3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS ÍNDICE II.5 - Coordenador: Índice Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental ........................................... 1/10 II.5.1 - Inter-Relação entre os Meios ...................................................... 1/10 II.5.2 - Mapa de Síntese Ambiental........................................................ 4/10 II.5.3 - Janela Ambiental ................................................................... 7/10 II.5.4 - Considerações Finais Acerca da Qualidade Ambiental ......................... 9/10 Técnico: 1/1 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS Legendas Quadro II-1 – Caracterização das Áreas de Zona Costeira e Marinha l.................................................. 6/10 Quadro II-2 –Comparação entre as variáveis e o período previsto para as atividades sismicas ..................... 9/10 Coordenador: Índice das Legendas Técnico: 1/1 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 II.5 - ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS ANÁLISE INTEGRADA E SÍNTESE DA QUALIDADE AMBIENTAL De acordo com o solicitado no Termo de Referência emitido pelo CGPEG/DILIC/IBAMA nº 08/15, deverá ser elaborada uma análise integrada dos diagnósticos dos meios físico, biológico e socioeconômico que caracterize de forma ampla a inter-relação entre os meios estudados, explicitando as relações de dependência e/ou sinergia entre os fatores ambientais, para compreensão da estrutura e da dinâmica do ambiente da área de influência. Para tal fim, uma síntese da qualidade ambiental será elaborada com o objetivo de fornecer informações capazes de embasar a identificação e avaliação dos impactos decorrentes da atividade. Essa síntese deverá, também, considerar a existência de outros empreendimentos e atividades na região, bem como atividades de pesquisa sísmica já ocorridas. De maneira didática, serão tabelas sobreposições contendo os períodos críticos para os recursos biológicos identificados no Diagnóstico do Meio Biótico, incluindo a lagosta, assim como também para os períodos críticos para a atividade pesqueira (defeso e safras). A partir da sobreposição desses períodos deverá se discutir qual o período mais adequado para a realização da pesquisa sísmica (janela ambiental). A partir da análise de todas as informações levantadas, será consolidado um Mapa de Síntese Ambiental. O objetivo desse mapa será sintetizar as informações relevantes do diagnostico ambiental de forma a subsidiar a Avaliação de Impactos Ambientais. Também serão descritas, com o uso de Mapas, as áreas de exclusão e restrição das atividades de exploração de petróleo e gás, especificando seus períodos. II.5.1 - Inter-Relação entre os Meios A inter-relação que está sendo considerada neste diagnóstico, está embasada na descrição da atividade apresentada na Caracterização da Atividade (item II.2), na Área de Estudo (item II.3) e no Diagnóstico Ambiental (item II.4). De maneira geral, o ambiente onde será desenvolvida a atividade sísmica descrita nesse EAS, é composto por regiões com sensibilidade variada refletindo a importância e a diversidade dos fatores ambientais presentes na área de influência da atividade. A variabilidade de sensibilidade também é reflexo direto das possibilidades do uso humano dos recursos naturais, como esta análise se propõe a demonstrar. Coordenador: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental Técnico: 1/10 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS A realização de uma análise integrada embasa a identificação e avaliação dos impacto ambientais com precisão e acurácia. Outro ponto que deve ser considerado é a existência de outros empreendimentos e atividades na região, além de pesquisas sísmicas já existentes. Ao caracterizar e delimitar as áreas de sensibilidade ambiental, a Analise Integrada foi estruturada para verificar a correlação entre os diversos aspectos ambientais que compõe a área de inserção da atividade. A partir do preconizado pelo Termo de Referência, a sensibilidade ambiental considerou as seguintes variáveis: Limite geográfico Batimetria Sazonalidade Reprodução Alimentação Abrigo Competição Fixação (substrato consolidado) Desenvolvimento/crescimento Fase de vida Relação intra e interespecífica Restrição (área de restrição para sísmica, exercício militar, defeso) Risco para navegação Captura acidental de quelônios e cetáceos em rede de pesca Recursos pesqueiros (captura) Cadeia Produtiva Efeito direto da atividade (som, campo eletromagnético, lama) Rota de Navegação Coordenador: 2/10 Técnico: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS De todos os fatores relacionados ao Meio Físico, batimetria e sazonalidade se destacam durante a análise de sensibilidade ambiental considerando que os mesmos apresentam relação direta com os demais fatores ambientais. A sensibilidade ambiental é inversamente proporcional à cota batimétrica, logo, quanto mais profunda uma área, menos sensível. Dos fatores ambientais relacionados ao Meio Biótico, entende-se que as atividades relacionadas à Sísmica podem ter interferência com alimentação, migração e reprodução e espécies. Há ainda a relação com as áreas de importância biológica, Unidades de Conservação, áreas de reprodução, berçário, aglomeração reprodutiva, recrutamento e assentamento de invertebrados, turismo e pesca recreativa e artesanal, dentre outros. Conforme pode ser observado no item II.4.4 – Unidades de Conservação, não há unidade de conservação na área que será alvo da atividade sísmica, logo, não há impacto sobre UCs. No entanto, é importante considerar essas áreas nesta análise considerando que as mesmas possuem alta sensibilidade ambiental com forte dependência com fatores ambientais diversos, tornando esses ambientes extremamente sensíveis a ações antrópicas. Ao analisar os aspectos socioeconômicos, deve-se levar em consideração, dentre outras, as atividades de mergulho, de pesca e petrolíferas. As atividades náuticas e a pesca dependem diretamente de fatores relacionados ao Meio Físico tais como as condições meteorológicas. Esses fatores, por sua vez, influenciam a sazonalidade das atividades tais como saída e tipo das embarcações, segurança na navegação e tipo de pescado. No item II.4.3 - Diagnóstico do Meio Socioeconômico, pode-se ter uma ideia melhor da realidade das atividades pesqueiras na região. As atividades petrolíferas e a atividade pesqueira são, em muitos casos, conflituosas, consequentemente, tem sido analisada com cautela considerando possíveis interferências entre ambos. Quanto menos recursos pesqueiros uma região dispuser, maior será o impacto da atividade de petróleo terá sobre a comunidade de pescadores. A Rota de Navegação das embarcações utilizadas durante a atividade até a base de apoio foi sugerida de forma a reduzir a distância, o tempo de navegação e dispêndio de energia de transporte, bem como redução de riscos de acidente nas operações por choque/abalroamento de embarcações. A navegação de apoio será realizada afastada de áreas ambientalmente sensíveis, não sobrepondo áreas de Unidades de Conservação, evitando áreas de atividade pesqueira e minimizando a probabilidade de choque com organismos marinhos, o que caracteriza um impacto ambiental de baixa significância. Coordenador: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental Técnico: 3/10 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS II.5.2 - Mapa de Síntese Ambiental A partir das considerações feitas para a Análise Integrada, foi possível a elaboração do Mapa de Síntese Ambiental - 3101-02-EAS-MP-6001, mapa esse que exibe as áreas prioritárias para a conservação da Biodiversidade do MMA. Os estudos realizados para a elaboração da Análise Integrada dos aspectos ambientais convergem para o mapa Integrado das Zonas Costeiras e Marinhas, conforme proposto pelo MMA (2007), que reúne importantes áreas para a conservação da biodiversidade dos principais grupos taxonômicos e ecossistemas conforme o grau de importância biológica. O MMA classificou inicialmente as Áreas Prioritárias para a Conservação (Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade - 3101-02-EAS-MP-3001), em função do grau de importância para a biodiversidade, nas seguintes categorias: Extremamente Alta; Muito Alta; Alta; Insuficientemente Conhecida, mas de Provável Importância Biológica. Por fim, foram indicadas as seguintes ações prioritárias para os sítios identificados: Fomento ao Uso Sustentável; Criação de UC (Categoria Indefinida). Mosaico/Corredor Definição Áreas Exclusão Pesca A análise do Mapa de Síntese Ambiental indica a presença de 4 áreas de Zona Costeira e Marinha, das quais, somente 1 tem importância extremamente alta, 1 muito alta e 2 insuficientemente conhecidas. Coordenador: 4/10 Técnico: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS O Quadro II-1 representa essas áreas e mostra dados sobre seus recursos biológicos, ecossistemas, áreas protegidas e de relevância para a conservação, áreas de alimentação e reprodução, recursos pesqueiros e as áreas preferenciais de pesca. Coordenador: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental Técnico: 5/10 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS Quadro II-1 – Caracterização das Áreas de Zona Costeira e Marinha l Nome ZEE Corredor da Cadeia de Fernando de Noronha Talude Continental Setentrional Plataforma externa do Rio Grande do Norte Código Zm075 Zm030 Zm028 Zm073 Importância Insuficientemente Conhecida Muito Alta Insuficientemente Conhecida Extremamente Alta Prioridade Alta Extremamente Alta Alta Extremamente Alta Ação Prioritária Fomento Uso Sust. Cria UC - Indef. Mosaico/Corredor Definição Áreas Exclusão Pesca Bioma Zona Marinha Zona Marinha Zona Marinha Zona Marinha Criação de UC Não Sim Não Não Ação recomendada Redução das capturas incidentais na pesca de espinhel-pelágico. Planos de recuperação de espécies sobrexplotadas (lutjanídeos e lagosta); Estudo da viabilidade de criação de UCs, de áreas de exclusão/restrição de pesca e de Explotação de algas, com vistas Ó manutenção dos corredores de biodiversidade e fluxo gênico dos organismos recifais entre a Província Caribenha e a Brasileira; Redução das capturas incidentais na pesca de espinhel-pelágico. Oportunidades Levantamentos realizados no âmbito do REVIZEE; desenvolvimento da pesca sustentável de atuns e afins; existência do Programa de Levantamento da Plataforma Continental Jurídica (REMPLAC); levantamento da potencialidade mineral; Programa REVIMAR; Programa Explotação sustentável sobre recursos subexplotados e inexplotados; organismos com potencial farmacológico; existência da REMANE (Rede de Mamíferos Aquáticos do Nordeste); corredor ecológico natural; Existência do REVMAR, PROBORDO e PREPES Capturas incidentais de quelônios (principalmente Caretta caretta e Dermochelys coriacea), cetáceos, tubarões e aves na pesca de espinhel-pelágico. Possíveis/eminente impactos das atividades de A&P; pesca desordenada sob caranguejo de profundidade e sirigado (Mycteroperca bonaci), potencial impacto ao ecossistema bentônico pela exploração pesqueira; Capturas incidentais de quelânios (principalmente) Ameaças Coordenador: 6/10 Estudo da viabilidade de implementação de áreas de exclusão de pesca e Explotação de algas; Estudo da viabilidade de implantação de maricultura sustentável Existência do PARNA de Fernando de Noronha, APA, e REBIO Atol das Rocas; pesca sustentável; conectividade entre os montes e ilhas; Existência do REVMAR, PROBORDO e PREPES Parcerias com setor produtivo para pesquisas em geral; pesca sustentável; turismo subaquático ordenado (naufrágio); maricultura (ex. bijupirá, lutjanideos; integrado algas-moluscos-camarões-peixes); Existência do REVMAR, PROBORDO e PREPES Tráfego de embarcações; pesca desordenada sobre recursos sobreexplotados. Exploração de alga calcária; impactos derivados da ocupação desordenada da costa; trânsito de embarcações; descarte de água de lastro como via de introdução de espécies exóticas; pesca predatória (pesca submarina com uso de compressor) e desordenada. Técnico: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 II.5.3 - ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS Janela Ambiental Há uma séria de espécies animais que habitam, passam e/ou se reproduzem de acordo com variações sazonais, logo, há de se avaliar as épocas com maior criticidade para os recursos biológicos procurando o momento mais adequado para a realização da atividade sísmica. De maneira a buscar a melhor janela ambiental, foram avaliadas as seguintes varáveis: períodos de restrição para atividade de sísmica, uso e alimentação por mamíferos marinhos e tartarugas, reprodução de baleias migratórias e desova de tartarugas-marinhas, intensidade da atividade pesqueira (principais desembarques) e períodos de defeso. A atividade de pesquisa sísmica no Programa Potiguar será executada em aproximadamente 130 dias, a partir de outubro de 2016. A área onde ocorrerão os disparos da fonte sísmica em potência máxima de operação , que se estende ortogonalmente a costa Aracati à Guamaré. A menor profundidade é de 50 metros e a menor distância da costa é de 46 km. A área em questão é de uso e alimentação de Golfinhos, baleias, peixe-boi marinho e tartarugas marinhas no decorrer do ano inteiro, logo, não há um período que seja mais indicado do que os demais para a realização da atividade sísmica. Além do uso, também há o uso voltado para alimentação por golfinhos, baleias dentadas (cachalotes, “blackfish”), baleias não migratórias e peixe-boimarinho, tanto na região costeira quanto na oceânica, ocorrem ao longo do ano inteiro. As tartarugas-de pente (Eretmochelys imbricata), as tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta) e as tartarugas-verdes (Chelonia mydas) utilizam a costa do Ceará e do Rio Grande do Norte para alimentação e rota migratória, e a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) como rota migratória No que diz respeito à reprodução, espécies de baleias migratórias podem ser observadas nos meses de junho até o final de novembro, enquanto as tartarugas marinhas de novembro até o final de abril e, por sua vez, o peixe-boi marinho de dezembro até junho. Os golfinhos e baleias dentadas (Odontoceti) não possuem períodos reprodutivos conhecidos, no entanto, de maneira geral, as atividades de reprodução de baleias migratórias na costa brasileira acontecem entre julho e novembro. É válido mencionar que a Bacia do Potiguar não é considerada dentro das principais rotas conhecidas para migração de baleias, tampouco como área de concentração para reprodução. Coordenador: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental Técnico: 7/10 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS Ao se analisar a reprodução, há que se ter cautela especial com o peixe boi que se associa de maneira indissociável ao ciclo hidrológico. Tal fato pode ser observado considerando que tanto a cópula quanto o nascimento acontecem quando as águas começam a subir entre os meses de dezembro e junho com o pico de nascimentos entre os meses de fevereiro e maio (ICMBio, 2011a). A Instrução Normativa Conjunta ICMBio/IBAMA nº 02 de 2011 - criou uma Área Restrição Temporária para atividade considerando concentração de peixe-boi se estende da região costeira do município de Aquiraz/CE até o limite estadual de Alagoas/Sergipe, em áreas com profundidade inferior a 12 metros, de 01 de setembro a 30 de maio Ao analisar as tartarugas marinhas, no Brasil, a temporada de desova se inicia no mês de setembro se estendendo até o mês de abril nas praias oceânicas chegando até junho nas ilhas oceânicas. Dentre os locais de conhecida importância nacional para a desova de tartarugas marinhas há as praias da Pipa e Barreira do Inferno no Rio Grande do Norte, reconhecidamente áreas de desova de tartaruga de pente nos meses de novembro até abril. Nas demais praias do Ceará e do Rio Grande do Norte podem acontecer desovas temporárias, no entanto, não há áreas reconhecidas como locais de desova (ICMBio, 2011b). Mesmo com a desova das lagostas do gênero Panulirus ocorrendo no ano inteiro, há um período de defeso para as mesmas que se estende de dezembro até maio. A desova pode acontecer tanto de forma individual quanto populacional e ocorre longe da costa nas profundidades que variam entre 40 e 50 metros (FONTELES-FILHO & IVO, 1980 apud DIAS-NETO, 2008). No que se refere ao desembarque de peixes, no estado do Rio Grande do Norte o pescado mais significativo é o peixe voador com principal período de captura no inverno, no Ceará, por sua vez, o pargo é o mais representativo com maior volume de captura entre os meses da primavera e do verão. É válido mencionar o grande volume do Caval (pelágico) capturado principalmente por petrechos de linha (currico e espinhel) no Ceará no ano de 2006 (IBAMA, 2008). As atividades de pesca tanto no Ceará quanto no Rio Grande do Norte, de maneira geral, são ligadas às atividades “linheiras” com petrechos simples e, majoritariamente, com dimensões menores e serem bem pontuais, como as linhas-de-mão. No Ceará, a linha foi responsável por 65,0% dos desembarques em número e 83,0% do peso da amostra e já no Rio Grande do Norte praticamente todos os tipos de embarcações existentes no estado empregam este aparelho de pesca. (IBAMA, 2008). Coordenador: 8/10 Técnico: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS No Quadro II-2 é possível observar a relação temporal entre todas variáveis estudadas para a definição da Janela Ambiental. Quadro II-2 – Comparação entre as variáveis e o período previsto para as atividades sismicas JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Atividade Sísmica Uso e alimentação de Golfinhos, baleias, peixe-boi marinho e tartarugas marinhas Reprodução de baleias Desova de tartaruga-de-pente Reprodução e restrição de peixe-boi Desova de Lagostas Defeso da Lagosta Pico de desembarque pesqueiro no Ceará Pico de desembarque pesqueiro no Rio Grande do Norte A interpretação do Quadro II-2 associado à analise dos dados permite concluir que não há uma janela ambiental adequada considerando que no decorrer do ano inteiro sempre há restrições relacionadas a grande quantidade de usos da área, tanto pela biota quanto pela população. No entanto, vale mencionar que o fato de a área onde ocorrerão os disparos sísmicos estão a 46km da costa e a profundidade maior do que 50 metros, minimizando as possíveis interferências com as áreas de maior sensibilidade. Considerando que as atividades sísmicas envolvem um período continuo de 130 dias a iniciar no mês de outubro de 2016, pode-se aferir que as possíveis interferências da atividade aos recursos biológicos acontecerão somente nesse intervalo temporal e serão mitigadas pelas ações de controle e monitoramento propostas. II.5.4 - Considerações Finais Acerca da Qualidade Ambiental A partir das análises pertinentes à essa fase do estudo, foi possível identificar restrições ambientais da áreas as expondo de forma didática e quantitativa criando uma leitura integrada das informações levantadas no diagnóstico ambiental e proporcionando um panorama geral spb as condições de preservação da região, níveis de pressão antrópica e capacidade de suporte e resiliência dos recursos bióticos e abióticos. Coordenador: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental Técnico: 9/10 3101-00-EAS-RL-0001-00 Maio de 2016 - Rev. nº 00 ATIVIDADE DE PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA SEDIMENTAR DO POTIGUAR, PROGRAMA POTIGUAR FASE 2 Estudo Ambiental de Sísmica - EAS Considerando os diagnósticos ambientais dos meios físico, biótico e socioeconômico e observando-os de maneira integrada, os impactos ambientais das atividades sísmicas podem ser mensurados de acordo com a sensibilidade do ambiente. No contexto deste estudo, a Sensibilidade Ambiental está diretamente ligada à Resiliência dos ambientes, ou seja, a capacidade que dos sistemas e ecossistemas de reagirem e se reconstituírem quando afetados por uma ação antrópica. As áreas com maior sensibilidade ambiental foram identificadas e diferenciadas com relação ao seu entorno no Mapa de Síntese Ambiental. Mesmo considerando a ausência de Unidades de Conservação na área das atividades sísmicas, a diversidade de recursos naturais associado a atributos físicos particulares da região, principalmente os Montes Submarinos, e o uso da área para pesca pela população, faz com que área em questão tenha Sensibilidade Ambiental Muito Alta. Essa classificação de dá ao fato de que mesmo a área tendo uma enorme diversidade de atributos bióticos e abióticos, a sua qualidade ambiental associada a tempo curto e determinado da atividade sísmica faz com que a mesma possa se recuperar das intervenções sofridas. Ao analisar a atividade petrolífera como um todo, a atividade sísmica é considerada de muita importância, considerando que a mesma levanta dados com custos e riscos ambientais relativamente pequenos em uma janela de tempo determinada ao contrário das atividades de perfuração/produção que podem causar alterações diversas tanto no ambiente quanto na cadeia trófica. É importante considerar que mesmo que a atividade de sísmica seja pontual, a mesma não deve ser observada de forma isolada no contexto das demais atividades petrolíferas existentes na área de estudo. A sinergia entre as atividades é avaliada a partir do momento que impactos de atividades diversas podem se somar se maximizando. Na avaliação de impactos será considerada a sinergia e cumulatividade não somente entre os impactos gerados por essa atividade, mas entre impactos de natureza semelhante de outros empreendimentos na mesma área. Do ponto de vista das atividades sísmicas, foram consideradas as atividades de Sísmicas da Bacia Sedimentar do Potiguar Fase 1 e da Bacia Sedimentar do Ceará. Coordenador: 10/10 Técnico: II.5 - Análise Integrada e Síntese da Qualidade Ambiental