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Professor Nilton Sousa
Ciências Humanas e
Suas Tecnologias
HISTÓRIA
MULTICULTURALISMO E XENOFOBIA
NO CENÁRIO GEOPOLÍTICO EUROPEU
everythingpossible/123RF/Easypix
A Globalização
nº
01
De 1970 para os dias atuais, a Globalização “teorizada”,
“fundamentada” ou “propriamente dita”, revelou-se por elementos
mais complexos e adaptações mais diversificadas, conforme a política
neoliberal desenvolvida por diversas nações, com fins de racionalização
do Estado e do seu processo de intervenção na economia; surgiu a ideia
do Estado com funções essenciais, que permitisse a livre entrada de
capitais sem fortes instrumentos de concorrência interna.
Em síntese, a base, ou lógica, das chamadas “Aldeias Globais” pode
ser definida pela livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e, por
que não dizer, ideologias, culturas, modelos políticos e econômicos!
Não é assunto desconhecido de todos que a Globalização é um
conceito atual, entretanto o seu comportamento estrutural é algo que vem
se repetindo ao longo da História.
A expressão parece ser tão fluida que já foi aplicada ao
desenvolvimento de civilizações como a Fenícia e a Cretense, em face
do caráter supracomercial desenvolvido pelas mesmas, ultrapassando
fronteiras e adequando processos e métodos de interação com outros
povos para fins de sustentabilidade das suas respectivas atividades
econômicas, mediante a formulação de feitorias, desenvolvimento de
uma classe mercantil e a consequente descaracterização cultural entre
povos, naquele momento histórico singular.
O próprio mundo macedônico, reunindo princípios culturais
polarizados do Ocidente e do Oriente, criou uma perspectiva que situava
o homem grego como um cosmopolita, equivalente a uma espécie de
homem global, sem fortes enraizamentos nacionalistas ou sectaristas.
Muitos analistas contemporâneos têm estendido a compreensão
do conceito de Globalização para analisar situações semelhantes de
consecução da integração de mercados.
O mercantilismo, durante a Idade Moderna, teve esse tipo de
comportamento, na medida em que exigiu das nações europeias e
Estados Modernos, recém-constituídos, a formulação da acumulação
primitiva de capital; necessidade que se ajustou à Expansão Marítima
Europeia, de modo a buscar esse tal lastro de enriquecimento a partir da
definição de produtos atrativos no mercado externo.
A integração de matérias-primas e produtos da África, Europa, Ásia
e América refletem um fenômeno de globalização, mesmo que, sem
fundamentação teórica definida.
O século XIX também testemunhou algo similar, na medida em que
a Segunda Revolução Industrial desencadeou a necessidade de busca
de subsídios primários nos continentes africano e asiático, mediante a
também instrumentação de colônias, para fins exploratórios extorsivos,
conforme se pode verificar por diversas fontes historiográficas.
Em nenhum desses fenômenos geopolíticos e econômicos da
História houve o efetivo respeito pelas culturas locais, desenvolvendo
verdadeiras alterações culturais, mediante o reforço de sistemas
etnocêntricos ou eurocêntricos.
Robert/Wikimedia Commons
O Ataque Terrorista ao WTC
Pode-se afirmar que, de um certo modo, o processo de Globalização
foi abalado no “11 de setembro”, tendo em vista que a confiabilidade entre
as nações no concernente à segurança nacional das mesmas foi abalada.
Não seria exagerado dizer que a Globalização, naquele ano de 2001
passou por um processo de retração, com a criação de mecanismos de
controle e fiscalização dos fenômenos migratórios, mercadológicos e de
comunicação em geral.
A partir daquele momento, e em face de se apontar na al-Qaeda a
geratriz do atentado, os meios de comunicação de massa nos Estados
Unidos, e por efeito dominó, na Europa e em diversos países latino-americanos passaram a situar uma atmosfera de suspeita no entorno do
homem islâmico a visão estereotipada e preconceituosa de terror.
Essa é a base de um fenômeno que irá se estender e se multiplicar,
a partir de insinuações diretas ou indiretas, veladas ou não, de modo a
ampliar desconfianças e um verdadeiro estado de paranoia, reforçado
pelas ameaças de grupos islâmicos fundamentalistas, extremistas ou
radicais.
Diversas políticas, então, foram criadas em diversos países, de
modo a desenvolver sistemas de segurança mais eficazes e preventivos
contra novos ataques.
Uma avalanche de iniciativas militares, originadas nos Estados
Unidos, que contou com o constante apoio da Inglaterra, com ou sem
a sansão da ONU, também contribuiu decisivamente para cristalizar,
sutilmente, uma mentalidade de suspeição gratuita contra povos e
indivíduos de origem islâmica.
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A Crise Capitalista de 2008
É de domínio público a compreensão de que o sistema capitalista,
frente às experiências socialistas (algumas fracassadas e outras sob
significativas alterações), desde o seu nascedouro, tem sofrido fenômenos
de adaptação, uniformização, dialética, convenção e mutação em um ou
mais princípios constitutivos do seu arcabouço teórico-estrutural.
A crise de escassez de metais preciosos, durante a Idade Moderna,
a incompatibilização entre mercado consumidor Europeu e produção
industrial, no século XIX, levando ao desenvolvimento do Imperialismo/
Neocolonialismo e o clássico colapso da Bolsa de Valores de Nova
Iorque são exemplos poderosos que estão na base desses fenômenos
supracitados.
Com a Globalização e a aplicação da Política Neoliberal, acreditou-se
que a formulação do “Estado Mínimo”, restrito às funções de manutenção
da saúde, segurança e educação fosse capaz de perenizar a
sustentabilidade do sistema, em uma espécie de ajuste que mesclava
elementos do liberalismo e do keynesianismo.
Entretanto, a ampliação da rede de crédito imobiliário em países
como os Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha, só pra citar
alguns, dinamizou a economia de imóveis, porém, não contou com
o hipertrofiamento de produtos e de capitais nos multimercados dos
megablocos, uniões aduaneiras e áreas de livre comércio.
Fenômenos cambiais acompanhados pela desvalorização crescente
da moeda, balanças comerciais e PIB’s abaixo do previsto, bem como
a ampliação dos juros, foram o início de um processo recessivo que
culminou com a inadimplência e o calote propriamente ditos, sobretudo,
entre indivíduos de pessoa física.
A crise Prime, como se convencionou chamar, alastrou-se por
diversos setores da economia que tinham o seu lastro de investimento
no reduto financeiro imobiliário, atingindo, em cheio, principalmente os
Estados Unidos e a Europa, convivendo, em paralelo, com uma difusa
“blindagem” do Brasil e o crescimento do “Gigante Asiático”, a China.
O Processo Migratório no Mundo Global
Dissemos outrora que o fenômeno da Globalização se desenvolve sob
a premissa da quebra de barreiras alfandegárias, com desdobramentos
não somente na área econômica, como também política e social e, neste
último aspecto, no que se refere ao fluxo e circulação de pessoas entre
nações, principalmente de um mesmo bloco ou união aduaneira.
O processo migratório obedecia a um caráter turístico, às vezes
atrelado à especificidade das atividades de algumas empresas
multinacionais e transnacionais, mas não se limitava apenas a esse
caráter de natureza econômica, tendo em vista que as turbulências do
mundo oriental também contribuíram para o crescimento do movimento
migratório dos países de base muçulmana para o ambiente da União
Europeia, principalmente.
A acessibilidade aos conteúdos de rede, instrumentalizados pela
Internet, desdobramento tecnológico da própria globalização, permitiu
que cidadãos comuns da sociedade civil entrassem em contato com
diversos aspectos da democracia e também se articulassem na formação
de movimentos reivindicatórios, já que o contexto em que viviam na
Tunísia, no Egito, na Líbia e na Síria se achavam caracterizados pela
centralização do poder em ditaduras com a idade média de 30 anos.
2
Os movimentos em prol da democratização desses espaços
geográficos produziram comoções e conflitos profundos, levando alguns
deles a guerras civis de elevadas proporções, repercutindo na política
internacional e organismos dos Direitos Humanos.
Em paralelo, o mundo oriental não tivera ainda uma trégua ou
solução definitiva quanto aos ataques terroristas de grupos extremistas,
fato preponderante para o desencadeamento de fluxos migratórios na
direção do continente europeu.
Acrescente-se a esse conjunto de elementos os efeitos da crise
de 2008 que, ao produzirem uma grave recessão, também provocam
o movimento de grandes contingentes populacionais, agravando o
cenário de depressão econômica de algumas nações, tais como França,
Espanha, Alemanha, entre outras.
Esse cenário difuso tem se aprofundado e se ampliado na Europa
e, sobretudo, no território francês tem levantado dilemas políticos e
sociais, com o desenvolvimento de sentimentos de oposição à presença
de imigrantes, principalmente, muçulmana e foi nesse contexto que
jornais como Charlie Hebdo passaram a satirizar, de modo sistemático,
os terroristas, os muçulmanos e até o profeta Maomé.
Liberdade de Imprensa X Fundamentalismo Religioso
anky/123RF/Easypix
Em paralelo, o Conflito Palestina-Israel, tendo que enfrentar o
radicalismo de grupos terroristas como o Hamas, consolidava, pari passu,
essa visão generalizante, difusa e, por vezes, distorcida, responsável por
algum intervencionismo governamental justificado pela necessidade do
estabelecimento da segurança nacional.
Começava, a partir desses eventos, de modo não consciente e
pouco evidente, um processo de islamofobia.
Desde a Imprensa de Guttemberg, o processo de difusão do
conhecimento extrapolou, gradativamente, os limites estreitos e
exclusivistas de determinados segmentos sociais, inclusive, pelo
enfraquecimento do Latim como língua proeminente das obras publicadas,
com a tradução de inúmeras às línguas nacionais, num fenômeno que
reforçava o Absolutismo Monárquico em recrudescimento.
Talvez ninguém imaginasse que aquele invento fosse tão útil ao
desenvolvimento dos futuros processos revolucionários, sobretudo,
quando o Iluminismo foi elaborado por homens geniais como Locke,
Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Diderot e D’alembert. O fato é que as
suas ideias correram a Europa e o mundo...
Palavras como liberté, egalité, fraternité, tornaram-se pilares da
utopia revolucionária, encontrando nos movimentos liberais, sobretudo,
na Revolução Francesa, o ápice do seu desenvolvimento. A invenção do
Dr. Guilhiotin funcionara intensamente para a defesa desses ideais.
A palavra “liberdade” ganhou estatuto, identidade e direito de
manifestação, de modo que, para um francês não se trata de um mero
dispositivo jurídico, mas um patrimônio, um monumento intelectual,
natural de todo ser humano.
O desdobramento do princípio da liberdade no ambiente da imprensa
foi levado a limites inimagináveis, quer dizer, à total ausência de limites
quanto ao que se possa expressar, dizer, publicar, divulgar, enfim...
Esse é um polo da dicotomia que tomou conta do cenário francês,
no início de 2015. Há dois anos, aproximadamente, jornais da França
e chargistas satirizavam, de um modo mais intenso e direto, aspectos
variados da política, da sociedade e da religião, neste último, em função
de todo aquele contexto migratório e dos dilemas da economia francesa,
as charges atingiram níveis culminantes que passaram a ser encaradas
como ataques diretos ao profeta Maomé, causando protestos públicos
em diversos países que seguem os princípios do Corão.
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O que poderia se radicar apenas como uma manifestação natural da
imprensa, acabou se transformando em uma forma de instrumentação da
xenofobia econômica e migratória já existente e uma nova palavra, um
neologismo, passou a tomar conta dos textos jornalísticos: “islamofobia”.
Segundo o Corão, os seus adeptos devem crer em Aláh por único e
supremo Deus e em Maomé como o seu profeta. O misticismo islamita,
maometano ou muçulmano acredita que o profeta tenha recebido o livro
sagrado das mãos do próprio Deus e, também, segundo o seu texto,
o “muslim” (submisso à vontade de Aláh) não deve fazer, produzir ou
reproduzir imagens do que há no céu ou na terra; algo similar ao que
prega o judaísmo.
Essa breve exposição tem a finalidade de nos fazer entender o
que é ser muçulmano, para termos uma dimensão de como as charges
do Charlie Hebdo chegaram a repercutir nesse tipo de mentalidade ou
cultura religiosa.
Aquele 7 de janeiro de 2015 ficou marcado na imprensa francesa
como um ataque ao direito inalienável e inexpugnável da liberdade;
uma ameaça aos direitos humanos; uma afronta violenta e radical ao
princípio do liberalismo, garantido pela sua Constituição e o resultado de
sangrentas lutas no passado.
O jornal satírico francês Charlie Hebdo foi invadido pelos irmãos
Saïd e Chérif Kouachi como provável reação extremista à edição “Charia
Hebdo”, recebido como um insulto aos muçulmanos. Doze pessoas foram
mortas e onze ficaram feridas entre seguranças, integrantes do jornal e
agentes de polícia.
Outro ataque ocorreu contra o Montrouge, articulado por Coulibaly,
um francês muçulmano, somando dezessete mortes entre 7 e 11
de janeiro. Em um vídeo publicado no Youtube, Coulibaly afirma-se
integrante do Estado Islâmico do Iraque e do Lavante.
Em face disso, a frase “Je suis Charlie” converteu-se em uma espécie
de manifesto em favor da liberdade de imprensa e de solidariedade
com as vítimas do atentado, bem como uma forma de protesto contra a
violência do Estado Islâmico e o terrorismo.
Uma Análise
A polêmica convertida em atentado e comoção mundial não é de
fácil equalização, tendo em vista os elementos em jogo, quais sejam a
crença na liberdade ou a crença no profeta. O fato é que em ambos os
polos contemporizadores poderiam levantar a hipótese do extremismo.
Extremismo da imprensa francesa que vai além dos limites ao direito de
crença, superestimando a liberdade e extremismo do Estado Islâmico
que é capaz de assassinar como forma de protesto contra as ofensas
feitas ao Profeta.
De um lado e de outro temos crentes... os crentes defensores
da liberdade a qualquer custo e os crentes defensores da integridade
religiosa a qualquer preço.
Como não podemos dirimir esse dilema com tantos desdobramentos
e vinculações variadas com os mais diversos temas da história,
encerramos essa exposição com algumas perguntas:
• O direito à liberdade está acima do direito individual à crença?
• É a liberdade absoluta ou ela se limita ao nível do que venha a
ser ofensiva para outrem?
• A exigência do respeito à crença dos grupos ou povos teria o
direito de matar?
• Os protestos pela indignação teriam o direito ao massacre?
• Qual a posição do direito à vida nesse contexto?
• O que é a liberdade para um francês?
• O que é o profeta Maomé para os muçulmanos?
• O jornal Charlie Hebdo poder vir a ser considerado islamofóbico?
Exercícios
1.(Uece/2014) Primavera Árabe: assim é chamada a onda
revolucionária que, desde dezembro de 2010, tem varrido diversos
países do Norte da África e do Oriente Médio e provocado mudanças
por meio de resistência civil, greves, manifestações, comícios e até
guerra civil. Esse processo corresponde
a) à substituição de antigos governos, como o de Hosni Mubarak,
no Egito, e a luta pela deposição de outros, como o de Bashar
al-Assad, na Síria.
b) à manutenção das tradicionais alianças entre as elites árabes e
os governos dos EUA e de Israel que as apoiam na luta contra o
terrorismo.
c) ao retorno de condições mais danosas aos trabalhadores de
países, como Oma e Barein.
d) ao retorno de governos autoritários fortes, como o governo de
Muamar Kadafi, na Líbia, e o de Ben Ali, na Tunísia.
2. (Mackenzie/2012) “Atacar não significa apenas assaltar cidades
muradas ou golpear um exército em ordem de batalha, deve também
incluir o ato de assaltar o inimigo no seu equilíbrio mental.”
Sun Tzu-Ping-fa, A Arte da Guerra, séc.IV a. C.
Terrorismo: 1. Modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras
pessoas, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror;
2. Forma de ação política que combate o poder estabelecido
mediante o emprego da violência.
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
A respeito do atentado terrorista, ocorrido em 11 de setembro de
2001, nos Estados Unidos, e as consequências desse episódio
para as relações geopolíticas internacionais no século XXI, é
correto afirmar que
a) foi mais uma ação liderada pelos grupos extremistas Hamas e do
Hezbollah, contra a política norte-americana no Oriente Médio,
utilizando, para tais ações suicidas, somente jovens de baixa
renda e de pouca instrução, que acreditavam que tais atos lhes
garantiriam o direito de ingressar no paraíso celestial.
b) a resposta americana ao ataque de 11 de setembro foi a
perseguição sistemática ao milionário saudita Osama bin Laden
que, em transmissões realizadas pela mídia na época, assumiu
publicamente a autoria do atentado, provocando o aumento do
sentimento xenofobista do povo norte-americano aos imigrantes
de origem árabe residentes no país.
c) formou-se uma coalização internacional contando, principalmente,
com o apoio da Inglaterra junto aos Estados Unidos, a fim de
combater os focos terroristas no Oriente Médio, dando início à
Guerra do Golfo e a um esforço, perante as agências internacionais
de notícia, de combater o islamismo fundamentalista.
d) o ataque sofrido pelos EUA em 2001 tem relação direta com a
atuação política norte-americana no Oriente Médio, que sempre
visou atender aos interesses econômicos americanos na região, e
resultou no aumento da insegurança junto à sociedade americana,
jamais atacada anteriormente em seu próprio território.
e) a partir desse episódio, os EUA cortaram relações diplomáticas
com o Paquistão, pois houve relutância, por parte da liderança
religiosa paquistanesa, em indicar o local exato do esconderijo
de bin Laden, o que possibilitaria a sua prisão imediatamente
após o atentado de 11 de setembro.
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3.(ESPM/2007) Matéria do diário britânico The Guardian, do dia
19/10/2006, citando: autoridades antiterroristas comentam que o Reino
Unido se tornou o maior alvo para a Al Qaeda, que realizaria atentados
para promover perdas de vidas e embaraço às autoridades. O jornal
afirma que as ligações tradicionais entre o Reino Unido e o Paquistão
tornam o primeiro um alvo fácil, já que milhares de pessoas viajam
entre os dois países anualmente, dificultando o monitoramento de
suspeitos pelas autoridades inglesas.
Folha de S.Paulo, 23/10/2006
Sobre as ligações tradicionais entre o Reino Unido e o Paquistão,
a que o enunciado faz referência, podemos afirmar que
a) o Paquistão foi vítima do imperialismo inglês, mas obteve a
independência em meio ao movimento de descolonização
ocorrido no século XIX.
b) o Paquistão foi vítima do imperialismo inglês, mas obteve sua
independência por decisão da Conferência de Berlim de 1885,
reunião comprometida com o movimento de descolonização.
c) o Paquistão foi vítima do imperialismo inglês, mas obteve sua
independência por decisão dos tratados firmados após a
I Guerra Mundial.
d) o Paquistão foi vítima do imperialismo inglês, mas obteve sua
independência após a Conferência de Bandung de 1955, quando
surgiram dois estados soberanos: União Indiana e Paquistão.
e) o Paquistão foi vítima do imperialismo inglês, mas obteve
sua independência em 1947, quando surgiram dois estados
soberanos: a União Indiana (com maioria hinduísta) e o Paquistão
(com maioria muçulmana).
4. (Unifesp/2007) “As diferenças sutis, mas cruciais, entre Hamas,
Hezbollah e Al Qaeda são ignoradas quando se designa o
terrorismo como o inimigo. Israel é vista como a base avançada
da civilização ocidental em luta contra a ameaça existencial
lançada pelo islã radical.”
Lorde Wallace de Saltaire, em discurso na Câmara dos Lordes em julho de 2006.
Do texto, depreende-se que o autor está, com relação ao Estado
de Israel e ao terrorismo,
a) apoiando a política independente do governo de Tony Blair.
b) elogiando a política intervencionista proposta pela ONU.
c) defendendo a política intransigente da Comunidade Europeia.
d) alertando para a política cada vez mais beligerante por parte do Irã.
e) criticando a política fundamentalista do presidente Bush.
5.(Enem/2002)
1 – “(...) O recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro
do Estado não pode ser arrolado entre as formas de terrorismo
político, porque este se qualifica, ao contrário, como o instrumento
ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo
acusado de manter-se por meio do terror”.
2 – Em outros casos, “os terroristas combatem contra um Estado
de que não fazem parte e não contra um governo (o que faz
com que sua ação seja conotada como uma forma de guerra),
mesmo quando, por sua vez, não representam um outro
Estado. Sua ação aparece então como irregular, no sentido de
que não podem organizar um exército e não conhecem limites
territoriais, já que não provêm de um Estado”.
Dicionário de Política (org.) BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G., Brasília:
Edunb,1986.
4
De acordo com as duas afirmações, é possível comparar e
distinguir os seguintes eventos históricos:
I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação nacional realizados
em alguns países da África e do sudeste asiático, entre as décadas
de 1950 e 70, são exemplos do primeiro caso;
II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às embaixadas
de Israel, em Buenos Aires, e dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao
World Trade Center em 2001, são exemplos do segundo caso;
III. Os movimentos de libertação nacional dos anos 50 a 70 na África
e sudeste asiático e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações
contra um inimigo invasor e opressor, e são exemplos do primeiro
caso.
É correto o que se afirma apenas em
a) I
d) I e III
b) II
e) II e III
c) I e II
6. (PUC-MG/2014) Islamismo e fundamentalismo islâmico têm sido
utilizados como expressões sinônimas, com certa frequência,
nos meios de comunicação. Entretanto, estão longe de constituir
exatamente a mesma coisa. Dentre as afirmações abaixo, aquela
que não apresenta análise correta da questão islâmica é:
a) O islamismo tem sido utilizado como uma resposta às políticas
imperialistas internacionais na região do Oriente Médio.
b) O islamismo é uma religião exclusiva de povos árabes do Oriente
Médio e norte da África.
c) O fundamentalismo islâmico se relaciona à leitura literal do
Corão, aplicando-a, inclusive, às questões políticas.
d) O fundamentalismo islâmico surge como uma resposta à
ausência de possibilidades de negociação para as questões
políticas e sociais regionais.
7. (Fuvest/1997) Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem
subordinar à lei islâmica (Sharia), são, hoje, muito ativos em vários
países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem
histórica
a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antiguidade, na
Península Arábica.
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a
Ocidente quanto a Oriente.
c) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética,
no início dos anos noventa.
d) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em
Istambul, durante a Idade Moderna.
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda
metade do século XIX e a primeira do século XX.
8. (UFV-MG/2012 - Adaptado)
O IMPÉRIO DO MEDO
As potências inflam e distorcem a ameaça do terror para fazer
dela um instrumento de poder. E a mídia dispõe-se a ajudá-las a
infantilizar e submeter as massas.
Carta Capital
A INDIFERENÇA
Primeiro levaram os comunistas, mas eu não me importei com isso,
eu não sou comunista. Em seguida, levaram alguns operários, mas
eu não me importei com isso, eu também não era operário. Depois
prenderam os sindicalistas, mas eu não me importei com isso, eu
não sou sindicalista. Depois, agarraram os sacerdotes, mas como
eu não sou religioso, também não me importei. Agora estão me
levando, mas já é tarde.
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Bertold Brechet
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10.(UFTM) Observe a fotografia de 31 de outubro de 2010, que
registrou peregrinos no círculo da Caaba na Grande Mesquita,
em Meca, Arábia Saudita.
Charge do Anegli . Folha de São Paulo. 11.01.2015
O texto da Carta Capital, o poema e a ilustração sugerem que
a) o Estado usa a ideia de um suposto inimigo comum, um outro
sistema econômico ou social e outras etnias ou religiões etc, para
implantar um terrorismo de Estado, restringindo as liberdades
individuais de sua população.
b) com a ameaça externa, ou mesmo interna, o Estado é obrigado a
implantar leis mais rígidas para manter a segurança de seu povo.
c) as populações do mundo todo estão amedrontadas com a
ameaça do terrorismo e exigem de seus governos uma atitude
severa em relação aos possíveis responsáveis.
d) é com atitude de indiferença que o Estado lida com a possível
ameaça do comunismo ou do terrorismo, causando na população
a sensação de insegurança.
e) é dever do Estado garantir o bem-estar de sua população e adotar
medidas preventivas quanto a qualquer ameaça comunista ou
terrorista dentro de suas fronteiras.
http://especiais.ig.com.br/zonom
No Islamismo, que conta com milhões de adeptos no mundo
contemporâneo, a peregrinação
a) é sinônimo de guerra santa e deve ser realizada por convocação
de um aiatolá.
b) foi instituída depois da morte de Maomé, para homenagear o
fundador do Islã.
c) deve ser realizada pelo menos uma vez na vida, pelos fiéis com
condições físicas e financeiras.
d) exige grande sacrifício, pois o fiel deve conservar-se em jejum
durante todo o período.
e) dificultou a expansão do Islã para além do Oriente Médio, pelas
obrigações que impunha.
9. (Ibmec) As principais Bolsas do mundo tiveram, a partir de julho,
sucessivas quedas atribuídas à Crise Imobiliária nos Estados
Unidos. Sobre essa crise, é correto afirmar que:
a) O setor imobiliário e a construção civil nos Estados Unidos, que
teve um grande boom nos últimos anos, não foram afetados
pela crise. As ações desse segmento continuam a ser as mais
indicadas pelos bancos e gestores de investimento.
b) A crise imobiliária foi encerrada com a quebra do Banco francês
BNP Paribas que tinha vários fundos de investimento com
recursos aplicados em créditos gerados a partir de operações
hipotecárias nos Estados Unidos, arrastando outros bancos.
c) A crise encerrou-se em julho quando o Banco Central Europeu,
o Federal Reserve (Estados Unidos) e o Banco do Japão
anunciaram o investimento de 94,8 bilhões de dólares no
mercado imobiliário americano, salvando várias empresas do
setor e aumentando a oferta de crédito.
d) O principal temor diz respeito à oferta de crédito disponível, já
que foi detectada uma alta inadimplência do segmento imobiliário
americano, com um número grande de americanos que estão
atrasando ou deixando de pagar a hipoteca da casa própria.
e) O Brasil foi atingido parcialmente pela crise na medida em
que grandes corporações americanas e japonesas também
investiram no mercado imobiliário brasileiro que vivia uma
grande expansão nos últimos anos, com o grande crescimento
da construção civil.
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Anotações
1-A/2-D/3-E/4-E/5-C/6-B/7-A/8-A/9-D/10-C
092205/15 – João G.: 18/03/2015 – Rev.: RR
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