FENÓIS Possuem o grupo hidroxila (-OH) ligado diretamente a um anel aromático, apresentam propriedades diferentes dos álcoois. São ácidos mais fortes que os alcoóis, a acidez dos fenóis é explicada pela teoria da ressonância. OH - Muito corrosivo, causa queimaduras severas à pele e aos tecidos. Fenol - Uma solução a 2% é usada como germicida para desinfetar instrumentos médicos. Os fenóis reagem com os anidridos dos ácidos carboxílicos e com os cloretos de acila para formar ésteres. O R C R' C O OH O O O C R Base R R'COOH + HCl O O OH + C O Cl C R Base Fenóis podem ser convertidos em éteres. Como são mais ácidos do que os álcoois podem ser convertidos em fenóxidos de sódio (usando NaOH). OH + Fenol NaOH - H2O O Na+ O CH3 CH3OSO2OCH3 Fenóxido de Na + Anisol NaOSO2OCH3 O íon fenóxido é mais suscetível do que o fenol à substituição eletrofílica aromática. A reação de Kolbe utiliza esta alta reatividade. - O Na + + O OH - H C C - O O O - O Na O C - O Na + H + + OH O C OH Ácido salicílico O ácido salicílico reage com o anidrido acético para produzir a aspirina (AAS). O O O OH O + C OH Ácido salicílico CH3 C O CH3 C O Base ou ácido C CH3 COOH + Ácido acetil salicílico Aspirina AAS CH3COOH ÉTERES Possuem um átomo de oxigênio ligado a dois radicais hidrocarbônicos. Éter mais simples éter dimetílico. H .. .... .H.. . H .C .. .O...C...H H ou H H H H CO C H H H CH3 O CH3CH2 éter etil metílico éter dimetílico Nomenclatura usual Éter + nomes dos radicais em ordem alfabética + ICO Nomenclatura IUPAC Nome do menor grupo + ÓXI – nome do maior grupo. Os éteres podem ser sintetizados por desidratação de álcoois primários, sob condições diferentes das usadas para preparar alquenos. Por exemplo, o éter dietílico é o principal produto da reação: 2 CH3CH2 OH Álcool etílico H2SO4 140°C CH3CH2OCH2CH3 + H2O Éter dietílico (a 180° o eteno é o principal produto formado.) Os éteres são relativamente estáveis quimicamente e não reagem geralmente com ácidos, bases ou metais ativos. Se oxidam lentamente a peróxidos, compostos contendo o grupo funcional –O– O– . Como os peróxidos são geralmente muito explosivos, os éteres devem ser manipulados cuidadosamente. C O M P O S T O S C AR B O N I L AD O S ALDEÍDOS E CETONAS Possuem o grupo “carbonila” (C=O) O O C Os grupos R e R´ podem ser alifáticos ou aromáticos. C R R H Aldeído R` Cetona ALDEÍDOS Nomenclatura (IUPAC) Prefixo + AN, EN ou IN +Sufixo “AL” (Quando é necessário numerar a cadeia, o carbono do grupo carbonila recebe o número 1). O H O O C H CH3 C H CH3CH2 C H Etanal (Acetaldeído). Metanal (Formaldeído). Butanal (Butiraldeído). O C H CH3 CH3CH2CH2 C H Propanal (Propionaldeído). O CH3CH O ClCH2CH2CH2CH2 C H O C6H5CH2 C H 5-Cloropentanal 2-Metilpropanal (Isobutiraldeído). Feniletanal (Fenilacetaldeído). Nome comum entre parênteses. Aldeído mais simples formaldeído ou metanal. Gás incolor, freqüentemente usado a 37% (m/v) em solução aquosa, chamada formalina (formol). Germicida, usado como desinfetante e preservativo que endurece tecidos. (Vapores irritantes para as mucosas). Os aldeídos também existem como compostos aromáticos, alguns são obtidos de fontes naturais e têm aroma agradável. CETONAS Nomenclatura (IUPAC) Prefixo + AN, EN ou IN +Sufixo “ONA” O carbono da carbonila deve receber o menor número possível para indicar a sua posição. O O CH3 C CH3CH2 C CH3 O CH3 CH3CH2CH2 C Butanona (Metil-etil-cetona) Propanona (Acetona) CH3 2-Pentanona (Metil-propil-cetona) O CH3CH2 C CH2CH3 * Nomes comuns entre parênteses. 3-Pentanona (Dietil-cetona) O CH3 C CH2 C OH O O O CH3CHCH2 C OH CH3 C CH3 OH Ácido acetoacético (20%) Ácido -hidroxibutírico (78%) Acetona (2%) Estas três moléculas, formadas no fígado, são produzidas continuamente por reações metabólicas da acetil-Co-A. Elas são absorvidas pelos músculos cardíaco e esquelético como fonte de energia. Os corpos cetônicos são as substâncias derivadas de lipídeos mais hidrossolúveis e que são utilizadas para produzir energia química, quando estão presentes na urina o paciente está com “cetonúria”. A cetonúria resulta da degradação incompleta de gorduras no corpo, como conseqüência de diabetes mellitus, hipertireoidismo, gravidez, febre, jejum prolongado ou dieta hipergordurosa. Propriedades Físicas O grupo carbonila é polar. Aldeídos e cetonas possuem temperaturas de ebulição mais altas do que os dos hidrocarbonetos de mesmo peso molecular. Como os aldeídos e as cetonas não estabelecem ligações hidrogênio entre si, suas temperaturas de ebulição são mais baixas do que os álcoois correspondentes. O CH3CH2CH3 CH3CH2CH Propano Propanal PE -44,5°C 49°C O CH3CCH3 Acetona 56,2°C CH3CH2CH2OH Propanol 97,1°C O oxigênio da carbonila de aldeídos e as cetonas estabelece ligação hidrogênio com a água. Aldeídos e cetonas de baixo peso molecular apresentam solubilidade apreciável em água. A solubilidade diminui com o aumento do número de átomos de carbono (acima de cinco). Aldeídos e cetonas são comuns em produtos naturais. A maioria dos açúcares contém aldeídos. CH3(CH2)12CHO Necessário para a produção de luz na bactéria luminescente "Achromobacter fischeri" Tetradecanal CH3 CH3C CH3 CHCH2CH2CHCH2CHO Usado pelas formigas como sinal químico de alarme Citronelal (CH2)7 C O (CH2)7 Ingrediente odorífero obtido de glândulas odoríferas do civeta (um felino) Civetona As propriedades químicas dos aldeídos e as cetonas são semelhantes, no entanto, a presença do segundo grupo R numa cetona afeta as propriedades destes compostos da seguinte maneira: 1. Os aldeídos são facilmente oxidados, enquanto nas cetonas isso acontece com dificuldade. 2. Normalmente, os aldeídos são mais reativos do que as cetonas em relação à adição nucleofílica, que é a reação característica dos compostos de carbonila. Nucleófilo Y - + C O Espécie rica em elétrons + C - O . ............... ... .. .. ... .... ........ C. . . . . ....O ....... .............. .. . . .. ... . A nuvem eletrônica mais atraída para o oxigênio, devido à eletronegatividade A reação também poderia ser iniciada pelo ataque de um eletrófilo ao oxigênio (mas só tem importância nos casos em que o eletrófilo é H+ ou um ácido de Lewis). Adições nucleofílicas à dupla ligação carbono-oxigênio O arranjo trigonal coplanar dos grupos em torno da carbonila, implica em que o carbono carbonílico seja relativamente exposto ao ataque por cima ou por baixo. A carga parcial positiva neste carbono significa que ele pode ser atacado por um nucleófilo. A carga parcial negativa sobre o oxigênio da carbonila significa que a adição nucleofílica é sensível à catálise ácida A adição nucleofílica à dupla ligação carbono-oxigênio ocorre de dois modos gerais: 1. Na presença de um nucleófilo forte e de um eletrólito fraco, ocorre a adição: Nu + Nu C O Arranjo coplanar trigonal C O Tetraédrico Nu C O H Tetraédrico Neste tipo de adição, o nucleófilo usa seu par de elétrons para formar uma ligação com o carbono carbonílico. O par de elétrons da ligação (carbono-oxigênio) se desloca na direção do oxigênio da carbonila e o estado de hibridação do carbono passa de sp2 para sp3. da dupla ligação. Na segunda etapa, o oxigênio se associa a um eletrófilo (geralmente um próton). Isso acontece porque o oxigênio agora está mais básico (sustenta uma carga negativa inteira). 2. O segundo mecanismo geral que opera em adições nucleofílicas às duplas ligações carbono-oxigênio é um mecanismo catalisado por ácido. R' O C + H R' + R O H R R' + O H C + C R R' Nu O H C ou ácido de Lewis R' + O H C Nu R R Na primeira etapa o ácido ataca um par de elétrons do oxigênio da carbonila (o composto carbonílico protonado resultante é muito reativo ao ataque nucleofílico por causa da segunda estrutura de ressonância). A segunda estrutura contribui apreciavelmente porque a carga positiva está no C e não no O (mais eletronegativo). Estrutura e reatividade A reatividade depende do caráter positivo do átomo de carbono do grupo carbonila. Grupos doadores de elétrons reduzem a reatividade. O H C O H R C O O H R C R R C .. OR .. O R C O .. NH2 R C O - O efeito indutivo do oxigênio e nitrogênio no sentido de retirar elétrons em ésteres e amidas é contrabalançada pela tendência dos seus pares de elétrons livres interagirem com o orbital do grupo carbonila. A reatividade é reduzida pela ligação de um núcleo aromático ao átomo de carbono carbonílico, pois os orbitais deslocalizados atuam como fontes de elétrons. O O - O C C C H H + , H + - etc O benzaldeído é menos reativo que os aldeídos alifáticos. Grupos aceptores de elétrons (retiradores) aumentam a reatividade. O NO2 CH2 O C Cl CH2 C H O CH3 O C CH3CH2 H C H H Quanto maior o volume dos grupamentos alquila nos compostos carbonílicos alifáticos, menor será a reatividade, devido ao impedimento estérico. O O CH3CCH3 O C CH3 CH3 CH CH3 HC CH3 CH3 C CH3 CH CH3 O tautomerismo ceto-enólico Uma outra característica dos compostos carbonílicos é uma acidez incomum dos hidrogênios ligados ao carbono adjacente ao grupo carbonila (geralmente chamados de hidrogênios , e o carbono ao qual eles estão ligados é chamado de carbono ). O C R C C Hidrogênio não-ácido H H Geralmente ácido Quando um composto carbonílico perde um próton , o ânion que se forma é estabilizado por ressonância. O R C CH CH2R B O .. O R C CH CH2R R C CH CH2R H Ânion estabilizado por ressonância (Híbrido de Ressonância) O híbrido então pode ser representado da seguinte maneira: O R - C * As 2 formas são facilmente interconvertidas na presença de ácidos ou bases. C OH O R C CH2R Forma cetônica R C CHR Forma enólica Isômeros estruturais (coexistem em equilibrio) Isomerismo estrutural chamado TAUTOMERIA A forma enólica de aldeídos e cetonas simples, no equilíbrio, geralmente é menor que 1%, à temperatura ambiente. Porém, pode aproximar-se de 100% em dicetonas, cuja forma enólica é estabilizada por ligações hidrogênio intramoleculares. Ex: 2,4-pentanodiona O CH3 C O C CH2 OH CH3 CH3 C O CH3 C CH ENOL CETO H O O C C H3C CH CH3 Reações Adição aldólica (condensação) O mecanismo para a adição aldólica apresenta duas importantes características dos compostos carbonílicos: a acidez de seus hidrogênios e a tendência de seus grupos carbonila de sofrerem reações de adição nucleofílica. Ex: acetaldeído reagindo em NaOH diluído a temperatura menor ou igual do que a ambiente produz 3-hidroxi-butanal OH O 2 CH3 10% NaOH/H2O C 5°C H CH3 C O CH2 C H H (50%) Mecanismo Etapa 1: O íon hidróxido abstrai um próton do carbono de uma molécula de acetaldeído. Esta etapa fornece o íon enolato estabilizado por ressonância. - .. .. OH .. CH2 H .... O ..O.. O ..CH 2 C C CH2 H C H H Íon enolato Etapa 2: O íon enolato atua como nucleófilo (carbânion) e ataca o carbono carbonílico de uma segunda molécula de acetaldeído. Esta etapa fornece um íon alcóxido. O CH3 - CH2 C O O C CH3 H H - C O CH2 C H H Íon alcóxido Etapa 3: O íon alcóxido retira um próton da água para formar o aldol. Esta etapa ocorre porque o íon alcóxido é uma base mais forte do que um íon hidróxido. O CH3 - CH O CH2 OH H O OH CH3 C H CH CH2 + C - OH H Aldol O aquecimento da mistura básica contendo o aldol produz o crotonaldeído (2-butenal) por desidratação. A desidratação ocorre facilmente por causa da acidez dos hidrogênios remanescentes. OH - OH CH3 CH O CH H O CH3 C CH CH C H H Crotonaldeído A adição por condensação aldólica é uma reação geral de aldeídos que possuem hidrogênios . Adições aldólicas em bioquímica Ocorrem nas células vivas das plantas e dos animais. Ex: Uma reação in vivo, que é uma etapa importante na síntese da glicose, envolve uma adição aldólica cruzada. CH2OPO3H O H C H C OH CH2OPO3H CH2OPO3H + - 3-fosfato-(R)-Gliceraldeído C - O CH2OH Fosfato de diihidroxiacetona aldolase C O HO C H H C OH C OH H - CH2OPO3H - 1,6-difosfato da D-frutose A reação é estereoespecífica e produz somente o 1,6-difosfato da (D)frutose, a pesar de outros 3 estereoisômeros serem teoricamente possíveis. A reação da aldolase é reversível, a célula pode usar a reação para sintetizar a glicose (via 1,6-difosfato-frutose), ou pode usar a reação para degradar a glicose em dióxido de carbono e água. Como a glicose tem energia química potencial muito maior do que o CO2 e a H2O, a síntese proporciona à célula um método para armazenar energia. A degradação proporciona à célula uma fonte de energia. Oxidação Aldeídos são facilmente oxidados para ácidos carboxílicos. As cetonas não. O hidrogênio pertencente ao aldeído é arrancado durante a oxidação como próton ou como átomo; a reação análoga para a cetona não acontece (exige a ruptura de ligações C-C) Os aldeídos são oxidados por permanganato e o dicromato. Um oxidante fraco, como o íon prata em meio básico, também pode ser utilizado (solução de Tollens). Os aldeídos são bons agentes redutores. A capacidade dos aldeídos de reduzir outras substâncias, oxidando-se no processo, é a base para muitos testes de laboratório. Por exemplo, a solução de Benedict e a solução de Fehling contêm o íon cúprico, Cu+2. A adição de certos tipos de compostos com grupo aldeído a qualquer uma destas soluções azuis produz um precipitado avermelhado de óxido cuproso, Cu2O. O cobre foi reduzido de Cu+2 a Cu+. Ganhando 1 elétron, enquanto o aldeído foi oxidado a íon carboxilato. O O R + C 2 Cu+2 + - 5 OH H Aldeído Solução de Benedict (Azul) Íon Hidróxido R C O- Carboxilato + Cu2O + 3 H2O Oxido cuproso (Precipitado avermelhado) Este tipo de teste pode ser utilizado para verificar-se a quantidade de glicose na urina. Como a glicose contém um grupo aldeído, ela dá “teste positivo” com qualquer uma destas soluções. Usando-se uma razão de 1 para 10 de urina para a solução de Benedict, uma cor verde indica cerca de 0,25% de glicose, amarelolaranja indica cerca de 1% de glicose e vermelho-tijolo indica mais de 2% de glicose. Redução Aldeídos podem ser reduzidos a álcoois primários e as cetonas a álcoois secundários, por hidrogenação catalítica ou pelo uso de agentes redutores como o tetrahidreto aluminato de lítio LiAlH4. O CH3 + C Pt H2 CH3CH2OH Etanol H Etanal (Acetaldeído) O H OH LIAlH4 Ciclopentanol Ciclopentanona CH3CH CHCHO H2, Ni Crotonaldeído CH3CH2CH2CH2OH Álcool n-butílico Adição de alcoóis Os acetais e os cetais. Quando se dissolve um aldeído em um álcool o produto é chamado hemiacetal. O hemiacetal é formado por uma adição nucleofílica do álcool ao grupo carbonila. O R + C H R' .. OH .. OH R C H OR' Hemiacetal Os hemiacetais são instáveis. Os hemiacetais cíclicos, com anéis de 5 ou 6 membros, são geralmente muito mais estáveis. A maioria dos açúcares simples existe principalmente em uma forma cíclica hemiacetálica. O H 1C H 6 C OH C OH H 4C OH H 5C OH H 2 3 CH2OH Grupo hemiacetálico O H 5 H H 1 4 H H OH HO 3 2 OH OH 6CH2OH As cetonas sofrem reações semelhantes quando são dissolvidas em um álcool. Seus compostos são chamados hemicetais. O C R R + OH .. OH .. R' R C OR' + H2O R Hemicetal Aldeído + Álcool Hemiacetal O hemiacetal reage com outro mol de álcool e produz um acetal. OR' OH R'OH R C H R C OR' + H2O H OR' Acetal (2 grupos funcionais tipo éter ligados ao mesmo átomo de carbono) Hemiacetal O hemicetal reage com o segundo mol de álcool para formar um cetal. OR" OH R"OH R C R OR' R C R Cetal OR' + H2O ÁCIDOS CARBOXÍLICOS O Possuem o grupo carboxila C OH O grupo carboxila possui caráter ácido. A ligação entre os átomos de oxigênio e hidrogênio do grupo hidroxila é enfraquecida pela ligação dupla do átomo de oxigênio do grupo carbonila, favorecendo a doação do próton a uma molécula de água, formando um íon hidrônio. O CH3 O + C H2O CH3 OH C O Ácido acético Íon acetato - + + H3O Íon hidrônio São ácidos fracos, possuem grau de ionização baixo. A estabilização por ressonância do íon carboxilato explica a acidez dos ácidos carboxílicos - O O CH3 C CH3 O- C O Grupos retiradores de elétrons aumentam a acidez dos ácidos carboxílicos. Ordem de acidez dos ácidos cloroacéticos: Cl Cl C Cl COOH Cl ka = 2,0 x 10-1 Cl C Cl COOH H ka = 3,02 x 10-2 H C H COOH H ka = 1,4 x 10-3 H C COOH H ka = 1,76 x 10-5 Grupos retiradores de elétrons aumentam a acidez dos ácidos aromáticos. NO2 Cl COOH COOH ka = 3,93 x 10-4 COOH ka = 6,46 x 10-5 ka = 1,04 x 10-4 Devido ao efeito indutivo (-I), a acidez diminui à medida que aumenta o número das ligações entre o grupo retirador de elétrons e o grupo carboxila. CH3 CH COOH CH2 CH2 COOH Cl Cl ka = 1,47 x 10-3 ka = 1,47 x 10-2 Nomenclatura IUPAC Ácido Prefixo + AN, EN ou IN + Sufixo “OICO” O átomo de carbono da carboxila inicia a numeração da cadeia carbônica. H C CH3 OH Ác. metanóico (Ac. fórmico) O O O CH3CH2 C OH Ác. etanóico (Ac. acético) C O CH3CH2CH2 C OH Ác. propanóico (Ac.propiônico) Nome comum entre parênteses. OH Ác. butanóico (Ac. butírico) Os ácidos carboxílicos são polares, estabelecem ligações hidrogênio entre si e com a água. Possuem altas temperaturas de ebulição e apresentam solubilidade apreciável em água. Os ácidos com quatro carbonos são miscíveis em água em todas as proporções, com o aumento da cadeia a solubilidade diminui. Na natureza ocorrem ácidos carboxílicos com dois, três ou mais grupos carboxila (respectivamente ácidos di-, tri, e policarboxílicos). Freqüentemente são os responsáveis pela acidez de muitos frutos não-amadurecidos. Os ácidos policarboxílicos são extraídos de plantas; muitos dos ácidos policarboxílicos alifáticos também são encontrados no organismo humano, onde são intermediários da conversão de compostos mais complicados em dióxido de carbono (ciclo do ácido cítrico). O O C OH C H2C O C CO2H H C C H H2C CO2H C CO2H H2C CO2H Ac. cítrico H2C H CO2H Ac. glutárico H H HO CO2H Ac. maléico CO2H Ac. succínico CO2H C Ac. fumárico HO Ac. malônico CO2H CO2H (H2C)3 OH C HO2C H2C C OH Ac. oxálico H OH O C CO2H HO C CO2H H2C CO2H HO C CO2H H Ac. málico Ac. tartárico CO2H CO2H Ac. ftálico CH3 O O C C O OH Ac. pirúvico CH3 CH C OH OH Ac. lático Existe uma categoria especial de ácidos Ácidos graxos (Lipídeos) Síntese Biológica A síntese biológica dos ácidos carboxílicos geralmente envolve uma oxidação de aldeído. Esta reação libera energia que pode ser perdida sob a forma de calor ou utilizada para outros fins, seu mecanismo completo é complicado, mas é possível esquematizar algumas etapas e ilustrar a transferência de energia que ocorre na reação. Na oxidação enzimática, inicialmente o grupo SH da enzima se adiciona ao aldeído; formando um éster sulfurado do ácido, rico em energia. Como se trata de um produto de alta energia, não há perda de energia sob a forma de calor. + C R OH e n z i m a O H SH S C O S R C R + NADH H (Éster rico em energia) NAD+ Nas etapas seguintes, o éster, rico em energia, reage com o íon fosfato, produzindo um acil fosfato, também rico em energia. O S C O - R O - e n z i m a + O- P OH O SH + R C O O - + O- P O- Na última etapa, o ADP, também fosfato, ataca o ácido “ativo” para formar ATP e o ácido carboxílico livre. O R C O O - + P O O- + ADP3- _ RCO2 + ATP4- Reações A maioria das reações ocorre com a substituição do grupo OH por algum outro grupo. Geralmente as reações envolvem a adição nucleofílica de um reagente à carbonila, seguida por uma reação de eliminação (diferente dos aldeídos e cetonas nos quais normalmente só se realiza uma reação de adição nucleofílica). Ácidos carboxílicos e álcoois primários reagem rapidamente formando ésteres. .. O CH3 C OH + .. H + CH3CH2OH CH3 OH C O OCH2CH3 CH3 + C H2O OCH2CH3 OH .. Muitas das reações dos ácidos carboxílicos em sistemas biológicos envolvem anidridos mistos de ácido fosfórico com o fosfato de acetila (acil fosfato). - O CH3 C O - O O + P OH H2O CH3 C O O + P O - OH O Produto normal em pH 7 Fosfato de acetila Em alguns organismos, o fosfato de acetila é precursor da acetilCoenzima A. - O CH3 C O O + P O - O + H .. S .. O R CH3 C S R + 2 - HPO4 O grupo acetil da coenzima A pode participar (como intermediário) em muitas reações e formar ácido cítrico, ácidos graxos, esteróides, carotenos e outros compostos biologicamente importantes. Reações de Redução de Ácidos Carboxílicos ocorre com hidreto de alumínio e lítio produzindo os seus álcoois correspondentes. O LiAlH4 C R RCH2OH OH Descarboxilação os ácidos carboxílicos saturados não substituídos são compostos muito estáveis, só se decompõem em temperaturas elevadas e em presença de base, formando dióxido de carbono (ou seus derivados) O NaOH C R CH4 300°C OH + Na2CO3 Várias espécies de ácidos orgânicos sofrem descarboxilação mais facilmente do que o ácido acético. (Ex: -cetoácidos). - O 1) R C O O CH2 KOH 75°C C R C O CH2 O- O Cl 2) Cl C Cl K R C CH2 + O + , H2O CH3 R C - CH2 Cl Cl O -K + H C O C CO2 C OH R O CCl + K2CO3 H2O CHCl3 + - HO ÉSTERES Ácidos carboxílicos que têm massa molar baixa apresentam cheiros desagradáveis (Ex: ácido propiônico, butanóico e pentanóico). Os ésteres correspondentes apresentam cheiros agradáveis, semelhantes aos odores de frutas maduras. Misturas de ésteres de baixa massa molar são responsáveis pelos aromas de flores e frutas. Aroma Éster Damasco Butirato de amila Banana Acetato de amila Laranja Acetato de octila Pêra Acetato de isoamila Abacaxi Butirato de etila Framboesa Formato de isobutila Rum Formato de etila Os ésteres são comercialmente utilizados como fragrâncias e aromatizantes. Podem sofrer hidrólise (na presença de um catalisador) formando ácido carboxílico e álcool: O CH3 + C O + H2O H OCH2CH3 Acetato de etila CH3 + C CH3CH2OH OH Ac. acético Álcool etílico A hidrólise de um éster é a reação inicial que ocorre quando gorduras e óleos são digeridos em nosso corpo.