Projeto Científico da Legião do Bem

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DARTH VADER LEGIÃO DO BEM
Cátia Bairro Ferreira1
Introdução:
Este é um trabalho social, filantrópico e voluntário permanente
desenvolvido em instituições que acolhem pacientes pediátricos em tratamento
oncológico no Estado do rio Grande de Sul. Como, por exemplo, o Hospital
Universitário da cidade de Santa Maria – RS com sua unidade assistencial
Turma do Ique, que atende crianças de diversas regiões do RS e também de
parte de SC.
No estado do RS existem somente duas cidades destaques como
ponto de excelência neste tipo de tratamento, são elas, Porto Alegre: Hospital
de Clinicas e Hospital Conceição e na cidade de Santa Maria: Hospital
Universitário, com seu anexo a Turma do Ique (www.turmadoique.com.br), e
também o Centro de Apoio a Criança com Câncer (CACC).
Justificativa:
As crianças em tratamento oncológico limitadas ao ambiente e rotina
hospitalar convivem com uma série de restrições impostas pelo quadro clinico
do qual padecem, complementadas com a tensão que lhes causa a gravidade
da
doença,
portanto,
atividades
lúdicas
aparecem
como
importantes
estratégias de confronto a essas condições, propiciando um ambiente menos
traumatizante e mais humanizado, podendo promover, assim, a saúde e o
bem-estar das crianças em tais condições e, também de sua família.
Objetivo Geral:
Fortalecimento
da
alegria
infantil
através
de
atividades
de
entretenimento com os personagens da Saga Star Wars comandados pelo líder
Darth Vader e sua Legião do Bem: performances teatrais, sessão de fotos com
os personagens em cenário especial e a distribuição dos brinquedos da saga
Star Wars às crianças hospitalizadas.
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Referencial:
O câncer não se constitui de uma doença única, este conceito reúne
diferentes tipos de patologias, este termo derivado do latim cancer e do grego
karkínos (caranguejo), abrange mais de 100 tipos conhecidos de doenças, com
uma característica em comum, a ocorrência de alterações nos processos de
divisão das células. Alterações essas que ocasionam um crescimento anormal
e geralmente mais rápido de células dando origem ao que se denomina
genericamente de tumor. (BRANDÃO & BELAS, 2005; JUNIOR & COUTINHO,
2009; LANDSKRON, 2008).
É uma doença crônica e o seu diagnóstico atinge o indivíduo e a toda a
família com grande impacto, inquietando vários aspectos da vida e suscitando
demandas específicas para o enfrentamento da doença. Além das mudanças
físicas, da dor e sofrimento, exige uma reorganização pessoal de vida; a
própria doença é estigmatizada, o que direciona as pessoas a apresentarem
medo ou vergonha ao falar sobre a situação e compartilhar os sentimentos
(LANDSKRON, 2008; PICHETI & DUARTE, 2008).
O diagnóstico de câncer infantil, para Valle (2001), marca o início de
decorrências desalentadoras sobre toda a família e não somente a criança. A
essa afirmativa, Andréa (2008) acrescenta que a criança e a família são
submetidas a “uma enorme agressão física e psíquica devida ao peso do
diagnóstico, à agressividade do tratamento e à sensação de risco eminente de
morte” (ANDRÉA, 2008, p. 481). Assim, o impacto do diagnóstico de câncer
infantil acarreta mudanças radicais para a família como um todo, que passa a
precisar de uma nova reorganização para lutar contra a doença.
O trabalho voltado às crianças passou a visualizar os aspectos
emocionais e sociais frente à adesão e participação, seja do tratamento ou da
cura (PERINA, 2006). Assim, a psico-oncologia pediátrica busca, por meio dos
aspectos psicossociais, oferecer auxílio, subsidio e assistência ao paciente e
aos familiares seja na prevenção, na etiologia, ou no desenvolvimento e
reabilitação da doença (FERREIRA, 2008).
Ao receber o diagnóstico oncológico, a vida da criança é alterada em
diversos aspectos, familiar e escolar. E o diagnóstico representa o começo de
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experiências que carregam consigo uma enorme carga de sofrimento, que
podem
vir
a
gerar
diferentes
manifestações
emocionais
(PERINA,
MASTELLARO, NUCCI, 2008).
A criança em tratamento ou em hospitalização, segundo Potter (2010),
apresenta ansiedades persecutórias e/ou depressivas; percebe alterações
físicas como ameaçadoras e mutilantes, possui medo em tornar-se fisicamente
repulsivo, tem sentimento de solidão, possui grande capacidade de captar
situações (mesmo que os adultos tentem ocultar). Perina (2006) acrescenta
que há a presença de situações difíceis no manejo da psico-oncologia
pediátrica como, resistências, dificuldades de enfrentamento das sequelas
físicas e neuropsicológicas, alteração da imagem corporal, baixa auto-estima,
afastamento, isolamento social. Nesse sentido, o suporte psicossocial
configura-se de extrema importância no processo que envolve o tratamento e a
recuperação.
Para Potter (2010) a criança doente, cada vez mais apresenta um
pequeno repertório de atividades sociais, às vezes é preciso frequentar a
escola apenas pela busca da socialização. Valle & Ramalho (2008)
acrescentam que embora a doença altere o curso de desenvolvimento, o
processo evolutivo básico se mantem, e as necessidades se manifestam de
maneira própria a cada idade, o que inclui os aspectos psicossociais e
emocionais, além da escolaridade e do relacionamento com os pares.
A reabilitação psicossocial do paciente oncológico visa, segundo
Cunha & Rumen (2008), a melhora nas funções físicas e a reintegração na
comunidade, considerando os aspectos funcionais e psicossociais do individuo
como
um
todo,
principalmente
quando
ocorrem
danos
e
sequelas
permanentes.
Dessa maneira, todos os esforços da equipe de saúde visam
proporcionar melhor qualidade de vida aos pequenos pacientes e sua família,
amenizando o sofrimento, os períodos de hospitalização, os procedimentos e
as modificações de diversas naturezas (VALLE & RAMALHO, 2008).
Quando existe a possibilidade da criança em tratamento oncológico
vivenciar experiências que a desvinculem da rotina hospitalar, ela percebe a
probabilidade de “futuro”. As atividades do Projeto Darth Vader – legião do Bem
configura-se de uma situação que “funciona como um incentivo e cria uma
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expectativa desse futuro e também de cura, que se torna parte relevante dos
cuidados que merece receber” (FERREIRA, 2008, p. 39).
Referências citadas:
ANDRÉA, Maria Lydia Mello de. Oncologia pediátrica. In: Temas em psico-oncologia.
(Vários autores). São Paulo: Summus, 2008.
BRANDÃO, Lenise; BELAS, Márcia Barcelar. O câncer ontem e hoje. Psicologia
Brasil Ano 3, nº. 25, Outubro, São Paulo: Editora Criarp, 2005.
CUNHA, Angela Damasio da; RUMEN, Frida Abezgauz. Reabilitação psicossocial
do paciente com câncer. In: Temas em Psico-Oncologia. (Vários Autores).São Paulo:
Sumus, 2008.
FERREIRA, Rafaela. Psicooncologia pediátrica. In: Câncer: uma abordagem
psicológica. Carla Fabiane Mayer Hart (et al.). Porto Alegre, RS: AGE, 2008.
JUNIOR, Áderson, L. Costa; COUTINHO, Sílvia Maria G. O câncer: algumas
informações, crenças e atitudes. Brasília, DF: [s.n.], 2009.
LANDSKRON, Lílian Marx Flor. Psicooncologia: as descobertas sobre o câncer ao
longo da história. In: Câncer: uma abordagem psicológica. Carla Fabiane Mayer Hart
(et al.). Porto Alegre, RS: AGE, 2008.
PERINA, Elisa Maria. Breve histórico da psiconcologia pediátrica no Brasil. (pág. 1926) Boletim SBPO (Sociedade brasileira de Psico-oncologia). Ano III, edição 4,
outubro-novembro-dezembro, 2006.
PERINA, Elisa Maria; MASTELLARO, Maria José; NUCCI, Nely Aparecida Guernelli.
Efeitos tardios do tratamento do câncer na infância e na adolescência. Temas em
psico-oncologia. Vários autores. São Paulo: Summus, 2008.
PICHETI, Jeovana Scopel; DUARTE, Viviane Marcon. Câncer – a influência dos
aspectos psicológicos na adesão ao tratamento. In: Câncer: uma abordagem
psicológica. Carla Fabiane Mayer Hart (et al.). Porto Alegre, RS: AGE, 2008.
POTTER, Juliana. Psicooncologia pediátrica: terapia familiar e redes sociais. In: Curso
de Introdução à Psico-oncologia. 3º aula. Projecto Centro Cultural e de Formação.
Porto Alegre, 2010.
VALLE, Elizabeth Ranier Martins do (Org.) Psico-oncologia pediátrica. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2001.
VALLE, Elizabeth Ranier Martins do; RAMALHO, Mirian Aydar Nascimento. O câncer
na criança: a difícil trajetória. In: Temas em Psico-Oncologia. (Vários Autores). São
Paulo: Sumus, 2008.
1. Pedagoga, Psicóloga, Especialista em Gestão Educacional e Psico-oncologia.
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