XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável MPB1077 PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM PACIENTES PORTADORES DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA RODRIGO DE LIMA BANDEIRA RAFAEL REBELO CESAR CAVALCANTE [email protected] RESIDÊNCIA MÉDICA - CLÍNICA MÉDICA UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) RUY FELIPE MELO VIEGAS UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Prevalência de alterações eletrocardiográficas em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana 1 Rafael Rebelo Cesar Cavalcante 2 Rodrigo de Lima Bandeira 3 Ruy Felipe Melo Viegas4 Resumo: INTRODUÇÃO:A síndrome da imunodeficiência adquirida tornou-se uma pandemia e após a introdução das medicações antiretrovirais, observou-se uma diminuição da mortalidade por doenças oportunistas, contudo a incidência de doenças cardiovasculares vem crescendo como o passar dos anos. A avaliação de alterações eletrocardiográficas é importante para melhor conhecimento do potencial de desenvolvimento de complicações cardiovasculares e implementação de medidas preventivas e de tratamento precoce, evitando-se assim desfechos desfavoráveis. METODOLOGIA: Foram selecionados 55 pacientes atendidos em unidade de referencia da cidade de Taubaté-SP para a realização de eletrocardiograma computadorizado, contudo 07 foram excluídos devido ausência de dados como carga viral e/ou quantidade de linfócitos CD4.Foram catalogados as variáveis sexo, idade, tempo de doença, presença e o tipo de comorbidades, carga viral e CD4, além das variáveis eletrocardiográficas. Todos os dados foram plotados no programa Mapinfo e utilizou o teste qui-quadrado para correlacionar as variáveis. RESULTADOS E CONCLUSÕES:Dos 48 pacientes analisados, 54,2 % eram do sexo feminino, com uma média de idade de 42 anos, tempo médio de doença de 9,3 anos e 93,75% faziam uso de terapia antiretroviral. 52,1% possuíam alguma co-morbidade sendo o sobrepeso o mais prevalente. Das alterações eletrocardiográficas, observou-se a prevalência de 6, 3% para sobrecarga de átrio esquerdo, 2,1% para sobrecarga de ventrículo esquerdo. 27% possuíam distúrbio de condução pelo ramo direito. Não se observou correlação entre as alterações encontradas e os níveis de CD4 e/ou carga viral. Portanto, conclui-se que as alterações eletrocardiográficas em pacientes soro positivos são mutio freqüentes, sendo o distúrbio de condução pelo ramo direito a mais prevalente. Palavras-chave: AIDS, cardiovascular, eletrocardiograma Prevalence of electrocardiographic abnormalities in HIV-infected patients Key-words: AIDS, cardiovascular, electrocardiogram 1 XIII Mostra de Pós-graduação 2Residente de Clinica Medica, Hospital Universitário de Taubaté , [email protected] 3Residente de Clinica Medica , Hospital Universitário de Taubaté, [email protected] 4 Professor , Hospital Universitário de Taubaté, [email protected] 1. Introdução A síndrome da imunodeficiência humana (AIDS) é uma doença causada por um retrovírus denominado de vírus da imunodeficiência humana (HIV). Em 1981, os Centers for disease control and prevention –CDC dos Estados Unidos relataram os primeiros casos dessa doença, contudo o agente etiológico só foi identificado em 1983.1 A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana é hoje uma dos maiores problemas de saúde pública no mundo, atingindo em torno de 42 milhões de pessoas ao redor do mundo e 1,2 milhões no Brasil. 2 Desde o aparecimento dos primeiros casos, ocorreram significativas alterações nas características demográficas e epidemiológicas da doença. No início confinado a algumas regiões e a alguns grupos de risco, tornou-se uma pandemia com o decorrer dos anos, e sem predileção por um grupo especifico. Atualmente esta aumentando a incidência entre as pessoas do sexo feminino, principalmente, as que estão no período de idade fértil. 3 No Brasil, é tida como uma das causas principais de mortalidade em adultos jovens, contudo, a historia natural da AIDS pode ser dividida em dois períodos. O primeiro seria o período que antecedeu o uso da terapia antiretroviral (TARV), que se caracteriza pela tentativa de combater as infecções oportunistas. Já o segundo período, começou a partir de 1996, quando a TARV foi introduzida com pilar fundamental do tratamento de portadores de HIV, com isso a mortalidade começou apresentar um declínio significativo. Além disso, no Brasil, o atendimento para os pacientes portadores do HIV tornou-se descentralizado possibilitando um diagnóstico precoce e melhor seguimento e tratamento adequado sobre as infecções oportunistas, possibilitando uma maior expectativa de vida para esses pacientes. 4 Com o aumento da sobrevida o acometimento cardíaco ficou cada vez mais evidente. A descrição sobre o acometimento cardíaco pelo HIV ocorreu pela primeira vez em 1983, quando Autan e cols, relataram um caso de sarcoma de Kaposi de miocárdio em um paciente com diagnóstico de AIDS. 5 Desde então, observou-se em necropsias, prevalências de 28% a 73% de acometimento cardíaco em pacientes HIV positivo, envolvendo pericárdio, endocárdio, miocárdio e dos vasos.6,7 Muitas são as manifestações cardiovasculares, que são conseqüentes da própria infecção pelo HIV, da auto-imunidade, reação imunológica diante de outras infecções virais, inflamação crônica, neoplasias, imunossupressão prolongada, desnutrição e cardiotoxicidade dos medicamentos que compõem a terapia antiretroviral.7,8,9 Além das alterações já descritas, a terapia antirretroviral se associa a riscos que incluem a lipodistrofia e a dislipidemia10, e essas elevações nos níveis de colesterol e triglicerídeos conferem um risco acrescido para o doente, aumentando a incidência de doença coronariana. 11 Outra alteração induzida pela TARV é o prolongamento do intervalo de repolarização ventricular, podendo assim induzir arritmias.12 A AIDS, também. é cada vez mais reconhecida com uma importante causa de cardiomiopatia dilatada. A cardiomiopatia tem sido descrita em até 30-40% dos pacientes, em estudos realizados pré-TARV.13-15 Outra patologia descrita em associação com a AIDS é a hipertensão pulmonar. Esta foi encontrada em pacientes com HIV numa prevalência de 1/200 casos contrastando com 1/200.000 casos na população geral16 Diante deste cenário, fica evidente a necessidade de um seguimento cardiológico mais acurado. E uma das formas de se investigar o acometimento cardiovascular nesses indivíduos é através do eletrocardiograma (ECG). O ECG é considerado um exame padrão-ouro para diagnóstico não invasivo de arritmias e distúrbios de condução, além de ser muito importante na avaliação de quadros de doença coronariana. Entretanto, existe grande numero de anormalidades fisiopatológicas e estruturais que podem ser reconhecidas pelo ECG, sem um significado clínico estabelecido, que diminuem a especificidades deste exame. Portanto, é necessário o reconhecimento da prevalência e significados clínicos, das alterações eletrocardiográficas em pacientes portadores de HIV, visando um melhor acompanhamento cardiológico através deste exame. 2. Objetivos 2.1: Objetivo geral: Estimar a prevalência das alterações eletrocardiográficas na população sob estudo. 2.2: Objetivos específicos: a) Identificar se existe relação entre as alterações eletrocardiográficas com a carga viral e/ou nível de linfócitos CD4 em pacientes com HIV b) Identificar se existe relação entre a terapia medicamentosa especifica e as alterações eletrocardiográficas c) Identificar prevalência de fatores de risco para doença coronariana nos pacientes com HIV 3. Metodologia: Local de estudo: Hospital Universitário de Taubaté (HUT), localizado na Avenida Granadeiro Guimarães, número 270, Centro, Taubaté/SP. Trata-se de um hospital público, de nível secundário, que proporciona atendimento assistencial à população de Taubaté e região. Permite também o funcionamento de diversos cursos da área de Biociências da Universidade de Taubaté. É administrado pela Fundação Universitária de Saúde de Taubaté (FUST), entidade sem fins lucrativos. Abrange enfermarias de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia, Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, UTI adulto, pediátrica e neonatal, centro cirúrgico obstétrico, e ambulatórios, totalizando 188 leitos Método: Os sujeitos da pesquisa foram alistados no ambulatório de cardiologia após a assinatura do termo de consentimento aprovado pelo comitê de ética local. A seleção de pacientes ocorreu a partir de clínicas, auto-referência ou no ambiente hospitalar, respeitando a legislação. Foi realizado um estudo transversal descritivo, no qual foram selecionados 55, contudo apenas 48 pacientes se submeteram a realização do exame de eletrocardiografia digital, assim como o preenchimento de uma ficha contida no anexo I. As variáveis eletrocardiográficas como duração dos intervalos dos segmentos PR, QT; duração do complexo QRS e presença de sobrecargas e/ou distúrbios de condução foram plotadas no programa Epi Info Versão 3.35 e assim estabelecido suas prevalências, além disso, foi usado o teste de qui-quadrado para relacionar tais variáveis com as variáveis da infecção pelo HIV que são carga viral e nível de linfócitos CD4. Critérios de inclusão: Pacientes com o diagnostico confirmado de infecção pelo HIV Pacientes com mensuração da carga viral e Linfócitos CD4 nos últimos três meses Critérios de exclusão Pacientes com o diagnostico indeterminado para infecção pelo HIV Pacientes que não preencheram o anexo 1 e/ou não tinha mensurados , nos últimos três meses, a carga viral e o quantidade de linfócitos CD4 4. Resultados Foram avaliados 48 pacientes, dos quais 26 eram do sexo feminino, e possuíam média de idade de 42 anos. A média de tempo de doença era de 9. 3 anos. Observou-se que 52,1% possuíam alguma co-morbidade e/ou fator de risco, sendo mais prevalente o tabagismo, seguido por sobrepeso, hipertensão arterial (HAS) e dislipidemia. Gráfico I: Prevalência de Co-morbidades. HAS- Hipertensão arterial sistêmica DAC – Doença arterial coronariana. DRC- Doença renal crônica. Com relação a terapia anti-retroviral, 45 paciente faziam uso, sendo que 31 usavam algum inibidor de protease, além disso os paciente possuíam nível de linfócitos CD4 e cargaviral conforme a tabela 1 e 2. Tabela 1: Nível de linfócitos CD4 CD4 Acima 500 351-500 201-350 0-200 Frequência 33,3% 22.9% 33,3% 10,4% Tabela 2: Nível de Carga viral Carga Viral 0-1000 1001-10000 10001-100000 Frequência 65,2% 15,2% 19.6% No eletrocardiograma foi observado que todos os indivíduos estudados estavam em ritmo sinusal, com uma freqüência cardíaca média de 72,8 batimentos. Apresentavam duração da onda P e intervalo PR dentro dos limites da normalidade, contudo 6, 3 % dos pacientes apresentava, sinais sugestivos de sobrecarga de átrio esquerdo. Com relação ao QRS, todos apresentavam duração menor que 0,12 segundos e possuíam o eixo entre -30º e 90º , entretanto 27% dos pacientes apresentavam distúrbio de condução pelo ramo direito. Um paciente, apresentou sinais de sobrecarga esquerda. O intervalo QT foi medido e corrigido para a freqüência cardíaca, observando-se 02 indivíduos com alargamento na sua duração. Foi observado que 20,8 % dos pacientes possuem algum tipo de alteração de repolarização ventricular, além disso apenas um paciente apresentou arritmia, que se caracterizava com extrassístole supraventricular. Por fim, 54% dos pacientes estudados apresentavam alguma alteração eletrocardiográfica. Tabela 3: Prevalência das alterações eletrocardiográficas. SAE – sobrecarga atrial esquerda. SVE- Sobrecarga ventricular esquerda. DCRD – distúrbio de condução pelo ramo direito.QTc- intervalo QT corrigido. ESVextrassistole supraventricular Ritmo sinusal Prevalência Ritmo sinusal 100% SAE 6,3% SVE 2,1% Alteração de repolarização ventricular 20,8% DCRD 27% A QTc alargado 6,3% l ESV 2,1% é m das prevalências das alterações eletrocardiográficas, tentou-se correlacionar a variabilidade do intervalo QT, o DCRD e as alterações de reporalização ventricular com os níveis de CD4 ,carga viral e com o tipo de TARV em uso, através do teste qui-quadrado, todavia não foi vista nenhuma correlação. 5. Discussão: Durante os últimos 30 anos presenciamos um declínio razoável da mortalidade por doenças cardiovasculares em países desenvolvidos, enquanto elevações relativamente rápidas e significativas têm ocorrido nos países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil. Esta tendência de elevação nas doenças cardiovasculares agrava ainda mais o quadro de morbimortalidade nesses países. Após a descrição da relação entre infecção pelo HIV e o aumento do risco cardiovascular, surgiu um novo grupo de risco. Além disso, o indiscutível sucesso da terapia antirretroviral combinada (HAART) na redução das taxas de morbidade e mortalidade relacionadas à AIDS tem provocado alterações nas prioridades para a manutenção da saúde em pacientes HIV/AIDS. A idade mediana destes pacientes aumentou e desta forma, doenças associadas ao envelhecimento e aos efeitos adversos da terapia antirretroviral (TARV) estão se tornando mais freqüentes, e dentre estas as doenças cardiovasculares (DCV). Conseqüentemente, o manuseio adequado dos pacientes com infecção pelo HIV não implica somente o controle do CD4 ou da carga viral, mas também requer o entendimento e manejo das complicações que podem aparecer, e entre estas podemos citar as doenças cardiovasculares. O eletrocardiograma é um exame barato e não invasivo que pode identificar arritmias, alterações que sugiram doença coronariana (DAC) e/ou seja marcadores de risco para morte súbita. Neste trabalho, dos 48 pacientes estudados, 26 apresentavam alterações eletrocardiográficas, o que se assemelha ao achado encontrado por Elsayed et al, que mostrou que 51 % dos pacientes com HIV apresentam algum tipo de alteração eletrocardiográfica17. Quando se compara pacientes soropositivos com a população geral, observa-se uma prevalência uma a duas vezes maior naqueles indivíduos. A fisiopatologia dessa maior prevalência ainda não foi identificada , contudo alguns autores sugerem que pode ser decorrente do próprio vírus, da terapia antiretroviral ou de uma maior prevalência de fatores de risco nessa população.18 As alterações encontradas nesse estudo foram todas consideradas alterações menores, segundo classificação de Minnesota. Elsayed et al identificaram que existe uma prevalência de 48,6 % de alterações menores nos ECG de pacientes HIV positivos, sendo que as alterações mais freqüentes foram os distúrbios de condução, principalmente pelo ramo esquerdo, o que divergiu do achados encontrados neste estudo. Além disso, outra alteração muito freqüente foi a alteração de repolarizaçao que atingiu 11,4 % dos pacientes. Outro ponto observado foi que arritmias importantes, são raras nesses pacientes independente do tipo de TARV em uso, apesar de alguns estudos mostrarem maior incidência de alargamento de intervalo QT com o uso de inibidores de proteases.19-21 Com relação ao prognostico das alterações eletrocardiográficas , observa-se que as principais alterações relacionadas com aumento de risco são: sobrecarga de ventrículo esquerdo, bloqueios atrioventriculares, alterações importantes de segmento ST, alargamento de intervalo QT e presença de fibrilação atrial.20-24 Contudo, apenas a presença de alterações no segmento ST ou presença de padrão QS já aumentam o risco de evento cardiovascular. Estas alterações estão relacionadas com um baixo limiar isquêmico, justificando assim uma maior incidência de infartos nessa população.17 Por fim, ainda não se identificou nenhuma relação entre achados eletrocardiográficos, carga viral e linfócitos CD417, 25. Contudo, observa-se que pacientes que iniciam a terapia antiretroviral mais precoce e mantem níveis de CD4 elevados, com carga viral pequena evoluem com menos desfechos cardiovasculares.25 6. Conclusão A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, especialmente a doença arterial coronariana. A fisiopatologia desse aumento pode ser explicada pela evolução da doença, atuando como uma doença inflamatória assim como a utilização de drogas, especialmente os inibidores de proteases, que altera o metabolismo lipídico. A procura por marcadores precoce de doença cardíaca são fudamentais para avaliação destes pacientes. Então, o eletrocardiograma mostra-se um exame de extrema importância, já que a prevalência de alterações nesses pacientes é até duas vezes maior que na população geral. Além disso, tais alterações estão implicados com um aumento no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 1. Referências 1. Katz, MH. 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The association of CD4+ T-cell counts and cardiovascular risk in treated HIV disease. AIDS. 2012,26(9),1115-20 ANEXO I Identificação nº: Sexo: Antecedentes Pessoais Idade: Sim Hipertensão Arterial Diabete Mellitus Dislipidemia Obesidade DEV AIDS Tabagismo Etilismo História Familiar DAC Sedentarismo Outros Outras Patologias: Medicamentos em Uso: Não