54º Congresso Brasileiro de Genética 260 Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Diversidade de vírus algais (Phycodnaviridae), fagos e bactérias na represa de Guarapiranga, São Paulo/S.P., Brasil Gimenes, MV1; Freddi, AMM2; Marques, MV2; Garrafa, P1; Mehnert, DU1 Laboratório de Vírus Entéricos Humanos e Animais 2 Laboratório de Fisiologia de Microorganismos Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências biomédicas, USP [email protected] 1 Palavras-chave: Diversidade, Vírus algais, Fagos, Bacérias, Guarapiranga A história e funcionamento da vida na Terra têm sido guiados pela presença de microrganismos, uma vez que eles foram e continuam sendo indispensáveis agentes na evolução climática, geológica, geoquímica e biológica do planeta. Por muitos anos a existência e o papel da comunidade microbiológica, especialmente a comunidade viral (virioplâncton,) em ambientes aquáticos, foi pouco estudada. Considerando a enorme importância dos vírus algais (Phycodnaviridae) e fagos em processos como ciclagem de nutrientes, diversidade e distribuição de organismos hospedeiros (microalgas e bactérias), terminação de florações algais e transferência lateral de genes, e a equivalente importância de bactérias em processos de produção priimária e decomposição, o presente trabalho teve como objetivo a caracterização preliminar das comunidades de vírus algais, fagos e bactérias presentes na represa de Guarapiranga em São Paulo. Esse foi um primeiro passo em direção a um melhor entendimento das relações microbiológicas deste ambiente, o qual é responsável pelo abastecimento de 3,7 milhões de pessoas da região metropolitana. Amostras de água coletadas na represa de Guarapiranga em agosto de 2005 foram filtradas em membrana eletropositiva (Zeta Plus 60S), ultracentrifugadas (100.000xg) e ressuspendidas em solução salina, perfazendo uma concentração viral de 8000 vezes. Após purificação com Vertrel-XF®, as amostras foram analisadas por microscopia eletrônica de transmissão (MET) e por técnicas moleculares – PCR, DGGE (Degenerate Gradient Gel Electrophoresis), clonagem e sequenciamento. A grande diversidade de ambos os grupos virais estudados foi constatada através de técnicas diferentes: DGGE para fagos e sequenciamento de clones para vírus algais. Considerando os Phycodnavírus, fica evidente a predominância de um tipo de genoma dentre os 12 genomas encontrados (n= 34 clones), sendo que todas as sequências obtidas formam um grupo mais proximamente relacionado entre sí do que com as seqüências depositadas no Gene Bank, que abrangem isolados desconhecidos de Phycodnavirus, isolados de organismos não cultiváveis e vírus que infectam Emiliana huxlei e Micromonas pusilla. Para o estudo das bactérias provindas da amostra, o material retido nos filtros utilizados na filtragem da água foi ressuspendido em um volume menor do filtrado da represa para aumentar a concentração bacteriana. Diferentes concentrações dessa suspensão foram espalhadas em placas com 4 diferentes meios de cultura: PYE para isolamento de bactérias heterotróficas oligotróficas, Agar-nutriente para heterotróficas, BG-11 para cianobactérias e NFB para bactérias fixadoras de nitrogênio. Para evitar contaminações por fungos, foi utilizado o antibiótico cicloheximida 100 μg/ml em todos os meios. Após isolamento, os gêneros bacterianos foram identificados pelo método de seqüenciamento de um fragmento do DNA ribossomal 16S, utilizando iniciadores nas posições 27 e 1401. Foi também realizado um teste de resistência aos metais cádmio e níquel com diversas bactérias dos diferentes tipos de meio de cultura. Foram verificados vários isolados que apresentaram diferentes graus de resistência. Apoio Financeiro: CNPq e FAPESP.