1995 - Décimas - Chuva Sideral

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Câmara Municipal de Redondo
Prémio Literário Hernâni Cidade 1995
Mote: ” Quando olho para o céu
e vejo cair as estrelas
ou o céu endoideceu
ou m’ endoideceram elas”
“CHUVA SIDERAL”
É na vila de Redondo
do mestre Hernâni Cidade
que em fantasia ou verdade
os meus sonhos vão compondo
poemas que ao mundo escondo
porque, ali -a alma ao léu - ,
sobre mim se abate o véu
do manto da paz mais rara
quando olho uma seara
QUANDO OLHO PARA O CÉU
Nessa terra sarracena,
o azul me lembra um prado
de luzeiros semeado
na calmaria serena
da noite grande ou pequena ,
pois nas ruas e vielas
nascem, das pedras singelas,
mil espigas que eu invento
quando olho o firmamento
E VEJO CAIR AS ESTRELAS.
2º Prémio (Décimas)
João Baptista Coelho
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Câmara Municipal de Redondo
Prémio Literário Hernâni Cidade 1995
III
É milagre este alentejo
Cada estrela se reduz
a ser messe, e cor, e luz
quando a brisa é um festejo
a cantar-lhe o seu desejo!
E eu ao ver no chão plebeu
cada estrela ser pão meu
me pergunto embasbacado
se sou eu que estou errado
OU O CÉU ENDOIDECEU
IV
E o que será, afinal?!
Serão estrelas ou são espigas?!
ou migalhas bem antigas
do mais nobre cereal
deste chão de Portugal?!
São searas, mas tão belas
- verdes, loiras, amarelas –
que duvido, já, se as vi,
se fui eu que enlouqueci
OU M’ENDOIDECERAM ELAS!
2º Prémio (Décimas)
João Baptista Coelho
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