Estudo da Segurança e Efetividade da Vacina da Febre Amarela em Receptores de TCTH PI: Clarisse M. Machado Colaboração: Aluna doutorado: Marluce Ambrosio Virologia IMT-USP FioCruz – Manguinhos SBTMO (centros de TCTH) Febre Amarela • É uma doença infecciosa não contagiosa causada pelo vírus da febre amarela (VFA) • Gênero Flavivirus da família Flaviviridae, apresenta genoma de RNA fita simples, não-segmentado, 11Kb, com 10.862 nucleotídeos, codificando 3.411 aminoácidos • Apenas 1 sorotipo, com pequenas alterações genéticas entre as cepas da América e da África, permitindo caracterizar 2 e 5 cepas, respectivamente. Ciclos epidemiológicos do VFA • Endêmico em 31 países da África e em 10 países da América Latina • Transmitido ao homem por insetos hematófagos da família Culicidae, gêneros Aedes africanus (Africa) e Haemagogus e Sabeths (América) Expansão da FA 1998-2012 2013 Fatores implicados no aumento da FA Desmatamento para agricultura, pecuária ou exportação de madeira Colonização de áreas dentro de zona endêmica por populações migrantes não-vacinadas Pluviosidade e aumento de 2oC na temperatura média Aumento das epizootias com mortes de macacos Aumento quase simultâneo de casos humanos Aparecimento de nova linhagem do vírus, genótipo 1D (casos reportados 1998-2000) Situação da Febre Amarela no Brasil 14/2/2017 Letalidade FA 80/234 = 34,2% A vacina da FA • Cepa 17DD é usada na fabricação da vacina no Brasil; e a 17D-204 por outros 5 fabricantes, sem diferença na segurança ou efetividade • O vírus vacinal replica inicialmente em pele, tecidos linfoide e reticulo endotelial e é encontrado no sangue na 1a semana, podendo persistir na segunda • Imunogenicidade de 91% a 100%. Ac neutralizantes em 90% dos vacinados após 10 dias e em 100% após 30 dias. Thomas RE. 2016 Contra-indicações da vacina • Crianças entre < 9 meses • Gestantes e mães amamentando • ≥ 60 anos de idade • Alergia a ovo ou frango • Doenças do timo, timectomia • HIV – AIDS • Uso de imunossupressores Pode vacinar se: CD4 > 500/mm3 para ≥ 6 anos Ou CD4 ≥ 25% do total de linfócitos <6 anos Thomas RE. 2016 Eventos adversos da vacina da FA • Mais frequentes na primovacinação • Leves, moderados, graves • Definição WHO de EA grave • EAs graves • Anafilaxia • Síndrome neurológicas (encefalite, mielite, SGB, encefalomielite aguda disseminada) • Doença viscerotrópica (falência múltiplos órgãos) Thomas RE. 2016 Frequência dos EAs em imunocompetentes • Doença viscerotrópica (DV) • USA – 3,9 / 1.000.000 de doses • Brasil – 0,19 / 1.000.000 de doses • Australia – 5 / 1.000.000 de doses • Argentina – 0,5 / 1.000.000 de doses Mortalidade DV – 40% • Síndromes neurológicas • USA – 0,8 / 100.000 doses • Europa – 0,2 / 100.000 doses Monath & Vasconcelos 2015 Racional • Após o TCTH, receptores perdem a imunidade adquirida por vacinas ou por infecção ao longo da vida. • Portanto, é necessário programa de revacinação para reconstruir a imunidade e garantir a mesma imunidade da população em geral. • Vacinas inativadas, toxóides e proteicas são seguras. A efetividade para algumas delas é menor que em imunocompetentes. • Vacinas atenuadas têm restrições. • BCG é contra-indicada • Demais vacinas atenuadas só aplicadas após segundo ano do TCTH e sem uso de IS Ljungman et al., 2009 Justificativa • Expansão da área de risco para febre amarela no Brasil • Relatos na literatura de uso da vacina, sem ocorrência de eventos adversos • Não há estudos prospectivos em receptores de TCTH avaliando segurança e imunogenicidade Objetivos • Determinar a segurança da vacina de febre amarela • Determinar a imunogenicidade da vacina • Determinar a duração da viremia pelo vírus vacinal atenuado Desenho do estudo • Estudo prospectivo, em coorte de receptores de TCTH (alo e auto) • Tamanho da amostra: 50 a 100 receptores que tenham indicação de receber a vacina (município incluído, viagem) http://bit.ly/mun_vacina_fa • Critérios de exclusão • Menos de 2 anos pós-TCTH • Idade ≥ 60 anos e ≤ 1 ano • Uso de imunossupressores Métodos Avaliação prospectiva de eventos adversos Questionário e telefone Efetividade Resposta sorológica Reação de neutralização em placa (FioCruz) Viremia pelo vírus vacinal Duração da viremia PCR real time (Virologia IMT) Segurança Coletas e seguimento 4 - 6 semanas Hemograma (local) Função hepática (local) CD4 (local) ??? Sorologia (IMT-FioCruz) Vacina 17DD 0,5 mL SC Hemograma (local) Função hepática (local) PCR tempo real (IMT) Sorologia (IMT-FioCruz) Logística do estudo • Centros de TCTH - Designação de responsável para as seguintes atividades: • Inclusão de casos Centros TCTH Virologia IMT-USP • Aplicação de TCLE • Orientação sobre o preenchimento do questionário de eventos adversos • Agendamento do retorno para coleta da 2a amostra e recolhimento do questionário. FIOCruz Logística das Amostras • IMT-USP • Processamento das amostras - PCR em tempo real (viremia vacinal) • Armazenamento e envio das amostras para sorologia • FIOCruz • Processamento das amostras por ensaio de neutralização em placa Centros TCTH Virologia IMT-USP FIOCruz Obrigada! Clarisse, Marluce e Viro-IMT