Judaísmo 01. Introdução: Judaísmo é o nome dado à religião e cultura do povo judeu, e que também serviram de base para outras grandes religiões como cristianismo e o islamismo. É uma das três principais religiões advinda de Abraão, patriarca hebreu do século XVII a.C. , definida como a "religião, filosofia e modo de vida" do povo judeu. Originário da Bíblia Hebraica – o Antigo Testamento (também conhecida como Tanakh) - e explorado em textos posteriores, como O Talmude (explicação do Tanach), é considerado pelos judeus religiosos como a expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel. Os primeiros 5 livros bíblicos conhecidos como Torah: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio, são considerados como os mais importantes da Bíblia dos judeus, sendo tradicionalmente atribuídos sua escrita a Moisés, fato este que conta com a discordância dos historiadores. O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um pacto com os hebreus, a partir do patriarca Abraão, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários. 02. Deus (Yahweh) O principal fundamento do judaísmo é a noção de monoteísmo, ou seja, a ideia de que existe somente um único Deus. Conforme o judaísmo, Deus não é feito de partes, ainda que porventura essas partes estivessem misteriosamente unidas. Na visão judaica de que qualquer divisão é impossível. A ideia revolucionária do judaísmo é que Deus é Um e somente Um. Essa ideia considera a absoluta unicidade e singularidade de Deus como a primeira e única força criadora. Portanto, para os judeus Deus é o Criador de tudo o que gostamos e de tudo o que não gostamos. Deus é Espírito. Para os judeus ortodoxos, Deus é pessoal, Todo Poderoso, Eterno, Misericordioso. Para outros judeus, Deus é impessoal, incognoscível e definido de muitas maneiras. Não existe uma força maligna capaz de criar como Deus. Os judeus não têm um grupo de crenças definidas a respeito da natureza de Deus; no entanto, há um debate muito rico e estimulado dentro do judaísmo a respeito disso. A Bíblia é a principal referência para entendermos a história dos hebreus. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã. Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel. Os livros sagrados dos judeus A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. 03. Os Judeus O judaísmo afirma uma continuidade histórica que abrange mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas e a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive até os dias atuais. Os textos, tradições e valores do judaísmo foram fortemente influenciados mais tarde por outras religiões abraâmicas, incluindo o cristianismo, o islamismo e a Fé Bahá'í. Muitos aspectos do judaísmo também foram influenciados, direta ou indiretamente, pela ética secular ocidental e pelo direito civil. Os judeus são um grupo etno-religioso e incluem aqueles que nasceram judeus e foram convertidos ao judaísmo. Em 2010, a população judaica mundial foi estimada em 13,4 milhões, ou aproximadamente 0,2% da população mundial total. Cerca de 42% de todos os judeus residem em Israel e cerca de 42% residem nos Estados Unidos e Canadá, com a maioria dos vivos restantes na Europa. O maior movimento religioso judaico é o judaísmo ortodoxo (judaísmo haredi e o judaísmo ortodoxo moderno), o judaísmo conservador e o judaísmo reformista. A principal fonte de diferença entre esses grupos é a sua abordagem em relação à lei judaica. O judaísmo ortodoxo sustenta que a Torá e a lei judaica são de origem divina, eterna e imutável, e que devem ser rigorosamente seguidas. Judeus conservadores e reformistas são mais liberais, com o judaísmo conservador, geralmente promovendo uma interpretação mais "tradicional" de requisitos do judaísmo do que o judaísmo reformista. A posição reformista típica é de que a lei judaica deve ser vista como um conjunto de diretrizes gerais e não como um conjunto de restrições e obrigações cujo respeito é exigido de todos os judeus. Historicamente, tribunais especiais aplicaram a lei judaica; hoje, estes tribunais ainda existem, mas a prática do judaísmo é na sua maioria voluntária. A autoridade sobre assuntos teológicos e jurídicos não é investida em qualquer pessoa ou organização, mas nos textos sagrados e nos muitos rabinos e estudiosos que interpretam esses textos. 04. As Divisões no Judaismo De acordo com o judaísmo rabínico tradicional, Deus revelou as suas leis e mandamentos a Moisés no Monte Sinai, na forma de uma Torá escrita e oral. O judaísmo rabínico foi historicamente desafiado pelo caraítas, um movimento que floresceu no período medieval, que mantém vários milhares de seguidores atualmente e que afirma que apenas a Torá escrita foi revelada. Nos tempos modernos, alguns movimentos liberais, tais como o judaísmo humanista, podem ser considerados não-teístas. a) Judaísmo rabínico é o nome dado ao judaísmo tradicional, que aceita o Tanakh como revelação divina e a Torá Oral também como fonte de autoridade. Recebe este nome devido ao fato de dar grande valor aos ensinamentos rabínicos através dos tempos codificados principalmente no Talmud. - Suas principais ramificações são: Judaísmo ortodoxo Judaísmo conservador Judaísmo reconstrucionista Judaísmo liberal - Algumas ramificações dão grande ênfase à parte mística do judaísmo: Chassidismo b) O judaísmo caraíta opõe-se ao judaísmo rabínico ao desconsiderar a Torá Oral e enfatizar apenas o valor da Torá Escrita, o que o leva a desprezar a autoridade advogada por qualquer outra escritura fora do Tanakh, como o Talmud, o Novo Testamento cristão e outros textos. Para os caraítas, apenas o Tanakh tem uma revelação divina e, por isso, nenhuma pessoa ou grupo de pessoas pode impor aos outros a sua interpretação da Torá, como o fazem os estudiosos rabínicos. Sendo assim, os caraítas dão uma grande ênfase ao cumprimento literal da Torá. c) O Samaritanismo é uma ramificação do Judaísmo praticada pelos judeus samaritanos, que dizem ser descendentes dos antigos habitantes do reino de Israel. Entre as principais diferenças, ainda mantêm as funções dos cohanim, crêem na santidade do monte Gerizim e aceitam unicamente a Torá (conhecida como Pentateuco samaritano) como escritura inspirada. d) Ramificações Marginais Existem alguns grupos que se consideram judaicos, mas não são reconhecidos como tais por grande parte do judaísmo rabínico. Ainda que existam diversas ramificações como vimos acima, o Judaísmo Rabínico geralmente se atém a princípios básicos que o distinguem de outros grupos religiosos e permitem identificar ramificações que fujam destes princípios. Judaísmo messiânico e ebionismo: Entre estes pode-se mencionar o Judaísmo messiânico, o qual adere a práticas do judaísmo, mas crê em Yeshua ou, em sua forma mais conhecida, Jesus, como o Messias de Israel, integrando o Novo Testamento nas suas escrituras, dois aspectos que não fazem parte do judaísmo rabínico. Algumas outras seitas de cunho ebionita que creem em Jesus como um Messias humano também defendem que sua religião é uma forma de judaísmo, ainda que não sejam aceitos tanto por judeus quanto por cristãos. Judaísmo Neo-Paganista Pequeno grupo que mescla judaísmo e mitologia siro-canaanita, reconstruindo rituais e culto a El, Baal e Aserat. Judaísmo Budista Tradicionalmente crê-se que o primeiro norte-americano a converter ao budismo tenha sido um judeu em 1893. Figuras como Joseph Goldstein, Jack Kornfield e Sharon Salzberg ensinam a doutrina budista entre os judeus. Judaísmo Islâmico Existem pequenas comunidades judaicas que aceitam a Maomé e o Alcorão, mas retêm a identidade judaica, como é caso dos chalah de Bucara, do Juhidi Al-Islami do Irã e os Judeus de Timbuktu, no Mali. Shabataianos Alguns judeus creem que o messias veio na figura (controversa) de Shabtai Zvi no século XVIII, que depois converteu-se ao Islam. Existe ainda hoje a comunidade Dohmneh na Turquia e Grécia, que segue uma religião sincrética, com elementos judaicos, cabalísticos, shabataianos, sufistas e islâmicos. Renovação Judaica Forma alternativa de judaísmo que pretende adaptar a espiritualidade judaica, neo-hassídico misticismo e elementos da Nova Era com expressões contemporâneas. Judaísmo Humanista Pensamento humanista e não teísta, mas que busca preservar a sabedoria da cultura judaica 05. Rituais e símbolos judaicos Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o menoráh, candelabro com sete braços. Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos aos 8 anos de idade e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas, aos 12 anos de idade. Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento das orações. Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá. As Festas Judaicas As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar. As principais são as seguintes: Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro. Páscoa ou Pessach - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 AC. Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C. Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico. Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito. Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito. Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém. Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés Calendário Judaico: O calendário judaico é contado desde 3761 a.C.. O Ano Novo judaico, chamado Rosh Hashaná, acontece no primeiro ou no segundo dia do mês hebreu de Tishri, que pode cair em setembro ou outubro. Os anos comuns, com doze meses, podem ter 353, 354 e 355 dias, enquanto os bissextos, de treze meses, 383, 384 ou 385 dias. Feriados: A vida judaica está repleta de tradição religiosa, e é celebrada um ciclo anual de feriados judaicos. Em 2005 estamos no ano de 5766 a partir da criação do mundo. Estrela de David: A Estrela de David é o símbolo mais comum associado ao Judaísmo. Tem a função de representar o escudo do Rei David. Este símbolo foi estudado por inúmeros investigadores entre eles está Franz Rosenzweig, que atribui um significado teológico ao símbolo. Diz que o triângulo que tem sua extremidade no cimo, é relativo a Deus, enquanto que o triângulo ao contrário representa o mundo real. A sua união representa a aliança entre Deus e os homens. Durante a história, os judeus sempre estiveram ligados a este símbolo, principalmente durante a época da Alemanha Nazi, onde eram identificados com a estrela. Hoje em dia, a estrela de David, está cada vez mais presente na vida dos judeus, nas portas das sinagogas, até na bandeira de Israel. Chai: Este símbolo é vulgarmente visto nos colares e outra joelharia e ornamentos, representa a palavra hebraica Chai (Viver), constituída pela junção de duas letras, Chet e Yod. Á quem diga que se refere à vida de Deus. No judaísmo a palavra Chai tem muito significado pois a religião é muito ligada à vida. Mão de Hamesh: A Mão de Hamesh, é uma popular peça de joalharia judaica. Esta mão invertida, têm um olho no centro ou então, diversas letras hebraicas. Este símbolo, não é necessariamente exclusivo do Judaísmo, na cultura árabe é referida como a Mão de Fátima, que representa a Mão de Deus. Porque se tornou tão popular ninguém sabe, pode ser que seja por outras culturas pensarem que é uma proteção contra o mau-olhado. Compilação feita a partir de: Almanaque Abril 2012, 38ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2012. Arruda, J. e Piletti, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. HELLERN, NOTAKER e GAARDER. O livro das Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. www.wikipedia.org: http://pt.wikipedia.org/wiki/Religiosidade_judaica http://www.uni.pt/homepages/docentes/delfim/comunic/cHelenaSousa97442/simbolos.h tm http://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo~ http://www.suapesquisa.com/judaismo/ http://pt.shvoong.com/internet-and-technologies/372280-judaismo/ http://frankherles.wordpress.com/2007/12/14/as-diferencas-entre-o-judaismo-ecristianismo/