não possuem concha e estão entre os maiores invertebrados conhecidos, apresentando tentáculos fortes e musculosos com ventosas usadas na locomoção e na captura de alimento. Possuem sistema nervoso bem desenvolvido, que controla movimentos rápidos e olhos semelhantes aos dos vertebrados. As glândulas digestivas estão separadas em fígado e pâncreas, com digestão extracelular. Alguns cefalópodes possuem cromatóforos (células epidérmicas que lhes permitem a mudança de cor para camuflagem, tornando-se pouco visíveis a predadores e presas). Polvos, lulas e sépias possuem uma bolsa de tinta na cavidade do manto que é eliminada em situações de perigo. A tinta deixa a água turva, impedindo que o animal seja atacado. Na mesma cavidade do manto, o animal emite jatos de água que o ajudam na locomoção. Classe Polyplacophora ou Amphineura: animais marinhos que vivem no fundo do mar. Sua concha é formada por oito placas sobrepostas como telhas, produzidas pelo manto. Quando em perigo, enroscam-se. Exemplos: quítons. 48 LEITURA COMPLEMENTAR O molusco que realiza fotossíntese Uma descoberta que revolucionou o universo científico: o primeiro relato de um organismo animal capaz de associar características de plantas, a realização de fotossíntese. Será um novo ramo no caminho da evolução?Quais as implicações dessa descoberta?A questão é que o fato atraiu os olhares de muitos cientistas e abriu uma nova percepção do mundo animal, muitos pesquisadores afirmam que existem muito mais eventos como esse acontecendo do que se conhece. As associações simbióticas e seus eventos de transferências de genes ao longo do tempo contribuíram significativamente para o processo evolutivo, o que resultou numa rica biodiversidade de seres vivos. Um desses principais eventos é descrito pela teoria da endossimbiose primária na qual uma cianobactéria de vida livre originou um plastídio (cloroplasto) o que culminou nas linhagens primárias de plantas e algas verdes na terra. Algumas décadas atrás, descobriu-se um molusco na costa atlântica da América do Norte que realiza fotossíntese, fato que revolucionou o meio de pesquisa e atraiu interesse de muitos cientistas pelo animal.Elysia chlorotica é o nome científico desse molusco, uma lesma marinha, o corpo lembra uma folha e apresenta coloração verde devido à presença de clorofila. De acordo com pesquisadores, a lesma adquire os plastídios pela ingestão de uma determinada espécie de alga denominada Vaucheria litorea. Essas organelas são absorvidas pelo epitélio digestivo do molusco que então passa a realizar a fotossíntese fornecendo fotoassimilados ao animal por aproximadamente nove meses, tempo médio de vida. Sabe-se que o metabolismo do plastídio depende do genoma celular, especificamente por três principais genes: fcp, Lhcv-1, e Lhcv-2. O fato é que os cloroplastos continuam ativos mesmo após serem separados do corpo celular da algas .Duas hipóteses foram levantadas para tentar entender a situação: uma diz que o plastídio possui capacidade de manter a autonomia genética, e outra deduz que o molusco fornece as proteínas essenciais para o funcionamento dos plastídios. 49 A experimentação feita se inicia com a coleta de exemplares de Elysia chlorotica e filamentos de Vaucheria litorea em um pântano de sal em Vineyard da Martha, MA e enviados para o laboratório em Tampa. As amostras foram mantidas a 10º C em aquários contendo água do mar artificial e gaseificada sob condi ções de fome e sob uma luz de 14/10 h / escuro (GE tubos fluorescentes de 15 w). Das amostras coletadas criaram-se em laboratório larvas da lesma sem nenhuma contaminação (no caso, com a alga em estudo) . Em laboratório o genoma do plastídio foi sequenciado e revelou que esse não possui o conjunto completo de genes necessários para realizar fotossíntese se isolado, o experimento ainda identificou a ausência da principal proteína do núcleo, codificada por psbO, envolvida no processo de liberação do oxigênio no fotossistema II, importante durante a separação da água.Por meio das técnicas de mapeamento genômico, com utilização de um moderno software e um vasto banco de dados, identificaram genes da alga no DNA da lesma, o que indica que ocorreu uma transferênci a de genes entre os dois indivíduos em um certo momento do processo de evolução. Todos os genes identificados codificam proteínas envolvidas em algum aspecto da fotossíntese, que seja na absorção de luz, no ciclo de Calvin ou na síntese de fotopigmento. Além disso, a presença dos genes da alga no DNA genômico, tanto na fase larval quanto na fase adulta, indicam que os genes foram integrados a linhagem genética da lesma e são ativamente transcrito pela maquinaria celular. A fotossíntese para acontecer requer a síntese de clorofila, a presença de CHLD, chlH e CHLG em E. chlorotica e DNA genômico.Portanto a capacidade da lesma para manter a fotossíntese por muitos meses sem se alimentar de algas, sugere que algumas proteínas de algas devem estar sendo sintetizadas na célula hospedeira do molusco, o que implica que a clorofila a (Chl a) é sintetizada no E. chlorotica .Esta é a primeira evidência da transferência de genes entre espécies multicelulares , implica que muitos mais genes de algas podem ter sido transferidos para outros organismos do que tem se encontrado até agora. Disponível em: http://www.petbio.ufv.br/informativo/63/artigo-02.html?KeepThis=true&TB_iframe=true. Acesso em outubro de 2013 Os Artrópodes Os artrópodes são animais dotados de pernas articuladas, daí a sua denominação. Constituem o mais vasto grupo zoológico, abrigando cerca de 1 milhão de espécies adaptadas para a vida no ar, na terra, no solo, em água doce e salgada. As principais características dos artrópodes são: Dotados de pernas articuladas, isto é, pernas com juntas móveis. 50 Têm simetria bilateral. Têm o corpo segmentado e dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. Pode ocorrer fusão da cabeça com o tórax; nesse caso, o corpo apresenta-se dividido em duas partes: cefalotórax e abdome. São dotados de um exoesqueleto resistente, que contém quitina (polissacarídeo). O exoesqueleto é produzido pela epiderme e limita o crescimento do animal; por isso ocorrem mudas ou ecdises, fenômenos pelo qual o artrópode troca o exoesqueleto velho e limitante por outro novo e "folgado", que permite a continuidade do crescimento. A respiração ocorre por brânquias, traqueias ou pulmotraqueias. São organismos geralmente dioicos (com sexos separados). A fecundação é geralmente interna; o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, com metamorfose ou não. Apresentam órgãos dos sentidos bem desenvolvidos e situados na cabeça. As classes de artrópodes Classe Insecta: 3 pares de patas, 1 par ou 2 pares de asa, ou nenhum, sendo este último o mais comum. 1 par de antenas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Possuem olhos compostos. A excreção se dá por tubos de Malpighi, liberando, principalmente, ácido úrico. A fecundação é interna, marcada por estágios larvais e metamorfose. Há algumas formas especiais de reprodução, como partenogênese e poliembrionia. A respiração é traqueal e o sistema nervoso ganglionar, com cordão nervoso ventral. Exemplos: Borboletas, mosquitos, gafanhotos. Classe Crustacea: Possuem 5 ou mais pares de patas, 2 pares de antenas e corpo dividido em cefalotórax e abdome. A boca é ventral e possui mandíbulas. Tubo digestivo completo com algumas glândulas anexas, como o hepatopâncreas. Coração dorsal curto e artérias, com hemolinfa circulando, nem sempre, no interior dos vasos (circulação aberta ou lacunar). Sistema excretor com um par de 51 glândulas verdes; aparelho respiratório braquial; pelos tácteis e sistema nervoso ganglionar. Exemplos: lagostas, camarões, cracas, siris, caranguejos. Classe Arachnida: Com 4 pares de patas e corpo dividido em cefalotórax e abdome. O sistema digestivo é completo, sistema circulatório aberto e respiração traqueal – quando há uma abertura ventral no abdome, que se comunica com os pulmões foliáceos. A excreção se dá por meio de tubos de Malpighi ou por glândulas coxais. São, na maioria dos casos, dioicos com fecundação interna. Exemplos: aranhas, carrapatos, ácaros, opiliões, escorpiões. Classe Chilopoda: 15 ou mais pares de patas; trocas gasosas efetuadas por um sistema de traqueias; túbulos de Malpighi. Corpo dividido em cabeça e tronco articulado. São carnívoros. Exemplos: centopeias e lacraias Classe Diplopoda: São dotados de um par de antenas curtas e um par de mandíbulas. São dioicos e a reprodução é sexuada. Exemplo: piolhos-de-cobra. A tabela abaixo mostra as principais classes em que se dividem os artrópodes e suas características principais. 52 Figura 31: representantes dos artrópodes Os Equinodermos Os equinodermos apresentam características que os aproximam dos vertebrados, por serem deuterostômios e possuírem esqueleto interno de origem mesodérmica. Possuem "espinhos na pele", característica que deu nome ao filo (echinos= espinho; derma=pele). Em alguns os espinhos são atrofiados, como no pepino-domar; em outros são fortes e bem desenvolvidos, como no ouriço-do-mar. Outra característica desses animais é a organização do corpo dos adultos baseada em cinco raios, que lhes conferem simetria pentarradiada. Essa simetria, no entanto, é a secundária, pois a simetria primária, que se observa na larva, é bilateral. Os equinodermos são exclusivamente marinhos. São animais de sexos separados (dioicos), sem dimorfismo sexual. A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, passando por estágios larvais. Nos equinodermos há uma região oral, onde se situa a boca, e uma oposta a ela, a região aboral. esses animais possuem um sistema exclusivo relacionado à locomoção: o sistema ambulacrário ou hidrovascular. Na região aboral em contato com o meio externo existe a placa madrepórica, que é toda perfurada e por onde há entrada de água no sistema. Essa placa se comunica com o canal pétreo, que se liga ao canal circular, de onde 53 partem os canais radiais, um para cada braço da estrela. Estes formam canis menores que se ligam às ampolas e aos pés ambulacrários, que são musculares. A contração das ampolas empurra a água para os pés ambulacrários, que se alongam e se fixam ao substrato como uma ventosa. A seguir, a musculatura do pé sofre contração e a da ampola sofre relaxamento, causando a retração dos pés. Essa seqüência é a responsável pela locomoção do animal. São representantes do grupos dos equinodermos as estrelas-do-mar, o ouriço-do-mar, a estrela- serpente, a bolacha-da-praia, os ofiuroides, os lírios-domar e o pepino-do-mar. Figura 32: representantes dos equinodermos ANIMAIS VERTEBRADOS Vertebrados são animais que possuem vértebras, estruturas relativamente pequenas que se sucedem formando uma coluna, a coluna vertebral. A coluna vertebral é o eixo de um esqueleto interno, que dá sustentação ao corpo. Esse esqueleto é formado principalmente por ossos, com quantidade variável de cartilagem (um tecido mais flexível que o osso). O esqueleto dos vertebrados é dividido em: Esqueleto axial – constitui o eixo principal de sustentação do corpo. É formado pelas vértebras, costelas e caixa craniana; 54 Esqueleto apendicular – fornece sustentação às nadadeiras ou membros; Podemos dividir os vertebrados em cinco grupos: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Peixes Os peixes são exclusivamente aquáticos, e por isso apresentam diversas adaptações para esse modo de vida. O corpo dos peixes apresenta uma forma hidrodinâmica, ou seja, apresenta uma forma que facilita seu deslocamento na água. ele Além da hidrodinâmica, esses animais possuem o corpo recoberto por escamas, dispostas de maneira a deixar lisa a superfície de seu corpo, facilitando o deslocamento na água. As escamas também protegem o corpo dos peixes. Os peixes possuem nadadeiras, que auxiliam a natação e a manutenção do equilíbrio do corpo. As nadadeiras são de dois tipos: Pares – são as pélvicas e as peitorais; Ímpares – são a caudal, a dorsal e a anal. A nadadeira caudal atua como leme aumentando a propulsão do corpo do animal. Ela também auxilia o animal a virar na direção que deseja. As demais nadadeiras auxiliam o animal a se manter na mesma linha quando se movimenta, ou seja, elas não permitem que o animal vire para um lado ou para o outro. Outra adaptação dos peixes à vida aquática é a presença de brânquias como estruturas respiratórias. As brânquias dos peixes são mais elaboradas do que a dos invertebrados, elas retiram da água o oxigênio existente no ar que está dissolvida nela. A água entra pela boca, passa pela faringe e se dirige para as brânquias, onde ocorrem as trocas gasosas. A água sai pela abertura branquiais 55 Os peixes apresentam suas brânquias cobertas por uma estrutura que serve de tampa: o opérculo. O opérculo não ocorre no grupo dos tubarões e raias. Esses animais possuem fendas brânquias. Para permanecerem numa determinada posição na coluna d‟água, os peixes se utilizam de uma estrutura chamada bexiga natatória, que fica cheia de ar. Figura 33: Representação da estrutura de um peixe Órgãos dos sentidos Os peixes recebem estímulos do meio através de varias estruturas. Os olhos dos peixes ficam sempre abertos porque eles não possuem pálpebras. Esses animais muitas vezes têm boa visão somente para curtas distâncias. O olfato é bem desenvolvido. Nas narinas dos peixes existem células especializadas que captam partículas do meio e que funcionam como estímulo para a função olfativa. As narinas dos peixes não se comunicam com a faringe, como ocorre com os vertebrados terrestres. Os peixes possuem ouvido interno, que auxilia o animal a perceber vibrações da água e lhe dá o sentido de equilíbrio. Uma estrutura sensorial típica dos peixes é a linha lateral, localizada no meio do corpo, estendendo-se da cabeça até a cauda. 56 A linha lateral é formada por uma fileira de poros ligados à estruturas sensoriais que percebem vibrações na água. O coração dos peixes é bem simples, com um átrio e um ventrículo, cavidades pelas quais passa o sangue. O sangue chega ao átrio, passa para o ventrículo e depois é enviado para às brânquias. O sangue que passa pelas cavidades do coração é apenas o sangue venoso, ou seja, sangue rico em gás carbônico. Sangue Venoso – é o sangue rico em gás carbônico; Sangue Arterial – é o sangue rico em oxigênio. O sangue venoso sai do coração em direção às brânquias, onde recebe o oxigênio retirado da água. Nesse momento o sangue torna-se arterial. O sangue rico em oxigênio segue para o corpo, disponibilizando o oxigênio para as células e recolhendo delas o gás carbônico. Após essa troca, ele torna-se novamente venoso e volta para o coração. O sistema digestório dos peixes é formado pela boca, esôfago, estômago, intestino e ânus. No grupo dos peixes ao qual pertence o tubarão, o sistema digestório não termina em ânus, e sim em cloaca. A cloaca é uma abertura na qual se encerram o sistema reprodutor, digestório e executor. Assim, pela cloaca saem gametas, fezes e excretas. Reprodução A reprodução dos peixes é sexuada e os indivíduos possuem sexos separados, com fecundação externa na grande maioria dos casos. Os gametas são lançados na água, onde ocorre a fecundação, formando o ovo, que evolui para uma larva chamado alevino, a qual dará origem ao adulto. O desenvolvimento é, portanto, indireto. Dizemos que os peixes, na sua grande maioria são ovíparos, pois os ovos desenvolvem-se fora do organismo materno. Existem peixes em que a fecundação é interna e os ovos desenvolvem-se dentro do organismo materno, saindo do corpo da mãe os peixinhos já formados. Esses peixes são, vivíparos. 57 Classificação dos peixes Os peixes são divididos em dois grupos, a partir da composição básica de seu esqueleto: Osteíctes – grupo dos peixes ósseos; Condrictes – grupo dos peixes cartilaginosos. São exemplos de peixes que têm seu esqueleto formado por tecido ósseo: sardinha, pintado, carpa, surubim, pacu, tucunaré, piranha, robalo e garopa. Os exemplos de peixe cujo esqueleto é formado por tecido cartilaginoso são os tubarões e raias. Figura 34: Principais diferenças entre peixes cartilaginosos e peixes ósseos 58 Anfibios O primeiro grupo de vertebrados que invadiu o ambiente terrestre foi o dos anfíbios. Esses animais, que provavelmente surgiram na Terra no período Devoniano, há cerca de 300 milhões de anos, a partir de peixes pulmonados, compreendem os sapos, as rãs, as cobras-cegas, as pererecas e as salamandras. Características gerais dos anfíbios Apresentam pele úmida, intensamente vascularizada e pobre em queratina, uma proteína impermeabilizante. A carência de queratina reduz a capacidade de defesa contra a desidratação. Por isso, esses animais geralmente não suportam climas extremos, vivendo geralmente restritos a ambientes úmidos e sombreados. São pecilotermos, isto é, a temperatura do corpo varia de acordo com as oscilações térmicas do ambiente. As larvas respiram através de brânquias. Nas formas adultas a respiração ocorre por meio de pulmões rudimentares, dotados de pequena superfície, e através da pele. A respiração cutânea (através da pele) compensa a baixa superfície pulmonar, garantindo um suprimento adequado de gás oxigênio para o animal. A fecundação é geralmente externa e o desenvolvimento é indireto. Os ovos não têm casca protetora e acham-se envoltos por cápsulas gelatinosas. Nos sapos e nas rãs, as larvas originadas do cruzamento são aquáticas e chamadas de girino. Dotados de cauda e brânquias, os girinos sofrem metamorfose e vão se transformando em adultos com pernas e pulmões. 59 O coração de um anfíbio apresenta três câmaras: dois átrios ou aurículas e um ventrículo. O sangue venoso penetra pelo átrio direito e o sangue arterial pelo átrio esquerdo; no ventrículo ocorre a mistura desses sangues. A circulação sanguínea é fechada, dupla e incompleta. Fechada porque o sangue circula somente pelo interior de vasos. dupla porque o sangue passa duas vezes pelo coração durante um circuito completo pelo corpo. Incompleta, pois o sangue venoso e o arterial se misturam. Classificação dos anfíbios A tabela abaixo apresenta as três ordens e as respectivas características de cada ordem em que se dividem os anfíbios: Ordens Características Exemplos Apoda Corpo alongado, cilíndrico e liso, com pernas atrofiadas Cobras-cegas Urodela Corpo dotado de cauda e com Salamandras, quatro pernas proteus, tritões Anura Corpo desprovido de cauda e com Sapos, quatro pernas pererecas rãs, Répteis Os répteis constituem os primeiros vertebrados efetivamente equipados para a vida terrestre em lugares secos. Surgiram a partir dos anfíbios, há mais de 200 milhões de anos. A Terra já conheceu formas gigantescas desses animais, como os dinossauros. Hoje, a classe compreende os crocodilos, os jacarés as cobras e as tartarugas. 60 Características gerais dos répteis Têm pele seca e rica em queratina, característica que contribui a adaptação à vida terrestre em lugares secos, pois protege o animal contra a desidratação. A pele é destituída de glândulas, podendo apresentar escamas (exemplo:cobra), placas epidérmicas (exemplo: jacaré) e carapaças (exemplo: tartaruga). São pecilotermos, com respiração exclusivamente pulmonar. O coração apresenta dois átrios e dois ventrículos, incompletamente separados. Nos répteis crocodilianos, os ventrículos acham-se totalmente separados; mas, mesmo assim, o sangue venoso e o arterial se misturam fora do coração através de um orifício denominado forame de Panizza. A circulação sanguínea é fechada, dupla e incompleta. O sangue contém hemácias nucleadas e elípticas. Os sexos são geralmente separados. A fecundação é interna, permitindo que os gametas fiquem protegidos das influências do meio externo. O desenvolvimento é indireto. São animais geralmente ovíparos: as fêmeas fecundadas põem ovos e os embriões se desenvolvem dentro dele e fora do corpo materno. Os ovos possuem casca grossa, o que constitui mais uma adaptação à vida terrestre, uma vez que protegem o embrião contra a desidratação. São os primeiros animais dotados de âmnio, um anexo embrionário que delimita no ovo uma cavidade cheia de líquido onde o embrião se desenvolve e fica protegido contra desidratação e choques mecânicos. 61 São também os primeiros animais dotados de alantoide, outro anexo embrionário, que armazena excretas e participa das trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. Possuem órgãos respiratórios internos (respiração pulmonar) , fato que também contribui com a proteção contra a desidratação. A principal excreta nitrogenada é o ácido úrico, substância pouco solúvel e de baixa toxicidade. O ácido úrico pode permanecer no corpo do animal por um tempo maior do que, por exemplo, a ureia e é eliminado com perda mínima de água. Por isso, a presença de ácido úrico como principal excreta nitrogenada é considerada também uma daptação à vida terrestre. Classificação dos répteis Lacertílios e ofídios: são os répteis dotados de escamas. Os lacertílios (lagartos, lagartixas e camaleões) têm escamas córneas lisas. Os ofídios (cobras) possuem o corpo revestido por escamas lisas ou salientes. Quelônios: tartarugas, cágado e jabuti são classificados como quelônios. Apresentam o corpo encaixado numa concha oval com uma parte dorsal denominada carapaça - e outra parte ventral - chamada plastrão. Crocodilianos: nesta ordem estão o jacaré e a crocodilo. São animais que apresentam o corpo revestido de uma pele grossa, com placas córneas. Aves As aves surgiram na Era dos Répteis, a partir de um grupo de dinossauros bípedes, predadores, que se deslocavam rapidamente sobre o solo utilizando as pernas traseiras. Na linha evolutiva que partiu do grupo de dinossauros bípedes que deu origem às aves, surgiu sua característica mais marcante: as penas, estruturas que derivam das escamas dos répteis. As penas são compostas de queratina, substância com propriedades de isolante térmico, o que contribuiu para o surgimento da endotermia nas aves. Além disso, as penas mostraram-se extremamente úteis para o voo, pois são leves e com arquitetura intrincada, que oferece boa resistência ao ar. A importância das penas para o voo das aves veio associada a uma série de modificações no corpo desses animais, como a transformação dos membros anteriores em asas. 62 O esqueleto das aves atuais é formado por grande parte de ossos ocos (ossos pneumáticos), que são delicados e pouco densos. Há redução e fusão de ossos, o que torna o corpo compacto. A cauda é reduzida e as cinturas escapular e pélvica são fundidas à coluna vertebral. O osso esterno, que une ventralmente as costelas, apresenta nas aves voadoras uma projeção anterior denominada quilha ou carena. Nela se prendem os potentes músculos peitorais responsáveis pelo batimento das asas: os pequenos peitorais, que as levantam, e os grandes peitorais que as abaixam. O bico das aves atuais é desprovido de dentes, o que contribui para a redução do seu peso. Os pulmões são compactos, mas expandem-se em bolsas de ar, os sacos aéreos, que preenchem vários espaços do corpo, penetrando inclusive nos ossos pneumáticos. Os sacos aéreos contribuem para reduzir a densidade das aves, além de servirem como reserva de ar. Todas as aves são ovíparas, com ovos semelhantes aos do répteis e que se desenvolvem sempre fora do corpo da fêmea. A oviparidade evita aumento de peso da fêmea. A excreta nitrogenada é o ácido úrico, uma adaptação ao tipo de desenvolvimento embrionário e também à redução de peso, pois sendo insolúvel em água ele pode ser eliminado sem formar urina líquida, armazenada em uma bexiga urinária. A visão e a audição são bem desenvolvidas nas aves. Além disso, possuem siringe, uma estrutura localizada na traquéia e responsável pela emissão de sons. 63 Na maioria das espécies existe na região caudal uma glândula uropigeana, que produz secreção oleosa. Essa secreção é retirada pelo animal com o bico e espalhada sobre as penas para mantê-las flexíveis e impermeáveis. Mamíferos Os mamíferos constituem o grupo mais evoluído dos vertebrados. A palavra mamífero vem do latim e foi designado por significar „‟portador de mama‟‟. Característica particular dessa classe, as glândulas mamárias são capazes de produzir e armazenar leite na fêmea para alimentar seus filhotes. Além das glândulas mamárias, que são estruturas derivadas da epiderme, esses animais apresentam outras estruturas epidérmicas exclusivas, que são anexos de sua pele: os pelos, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas. Os pelos derivam das escamas do ancestral reptiliano que deu origem aos mamíferos e formam uma camada protetora contra a perda de calor para o ambiente, característica importante para um animal endotérmico As glândulas sebáceas estão geralmente associadas à base dos pelos, produzindo uma secreção oleosa que lubrifica os pelos e a pele. As glândulas sudoríparas produzem o suor, que além de outras substâncias é rico em água e constitui um importante fator no mecanismo de regulação térmica do corpo. Sob a pele dos mamíferos existe uma camada de tecido adiposo, denominada hipoderme, que atua como excelente isolante térmico. Outra característica dos mamíferos é sua digestão completa, começando pela boca e terminando pelo ânus. Possui circulação completa, além de ser dupla e fechada e o coração possui dois átrios e dois ventrículos. Classificação dos mamíferos Eutheria (mamíferos placentários) : É o grupo de mamíferos que se desenvolvem no interior do corpo da fêmea por meio de um processo chamado gestação. As fêmeas desse grupo, durante a gestação desenvolvem uma estrutura chamada placenta, que é por onde indivíduo em desenvolvimento recebe os nutrientes do corpo da mãe, elimina seus resíduos, fazem as trocas gasosas, 64 entre outras funções. Os seres humanos, o cão, o cavalo são exemplo de mamíferos placentários. Metatheria ou Marsupialia (mamíferos marsupiais): Os indivíduos desse grupo não completam o desenvolvimento dentro do corpo da mãe, até que começam. Porém, nascem mal formados e completam o desenvolvimento em uma estrutura chamada marsúpio (espécie de bolsa que as fêmeas possuem no abdome onde se encontram as tetas). O canguru, o gambá e a mucura são exemplos de marsupiais. Prototheria ou Monotremata (mamíferos ovíparos): Um restrito grupo de mamíferos não se desenvolve no interior do corpo materno e sim dentro de um ovo, são os mamíferos ovíparos. O ornitorrinco e a equidna são exemplos de mamíferos ovíparos, eles habitam a Austrália e a Oceania. LEITURA COMPLEMENTAR Um quinto dos vertebrados corre risco de extinção Agência FAPESP – A má notícia é que um número crescente de aves, anfíbios, répteis, peixes e mamíferos tem se aproximado da extinção. A boa notícia é que o número poderia ser pior, não fossem as medidas de conservação colocadas em prática em todo o mundo nas últimas décadas. Nesta terça-feira (26/10), em Nagoia, no Japão, durante a 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), foi divulgado o resultado de um grande estudo que procurou avaliar o estado atual dos vertebrados no planeta. O trabalho foi feito por 174 cientistas de diversos países, entre os quais o Brasil. Os resultados foram publicados na edição on-line da Science e sairão em breve na edição impressa da revista. Foram analisados dados de vertebrados, incluindo as mais de 25 mil espécies presentes na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). O problema é tão grande que o grupo afirma se tratar da sexta extinção em massa na história do mundo. 65 O estudo mostra que um quinto dessas espécies pode ser classificado como “ameaçado” e que o número tem aumentado. Em média, 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios se movem de categoria a cada ano, aproximando-se da extinção. Do total de vertebrados existentes, 20% estão sob alguma forma de ameaça, incluindo 25% de todos os mamíferos, 13% das aves, 22% dos répteis, 41% dos anfíbios, 33% dos peixes cartilaginosos e 15% dos peixes com osso. Nas regiões tropicais, especialmente no Sudeste Asiático, estão as maiores concentrações de animais ameaçados e, segundo o levantamento, a situação é particularmente séria para os anfíbios. A maior parte dos declínios é reversível, destacam, mas se nada for feito a extinção pode se tornar inevitável. Os declínios poderiam ter sido 18% piores se não fossem as medidas de conservação da biodiversidade postas em prática. Esforços para lidar com espécies invasoras se mostraram mais eficientes do que as direcionadas a fatores como perdas de habitat ou caça, aponta o trabalho. Os autores destacam a importância e a urgência das políticas públicas para conservação da biodiversidade. Segundo eles, decisões tomadas hoje poderão representar, daqui a 20 anos, uma diferença na área preservada das florestas atuais no mundo de cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados – algo maior do que o tamanho do Brasil. Disponível em : <http://agencia.fapesp.br/12968> acesso em outubro de 2013 66 LISTA DE EXERCÍCIOS E GABARITO Vírus 1) Os vírus não são considerados células porque: a) possuem somente um cromossomo e são muito pequenos. b) não possuem mitocôndrias e o retículo endoplasmático é pouco desenvolvido. c) não têm membrana plasmática nem metabolismo próprio. d) parasitam plantas e animais e dependem de outras células para sobreviver. e) seu material genético sofre muitas mutações e é constituído apenas por RNA. 2)Os vírus são organismos obrigatoriamente parasitas, uma vez que só se reproduzem quando no interior de seus hospedeiros. Sobre os vírus, é correto afirmar que: a) apresentam características fundamentais dos seres vivos: estrutura celular, reprodução e mutação. b) são seres maiores que as bactérias, pois não atravessam filtros que permitem a passagem de bactérias. c) são formados por uma carapaça proteica envolvendo o retículo rugoso com ribossomos utilizados na síntese de sua carapaça. d) são todos parasitas animais, pois não atacam células vegetais. e) podem desempenhar funções semelhantes aos antibióticos, ocasionando “o lise bacteriano”, e impedir a reprodução das bactérias. 67 3) Das doenças abaixo, a que NÃO é causada por vírus é a) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. b) Dengue. c) Tétano. d) Influenza. e) Raiva. 4) Em relação aos vírus, marque "V" para as verdadeiras ou "F" para falsas: a)( ) O material genético é o de RNA. b)( ) Vírus são agentes causadores de doenças em seres humanos. c)( ) Possuem ribossomos e mitocôndrias essenciais e típicas de seu metabolismo e reprodução. d)( ) Proteínas compõem suas cápsulas externas. e)( ) Reproduzem-se apenas no interior de células vivas. 68 5) O jornal Folha de São Paulo, em 6/4/2006, noticiou que a AIDS (em português: SIDA – síndrome da Imunodeficiência Adquirida), hoje em dia, já faz parte do grupo das doenças negligenciadas pelos países ricos. Estando 95% dos portadores dessa doença nos países pobres, o investimento em pesquisa é pequeno, ocasionando pouco avanço na descoberta de novos tratamentos. Em relação a essa doença, afirma-se: I- A doença é causada por vírus. II- A doença provoca diminuição na produção de hemácias. III- Os sintomas iniciais são característicos, contribuindo para o diagnóstico. IV- A doença atua sobre o sistema imunológico, diminuindo a resistência do organismo. De acordo com os conhecimentos atuais, assinale: a) Se apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. b) Se apenas as afirmativas I e II estão corretas. c) Se apenas as afirmativas I e III estão corretas. d) Se apenas as afirmativas I e IV estão corretas. Gabarito dos exercícios - Vírus 1) C 2) E 3) C 4) a) Falso. Podem também ser DNA vírus. b) Verdadeiro c)Falso. Vírus não possuem ribossomos nem mitocôndrias , nem metabolismo independente : precisam parasitar células para exercer suas funções vitais. e) Verdadeiro 5) D 69 Reino Monera 1. O reino Monera é composto dos seres mais abundantes do planeta, também conhecidos como microrganismos, pois todos são unicelulares e microscópicos. Apresentam também a ausência da carioteca, sendo, portanto, classificadas como procariotos. Os grupos que compõem o reino Monera são: a) Protozoários e Bactérias b) Algas e Bactérias c) Fungos e Bactérias d) Levedos e Bactérias e) Arqueas e Bactérias 2. As bactérias apresentam como mecanismo para promoção da mistura de genes entre indivíduos diferentes, o processo de recombinação genética. Este processo pode ocorrer de três formas, sendo que uma delas é através da formação de uma ponte (pili) entre as duas células, ocorrendo a migração de genes de uma bactéria para outra. Essa forma de recombinação é conhecida como: a) Transformação bacteriana b) Transdução bacteriana c) Divisão bacteriana d) Conjugação bacteriana e) Cissiparidade 70 3. A bactéria que apresentar na estrutura de sua parede celular uma camada extramembranosa, que se “cora” de rosa com a coloração de Gram e que apresentam maior resistência a antibióticos, além de ser potencialmente mais tóxicas, é classificada como: a) Bactéria Gram Positiva b) Bactéria Gram Negativa c) Bactéria de Gram d) Micoplasma e) Todas as anteriores estão erradas 4. A utilização de microrganismos na limpeza de áreas ambientais contaminadas por poluentes é uma estratégia simples, menos onerosa, além de causar menos impacto ao meio ambiente. Esse tipo de ação é feita com o uso de bactérias e é conhecido como: a) Biorremediação b) Antibiótico c) Aterro sanitário d) Arqueas e) Vacina ambiental 5. Em que alternativa as duas características são comuns a todos os indivíduos do reino Monera? a) Ausência de núcleo e presença de clorofila b) Ausência de carioteca e capacidade de síntese protéica c) Incapacidade de síntese protéica e parasitas exclusivos d) Presença de um só tipo de ácido nucléico e ausência de clorofila e) Ausência de membrana plasmática e presença de DNA e RNA 71 Gabarito dos exercícios - Reino Monera 1)E 3)B 2)D 4)A 5)B Reino Protista 1. O reino Protista engloba uma diversidade de seres vivos que não apresentam ancestralidade em comum (polifiléticos). Os organismos presentes neste reino são eucariontes, uni ou pluricelulares e podem ou não realizar fotossíntese. Os principais grupos presentes neste reino são: a) Moneras e Protozoários b) Protozoários e Fungos c) Algas e Moneras d) Fungos e Algas e) Protozoários e Algas 2. Os protozoários são organismos que em sua maioria habitam o ambiente aquático, entretanto, não apresentam parede celular. Eles apresentam como mecanismo para eliminar o excesso de água absorvido, em ambiente dulcícola, uma estrutura que permite a osmorregulação. Essa estrutura é conhecida como: a) Vacúolos contráteis b) Pseudópodes c) Membrana Plasmática d) Flagelos e) Cílios 72 3. O barbeiro é o transmissor de um parasita que causa uma doença no homem. Assinale a alternativa que indica respectivamente o parasita e a doença: a) Tripanossoma – doença de Chagas b) Leishmania – úlcera de Bauru c) Tripanossoma – doença do sono d) Bactéria – furúnculo e) Ameba - disenteria 4. Assinale a alternativa incorreta, com relação aos protistas: a) todos os protistas são aeróbios e vivem em meio rico de oxigênio livre; b) a reprodução dos protistas pode ser assexuada ou sexuada; c) nem todos os protistas são microscópicos; d) todos os protistas possuem uma membrana, mais ou menos delgada, que os envolve; e) nem todos os protistas têm um só núcleo. 5. Quando um _________ está se dividindo por ________ há formação de _______ células-filhas. a) Ciliado - conjugação - duas; b) Rizópode - cissiparidade - quatro; c) Esporozoário - esquizogonia - muitas; d) Esporozoário - esquizogonia - duas; e) Ciliado - esporogonia - duas. 73 Gabarito dos exercícios - Reino Protista 1) E 3) A 2) A 4) A 5) C Reino Fungi 1. Complete a frase, optando por uma das alternativas: Fungos multicelulares têm o corpo formado por um filamento delgado chamado _______. O conjunto destas/destes é chamado ____________. (A) hifa, micélio (B) esporo, micélio (C) hifa, esporo (D) micélio, hifa E) esporo, hifa 2. Casacos de lã, sapatos de couro e cintos de algodão guardados por algum tempo em armários podem ficar mofados, pois fungos necessitam de (A) Algas simbióticas para digerir o couro, a lã e o algodão; (B) Baixa luminosidade para realizar fotossíntese; (C) Baixa umidade para se reproduzirem; (D) Substrato orgânico para o desenvolvimento adequado. 74 3. Julgue os itens a seguir com “V” para verdadeiro ou “F” para falso: a) ( ) Alguns fungos podem ter reprodução tanto assexuada quanto sexuada. b) ( ) Além de decomporem a matéria orgânica, fungos podem ser utilizados na produção de alimentos e bebidas. c) ( ) Fungos causam doenças apenas em seres humanos e outros animais. d) ( ) A penicilina era obtida, primeiramente, de fungos do gênero penicillium. e) ( ) Liquens e micorrizas são associações benéficas envolvendo fungos e outros organismos. 4. Observe a figura abaixo e indique a(s) proposição(ões) verdadeira(s) sobre este grupo de organismos. 01) São organismos eucarióticos. 02) Fazem parte do Reino Fungi. 04) Existem espécies comestíveis, venenosas e outras alucinógenas. 08) Existem espécies fotossintetizantes. 16) Podem ser saprófitas ou parasitas. 32) O champignon é um exemplo pertencente a este grupo. Dê como resposta a soma dos números associados às proposições corretas. 75 Gabarito dos exercícios - Reino Fungi 1) A 2) D 3) a) Verdadeiro. Zigomicetos, ascomicetos e basidiomicetos podem reproduzirse sexuadamente. b) Verdadeiro c) Falso. A ferrugem, por exemplo, é uma doença fúngica que ocorre em determinadas plantas, como o café. d) Verdadeiro e) Verdadeiro. Liquens correspondem a uma associação mutualística entre determinados fungos e algas; e as micorrizas, associação entre as hifas de certos fungos com raízes de plantas. 4) Total = 55 76 Reino Plantae 1. O Reino Vegetal foi dividido informalmente em dois grandes grupos: Criptógamos e Fanerógamos, Considerando-se principalmente os aspectos reprodutivos. Abaixo, há uma série de exemplos de vegetais, identificados por algarismos e algumas de suas principais características: 1) Plantas vasculares, com semente, porém sem frutos. 2) Plantas com sistema condutor de seiva, com flores, sementes e frutos. 3) Plantas com sistema condutor, co raízes e sem sementes. 4) Plantas avasculares, com rizóides e sem sementes. As características descritas pelos algarismos de 1 a 4 representam, respectivamente quais grupos vegetais? 2. Entre as adaptações dos vegetais à vida terrestre, uma das mais importantes está relacionada com o desenvolvimento da reprodução sexuada independente do meio aquático. Sob este aspecto, os vegetais terrestres que conseguiram superar a dependência da água para a fecundação dos gametas foram apenas as: a) Pteridófitas. b) Gimnospermas. c) Briófitas. d) Angiospermas. e) Gimnospermas e angiospermas 77 3. Indique o grupo de vegetais que apresenta sementes: a)Pinheiro, leguminosas e gramíneas. b)Avencas, bromélias e cítricos. c)Samambaias, pinheiros e orquídeas. d)Leguminosas, algas e gramíneas. e)Cítricos, cactáceas e cogumelos. 4. Raízes, caules, flores, folhas, sementes e frutos estão presentes apenas nas: a)Gimnospermas. b)Coníferas. c)Briófitas. d)Pteridófitas. e)Angiospermas. 5. Algumas plantas não possuem um tecido condutor especializado para o transporte de seiva bruta e elaborada. Chamamos essas plantas de avasculares. Que grupo de plantas não apresenta tecido condutor? a)Apenas as pteridófitas b)As briófitas e pteridófitas c)Apenas as briófitas d)Angiospermas e)Gimnospermas. 78 6. A semente foi, sem dúvida, uma grande novidade evolutiva, ela garantiu maior proteção ao embrião, além de facilitar a dispersão das espécies. Qual grupo de plantas não apresenta sementes? a)Briófitas e angiospermas b)Briófitas e pteridófitas c)Pteridófitas e gimnospermas d)Gimnospermas e angiospermas e)Pteridófitas e angiospermas 7. Sabemos que os vegetais são seres autotróficos. Eles são capazes de produzir glicose utilizando gás carbônico e água em um processo denominado: a)Fermentação lática. b)Fotossíntese c)Respiração celular d)Respiração anaeróbia e)Fermentação alcoólica 8. Em regiões de clima úmido, como serras, encontramos muitos vegetais como samambaias e avencas, designados como pteridófitas. A característica fisiológica que aproxima esse grupo vegetal das angiospermas é: a) A presença de raiz. b) O transporte da seiva por vasos condutores. c) O crescimento de frutos. d) O desenvolvimento de um caule. e) A formação de sementes. 79 Gabarito dos exercícios - Reino Plantae 1) Gimnospermas, angiospermas, pteridófitas e briófitas. 2) E 5) C. 3) A. 6) B. 4) E 7) B. 8) B. Reino Animalia 1. A tabela a seguir apresenta algumas características de algumas classes do filo Arthropoda: Na tabela, Arachnida, Crustácea representados pelos números: a) 1, 2 e 3 b) 1, 3 e 2 c) 2, 3 e 1 d) 3, 1 e 2 e) 3, 2 e 1. 80 e Insecta estão respectivamente 2. Sobre os animais, julgue com “V” para verdadeira ou “F” para falsa as afirmativas abaixo: a) ( ) A divisão dos animais em invertebrados e vertebrados não tem valor taxonômico. b) ( ) Todo animal vertebrado possui vértebras. c) ( ) Lombrigas, filárias, tênias e ancilóstomos são nematelmintos. d) ( ) Animais onívoros se alimentam tanto de tecidos animais quanto de plantas. 3. A placenta é uma estrutura materno-fetal, característica dos mamíferos, que permite a passagem de nutrientes, gases respiratórios e excretas entre os dois organismos, durante o período gestacional. Com base na ausência/presença rudimentar/desenvolvimento pleno da placenta, os mamíferos classificam-se em prototheria, metatheria e eutheria. Entre as ordens de mamíferos citados, assinale aquela onde os indivíduos não apresentam desenvolvimento placentário. a) Chirópteros b) Cetáceos c) Marsupiais d) Monotremados e) Artiodáctilos 81 4. Grupo exclusivamente marinho cujo corpo, na fase adulta, apresenta simetria pentarradial, podendo apresentar espinhos na superfície do corpo, endoesqueleto composto por ossículos calcários, animais verdadeiramente celomados, que possuem sistema hidrovascular: a) Poríferos b) Turbelários c) Cnidários d) Moluscos e) Equinodermos 5. O quadro abaixo mostra características fisiológicas de diferentes grupos animais quanto ao tipo de respiração, circulação e esqueleto. Assinale a opção que indica os grupos aos quais esses animais pertencem, respectivamente: a) I- insetos; II- peixes; III- mamíferos; IV- anfíbios. b) I- equinodermas; II- peixes; III- mamíferos; IV- anelídeos. c) I- insetos; II- mamíferos; III- anfíbios; IV- aves. d) I- aves; II- peixes; III- répteis; IV- insetos. e) I- anfíbios; II- répteis; III- insetos; IV- mamíferos. 82 6. Identifique qual a afirmativa verdadeira quanto às características dos animais. a) Todos os vertebrados são cordados b) Todos os vertebrados são mamíferos c) Os anfíbios e répteis são invertebrados d) Os peixes são animais homeotérmicos e) As aves são vertebrados, mas não são cordados. 7. Um determinado animal adulto é desprovido de crânio e apêndices articulares. Apresenta corpo alongado e cilíndrico. Esse animal pode pertencer ao grupo dos: a) Répteis ou nematelmintos b) Platelmintos ou anelídeos. c) Moluscos ou platelmintos. d) Anelídeos ou nematelmintos. e) Anelídeos ou artrópodes. 83 8. São sedentários, bentônicos, possuem gêmulas para a reprodução, coanócitos para a digestão, espículas para a sustentação, os: a) espongiários b) celenterados c) moluscos d) anelídeos e) nematoides 9. Um animal que possui como características presença de coluna vertebral, fecundação interna com cópula, respiração pulmonar, embrião protegido por ovo de casca dura e temperatura variável com o ambiente deve pertencer ao grupo: a) das aves. b) dos peixes. c) dos répteis. d) dos anfíbios. e) dos mamíferos. 10. A rádula presente em alguns moluscos é uma estrutura relacionada com: a) transpiração. b) reprodução. c) excreção. d) locomoção. e) alimentação. 84 Gabarito dos exercícios - Reino Plantae 1) D. 2) a) Verdadeiro. Animais invertebrados pertencem a diversos filos distintos, e os vertebrados pertencem ao filo Chordata. b) Falso. Os agnatos, como lampreias e feiticeiras, não possuem vértebras. c)Falso. As tênias são platelmintos. d)Verdadeiro 3) D. 6) A. 9) C. 4) E. 7) D 10) E. 5) A. 8)A. SUGESTÕES DE SITES PARA CONSULTA Com Ciência - Revista Eletrônica de Jornalismo Científico da SBPC .< http://www.comciencia.br/comciencia/> SBPC - Sociedade http://www.sbpcnet.org.br> Brasileira para o Progresso da Ciência. < Ciência Hoje . <http://cienciahoje.uol.com.br/> Só Biologia - Portal de Biologia e Ciências. < http://www.sobiologia.com.br/ Portal do Jornalismo Científico. <www.jornalismocientifico.com.br/> Bio Mania. < http://www.biomania.com.br/bio/> Planeta Bio. < http://www.planetabio.com/> Toda Biologia. < http://www.todabiologia.com/> 85 REFÊRENCIAS BIBLIOGRAFICAS LOPES,S. Biologia Essencial. Editora Saraiva, 2005. ODUM, E.P. Ecologia. Editora Guanabara Koogan, 1988. PAULINO, W.R.Biologia Série novo ensino médio. Editora Ática 2004. RAVEN,P.H.;HELLER,H.C..Biologia Vegetal. Editora Guanabara Koogan, 2007. http://comciencia.br/reportagens/biodiversidade/bio15.htm/ acesso setembro de 2013 http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/1997/setembro/bn.2004-1125.9592314226/ acesso setembro de 2013 http://www.sobiologia.com.br/ acesso setembro de 2013 http://www.infoescola.com/biologia/acesso setembro de 2013 http://estudandoabiologia.wordpress.com/acesso setembro de 2013 http://www.brasilescola.com/biologia/briofitas.htm. aceso em setembro de 2013 86