ACÉTICO EM FEIJÃO

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ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS DO GÊNERO RHIZOBIUM PRODUTORAS DE ÁCIDO INDOL-3ACÉTICO EM FEIJÃO-CAUPI
Amanda Martins Oliveira (Discente do ICV/UFPI1), Cácio Luiz Boechat (Orientador, Doutor,
Docente do Deptº de Engenharia Agronomica, UFPI)
Introdução
O feijão-caupi, conhecido também como feijão-macáçar, feijão-de-corda ou feijão-miúdo, é
uma planta pertencente à família Fabaceae, gênero Vigna, e espécie Vigna unguiculata (L.) Walp., é
uma excelente fonte alimentar, contendo bons teores de proteínas, carboidratos, vitaminas e fibras
dietéticas, representando um alimento básico na alimentação humana (Costa, 2013).
São vários os fatores tecnológicos que auxiliam as técnicas tradicionais a estabelecer
patamares produtivos mais elevados na produção, destacando-se a técnica complementar de
utilização de inoculantes fixadores de nitrogênio, que também possuem a propriedade de produzir
reguladores de crescimento vegetal (Tagliri, 2014).
As PGPBs (Plant Growth Promoting Bacteria) podem promover crescimento indiretamente
pela supressão de microrganismos deletérios que inibem o crescimento vegetal. O biocontrole de
fitopatógenos envolve substâncias produzidas pelas bactérias que possuem efeito antibiótico e
antifúngico. Além da produção de substâncias, a competição por nutrientes e por sítios de
colonização, bem como a indução de resistência sistêmica são mecanismos utilizados pelas PGPBs
(Ikeda, 2014).
O objetivo do presente trabalho é verificar a ocorrência de rizóbios nativos que formam
simbiose com faijão-caupi capazes de produzir ácido indol-3-acético (AIA) em laboratório.
Metodologia
Foram coletadas amostras de solo no cerrado e colocado em vasos, onde foram plantadas
sementes de feijão-caupi, após a emergência esperou-se 60 dias, onde fez-se a coleta dos nódulos e
após isolados esperou-se que crescessem em placas de petri. Após 15 dias foram colocados por 48
horas em caldo de levedura manitol. Para a quantificação dos compostos indólicos, as culturas
bacterianas foram centrifugadas a 10.000 rpm por 6 minutos sob temperatura de 4oC.
Os compostos indólicos (auxinas e ácido indol-3-acético) foram mensurados pelo método
colorimétrico proposto por Gordon & Weber (1951). A intensidade de produção de compostos
indólicos foi medida por colorimetria, após 30 minutos de incubação em ambiente escuro, utilizando-
1
Ou bolsista PIBIC/UFPI, ou CNPq- AF ou UFPI- AF ou discente do Programa ICV.
se o espectrofotômetro Spectrumlab 22PC com o filtro de 530 nm. com três repetições por isolado. As
concentrações de ácido indol-3-acético foram calculadas a partir de uma curva padrão com AIA
sintético.
Após o período que o reagente de Salkowski foi aplicado, os sobrenadantes ficaram no
escuro e deixadas durante 30 minutos para reagir, a intensidade de coloração foi avaliada por
espectrofotometria em comprimento de onda de 530 nm, obtendo assim os valores de absorbância.
Os dados foram submetidos à análise de variância e quando significativos, submetidos ao teste de
Tukey a 5% de probabilidade utilizando-se o software estatístico SISVAR (Ferreira, 2011).
Resultados e Discussão
Os isolados foram avaliados em relação a produção de ácido indol-3-acético em feijão caupi
no cerrado piauiense, sendo que encontram-se com características positivas para a produção desse
hormônio em meio de cultura com suplementação de
tripotofano. O ácido indol-3-acético é
estruturalmente relacionado ao aminoácido triptofano, indicando este aminoácido como provável
precursor. Muitos estudos têm demonstrado que os vegetais convertem triptofano em AIA através de
várias rotas (Taiz & Zeiger, 2004).
A partir do experimento realizado em vasos, analise de variância a 5%, podemos observar
que houve efeito significativo dos isolados na produção de acido indol-3-acético.
Como podemos observar todos os isolados bacterianos possuem habilidade para produção
de ácido indol-3-acético, sendo esta variando entre 3,06 e 124,79 µM ml -1. Os isolados 16C, 17C,
17C2 e 18B se destacaram dos demais, pois apresentaram as maiores produções do AIA, seguidos
dos isolados 13A, 13B, 14B, 16B e 17B e os isolados que apresentaram as menores produções de
AIA foram o 12A, 12B, 12C e 16A.
A produção de concentrações de AIA não muito elevadas é preferível, pois este é um
fitohormônio que em concentrações muito elevadas pode ter efeito negativo sobre o crescimento e
até atuar como um herbicida como o 2,4,diclorofenilacético (2,4-D) uma conhecida auxina sintética
(Taiz & Zeiger, 2004).
Através dos resultados obtidos pode-se afirmar que os isolados podem possuir um potencial
positivo sobre a promoção do crescimento vegetal fazendo-se necessário a realização de
experimentos para determinar quais possuem maior eficiência sobre essa característica.
Tabela 2. Produção de ácido indol-3-acético por isolados bacterianos oriundos de nódulos
radiculares em feijão-caupi no cerrado piauiense.
Tratamentos
12A
12 B
12 C
13 A
13 B
14 B
AIA
(µM ml-1)
8,58 c
10,13 c
12,72 c
77,38 b
10,13 b
41,75 b
16 A
16 B
16 C
17 B
17C
17C2
18B
3,06 c
67,20 b
95,31 a
63,75 b
124,79 a
94,62 a
28,93 a
32,62
C.V.
Conclusão
Os isolados bacterianos oriundos de nódulos de raízes de plantas de feijão-caupi cultivadas
em solos do cerrado são produtores de ácido indol-3-acético (AIA);
Os isolados bacterianos são potenciais candidatos a promoção do crescimento vegetal;
É necessária a realização de testes para verificar quais possuem maior eficiência para tal
função.
Referências Bibliográficas
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Palavras-chave: AIA. Bactérias. Feijão-caupi.
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