2241 Trabalho 278 - 1/3 IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA DO TRATAMENTO SUPERVISIONADO(DOTS) DE TUBERCULOSE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ARAÚJO, Natálya Iara Rodrigues de1 OLIVEIRA, Edmara Teixeira2 ROMCY, Mariana de Morais2 FREITAS, Rebeca Miranda Rocha de2 MORAES, Gerídice Lorna Andrade3 MARQUES, Marilia Braga4 Introdução: A tuberculose (Tb) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch), transmitido através de aerossóis contaminados, estando intimamente relacionado com as condições de vida da população. A duração mínima para o tratamento é de seis meses consistindo na tomada diária de medicamentos, recebendo o paciente ao final do tratamento alta por cura. Segundo o Ministério da Saúde(MS)(2002) a estratégia do tratamento supervisionado (DOTS) foi criada com o objetivo de garantir a adesão ao tratamento, reduzindo o risco da transmissão da doença na comunidade, e consiste na supervisão da ingestão dos medicamentos, na unidade ou na residência do paciente, assegurando que o paciente os tome em uma única dose diária. A DOTS é indicada para todos os indivíduos em tratamento da tuberculose, principalmente os integrantes de grupos mais vulneráveis: etilistas, tabagistas, mendigos, presidiários, asilados, usuários de drogas, estigmatizados. Neste momento, é de suma importância, realizar atividades de educação em saúde, com o objetivo de ensinar e esclarecer sobre o tratamento, sinais e sintomas, formas Acadêmica do 6º semestre do curso de graduação em Enfermagem, - Universidade Federal do Ceará - UFC. E-mail: [email protected] 1 2 Acadêmica do 6º semestre do curso de graduação em Enfermagem-Universidade Federal do Ceará- UFC. Enfermeira, doutoranda em Enfermagem pelo programa de pós-graduação do departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Estratégia Saúde da Família de Fortaleza. 3 Enfermeira, mestranda em Enfermagem pelo programa de pós-graduação do departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Bolsista da CAPES. 4 2242 Trabalho 278 - 2/3 de contágio, dentre outros. Souza e Silva (2007) afirmam que possibilitar o encontro e o convívio mais próximo das pessoas com tuberculose pode promover o conhecimento mútuo dos dramas vivenciados cotidianamente, possibilitando às pessoas sentimentos de solidariedade e principalmente uma referência no sentido de que o indivíduo se dá conta de que não está sozinho naquela situação e, na confrontação com o outro, ele avalia suas possibilidades de superação da doença e reflete sobre sua vida. Objetivo: Relatar a aplicação de uma estratégia de educação em saúde na DOTS de tuberculose, ressaltando a sua importância. Metodologia:Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará – UFC, em um Centro de Saúde de Fortaleza, no qual se aplicou uma estratégia de educação em saúde na reunião da DOTS de tuberculose. Com a utilização de recursos visuais, como cartazes ilustrados e história em quadrinhos, foram abordados os sinais e sintomas da doença, os esquemas de tratamento e os aspectos positivos e negativos no combate a tuberculose, evidenciando comportamentos que devem ser adotados para a não transmissão da doença e os que não são necessários, visando minimizar os estigmas da doença. Resultados: Durante toda a atividade, os pacientes participaram de forma ativa, pois houve sempre a preocupação em deixar que eles falassem de suas experiências e esse cuidado representou um grande ganho para a estratégia de tratamento, uma vez que eles se tornaram parte das atividades educativas. Enquanto eram realizadas as atividades educativas acerca dos sinais e sintomas, tratamento e prevenção da tuberculose ocorriam entre todos os participantes a troca de experiências e a estimulação do progresso do outro no tratamento. Nesse momento, contaram quais sinais e sintomas sentiram e como foi à trajetória desde o aparecimento até o diagnóstico. Posteriormente, relataram o início do tratamento e as dificuldades vivenciadas para continuarem e, além disso, narraram as situações de preconceitos que sofreram ou sofrem de seus familiares e da comunidade que desconhecem as formas de transmissão da doença, o tratamento e a possibilidade de cura. Para Duarte de Sá et al (2007) o acompanhamento dos casos de tuberculose pelos profissionais da Estratégia Saúde da Família deve estar fundamentado no resgate da humanização do cuidado, no qual o profissional de saúde realiza escuta solidária, identificando as 2243 Trabalho 278 - 3/3 necessidades manifestadas pelo doente, e com ele definir as melhores estratégias de agir na perspectiva de ser o tratamento da tuberculose um processo de co-responsabilização. Logo a estratégia da DOTS aparece como uma excelente oportunidade para o profissional de saúde identificar as necessidades do paciente, ganhar a confiança dele e torná-lo participativo no tratamento. Conclusão: A vivência da estratégia de educação em saúde na DOTS de tuberculose representou um enorme ganho de experiência uma vez que cada paciente trazia um novo depoimento ou questionamento que nos reportava para o conhecimento adquirido na sala de aula e principalmente para novas vivências, compreendendo na prática os desafios do controle da tuberculose.Bibliografia: 1BRASÍLIA. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Manual técnico para controle da tuberculose. Caderno de Atenção Básica nº6, Série A. Normas e Manuais técnicos; nº 48. Brasília, 2002. 64 p; 2-SOUZA, Sabrina da Silva de; SILVA, Denise Maria Guerreiro Vieira da. Grupos de Convivência: contribuições para uma proposta educativa em Tuberculose. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 60, n. 5, Oct.2007. <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S003471672007000500020&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 4 de junho de 2009. 3-Duarte de Sá, Lenilde; Jorge de Souza ,Káren Mendes; Nunes,Maria das GraçasI; Palha,Pedro Fredemir ; Nogueira, Jordana de Almeida; Villa, Tereza Cristina Scatena.Tratamento da tuberculose em unidades de saúde da família: histórias de abandono. Texto contexto - Enferm. v.16 n.4 Florianópolis out./dez. 2007. http://www.scielo.br/scielo.php?script=scia- rttext&pid=S010407072007000400016&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 29 de junho de 2009. Descritores: Educação em saúde; tuberculose; aprendizagem; estratégia.