17/05/2017 PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO PAPEL DOS SISTEMAS SENSORIAIS NO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO ❖ Controle sensorial por feedback (retroalimentação) Desencadear movimentos reflexos Regular movimentos em execução Facilitar a alternância de movimentos Coordenar a atividade de músculos individuais ou grupos musculares sinergistas Detectar perturbações do movimento Monitorar a posição corporal para programação e execução do movimento Perturbação do movimento em execução Informação sensorial Correção do movimento em execução ❖ Controle sensorial por avançada ou antecipatória) feedforward (alimentação Informação sensorial Correção do movimento antes da execução TIPOS DE MOVIMENTO REFLEXOS Respostas rápidas, estereotipadas e involuntárias a um estímulo Graduados pela intensidade do estímulo Ex: retirada (afastamento), tosse, espirro, deglutição, postura • Também chamados de neurônios motores somáticos. • Neurônios que conectam o sistema nervoso central aos músculos esqueléticos • Localizados em núcleos na medula espinhal e no tronco cerebral PADRÕES MOTORES RÍTMICOS Padrão motor repetitivo e automático Início e término determinados voluntariamente Ex: locomoção, mastigação, respiração MOVIMENTOS COMPLEXOS OU VOLUNTÁRIOS Iniciados em resposta a um estímulo ou pela vontade Em grande parte aprendidos Desempenho melhorado pela prática Ex: falar, escrever, tocar instrumento, andar de bicicleta, dirigir, dançar + + 1 17/05/2017 Motoneurônio ativado Motoneurônio inibido/não ativado ▼ ▼ Músculo contraído Músculo relaxado MOTONEURÔNIOS OU NEURÔNIOS MOTORES SOMÁTICOS VIA FINAL COMUM DO CONTROLE MOTOR SOMÁTICO: TODAS AS ÁREAS MOTORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (MEDULA ESPINHAL, TRONCO CEREBRAL E CÓRTEX MOTOR) PROMOVEM MOVIMENTO POR MEIO DOS MOTONEURÔNIOS TODOS OS MOVIMENTOS SÃO RESULTADO DA ATIVAÇÃO OU INIBIÇÃO DE MOTONEURÔNIOS E SEUS MÚSCULOS CORRESPONDENTES UNIDADE MOTORA Unidade funcional do sistema motor somático. Representada por um motoneurônio e as fibras musculares que inerva. Cada músculo esquelético é formado por muitas unidades motoras. • • • ORGANIZAÇÃO DOS MOTONEURÔNIOS NA MEDULA ESPINHAL: tronco e membros As fibras musculares de uma unidade motora estão distribuídas pelo músculo, e não agrupadas anatomicamente. Todas as fibras musculares de uma unidade motora são do mesmo tipo (oxidativo lento, oxidativo rápido ou glicolítico). Quanto menor a unidade motora, mais refinado é o controle motor do músculo. Os motoneurônios têm organização topográfica (axial-proximal-distal). ORGANIZAÇÃO DOS MOTONEURÔNIOS NA MEDULA ESPINHAL: tronco e membros ORGANIZAÇÃO DOS MOTONEURÔNIOS NO TRONCO CEREBRAL: cabeça e pescoço A = axial P = proximal D = distal Os motoneurônios de um mesmo músculo encontram-se agrupados dentro de colunas medulares. 2 17/05/2017 INTERNEURÔNIOS Neurônios que fazem conexões dentro do sistema nervoso central EFICIÊNCIA BIOMECÂNICA DO SISTEMA NERVOSO: A INIBIÇÃO RECÍPROCA Formam os centros de integração do controle motor somático PAPÉIS FUNCIONAIS DOS INTERNEURÔNIOS o Integram a transferência de impulsos nervosos entre as vias sensoriais (aferentes) e motoras (eferentes) contraído o Promovem a inervação/inibição recíproca entre grupos musculares relaxado agonistas e antagonistas o Promovem a co-ativação de grupos musculares sinergistas o Promovem a co-contração de grupos musculares agonistas e A estimulação do neurônio motor do músculo agonista é acompanhada pela inibição do neurônio motor do músculo antagonista: antagonistas o Transferem informações entre segmentos medulares e entre a medula espinhal e outras regiões do sistema nervoso central EFICIÊNCIA BIOMECÂNICA DO SISTEMA NERVOSO: A CO-CONTRAÇÃO Resulta em movimento em torno da articulação EFICIÊNCIA BIOMECÂNICA DO SISTEMA NERVOSO: A CO-ATIVAÇÃO DOS SINERGISTAS contraído contraído contraído Agonista e antagonista relaxados Agonista e antagonista contraídos A estimulação do neurônio motor do músculo agonista é acompanhada pela estimulação do neurônio motor do músculo antagonista: A estimulação do neurônio motor do músculo agonista é acompanhada pela estimulação do neurônio motor do músculo sinergista: Resulta em estabilização da articulação Aumenta a potência do movimento COMPONENTES MOTORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO Nos sistemas motores somáticos, a organização dos motoneurônios e interneurônios na medula espinhal e no tronco cerebral garante movimentos musculares bem coordenados. MEDULA ESPINHAL – CONTROLE MOTOR BÁSICO Contém os motoneurônios dos músculos do tronco e dos membros Coordena reflexos do tronco e membros Contém os geradores centrais da locomoção Dessa forma a medula espinhal e o tronco cerebral podem organizar e produzir reflexos, movimentos rítmicos e ajustes posturais sem a participação dos centros superiores (corticais). Os centros superiores não precisam enviar comandos detalhados sobre o movimento que vai ser executado. 3 17/05/2017 COMPONENTES MOTORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO TRONCO CEREBRAL* – CONTROLE MOTOR INTERMEDIÁRIO Contém os motoneurônios dos músculos da cabeça e dos olhos Coordena reflexos da cabeça e dos olhos Produz padrões motores rítmicos de deglutição, respiração Coordena a musculatura corporal para o controle da postura COMPONENTES MOTORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO CÓRTEX MOTOR – CONTROLE MOTOR AVANÇADO Coordena a musculatura corporal para a execução de movimentos complexos, hábeis e precisos, geralmente aprendidos (fala, escrita, etc), direcionados a um objetivo *formado por bulbo, ponte e mesencéfalo COMPONENTES MOTORES DO SISTEMA NERVOSO HUMANO GÂNGLIOS BASAIS – MODULAÇÃO MOTORA Ajudam a modular a atividade do córtex motor CEREBELO – MODULAÇÃO MOTORA Ajuda a modular movimentos antes e durante sua execução ORGANIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS E TRATOS NA MEDULA ESPINHAL Tratos motores Tratos sensoriais REFLEXOS ESPINHAIS (MEDULARES) ▪ Movimentos automáticos e estereotipados do tronco e membros ▪ Relacionados com as características do estímulo – intensidade, duração, localização ▪ Organizados inteiramente pela medula espinhal ▪ Constituídos por três elementos (ARCO REFLEXO): via aferente (sensorial), centro de integração (rede de interneurônios e sinapses) e via eferente (motora) ▪ Podem ser monossinápticos ou polissinápticos Via sensorial (aferente) CENTRO DE INTEGRAÇÃO (MEDULA ESPINHAL) Substância cinzenta (corpos celulares de motoneurônios e interneurônios) Via motora (eferente) RECEPTOR SENSORIAL UNIDADE MOTORA (tronco ou membros) 4 17/05/2017 O FUSO MUSCULAR E O REFLEXO DE ESTIRAMENTO REFLEXOS DE PROTEÇÃO MUSCULAR Desencadeados por receptores musculares Fibra nervosa sensorial Reflexo miotático (de estiramento) Terminações sensoriais Reflexo tendinoso Fibras musculares extrafusais REFLEXOS DE PROTEÇÃO CORPORAL Desencadeados por estímulos potencialmente lesivos Fuso muscular Revestimento conjuntivo Reflexo flexor (de retirada) Reflexo extensor cruzado O Reflexo de Estiramento (Reflexo Miotático) Integração monossináptica Via aferente do fuso muscular O Reflexo de Estiramento (Reflexo Miotático) Via aferente do fuso muscular Via eferente para o músculo agonista estimulada CONTROLE DA SENSIBILIDADE DO FUSO MUSCULAR – CO-ATIVAÇÃO ALFA-GAMA Ativação simultânea dos motoneurônios alfa (que controlam o músculo esquelético) e dos motoneurônios gama (que controlam as fibras intrafusais) Mantém a sensibilidade do fuso muscular durante o encurtamento do músculo Via eferente para os músculos sinergistas estimulada (co-ativação agonista/sinergista) Integração polissináptica Via eferente para os músculos antagonistas inibida (inervação recíproca agonista/antagonista) Papéis Funcionais do Reflexo de Estiramento (Reflexo Miotático) o o o o Proteção contra alongamento muscular excessivo Compensação de alongamentos causados por mudanças posturais Ajuste do grau de tensão muscular Manutenção do tônus muscular 5 17/05/2017 O papel da inervação motora gama do fuso muscular é ajustar a sua O ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI E O REFLEXO TENDINOSO sensibilidade. Sendo assim, pense no seguinte: Técnicas fisioterapêuticas de alongamento e relaxamento podem Fibra sensorial exercer seus efeitos benéficos interferindo na sensibilidade do fuso muscular? Tente explicar. Quando vamos realizar um movimento novo que exige habilidade Terminação sensorial manual, como bordar ou digitar usando todos os dedos, como Tendão muscular costumam ficar os músculos das mãos, mais contraídos ou mais relaxados? À medida que esses movimentos vão ficando familiares (i.e., à medida que aprendemos), isso muda? Você acha que a Músculo Osso sensibilidade do fuso muscular pode estar envolvida nesse processo? Como? O Reflexo Tendinoso O Reflexo Tendinoso Integração polissináptica Via aferente do órgão tendinoso Integração polissináptica Via aferente do órgão tendinoso Via eferente para o músculo agonista inibida Via eferente para o músculo antagonista estimulada (inervação recíproca agonista/antagonista) Papéis Funcionais do Reflexo Tendinoso A observação do arco reflexo o Proteção contra tensão muscular excessiva o Redistribuição da tensão muscular entre as várias unidades motoras de um músculo tendinoso nos mostra que o excesso de tensão muscular causa o relaxamento reflexo do músculo, sendo isso um mecanismo de A ATIVIDADE BALANCEADA ENTRE OS REFLEXOS MIOTÁTICO E TENDINOSO AJUDA A PRESERVAR A ESTRUTURA MUSCULAR CONTRA ESTIRAMENTOS OU CONTRAÇÕES MUSCULARES EXCESSIVOS, RESPECTIVAMENTE. proteção contra lesões mecânicas do músculo e suas inserções. Entretanto, se você segurar um objeto pesado nos braços, o reflexo não se manifesta. Por que? 6 17/05/2017 • • • Técnicas fisioterapêuticas de alongamento e relaxamento podem exercer seus efeitos benéficos interferindo na sensibilidade do fuso muscular? Tente explicar. Quando vamos realizar um movimento novo que exige habilidade manual, como bordar ou digitar usando todos os dedos, como costumam ficar os músculos das mãos, mais contraídos ou mais relaxados? À medida que esses movimentos vão ficando familiares (i.e., à medida que aprendemos), isso muda? Você acha que a sensibilidade do fuso muscular pode estar envolvida nesse processo? Como? A observação do arco reflexo tendinoso nos mostra que o excesso de tensão muscular causa o relaxamento reflexo do músculo, sendo isso um mecanismo de proteção contra lesões mecânicas do músculo e suas inserções. Entretanto, se você segurar um objeto pesado nos braços, o reflexo não se manifesta. Por que? As respostas a essas perguntas devem ter sugerido a você que, embora os reflexos miotático e tendinoso de proteção muscular sejam organizados inteiramente no nível medular, têm sua O Reflexo Flexor (Reflexo de Retirada) Integração polissináptica Via aferente do nociceptor Via eferente para o músculo extensor inibida (inibição recíproca agonista/antagonista) Via eferente para o músculo flexor estimulada sensibilidade controlada pelas regiões superiores do sistema nervoso central em determinadas circunstâncias. Isso dá muito mais variabilidade ao controle motor espinhal do que se ele funcionasse autonomamente. O Reflexo Extensor Cruzado (Reflexo de Apoio) Se você pisar descalço em um prego ou caco de vidro, observa Via aferente do nociceptor Integração polissináptica cruzada facilmente o reflexo flexor e o reflexo extensor cruzado. A ORGANIZAÇÃO DOS REFLEXOS Por que estendemos uma perna quando a outra se flexiona? FLEXOR E EXTENSOR CRUZADO Se o estímulo doloroso acontecer na mão, flexionamos o braço DEPENDE DA ÁREA CORPORAL Via eferente para o músculo flexor inibida Via eferente para o músculo extensor estimulada (inervação recíproca agonista/antagonista) estimulado. O outro braço se estende? Por que sim ou por que ESTIMULADA E DE CONSIDERAÇÕES não? POSTURAIS: SUA MEDULA ESPINHAL Em animais quadrúpedes (que se apoiam nas quatro patas) o CONHECE SUA(dianteiro ESTRUTURA reflexo flexor de um membro ou traseiro) vai ser acompanhado pelo reflexo extensor cruzado do membro MUSCULO-ESQUELÉTICA! oposto? Por que? Organização Medular para a Locomoção Geradores Centrais de Padrão (GCP): Redes de interneurônios que ativam motoneurônios agonistas e antagonistas de maneira alternada, promovendo o movimento em torno de uma articulação (padrão motor rítmico). Em humanos, existe um GCP para cada perna, mas os dois funcionam associados durante a marcha. Ativados, inibidos ou modulados por centros motores superiores. A modulação superior influencia os GCP medulares para andar, trotar ou correr em diferentes velocidades ou com passadas de diferentes amplitudes. A locomoção depende não apenas da presença dos Geradores Centrais de Padrão na medula espinhal, mas de áreas locomotoras do tronco cerebral e de influências voluntárias pelo córtex motor. O desenvolvimento dessas áreas, e portanto a capacidade de locomoção independente, são diferentes em mamíferos diferentes. Se os circuitos necessários para a locomoção já estão presentes na medula espinhal, por que não andamos desde quando nascemos? Acontece o mesmo com todos os mamíferos? 7