LOCALIZAÇÃO DE FÁRMACO ANTIMALÁRICO EM

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LOCALIZAÇÃO DE FÁRMACO ANTIMALÁRICO EM SISTEMAS
BIOMIMÉTICOS
Marcela de Souza Santos1, Maria Perpétua Freire de Morais Del
Lama1, Rose Mary Zumstein Georgetto Naal1
1
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, USP
1. Objetivos
A supressão e o tempo de vida de
fluorescência de uma sonda molecular
associada a sistemas biomiméticos são
indicadores fiéis do ambiente no qual o
1
fluoróforo está inserido . Assim, os
parâmetros fotofísicos, bem como a
supressão de fluorescência da cloroquina
(CQ),
um
fármaco
antimalárico
fluorescente,
foram
empregados
na
determinação do sítio de localização do
mesmo nas micelas iônicas a fim de
contribuir com a compreensão do
comportamento deste fármaco em sistemas
biológicos.
2. Material e métodos
Os estudos de fluorescência resolvida no
tempo e supressão de fluorescência
empregaram amostras de difosfato de
cloroquina (10 µM), na ausência e
presença dos sistemas micelares de SDS,
SDTMA, CTAB e CTAS, nas concentrações
respectivas de 50, 35, 5 e 1,5 mM, nos pHs
5; 7,5; 9 e 13 (considerando que CQ é um
fármaco prototrópico). A excitação e
emissão de fluorescência da sonda foram
registradas
em
330
e
342
nm,
respectivamente.
A
supressão
de
fluorescência
foi
realizada
pelos
supressores catiônicos cobre (hidrofílico) e
decilpiridínio (hidrofóbico) e as constantes
de supressão foram obtidas pela equação
2
de Stern-Volmer .
3. Resultados e discussão
As constantes de supressão de SternVolmer (Ksv) nos ambientes micelares
iônicos são, significativamente, maiores do
que em meio aquoso, sugerindo que o
cromóforo fluorescente da cloroquina está
acessível ao supressor, ou seja, exposto à
fase aquosa, o que aponta a interface
micelar como o provável sítio de
solubilização do fármaco. Os tempos de
vida, na presença de micelas, são maiores
do que em meio aquoso, indicando que a
cloroquina interage de forma que os
processos de decaimentos não-radiativos
são minimizados devido, possivelmente, à
menor interação com moléculas de água ou
à internalização do fármaco nas micelas, o
que reforça os resultados obtidos por
supressão de fluorescência. Na presença
de micelas de SDS e SDTMA, os tempos
de vida da cloroquina são maiores do que
em micelas de CTAB e CTAS, em todos os
pHs estudados. Isto sugere que a
cloroquina associa com as micelas
aniônicas e catiônicas de forma diferente,
ou seja, a porção fluorescente do fármaco
está menos exposta à fase aquosa quando
a cloroquina está solubilizada em ambiente
micelar aniônico.
4. Conclusões
A superfície micelar é apontada como a
provável localização da cloroquina, sendo
que a porção fluorescente do fármaco está
menos exposta à fase aquosa em micelas
aniônicas,
comparadas
às
micelas
catiônicas. A associação cloroquina-SDS é
dirigida por efeitos eletrostáticos e
hidrofóbicos, no entanto o primeiro efeito
predomina na interação cloroquina-CTAB.
5. Referências bibliográficas
[1] H. Raghuraman; A. Chattopadhyay.
European Biophysics Journal, 33, 611
(2004).
[2]
Lakowicz,
J.R.
Principles
of
Fluorescence Spectroscopy. New York:
Plenum Press, 2006.
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